2 FUNDEF e FUNDEB no contexto do financiamento educacional.
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- Luiz Fernando Ferretti Santana
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1 17 2 FUNDEF e FUNDEB no contexto o inanciamento eucacional. No Brasil, municípios, estaos e o governo eeral iviem entre si as responsabiliaes prioritárias no que iz respeito ao investimento em eucação. O governo eeral atua preerencialmente no ensino superior; o estao, no ensino méio e no ensino unamental; e os municípios, no ensino unamental e na eucação inantil, que inclui creche e pré-escola. 4 Até 2006, a principal onte e recursos vinculaa ao ensino unamental era o FUNDEF (Funo e Manutenção e Desenvolvimento o Ensino Funamental e e Valorização o Magistério). Teno suas regras apresentaas em ezembro e , o uno só passou a vigorar em too o Brasil a partir e O FUNDEF consistia em um uno estaual ormao a partir e vinculações e receitas os municípios e o próprio estao. A vinculação os impostos cuas receitas aziam parte o FUNDEF era e 15%. As receitas e origens municipais provinham o Funo e Participação os Municípios (FPM), a participação municipal no Imposto sobre Circulação e Mercaorias e Serviços (ICMS) e a participação municipal no Imposto sobre Proutos Inustrializaos (IPI). As receitas e origens estauais provinham o Funo e Participação os Estaos (FPE), o Imposto sobre Circulação e Mercaorias e Serviços (ICMS) e a participação estaual no Imposto sobre Proutos Inustrializaos (IPI). Além esses recursos existia também a vinculação e 15% o ICMS Desoneração e Exportações. 6 A reistribuição os recursos entre governos municipais e estaual entro a mesma uniae eerativa consierava o número e matrículas que caa esera e governo tinha no ensino unamental no ano anterior, poeno azer istinção entre matrículas rurais e urbanas e nos anos inais e iniciais o ensino unamental. 7 Cabe ressaltar que anualmente era estipulao um gasto mínimo por 4 Emena Constitucional nº 14, e 12 e setembro e Lei nº 9.424, e 24 e ezembro e A tabela I apresenta um resumo as vinculações e impostos sob o FUNDEF e FUNDEB. 7 A tabela IV mostra o peso que era ao a caa matrícula para ierentes anos em que vigorou o FUNDEF e o FUNDEB.
2 18 aluno o ensino unamental. Se os recursos o FUNDEF e eterminao estao não possibilitassem atingir esse mínimo, a União complementava os recursos até que esse valor osse alcançao. Cabe também reorçar que toos os recursos provinos o FUNDEF tinham que ser gastos no ensino unamental, seno obrigatória uma vinculação e 60% a salários o magistério. A partir e 2007, o FUNDEF oi substituío pelo FUNDEB (Funo e Manutenção e Desenvolvimento a Eucação Básica e e Valorização os Proissionais a Eucação). O FUNDEB trouxe granes moiicações em relação ao FUNDEF. A primeira elas iz respeito ao aumento as receitas o uno estaual, por meio a inclusão e novos impostos a serem vinculaos em uma escala e vinculação crescente (6,66% em 2007, 13,33% em 2008 e 20% a partir e 2009) e o aumento a vinculação os impostos que á compunham o uno também e orma crescente (16,66% em 2007, 18,33% em 2008 e 20% a partir e 2009). Os novos impostos estauais incluíos oram: Impostos sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD), o Imposto sobre a Proprieae e Veículos Automotores (IPVA) e a participação estaual na Competência resiual. Os novos impostos municipais incluíos oram: o Imposto sobre a Proprieae Territorial Rural (ITR) e a participação municipal no IPVA. A tabela I apresenta um resumo as alíquotas os impostos vinculaos ao uno para os ierentes anos sob o FUNDEF e FUNDEB. Além e ampliar os recursos vinculaos ao uno, o FUNDEB também ampliou o número e moaliaes e ensino beneiciaas pelos recursos, passano a incluir toa a eucação básica, incorporano, além o ensino unamental, a eucação inantil e o ensino méio. Apesar a extensão a outras moaliaes, caa esera e governo só poe gastar os recursos em sua área e atuação prioritária. Ou sea, municípios só poem investir na eucação inantil e ensino unamental; enquanto estaos só poem investir no ensino unamental e no ensino méio. A vinculação e 60% os recursos o uno passou a abranger toos os proissionais o magistério a eucação básica a respectiva atuação prioritária e municípios e estaos. A tabela II apresenta um resumo as limitações à aplicação os recursos sob o FUNDEF e FUNDEB. Apesar e municípios e estaos á puerem investir as receitas provenientes o novo uno estaual em qualquer área no escopo e sua atuação prioritária a partir e 2007, as matriculas as novas moaliaes incluías como beneiciárias
