POUPANÇA EXTERNA, VARIAÇÕES CAMBIAIS E CRESCIMENTO ECONÔMICO NO BRASIL: UMA ABORDAGEM COM MECANISMO DE CORREÇÃO DE ERROS

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "POUPANÇA EXTERNA, VARIAÇÕES CAMBIAIS E CRESCIMENTO ECONÔMICO NO BRASIL: UMA ABORDAGEM COM MECANISMO DE CORREÇÃO DE ERROS"

Transcrição

1 POUPANÇA EXTERNA, VARIAÇÕES CAMBIAIS E CRESCIMENTO ECONÔMICO NO BRASIL: UMA ABORDAGEM COM MECANISMO DE CORREÇÃO DE ERROS RESUMO Clayton Ribeiro Barreto 1 Gilberto de Oliveira Veloso 2 Adayr da Silva Ilha 3 A economia brasileira tem utilizado a estratégia de crescimento com poupança externa desde a implantação do plano real. Essa política tem provocado alterações na taxa de crescimento econômico por duas vias: A primeira é a apreciação da taxa de câmbio e a segunda é substituição da poupança interna pela externa. Estes dois mecanismos provocam perda de competitividade da indústria e diminuição na taxa de investimento interno, além de provocar aumento dos déficits na conta de transações correntes e aumentar a dependência externa do país. A análise dos fatores relacionados com a estratégia de crescimento pautado no uso excessivo de poupança externa demonstra que: a taxa de investimento interno não se altera consideravelmente como retrata a teoria convencional, pois a complementaridade da poupança interna pela externa não ocorre, mas há substituição entre elas. Assim, a taxa de investimento não aumenta em virtude do uso da poupança externa, causa apenas apreciação cambial e diminuição da poupança interna. Com o intuito de perceber esse fenômeno de forma empírica foi proposta uma abordagem com mecanismo de correção de erros. Os resultados encontrados para o Brasil entre 1995 e 2011 estão de acordo com a base teórica utilizada e demonstram que a poupança externa não complementa a interna. Além disso, a taxa de câmbio e a poupança interna demonstram ter importância significativa sobre o crescimento econômico de longo prazo. Palavras chave: Poupança externa, poupança interna, PIB, taxa de câmbio. ABSTRACT The Brazilian economics has used the strategy of growth with foreign savings since establishment of the real plan. This politics has affected the economic growth rate by two sides: the first is appreciation of exchange rate and the second is a substitution domestic savings by the foreign savings. These two mechanisms produce loss competitivity in industry and fall domestic investment rate, beyond to supply raise account transaction currency and raise external dependency. The analysis of factors related with the growth strategy based on excessive use of foreign savings shows that domestic investment rate doesn t change considerably as shown in the conventional theory. Therefore, the supplement of domestic savings by foreign savings doesn t happen, but there is a 1 Mestrando em economia e desenvolvimento pela Universidade Federal de Santa Maria. 2 Professor Doutor em economia pela universidade Federal do Rio Grande do Sul. 3 Professor Doutor em economia pela Universidade Federal de Viçosa. 1

2 substitution between them. Therefore, investment rate doesn t rise due to using foreign savings; it only causes appreciation in exchange rate and fall in domestic savings. With the objective to realize this phenomenon in an empirical way, it was used an approach with mistakes correction mechanism. The results found to Brazil from 1995 to 2011 are in accordance with theoretical base used and show foreign savings doesn t complete domestic savings. Besides, the exchange rate and domestic savings show to have significant importance over long-term economic growth. Keywords: Foreign savings, domestic savings, GDP, exchange rate. Área 6: Macroeconomia, Moeda e Finanças Classificação JEL: E2, E20, E60 1. INTRODUÇÃO O contexto da economia brasileira dos últimos anos mostra que o Brasil teve alguns avanços com relação ao desenvolvimento de estratégias que buscam intensificar o crescimento e fazer do país uma potência econômica. Apesar disso, há muito que se fazer para diminuir a distância existente entre a economia brasileira e as economias dos países centrais, do ponto de vista do desenvolvimento econômico. Uma das estratégias que tem sido, largamente, usada no Brasil é o crescimento pautado no uso excessivo da poupança externa, como forma de elevar a poupança total da economia e promover o aumento dos investimentos. No entanto, o que se tem percebido é que não há complementação das poupanças interna e externa, mas uma substituição entre elas. Em termos teóricos a poupança externa é equivalente ao déficit na conta de transações correntes