Cardiologia Órgão Oficial da Sociedade Portuguesa de Cardiologia

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1 Revista Portuguesa de Cardiologia Órgão Oficial da Sociedade Portuguesa de Cardiologia Portuguese Journal of Cardiology Vol. 29 Suplemento I/Supplement I Abril/ April 2010 Publicação Mensal/Monthly Publication Resumos das Comunicações

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4 SOCIEDADE PORTUGUESA DE CARDIOLOGIA DIRECÇÃO: Presidente: Manuel Antunes Secretário-Geral: Carlos Aguiar Tesoureiro: Miguel Sousa Uva VICE-PRESIDENTES: Sul: Cândida Fonseca Centro: João Morais Norte: Aníbal Albuquerque SECRETÁRIOS-ADJUNTOS: Sul: Fátima Pinto Centro: Marco Costa Norte: Victor Sanfins Delegado da Madeira: Eva Pereira Delegado dos Açores: Kiran Kumar Presidente-Eleito: Mário G. Lopes I-3

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6 A INVESTIGAÇÃO ORIGINAL APRESENTADA AO XXXI CONGRESSO PORTUGUES DE CARDIOLOGIA ^ Ao XXXI Congresso Português de Cardiologia, cujo lema é Doença cardiovascular Convergência de saberes, foram submetidos 599 resumos de trabalhos científicos originais. Apesar da data limite para submissão dos trabalhos ter sido antecipada (tal como a data do Congresso), em cerca de três semanas, verificou-se uma tendência crescente no número de resumos submetidos, com um aumento de 12% relativamente ao ano transacto. Todos os resumos foram enviados a cinco peritos da Sociedade Portuguesa de Cardiologia nas respectivas áreas e obtivemos a avaliação de todos os trabalhos por pelo menos três dos referidos cinco peritos. Foram aceites para apresentação no Congresso 455 trabalhos. Foram rejeitados 144 resumos, 24% do total, que obtiveram classificação inferior a 5 valores (numa escala de 0 a 10) ou não cumpriam os regulamentos. Usamos um critério exigente de forma a assegurar o bom nível do material apresentado. Foi a seguinte a distribuição dos resumos por temas: Temas Retirados Comunicaçoes ~ Submetidos Anulados Recusados pelos Autores Orais Cartazes Arritmologia Cardiologia Clínica Cardiologia de Intervenção Cardiologia Nuclear Cardiologia Pediátrica Cardiopatias Congénitas Ciência Básica Circulação Pulmonar / HTP Cirurgia Cardíaca Doença Coronária Doença Valvular Doença Vascular Não Coronária Doenças do Miocárdio e do Pericárdio Ecocardiografia Enfermagem Epidemiologia e Prevenção Esforço em Cardiologia Hipertensão Arterial Insuficiência Cardíaca Métodos de Imagem Outros Técnicas de Cardiopneumologia TOTAIS I-7

7 As Comunicações Orais (CO) dão início aos trabalhos na sexta feira, dia 9 de Abril 2010 e continuarão a ser apresentadas, nos vários horários, ao longo de todos os dias do Congresso. Disponibilizámos dez minutos para a apresentação e cinco minutos para a discussão de cada uma das 141 CO. Acompanhando a tendência internacional, o XXXI Congresso dá uma ênfase especial aos Cartazes como forma principal de apresentação de trabalhos originais. Os Cartazes foram agrupados em grupos temáticos. Serão expostos, no Espaço Aníbal Castro em cinco sessões, duas nos dias 10 e 11 e uma no dia 12 de Abril. Cada sessão inclui seis a oito grupos temáticos, com seis a dez cartazes cada. Em cada sessão, será dedicada uma hora à discussão pública dos trabalhos. Serão apresentados e discutidos sob a coordenação de 2 moderadores por tema / por grupo. Os resumos de todos os trabalhos apresentados no XXXI Congresso Português de Cardiologia, sob a forma de CO e Cartaz, serão entregues a todos os congressistas em suporte informático. Será ainda possível, caso os autores o permitam, fazer o download de outros matérias do Congresso. Assim, será colocada no Espaço Aníbal Castro uma rede de computadores, que permitirá, após a sua apresentação, disponibilizar para consulta ou download, se autorizados pelos autores, os seguintes materiais: Ficheiros Powerpoint dos Cartazes Slides das Comunicações Orais Slides das Conferências, Mesas Redondas, Controvérias e outras sessões do Pólo-Auditórios Procurámos, com todas as iniciativas acima descritas, promover a divulgação de um vasto número de trabalhos originais, fruto da investigação de vários Grupos e Escolas que reservaram o melhor do seu trabalho para apresentação no XXXI Congresso de Cardiologia. Pela partilha de experiências que todos nos vão proporcionar congratulamo-los e congratulamo-nos. A todos os peritos que tornaram possível a selecção e apresentação do melhor da nossa investigação, o nosso mais sincero agradecimento. Cândida Fonseca Presidente da Comissão Científica do XXXI Congresso Português de Cardiologia I-8

8 Resumo das Comunicações Orais (CO), e Cartazes (C) Os resumos incluídos no suplemento da Revista referente ao Congresso Português de Cardiologia foram trabalhados em base informática. Apesar do cuidado posto por todos na revisão, poderão ter surgido erros dos quais a Revista Portuguesa de Cardiologia pede desde já as devidas desculpas aos autores. I-9

9 Sexta-feira, 09 Abril de H30-15H00 ANFITEATRO JAIME CELESTINO DA COSTA ÍNDICES DE PROGNÓSTICO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: COMORBILIDADES, BIOMARCADORES OU SCORES? CO 1 SCORE PROGNÓSTICO PÓS-INTERNAMENTO POR INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA HÉLIA MARTINS, FÁTIMA SARAIVA 1, RUI BAPTISTA 1, PAULO MENDES 1, PEDRO MONTEIRO 1, SUSANA COSTA 1, FÁTIMA FRANCO 1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA 1 ( 1 Hospitais da Universidade de Coimbra) Introdução: Os mudanças doentes com insuficiência cardíaca avançada têm uma elevada taxa de morbilidade e mortalidade associada. Os reinternamentos por agudização da doença são frequentes e, em algumas situações, a melhoria da qualidade e duração de vida passa pela transplantação. Objectivo: Relacionar variáveis que, quando recolhidas à data de admissão do doente, se relacionem com o prognóstico. POPULAÇÃO E MÉTODOS: Foram estudados 207 doentes internados numa unidade de tratamento de insuficiência cardíaca avançada desde Janeiro de 2003 a Junho de Foi criado um score à data de admissão com as variáveis idade (>70 anos: 1 ponto; <70 anos: 0 pontos), sexo (masculino: 1 ponto), creatinina (>1.3 mg/dl: 1 ponto), diabetes mellitus (1 ponto) e fracção de ejecção por ecocardiografia (<40%: 1ponto). Consoante a presença destes factores, foi atribuído a cada doente um score de 0 a 5. Constituiram-se dois grupos: A - score 0,1 e 2 (n=129) e B - 3, 4, 5 (n=78). Em ambos os grupos foram comparadas a etiologia da IC, comorbilidades associadas, terapêutica à data de entrada e alta, parâmetros clínicos e analíticos. Como endpoint primário definiu-se a morte de causa cardiovascular, transplante ou reinternamento a 180 dias. O follow-up mediano foi de 4,1 anos. Resultados: O grupo A incluiu menos doentes com miocardiopatia isquémica (24,22% vs. 46,75%; p=0,001) mas sem diferenças significativas entre as restantes etiologias da IC. As comorbilidades associadas e terapêutica à data de admissão e alta não se revelaram diferentes entre ambos os grupos. Os doentes do grupo A tinham uma pressão arterial sistólica mais elevada (116 ± 24,02 vs. 106,87 ± 21,11mmHg; p=0,004) assim como a frequência cardíaca (90,03 ± 19,82 vs. 83,14 ± 18,5bpm; p=0,006) e diurese (837,29 ± 738,72 vs. 601,18 ± 537,31mL; p=0,023). Não se verificaram diferenças nos restantes parâmetros. A mortalidade de causa cardiovascular foi superior no grupo B (28 vs. 48,15%; p=0,012) assim como a ocorrência reinternamento a 180 dias (54,12 vs. 73,33%; p=0,033). A taxa de transplantação foi semelhante em ambos os grupos (17,05 vs. 17,95%; p=0,87). Conclusão: Um score superior ou igual a 3 quando analisadas as variáveis idade, sexo, creatinina, diabetes, fracção de ejecção associou-se a maior mortalidade de causa cardiovascular e reinternamento a 180 dias. CO 3 WORSENING UREA LEVELS IN ACUTE HEART FAILURE: A PARADOXICAL PREDICTOR OF PROGNOSIS CRISTIANA PAULO 1, JOANA MASCARENHAS 1, M. PATACHO 1, J. PIMENTA 1, PAULO BETTENCOURT 1 ( 1 Hospital de S. João, EPE) Background: In acute heart failure (AHF) renal function (RF) frequently declines. The prognostic impact of the deterioration of RF in that context is not fully understood. We intended to evaluate the degree of RF impairment and its prognostic impact using different markers of RF in patients hospitalized due to AHF. Additionally, we aimed to determine the relationship between the variation of that parameters and hemodynamic status at discharge. Methods: We prospectively included 201 patients admitted to our department due to AHF during a one-year period. Levels of blood urea (mg/dl), creatinine (mg/dl) and egfr (ml.min-1.m-2)-using Modification of Diet in Renal Disease equation-were determined and variations between admission and discharge values were calculated. ICG study was performed at discharge, including determination of: thoracic fluid content (TFC-/Kohm), cardiac index (CI-L/min/m2), stroke index (SI-ml/m2), systemic vascular resistance index (SVRI-dyne/sec/m2) and left ventricular ejection time (LVET-msec). Patients were followed up for 6 months, for the occurrence of all-cause death and hospital readmission. Prognosis was compared between groups using Cox proportional hazards regression. Continuous paired-variables were compared with Wilcoxon test. Hemodynamic parameters were correlated with markers of RF using Spearman's correlation coefficient. Results: Median age (interquartile range-iqr) of patients was 74 (63-80) years; 138(69%) were men. Median urea levels increased from admission to discharge (62(41-92)) to 71(51-95), p=0,006), while creatinine and egfr levels remained unchanged (1.25( ) to 1.17( ), p=0,064 and 54(37-71 to 55(41-72), p=0,159, respectively). A percente increase in urea from admission to discharge was associated with less occurrence of the composite outcome within 6 months from hospital discharge (HR 0.99, p<0.001). We obtained a weak but significant correlation between urea variation and the following hemodynamic parameters: TFC (rs =-0.21, p<0.01), SI (rs =0.19, p<0.01), SVRI (rs -0.15, p<0.05), LVET (rs=0.16, p<0.05). Conclusion: In our sample of AHF patients urea increased significantly between admission and discharge. Nevertheless, that increase was not associated to a worse prognosis, but, instead, to a better one. That apparent paradoxical association might be explained by hemodynamic reasons, as an increase in urea was associated to markers of less volume overload and better systolic function. CO 2 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDA E SÍNDROME CARDIO-RENAL: UM CÍRCULO VICIOSO...AINDA SEM SOLUÇÃO FRANCISCA CAETANO 1, ANA FAUSTINO 1, SÉRGIO BARRA 1, JOANA SILVA 1, RUI PROVIDÊNCIA 1, LUÍS SECA 1, PEDRO LOURENÇO GOMES 1, GISELA COSTA 1, ANA BOTELHO 1, ANTÓNIO LEITÃO-MARQUES 1 ( 1 Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões) Introdução: É hoje indiscutível o valor prognóstico da deterioração da função renal nos doentes (D) com insuficiência cardíaca aguda (ICA). O termo síndrome cardio-renal (SCR) tem sido cada vez mais utilizado sem uma definição consistente e aceite, talvez pelo facto desta entidade permanecer precariamente compreendida em termos de fisiopatologia. Objectivos: Avaliar a prevalência, factores preditores e consequências do SCR em D internados por ICA. Métodos: Análise retrospectiva de 155 D (50,3% sexo masculino; idade 74±11 anos) internados por ICA, num Serviço de Cardiologia, entre 01/06/2007 e 31/05/2009. Definimos SCR como um aumento? a 26,5 umol/l na creatinina sérica relativamente ao valor da admissão. Foram avaliados e comparados dados clínicos, analíticos e ecocardiográficos. Feito follow-up, referente a mortalidade, aos 30 e aos 90 dias. Resultados: Dos 155 D internados, 46 (29,7%) desenvolveram SCR; 5,4 ± 4,4 dias após a admissão. Na tabela estão as variáveis da admissão para as quais encontrámos associação com SCR. Não se encontrou associação com: sexo; antecedentes de diabetes mellitus, hipertensão arterial ou fibrilhação auricular; classe de NYHA na admissão; etiologia, clínica e factor precipitante da IC; valores de hemoglobina, NT-pro-BNP, sódio, ácido úrico ou bilirrubina total; ratio ureia/creatinina; disfunção sistólica ou diastólica. O grupo de D com SCR teve internamentos mais longos (14,1 vs 10,5; p=0,008); foram medicados com doses diárias máximas de furosemida mais elevadas (163mg vs 104 mg; p<0,001); mais frequentemente necessitaram de dopamina e/ou dobutamina (26,1% vs 7,3%; p=0,002) e de terapêutica de substituição renal (15,2% vs 0%; p<0,001). Não observámos diferenças no uso de vasodilatadores endovenosos, levosimendan ou ventilação não invasiva. A regressão logística permitiu obter um modelo preditor de SCR, que inclui a taxa de filtração glomerular (TFG) - MDRD - na admissão (OR 0,961) e a dose máxima diária de furosemida (OR 1,021). Dos D que desenvolveram SCR 69,6% (n=32) não recuperaram os níveis basais de creatinina, havendo mesmo um agravamento da função renal. Os D com SCR apresentaram maior mortalidade no internamento (19,6% vs 3,7%; p=0,001; OR 6,4), aos 30 dias (22,7% vs 6,5%; p=0,004; OR 4,2) e tendencialmente também aos 90 dias (27,3% vs 15%; p=0,077). Conclusões: A disfunção renal é comum em D com ICA, com impacto claramente negativo no prognóstico (internamentos mais longos e maior mortalidade a curto prazo). Neste trabalho, a TFG é o parâmetro que à admissão prediz maior probabilidade de desenvolver SCR. As doses mais elevadas de diuréticos usadas nestes D reforçam a ideia que a resistência a estes fármacos pode ser um factor presente na fisiopatologia do SCR. Assim, deste trabalho realça-se a importância já enfatizada nas actuais guidelines, da prevenção da lesão renal como um objectivo primário no tratamento da ICA, passando, talvez, por novas estratégias terapêuticas. Sem SCR (n=109) Com SCR (n=46) p Idade, anos 72,6±11,2 77,7±8,3 0,006 Ureia, mmol/l 11,2±6,8 15,4±11,1 0,038 Creatinina, umol/l 113,2±50,0 157,7±90,2 0,003 TFG - MDRD - ml/min/1,73m2 58,95±26,23 43,05±19,85 <0,001 Troponina I, ng/ml 1,01±5,96 2,53±11,69 0,045 Insuficiência renal crónica, % 27,5 50 0,007 Insuficiência mitral moderada, % 45,1 68,4 0,014 CO 4 PREVER O FUTURO EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA: O SEGREDO ESTÁ NO SÓDIO ELISABETE JORGE 1, RUI BAPTISTA 1, FÁTIMA SARAIVA 1, HÉLIA MARTINS 1, CAROLINA NÉGRIER LOURENÇO 1, PAULO MENDES 1, ROGÉRIO TEIXEIRA 1, NATÁLIA ANTÓNIO 1, SUSANA COSTA 1, PEDRO MONTEIRO 1, FÁTIMA FRANCO 1, LUÍS A. PROVIDÊNCIA1 (1Hospitais da Universidade de Coimbra) Introdução: A estratificação de risco dos doentes com insuficiência cardíaca (IC) avançada é essencial para definir a melhor estratégia de tratamento e seguimento clínico. Objectivos: Determinar os preditores independentes de morte ou transplante cardíaco (TC) a longo prazo numa população de doentes com IC avançada. População e Métodos: Análise retrospectiva de uma base de dados com 244 doentes com internamento numa unidade de cuidados intensivos com IC classe III ou IV de NYHA. O tempo médio de seguimento clínico foi de 41 meses após a alta hospitalar. A população foi sub-dividida: A: grupo que não atingiu o endpoint (morte ou TC), B: grupo que atingiu o endpoint. Resultados: Na população estudada, a creatinina (1,4 vs. 1,7 mg/dl, p=0,005) a natrémia (137,5 vs 135,6 mmol/l, p=0,013) o BNP (1058,6 vs. 1459,6 ng/ml, p=0,027) e a hemoglobina (13,6 vs 12,9 mg/dl, p=0,025) à admissão; o tratamento prévio com espironolactona (50,9 vs 69,2%, p=0,01) e com furosemida (80,9 vs.93,4%, p=0,012), o facto de se tratar de uma descompensação de IC crónica (83,2 vs. 93,8%, p=0,01) a presença de valvulopatia significativa (2,2 vs 8,0%, p=0,04) ou de miocardiopatia hipertrófica (0,0 vs. 3,6%, p=0,04), um VO2 máximo <14 ml/kg/min na prova de esforço cardio-pulmonar (23,9 vs 53,6%, p=0,001) e a necessidade de utilização de dopamina durante o internamento (p=0,012) foram preditores de morte ou TC na análise univariada. A taxa de morte ou TC no final do tempo de seguimento clínico foi de 54,5%. Na análise multivariada, verificou-se que valores mais baixos de sódio na admissão eram preditores independentes do endpoint em estudo [HR=1,027 (1,06-1,01), p=0,045, isto é, por cada diminuição de um mmol/l de sódio há um aumento de 3% da probabilidade de ocorrência do endpoint]. A descompensação da IC crónica (por oposição ao internamento por IC aguda) também foi um preditor independente de morte ou TC [HR:11,6 (1,3-102,4), p=0,028]. Conclusão: Na nossa população de doentes, apenas a hiponatrémia na admissão hospitalar e o facto de se tratar de uma descompensação de IC crónica (e não de IC aguda) foram preditores independentes de morte ou TC a longo prazo. A hiponatrémia é comprovadamente um factor de mau prognóstico na IC, mas este tem sido sobretudo estudado a curto prazo. Este trabalho realça o valor do sódio à admissão na estratificação de risco e no prognóstico a longo prazo dos doentes com IC avançada. I-11

