O Novo Regime Fiscal Português
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- Lucas Gabriel Correia Castanho
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1 O Novo Regime Fiscal Português dos Residentes Não Habituais The data contained within this Information Note is for general information only. No responsibility can be accepted for inaccuracies. Readers are also advised that the law and practice may change from time to time.
2 Introdução Historicamente Portugal tem sido visto como um país extremamente atractivo, oferecendo um fantástico clima, óptimas praias e campos de golf, em particular para quem decida usufruir do seu período de reforma ou para quem decida conduzir os seus negócios através da Europa. Uma mudança para Portugal poderá ser também benéfica no que diz respeito ao tratamento fiscal aplicável a estas pessoas. Um regime fiscal especial para novos residentes em Portugal foi criado oferecendo vantagens atractivas para pessoas físicas. O Regime dos Residentes Não Habituais tem em vista captar indivíduos que tencionem estabelecer-se temporária ou permanentemente em Portugal Para ser qualificado com um Residente Não Habitual, um individuo necessita de se ter registado, em termos fiscais, após 1 de Janeiro de 2009, não tendo sido qualificado como residente fiscal nos últimos cinco anos. Estes, após terem obtido esta qualidade, poderão usufruir das regalias do regime durante um período de dez anos, após os quais, serão tributados conforme as regras gerais do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) em Portugal.
3 Regime Fiscal Os rendimentos decorrentes de actividades dependentes (contrato de trabalho) ou independentes (prestação de serviços), que sejam originados em Portugal ou provenientes de uma actividade no estrangeiro, se não forem consideradas isentas, serão tributadas a uma taxa fixa de 20%. Esta taxa aplicar-se-á desde que o rendimento tenha sido gerado no âmbito de actividades consideradas de elevado valor acrescentado, com carácter científico, artístico ou técnico. Estas abarcam um vasto leque de competências, incluindo, arquitectos, engenheiros, contabilistas, médicos, professores universitários, altos cargos de empresas, apenas para nomear algumas. As pensões beneficiam também destas vantagens fiscais durante um período de 10 anos, podendo este rendimento ser isento de tributação em Portugal (que tradicionalmente tributa os rendimentos do individuo independentemente do local de proveniência dos mesmos tax on the worldwide income), desde que, seja tributado no Estado da fonte, de acordo com um Tratado para Evitar a Bi-Tributação. Casos existem que, independentemente de não haver Tratado para Evitar a Bi-Tributação a isenção é também aplicável, desde que, o individuo consiga demonstrar o cumprimento das obrigações fiscais a que estava adstrito no Estado da fonte.
4 Rendimentos provenientes do exterior O tratamento aplicável aos rendimentos difere se estivermos perante um rendimento activo ou um rendimento passivo Rendimento Passivo O conceito de rendimentos passivos estrangeiros abarca juros, dividendos, mais-valias e outros rendimentos de capital, imóveis e pensões. Estes rendimentos, quando recebidos por indivíduos aos quais seja aplicado o regime dos Residentes Não-Habituais, estarão isentos de tributação em Portugal, desde que, sejam tributados no Estado da fonte e observando as regras previstas no Tratado para Evitar a Bi-Tributação entre Portugal e o Estado da fonte. Se não se verificar a aplicação do Tratado, é possível, ainda assim, isentar os rendimentos, desde que, cumulativamente: i) Esses rendimentos possam ser tributados no Estado da fonte, em conformidade com o Modelo de Convenção Fiscal sobre o rendimento e o património da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico ( MC-OCDE ), interpretado de acordo com as observações e reservas formuladas por Portugal; ii) Os rendimentos não sejam de considerar obtidos em território português, à luz do Código do IRS; e,
5 iii) O país, território ou região da fonte dos rendimentos não faça parte da lista portuguesa de paraísos fiscais. Este regime exige apenas que potencialmente estes rendimentos possam ser objecto de tributação no Estado da fonte, de acordo com o MC-OCDE, não se exigindo assim uma efectiva tributação. No que diz respeito a rendimentos provenientes de pensões, devido à sua configuração, o Regime exige uma efectiva tributação de acordo com as regras do Tratado para Evitar a Bi-Tributação. Alternativamente, e no caso de não existência do referido Tratado, este rendimento para ser considerado como isento não deverá apresentar nenhuma correlação com Portugal de acordo com as regras do IRS. Rendimento Activo O conceito de rendimentos activos estrangeiros abarca, por seu lado, montantes auferidos ao abrigo de um vínculo laboral, dependente ou independente e royalties. Rendimentos auferidos no âmbito de um contrato de trabalho dependente serão isentos, desde que, este rendimento seja tributado no Estado da fonte de acordo com o disposto no Tratado para Evitar a Bi-Tributação celebrado com Portugal e a jurisdição em causa. Mais uma vez, se não houver lugar à aplicação do referido Tratado requer-se que este
6 rendimento não provenha de uma fonte Portuguesa, de acordo com as regras do IRS para que a isenção se aplique. De forma semelhante, rendimentos auferidos no âmbito de um contrato de trabalho independente, a mesma exigência relativamente à tributação no Estado da fonte mantém-se e na eventualidade de não existência do Tratado, o rendimento estará isento se se verificarem as mesmas condições aplicadas ao vínculo laboral dependente. Os rendimentos supra mencionados mas provenientes de fonte portuguesa, e que logo não cumprem com os requisitos supra descritos, serão tributados autonomamente à taxa única de 20%, desde que estes provenham das supra referidas actividades de alto valor acrescentado. Para qualquer informação adicional, por favor, contacte: João Dias Managing Partner Dixcart Management Madeira Carlos Santos Advogado Dixcart Management Madeira
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