e, seu superávit corresponde uma despoupança externa. A partir dessa definição, percebe-se que, após a implantação do plano real, o Brasil tem utilizado, enormemente, os capitais externos para equilibrar o déficit em conta corrente. As causas dos déficits se relacionam, entre outros aspectos, com uma taxa de câmbio sobreapreciada durante a maior parte do período estudado. O câmbio sobrevalorizado impacta negativamente a competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional, diminui a renda interna através da queda das exportações e proporciona elevado índice de importações. Dentro da contextualização das causas da volatilidade da taxa de câmbio, pode-se destacar a conjugação de dois fatores: o uso excessivo de poupança externa e as crises de balanço de pagamentos. Na tentativa de elevar a poupança interna através do incentivo ao ingresso de capital externo no Brasil, o aumento da oferta de divisas proporcionou valorização do real. Com uma moeda nacional mais forte as exportações perdem competitividade e as importações passam a assumir destaque dentro da balança comercial, impactando o saldo em transações correntes. Isso acaba ocasionando déficits no balanço de pagamentos e assim, aumentado a dependência por capitais externos. Quando ocorre fuga de capitais pela percepção do grande endividamento e da grande dependência externa, uma brusca desvalorização cambial acontece. Essa é a dinâmica que têm caracterizado as oscilações da taxa de câmbio no Brasil. Assim, o presente trabalho tem como objetivo tecer uma crítica ao uso excessivo da poupança externa no Brasil e demonstrar que este mecanismo propicia valorização cambial e diminuição da poupança interna, bem como perda de competitividade da indústria, impactando negativamente no crescimento econômico brasileiro. 2

3 O problema de pesquisa se materializa na pergunta: qual a influência do uso excessivo da poupança externa sobre as flutuações do câmbio, sobre o nível de poupança interna e sobre o crescimento do PIB? As hipóteses para responder ao problema de pesquisa são: O crescente déficit em transações correntes diminui a poupança interna, bem como o nível de investimento. O uso excessivo de poupança externa proporciona apreciação cambial e, tem impactado negativamente o crescimento do produto. Este artigo está divido em seis seções contando com esta introdução. Na segunda seção faz-se uma revisão da literatura sobre a teoria econômica em torno dos efeitos da poupança externa e seus efeitos sobre o PIB, sobre a poupança interna e sobre o câmbio. Na terceira seção, é feito uma breve contextualização do comportamento das variáveis a partir da implantação do plano real. A quarta seção destaca a metodologia e os dados. A quinta seção analisa dados trimestrais do ano de 1995 a 2011 para o PIB, déficit em transações correntes, poupança interna e câmbio através de funções econométricas, tendo como método a abordagem de co-integração de Johansen e o mecanismo de correção de erros. Por fim, apresenta-se uma conclusão sobre os resultados encontrados. 2. CÂMBIO E POUPANÇA EXTERNA Dentro do modelo de crescimento pautado na poupança externa, leva-se em conta que o país necessita de financiamento externo por não possuir uma taxa de poupança interna adequada para elevar o investimento até patamares que alavanquem o crescimento. Assim, com insuficiência de recursos nacionais disponíveis para o sustento do nível do investimento, uma alternativa é buscar no exterior o capital necessário para investir. Desta forma, a poupança externa se somaria à interna. Como em termos teóricos o investimento (I) é a soma das poupanças privada (S pr ), pública (S pu ) e da poupança externa (S ext ), temos que uma elevação da taxa de poupança externa contribuiria para aumentar o nível de investimento. Bresser Pereira (2007) mostra que contabilmente o investimento se dá pela seguinte equação: Como,, temos que o. No entanto, a poupança pública depende de decisões políticas e, desta forma, não é controlada pelo mercado, assim os investimentos internos acabam tendo como principal componente a poupança privada. Aliado a esta equação, que define o investimento, há também o conceito contábil de poupança externa que é definido pelo déficit em conta corrente. Pelo método das partidas dobradas a compensação do déficit na conta de transações correntes está no superávit da conta de capital e financeira, do contrário o país incorreria em saldos negativos do balanço de pagamentos acarretando diminuição das reservas internacionais. Desta forma, a poupança externa é a porção do capital estrangeiro