10 CO 5 FACTORES PREDICTORES DA PROVASOPRESSINA C-TERMINAL (COPEPTINA), UM NOVO MARCADOR DE PROGNÓSTICO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA JOÃO SILVA MARQUES 1, DOROTEIA SILVA 1, ANA G. ALMEIDA 1, HENRIQUE LUZ RODRIGUES 2, MÁRIO G. LOPES 1 ( 1 Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria, 2 Faculdade de Medicina de Lisboa) Introdução: A Arg-vasopressina regula o balanço hídrico. A copeptina, a porção C-terminal da sua prohormona, é co-secretada mas, ao contrário desta, apresenta grande estabilidade in vitro. O valor clínico da utilização da copeptina foi demonstrado em doentes com insuficiência cardíaca, em que demonstrou ser superior ao BNP na predição de mortalidade. Objectivo: Avaliar quais as variáveis clínicas, laboratoriais e ecocardiográficas que se relacionam com os níveis de copeptina na insuficiência cardíaca crónica (ICC) e que justificam o seu valor prognóstico. Métodos: Foram incluídos prospectivamente 37 doentes (idade 68±11 anos, 29 do género masculino) num centro universitário. Os critérios de inclusão foram a presença de cardiopatia estrutural (dilatação ventricular e fracção de ejecção ventricular esquerda (FEj VE) <45%) com sintomas de insuficiência cardíaca em classe funcional da NYHA. O protocolo de investigação incluiu avaliação clínica, ecocardiográfica (MM, 2D, Doppler convencional e Doppler tecidular) e avaliação analítica com parâmetros de activação neurohormonal (copeptina, vasopressina, aldosterona, NT-proBNP). Resultados: A concentração média de copeptina foi 51,4±39,8pg/mL. Verificou-se uma forte correlação entre a copeptina, NT-proBNP e aldosterona (R=0,71; p<0,01 e R=0,70; p<0,01). A concentração de copeptina correlacionou-se com a osmolalidade sérica (R=0,47; p<0,01). A concentração de copeptina correlacionou-se positivamente com a concentração de creatinina e ureia (R=0,66; p<0,01 e R=0,51; p<0,01). Parâmetros ecocardiográficos de aumento da pré-carga do ventrículo direito, os diâmetros inspiratório e expiratório da veia cava inferior, também se correlacionaram com a concentração de copeptina (p 0,05). Não foi encontrada correlação entre os níveis séricos de copeptina e o péptido biologicamente activo, a Arg-vasopressina (p>0,05). Num modelo de regressão múltipla linear apenas os valores de ureia e de NT-proBNP demonstraram ser predictores independentes da copeptina. Conclusão: As concentrações de copeptina relacionam-se com parâmetros ecocardiográficos de aumento da pré-carga direita e a sua elevação ocorre em paralelo com os outros pro-péptidos e neurohormonas. Não se verificou associação dos níveis séricos de copeptina e da Arg-vasopressina. O nosso trabalho sugere que este facto pode dever-se a formas de eliminação distintas já que os níveis de copeptina estão directamente relacionados com marcadores da taxa de filtrado glomerular. CO 6 PROGNÓSTICO A LONGO PRAZO NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AGUDIZADA: VALOR DO SCORE NEUROHORMONAL FRANCISCO MOSCOSO COSTA 1, JORGE FERREIRA 1, CARLOS AGUIAR 1, RUTE COUTO 2, JOÃO FIGUEIRA 1, ANICETO SILVA 1 ( 1 Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz, 2 Hospital Santo Espírito, Angra do Heroísmo) Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é caracterizada pela activação neurohormonal (NH) cuja intensidade se correlaciona com o prognóstico. O péptido natriuretico tipo B (BNP), marcador de pressões de enchimento cardíaco elevadas e a endotelina (ET), marcador de hipoperfusão tecidular são alguns dos marcadores da estimulação neurohormonal doseáveis na actualidade. Objectivo: Avaliar o impacto prognóstico a longo termo de um score NH composto pelo NT-ProBNP e ET-1 em doentes com IC aguda. Métodos: Estudamos 16 doentes admitidos na nossa UCI com IC aguda em classe IV NYHA, 25% mulheres, idade média 62 anos e 56% de etiologia isquémica. Todos os doentes foram submetidos a monitorização hemodinâmica invasiva com catéteres arteriais periférico e pulmonar e terapêutica inotrópica ou vasoactiva. O NT-ProBNP (Elecsys 2010 ) e ET-1 (EIA R&D Systems ) foram avaliados após cateterização da artéria pulmonar. O resultado primário foi a incidência combinada de morte ou transplante cardíaco aos 2 anos. O melhor cut-off para NT-ProBNP e ET-1 foi calculado usando as curvas ROC e foi estabelecido 1 ponto para valores acima do cut-off para a determinação do Score NH. Resultados: O resultado primário ocorreu em 38% dos doentes. O score NH foi o melhor preditor do resultado primário (Tabela 1). O resultado primário ocorreu em 0% dos doentes com NH=0, em 43% dos 7 doentes com NH=1 e em 100% dos 3 doentes com NH=2 (Qui-quadrado, p=0,013). Conclusões: Neste pequeno estudo com IC aguda severa, um score neurohormonal combinando o NT-ProBNP e a endotelina-1 foi o melhor predictor para morte e transplante cardíaco a 2 anos. AUC 95% CI P value Idade 0,66 0,378 to 0,876 0,31 Sódio 0,75 0,466 to 0,930 0,06 Hemoglobina 0,62 0,341 to 0,850 0,46 Clearance creatinina 0,6 0,323 to 0,836 0,54 Fracção de ejecção ventricular esquerda 0,72 0,436 to 0,913 0,11 Pressão capilar artéria pulmonar 0,62 0,341 to 0,850 0,46 Índice Cardíaco 0,58 0,306 to 0,821 0,61 Cardiac Power Index 0,64 0,359 to 0,865 0,35 Heart failure Survival score 0,74 0,456 to 0,924 0,07 NT-ProBNP 0,64 0,359 to 0,863 0,38 ET-1 0,78 0,511 to 0,943 0,028 Score NH 0,90 0,647 to 0,987 0,0001 Sexta-feira, 09 Abril de H30-15H00 ANFITEATRO ARSÉNIO CORDEIRO DOENÇAS DO MIOCÁRDIO: DA ETIOPATOGENIA AO DIAGNÓSTICO I-12 CO 7 APRESENTAÇÃO E EVOLUÇÃO DA CARDIOMIOPATIA PERIPARTO EM MOÇAMBIQUE GULNAZE ARIF 1, ORVALHO AUGUSTO 2, FÁTIMA ABACASSAMO 2, CHARIZADE MUSSAGY 1, BONIFÁCIO MUCHANGA 1, IVONE THEMEZIRA 1, DOMINGOS DIOGO 1, ALBERTINO DAMASCENO 1 (1Hospital Central de Maputo, 2Universidade Eduardo Mondlane) Apresentação e evolução da Cardiomiopatia Periparto em Moçambique A cardiomiopatia periparto (CMPPP) é uma patologia frequente em África e particularmente em Moçambique. Apresentamos os resultados de um estudo prospectivo de uma série de 120 doentes, sucessivas, portadoras de CMPPP, diagnosticadas entre Julho de 2001 e Novembro de Definiu-se como critério de CMPPP, um quadro de insuficiência cardíaca de novo entre o último mês da gravidez e o quinto mês do puerpério, na ausência de patologia cardíaca conhecida, e em doentes seronegativas para o HIV. As doentes foram avaliadas clinicamente, submetidas a um ecocardiograma bidimensional, e a uma avaliação bioquímica, efectuadas no momento do diagnóstico, e aos 3º, 6º e 12º meses após o diagnóstico. A idade média na altura do diagnóstico foi de 25.8+_6.82 anos, realçando-se que 19% (23/120) das doentes tinham menos de 20 anos e 35% (42/120) eram primigestas. Foram perdidas 32 doentes durante o seguimento e faleceram 12 (mortalidade 10%). Nas restantes 76 doentes seguidas até ao 12º mes, verificou-se uma boa evolução clínica e da fracção de encurtamento (FS) avaliada ecocardiograficamente em 54% (41/76) das doentes (Grupo A), tendo as restantes 46% (35/76) (Grupo B) mantido uma FS inferior a 28% até o fim do seguimento. A multiparidade (82,9% para o grupo B versus 53,6% para o grupo A - P =0,008) e o diâmetro telediastólico do Ventrículo Esquerdo (DTDVE) na ecocardiografia basal (63+_5.54 para o grupo B versus 57.5+_6.00 para o grupo A - P=0,0001) associaram-se a um pior prognóstico. Em conclusão, numa analise prospectiva de uma série de 120 doentes portadoras de CMPPP, grande parte recuperou a função sistólica ao 12º mês. A multiparidade e o DTDVE muito aumentado na ecocardiografia basal foram identificados como factores de má evolução prognóstica. CO 8 CARDIOMIOPATIA ASSOCIADA À SÍNDROME DE MARFAN: UMA NOVA ENTIDADE DE UMA PATOLOGIA BEM CONHECIDA? FRANCISCO ALPENDURADA 1, RAAD MOHIADDIN 1 ( 1 Royal Brompton Hospital) Introdução: A síndrome de Marfan (SM) é a doença adquirida mais comum do tecido conjuntivo. O sistema cardiovascular (CV) é frequentemente envolvido e constitui a principal causa de mortalidade. O coração pode ser afectado já que a dilatação da raíz da aorta e prolapso da válvula mitral são causas frequentes de regurgitação valvular. No entanto, continua a haver dúvidas quanto à existência de uma cardiomiopatia (CM) primária, com estudo prévios mostrando resultados contraditórios. Objectivo: Avaliar a existência de uma CM primária usando ressonância magnética cardiovascular (RMC), uma vez que os estudos anteriores usaram a ecocardiografia como principal modalidade imagiológica. Métodos: A partir de uma coorte de 150 doentes consecutivos com SM referenciados para RMC, avaliámos 68 adultos sem história de cirurgia CV ou regurgitação valvular significantiva (moderada e grave). Dimensões da aorta foram obtidas ao nível da raíz, aorta ascendente, arco e aorta descendente. Volumes, fracção de ejecção (FE) e massa do ventrículo esquerdo (VE) e direito (VD) foram estimados usando um programa de análise semiautomático. Estes valores foram ajustados à idade, sexo e superfície corporal, e comparados com valores validados numa população normal usando a mesma metodologia. Os doentes foram então divididos em 2 grupos: FEVE normal e FEVE diminuída. Os dados clínicos foram obtidos a partir de registos médicos. Resultados: Uma proporção significativa de doentes (25.0%) apresentou FEVE diminuída (FE 53.8% ± 3.1% vs ± 4.5% grupo FEVE normal, p<0.01). O grupo com FEVE diminuída está associado a volumes VE telediastólicos e telesistólicos aumentados (25.0% e 30.8%, respectivamente), FEVD reduzida (10.3%), e marginalmente associado a diâmetros aórticos aumentados. Contudo, após ajuste dos diâmetros aórticos à superfície corporal, esta associação perdeu significado estatístico. Após regressão linear da FEVE com idade, sexo, superfície corporal, diâmetros aórticos, prolapso da válvula mitral, regurgitação valvular ligeira, sintomas cardíacos, pressão arterial e medicação CV, nenhum factor predictivo de FEVE diminuída foi encontrado. Conclusão: Este estudo demonstra a existência de uma CM primária num subgrupo de doentes com SM; e que é geralmente assintomática, associada a disfunção VE ligeira, e envolvendo o VD. Esta entidade parece ser independente de outras manifestações CV, sugerindo uma avaliação cardíaca precisa juntamente com a avaliação routineira a outros órgãos e sistemas. Estudos adicionais são necessários para avaliar causas subjacentes, história natural e eventos adversos. O tratamento não pode ser só dirigido à progressão da dilatação da aorta; também deve ser dedicado à preservação da função do miocárdio.

11 CO 9 FUNCTIONAL VARIANTS OF ANGIOTENSIN-CONVERTING ENZYME GENE AND PHENOTYPE EXPRESSION IN HYPERTROPHIC CARDIOMYOPATHY DULCE BRITO 1, ALEXANDRA FERNANDES 1, MANUEL BICHO 1, HUGO MADEIRA 1 ( 1 Faculdade de Medicina de Lisboa) Background and aim: The association of the insertion(i)-deletion(d) functional polymorphism in the ACE gene with clinical phenotypes in hypertrophic cardiomyopathy (HCM) has been studied but results are conflicting. The D allele may be associated with higher ACE levels, greater activation of RAAS, greater left ventricular hypertrophy (LVH) and a worse outcome. We tested this hypothesis, comparing the phenotypic expression - clinical (NYHA class, morbidity during followup), ECG, echocardiographic (echo) and hormonal/enzymatic (plasma NT-proBNP; serum ACE activity - sace)- in pts with HCM and different ACE genotypes (DD, ID, II). Methods: 26 pts (23 index-pts genetically independent) with HCM (major criteria) -14 with identified sarcomeric-related mutations in 4 different genes - were characterized. Echo study included the quantification of LVH by a score (LVHS) derived from the sum of the thickness of 9 left ventricular (LV) parietal segments. NT-proBNP plasma levels, sace activity and ACE genotype were determined. Comparison was made between 2 groups of pts, according to ACE genotype: Gr 1 (DD)-11 pts; Gr 2 (non-dd)-15 pts. Results (see also table): All pts had a hypertrophied, non-dilated well contracting LV. Groups 1 (8 female) and 2 (5 female) were similar in relation to age [45.8±18.6 (21-79)y vs 54.4±18.6 (20-81)y-p-0.26], gender, time of follow-up [8(2-33) vs 14 (1-30))y -p-0.12], clinical symptoms/morbidity, LVH on ECG (73% vs 60% -p-0.68), echo-indices and NT-proBNP. Nevertheless, groups differed markedly in relation to sace activity (p-0.003). Conclusions: the DD ACE polymorphism in this group of pts, although associated with a higher ACE activity, was neither associated with more severe LVH nor with a worse clinical status (reflected also in NT-proBNP). HCM pts are a heterogeneous population with multiple factors interplaying for the "final" phenotype. The influence of genetic polymorphisms on HCM phenotypes demands further comparative studies in both large families genetically identical or harboring different mutated genes. NYHA MORBIDITY ST MWT LVHS LVDD LAD sace (U/L) NT-proBNP II-III (mm) (mm) (mm) (mm) (mm) (U/L) (pg/ml Gr (n=11) (45.5%) (54.6%) ± 6 ± 7 ± ± 11 ± 3524 Gr (n=15) (26.7%) (33.3%) ± 4 ± 5 ± 3 ± 6.4 ± 8 ± p CO 10 MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA NÃO-OBSTRUTIVA: A IMPORTÂNCIA DA POSIÇÃO ORTOSTÁTICA ANA RITA ALMEIDA 1, RITA MIRANDA 1, SOFIA ALMEIDA 1, BRUNO STUART 1, LUÍS ROCHA LOPES 1, CARLOS COTRIM 1, MANUEL CARRAGETA 1 ( 1 Hospital Garcia de Orta, EPE) Introdução: A avaliação dos doentes (dts) com miocardiopatia hipertrófica (MCH) é realizada, habitualmente, em repouso. Quando estes doentes são submetidos a ecocardiografia de sobrecarga com esforço, os gradientes são geralmente avaliados imediatamente após o esforço e em decúbito, o que não reflecte as actividades da vida diária, nem a fisiopatologia desta entidade. Os gradientes na miocardiopatia hipertrófica são dinâmicos, apresentando maior magnitude em situações que aumentem a contractilidade miocárdica ou que diminuam a pré-carga ou a póscarga. A posição ortostática contribui para a diminuição da pré-carga. Objectivos: Avaliar os gradientes intraventriculares (GIV) em dts com MCH não-obstrutiva, com ecocardiografia de esforço em tapete rolante, durante o esforço e na recuperação imediata na posição ortostática. Métodos: Estudo prospectivo de 15 dts com MCH não-obstrutiva. Todos os dts foram submetidos a ecocardiografia de esforço em tapete rolante, utilizando o Protocolo de Bruce. A avaliação dos GIV foi realizada em: repouso em decúbito lateral esquerdo (DLE), imediatamente antes de inciar o esforço em posição ortostática (PO), no pico de esforço (PE) e na recuperação imediata na posição ortostática (RO). Resultados: Os doente tinham idade média de 44 ± 15 anos, sendo 8 do sexo masculino. Em repouso, na posição de DLE, os GIV estavam ausentes na totalidade dos dts; em repouso na PO, os GIV surgiram em 4 dts (27%); no PE, 10 dts (67%) desenvolveram GIV com um gradiente médio de 70 ± 32 mmhg; na RO, 12 (80%) dts apresentaram GIV, com um gradiente médio de 90 ± 45 mmhg (p value = 0,007 vs gradiente no PE). Conclusões: 1. Nos dts com MCH não-obstrutiva, os GIV podem surgir durante o esforço em tapete rolante. 2. Em alguns dts com MCH não-obstrutiva, os GIV podem ser observados apenas durante o período de recuperação imediata na posição ortostática. 3. Os GIV observados durante a recuperação imediata em posição ortostática têm uma magnitude significativamente maior comparativamente aos GIV obtidos no PE. ST=septal thickness; MWT=maximal wall thickness; LVDD= left ventricular diastolic dimension; LAD= left atrial dimension CO 11 MIOCARDITE AGUDA. PADRÕES CLÍNICOS E DE DEFORMAÇÃO MIOCÁRDICA POR SPECKLE TRACKING EM COMPARAÇÃO COM A NECROSE MIOCÁRDICA POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA VANESSA CARVALHO 1, JOÃO MARQUES 1, MIGUEL MENEZES 1, RAQUEL MAGALHÃES 1, M. GATO VARELA 1, SUSANA GONÇALVES 1, DULCE BRITO 1, ANA G. ALMEIDA 1, MÁRIO G. LOPES 1 (1Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria) Introdução: Na miocardite aguda, o conhecimento dos padrões clínicos, laboratoriais e de contractilidade ventricular poderá identificar doentes em risco de progressão para miocardiopatia dilatada. Objectivo: Caracterização clínica, laboratorial, ECG e de deformação miocárdica, avaliada por ecocardiografia (Eco) e a sua relação com a necrose miocárdica. Métodos: Estudo observacional prospectivo. Incluíram-se doentes (dts) consecutivos com diagnóstico de miocardite aguda, com 3 de 4 critérios: precordialgia e/ou insuficiência cardíaca; marcadores de necrose miocárdica positivos; coronariografia normal; confirmação do diagnóstico por ressonância magnética cardiovascular (RMC). Realizou-se RMC a 17 dts, presumindo-se com alta probabilidade o diagnóstico de miocardite nos restantes 3. Efectuou-se avaliação clínica, laboratorial (PCR alta sensibilidade, NT-pro-BNP, troponina I, CK, CK-MB), ECG e Eco - convencional e de deformação miocárdica por speckle tracking (Vivid7, GE). Por Eco obteve-se: a) fracção de ejecção (FEJ); b) score segmentar de contractilidade: SCS= Score de cada um de 16 segmentos/16 (ASE); c) Índices de deformação miocárdica - strain circunferencial e radial - obtidos em curto-eixo basal, médio e apical nos 16 segmentos; d) presença de realce tardio após contraste (necrose) em cada segmento, obtido por RMC. Resultados: Foram incluídos 20 dts (18 homens,28±12anos) com precordialgia (45% opressiva, 25% pleurítica), 80% com pródromo viral, 95% com alterações ECG (70% elevação segmento ST, sendo 57% com elevação difusa e 65% inversão de ondas T). Todos revelaram elevação de?1 marcador de necrose: 90% elevação de troponina I (11,6±10,7ug/ml), 90% da PCR (5±4,5mg/dL), 70% de NTproBNP (463,2±470,4pg/mL). A FEJ estava discretamente diminuída em 5 dts (59,3%±7,58%) e o SCS em 1 (1,15±0,24). Os segmentos com realce tardio tinham menor strain circunferencial comparado com os que o não tinham (-9.2±8.3% vs -12.5±5.6%, p=0.04), mas valores semelhantes de strain radial (31,0±12,1% vs 32,4±2.9%, p=0.56). Não se verificou relação significativa entre os padrões clínicos e os biomarcadores cardíacos. Conclusões: A apresentação clínica, laboratorial e ECG da miocardite foi semelhante à de uma síndrome coronária aguda, tendo a maioria dos dts FEJ normal, mas valores de strain circunferencial segmentar por speckle tracking diminuidos nos segmentos com necrose detectada por RMC. Não se verificou relação entre os padrões clínicos e os biomarcadores cardíacos. CO 12 CARACTERIZAÇÃO E SEGUIMENTO DE POPULAÇÃO COM NÃO COMPACTAÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO EMANUEL CORREIA 1, LUÍS FERREIRA DOS SANTOS 1, BRUNO RODRIGUES 1, RITA FARIA 1, PEDRO GAMA 1, CELESTE NASCIMENTO 1, JOÃO PIPA 1, COSTA CABRAL 1, ODETE DIONÍSIO 1, OLIVEIRA SANTOS1 ( 1 Hospital de São Teotónio, EPE) Introdução: A não compactação do ventrículo esquerdo (NCVE) é uma miocardiopatia genética primária rara caracterizada pela persistência de trabéculas e recessos intertrabeculares profundos e numeroso comunicantes com a cavidade ventricular. Pode manifestar-se como insuficiência cardíca, arritmias( ventriculares ou supraventriculares), fenómenos embólicos ou ser diagnosticada em pacientes assintomáticos. Neste trabalho caracterizamos uma série de 14 pacientes afectados à data do diagnóstico e após seguimento. Métodos: Identificaram-se 14 pacientes que preenchiam os critérios de Jenni para o diagnóstico de NCVE.Caracterizou-se a clínica de apresentação, o ecocardiograma à admissão e o estado clinico em Novembro de Resultados: A população é constituida por nove homens (64%), idade média 56±14 anos. A apresentação mais frequente foi globalmente insuficiência cardíaca (43%) mas nos homens foi arritmia ventricular (n=3) ou enfarte agudo do miocárdio (n=3). A fração ejeção estava diminuida na maioria dos doentes (média 41%) e o ventriculo esquerdo dilatado (média 6,1cm). O tempo de seguimento foi de 8±5 meses. Neste período um paciente faleceu, um necessitou de transplante cardíaco e em dois implantou-se CDI. Dos 12 sobreviventes sem transplante cardíaco, 10 (83%) encontram-se em classe funcional I/II NYHA. Conclusões: Da patologia com elevada morbilidade e mortalidade descrita pelos primeiros autores temos evoluido para a noção de patologia com apresentação e evolução variáveis. A nossa série reforça a noção de que apesar de poder ter desfecho desfavorável a curto prazo (uma morte e um paciente necessitou de transplante cardíaco), muitos dos pacientes estarão em classe funcional NYHA I ou II. Um maior tempo de seguimento permitirá no futuro complementar estas conclusões. SEXO IDADE APRESENTAÇÃO FOLOW UP DdVE EF LOCALIZAÇÃO AEsq MESES CLASSE NYHA P1 F 35 ARRITMIA SV 11 I/II 5,2 42 SEPTO-APICAL 3,9 P2 F 54 ICC 11 I/II 5,7 77 APICO- LATERAL 3,8 P3 M 35 ARRITMIA SV 5 I/II 5,1 53 APICO-LATERAL 3,3 P4 M 43 ARRITMIA SV 1 I/II 7,0 34 SEPTO-APICAL 4,0 P5 M 65 EAM 5 I/II 4,6 55 SEPTO-APICAL 4,3 P6 M 69 ICC 18 I/II 6,1 48 LATERAL+INTERIOR 4,8 P7 M 52 ICC 16 TRANSPLANTE 7,4 18 LATERAL+INTERIOR 6,0 P8 F 69 ICC 7 III/IV 7,0 29 APLICO+LATERAL 4,9 P9 M 75 EAM 4 FALECIDO 7,0 10 SEPTO+APICAL 5,7 P10 M 52 ARRITMIA SV 9 I/II 5,2 59 LATERAL 3,9 +INFERIOR APLICAL P11 M 46 ARRITMIA V 3 I/II 5,6 57 APICAL 3,8 SEPTO APLICAL P12 F 64 ICC 5 III/IV 5,2 58 SEPTO-APICAL 4,1 P13 F 64 ICC 3 I/II 8,0 16 LATERAL+ INFERIOR+ APICO- P14 M 45 EAM 14 I/II 6,6 21 LATERAL 4,5 M ,1 41 4,4 I-13

