A ATUAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA CCIH DO HOSPITAL DE EMERGÊNCIA E TRAUMA DE CAMPINA GRANDE
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- João Victor Gentil Sampaio
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1 A ATUAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NA CCIH DO HOSPITAL DE EMERGÊNCIA E TRAUMA DE CAMPINA GRANDE Autor; Maria Sueli Rodrigues Pontes (1); Ranussa Fabriny Santos Silva (2); (1) Faculdade de Ciências Médicas FCM (pontessueli@hotmail.com) (2) Universidade Estadual da Paraíba UEPB (ranussabrito@hotmail.com) RESUMO: Um dos mais graves problemas enfrentados nas unidades de saúde, hodiernamente, tanto pelos profissionais de saúde quanto pelos pacientes é relacionado aos elevados índices de Infecção Hospitalar (IH). O enfermeiro é o profissional de saúde que passa a maior parte do tempo nos cuidados com os pacientes, sendo parte de suas atribuições o planejamento e a implementação de ações voltadas à prevenção e ao controle das infecções. O trabalho apresentado leva em consideração uma revisão da literatura sobre o tema. Trata-se de um estudo exploratório da legislação brasileira, bem como a análise de trabalhos científicos sobre a temática exposta. Concluiu-se que não se trata de um problema de fácil solução, pois requer a adesão de boa parcela dos profissionais de saúde e não apenas de um grupo específico de profissionais. Os objetivos de prevenção e controle das IHs devem ser bem delineados e a missão das equipes de CCIH não se restringe apenas ao ambiente interno das unidades, já que uma das grandes dificuldades de controle está relacionada à produção e destinação dos resíduos sólidos, por vezes, altamente contaminantes. Palavras-Chave: Enfermeiro, Infecção, Atuação, Prevenção. 1 INTRODUÇÃO Um dos mais graves problemas enfrentados nas unidades de saúde, hodiernamente, tanto pelos profissionais de saúde quanto pelos pacientes é relacionado aos elevados índices de Infecção Hospitalar (IH). Conceitua-se Infecção Hospitalar como sendo, aquela adquirida após admissão do paciente e que se manifesta após a internação ou a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares. (BRASIL, 1998). Um dos pilares do controle das IHs é a vigilância epidemiológica ativa, cuja atuação permite determinar o perfil de cada unidade hospitalar, bem como a identificação de eventos específicos (surtos) e as possíveis ações de controle e prevenção das IHs. A legislação vigente (Lei nº de 6 de janeiro de 1997), determina que todos os hospitais são obrigados a manter Programas de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH), nos quais devem constituir as Comissões de Controle da Infecção Hospitalar (CCIH). Diante dessa exigência legal, o Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande mantém ativa sua Comissão de Controle da Infecção Hospitalar (CCIH). Diante da descrição do problema, vê-se a necessidade de argumentar sobre a importância da atuação do enfermeiro na Comissão de Controle da Infecção Hospitalar. O desempenho da equipe de enfermagem é
2 implementado pela Portaria Ministerial de 12 de Maio de 1998, nos termos que se seguem: Programa de Controle de Infecção Hospitalar ANEXO I ORGANIZAÇÃO l. O Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH) é um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares. 2. Para a adequada execução do PCIH, os hospitais deverão constituir Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição e de execução das ações de controle de infecção hospitalar A CCIH deverá ser composta por profissionais da área de saúde, de nível superior, formalmente designados Os membros da CCIH serão de dois tipos: consultores e executores O presidente ou coordenador da CCIH será qualquer um dos membros da mesma, indicado pela direção do hospital Os membros consultores serão representantes, dos seguintes serviços: serviço médico; serviço de enfermagem; (grifo nosso) serviço de farmácia; laboratório de microbiologia; administração Os hospitais com número de leitos igual ou inferior a 70 (setenta) atendem os números e Os membros executores da CCIH representam o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e, portanto, são encarregados da execução das ações programadas de controle de infecção hospitalar; Os membros executores serão, no mínimo, 2 (dois) técnicos de nível superior da área de saúde para cada 200 (duzentos) leitos ou fração deste número com carga horária diária, mínima, de 6 (seis) horas para o enfermeiro e 4 (quatro) horas para os demais profissionais. 