utilizada para o financiamento do investimento interno do país que não pode ser alavancado pela insuficiência de poupança interna. Algumas idéias difundidas a partir do Consenso de Washington 1, no fim dos anos de 1980 e início dos 1990, preconizavam que os países subdesenvolvidos não apresentavam elevadas taxas de crescimento, 1 O Consenso de Washington: expressão cunhada pelo economista norte-americano Jonh Williamson, que lecionou na PUC-RJ. Trata-se de um decálogo de medidas liberalizantes e de ajustes sugeridos para reformas nos países em desenvolvimento, concebido no âmbito de organizações sediadas ou vinculadas a Washington, como FMI e o Banco Mundial (Lacerda, 2006, pág. 2002). As dez medidas básicas eram: disciplina fiscal, redução dos gastos públicos, reforma tributária, juros de mercado, câmbio de mercado, abertura comercial, IED com eliminação de restrições, privatizações das estatais, desregulamentação (afrouxamento das leis econômicas e trabalhistas), direito à propriedade intelectual. 3

4 pois possuíam baixa taxa de poupança interna. Isso levou muitos países subdesenvolvidos a adotarem as idéias sugeridas, como por exemplo, abertura financeira e comercial, a fim de receberem fluxos de capitais que proporcionassem maiores taxas de investimento e tornassem os investimentos mais produtivos. Ainda, a concorrência comercial faria com que as empresas brasileiras se adaptassem aos padrões mundiais. Desta forma, os investimentos deveriam ser mais produtivos, proporcionando melhor qualidade para os produtos e aumento de produtividade do processo produtivo. A abertura financeira, com o intuito de facilitar e atrair capital externo exerceu forte influência nas flutuações da taxa de câmbio, nesse sentido Gala (2006) destaca o seguinte: Num processo de abertura da conta de capitais, com forte ingresso de recursos externos, o que se observa é uma intensa apreciação cambial que direciona o gasto dos agentes internos na direção de bens de consumo importados. O aumento artificial dos salários decorrente da valorização cambial provoca um aumento do consumo no país que importa capital, trazendo problemas de solvência em períodos posteriores. A ausência de oportunidades lucrativas de investimento somada a altas taxas de juros também contribuem nesse sentido. A dívida contratada é utilizada para financiar consumo que não gera o retorno suficiente para saldá la (GALA, 2006, pág. 53). No processo de abertura financeira e liberalização da conta de capital, a apreciação do câmbio é um fator estimulante ao consumo, mas não ao investimento, leva a substituição da poupança interna pela externa e proporciona déficits na conta de transações correntes. O mecanismo de substituição entre as poupanças acontece quando um país se apropria excessivamente da poupança externa, como forma de financiar seus investimentos. O resultado é, no primeiro momento, a apreciação cambial, pois o aumento da oferta de divisas estrangeiras proporciona valorização da moeda nacional e, num segundo momento, como conseqüência ocorre o aumento artificial dos salários, elevando a demanda por importação de bens e serviços. Nesse sentido Bresser Pereira (2010) destaca o seguinte: Quando um país decide aceitar essa proposta de crescimento com poupança externa, a primeira conseqüência é a apreciação da taxa de câmbio. Em seguida, do lado da oferta, ocorre o aumento artificial dos salários, e, em conseqüência, o aumento do consumo interno. Dada a propensão marginal a poupar elevada existente nos países em desenvolvimento, o aumento do consumo e a correspondente redução da poupança interna são grandes, de forma que diminui a poupança interna e a poupança externa em grande parte a substitui, ao invés de se constituir em um acréscimo à poupança interna. Do lado da demanda, o resultado é o mesmo: a apreciação da moeda provoca a diminuição das oportunidades de investimento lucrativo voltados para a exportação; caem os investimentos e, em termos keynesianos, cai a poupança interna (BRESSER-PEREIRA, jornal O Estado de S. Paulo, de ). Os efeitos do uso excessivo de poupança externa se materializam através da taxa de câmbio. Essa influência, ao provocar apreciação cambial afeta a dinâmica econômica através da perda de competitividade da indústria no comércio internacional, do aumento das importações e da perda de participação da indústria no PIB. Outro ponto importante, diz respeito ao aumento da dependência externa, pois com uma taxa de câmbio sobreapreciada ocorre aumento dos déficits em transações correntes e, assim, a necessidade de atrair capital estrangeiro se torna determinante para o equilíbrio do balanço de pagamentos. No entanto, a maioria dos recursos externos ingressantes no país tem como 4