12 Sexta-feira, 09 Abril de H30-15H00 ANFITEATRO J. MONIZ DE BETTENCOURT ECOCARDIOGRAFIA - IMPACTO CLÍNICO DAS TÉCNICAS DE DEFORMAÇÃO MIOCÁRDICA (STRAIN) CO 13 STRAIN TECIDULAR POR SPECKLE TRACKING NA MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA EMANUEL CORREIA 1, RITA FARIA 1, LUÍS FERREIRA DOS SANTOS 1, BRUNO RODRIGUES 1, PEDRO GAMA 1, CELESTE NASCIMENTO 1, ODETE DIONÍSIO 1, COSTA CABRAL 1, OLIVEIRA SANTOS 1 ( 1 Hospital de São Teotónio, EPE) Introdução: Avanços tecnológicos recentes permitiram avaliar a deformação miocárdica regional (Strain) em várias patologias. Na miocardiopatia hipertrófica (MCH) permitiu evidenciar disfunção sistólica regional apesar de função sistólica global preservada. A técnica de Doppler tecidular (TD), além de morosa, apresenta reprodutibilidade limitada. A tecnologia de strain bidimensional por speckle tracking (ST) permitiu superar muitas dessas limitações. No nosso trabalho caracterizamos a função sistólica longitudinal de seis segmentos do ventrículo esquerdo em pacientes com MCH por ST. Métodos: Avaliaram-se 32 pacientes com MCH por ecocardiograma bidimensional e Doppler cor. As imagens adquiridas foram analisadas com software dedicado quantificando-se o Strain longitudinal dos segmentos basal, médio e apical nas paredes septal e lateral. Análise estatística com SPSS 17.0 utilizando "Paired samples T test" e coeficiente de correlação de Pearson. Resultados: A população é constituída por 23 homens (72%), 55±13,5 anos. SIV basal 2,1±0,47cm, relação SIV/PPost 1,8±0,4; 1 paciente com MCH apical. Na tabela 1 apresentam-se as médias dos valores de Strain obtidos para cada segmento. Os valores ao nível do septo basal foram significativamente inferiores aos dos restantes segmentos (p=0,000*). Os valores de Strain no SIV basal tiveram uma correlação moderada (R =0,331) com a espessura do SIV basal (gráfico 1). Conclusões: A técnica de Strain tecidular por ST permite de modo rápido e reprodutível avaliar a deformação miocárdica regional. O Strain longitudinal aumentou da base para o ápex em ambas as paredes. Os valores encontrados ao nível do SIV basal foram significativamente inferiores aos dos restantes segmentos analisados. Observou-se correlação moderada entre maior espessura do SIV e diminuição dos valores de Strain nesse segmento. TABELA 1: Valores de Strain Longitudinal Max Min Médio Desvio padrão p SEPTO BASAL -19,48-1,95-7,7984 4,95784 MÉDIO -26,89 2,81-11,6297 7, ,000* APICAL -37,45-7,86-22,9975 8, ,000* PAREDE LATERAL APICAL -39,71-4,42-21,7156 9, ,000* MÉDIO -27,75-6,72-14,7334 6, ,000* BASAL -25,58 -,42-13,0662 6, ,001* CO 14 VÁLVULA AÓRTICA PERCUTÂNEA TRANSAPICAL: IMPLICAÇÕES NA MECÂNICA VENTRICU- LAR. RESULTADOS INICIAIS FRANCISCO MOSCOSO COSTA 1, REGINA RIBEIRAS 1, PEDRO CARMO 1, JOÃO BRITO 1, RITA CALÉ 1, JOSÉ PEDRO NEVES 1, RUI CAMPANTE TELES 1, MANUEL DE SOUSA ALMEIDA 1, CARMO CALQUINHA 1, MANUEL CANADA 1, MARIA JOÃO ANDRADE 1, RAQUEL GOUVEIA 1, JOÃO QUEIROZ E MELO 1, ANICETO SILVA 1 ( 1 Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz) Introdução: A implantação de válvulas aórticas percutâneas por via transapical (VAP) constitui uma nova alternativa para doentes com estenose valvular aórtica (EAo) grave e risco cirúrgico elevado. A deformação torsional Ventricular esquerda (VE) resultante da rotaçao do apex (Rºap) em relaçao à base (Rºbase) tem um importante papel na conservação da função sistólica VE. As condições promotoras de perturbação das fibras subendocárdicas, como a idade, a EAo e hipertrofia ventricular esquerda (HVE), induzem uma redução do Strain Longitudinal (SL), com aumento compensatório da Rºap, dependente das fibras subepicárdicas.a técnica da VAPT apesar de corrigir a patologia valvular, aliviando a sobrecarga de pressão ao VE, exige agressão mecânica ao ápex VE. Sendo a população-alvo desta modalidade terapêutica, idosa e com HVE, um insulto apical poderia comprometer o mecanismo de compensação descrito e agravar a função sistólica VE pós VAPT. Objectivo: Avaliar as alterações funcionais do VE pré e pós VAPT. Métodos: Estudamos os primeiros 11 doentes(d) consecutivos, submetidos a VAPT no nosso centro, com idade média 80 anos, 3 do sexo feminino. O Euroscore médio era 29. Comparamos parâmetros ecocardiograficos de função valvular e VE, por 2D, MM, Doppler e 2D Strain pré e até ao 1ºmês pós VAPT. Avaliaram-se especificamente os valores de SL/Strain Circunferencial (SC), Rºap e Rºbase, expressos em % e graus(º), respectivamente. Resultados: Os D avaliados apresentavam previamente á VAPT, valores médios de gradientes máximos transvalvulares aórticos (G.máx.VAo) de 78mmHg, área funcional de 0,7cm2 e índice massa ventricular esquerdo 195g/m2. Observou-se redução significativa dos G.máx.VAo (78mmHg para 23mmHg, P 0,001). Regurgitação periprotésica grau1 em 3D. Houve tendência para melhoria do SL e Fracção de Ejecção (FEj.VE), com redução do SC, sem atingir significado estatístico. A Rºap máxima não se reduziu, pós VAPT - (pré=5,6º vs pós= 9º NS). Sem alterações significativas dos restantes parâmetros ecocardiográficos. Conclusões: Não se observou prejuízo da Rºap, avaliada por 2DS, apesar da agressão mecânica ao ápex VE, metodologia intrinseca da VAPT. Este aspecto é sobreponível aos resultados publicados em séries de substituição valvular convencional. A correcção da EAo revelou tendência para melhoria do SL, com conservação da Rºap e da FEj.VE. O reduzido numero de casos e curto tempo de seguimento limitam os resultados estatísticos. I-14 CO 15 OBESIDADE: ASSOCIAÇÃO ENTRE ÍNDICES DE ALTERAÇÃO DO METABOLISMO GLICÉMICO E ALTERAÇÕES DA DEFORMAÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA DOROTEIA SILVA 1, FLORBELA FERREIRA 1, JOÃO SILVA MARQUES 1, CLÁUDIA JORGE 1, JOÃO MARTINS MARTINS 1, ANA G. ALMEIDA 1, MÁRIO G. LOPES 1 ( 1 Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria) Introdução: A obesidade é uma patologia que se encontra frequentemente associada a múltiplas co-morbilidade, tais como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial e dislipidémia. Muitas destas doenças são consequência de um mecanismo etiopatogénico comum: a insulino-resistência. Estudos sugerem que a obesidade é uma condição que causa disfunção ventricular esquerda, mesmo na ausência de doença cardíaca estrutural. Não é conhecida a relação entre estas duas variáveis. Objectivo: Avaliar a relação entre obesidade, índices de alteração do metabolismo glicémico e parâmetros ecocardiográficos de função sistólica do ventrículo esquerdo (VE). Métodos: Foram avaliados doentes obesos, seguidos na consulta de obesidade de um centro universitário. Os dados demográficos e clínicos foram colhidos mediante questionário. Realizou-se avaliação analítica (que inclui a determinação de HbA1c, frutosamina, insulina, péptido C) e ecocardiográfica de todos os doentes. Em pós-processamento, mediu-se o strain e strain rate global (SG, SRG) do ventrículo esquerdo por speckle-tracking imaging. As associações das variáveis foram determinadas pela coeficiente de correlação de Pearson. Resultados: Foram estudados 22 doentes obesos, 77% do sexo masculino, com idade média de 47±12 anos. O índice de massa corporal médio foi de 39± 4 Kg/m2, a percentagem de massa gorda de 46±7% e o perímetro abdominal de 119±10 cm. Os doentes apresentaram valores médios de glicémia de 105±37 mg/dl, HbA1c 8.8±3.7%, frutosamina 209±34 mmol/l, insulina 20±12 mui/l e péptido C 2.3±0.7 ng/ml. Relativamente ao perfil lipídico, o colesterol total médio foi de 205±48 mg/dl, colesterol-ldl 125±45 mg/dl, triglicéridos 139±80 mg/dl, colesterol-hdl 50±10 mg/dl. O aumento dos valores de glicémia associou-se à elevação dos valores de frutosamina (R=0.76; p<0.01), os quais se associaram à diminuição dos valores SG (R=-0.58; p=0.04) e do SRG (R=-0.58; p=0.04) do VE. A associação dos valores de HbA1c, insulina e péptido C ao SG e SRG do VE não apresentou significado estatístico. Conclusões: Na obesidade, os valores de frutosamina associam-se às alterações da deformação ventricular esquerda. Esta associação deverá ser alvo de investigação adicional. CO 16 ACUIDADE DOS PARÂMETROS DE DEFORMAÇÃO MIOCÁRDICA CIRCUNFERENCIAL E RADIAL NA AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO SISTÓLICA SEGMENTAR EM DOENTES COM ENFARTE AGUDO DO MIOCÁRDIO SUSANA ROBALO MARTINS 1, NUNO CORTEZ-DIAS 1, MIGUEL ALMEIDA RIBEIRO 1, SÓNIA RIBEIRO 1, SUSANA GONÇALVES 1, LAURA SANTOS 1, JOÃO SILVA MARQUES 1, DOROTEIA SILVA 1, CLÁUDIA JORGE 1, ARMANDO BORDALO E SÁ 1, MANUELA FIÚZA 1, ANTÓNIO NUNES DIOGO 1, MÁRIO G. LOPES 1 ( 1 Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria) Objectivo: Avaliar se os métodos ecocardiográficos de análise da deformação miocárdica circunferencial e radial conseguem identificar as alterações da cinética segmentar em doentes com enfarte agudo do miocárdio com elevação de ST (EAMEST). Metodologia: Em doentes (dts) consecutivos com EAMEST submetidos a angioplastia primária foi realizado ecocardiograma (Vivid 7, GE) nas primeiras 72h de internamento. A cinética segmentar foi avaliada com determinação do Wall Motion Score (WMS) por 2 operadores independentes, com atribuição da classificação final por consenso. Em pós-processamento, mediu-se o pico sistólico de strain circunferencial (PSSC) e o pico máximo de strain radial (PMSR). Os parâmetros de deformação foram comparados em função do WMS e do plano ventricular pelo teste ANOVA e a sua associação foi avaliada pelo coeficiente de correlação de Kendall's Tau b. A acuidade na detecção de anomalia da cinética segmentar (WMS?2) foi determinada pela área sob a Receiver Operator Curve. Resultados: Foram avaliados 69 dts (sexo masculino: 70%; 63±14 anos), com doença coronária de 1, 2 e 3 vasos em 62%, 21% e 17%, respectivamente. A artéria responsável pelo EAM foi a descendente anterior em 34%, a circunflexa em 26% e a coronária direita em 36%. A qualidade da imagem foi adequada ao estudo por speckle-tracking em 931 segmentos ventriculares. O PSSC foi mais negativo nos segmentos normocinéticos (p<0,001), enquanto o PMSR diminuiu progressivamente com o WMS (p<0,001). Entre os segmentos normocinéticos e hipocinéticos, o PSSC variou com o plano ventricular, sendo mais negativo nos segmentos apicais (p<0,001). Por isso, a correlação do PSSC com o WMS aumentou do plano basal (k=0,342) para o médio (k=0,409) e o apical (k=0,411), p<0,001. A acuidade global do PSSC na detecção de anomalia da cinética segmentar (ROC:0,76) foi superior à do PMSR (ROC:0,66) e o valor de -14,2% apresentou a melhor relação sensibilidade-especificidade (70% e 70%). Conclusão: Os parâmetros de deformação circunferencial e radial permitem a quantificação objectiva do compromisso da cinética segmentar.

