TEMA 4: ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO BRASILEIRO
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- Ana Lívia Ferrão Prada
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1 TEMA 4: ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO BRASILEIRO A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: (...) O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: (Arts. 34 e 35, da CRFB/88) EMENTÁRIO DE TEMAS: Organização Político-Administrativa do Estado Brasileiro. Intervenção. LEITURA OBRIGATÓRIA MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo. Atlas. LEITURA COMPLEMENTAR: CARVALHO, Kildare Gonçalves. Direito Constitucional. Belo Horizonte. Del Rey. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo. Malheiros. ROTEIRO DE AULA 1
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4 ESTUDO DE CASO: Existente processo de intervenção em curso no STF, não cabe à corte de origem, examinando-o em virtude de baixa decorrente de diligência relacionada com cálculos, julgá-lo extinto ante a incidência de novo texto constitucional. (Rcl 2.100, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em , Plenário, DJ de ) O pedido de requisição de intervenção dirigida pelo presidente do Tribunal de execução ao STF há de ter motivação quanto à procedência e também com a necessidade da intervenção. (IF 230, Rel. Min. Presidente Sepúlveda Pertence, julgamento em , Plenário, DJ de 1º ) Ação cautelar incidental. Criação de Municípios em área litigiosa, que é disputada por Estados-membros. Consulta plebiscitária. Suspensão cautelar. Referendo do Plenário do STF. A ofensa à esfera de autonomia jurídica de qualquer Estado-membro, por outra unidade regional da Federação, vulnera a harmonia que necessariamente deve imperar nas relações político-institucionais entre as pessoas estatais integrantes do pacto federal. A gravidade desse quadro assume tamanha magnitude que se revela apta a justificar, até mesmo, a própria decretação de intervenção federal, para o efeito de preservar a intangibilidade do vínculo federativo e de manter incólumes a unidade do Estado Federal e a integridade territorial das unidades federadas. O STF uma vez evidenciada a plausibilidade jurídica do thema decidendum tem proclamado que a iminência da realização do plebiscito, para efeito de criação de novos Municípios, caracteriza, objetivamente, o periculum in mora. Precedentes. (Pet 584-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em , Plenário, DJ de ) O instituto da intervenção federal, consagrado por todas as Constituições republicanas, representa um elemento fundamental na própria formulação da doutrina do federalismo, que dele não pode prescindir inobstante a expecionalidade de sua aplicação, para efeito de 4
5 preservação da intangibilidade do vínculo federativo, da unidade do Estado Federal e da integridade territorial das unidades federadas. A invasão territorial de um Estado por outro constitui um dos pressupostos de admissibilidade da intervenção federal. O presidente da República, nesse particular contexto, ao lançar mão da extraordinária prerrogativa que lhe defere a ordem constitucional, age mediante estrita avaliação discricionária da situação que se lhe apresenta, que se submete ao seu exclusivo juízo político, e que se revela, por isso mesmo, insuscetível de subordinação à vontade do Poder Judiciário, ou de qualquer outra instituição estatal. Inexistindo, desse modo, direito do Estado impetrante à decretação, pelo chefe do Poder Executivo da União, de intervenção federal, não se pode inferir, da abstenção presidencial quanto à concretização dessa medida, qualquer situação de lesão jurídica passível de correção pela via do mandado de segurança. (MS , Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em , Plenário, DJ de ) Constitucional. ICMS. Repartição de rendas tributárias. Programa de Incentivo Fiscal de Santa Catarina (PRODEC). Retenção, pelo Estado, de parte da parcela pertencente aos Municípios. Inconstitucionalidade. Recurso extraordinário desprovido. A parcela do imposto estadual sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, a que se refere o art. 158, IV, da Carta Magna pertence de pleno direito aos Municípios. O repasse da quota constitucionalmente devida aos Municípios não pode sujeitar-se à condição prevista em programa de benefício fiscal de âmbito estadual. Limitação que configura indevida interferência do Estado no sistema constitucional de repartição de receitas tributárias. (RE , Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em , Plenário, DJE de , com repercussão geral.) No mesmo sentido: AI ED, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 1º , Primeira Turma, DJE de ; RE AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em , Segunda Turma, DJE de 1º ; RE , Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em , Segunda Turma, DJE de ; RE AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em , Segunda Turma, DJE de O procedimento destinado a viabilizar, nas hipóteses