5 objetivo aproveitar o diferencial da taxa de juros existente. Portanto, um país ao ter elevado grau de dependência externa acaba sofrendo com a substituição das poupanças e com apreciação cambial. Gala, Araújo e Bresser-Pereira (2011) ainda destacam que em termos Kaleckianos uma apreciação do câmbio reduziria as expectativas de lucros. Isso ocorreria porque o salário real aumentaria por causa da diminuição dos preços da cesta de bens que os trabalhadores consomem. Esse mecanismo ocorre quando há uma valorização cambial e os produtos importados se tornam mais baratos. Assim, o custo de vida dos trabalhadores dependerá do câmbio e do tipo de cesta que eles consomem. Se há aumento de consumo e diminuição das exportações pela perda de competitividade, então, os lucros sofrerão diminuição, bem como os níveis de investimento, o que afetaria o crescimento econômico. Sobre isso os autores destacam o seguinte: Quanto à relação entre o câmbio e a taxa de lucros, sabe-se, primeiro que a taxa de lucro é o inverso da taxa de salário; segundo que os lucros dependem dos investimentos, que por sua vez, além de dependerem da taxa de lucro esperada, dada a taxa de juros, dependem das exportações (Gala, Araújo e Bresser-Pereira,2011, pág. 82 e 83). Oreiro (2010) destaca que embora seja verdade que o investimento precede a poupança em uma lógica keynesiana, a composição desta e sua repartição em doméstica e externa não apresenta impactos neutros no longo prazo sobre o crescimento econômico. Os problemas causados pelos déficits em conta corrente e pela apreciação cambial submetem a economia de um país pequeno a restrições externas quanto ao crescimento. Isso remete a chamada lei de Thirlwall que destaca os déficits no balanço de pagamentos como uma restrição ao crescimento do PIB. O modelo de restrição externa baseado na lei de Thirlwall evidencia que um país depende do crescimento do resto do mundo para fomentar seu desenvolvimento. Este modelo tenta explicar o crescimento de uma economia no longo prazo, dada a situação de restrição externa. De acordo com a teoria, o crescimento sustentável de um país depende do crescimento do resto do mundo e da elasticidade renda das exportações e importações, visto que não poderá crescer além daquilo que cause grandes déficits nas contas externas através da balança comercial. Com isso, o balanço de pagamentos se torna uma restrição ao crescimento do produto Thirlwall (apud Paul Davidson, 1990, pág. 125). A lei de Thirlwall evidencia a seguinte equação: Onde: ya é a taxa de crescimento do país A, Yrw é a taxa de crescimento do resto do mundo, erw é a elasticidade renda das exportações e ea a elasticidade renda das importações do país A. Se um determinado país cresce a taxas maiores que o resto do mundo, isso significa que sua elasticidade renda das importações crescerá mais rapidamente que sua elasticidade renda das exportações. A conseqüência é o desequilíbrio no balanço de pagamentos através da conta de transações correntes que, por conseguinte, será afetada pelo saldo da balança comercial. Portanto, o crescimento econômico de um país está limitado pelo saldo do balanço de pagamentos, não podendo crescer mais que o nível de equilíbrio das contas externas. Este modelo destaca indiretamente a influência e o perigo de pautar o crescimento com recursos externos, pois esse mecanismo provoca apreciação da taxa de câmbio e acarretando alterações nos preços relativos dos produtos e, consequentemente, afetando as elasticidades. Se, por exemplo, ocorrer uma 5

6 grande depreciação cambial certamente que a elasticidade renda por importações diminuiria e a elasticidade renda por exportações aumentaria, esse fato acarreta mudanças significativas na balança comercial, bem como sobre o crescimento do produto interno. Por outro lado, uma taxa sobreapreciada tem a capacidade de elevar a elasticidade por importações e diminuir a da exportação, prejudicando a competitividade da indústria nacional. A estabilidade no câmbio tem como conseqüência a diminuição da especulação sobre a moeda nacional e uma maior previsibilidade quanto aos investimentos voltados para as exportações, fortalecendo a indústria nacional e fomentando o crescimento econômico. A taxa de câmbio nos países em desenvolvimento tem suas oscilações pautadas nas crises de balanço de pagamentos. A dinâmica ocorre da seguinte forma: a partir do uso excessivo de poupança externa a taxa de câmbio passa a se valorizar pelo aumento