13 CO 17 PADRÃO DE DEFORMAÇÃO NÃO HOMOGÉNEA DO VENTRÍCULO ESQUERDO NA HIPERTENSÃO ARTERIAL: SERÁ ESTA A REGRA? Catarina Santos de Sousa1, Susana Gonçalves1, Fausto J. Pinto1 (1Faculdade de Medicina de Lisboa) Introdução: Novas modalidades ecocardiográficas como o strain e o strain rate bidimensional podem permitir identificar alterações precoces do ventrículo esquerdo na hipertensão arterial e ajudar a estratificar o risco e prognóstico nestes doentes. Objectivo: Caracterização da função segmentar sistólica e diastólica do ventriculo esquerdo na hipertensão arterial sistémica com fracção de ejecção conservada, utilizando o strain bidimensional. Material e métodos: Estudo comparativo observacional. 95 doentes (dts) com hipertensão arterial (HTA) e fracção de ejecção > 50% e um grupo controlo (C) constituído por 20 voluntários saudáveis foram avaliados. A função ventricular esquerda sistólica e diastólica foi avaliada por ecocardiografia 2D, modo M e Doppler (incluindo Doppler de fluxos, Doppler tecidular miocárdico e deformação longitudinal miocárdica por 2 D strain - speckle tracking). Resultados: O grupo HTA era em média mais velho (59±11 vs 40±13 anos) e tinha um índice de massa corporal mais elevado (27,5±4 vs 25±4 Kg/m2). O strain longitudinal do septo basal, segmentos basal e mediano da parede lateral, segmentos apicais da parede inferior e anterior e segmento mediano da parede anterior estava significativamente diminuído no grupo dos doentes hipertensos (tabela 1 e figura 1). O pico E de strain rate longitudinal estava significativamente diminuído em todos os segmentos medianos, no segmento basal da parede lateral e segmentos apicais da parede anterior e inferior. Conclusão: Os segmentos basais das paredes anterior e inferior e segmento apical do septo são menos afectados pela hipertensão arterial. As alterações verificadas de deformação miocárdica nos diferentes segmentos do ventrículo esquerdo podem dever-se ao padrão de distribuição das fibras miocárdicas que respondem de forma diferente a um aumento do pós carga. Strain longitudinal (%) HTA (n-95) C (n-20) p Segmento septo basal -14,3±4,4-17,7±3,4 0,02 Segmento lateral basal -18,4±5-21,8±4,1 0,02 Segmento lateral mediano -16,7±4,8-20,1±3,8 0,01 Segmento anterior mediano -15,9±6,2-18,6±5,5 0,03 Segmento anterior apical -16,9±8,5-20,9±6 0,03 Segmento inferior apical -20,2±6,1-23,3±3,1 0,01 CO 18 CORRELAÇÃO ENTRE OS NÍVEIS DE BNP E 2D STRAIN EM DOENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA LÍGIA MENDES1, JOSÉ FERREIRA SANTOS1, PEDRO AMADOR 1, SARA GONÇALVES1, CARLA MIRANDA 1, SANDRA CORREIA 1, LEONEL BERNARDINO 1, LUÍS NEVES SOARES 1 ( 1 Centro Hospitalar de Setúbal, EPE Hospital de São Bernardo) Racional e Objectivo: O BNP relaciona-se com o estiramento do miocárdico e consequentemente com a função cardíaca. Adicionalmente os níveis de BNP correlacionam-se com diversas medidas ecocardiográficas convencionais e de Doppler tecidular. Este estudo teve como objectivo avaliar a relação entre os níveis de BNP e parâmetros de função cardíaca obtidos com 2D Strain, em doentes com insuficiência cardíaca. Métodos: Avaliaram-se 20 doentes (idade 67±2 anos, 13 homens), sem fibrilhação auricular e sem doença valvular significativa. Registaram-se as características clínicas e demográficas. O exame ecocardiográfico foi realizado segundo as recomendações da Sociedade Americana de Ecocardiografia tendo sido determinado: os volumes das cavidades cardíacas, a fracção de ejecção ventricular esquerda (FEVE), o Doppler espectral pulsado trans-mitral e trans-tricúspide (E, A e E/A). Por Doppler tecidular pulsado foram obtidas as velocidades longitudinais ao nível do anel mitral septal e lateral e tricúspide (Sm, Em, Am, E/Em). Por Speckle Tracking Imaging foi determinado o Strain radial ao nível dos músculos papilares, o Strain longitudinal médio (4 câmaras, 2 câmaras e apical longo eixo) e o Strain longitudinal global. Foi avaliada a correlação entre os níveis de BNP e os diversos parâmetros ecocardioráficos determinados. Resultados: 11 doentes (55%) tinham função ventricular esquerda preservada (FEVE >40%). A mediana dos valores do BNP foi de 178 ng/ml (P25 86; P75 514). As correlações entre os níveis do BNP e os parâmetros ecocardiográficos encontram-se expostos na tabela. Conclusões: Este estudo confirma que os parâmetros ecocardiográficos convencionais se correlacionam com os níveis de BNP. No entanto, o Strain radial e longitudinal revelaram uma forte correlação com o BNP, podendo traduzir-se numa ferramenta promissora para a abordagem dos doentes com insuficiência cardíaca. Coeficiente de correlação (r) p (sperman s rho) Volume telediastólico VE (ml/m2) 0,49 0,029 Volume telesistólico VE (ml/m2) 0,54 0,015 Fração Ejecção VE (%) -0,48 0,031 E/A Mitral 0,74 0,001 E/Em Septal 0,57 0,009 Tempo de aceleração do tracto de saída do VD -0,52 0,039 Volume aurícula direita 0,64 0,002 Strain radial médio -0,66 0,008 Strain longitudinal médio apical longo eixo 0,47 0,035 Strain longitudinal médio 2C 0,72 <0,001 Strain longitudinal médio 4C 0,45 0,047 Strain longitudinal global 0,62 0,004 Sexta-feira, 09 Abril de H30-15H00 ANFITEATRO JOÃO PORTO REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA COMPLEXA CO 19 DRUG-ELUTING VERSUS BARE-METAL STENTS NO TRATAMENTO DE LESÕES AORTO-OSTIAIS: COMPARAÇÃO NO LONGO TERMO ANDRÉ LUZ 1, CHRISTINE HUGHES 1, TEODORO BISCEGLIA 1, RUI MAGALHÃES 2, DIDIER TCHETCHE 1, ANTOINE SAUGUET 1, BRUNO FARAH 1, JEAN FAJADET 1 ( 1 CLINIQUE PASTEUR, TOULOUSE, FRANÇA, 2INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS ABEL SALAZAR) Introdução e Objectivos: As lesões coronárias aorto-ostiais (LAO), em comparação com lesões menos complexas, têm particularidades anatómicas responsáveis pelos resultados menos favoráveis quando tratadas por Intervenção Coronária Percutânea (ICP). A sua prevalência em ensaios clínicos aleatorizados é escassa, sendo a comparação dos resultados entre drug-eluting (DES) e bare-metal stents (BMS) baseada em registos observacionais. Por vezes, essas séries excluem doentes (dts) de alto risco. O nosso objectivo, foi comparar a sobrevida livre de eventos cardio/cérebrovasculares major (MACCE), numa população consecutiva de dts submetidos a ICP com DES ou BMS, qualquer que fosse o contexto clínico. Material e Métodos: Estudo retrospectivo, unicêntrico, consecutivo, de dts submetidos a ICP de LAO nos últimos 5 anos, definindo-se LAO como lesões até 3mm desde a origem aórtica. Foram apenas consideradas lesões "de novo", em artéria nativa (tronco comum ostial e coronária direita), sem doença valvular concomitante. MACCE definiu-se como o composto de morte cardiovascular (MC), enfarte com onda Q, acidente vascular cerebral (AVC), e revascularização da lesão alvo (TLR). A análise de sobrevida livre de MACCE estratificada para o tipo de stent (grupo DES vs grupo BMS) foi construída pelo método Kaplan-Meier, sendo a diferença avaliada pelo teste Log-Rank. As comparações entre grupos com p<0.05 foram consideradas significativas. A análise estatística foi elaborada em SPSS v15. Resultados: Identificaram-se 181 dts, 62% do sexo masculino. A idade média foi 73±9.2 anos. O tempo mediano (P25-P75) de seguimento foi 722 dias ( ), sendo a taxa de dts com seguimento 98% (3 dts não contactáveis, DES = 91, BMS = 87). 24.9% tinha um EuroSCORE logístico > 10%. O grupo DES era mais jovem (70.7 ± 15 vs 75.5 ± 8.4, p<0.001), tinha maior proporção de diabéticos (39.4% vs 25.3%, p=0.044), maior proporção de pós-dilatação (48.9% vs 23.0%, p<0.001), tinha stents mais longos (16.4mm ± 6.7 vs 14.2 ± 4.1, p=0.008), menor diâmetro de referência (3.5mm ± 1.0 vs 3.7mm ± 0.5, p=0.032), e menor taxa de implantação na coronária direita que no tronco comum (60% vs 83.9%, p<0.001). Registaram-se 35 (19.7%) MACCE: DES=15 (16.5%), BMS=20(23.0%), p=0.2. Não houve diferenças na MC, no enfarte com Q, no AVC e na TLR. A curva de sobrevida livre de MACCE (gráfico) não mostrou diferença significativa entre os dois grupos (Log-Rank p = 0.462). Conclusão: A taxa de MACCE global parece adaptada às características desta população, onde quase 1/4 tinha um risco calculado de mortalidade > 10% se fosse operado. Não houve diferenças na sobrevida livre de MACCE entre DES e BMS nas LAO. Entre outras causas, isso pode dever-se ao grande calibre dos vasos abordados, reduzindo o impacte favorável dos DES na redução da TLR observada em lesões de menor calibre. CO 20 PROGNÓSTICO A LONGO PRAZO DE OCTOGENÁRIOS SUBMETIDOS A INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA JOÃO BRITO 1, PEDRO GALVÃO SANTOS 1, MANUEL DE SOUSA ALMEIDA 1, RUI CAMPANTE TELES 1, RITA CALÉ 1, FRANCISCO MOSCOSO COSTA 1, LUÍS RAPOSO 1, PEDRO ARAÚJO GONÇALVES 1, PEDRO JERÓNIMO SOUSA 1, GONÇALO CARDOSO 1, PEDRO CARMO 1, ANICETO SILVA 1 ( 1 CENTRO HOSPITALAR DE LISBOA OCIDENTAL, EPE HOSPITAL DE SANTA CRUZ) Introdução: O debate referente à relação risco/benefício da revascularização coronária percutânea (ICP) em doentes (dts) muito idosos impõe-se face ao envelhecimento da população e aumento da esperança média de vida. A idade avançada e as muitas comorbilidades associadas condicionam de forma desfavorável o prognóstico associado aos procedimentos invasivos. O objectivo deste trabalho foi avaliar o benefício clínico da ICP em doentes com idade > 80 anos, determinando a incidência de complicações globais periprocedimento e a sobrevivência média livre de eventos cardíacos major a longo prazo. População e métodos: Estudo longitudinal de centro único, incluindo 110 dts consecutivos com idade mínima de 80 anos (idade média de 82,4±2,3 anos; 63 [57,3%] do sexo masculino; 28 [25,5%] diabéticos) submetidos a ICP entre 2004 e A indicação para ICP foi electiva em 58 dts (52,7%) e por síndrome coronária aguda (SCA) em 52 dts(47,3%) (dos quais, 8 dts por EAM com supra de ST). A fracção de ejecção ventricular esquerda estava preservada em 63 dts (57,3%); 84 dts (76,3%) tinham doença multivaso; 28 dts (25,5%) tinham antecedentes de EAM, 29 (26,4%) tinham história de CABG e 23 (20,9%) de ICP. As comorbilidades associadas mais relevantes foram: doença renal crónica estadio 2 (35,5%), doença vascular periférica (8,2%), patologia cerebrovascular (11,8%). Avaliaram-se as complicações periprocedimento e a mortalidade cardiovascular e MACE (morte cardiovascular, EAM não fatal, revascularização de vaso alvo [TVR] ou cirurgia coronária[cabg]) a longo prazo, utilizando-se curvas de Kaplan-Meyer para sobrevida e regressão logística de Cox para determinar preditores de eventos. Resultados: Foram tratadas 188 lesões com 190 stents (65% stents revestidos por fármaco [DES]). Em 68,2% dts foi usado pelo menos um DES. O sucesso angiográfico (estenose residual<20%) foi obtido em 108 dts (98,2%). As complicações hospitalares verificadas foram: morte em 6 dts (5.5%), das quais 5 em doentes com SCA (3 dts com EAM com supra de ST); EAM periprocedimento em 2 dts (3,4% das ICP electivas); 1 AVC periprocedimento (0,9%); indução de hemodiálise em 2 dts (1,8%); pseudoaneurisma femoral em 3 dts (2,7%). No seguimento clínico médio de 42,2±20,6 meses ocorreram: 41 mortes de todas as causas (37,3%), das quais 15 de causa cardiovascular (13,6%); 15 EAM não fatal (13,6%); 16 TVR (14,5%); 3 CABG (2,7%) e 7 AVC (6,4%). Ocorreram 34 MACE (30,9%) com uma sobrevivência média livre de eventos cardiovasculares de 35,4±23,1 meses. Em análise multivariada os preditores independentes de MACE foram a localização das lesões na artéria descendente anterior proximal (hazard ratio=2,67 IC 95% [1,30-5,46], p=0,007) e circunflexa proximal (hazard ratio=2,59 (1,28-5,26), p=0,008). Conclusões: O período alargado de seguimento adoptado neste estudo permitiu observar uma longa sobrevivência média livre de eventos (3 anos), apesar de estarmos perante uma população de alto risco com elevada taxa de comorbilidades e idade média de 82 anos. A incidência de eventos periprocedimento, nomeadamente a morte intra-hospitalar, foi considerável mas deve ser tido em conta o contexto de SCA em que a maioria desses eventos ocorreu. I-15

14 CO 21 ESTRATÉGIAS DE REVASCULARIZAÇÃO PERCUTÂNEA EM LESÕES DE BYPASSES VENOSOS AORTO-CORONÁRIOS: RESULTADOS A LONGO PRAZO SÍLVIO LEAL 1, RUI CAMPANTE TELES 1, MIGUEL ALVES 2, RITA CALÉ 1, PEDRO GALVÃO SANTOS 1, FRANCISCO MOSCOSO COSTA 1, GONÇALO CARDOSO 1, LUÍS RAPOSO 1, MANUEL DE SOUSA ALMEIDA 1, ANICETO SILVA1 (1Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz, 2Hospital Distrital de Santarém, EPE) Introdução: Metade dos bypasses venosos (BPV) apresentam doença aterosclerótica obstrutiva aos 10 anos, com relevante impacto prognóstico. A intervenção percutânea (ICP) tornou-se o tratamento de escolha destes casos, permanecendo no entanto por determinar quais as melhores estratégias de intervenção. OBJECTIVO: Comparar estratégias percutâneas de revascularização de BPV, relativamente ao local de intervenção (bypass vs vaso nativo (VN)) e ao tipo de stent utilizado. Métodos: Estudo prospectivo longitudinal de centro único incluindo 793 ICPs consecutivas em doentes com lesão aterosclerótica de BPV. Idade média de 66,7±9,5 anos, 72,3% sexo masculino. Características basais: HTA 72,5%, DM 33,2%, dislipidémia 69,9%, tabagismo 8,8%, antecedentes EAM 49,6%. Forma de apresentação: DAC estável 63,1%, AI 11,0%, EAMSST 22,6%, EAMCST 3,4%. Avaliámos os parâmetros clínicos e angiográficos por subgrupos pré-definidos: ICP BPV vs vaso nativo vs combinado; drug-eluted (DES) vs bare metal (BMS) stent vs misto. Realizouse análise regressiva de Cox quanto à sobrevida livre de eventos para os seguintes objectivos (1) morte global (2) falência de vaso alvo (TVF) e (3) ocorrência combinada de morte/eam/tvf (MACE-TVF). Resultados: No seguimento total (796±548 dias) os objectivos observados foram: mortalidade 10,9%, TVF 19,0%, MACE-TVF 29,5%. Na análise comparativa do local de intervenção (ICP BPV 17,2%, ICP VN 74,4%, ICP combinada 8,4%) não se observaram diferenças significativas entre os grupos (morte P=0,22 [gráfico em anexo], TVF P=0,97, MACE-TVF P=0,80). No que respeita ao tipo de stent utilizado (DES 83,2%, BMS 10,2%, misto 3,2%) o mesmo sucedeu (morte P=0,09, TLR-TVF P=0,24, MACE-TVF P=0,64). Na análise por subgrupos observa-se que a implantação de DES é preditora de sobrevivência (P<0,001) nos doentes intervencionados no VN mas não em BPV. Conclusão: Numa população de doentes coronários operados não foram evidenciadas diferenças significativas na mortalidade, EAM e falência do vaso alvo a longo prazo. Os stents farmacológicos favoreceram a sobrevida naqueles que foram tratados no vaso nativo mas não nas intervenções em que foram abordadas as safenas. CO 22 EUROSCORE: PREDITOR DE EVENTOS CARDIOVASCULARES NA INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA PEDRO JERÓNIMO SOUSA 1, PEDRO ARAÚJO GONÇALVES 1, RUI CAMPANTE TELES 1, LUÍS RAPOSO 1, JOÃO BRITO 1, JOSÉ LUÍS PALOS 1, HENRIQUE FIGUEIREDO 1, EDUARDO VARANDAS 1, MANUEL DE SOUSA ALMEIDA 1, JOSÉ ANICETO SILVA 1 ( 1 Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz) Introdução: O modelo de risco EuroSCORE foi originalmente desenvolvido para aplicação em doentes submetidos a cirurgia cardíaca. Porém, sendo simples e objectivo, tem vindo a ser estudada a sua aplicabilidade a outras populações de doentes. Objectivo: Aplicar o modelo de risco EuroSCORE na intervenção coronária percutânea na presença de doença multivaso e verificar o seu desempenho como preditor de eventos cardiovasculares. Métodos e resultados: De um registo prospectivo de 5611 intervenções coronárias percutâneas (ICP) consecutivas realizadas de Janeiro de 2003 a Junho de 2008, seleccionamos para análise 2314, correspondendo a primeiras intervenções em doentes com estenose do tronco comum ou doença de 2 ou 3 vasos. A idade média foi de 65±11 anos, e 78% eram do sexo masculino. Nesta amostra calculou-se o modelo de risco EuroSCORE logístico (mediana 2,86%, IQ: 1,49-5,84) e testou-se como preditor dos eventos cardiovasculares (MACE): morte, enfarte de miocárdio e "falência do vaso alvo". O seguimento médio foi de 702±487 dias, ocorrendo MACE em 292 doentes (12,6%), dos quais 165 (7,1%) no primeiro ano. O EuroSCORE mostrou-se um bom preditor de MACE a um ano (curva ROC com AUC de 68%, melhor limiar 12%). Em 91% dos doentes obteve-se um EuroSCORE <12%. Nestes, ocorreu MACE em 5,5% (versus 23% em doentes com EuroSCORE?12%, p<0,001).por análise multivariada (modelo de regressão de Cox), um EuroSCORE <12% foi preditor independente para ausência de MACE, com Hazard Ratio de 0,58 (0,40-0,83, p=0,004). Também foram preditores independentes para a ocorrência de MACE: idade, diabetes, doença vascular periférica, insuficiência renal crónica, ICP por síndrome coronário agudo e a não utilização de drug eluted stents. Conclusão: O EuroSCORE logístico foi um preditor independente da ocorrência de morte, enfarte do miocárdio ou "falência do vaso alvo", quando aplicado a esta população com doença multivaso submetidos a ICP. CO 23 VALOR PROGNÓSTICO DO SYNTAX SCORE NA ANGIOPLASTIA DO TRONCO COMUM NÃO PROTEGIDO JOÃO BRITO 1, RUI CAMPANTE TELES 1, PEDRO ARAÚJO GONÇALVES 1, PEDRO JERÓNIMO SOUSA 1, PEDRO GALVÃO SANTOS 1, MIGUEL BORGES SANTOS 1, PEDRO CARMO 2, LUÍS RAPOSO 1, EDUARDO VARANDAS 1, JOSÉ BAPTISTA 1, MANUEL DE SOUSA ALMEIDA 1, ANICETO SILVA 1 ( 1 Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz, 2 Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de S. Francisco Xavier) Introdução: O SYNTAX Score (S.Score) caracteriza a anatomia coronária relativamente ao número de lesões, complexidade e localização das mesmas. Apesar de o seu valor preditivo na intervenção coronária percutânea (ICP) na doença de 3 vasos já ter sido demonstrado, escasseiam ainda dados relativamente à sua validade em populações seleccionadas, designadamente em doentes submetidos a ICP do tronco comum não protegido (TCNP). Este trabalho tem como objectivo avaliar o valor prognóstico do S.Score para eventos clínicos numa população submetida a ICP do TCNP na nossa instituição. População e métodos: Estudo longitudinal de centro único que incluiu 118 doentes consecutivos submetidos a ICP do TCNP entre Março de 1999 e Dezembro de Estudaram-se prospectivamente as características clínicas e demográficas e realizou-se a revisão das variáveis angiográficas da população para determinação retrospectiva do S.Score. A população apresentava 79,7% de dts do sexo masculino, idade média 66 ±12 anos, 69,5% hipertensos, 25,4% diabéticos e 68,6% com fracção de ejecção do ventrículo esquerdo normal. 52,5% dos dts foram submetidos a ICP electiva do TCNP no contexto de angina estável. Foi utilizado pelo menos 1 stent revestido por fármaco (DES) em 72,9% dos casos. Foi utilizada regressão logística de Cox para avaliar a relação do S.Score com a mortalidade cardiovascular (CV) e MACE: morte CV, enfarte não fatal (EAM) e revascularização de vaso alvo (TVR). A capacidade de discriminação do S.Score foi avaliada através de curvas ROC. Resultados: Aos 30 dias observou-se morte CV num total de 5 dts (4,2%). No seguimento médio de 32 ± 24 meses, ocorreram 17 mortes de causa CV (14,4%) e 30 MACE (25,4%). Aos 30 dias, o S.Score não teve valor preditivo mas no seguimento a longo prazo, previu significativamente a ocorrência de morte CV (hazard ratio [HR] ajustado= 1,069 IC95% [1,030-1,109], p<0,0001) e MACE (HR ajustado=1,044 [1,013-1,076], p=0,005), mesmo quando corrigido para potenciais confundidores. As áreas debaixo da curva para o S.Score relativamente a morte CV e MACE a longo prazo foram 0,75 (p=0,0006) e 0,63 (p=0,032), respectivamente. Foram identificados os valores 32,5 e 28 como melhores "cut-off" para discriminar os dts de maior risco para morte CV e MACE, respectivamente. Conclusão: Numa população de doentes intervencionados ao tronco comum não protegido, o SYNTAX score apresenta uma boa capacidade preditora quanto à mortalidade de causa cardiovascular a longo prazo. CO 24 OVERLAPPING DRUG ELUTING-STENTS - LIMUS VERSUS PACLITAXEL MIGUEL BIGOTTE VIEIRA 1, RUTE BAETA BAPTISTA 1, E. INFANTE DE OLIVEIRA 2, HENRIQUE MESQUITA GABRIEL 2, PEDRO ALMEIDA 2, ISABEL ROCHA 1, P. CANAS DA SILVA 2, MÁRIO G. LOPES 2 ( 1 Faculdade de Medicina de Lisboa, 2 Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria) Background: Percutaneous treatment of long lesions or diffuse coronary disease frequently requires the use of overlapping drug-eluting stents (DES). Concerns have been raised about persistent inflammation and delayed re-endothelialization at overlapping compared to non-overlapping sites due to drug toxicity or polymer instability. Animal pathologic studies found evidence of increased inflammation and delayed healing in overlapping DES sites. Clinically, overlapping DES are associated with greater late lumen loss, more frequent angiographic restenosis and stent thrombosis. Objective: Study the influence of antiproliferative drug type, Sirolimus eluting stent (SES) or Paclitaxel eluting stent (PES), in clinical outcomes of overlapping DES. Methods: Retrospective pool analysis of consecutive patients submitted to coronary stenting in one center. Define two groups of patients treated with two overlapping DES according with type of antiproliferative drug (limus or paclitaxel). Minimum follow-up of four years. Primary end-point defined as the combination of all major adverse cardiovascular events (MACE) - death, myocardial infarction, stent thrombosis, target lesion revascularization. Results: 68 patients received two overlapping drug-eluting stents (SES 24; PES 44). There were no significant differences between groups regarding major cardiovascular risk factors, left ventricular function, maximum stent length and maximum stent diameter. At 24 months, 7 patients achieved the primary end-point [SES 2 (8.3%) vs. PES 5 (11.4%), NS]. At 48 months, 13 patients achieved the primary end-point [SES 4 (16.7%) vs. PES 9 (20.5%), NS]. Kaplan-Meyer analysis for primary end-point was not significant (see figure - cumulative hazard). There were no significant differences between groups regarding separate MACE analysis at 24 or 48 months. Conclusion: In this long-term retrospective non-randomized study, clinical outcomes of overlapping DES were not influenced by the type of antiproliferative drug (limus vs. paclitaxel). I-16