de descumprimento de ordem ou de sentença judiciais (CF, art. 34, VI, e art. 35, IV), a efetivação do ato de intervenção trate-se de intervenção federal nos Estados-membros, cuide-se de intervenção estadual nos Municípios reveste-se de caráter político-administrativo, muito embora instaurado perante órgão competente do Poder Judiciário (CF, art. 36, II, e art. 35, IV), circunstância que inviabiliza, ante a ausência de causa, a utilização do recurso extraordinário. (AI AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em , Segunda Turma, DJ de ) No mesmo sentido: AI AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em , Segunda Turma, DJE de Precatórios judiciais. Não configuração de atuação dolosa e deliberada do Estado de São Paulo com finalidade de não pagamento. Estado sujeito a quadro de múltiplas obrigações de idêntica hierarquia. Necessidade de garantir eficácia a outras normas constitucionais, como, por exemplo, a continuidade de prestação de serviços públicos. A intervenção, como medida extrema, deve atender à máxima da proporcionalidade. Adoção da chamada relação de precedência condicionada entre princípios constitucionais concorrentes. (IF 298, Rel. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgamento em , Plenário, DJ de ) 5
6 QUESTÕES CORRELATAS: Questão 1- Segundo a Constituição Federal Brasileira, o decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia Legislativa: A) Far-se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas. B) Far-se-á convocação extraordinária, no prazo legal de quarenta e oito horas. C) O decreto será apreciado pelo Supremo Tribunal Federal. D) O decreto será apreciado pelo Superior Tribunal de Justiça com parecer obrigatório do Procurador Geral da República. E) O decreto será apreciado pelo Superior Tribunal de Justiça com parecer facultativo do Procurador Geral da República. Questão 2- Com relação aos mecanismos de defesa da CF e das Constituições estaduais, julgue o item a seguir. No caso de representação com vistas à intervenção estadual em município para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição estadual, o provimento do pedido pelo tribunal de justiça não pode consistir na suspensão da execução do ato normativo impugnado, mesmo que essa medida baste ao restabelecimento da normalidade. ( ) Verdadeira. ( ) Falsa Questão 3- Acerca do instituto da intervenção, assinale a opção correta: A) Em âmbito estadual, para garantir o livre exercício de qualquer dos poderes nas unidades da Federação, o presidente da República poderá ser solicitado a decretar a intervenção pelo Poder Legislativo ou pelo chefe do Poder Executivo, se esses poderes se sentirem sob coação indevida, ou pelo presidente do tribunal de justiça, se a coação recair sobre o Poder Judiciário. B) O presidente da República é a autoridade competente para decretar a intervenção federal; no entanto, dependerá de representação para tal fim, especialmente nas situações destinadas a pôr termo a grave comprometimento da ordem pública e a reorganizar as finanças da unidade da Federação que deixar de entregar aos municípios receitas tributárias fixadas na CF, dentro dos prazos estabelecidos em lei. C) O procedimento destinado a viabilizar, nas hipóteses de descumprimento de ordem ou de sentença judiciais, a efetivação do ato de intervenção federal nos estados membros reveste-se de caráter político-administrativo, muito embora instaurado perante órgão competente do Poder Judiciário, circunstância que inviabiliza, ante a ausência de causa, a utilização do recurso extraordinário. D) O procurador-geral da República poderá propor perante o STF ação de executividade de lei federal ou representação por inconstitucionalidade para fins interventivos. Essas modalidades de intervenção passam por crivo judicial; no entanto, o presidente da República não está obrigado a decretar a intervenção. E) No caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, a presença de voluntariedade e intencionalidade no descumprimento da decisão transitada em julgado não é pressuposto indispensável ao acolhimento do pedido de intervenção federal, bastando, 6
7 para tanto, a simples inobservância da ordem da autoridade judiciária competente mesmo sem esses elementos subjetivos. Questão 4- Assinale a opção correta a respeito da intervenção federal. A) No caso de coação contra o Poder Judiciário de um estado membro, o pedido de intervenção deverá ser feito pelo Poder Judiciário local ao presidente da República, mediante solicitação. B) No Brasil, os sujeitos ativos da intervenção são a União e os estados-membros. Todavia, em hipótese alguma, a União intervirá em município localizado em território federal. C) No caso de intervenção mediante requisição, o chefe do Poder Executivo, para garantir o livre exercício de qualquer dos poderes nas unidades da Federação, não ficará obrigado a decretá-la, podendo atuar discricionariamente. D) Se qualquer estado da Federação estiver repassando a municípios de seu território as receitas tributárias