de oferta de divisas. Esse mecanismo, ao longo do tempo, prejudica a balança comercial, bem como o saldo em transações correntes e, após o país começa a incorrer em saldos negativos no balanço de pagamentos. Quando os agentes econômicos percebem o alto grau de dependência externa do país, intensificando a especulação sobre a moeda nacional e passando a remeter para ao exterior grande soma de divisas, a crise de balanço de pagamentos acontece. Isso promove uma brusca depreciação cambial até o momento de melhora das contas externas através da balança comercial, e então, o retorno do uso excessivo da poupança externa promovendo valorização da moeda nacional faz iniciar novo ciclo do movimento cambial que culminará em nova crise do balanço de pagamentos. Assim, sobre as oscilações cambiais Bresser Pereira e Gala (2010) destacam o seguinte: A taxa de câmbio nos países em desenvolvimento não varia em torno de uma taxa de equilíbrio, nem flutua de forma bem comportada como supõe a teoria convencional, nem de maneira volátil, como afirmam os keynesianos. Não é o mercado, mas são as crises do balanço de pagamentos que determinam seus ciclos Não havendo qualquer política de administração da taxa de câmbio que neutralize essa tendência, o ciclo começará por uma crise que depreciará de forma abrupta e violenta a taxa de câmbio (Bresser e Gala, 2010 pág. 9). Portanto, a dependência excessiva da poupança externa proporciona prejuízos para a economia através das oscilações cambiais, promove a substituição da poupança interna pela externa através do aumento artificial dos salários e prejudica a competitividade da indústria nacional no comércio exterior. Em trabalho sobre a relação entre investimento estrangeiro direto, PIB e poupança interna (investimento nacional) para Argentina, Oglietti (2007) demonstrou uma causalidade no sentido de Granger negativa entre IED e PIB, bem como entre IED e poupança interna. A explicação do autor está na característica do IED. Sendo esta variável um componente das empresas transnacionais investido em suas filiais em outros países. Esses investimentos não beneficiam o país recebedor, mas o prejudica causando diminuição da poupança interna e afetando o PIB negativamente. Isso ocorre porque esse capital ao aumentar a capacidade produtiva proporciona aumento da massa salarial e conseqüente elevação da demanda, levando ao aumento das importações e diminuição da poupança interna. Outro aspecto é que as empresas transnacionais quase nunca se associam às empresas nacionais e não transferem tecnologia, o que promove a diminuição da participação das empresas nacionais no seguimento de média e alta tecnologia, já que são mais competitivas que as empresas nacionais. Assim, grande quantidade de lucros e juros é remetida para as matrizes das empresas em outros países, aumentado assim, a perda de poupança interna e não fortalecendo a economia nacional. No centro da discussão dos problemas causados pelo uso excessivo da poupança externa está os investimentos, como forma de impulsionar o crescimento econômico. O empresário para investir precisa perceber que o cenário econômico está favorável ao lucro futuro. Desta forma, as expectativas de ganhos 6

7 são os melhores estímulos para impulsionar alguém na realização de um investimento, visto que, sempre haverá riscos inerentes nesse processo. O empresário ao se deparar com um contexto econômico desfavorável com baixa expectativa de lucro acaba, em sua maioria, preferindo aplicações no mercado financeiro ou em títulos públicos, já que estes apresentam certa rentabilidade e baixo risco. Assim, se uma taxa de câmbio está sobreapreciada dificultando as exportações e aumentando a concorrência interna, então, a taxa de investimento tende a cair por falta de melhores expectativas de lucro futuro. Nesse sentido, a taxa de câmbio equilibrada, pouco volátil e depreciada fornece os estímulos necessários ao investimento. Portanto, um país ao tentar crescer com poupança externa estará criando um mecanismo de apreciação cambial, proporcionando assim, queda nos níveis de investimento. Sobre as influências da taxa de câmbio sobre o investimento Bresser Pereira e Gala (2010) escrevem o seguinte: Dado o progresso técnico em curso (a variável básica do crescimento do lado da oferta), o desenvolvimento econômico é função da taxa de investimento. Ora, uma taxa de câmbio competitiva estimula os investimentos orientados para a exportação e aumenta correspondentemente a poupança interna. Estimula os investimentos das empresas que usam tecnologia no estado da arte mundial, as quais não