15 Sexta-feira, 09 Abril de H30-15H00 ANFITEATRO ALFREDO FRANCO ABLAÇÃO DE SUBSTRACTOS COMPLEXOS - ASPECTOS TÉCNICOS E IMPLICAÇÕES CLÍNICAS CO 25 ABLAÇÃO DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR SOB INR TERAPÊUTICO: UMA ESTRATÉGIA SEGURA MARTHA BOUZIN 1, DIOGO CAVACO 1, PEDRO ADRAGÃO 1, KATYA REIS-SANTOS 1, LEONOR PARREIRA 1, DAVID CABRITA 1, SUSANA MARCELINO 1, MARTA MARQUES 1, RUI RODRIGUES 1, MIGUEL ABECASIS 1 ( 1 Hospital da Luz) Fundamentos: Não está definida qual a melhor estratégia para manejo da hipocoagulação na altura da ablação de fibrilhação auricular. A maioria dos centros opta por interromper a anti-coagulação oral alguns dias antes do procedimento, sendo depois reiniciada com sobreposição com heparina standard ou heparina de baixo peso molecular até INR terapêutico. Objectivo: Avaliar a segurança de uma estratégia de manutenção da hipocoagulação oral em dose eficaz (INR terapêutico) durante o procedimento de ablação da fibrilhação auricular, quando comparada com a estratégia convencional (interrupção da hipocoagulação para o procedimento). População e Métodos: Avaliámos 2 grupos de doentes, de um total de 163 procedimentos de ablação de fibrilhação auricular, efectuados no nosso centro entre Junho de 2007 e Dezembro de 2009, segundo o valor de INR no dia do procedimento. O grupo A (n= 106) incluía doentes que nunca tinham efectuado hipocoagulação e aqueles que tinham suspenso hipocoagulação oral com valor de INR inferior a 1,8. O grupo B (n= 57) era constituído pelos doentes que apresentavam INR superior ou igual a 1,8 (e inferior a 3) no dia do exame. Todos os doentes efectuaram ecocardiograma transesofágico ou Angio TC cardíaca para exclusão de trombos na aurícula esquerda, nas 24 h prévias ao procedimento. O procedimento consistiu para todos no isolamento percutâneo das veias pulmonares com sistema de navegação magnética, guiado por mapeamento electroanatómico (CARTO-RMT) e cateter duodecapolar circular (LASSO). Foram comparadas complicações hemorrágicas/embólicas peri-procedimento em ambos os grupos. Resultados: Ocorreu uma complicação vascular relacionada com a punção no grupo A (pseudoaneurisma femoral com necessidade de intervenção cirúrgica) e nenhuma no grupo B. Não existiram em nenhum dos grupos, no período peri-procedimento doentes com tamponamento cardíaco, acidente vascular cerebral ou hemorragia com necessidade de transfusão sanguínea. Conclusões: A manutenção da terapêutica hipocoagulante oral durante o isolamento das veias pulmonares é segura e eficaz, na nossa experiência. Esta estratégia pode ser uma alternativa ao uso de heparina de baixo peso molecular mantendo níveis estáveis de hipocoagulação durante e após o procedimento, facilitando o período pós alta hospitalar e reduzindo o risco de níveis insuficientes ou excessivos de hipocoagulação. CO 26 A ABLAÇÃO DE TAQUICARDIA VENTRICULAR REDUZ SIGNIFICATIVAMENTE O NÚMERO DE CHOQUES EM DOENTES PORTADORES DE CARDIOVERSORES-DESFIBRILHADORES IMPLANTÁVEIS CARLA ROQUE 1, DIOGO CAVACO 2, KATYA REIS SANTOS 2, FRANCISCO BELLO MORGADO 2, PEDRO ADRAGÃO 2 ( 1 Centro Hospitalar do Porto, EPE Hospital Geral de Santo António, 2 Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz) Introdução: Terapias frequentes do cardioversor desfibrilhador implantável (CDI) por taquicardia ventricular (TV) prejudicam a qualidade de vida, têm efeito deletério na função ventricular e estão associadas a um aumento significativo da mortalidade. Objectivo: Determinar o impacto da ablação por catéter da TV em doentes (dts) com terapêuticas recidivantes pelo dispositivo apesar de terapêutica antiarritmica. Métodos: Foram estudados 30 dts consecutivos com CDI submetidos a ablação de TV de 2005 a A ablação da TV clínica foi realizada utilizando sistemas de mapeamento tridimensional (CARTO, NAVX) e técnicas convencionais de pace-mapping, activation mapping, identificação de potenciais diastólicos e entrainment mapping. O número de terapias (pacing anti-taquicardia e choques) foi determinado com a interrogação dos aparelhos e consulta dos registos clínicos dos dts. O número de terapias antes e após foi comparado. Resultados: A idade média foi 65±12 anos. 93% (28 dts) eram do sexo masculino. A etiologia da TV era miocardiopatia (M) isquémica em 21 dts (70%). Outras etiologias eram M dilatada idiopatica (4 dts), valvular (1), vírica (1) e hipertensiva (1); um dte tinha M hipertrófica e 1 não tinha doença estrutural. Durante o período médio de 43±40 meses entre a implantação e a ablação (5 a 180) os dts receberam 89±103 terapias que incluíram 18±16 choques. A ablação foi bem sucedida em 80%. 5 dts foram submetidos a mais do que um procedimento (média 1,2±0,5). Foi realizada abordagem epicardica em 3 dtes. Em 3 casos (10%) não se conseguiu a supressão da TV clínica e em outros 3, apesar de mais difícil de induzir, a TV era ainda indutível no final. Durante um período de seguimento de 24±17 meses (0,5 a 55) 1 dt foi transplantado e 6 dts faleceram (20%): 2 de causa desconhecida potencialmente arrítmica, 2 de causa cardíaca não arritmica e 2 de causa não cardíaca. O número de terapias do CDI foi significativamente reduzida para 38±62 (p 0,050) com redução muito significativa do número de choques para 4,1±7,7 (p 0,001). Verificou-se uma redução de 74% do número de choques por mês de 1,0±2,4 para 0,2±0,5 (p NS). Após a ablação 17 dts (57%) não voltaram a ter choques e 8 dts (27%) não tiveram qualquer terapia do CDI. Conclusões: Nesta população de dts portadores de CDI com frequentes terapias por TV apesar de anti-arrítmicos, a ablação da TV teve uma taxa de sucesso de 80% neste centro e esteve associada a uma redução significativa do número de choques do CDI. CO 27 ABLAÇÃO DE FIBRILHAÇÃO AURICULAR COM NAVEGAÇÃO MAGNÉTICA: IMPACTO DOS AVANÇOS NO SISTEMA PARA REDUÇÃO DA EXPOSIÇÃO AO RX PEDRO ADRAGÃO 1, DIOGO CAVACO 1, MARTHA BOUZIN 1, LEONOR PARREIRA 1, KATYA REIS-SANTOS1, PEDRO CARMO 1, DAVID CABRITA 1, SUSANA MARCELINO 1, MIGUEL ABECASIS 1 ( 1 Hospital da Luz) A ablação percutânea de FA é o tratamento de escolha, para formas paroxísticas e persistentes refractárias a terapêutica anti-arrítmica. A exposição a radiação ionizante é um dos problemas deste tipo de procedimentos. O sistema de navegação magnético ao utilizar cateteres não rígidos com baixo risco de perfuração permite efectuar ablação de FA com reduzida exposição ao RX por parte de doente e pessoal de saúde. Desde o início da nossa experiência com o sistema (Junho 2007) que têm surgido avanços tecnológicos no próprio ou nos cateteres utilizados. Objectivo: avaliar a exposição a radiação ionizante por parte dos doentes submetidos a ablação de FA, com sistema de navegação magnética e a sua relação com avanços tecnológicos introduzidos. Métodos: Análise retrospectiva do tempo de exposição a radiação ionizante por parte de doentes submetidos a ablação de fibrilhação auricular com Sistema de Navegação Magnética em diferentes momentos no tempo: fase inicial, com cateter de 8 mm (grupo A), após início de utilização de cateter irrigado (grupo B) e após aumento do campo magnético para 0,1 T (grupo C). A população estudada consistiu em 157 doentes. Resultados: (ver tabela) Os resultados atingem significado estatístico quando comparados grupo a grupo (teste t de Student, p<0,01). Conclusão: Os avanços tecnológicos associados ao SNM permitem actualmente ablação de fibrilhação auricular com tempos de fluoroscopia muito curtos (< 10 min), diminuindo os riscos associados à exposição a radiação ionizante. N Tempo de fluoroscopia (min) (média/dp) Grupo A 72 33,9 ± 13,12 Grupo B 56 17,94 ± 6,36 Grupo C 29 10,89 ± 6,47 CO 28 FIBROSE AURICULAR NA FIBRILHAÇÃO AURICULAR PRÉ-ABLAÇÃO AVALIADA POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: IMPACTO NA FUNÇÃO AURICULAR? ANA G. ALMEIDA 1, JOÃO DE SOUSA 1, LUÍS CARPINTEIRO 1, JOÃO SILVA MARQUES 1, NUNO CORTEZ-DIAS 1, DOROTEIA SILVA 1, CLÁUDIA JORGE 1, MÁRIO G. LOPES 1 ( 1 Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria) Introdução: A fibrilhação auricular (FA associa-se a fibrose auricular difusa, dependendo de diferentes factores entre os quais a sua duração, sendo aparente predictora de resposta à terapêutica. A ressonância magnética cardiovascular (RMC) permite detectar a fibrose miocárdica através da sequência de realce tardio. O objectivo deste estudo consistiu em avaliar a presença e extensão da fibrose auricular esquerda por RMC em doentes préablação de FA e estimar a sua relação com as dimensões e função auricular. Métodos: Foram incluídos 47 doentes (dts) consecutivos (42 homens, 42±8 anos), com FA paroxística e indicação para ablação da FA. Antes do procedimento, efectuaram RMC com obtenção de angiografia da aurícula esquerda para avaliação da anatomia auricular e das veias pulmonares e permitir a utilização do sistema CARTO durante a ablação. Durante o estudo RMC, foi também avaliado: volumes e fracção de ejecção do VE (SSFP, curto-eixo); volumes e fracção de ejecção da aurícula esquerda (SSFP, curto-eixo); realce tardio após contraste do ventrículo esquerdo e da aurícula esquerda (curto-eixo e planos axiais). O realce tardio auricular foi analisado pela sua presença em 1 (realce ligeiro), 2 (realce moderado) e 3 (realce extenso) paredes auriculares, sendo estas classificadas em anterior, posterior e septal. A análise de volumes, fracção de ejecção e presença de realce tardio foi efectuada em estação de trabalho (Philips View Forum Release 6.1). Resultados: Os exames foram considerados de boa qualidade em todos os dts. O volume telediastólico VE médio foi de 68±5ml/m2 (56-82), sendo normal em todos os dts; a fracção de ejecção média foi de 58±4%(48-67), sendo de 50% em dois; o volume auricular médio foi de 115±21ml, estando aumentado em 45%; a fracção de ejecção média da aurícula esquerda foi de 45±11%, diminuída em 65% dos dts. Foi detectada a presença de fibrose auricular ligeira em 17 dts, moderada em 22 e extensa em 8. Comprando os 3 grupos de realce tardio, verificou-se diferença significativa do volume auricular e da fracção de ejecção entre o grupo de fibrose ligeira e o grupo de fibrose extensa (p=0,04 e p=0,01), não havendo relação entre os restantes grupos. Conclusão: Em doentes com fibrilhação auricular indicados para ablação, a RMC permite quantificar a extensão da fibrose auricular que se relacionou com volumes e função da aurícula esquerda I-17