2.5.l.1. Um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um enfermeiro. (grifo nosso) De acordo com a legislação citada, fica evidente a participação indispensável do enfermeiro na Comissão de Controle da Infecção Hospitalar (CCIH), cujas atribuições são definidas na própria Portaria Ministerial. O enfermeiro é o profissional de saúde que passa a maior parte do tempo nos cuidados com os pacientes, sendo parte de suas atribuições o planejamento e a implementação de ações voltadas à prevenção e ao controle das infecções. Assim, justificase a importância do trabalho da equipe de enfermagem da CCIH do Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande nas ações executoras de prevenção e controle das IH. O trabalho apresentado leva em consideração uma revisão da literatura sobre o tema, trata-se de um estudo exploratório da legislação brasileira, bem como a análise de trabalhos científicos sobre a temática exposta, utilizar-se-á uma abordagem qualitativa, que apresenta as competências e habilidades da equipe de enfermagem na CCIH. O objetivo geral deste trabalho é disseminar a importância da equipe de enfermagem no enfrentamento das IHs na Comissão de Controle da Infecção Hospitalar. Os objetivos específicos estão relacionados a: contribuir para uma ação interdisciplinar no âmbito da unidade hospitalar visando melhorar o controle de IHs; demonstrar as características das ações
3 de enfermagem no âmbito da Comissão de Controle da Infecção Hospitalar (CCIH). 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO ENFRENTAMENTO DAS INFECÇÕES HOSPITALARES NA CCIH Sobre o enfrentamento das infecções, Valle (2013), afirma que: Desde os primórdios de sua existência, os homens buscam vencer os desafios da ocorrência de infecção. Para essa autora, o dinâmico processo evolutivo das espécies, que ocorre cotidianamente na natureza, envolve importantes fenômenos que interferem na condição de saúde das populações humanas. Quanto ao risco de infecções, Scheidt, Rosa e Lima (2006), defendem que a apreensão dos fatores de risco do HIV/AIDS e de outros patógenos transmitidos pelo sangue, foram fundamentais para as mudanças comportamentais necessárias ao exercício das diversas atividades profissionais no ambiente hospitalar. No tocante à atuação do enfermeiro na CCIH, Araújo et al (2010), informa que as atividades e atribuições desenvolvidas pelos enfermeiros que compõem a CCIH diferem das desenvolvidas por outros enfermeiros, pois estão associadas a ações técnicas, burocráticas e de formação contínua, dentre outras. Turrini (2000), ensina que embora a formação dos profissionais enfermeiros inclua conteúdos que circundam essa problemática, o mesmo não se dá com a formação dos técnicos e auxiliares de enfermagem, já que os mesmos, exercem suas atividades sob a supervisão de um enfermeiro, ficando a cargo deste, o cuidado sobre as infecções hospitalares. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2004), as competências da CCIH são: Implementar e aprovar o regimento interno da CCIH. É necessário que cada participante da CCIH tenha conhecimento das suas atribuições para o desenvolvimento harmônico do trabalho. Ajustar e supervisionar as normas e rotinas técnicas e operacionais objetivando a prevenção e controle das Infecções hospitalares, principalmente aquelas provenientes de procedimentos invasivos. A existência de manuais não garante a implantação das rotinas. É necessário que exista supervisão, para avaliação do que foi padronizado. As padronizações têm que estar de acordo com a realidade de cada instituição. Colaborar com o treinamento e a educação continuada dos profissionais de saúde. Decidir junto com a Comissão de Farmácia e Terapêutica as normas para o