seriam competitivas no plano internacional se a taxa de câmbio fosse cronicamente sobreapreciada (BRESSER e GALA, 2010, pág. 9). Os investimentos são afetados, então, por dois mecanismos que se envolvem com a taxa de câmbio. O primeiro está nas expectativas de lucro futuro que não são consolidadas pela percepção de perda de competitividade no comércio internacional e doméstico, o que provocam retração nas taxas de investimento. O segundo mecanismo se relaciona com a dinâmica dos lucros. Se por um lado os investimentos não são realizados por falta de expectativas favoráveis ao lucro. Por outro, a lucratividade dos investimentos já realizados diminuem com uma taxa de câmbio sobreapreciada, visto que, o valor em moeda nacional recebido pela venda dos produtos cai. Assim, o investimento é uma variável sensível a questão cambial. Ainda com relação aos investimentos, Feldstein e Horioka (1980) destacam em trabalho realizado para analisar os impactos da poupança doméstica sobre os investimentos para os principais países industrializados, que as diferenças entre as poupanças domésticas apresentam-se como uma das principais causas para a diferença nas taxas de investimento doméstico. Segundo os autores, sobre a hipótese de perfeita mobilidade de capitais no mundo, os fluxos de recursos não afetariam os níveis de investimento, visto que a rentabilidade do capital não se mostraria significativamente diferente entre os países. No entanto, sobre a hipótese de rigidez institucional, preferências de portfólio e barreiras à entrada e saída criadas pelos países para controlar os fluxos de capitais compõe um cenário no qual, os incrementos na poupança doméstica serão refletidos, primeiramente, em taxas adicionais de investimento. Edwards (1995) destaca aspectos importantes na determinação dos níveis de poupança doméstica e faz estimações com dados em painel de 1970 a 1992 para 25 países em desenvolvimento e 11 desenvolvidos. Para tentar explicar a determinação da taxa de poupança privada doméstica, utiliza as variáveis independentes: taxa de dependência demográfica (população com menos de 15 anos + população com mais de 65 anos dividida pela população entre 15 e 65 anos), população urbana, poupança pública, taxas de crescimento, PIB per capita, base monetária/pib, crédito para o setor privado, gastos do governo em previdência social, taxa de juros real, poupança externa, inflação, distribuição de renda, estabilidade política. Nas estimações o autor encontrou um valor negativo para o coeficiente da poupança externa indicando substituição entre poupança interna privada e poupança externa. 7

8 jan/94 set/94 mai/95 jan/96 set/96 mai/97 jan/98 set/98 mai/99 jan/00 set/00 mai/01 jan/02 set/02 mai/03 jan/04 set/04 mai/05 jan/06 set/06 mai/07 jan/08 set/08 mai/09 jan/10 set/10 mai/11 jan/12 Índice base Jun/1994 Por fim, é de suma-importância uma política capaz aumentar a competitividade da indústria nacional, reduzir o uso de poupança externa, bem como a dependência do capital externo e promover um crescimento econômico dinâmico e contínuo para a economia. A próxima seção faz uma contextualização do caso brasileiro com relação à substituição da poupança interna pela externa e seus impactos na apreciação cambial a partir da implantação do plano real. 3. HISTÓRICO E CONTEXTUALIZAÇÃO DO CASO BRASILEIRO O Brasil inicia a década de 1990 com a urgência de um plano de estabilização que se mostrasse eficaz, já que os anos 80 foram de intensas crises nas contas externas brasileiras, baixo crescimento e alta inflação. Em 1993, o então ministro da fazenda Fernando Henrique Cardoso, iniciou o que seria a base do plano de estabilização mais bem sucedido da história brasileira, o plano real. Nesse sentido a teoria da inflação inercial passa a fundamentar o plano de estabilização implantado em O plano real tem início com o plano de ação imediata que visava um ajuste fiscal na economia brasileira. Posteriormente, houve a criação do mecanismo de desindexação da economia com a unidade real de valor (URV) e a criação de uma âncora cambial que tinha por finalidade manter a moeda brasileira forte e facilitar o ajustamento dos preços internos com base nos externos. Como resultado, o Brasil viu a inflação se estabilizar em níveis bem mais aceitáveis que antes e proporcionou a diminuição das incertezas e a volta do crescimento econômico. Pelo lado negativo do plano real o Brasil passou a conviver com uma taxa de câmbio sobreapreciada desde o começo do processo de estabilização, apresentando desvalorização somente no período de crise. Assim, ao longo do tempo percebe-se