16 CO 29 ABLAÇÃO DE ARRITMIAS DA CÂMARA DE SAÍDA DO VENTRÍCULO DIREITO GUIADA PELO SIS- TEMA DE MAPEAMENTO TRIDIMENSIONAL "SEM-CONTACTO" - RESULTADOS A LONGO-PRAZO ANA LOUSINHA 1, PEDRO SILVA CUNHA 1, MÁRIO MARTINS OLIVEIRA 1, MANUEL NOGUEIRA DA SILVA 1, SOFIA SANTOS 1, FERNANDO MARQUES 1, ALEXANDRA TOSTE 1, HAMAD HAMAD 1, JOÃO ABREU 1, RUI CRUZ FERREIRA 1 (1Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta) As arritmias ventriculares com origem na câmara de saída do ventrículo direito (CSVD) constituem uma entidade comum na ausência de cardiopatia estrutural. Em doentes (D) sem arritmias indutíveis, a ablação por cateter com energia de radiofrequência (RF) utilizando métodos convencionais pode tornar-se difícil. Os sistemas de mapeamento tridimensionais permitem cartografias de activação a partir de um único ciclo cardíaco, sendolhes reconhecida elevada eficácia na identificação da actividade focal. Objectivo: analisar os resultados da ablação de arritmias da CSVD com recurso a mapeamento de extrassístoles ventriculares (EV) pelo Sistema Ensite Array. População e Métodos: 14D (12 mulheres; 44±17 anos) com documentação de arritmias ventriculares associadas a sintomatologia recorrente (palpitações - n=10; pré-síncope - n=2; tonturas - n=4) apesar de antiarrítmicos, e com ECG sugerindo origem na CSVD, submetidos a ablação por cateter com sistema de mapeamento sem-contacto (Ensite 3000). Todos apresentavam arritmias com padrão de bloqueio de ramo esquerdo e eixo frontal inferior. Dois D tinham episódios de taquicardia ventricular (TV) mantida e os restantes, documentação por Holter de TV não mantida ou EV muito frequentes (12667±10344 / 24 horas). Foi excluída cardiopatia estrutural por ecocardiograma e/ou ressonância magnética em 12 D, havendo um D com CIA corrigida e ecocardiograma normal e um D com EAM prévio, submetido a revascularização percutânea e sem isquemia residual. Resultados: Durante o estudo electrofisiológico, foi documentada actividade ectópica na CSVD, com origem focal na parede postero-septal (8D), septal (3) e antero-lateral (3D). A aplicação de RF na zona de activação mais precoce (13±5 aplicações; 50w, 60ºC, 60s) obteve abolição total das EV em 12D (86%). O registo de Holter efectuado no 1º mês pósablação, mostrou <1% EV em 8D (67%), <2% em 2D (16%) e <7% em 1D (8%). Um D foi submetido a novo procedimento por recorrência arrítmica. Durante um seguimento médio de 33±28 meses, 10 D mantiveram-se assintomáticos sem terapêutica antiarrítimica e 4 D referiram palpitações esporádicas, bem toleradas. Conclusão: No tratamento ablativo das arritmias idiopáticas da CSVD, o sistema de mapeamento sem-contacto contribui para uma melhor identificação do substrato arrítmico, revelando-se um método muito útil, com excelentes resultados na ablação guiada por EV espontâneas e reduzida taxa de recorrências a longo-prazo. CO 30 O ISOLAMENTO DAS VEIAS PULMONARES COM ACTIVIDADE FOCAL AUTOMÁTICA PODE SER SUFICIENTE NA ABLAÇÃO DA FIBRILHAÇÃO AURICULAR PAROXÍSTICA? PEDRO SILVA CUNHA 1, MÁRIO MARTINS OLIVEIRA 1, MANUEL NOGUEIRA DA SILVA 1, ANA LOUSINHA 1, SOFIA SANTOS 1, FERNANDO MARQUES 1, SANDRA ALVES 1, RUI CRUZ FERREIRA 1 ( 1 Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta) O reconhecimento de que a actividade eléctrica das veias pulmonares (VP) pode ser responsável pelo início e manutenção da fibrilhação auricular (FA) permitiu desenvolver uma nova era na terapêutica da FA baseada na ablação (ABL) por cateter (CAT). Contudo, a identificação das VP culpadas nem sempre é possível, para além de que a recorrência pode ocorrer devido a actividade noutras estruturas cardíacas. Assim, o isolamento (ISOL) empírico de todas as VP, por vezes associado a linhas de aplicações de energia, tem sido aceite como a técnica convencional na ABL da FA paroxística (FAP). O: avaliar a evolução clínica após ISOL de VP com actividade focal automática em doentes (D) com FAP. P e M: 32D (78% H, 50±10 A) com FAP, refractária a terapêutica antiarrítmica (AA), sem, ou com mínima, cardiopatia estrutural, submetidos a ABL de FA, guiada por CAT circular de mapeamento e sistema Ensite NavX (n=21), integrado com imagem de TC (NavX fusion, n=11), com F-up >6 meses. As VP foram consideradas responsáveis pela FA quando a ocorrência de actividade ectópica local foi associada ao início de FA, e foram identificadas em 11D (grupo A). Em 21D (grupo B), não foi registada actividade ectópica ou foi efectuada CV eléctrica após o ISOL de todas as VP. No grupo A, 45% foram submetidos a ISOL de todas as VP e em 55% foi realizado ISOL de 1-3 VP responsáveis. No grupo B, 52,4% foram submetidos a ISOL de todas as VP e em 47,6% foi realizado ISOL de 2-4 VP, devido a dificuldade no acesso às VP (n=2) ou ausência de actividade eléctrica (n=8). Os grupos não apresentam diferenças significativas na idade, duração de FA, prevalência de FA isolada, dimensão da AE ou utilização de AA após ABL. Todos os D foram avaliados às 4 semanas e posteriormente de 4/4 meses. R: a duração do procedimento, tempo de fluoro e duração total das aplicações de RF foi semelhante em ambos os grupos (174±44 min vs. 182±58 min, 30±8 min vs. 28±9 min, 26±17 min vs. 25±7 min, p=ns; grupo A e grupo B, respectivamente). No grupo B, 2 procedimentos complicaram-se de tamponamento cardíaco. Com um F-up de 20±14 meses, registaram-se 27% de recorrências no grupo A e 28,5% no grupo B (p=ns). No grupo A, 66,7% de todas as recorrências ocorreram em D com ABL das VP responsáveis, enquanto no grupo B, 83% de todas as recorrências surgiram em D com ISOL parcial das VP (p=ns). C: Em D com FAP, a identificação e ISOL das VP responsáveis, com actividade focal automática, pode permitir bons resultados a longo prazo. Sexta-feira, 09 Abril de H30-15H00 ANFITEATRO MÁRIO MOREIRA ESTENOSE VALVULAR AÓRTICA: O QUE HÁ DE NOVO? I-18 CO 31 PREDITORES DA NECESSIDADE DE PACEMAKER PERMANENTE EM DOENTES SUBMETIDOS A IMPLANTAÇÃO DE PRÓTESE AÓRTICA POR VIA PERCUTÂNEA NUNO DIAS FERREIRA 1, DANIEL CAEIRO 1, LUÍS ADÃO 1, MARCO OLIVEIRA 1, LINO SANTOS 1, MADALENA TEIXEIRA 1, JOSÉ RIBEIRO 1, ANÍBAL ALBUQUERQUE 1, JOÃO PRIMO 1, PEDRO BRAGA 1, VASCO GAMA RIBEIRO 1 ( 1 Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE) Introdução: As perturbações da condução aurículo-ventricular (PCAV) e a necessidade de pacemaker permanente (PMP) são complicações reconhecidas da cirurgia de substituição valvular aórtica (CSVA). A incidência de implantação de PMP por bloqueio auriculo-ventricular (BAV) na CSVA varia entre 3 a 16%. O objectivo do presente estudo foi avaliar a prevalência de PCAV e a necessidade de PMP após implantação de prótese aórtica por via percutânea (IPAVP) (CoreValve Inc, Paris, França), bem como os seus factores preditores. Métodos: Em 32 doentes consecutivos com o diagnóstico de estenose aórtica severa sintomática submetidos a IPAVP entre Agosto de 2007 e Outubro de 2009 foi analisado o ECG de 12 derivações no início (24 horas prévias à implantação), após o procedimento (primeiras 6 horas) e na alta hospitalar. A incidência de PCAV de novo e a necessidade de PMP foram analisadas e correlacionadas com potenciais preditores clínicos, electrofisiológicos e anatómicos basais. Resultados: A média de idades dos doentes era de 80±6.1 anos, 65.6% do sexo feminino, com área valvular média de 0.55±0.11cmÇ e um EuroScore logístico médio de 25.3±10.5%. Três doentes portadores de PMP à data da implantação foram excluídos da análise, assim como 2 casos de morte intra-hospitalar. Dos restantes 27 doentes, 8 (29.6%) necessitaram de PMP: 2 doentes por BAV de alto grau persistente; 2 por BAV de alto grau intermitente; 2 por fibrilhação auricular (FA) com BAV completo e 2 por FA com resposta ventricular lenta. Verificou-se um aumento significativo da prevalência de bloqueio completo de ramo esquerdo (BCRE) (14.8% pré-implantação vs. 54.2% pós-implantação; p=0.003), da duração de QRS (116 mseg pré-implantação vs. 139 mseg pós-implantação; p<0.001) após IPAVP. À data da alta, a prevalência de BCRE diminuiu (38.1%), embora de forma não significativa (p=0.083). Por análise bivariada, a necessidade de PMP correlacionou-se com a distância entre a base da prótese e a margem anular da cúspide não coronariana medida por fluoroscopia (p=0.001, r=0.590). Para um valor cutoff de 10.1 mm, a necessidade de PMP pode ser predizível com uma sensibilidade de 87.5% e especificidade de 74% e uma área debaixo da curva ROC=0.87±0.07 (p<0.003). Não se verificou qualquer correlação significativa entre a necessidade de PMP e factores clínicos ou electrocardiográficos basais. O bloqueio completo de ramo direito estava presente no ECG basal de 4 (50%) dos 8 doentes que necessitaram de PMP, sendo o factor electrofisiológico que mais se aproximou de uma eventual correlação significativa (p=0.068; r=0.556). Conclusão: No presente estudo, a necessidade de PMP constituiu uma complicação frequente da IPAVP, ocorrendo com uma prevalência superior à encontrada em estudos prospectivos realizados no contexto de CSVA. O único factor preditor da necessidade de PMP encontrado foi uma "implantação baixa" da prótese relativamente ao anel valvular aórtico. CO 32 RESULTADOS AOS 30 DIAS DO PRIMEIRO ANO DE UM PROGRAMA INTEGRADO DE IIMPLANTAÇÃO DE VÁLVULAS AÓRTICAS PERCUTÂNEAS POR VIA TRANSFEMORAL OU TRANSAPICAL EM DOENTES DE ALTO RISCO CIRÚRGICO RUI CAMPANTE TELES 1, JOÃO QUEIROZ E MELO 1, MANUEL DE SOUSA ALMEIDA 1, JOSÉ PEDRO NEVES 1, JOÃO BRITO 1, CARMO CALQUINHA 1, REGINA RIBEIRAS 1, MANUEL CANADA 1, SÉRGIO BOSHOFF 1, ILDA TARECO 1, VÍTOR MARTINS 1, JOSÉ ANICETO SILVA 1 ( 1 Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz) A implantação de válvulas aórticas protésicas por via percutânea (VAP) constitui uma opção inovadora para dts com risco operatório proibitivo. A integração de todas as técnicas actuais de intervenção permite individualizar a melhor abordagem. Objectivo: avaliar os resultados iniciais das VAP em dts aórticos com risco elevado para cirurgia tratados por uma equipa multidisciplinar integrada. População e métodos: Incluímos os primeiros 26 dts consecutivos tratados no primeiro ano de VAP a partir de Novembro de A idade média foi de 81anos (57-93) sendo 16 homens. A apresentação foi em classe NYHA II para 6 e III ou IV nos restantes. A indicação foi doença aórtica em 6 indivíduos, falência de um homoenxerto, degeneração de uma prótese e estenose aórtica pura em 18 dts com gradientes de pico de 71±24 mmhg, médios de 46 ± 15 mmhg e uma área de 0,7±0,2 cm2. O EuroScore logístico foi de 25±14. A função era moderadamente deprimida em 4 dts, estando presentes comorbidades como a ins. renal moderada ou grave em 7 dts, cirurgia cardíaca prévia em 10, d. arterial periférica em 6, sequelas de d. cerebrovascular em 4 e outras patologias em 12 indivíduos. Realizou-se uma valvuloplastia de balão como ponte para a realização de VAP e foi necessária a angioplastia prévia em 12 dts (46%), sendo utilizados stents farmacológicos em 10 destes. Avaliou-se a incidência de eventos adversos major definidos aos 30 dias (MACCE 30d) como morte, enfarte não fatal, AIT ou AVC e reintervenção valvular. Resultados: Foram implantadas 26 VAP: 15 auto-expansíveis transfemorais (Corevalve 26mm-9, 29mm-7) e 11 expansíveis por balão transpicais (Edwards 23mm-7 e 26mm-4). Alcançou-se sucesso angiográfico e ecográfico em todos os procedimentos e VAP. Ocorreu um caso de colapso hemodinâmico numa VAP transpical requerendo CEC transitória. Por ecografia observou-se regurgitação aórtica moderada em 27% dos casos, sendo inexistente ou ligeira nos restantes. Em 30% dos dts (Corevalve -7 dts; Edwards -1 dt) implantou-se pacemaker definitivo. À data de alta (mediana de 9 dias) obteve-se sucesso clínico em 100% dos casos e não se observaram eventos adversos no primeiro mês. Conclusão: a implantação de válvulas aórticas percutâneas no âmbito de um programa multidisciplinar integrado revelou-se extremamente segura e eficaz, assumindo-se como uma opção clara em dts cujo risco de cirurgia cardíaca é elevado. A durabilidade a prazos muito longos é desconhecida e condiciona nesta fase a sua utilização.

17 CO 33 ESTENOSE VALVULAR AÓRTICA EM HOMENS E MULHERES: DIFERENTE REPERCUSSÃO NA GEOME- TRIA E NA FUNÇÃO DO VENTRÍCULO ESQUERDO CLÁUDIO DAVID 1, ANA G. ALMEIDA 1, JOÃO SILVA MARQUES 1, DOROTEIA REIS 1, LUÍS SARGENTO 1, MÁRIO G. LOPES 1 (1 Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria) Introdução: A estenose aórtica (EA) origina alterações geométricas e funcionais do ventrículo esquerdo (VE). Estudos prévios são divergentes quanto às diferenças de prevalência de hipertrofia do VE entre os sexos, mas em dtes femininos parece existir maior limitação funcional para o mesmo grau de EA, apesar duma melhor preservação da função sistólica. Este estudo teve como objectivo detectar diferenças entre os sexos na geometria e função do VE, em dtes com EA. Métodos e resultados: Foram estudados 3035 dtes consecutivos com EA (1726 (57%) do sexo feminino com 74.7±12.7 anos e 1309 (43%) do sexo masculino com 71.4±12.3 anos), que efectuaram ecocardiograma, num hospital universitário. Gravidade da estenose: em 730 dtes existia EA grave (velocidade transaórtica pico? 4.0 m/s ou área valvular aórtica 0,5 cm2/m2) e 2305 com estenose aórtica ligeira/moderada. As dtes do SEXO FEMININO, em média, tinham: -maior gradiente transvalvular aórtico máximo (51,3 vs 47,4 mmhg, p<0,001) e médio (34,5 vs 25,3 mmhg, p<0,001); -superiores FEnc (38% vs 33%, p<0,001) e FEj (74% vs 71%, p<0,001) do VE e menor prevalência de alterações segmentares da contractilidade. Excluindo da análise os dtes com alterações segmentares, as mulheres mantinham FEnc e FEj significativamente superiores; -menores dimensões da AD, VD, VE e inferior massa (método de Devereux com convenção ASE) e espessura das paredes do VE. Contudo, tendo em conta a área da superfície corporal (SC), mantinham apenas inferior massa do VE (132.7 vs g/m2, p<0.001). Apesar da menor massa do VE, as mulheres tinham maior espessura relativa das paredes (espessura (septal+posterior)/diâmetrove), maior prevalência (64 vs 54%, p<0,001) de hipertrofia concêntrica (aumento do índice de massa VE e espessura relativa das paredes >0,42), mas menor prevalência (19 vs 22%, p<0,05) de hipertrofia excêntrica (aumento do índice de massa VE com espessura relativa das paredes 0,42). Em regressão logística múltipla, tendo em conta a idade, o índice de massa corporal e o gradiente transvalvular aórtico, verificou-se que a presença e tipo de hipertrofia do VE se associava independentemente ao sexo (p<0,01). -dimensões da aurícula esquerda superiores (diâmetro = 28,0 vs. 24,4 mm/m2sc, p<0,001); maior relação E/A transmitral (1,02 vs 1,12, p<0,01) e maior tempo de desaceleração da onda E (252 vs 236 ms, p<0,001); - maior prevalência de HT arterial pulmonar e superior PSAP (48,6 vs 46 mmhg, p<0,001). Conclusões: as mulheres com EA têm massa VE e prevalência de hipertrofia excêntrica do VE significativamente inferiores mas maior prevalência de dilatação da AE e de HT pulmonar arterial pulmonar, sugestivas de pressões de enchimento do VE mais elevadas que poderão ser explicadas pela maior prevalência, nesse sexo, de hipertrofia concêntrica do VE. A disfunção diastólica poderá explicar a maior limitação funcional das mulheres com EA que conservam melhores índices de função sistólica. CO 34 PERFORMANCE DOS SCORES DE RISCO DE CIRURGIA CARDÍACA NA PREDIÇÃO DE MORBIMOR- TALIDADE APÓS IMPLANTAÇÃO DE VÁLVULA AÓRTICA TRANSCATETER NUNO DIAS FERREIRA 1, DANIEL CAEIRO 1, BRUNO MELICA 1, LINO SANTOS 1, ALBERTO RODRIGUES 1, MANUEL GONÇALVES 1, PEDRO BRAGA 1, VASCO GAMA 1 ( 1 Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia / Espinho, EPE) Objectivos: Avaliar o desempenho de 2 modelos prognósticos tradicionalmente aplicados à cirurgia cardíaca (STS e euroscore logístico), na predicção de morbimortalidade em doentes submetidos a implantação de prótese aórtica por via percutânea (IPAVP) Métodos: Entre Agosto de 2007 e Outubro de 2009, 32 doentes foram submetidos a IPAVP. Foram calculados os riscos de mortalidade ao 1º mês pelos modelos STS e euroscore logístico, bem como risco de morbimortalidade, insuficiência renal aguda (IRA), ventilação e internamento prolongados pelo modelo STS. A acuidade preditiva dos modelos foi avaliada mediante a determinação da área sob a curva ROC (receiver operating characteristic curve) e do p-valor do teste Hosmer e Lemeshow. Resultados: A média de idade dos doentes era de 80.0±6.1 anos, 65.6% do sexo feminino com área valvular média de 0.55±0.11cmÇ e gradiente transvalvular médio de 50.7±13.0 mmhg. A prevalência de disfunção ventricular sistólica esquerda (fracção de ejecção 40%) era de 21.9%. Na população considerada, a média do euroscore e do STS foram de 25.3±10.5% e 8.5±5.7%. Por sua vez, a mortalidade observada ao 1º e 6º mês foi de 6.3%, e 19%, respectivamente. O euroscore logístico e o STS demonstraram uma baixa acuidade preditiva quer em relação à mortalidade precoce, quer em relação à mortalidade ao 6º e 12º mês. Relativamente à mortalidade precoce, a área sob a curva ROC foi de 0.69 (IC95% ; p=0.37) para o STS e de 0.33 (IC95% ;p=0.44) para o euroscore. Apenas o risco de IRA estimado pelo STS mostrou uma boa correlação com a ocorrência de IRA (p=0.029), apresentando uma área sob a curva de 0.79 (IC95% ; p=0.012). Conclusão: Na população estudada, a mortalidade precoce associada à IPAVP foi inferior à estimada pelos modelos prognósticos STS e euroscore logístico. A mortalidade ao 1º mês foi francamente sobrestimada pelo euroscore logístico e aproximou-se daquela prevista pelo STS. Nenhum dos modelos, contudo, constituiu um preditor independente de mortalidade precoce. CO 35 LONG-TERM SURVIVAL AND QUALITY OF LIFE OF THE ELDERLY PATIENTS UNDERGOING AORTIC VALVE REPLACEMENT SÍLVIA MARTA OLIVEIRA 1, ANA SOFIA CORREIA 1, MARIANA PAIVA 1, ALEXANDRA GONÇALVES 1, RUI ALMEIDA 1, MARTA PEREIRA 2, ELISABETE ALVES 2, PAULA DIAS 1, ARMANDO ABREU 1, PAULO PINHO 1 ( 1 Hospital de S. João, EPE, 2Universidade do Porto Faculdade de Medicina do Porto) Introduction: Aortic valve replacement (AVR) is nowadays the most frequently performed cardiac valve operation. Life expectancy of symptomatic patients with aortic valve disease without surgery is dismal, but patients undergoing AVR are also at high risk of post-procedural morbimortality. Scant information is available regarding quality of life (QoL) of elderly patients submitted to AVR. We intended to ascertain long-term survival and QoL of elderly patients undergoing AVR. Methods: Records of patients?75years submitted to AVR from 2002 to 2006 were retrospectively analyzed. Demographic data, risk factors, postoperative complications and additive EuroSCORE classification were assessed. Follow-up was performed through telephone interviews. Functional status was classified with Barthel Index (BI), and autonomous status assumed when scoring?85. QoL was presumed as the self-perception of well-being after AVR. Results: We included 114 patients with a mean age at time of surgery of 78.5±2.5 years. Seventy (59.8%) patients were women, 72 (63.7%) had arterial hypertension, 25 (22.1%) were obese, 21 (17.7%) were diabetic, and 19 (17.3%) had moderate to severe left ventricular systolic dysfunction. Mean additive EuroScore was 7±2points. Follow-up on vital status was achieved in 110 (96.5%) patients after a mean period of 4±1.9years. Twenty five (22.7%) patients died (including 2 in-hospital deaths). Survival at 1, 3, 5 and 7 years was 95.0%, 88.0%, 76.2% and 62.6%, respectively. Information on BI score and QoL was obtained for 71 (83.5%) and 66 (77.6%) patients, respectively. Among those, 64 (90.1%) were autonomous according to BI and 65 (95.5%) considered having had an improvement in QoL. EuroSCORE, gender and other clinical characteristics at baseline were not predictive of QoL. Conclusion: As life expectancy increases, more elderly patients are referred for AVR. Patients?75years undergoing this procedure presented good survival up to 7 years. In addition to survival, QoL improved and most patients were functionally autonomous. These results stress that excellent long-term outcomes with AVR can be achieved in appropriately selected elderly patients. CO 36 FACTORES PREDITORES DE CALCIFICAÇÃO VALVULAR NA DOENÇA RENAL CRÓNICA FRANCISCA CAETANO 1, SÉRGIO BARRA 1, JOANA SILVA 1, RUI PROVIDÊNCIA 1, LUÍS SECA 1, PEDRO LOURENÇO GOMES 1, GISELA COSTA 1, ANA FAUSTINO 1, NUNO OLIVEIRA 1, PAULA MOTA 1, ANA BOTELHO 1, ARMANDO CARREIRA 1, ANTÓNIO LEITÃO-MARQUES 1 ( 1 Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital dos Covões) Introdução: As calcificações valvulares (CV) são comuns em doentes (D) com doença renal crónica (DRC). Recentes estudos clínicos têm demonstrado um prognóstico desfavorável associado à sua presença, pelo que é importante a compreensão da sua fisiopatologia. Objectivos: Avaliar a prevalência de CV em D com DRC e identificar factores associados a CV. Métodos: Análise retrospectiva de 84 D (53,6% sexo masculino; idade 67,1±15,8 anos) com o diagnóstico de DRC (classificação K/DOQUI guidelines - NKF; com 86,9% em estádio 5; 8,3% em estádio 4 e 4,8% em estádio 3), internados num Serviço de Nefrologia, entre Junho de 2007 e Maio de ,9% encontrava-se em programa regular de hemodiálise (HD) há 29±25 meses. Nesta população, os D com CV apresentavam maior incidência de fibrilhação auricular (35,1% vs 13,3%; p=0,02); estenose aórtica (36,1% vs 2,3%; p<0,001) e insuficiência mitral (69,4% vs 50%; p=0,079). Foram avaliadas variáveis clínicas, analíticas e ecocardiográficas. Análise estatística com SPSS Resultados: Os achados ecocardiográficos encontram-se na tabela. Identificámos uma associação estatisticamente significativa entre os seguintes factores e a presença de CV: idades mais avançadas (74,5 vs 60,2; p<0,001); níveis mais elevados de cálcio (<2,1 vs?2,1; p=0,022); de fosfatase alcalina ( 136 vs >136; p=0,018) e de paratormona (no grupo de D em HD; 150 vs > 150; p=0,031). D medicados com beta-bloqueante tinham menor incidência de CV (p=0,008). Não observámos associação de CV com os seguintes factores: sexo; estádio de DRC; tempo em HD; medicação com sevelamer Vs carbonato de cálcio; valores de colesterol (CL) total, CL HDL, CL LDL, triglicerídeos, níveis séricos de fósforo, produto fosfo-cálcio e proteína C reactiva. Conclusões: As CV são um achado ecocardiográfico frequente na população com DRC, estando presentes ainda antes do início da HD; associando-se a valvulopatias e a disritmias. Numa percentagem significativa dos casos verificámos envolvimento simultâneo da válvula mitral e da válvula aórtica. Níveis elevados de calcémia e de paratormona estão presentes em D com CV. Estes podem estar associados com a deposição de cálcio nas estruturas valvulares, sugerindo que uma optimização do metabolismo fosfo-cálcio poderá atrasar o seu desenvolvimento e das suas complicações. Quanto ao efeito "protector" do beta-bloqueante encontrado neste estudo, deverá ser questionado face ao número limitado de doentes e aos controversos efeitos pleotrópicos desta classe. Achados ecocardiográficos % de doentes CV nos D sem HD, % 39,6 CV nos D em HD, % 50 Calcificação isolada da válvula mitral, % 7,1 Calcificação isolada da válvula aórtica, % 17,9 Calcificação da válvula mitral e da válvula aórtica, % 19 I-19