4 uso racional de antimicrobiano, tanto para a terapêutica como para a profilaxia de infecções. Elaborar e inspecionar a implantação de medidas para a prevenção de transmissão de micro-organismos no ambiente hospitalar por meio da implantação de normas de precauções e isolamento de doenças transmissíveis. Elaborar um programa de prevenção e assistência aos funcionários que sofrem acidentes com material contaminado com sangue ou secreções. Este programa deve ser organizado para funcionar e fornecer a primeira assistência ao funcionário acidentado durante o período de 24 horas. Comunicar ao organismo de gestão do SUS, na ausência de um núcleo de epidemiologia, as doenças de notificação compulsória. Auxiliar os programas de vigilância de agravos à saúde como farmacovigilância, tecnovigilância e hemovigilância. Participar com os demais setores envolvidos na elaboração de programas de qualidade, tratamento de resíduos e controle de contaminação ambiental. Notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica e Sanitária do organismo de gestão do SUS os casos e surtos diagnosticados ou suspeitos de infecções associadas à utilização de produtos industrializados. 2.2 O CONCEITO DE INFECÇÃO HOSPITALAR Turrini (2000), explica que as infecções hospitalares são iatrogenias decorrentes da hospitalização do paciente e que se tornaram importante foco de atenção nas últimas décadas. Advertindo que desde tempos remotos já se observava eventos epidêmicos e a inevitabilidade de infecções relacionadas a cirurgias. A Portaria 2.616/98 do Ministério da Saúde replica o conceito emitido pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC): entende-se por infecção hospitalar toda infecção adquirida após a admissão do paciente e que se manifesta durante a internação, ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada à permanência hospitalar. De acordo com a ANVISA (2004), as infecções de origem hospitalar são a principal causa de morbimortalidade, além de aumentar o tempo de tratamento e hospitalização do paciente, elevando os custos. O documento emitido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária aponta que as IHs podem surgir devido a falhas no processo de assistência, no processo de esterilização, no preparo de
5 medicações parenterais ou ainda falhas na execução de procedimentos invasivos. Figura 1. Fluxograma do processo de Infecção. Fonte: elaborado pela autora. 3 MATERIAIS E MÉTODOS O trabalho apresentado é um artigo de revisão narrativa da literatura com argumentação teórica sobre a importância da atuação da equipe de enfermagem na CCIH em um hospital da rede pública de atendimento do estado da Paraíba. 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES A Comissão de Controle da Infecção Hospitalar do Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande (HETCG) foi criada no ano de 2011, quando da inauguração daquele nosocômio. Desde o início, a direção do hospital engendrou esforços para o funcionamento e a manutenção da CCIH. A equipe da comissão é formada por dois membros consultores: uma médica infectologista (presidente da Comissão) e uma enfermeira (coordenadora), e três membros executores: duas enfermeiras e uma farmacêutica. Atualmente, o Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande é referência no atendimento a pacientes politraumatizados, queimados e acometidos por acidente vascular cerebral. A unidade hospitalar é composta por 292 leitos, destes, 30 são destinados às três Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Visando uma atenção integral e humanizada ao paciente, a equipe da CCIH mantém atualizado um banco de dados de busca ativa, que é alimentado diariamente através de visitas regulares da equipe nas alas e nas UTIs, bem como no setor de emergência da unidade hospitalar. Além das buscas e visitas regulares, a equipe da CCIH do Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, realiza a capacitação contínua dos profissionais de saúde da unidade e tornou-se referência para outras unidades hospitalares do interior do estado, proporcionando treinamento para a prevenção e o controle das IHs. Um dos pilares da prevenção e controle da IH na comissão do HETCG é a campanha de conscientização para a higienização correta das mãos. O manual de higienização das mãos elaborado pela ANVISA (2007), diz que:
6 As mãos são consideradas as principais vias de disseminação de infecções relacionadas a assistência a saúde. Sendo assim, uma eficaz higienização das mãos e uma medida muito importante para evitar estas infecções, embora a adesão dos profissionais de saúde as práticas recomendadas ainda seja considerada baixa. É possível constatar a baixa adesão dos profissionais de saúde às boas práticas de higienização das mãos, conforme descrito no texto, também no HETCG. Porém, não é motivo para baixar a guarda quanto ao controle e prevenção das IHs. As campanhas de conscientização são realizadas in loco, buscando sempre atingir o maior número possível de profissionais de saúde envolvidos nas campanhas, incluindo neste rol os profissionais que realizam a higienização da unidade hospitalar. 5. CONCLUSÃO Constata-se que o problema da Infecção Hospitalar abrange grande parcela das unidades de saúde, tanto públicas quanto privadas no Brasil, tamanha é a preocupação das autoridades que diversos documentos oficiais tratam do problema e buscam minimizar os impactos das IHs pelo país afora. Não se trata de um problema de fácil solução, pois requer a adesão de boa parcela dos profissionais de saúde e não apenas de um grupo específico de profissionais. Os objetivos de prevenção e controle das IHs devem ser bem delineados e a missão das equipes de CCIH não se restringe apenas ao ambiente interno das unidades, já que uma das grandes dificuldades de controle está relacionada à produção e destinação dos resíduos sólidos, por vezes, altamente contaminantes. O desafio é enorme, porém os profissionais de enfermagem junto com a equipe multidisciplinar da CCIH do HETCG encaram o desafio e acreditam em boas perspectivas quanto às boas práticas de higienização das mãos e maior controle das IHs. O desafio maior é identificar os riscos e direcionar as ações educativas, buscando atingir um número cada vez maior de usuários, com o objetivo de reduzir as Infecções. 6 REFERÊNCIAS ARAÚJO, M. F. M. de; BESERRA, E. P.; MARQUES, M. B.; MOREIRA R. A. N.; Araújo T. M. de; CAETANO, J. A. Dificuldades dos profissionais da saúde no controle das infecções hospitalares Revista de Enfermagem UFPE online. Recife, 2010 abr./jun.;4(2): Disponível em: Acesso em: 09/02/2016 às 11h48min. BRASIL, Ministério da Saúde Portaria Ministerial Brasília, Maio de Disponível em: 8c6cac a6886d6d63fbc4c6735/PORT ARIA+N%C2%B ,+DE+12+DE+MA IO+DE+1998.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em 08/02/2016, às 10h45min.
7 , Lei Federal Nº DE 6 DE JANEIRO DE 1997 Brasília, Janeiro de Disponível em: < htm> - Acesso em 09/02/2016 às 10h14min., ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária intensifica controle de infecção em serviços de saúde. Revista Saúde Pública, São Paulo, v.38, n. 3, 2004., ANVISA Segurança do paciente: higienização das mãos Brasília, Disponível em: is/paciente_hig_maos.pdf. Acesso em 09/02/2016, as 20h30min. SCHEIDT, K. L. S.; ROSA, L.R. S.; LIMA, E de F. A. As ações de biossegurança implementadas pelas comissões de controle de infecções hospitalares Revista de Enfermagem UERJ, Rio de Janeiro, 2006 jul/set. Disponível em: 4n3a07.pdf. Acesso em 09/02/2016 às 11h12min. TURRINI, R. N. T. Percepção das Enfermeiras sobre fatores de risco para a infecção hospitalar. Rev.Esc.Enf.USP, v. 34, n. 2, p , jun Disponível em: a07.pdf. Acesso em 09/02/2016 às 12h45min VALLE, A. R. M. da C. Competências do enfermeiro para ações preventivas na atenção domiciliar com ênfase nos riscos de infecção USP, Tese de doutorado, Ribeirão Preto, p. Disponível em: Acesso em 08/02/2016 às 21h15min
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