uma tendência a sobreapreciação do câmbio como mostra o gráfico 1. A dependência do capital externo aumentou, os saldos comerciais diminuíram e passou-se a existir constantes déficits na conta de transações correntes. Esse cenário de déficit nas contas externas e a maior dependência do capital especulativo levaram o Brasil a sofrer intensos ataques no final de 1998 e início de 1999, o que levou a equipe econômica a promover a desvalorização do real e mudar a postura de câmbio fixo para flutuante Taxa de Câmbio Real Efetiva - INPC Taxa de Câmbio GRÁFICO 1 - Taxa de câmbio real efetiva. Fonte: elaboração própria a partir de dados do Banco Central do Brasil. Polinômio (Taxa de Câmbio) 8

9 Mesmo com a mudança no câmbio a economia brasileira ainda passaria por crises cambiais como em 2001/2002, decorrente da característica da economia brasileira em ser dependente de poupança externa para equilibrar o balanço de pagamentos. O governo Lula iniciou seu mandato em um cenário de fragilidade na política econômica devido à crise cambial. Aliado a isso, as dúvidas quanto à condução da economia do país pelo novo governo completava o contexto de grande incerteza no mercado doméstico. Esse cenário, juntamente com uma alta dívida pública, apresentava-se como entrave para a retomada dos investimentos e a queda da taxa inflação, bem como da taxa de juros. Com isso, o governo do PT deu prosseguimento ao modelo de desenvolvimento estabelecido anteriormente e ainda aprofundou algumas medidas, como o superávit primário e o combate à inflação através da taxa SELIC. Com alta liquidez no mercado internacional, aumento das exportações provocado pela depreciação cambial ocorrida no final de 2001 e início 2002, a economia brasileira reagiu e alcançou bom nível de crescimento do produto já no ano de Houve também aumento dos investimentos estrangeiros diretos e em carteira, que acabaram ajudando no ajuste das contas externas. Assim, desde o início do plano real a economia brasileira apresentou importantes evoluções como a queda da taxa de inflação e a diminuição da taxa de juros. Por outro lado, aumentou-se a dependência do capital estrangeiro fazendo uso excessivo da poupança externa. Por causa de altas taxas de juros percebidas no Brasil desde a implantação do plano real, grande parte do capital estrangeiro entrava no Brasil para aproveitar o diferencial de juros e lucros em comparação com o exterior. Assim, os recursos que entravam no país eram na maioria para equilibrar os constantes déficits em conta corrente. O uso excessivo de poupança externa não contribuía significativamente com o nível de investimento da economia, mas através da apreciação da taxa de câmbio promoveu substituição da poupança interna pela externa como mostra o gráfico 2. 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 5,0000 4,0000 3,0000 2,0000 1,0000 0,0000-1,0000-2,0000-3,0000 TX inv.% do PIB Sint % PIB S ext % PIB GRÁFICO 2 Taxa de investimento poupança interna poupança externa. Fonte: elaboração própria a partir de dados do IPEADATA e BCB. Poupança interna e investimento no eixo vertical esquerdo e poupança externa no eixo vertical direito. 9

10 O aumento do capital externo no país ajudou pouco no crescimento econômico por dois motivos. O primeiro está relacionado com a própria natureza dos recursos que vinham ao Brasil atraído pelo diferencial de juros, não com objetivos produtivos. O segundo motivo está relacionado com as empresas nacionais prejudicas pela perda de competitividade oriunda de um câmbio mais baixo decorrente do aumento de oferta de divisas estrangeiras, fato que não atinge somente o comércio internacional, mas também o mercado interno, tendo em vista o aumento de produtos importados por preços mais baratos. Por fim, é possível perceber que a partir da implantação do plano real o Brasil conviveu com fortes oscilações na taxa de câmbio, ora sobreapreciado pelo aumento de capital estrangeiro, ora depreciado por problemas no saldo do balanço de pagamentos. A próxima seção destaca dois modelos de estimação e a metodologia utilizada. O primeiro modelo demonstra o impacto das poupanças internas e externas, do câmbio, e do investimento estrangeiro direto sobre produto. Já o segundo modelo destaca a influencia da renda (PIB), do câmbio e da poupança externa sobre as variações da poupança interna. 