18 Sexta-feira, 09 Abril de H30-15H00 SALA DAVID VON BONHORST HIPERTENSÃO ARTERIAL E DISMETABOLIAS LIPÍDICAS EM DIFERENTES POPULAÇÕES: DA PREVALÊNCIA À TERAPÊUTICA CO 37 UMA PERSPECTIVA SOBRE A PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES SAUDÁVEIS: DADOS DO REGISTO DA AVELEIRA JOÃO MALDONADO 1, TELMO S. PEREIRA 2, RUI FERNANDES 3, RITA SANTOS 3, MARGARIDA CARVALHO 3 ( 1 Instituto Investigação & Formação Cardiovascular, 2 Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, 3 Clínica da Aveleira) Introdução: O Registo da Aveleira pretende dar um contributo para o conhecimento dos padrões tensionais nas várias fases do processo de maturação, e em particular da prevalência de Hipertensão Arterial (HTA), o que constituiu o objectivo fundamental do presente trabalho. Métodos: Uma amostra de 5372 crianças e adolescentes saudáveis, seguidos numa consulta de Medicina Desportiva, foram incluídas num estudo descritivo e exploratório simples. Destes, 861 pertenciam ao género feminino (idade média 11,44±3,34 anos), e 4511 ao género masculino (idade média 12,70±3,10 anos). A idade média da amostra foi de 12,50±,3,20 anos (amplitude: 4-18 anos) e o Índice de Massa Corporal (IMC) 19,65±4,01 Kg/m 2 (amplitude: 9,93-62,33 Kg/m 2 ). A PA e a frequência cardíaca (FC) foram medidas três vezes após um período de repouso de 10 minutos, na artéria umeral com um esfigmomanómetro automático clinicamente validado em crianças e adolescentes (OMRON 705IT). Recorreu-se a braçadeiras ajustadas ao diâmetro do braço. De referir que cerca de 70% dos indivíduos da amostra iniciavam, no momento da avaliação, a sua actividade desportiva. Resultados: A prevalência de HTA foi de 12,8%, com 21,6% de PA na categoria Normal- Alta. A prevalência foi semelhante no sexo feminino (12,8%) e no sexo masculino (12,8%) (p=ns). A análise comparativa em função da prática desportiva documentou uma prevalência de HTA inferior no grupo de atletas federados (8,7%) comparativamente ao grupo de atletas em início de actividade (14%) (p<0,0001). A prevalência global de obesidade foi de 7,8%, sendo de 6% e de 8,2% respectivamente para o sexo feminino e masculino. O excesso de peso verificou-se em 14,4% da amostra. A proporção relativa de HTA foi maior na categoria de obesidade (20,5%) em relação à categoria excesso de peso (16,5%) e peso normal (11,3%), sugerindo uma relação entre o perfil ponderal e os níveis tensionais. Conclusão: Os resultados deste Registo revelaram uma proporção importante de crianças e jovens com valores tensionais acima do percentil 90. A prevalência global de HTA foi de 12,8%, com expressão semelhante no sexo feminino e masculino e tendencialmente relacionada com a obesidade. De realçar a menor prevalência de HTA nos atletas (8,7% versus 14% nos não atletas), reforçando o potencial benefício da prática desportiva neste contexto. As implicações destes resultados adquirem particular relevância se considerarmos o enquadramento epidemiológico nacional da HTA e a sua relação com as doenças cerebrovasculares, alertando para a necessidade de melhor compreender os padrões de variação da PA nestas idades de forma a optimizar as estratégias futuras de controlo e vigilância cardiovascular. CO 38 PREVALENCE AND PROGNOSTIC VALUE OF ARTERIAL HYPERTENSION IN PATIENTS WITH STROKE HÉLDER RIBEIRO 1, RENATO MARGATO 1, SOFIA CARVALHO 1, CATARINA FERREIRA 1, ALBERTO FERREIRA 1, PEDRO MATEUS 1, J. ILÍDIO MOREIRA 1 ( 1 Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, EPE Hospital de São Pedro (Vila Real)) Introduction: Arterial hypertension (AH) is an important risk factor for cerebrovascular disease, the leading cause of death and disability in our country. Purpose: Our aim was to assess the prevalence, clinical characteristics and a prognostic value of AH in patients hospitalized for stroke. Methods: Retrospective analysis of 3508 consecutive patients (pts) with stroke or transient ischemic attack (TIA), admitted to a cerebrovascular disease unit, over a period of 5 years. Isquemic stroke patients were classified according to Bamford Topographic Classification in total/partial anterior circulation infartion- TACI/ PACI, posterior circulation infarction - POCI and lacunar circulation infarction - LACI. The population was divided into 2 groups: Group A - with AH and Group B - without AH. The prevalence of AH was determined and the two groups were evaluated and compared concerning demographic and clinical features, scales of functional capacity (SFC) (Rankin, NIH) and mortality. Student's t test and XÇ were used for statistical analysis and logistic regression was performed for multivariate analysis. Results: We studied 3508 dts, predominantly (52.3%) males, mean age of 73.2 ± 11.5years. The prevalence of AH was 55.2%. Group A patients were older (73.5±12.6 vs 72.9±10.5, p=0.04), had superior proportion of females (49.2vs45.8%, p=0.04), LACI(17.6vs12.1, p<0.001) and POCI(18.5 vs 15.3, p<0.001), higher coexistence of vascular risk factors (diabetes-24.8 vs 11.8%, p<0.001; dyslipidemia 19.3 vs 7.5%, p<0.001; obesity vs 2.5%, p<0.001) as well as comorbidities (cardiac disease vs 19.1%, p<0.001; cerebrovascular disease- 5.9 vs 4.1%, p=0.016; chronic renal failure- 4.3vs2.2%, p=0.006). SFC in group A pts was less favourable at admission but similar at discharge (table 1).The mortality rate was higher in AH patients (17,4 vs 12,9%, p<0,001). After adjustement for age, risk factors, comorbidities, type of stroke and functional scales, mortality remained superior (OR=1,3, 95% CI 1,1 a 1,6, p=0,004). Conclusions: This study showed a high prevalence of AH (55.2%) and identified AH as an independent risk factor for mortality in stroke. Group A Group B p Rankin admission//discharge 3,4±1,5//2,3±1,6 3,2±1,6//2,4±1,7 0,027/NS NIH admission//discharge 9,8±9,1//5,7±7,1 8,5±8,1//5,4±-6,8 <0,001/NS I-20 CO 39 A SÍNDROME METABÓLICA REDUZ FORTEMENTE A EFECTIVIDADE DO TRATAMENTO ANTI- -HIPERTENSOR EM PORTUGAL NUNO CORTEZ-DIAS 1, SUSANA ROBALO MARTINS 1, ADRIANA BELO 2, MANUELA FIÚZA 1 ( 1 Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria, 2CNCDC) Objectivo: Identificar os factores que condicionam a efectividade do tratamento anti-hipertensor (TaHT). Métodos: Estudo transversal nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal, envolvendo 719 médicos de família, segundo distribuição estratificada e proporcional à densidade populacional de cada região. Foi utilizado um inquérito para recolha de dados sócio-demográficos, clínicos e laboratoriais. Efectuaram-se duas medições da pressão arterial (PA) e foi considerada a média das determinações. Nesta subanálise foram incluídos os doentes medicados com aht. A efectividade do TaHT foi avaliada pela presença de hipertensão arterial (HTA) não controlada, definida por PA medida?140/90mmhg. A síndrome metabólica (SM) foi definida pelos critérios NCEP-ATP III. Resultados: Dos indivíduos estudados, identificaram-se sob aht. Destes, 35,8% apresentavam PA controlada (H: 34,6%; M: 35,9%; p=0,046), 24,18% tinham PA?160/100mmHg e em 5,3% a PA era?180/110mmhg. Na análise multivaridada, a SM foi a variável mais fortemente associada a mau controlo da PA (OR: 5,23), mas nenhum dos componentes da SM isoladamente influiu negativamente na efectividade do TaHT. O controlo da PA foi pior nos homens e piorou com a idade e o peso, mas essas variáveis não foram significativas no modelo final. A efectividade do TaHT não dependeu da classe aht instituída e não variou com o número de classes utilizadas em associação. Foi atingido melhor controlo da PA nos diabéticos (OR: 0.62) e nos indivíduos com doença coronária (OR: 0.77), mas não nos doentes com antecedentes de AVC. A efectividade do TaHT foi menor entre os residentes na região Norte (OR: 1,36), Centro (OR: 1,50) e Açores (OR: 1,93), e melhor entre os residentes na região de Lisboa e Vale do Tejo (OR: 0,77). Conclusões: A efectividade do TaHT é reduzida, mesmo nos CSP, pelo que é urgente a implementação de estratégias nacionais de prevenção e tratamento. Para ser atingido o adequado controlo da PA, não será determinante a classe AHT escolhida, mas provavelmente a titulação da terapêutica e o seu cumprimento. A SM é clinicamente relevante, sendo o factor de risco que mais fortemente reduz a efectividade do TaHT. CO 40 PREVALÊNCIA, CONHECIMENTO, TRATAMENTO E CONTROLO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NA ILHA DA MADEIRA. ESTUDO PAP M. ESPIGA MACEDO 1, PEDRO MACEDO NEVES 2, JOSÉ PAIVA 1, S. FERREIRA 1, S. FERREIRA 1 ( 1 Hospital de S. João, EPE, 2Centro Hospitalar do Médio Ave, EPE Hospital Conde São Bento) As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade e morbilidade em todo o mundo. Em portugal e principalmente na ilha a Madeira, as doenças cardiovasculares são também extremamnete prevalentes. A hipertensão arterial (HTA) é um dos factores de risco mais importantes das doenças cardiovasculares. Desconhece-se os dados epidemilológicos sobre a HTA nesta ilha. Foi realizado estudo epidemiológico numa amostra representativa da população adulta da Madeira, com a finalidade de conhecer os diferentes parametros sobre a HTA. A amostra estudada para um erro inferio a 3% e um intervalo de confiança de 95%, foi constituida por de 1010 individuos de ambos os sexos com idade compreendida entre os 18 e 90 anos e selecionados de modo a serem representativos da população local. A todos foi realizada avaliação de acordo com a metodologia utilizada nos estudos PAP e utilizando o mesmo inquérito, A tensão arterial foi medida na posição sentada com intervalos de 5 minutos e tendo sido efectuadas 3 medições sempre pelo mesmo observador. O valor utiizado nos cálculo foi a média das medições.foi utilizado na análise dos dados o SPSS mod. 13. A prevalência de HTA foi de 45,9% (s.masc. 53,6% e s.fem. 40,3%). A prevalência aumentou com a idade sendo de 24,6% para a idade < 35 anos e de 76,7% nos com idade > 65 anos. Em realação ao conhecimento, a HTA era conhecida por 41,8% dos hipertensos (s.masc. 28,5% e s.fem. 54,7%). Dos hipertensos apenas 34,3% estavam tratados (s.masc. 21,9% e s.fem. 46,2%). O tratamento no grupo com menos de 35 anos era extremamente baixo, 5,2%, sendo de 51,1% nos mais velhos que 65 anos. Em relação ao controlo da HTA o valor encontrado foi de 12,5% ( s.masc. 6,6% e s.fem. 18,2%). Nos hipertensos que referiram tomar regularmente a medicação a taxa de controlo foi de 36,5%. A HTA na ilha da Madeira é tal como no continente extremamente prevalente e apresentado um perfil de comportamente nos diferentes parâmetros analizados em tudo semelhantes aos encontrados no estudo PAP realizado anteriormente no continente. Tendo verificado que também nesta ilha a prevalência de excesso de peso e obesidade já ultrapassa os 50 % da população, poderá ser esta um dos factores determinantes da HTA. Contudo não podemos deixar de deixar aqui o alerta para estes dados e recomendar que deverá ser feito um esforço no sentido de melhorar a curto prazo os dados encontrados.