obrigatórias determinadas pela CF em valor inferior ao devido, e com atraso, violando a autonomia municipal, o presidente da República, por iniciativa própria ou por requisição, poderá decretar intervenção federal nesse estado. E) Para garantir o livre exercício de qualquer dos poderes nas unidades da Federação, a União poderá intervir nos estados e no DF. Todavia, a decretação da intervenção dependerá de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido; no caso de a coação ser contra o Poder Judiciário, exige-se a requisição do STF. Questão 5- Considerando a disciplina da Constituição Federal a respeito da intervenção do Estado-membro em Município é correto afirmar que: A) a intervenção somente será decretada, em qualquer das hipóteses autorizadoras da medida, mediante prévia determinação do órgão competente do Poder Judiciário. B) a intervenção pode ser decretada, entre outras hipóteses, quando o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. C) A intervenção pode ser decretada, entre outras hipóteses, para pôr termo a grave comprometimento da ordem pública, mediante prévia solicitação do Poder Executivo ou do Poder Legislativo local. D) o decreto interventivo, em qualquer das hipóteses autorizadoras da medida, não produzirá efeitos sem prévia autorização da Assembleia Legislativa. E) o decreto de intervenção deverá nomear interventor, em qualquer das hipóteses autorizadoras da medida, a fim de que sejam tomadas providências para sanar o descumprimento da obrigação constitucionalmente imposta ao Município. Questão 6- Na forma da Constituição Federal, é correto afirmar que o Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: A) Deixar de ser paga, por motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada. B) Não houver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e no desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. C) Forem prestadas as contas devidas, na forma da lei. 7
8 D) O Tribunal de Justiça negar provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual. E) O Tribunal de Justiça negar provimento a representação para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. Questão 7- No que concerne à intervenção do Estado nos Municípios é correto afirmar: A) A intervenção, no caso de não aplicação por um determinado Município do percentual mínimo exigido no desenvolvimento e manutenção do ensino, dependerá de autorização prévia da Assembleia Legislativa. B) A legitimidade para a ação interventiva estadual provocada é do Procurador Geral de Justiça. C) O Município que deixa de pagar, sem motivo de força maior, por no mínimo três anos consecutivos, a dívida fundada, poderá sofrer intervenção. D) A Assembleia Legislativa poderá não concordar com a intervenção ao deliberar sobre ela e, por decreto legislativo, respeitado o quórum mínimo da maioria absoluta de seus membros, cessará automaticamente os efeitos da intervenção. E) O Estado intervirá no Município quando o Superior Tribunal de Justiça der provimento a representação para prover a execução de decisão judicial. Questão 8- Segundo expressamente disposto na Constituição Federal, o Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, EXCETO quando deixar de ser paga por dois anos consecutivos a dívida fundada, sem que haja: A) Dilação de prazo prevista em Decreto Municipal. B) Dilação de prazo prevista em Lei Municipal que esteja no mínimo em vigor a um ano da sua publicação. C) Dilação de prazo prevista em Lei Municipal que esteja no mínimo em vigor a dois anos da sua publicação. D) Motivo de força maior. E) Determinação do Prefeito Municipal previamente aprovada pelo Governador do Estado e pelo Presidente da República. Questão 9- A intervenção do Estado nos Municípios pode ser decretada na seguinte hipótese: A) Para pôr termo a grave comprometimento da ordem pública. B) Quando não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de segurança pública. C) Quando o Superior Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. D) Quando a dívida fundada deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos. E) Para garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação. Questão 10- Se um Estado-Membro da Federação brasileira deixar de pagar precatórios decorrentes de decisão transitada em julgado no Superior Tribunal de Justiça, poderá sofrer intervenção federal, por meio de: A) Solicitação do Supremo Tribunal Federal, para reorganizar as finanças do Estado- Membro inadimplente. 8
9 B) Representação do Procurador-Geral da República, provida pelo Supremo Tribunal Federal, por desrespeito a princípios sensíveis. C) Solicitação, ao Supremo Tribunal Federal, de qualquer cidadão que tenha sido prejudicado pelo inadimplemento do respectivo Estado-Membro. D) Representação do Procurador-Geral da República, provida pelo Superior Tribunal de Justiça, para garantir a execução de lei federal. E) Requisição do Superior Tribunal de Justiça, para prover a execução de decisão judicial. 9
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