3 19 passaram a ser consieraas na conta e istribuição o uno entre municípios e estao graualmente: 1/3 em 2007, 2/3 em 2008 e 100% a partir e 2009, na maioria os casos. A tabelas III mostra o percentual em que as matrículas e caa moaliae oram incorporaas na conta para a istribuição e recursos entro a uniae eerativa. Outra moiicação trazia pelo FUNDEB iz respeito ao papel a União. Se antes a última só complementava os recursos caso algum uno estaual não conseguisse obter a receita mínima por aluno estipulaa, a partir e 2007, a complementação a União passa a ser obrigatória e crescente até 2010 (2 bilhões em 2007, 3 bilhões em 2008, 4,5 bilhões em 2009 e 10% o somatório e toos unos estauais a partir e 2010) 8. Os recursos eerais são istribuíos ano prioriae ao uno estaual com menor receita por aluno. 9 Dessa orma, um uno estaual só passa receber recurso a União quano não existe nenhum outro uno com menor receita por aluno o que ele. Apesar no FUNDEB, a complementação a União não garantir um gasto ou receita mínima por alunos em toas as moaliaes, a Lei que regulamenta o FUNDEB 10 acentua que o gasto mínimo por aluno no ensino unamental eve se manter pelo menos igual ao e 2006 (último ano o FUNDEF). 11 De orma resumia, as principais moiicações o FUNDEB em relação ao FUNDEF estão sumarizaas nas tabelas I, II, III e IV. A tabela I mostra o aumento e receitas vinculaas ao uno; a tabela II mostra as moaliaes que poem ser contemplaas com os recursos o uno; e as tabelas III e IV mostram em que meias novas moaliaes oram consieraas e seus respectivos pesos para a conta e istribuição e recursos entre as eseras municipais e estaual a eeração. Cabe ressaltar aina que estaos e municípios apresentam contabilizações e matrículas istintas por possuírem ierentes áreas e atuação prioritária: as matrículas municipais no ensino méio não são contabilizaas, 8 A tabela I sumariza essas inormações. 9 A partir e 2007, a receita por aluno em toas as moaliaes consieraas é obtia entro e caa uniae eerativa a partir o total e recursos o FUNDEB nessa unia o total e matrículas consieraas para a istribuição e caa esera e governo entro a eeração e os os custos relativos os alunos em caa moalia apresentaos pela tabela IV 10 Lei nº , e 20 e unho e Caso o total e recursos isponíveis e o total e matrículas consieraas entro a uniae eerativa untamente com o peso as ierentes moaliaes não permitam isso, o gasto mínimo no unamental e 2006 eve ser garantio reuzino a receita por alunos nas emais moaliaes.
4 20 assim como as matrículas na eucação inantil os estaos não as são. 12 A orma em que a conta para a istribuição os recursos o uno estaual entro a eeração poe ser representaa pela seguinte órmula: met ( mat ) t 1 = m m e m m, e matm, + mat mat Na órmula acima, met mat ) é o ator e istribuição e recursos o ( t 1 município m pertencente ao estao e no ano t. O ator e istribuição correspone ao percentual e recursos o uno estaual que cabe ao município, variano com o percentual e matrículas nas moaliaes ( m para as matrículas municipais e e para as matrículas estauais) e seus respectivos pesos ( ) e com o número e matrículas e toos os municípios e estao a uniae eerativa o ano anterior ( mat t 1 ) que são consieraos na regra m vigorano para o uno no ano t ( FUND t ). Os parâmetros, e e são aos pelas tabelas III e IV. As inormações sobre matrículas são obtias a partir o Censo Escolar. 13 Além os recursos recebios o uno estaual, os municípios são obrigaos a gastar no mínimo 25% e toas suas receitas e impostos e transerências em eucação. 14 Seno assim, o total e impostos vinculaos ao uno estaual, os municípios e estaos aina precisam vincular à eucação uma alíquota restante qu somaa com a vinculação ao uno estaual, garanta a vinculação mínima estipulaa por lei. Para as emais receitas, a vinculação eve ser e 25%. Daa essa vinculação mínima e o ato a legislação enatizar que os municípios tenham prioriae no atenimento o ensino unamental 12 A tabela III mostra isso ao separar as moaliaes consieraas para estaos e municípios. 13 O Censo Escolar isponibiliza inormações anuais sobre matrículas, turmas e ocentes em escolas e toas as rees e ensino. Os censos a partir o ano 1995 poem ser obtios no site o INEP. 14 Artigo 212 a Constituição Feeral e 1988.
5 21 obrigatório 15, o impacto os recursos o uno estaual sobre o ensino inantil está, e certa orma, conicionao ao atenimento o ensino unamental. Em particular, antes e 2007, o impacto os recursos era inireto, uma vez que os municípios não poiam usá-los iretamente no inantil. Até 2006, quanto maior o montante e recursos recebios o FUNDEF, maior a probabiliae o ensino unamental ser garantio a partir el possibilitano que o restante a vinculação obrigatória sea gasto em creches e pré-escolas. A partir e 2007, num contexto e ensino unamental praticamente universalizao 16, os recursos o FUNDEB passam a ter o potencial e impactar iretamente o ensino inantil pela possibiliae e utilização os recursos em beneício essa moaliae. Além isso, o FUNDEB, a partir e novas regras e istribuição os recursos, passa a incentivar o aumento e matrículas nessa moaliae. Na seção a seguir será escrita a metoologia utilizaa para avaliar o impacto essas moiicações sobre a eucação em creches. 15 Artigo 11 a Lei nº 9.394, e 20 e ezembro e Seguno aos o IBGE (PNAD e 2006), cerca e 97,2% as crianças em iae e cursar o ensino unamental (7 a 14 anos) estavam matriculaos nessa moaliae e ensino.
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