19 CO 41 EXERCÍCIO E FACTORES DE RISCO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES EM IDOSOS: EFEITO DE DIFERENTES PROGRAMAS DE EXERCÍCIO S. NELSON 1, J. OLIVEIRA 2, ROMEU MENDES 1, C. ABRANTES 1, LUÍS LARANJO 3, J. SAMPAIO 1 ( 1 Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, 2Universidade do Porto Faculdade de Medicina do Porto, 3Universidade de Évora) Neste estudo, procurou-se avaliar o efeito do exercício regular em factores de risco das DCV (pressão arterial sistólica [PAS], pressão arterial diastólica [PAD], percentagem de massa gorda [%MG], triglicerídeos [TGC], colesterol total [CLT] e lipoproteínas de baixa densidade [LDL]) de indivíduos idosos, comparando a resposta a dois programas tri-semanais com diferentes modos de exercício. A amostra foi constituída por 3 grupos (EXP1, n=15, 71,7 ± 4,7 anos; EXP2, n=16, 68,5 ± 3,5 anos; e o controlo, n=17, 67,0 ± 5,8 anos). Os indivíduos do EXP1 foram sujeitos a um programa de exercício predominantemente aeróbio (AERO), enquanto que os indivíduos do EXP2 a um programa combinando o AERO com o exercício resistido localizado (LOCAL), ambos com 32 semanas de duração (3 x semana). O programa de AERO foi constituído essencialmente por exercícios cardiorespiratórios, a uma intensidade percepcionada como moderada. O programa combinado (AERO+LOCAL), substituía uma sessão de AERO por uma sessão de LOCAL. O LOCAL consistiu em 7 exercícios para os principais grupos musculares, a uma intensidade progressiva (65%-75% de 1RM, 3 séries, 8-12 repetições). Após as 32 semanas de exercício, identificou-se uma diminuição significativa na %MG (-2,3%), mas apenas para o EXP2. Para este grupo verificou-se também uma redução significativa do número de indivíduos hipertensos, e com os valores de TGC, de CLT e de LDL altos. Apesar de não significativo, identificou-se ainda uma redução nos valores médios de PAS de repouso em 15 e 24 mmhg e na PAD de repouso de 6 e 12 mmhg, no EXP1 e EXP2, respectivamente. Assim como melhorias clínicas do perfil lipídico da amostra estudada, induzindo reduções de 10 mg/dl nos TGC e 9 mg/dl no LDL para EXP1, e 25 mg/dl nos TGC, 18 mg/dl no CLT e 17 mg/dl no LDL para EXP2. Após análise dos resultados reportam-se as seguintes conclusões: (1) 32 semanas de AERO+LOCAL resultaram em positivas e significativas alterações na composição corporal dos idosos; (2) 32 semanas de exercício físico resultaram em modificações positivas nos valores da pressão arterial e do perfil lipídico, porém apenas no EXP2 se identificaram repercussões significativas na saúde clínica dos indivíduos que o constituíam; (3) finalmente, a prática regular de exercício mostrou ser um meio não farmacológico seguro e eficaz na melhoria da saúde cardiovascular da amostra estudada. Esta protecção cardiovascular foi manifesta nos dois grupos experimentais, mas de forma mais evidente no EXP2. CO 42 A HIPERCOLESTEROLEMIA FAMILIAR E A ATEROSCLEROSE PREMATURA I. M. GASPAR 1, A. GASPAR 2, SARA MARTINS 2, MIGUEL MENDES 3, PEDRO ARAÚJO GONÇALVES 3, ISABEL MENEZES 3, R. ROSSI 3, RUI ANJOS 3, RUI FERREIRA 3, GRAÇA NOGUEIRA 3, FERNANDO MAYMONE MARTINS 3, J. HENRIQUES 1, ALBERTO MELLO E SILVA 1, H. FERREIRA 1, LUÍS RAPOSO 1, RAQUEL GOUVEIA 4, R. S. GOMES 5, H. SANTOS 6, A. C. ALVES 7, A. M. MEDEIROS 7, M. BOURBON 7 ( 1 Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital Egas Moniz, 2 Centro Hospitalar de Lisboa Norte, EPE Hospital de Santa Maria, 3 Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz, 4 Hospital Curry Cabral, 5 Instituto do Coração, 6Fundação Fernando Pádua, 7 Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge) Hipercolesterolemia Familiar (FH) é doença autossómica dominante, causada por mutações nos genes do receptor de lipoproteína de baixa densidade (LDLR), da apolipoproteína B (APOB) e da Proprotein Convertase Subtilisin/Kexin type 9 (PCSK9), e está associada a aterosclerose, doença cardiovascular (DCV) prematura. Objectivos: caracterização clínica e molecular de doentes e familiares com DCV prematura e perfis lipídicos anormais. Material e métodos: foi realizado o questionário clínico a partir do "Estudo Português de FH", a caracterização do perfil lipídico, polimorfismos da APOE, estudo das mutações dos genes LDLR, APOB e PCSK9 através da técnica de PCR e sequenciação e estudos funcionais de LDLR (mrna). Resultados: O estudo é retrospectivo e prospectivo: 117 familias, 112/117 (95.72%) submeteram-se ao estudo molecular e 5/117 (4.27%) recusaram: 115 casos-índice (IC) e 190 familiares. 45/115 familias (39.13%) têm indivíduos com DCV prematura, 34/45 (75.5%) homens e 11/45 (24.44%) mulheres. A causa deste fenótipo grave foi identificado em 28/45 (62.22%) famílias com a identificação das seguintes mutações no gene LDLR: 5 mutações novas que resultam de erro de splicing (C ins TG), (c c> G), (c G> A), (c G> A), e 1016_1017insG (L318fsX336); a c.1216c>t (R385W) em homozigotia; um heterozigoto composto [c.670g> A (D203N)] + [c. 2146G> A (E695K)], uma grande delecção, (EX16_18 del), a c.-42c> G na região promotora, c.1085dela (D341fsX348), e as mutações pontuais c.530c> T (S156L), c.807g>a (G248D), c.1291g>a (A410T), c.1322t>c (I420T) e c.1633g>t (G524W). Em 8/45 (17.77%) familias não se encontrou nenhuma mutação no gene LDLR, APOB ou PCSK9, e as restantes 9 estão em estudo. Conclusão: Os pacientes do sexo masculino com mutações LDLR apresentam um fenótipo mais grave, uma vez que desenvolvem aterosclerose prematura com mais frequência do que mulheres. O diagnóstico precoce permite identificar os familiares em risco de DCV, incluindo crianças e adolescentes, de modo a desenvolver uma prevenção adequada, que abrange uma vigilancia multidisciplinar com modificações de estilo de vida, dieta e terapêutica farmacológica. Sexta-feira, 09 Abril de H30-15H00 SALA EDUARDO COELHO CARDIOPATIAS CONGÉNITAS PARA TODAS AS IDADES CO 43 ESTUDO DA DISFUNÇÃO ENDOTELIAL NA DOENÇA DE KAWASAKI FILIPA PARAMÉS 1, L. MEDROA 1, ISABEL FREITAS 1, JOSÉ DIOGO FERREIRA MARTINS 1, MIGUEL MOTA CARMO 1, RUI FERREIRA 1, FÁTIMA PINTO 1 ( 1 Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta) Introdução: A doença de Kawasaki (DK) é uma vasculite generalizada, de etiologia desconhecida, que afecta sobretudo crianças entre os 2 e os 5 anos de vida. Têm sido estudadas as alterações sequelares dos vasos destes doentes na idade adulta. Contudo, não há ainda um exame que sirva estes objectivos, de forma reproductivel e universalmente aceite, sobretudo em idades pediátricas. A tonometria arterial periférica (Endo- PAT) é um exame já validado em idades adultas, que mede as alterações do tonus vascular mediadas pela libertação de NO do endotélio em resposta à indução local de isquémia. OBJECTIVO: Estudar a disfunção endotelial de crianças e jovens adultos, com diagnóstico prévio de DK, utilizando Endo-PAT. Métodos: Estudo piloto prospectivo em doentes com DK, há mais de 5 anos e sem lesão coronária, seguidos num centro terciário de Cardiologia Pediátrica, com idade superior a 11 anos e sem outros factores de risco cardiovascular. Avaliação da função endotelial através da realização de Endo-PAT; este exame foi realizado em condições idênticas em todos os doentes e num grupo semelhante de controlo de indivíduos sem factores de risco conhecidos. Resultados: Os doentes com diagnóstico prévio de DK (19 doentes, mediana de idades de 23 anos, entre 11 e 32 anos) apresentaram resultados inferiores aos valores normais (média de RHI 1.69, mediana 1.59, entre 1.05 e 2.81), estabelecidos para população adulta, bem como quando comparados com a população de controlo. Conclusão: A DK representa um factor de risco para o desenvolvimento de doença cardiovascular, aspecto que parece ser mediado por disfunção endotelial conforme evidenciado pelos achados deste estudo. Contudo, trata-se de um exame ainda pouco realizado em idades pediátricas e pioneiro neste subgrupo de doentes, pelo que são necessários estudos mais alargados no futuro, para validação destes resultados. CO 44 AORTIC VALVE DISEASE IN PATIENTS WITH CONGENITAL SUBAORTIC STENOSIS RICARDO LOPES 1, PATRÍCIA LOURENÇO 1, CRISTINA CRUZ 1, MARIA JÚLIA MACIEL 1 ( 1 Hospital de S. João, EPE) Background: Aortic valve disease (AVD) frequently coexists with congenital subaortic stenosis (SAS). This is probably due to a turbulent systolic jet that damage the valve. Aortic regurgitation (AR) is the predominant form of AVD in SAS, being present in over 50% of patients (pts). AVD progression is unpredictable, even after SAS surgical correction. We aimed to assess predictors of AVD occurrence and progression in SAS pts. Methods: We retrospectively analysed 51 pts with SAS followed in our congenital heart disease clinic of a tertiary care hospital, from July 1976 to October Follow-up (FU) was assessed by reviewing the clinical records. A binary logistic regression was used to assess variables associated with AVD ocurrence and AVD progression. Results: Twenty-eight (54.9%) pts were men and mean age of SAS diagnosis was 14.6 ± 14.1 years. Fibrous membrane SAS was present in 46 pts (90.2%). At the initial evaluation 12 (23.5%) pts presented in NYHA class II, maximal left ventricular outflow tract (LVOT) pressure gradient (echocardiogram) was 55.8 ± 28.2 mmhg, 23 (46%) pts had left ventricular (LV) hypertrophy and all patients had normal LV function. Aortic regurgitation was present in 23 (45.1%) pts: mild in 18 pts and moderate in 5. None of our pts had aortic stenosis (AS). In 34 (66.7%) pts SAS was surgically approached. Additional aortic valve surgery was performed in 6 pts (17.6%): aortic valve replacement (AVR) in 3 pts and aortic valve plasty in 3 pts. The mean time from diagnosis to surgery was 43.6 ± 48.6 months. During a mean 212-month FU, 14 pts (27.5%) developed AVD and 10 (19.6%) experienced AVD progression. At the end of FU 37 (72.5%) of our pts had some form of AVD: 34 pts had AR (mild in 24 pts, moderate in 9 and severe in 1) and 3 an aortic valve prosthesis. In 6 pts mild AS coexisted with AR. Higher LVOT pressure gradient at diagnosis [HR 1.10 (95%CI ); p = 0.04] and higher left ventricular mass (LVm) [HR 1.04 (95%CI ); p = 0.006] were the only independent predictors of AVD occurrence. None of the variables studied was associated with AVD progression. Conclusions: Aortic valve disease occurrence and progression is very frequent in SAS. No predictors were found for AVD progression. Patients with higher LVOT pressure gradient at diagnosis and higher LVm during FU were more likely to have AVD. Aortic valve damage by a more turbulent systolic jet at LVOT is the probable explanation for this AVD susceptibility in SAS. I-21

20 CO 45 UTILIDADE DO ÍNDICE DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA FETAL NA AVALIAÇÃO DAS CARDIOPA- TIAS CONGÉNITAS DIREITAS ANA LUÍSA NEVES 1, LEIGH MATHIAS 2, JENNY LESHKO 3, K. K. LINASK 2, JOSÉ CARLOS AREIAS 1, JAMES HUHTA 4 ( 1 Hospital de S. João, EPE, 2 University of South Florida, 3 All Children's Hospital, 4 Congenital Heart Institute of Florida) Introdução: A insuficiência cardíaca fetal associada às cardiopatias congénitas está associada a mortalidade perinatal elevada. A gravidade da insuficiência cardíaca fetal pode ser avaliada pelo Índice de Insuficiência Cardíaca Fetal (IICF), que é igual a 10 se não existir nenhuma anomalia e reflecte 2 pontos por cada uma de 5 categorias: Hidrópsia, Doppler Venoso, Índice cardiotorácico (ICT) e Doppler Arterial. Objectivo: Determinar as variáveis capazes de predizer o risco de mortalidade perinatal das cardiopatias congénitas direitas de forma a criar um IICF específico para estas cardiopatias. Métodos: Análise retrospectiva dos processos e ecocardiogramas de 28 fetos, seguidos de , com cardiopatias congénitas direitas: Atrésia pulmonar com septo intacto-17, estenose pulmonar crítica-7 e anomalia de Ebstein-4. Efectuada análise estatística utilizando SAS, obtendo-se Odds Ratios (OR) para a relação entre IICF, ICT, pressão ventricular direita, pressão aórtica sistólica máxima, índice de pulsatilidade da artéria cerebral média e da artéria umbilical, parâmetros de Doppler e Doppler tecidular (TDI) do ventrículo esquerdo (VE) e mortalidade. Resultados: Foram avaliados 143 ecocardiogramas de 28 fetos, mediana de 4 (1-13) por feto. Destes 28 fetos, 25 (89%) foram nados-vivos. A mortalidade perinatal total foi de 50%. O IICF mostrou ser um factor prognóstico de mortalidade em fetos com cardiopatias congénitas direitas. O OR de 0,9252 (95%IC: 0,866-0,988) indicou que um IICF mais elevado é protector para o risco de morte. Para cada ponto de redução do IICF, há um risco adicional de morte de 8%. A associação mais forte foi observada entre o ICT e o risco de morte. O OR de 2,7933 (95%IC: 1,237-6,309) indicou que para cada unidade de aumento do ICT, houve um aumento de 3x do risco de morte nestes doentes. Não foi encontrada associação estatisticamente significativa entre os parâmetros de função do VE e mortalidade, no entanto, a associação entre TDI da válvula mitral E'/A' e o risco de morte (OR 2,149) sugeriu que por cada unidade que aumenta, duplica o risco de morte. Conclusão: O ecocardiograma fetal é útil na avaliação do prognóstico das cardiopatias congénitas direitas, constatando-se uma associação entre o IICF e o risco de morte perinatal. O ICT pode adquirir importância adicional num IICF específico para as cardiopatias congénitas direitas. O TDI poderá ser útil na avaliação da função do VE nos doentes com cardiopatias congénitas direitas. CO 46 PODER PREDITIVO DO ECOCARDIOGRAMA TRANSTORÁCICO NA ELIGIBILIDADE DE DOENTES COM COMUNICAÇÃO INTER-AURICULAR PARA ENCERRAMENTO PERCUTÂNEO EM IDADE PEDIÁTRICA ALEXANDRA TOSTE 1, FILIPA PARAMÉS 1, ISABEL FREITAS 1, MÓNICA REBELO 1, JOSÉ DIOGO FERREIRA MARTINS 1, CONCEIÇÃO TRIGO 1, FÁTIMA PINTO 1 ( 1 Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE Hospital de Santa Marta) Introdução: O ecocardiograma transtorácico é o método de eleição na identificação de doentes com comunicação inter-auricular (CIA); no entanto, não está estabelecido, nomeadamente na idade pediátrica, o seu poder preditivo na selecção de doentes para encerramento percutâneo vs cirúrgico. Objectivo: Avaliação do poder preditivo do ecocardiograma transtorácico na elegibilidade de doentes com CIA para encerramento percutâneo. Métodos e Resultados: Analisámos retrospectivamente 161 doentes (D) observados por suspeita de CIA (46% sexo masculino, idade mediana 10 anos), que realizaram ecocardiograma transtorácico num serviço terciário de Cardiologia Pediátrica. Destes, 51 D (32%) foram orientados desde logo para cirurgia devido às características do defeito (CIA tipo sinus venosus, ostium primum, ou ostium secundum com anatomia desfavorável ao encerramento percutâneo). Em todos estes casos os achados operatórios confirmaram a impossibilidade de encerramento percutâneo (VPN 100%). Os restantes foram submetidos a ecocardiograma transesofágico. Quarenta e três destes D (27%) foram submetidos a encerramento percutâneo, ao passo que 33 D (20%) foram orientados para cirurgia (31% pelas grandes dimensões da CIA, 27% por se tratar de CIA multifenestrada, 27% por apresentar bordos inadequados à implantação do dispositivo e 15% por se tratar de um defeito tipo sinus venosus). Em 23 D (14%) não se confirmou a presença de CIA e em 11D (7%) constatou-se a presença de foramen ovale patente e/ou aneurisma do septo interauricular sem indicação para encerramento (VPP 39%, sensibilidade 100% e especificidade 43%). Conclusão: Em 110 dos 161 D analisados (68%), o ecocardiograma transtorácico foi complementado pelo transesofágico na orientação diagnóstica e terapêutica da CIA. Apesar de apresentar um VPN de 100%, a sua especificidade na selecção de D com CIA para encerramento percutâneo é baixa (43%) e portanto insuficiente à orientação da maioria dos D com CIA. CO 47 PATIENTS WITH REPAIRED TETAROLOGY OF FALLOT UNDERGOING PULMONARY VALVE REPLACEMENT - WHAT HAPPEMS TO TRICUSPID REGURGITATION? MARGARIDA MATOS SILVA 1, RYO INUZUKA 2, WEI LI 2, EDGAR TEI 2, K. DIMOPOULOS 2, M. GATZOULIS 2, RUI ANJOS 1, FERNANDO MAYMONE MARTINS 1 ( 1 Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz, 2 Royal Brompton Hospital) Background: A significant number of patients with repaired Tetralogy of Fallot (rtof) undergoing pulmonary valve replacement (PVR) have tricuspid valve regurgitation (TR). While tricuspid annuloplasty (TAP) is associated with an additional surgical risk, persistent significant TR after PVR may cause long term RV dysfunction and possibly alter outcome. The purpose of the study was to investigate whether TR improves spontaneously after PVR without TAP and to identify predictors of improvement in this setting. Methods: We screened 186 consecutive patients with rtof who underwent PVR between January 2005 and October Patients with significant (moderate or severe) TR prior to the PVR but did not have TAP at the time of PVR were included in the study. 2D-echocardiographic parameters pre and post-procedure were compared between patients with and without improvement. Results: Twelve patients with significant TR were studied. All patients had significant pulmonary regurgitation. Mean age at PVR was 39±12.3 years, 50% male. Mean age at Fallot repair was 9±7.8 years. Pulmonary valve was implanted surgically in 7 patients and percutaneously in 5 patients. Before PVR, 10 patients had moderate and 2 had severe TR. Seven patients (58%) had improvement in TR severity after PVR. Patients with improvement of TR had larger mid-right ventricle diameters (p=0.008) and lower Tei index (p= 0.004). There was a trend for a greater reduction in RV size in patients who had significant improvement of TR (p=0,09). Conclusion: TR significantly improved after PVR without TAP in patients with rtof. Larger RV size and better RV function before procedure were related to improvement in TR, suggesting that the RV dilatation is the main driver for TR in this identity, rather than intrinsic tricuspid valve disease. CO 48 ABLAÇÃO PERCUTÂNEA EM IDADE PEDIÁTRICA MARIA TERESA DIONÍSIO 1, DIOGO CAVACO 2, PEDRO ADRAGÃO 2, FRANCISCO BELLO MORGADO 2, RUI ANJOS 2, ANA M. TEIXEIRA 2, FERNANDO MAYMONE MARTINS 2, KATYA REIS-SANTOS 2, ANICETO SILVA 2 ( 1 Centro Hospitalar de Coimbra, EPE Hospital Pediátrico de Coimbra, 2Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE Hospital de Santa Cruz) Introdução: A ablação percutânea revolucionou o tratamento das arritmias em idade pediátrica. As indicações para a realização de estudo electrofisiológico (EEF) com eventual ablação são maioritariamente taquicardias supraventriculares (por reentrada do nódulo aurículo-ventricular, ou mediada por via acessória manifesta ou oculta). Objectivo: Avaliar os resultados da ablação percutânea em idade pediátrica. Métodos: Análise retrospectiva dos doentes (D) com idade 18 anos submetidos a EEF e ablação entre Janeiro de 2006 e Novembro de Avaliados dados demográficos, tipo de arritmia, presença de cardiopatia estrutural, tipo de energia utilizada, taxa de sucesso imediato e tardio e complicações. Resultados: Durante o período estudado, foram realizadas 49 ablações percutâneas em D pediátricos (3% do total de EEF). A idade média foi de 13,3±3,1 anos (7-18 anos), com 59,1% D do sexo masculino. As indicações mais frequentes para a realização de EEF e ablação foram: via acessória manifesta em 49%, via acessória oculta em 20,4%, taquicardia de reentrada nodal aurículo-ventricular (TRNAV) em 20,4%, e extrassistolia ventricular (ESV) em 6,1%. A síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) foi diagnosticada em rastreio para prática de desporto de competição em 8 casos, todos assintomáticos e num caso manifestou-se por morte súbita abortada. Registou-se cardiopatia estrutural em 4 D. Em 93,9% dos procedimentos utilizou-se, como tipo de energia, a radiofrequência e em 6,1% (3 vias acessórias para-hisianas) a crioenergia. A taxa de sucesso imediato após ablação foi de 92%. Os casos de insucesso ocorreram maioritariamente na síndrome de WPW com via acessória para-hisiana (decidido suspender procedimento por risco elevado de bloqueio aurículo-ventricular: BAV). Registaram-se complicações em 2 procedimentos (4%): 1 caso de BAV completo transitório e 1 caso de bloqueio de ramo direito. Num seguimento médio de 19 meses, não ocorreu mortalidade. Quatro D foram submetidos a nova ablação (1 caso de taquicardia da Câmara de Saída do Ventrículo Direito: TCSVD, 1 caso de ESV e 2 casos de WPW). Em todos a ablação teve sucesso, à excepção da TCSVD, estando o D medicado com terapêutica betabloqueante. Verificou-se sucesso clínico e electrocardiográfico em 87,8% dos casos. Conclusão: A ablação percutânea demonstrou ser um procedimento seguro e eficaz, sendo actualmente a abordagem de primeira linha no tratamento da maioria das taquidisritmias, em idade pediátrica. I-22

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