4. METODOLOGIA E DADOS A metodologia empregada está estabelecida sobre a fundamentação teórica proposta por Bresser Pereira (2007) que destaca o papel da taxa de câmbio como mecanismo propulsor do crescimento econômico. Segundo este autor os investimentos estrangeiros não são fator preponderante para o desenvolvimento de uma economia forte, mas sua dependência proporciona uma substituição da poupança interna pela externa. Assim, a taxa de câmbio em países em desenvolvimento tende a ser apreciada em virtude do uso excessivo da poupança externa, o que acaba por deteriorar as contas externas do país através de déficits na conta de transações correntes. Desta forma, se propõe dois modelos: o primeiro para captar a influência que os investimentos estrangeiros diretos, a poupança interna e o câmbio sobre o crescimento do PIB e o segundo para estimar a influência da renda, da poupança externa e do câmbio sobre a poupança interna. A metodologia de estimação seguiu a seguinte seqüencia: primeiro, foi feito o teste Dickey Fuller para detecção da presença de raiz unitária e da estacionariedade das séries; segundo, recorreu-se aos critérios de seleção de Akaike, Schwarz e Hannan Quinn para determinar o número de defasagens o teste de co-integração; terceiro, aplicou-se o teste de co-integração de Johansen para detectar o número de vetores co-integrantes e; por último, procedeu-se à estimação dos modelos pelo mecanismo de correção de erros, a fim de estimar os modelos de curto e longo prazo. Além disso, os modelos propostos são: log-log para o primeiro modelo e, log-lin para o segundo modelo. Modelo A: Modelo B: Sendo, IED os investimentos estrangeiros diretos, Pint a poupança interna, câmbio refere-se à taxa de câmbio R$/U$$ e PIB o Produto Interno Bruto do Brasil. Os dados são trimestrais a partir do primeiro trimestre de 1995 até o quarto trimestre de Eles foram retirados do Banco Central do Brasil, deflacionados a partir do INPC e colocados com base no primeiro trimestre de Para os dados referentes ao Investimento Estrangeiro Direto e ao saldo em transações correntes foi necessário criar uma próxi para cada um deles em R$, visto que, não existem esses dados em moeda 10

11 nacional. Assim, para a construção dessa variável foi usada uma taxa de câmbio trimestral com valor de venda em fim de período ajustada pelo INPC, a fim de se fazer a conversão do IED e da poupança externa (déficit em transações correntes) para reais. O sinal esperado para o câmbio é positivo, visto que uma taxa de câmbio depreciada tem maior capacidade de fomentar as exportações e a poupança interna, proporcionando maior crescimento econômico. Para a variável PIB no modelo B, o sinal esperado é positivo, pois um aumento na renda tende a aumentar a taxa de poupança interna. Com relação ao IED, o sinal esperado é positivo, visto que é uma variável que compõe a formação bruta de capital fixo. A poupança externa é representada pelos déficits em transações correntes e seu sinal esperado na regressão B é negativo, a fim de demonstrar que o aumento dessa diminui a poupança interna. A poupança interna é igual a formação bruta de capital fixo subtraída dos investimentos estrangeiros diretos, ou seja, os investimentos nacionais são iguais a poupança interna, corroborando com a equivalência das contas nacionais. O sinal positivo é esperado para poupança interna no modelo A, para demonstrar sua influência positiva sobre o PIB. 5. ESTIMAÇÃO E RESULTADOS O processo de estimação como o descrito na metodologia inicia-se pelo teste de raiz unitária. Desta forma, os resultados do teste Dickey Fuller para detectar a presença de raiz unitária, bem com sua estacionariedade estão descritos na tabela 1. Tabela 1 Teste de raiz unitaria de Dickey Fuller aumentado. Variável Test statistic 1% critical value 5% critical value Condição de co-integração PIB 0,423-3,562-2,920 I(1) DPIB -3,945-3,563-2,920 I(0) IED ,558-2,917 I(1) DIED -5,346-3,562-2,920 I(0) PINT ,562-2,920 I(1) DPINT -4,566-3,563-2,920 I(0) Sext -1,500-3,562-2,920 I(1) DSext -3,048-3,563-2,920 I(0) CÂMBIO -1,167-3,558-2,917 I(1) DCÂMBIO -7,430-3,558-2,917 I(0) Ln(PIB) 0,002-3,562-2,920 I(1) Dln(PIB) -4,364-3,563-2,920 I(0) Ln(IED) -3,508-3,558-2,917 I(1) Dln(IED) -6,456-3,560-2,919 I(0) Ln(PINT) -0,155-3,562-2,920 I(1) Dln(PINT) -5,820-3,562-2,920 I(0) Ln (CÂMBIO) -0,761-3,558-2,917 I(1) Dln(CÂMBIO) -7,236-3,558-2,917 I(0) Fonte: elaboração própria a partir do programa Stata 10.1 Nota : a letra D na frente da variável significa que a série foi diferenciada uma vez. 11

12 A tabela 1 demonstra que as séries são não estacionárias em nível, ou seja, possuem uma raiz unitária e, quando diferenciadas uma vez, são estacionárias. 5.1 Resultados do modelo A Inicialmente, faz-se a determinação do número de defasagens pelos critérios de seleção de Akaike, Schuwarz, Hannan Quinn. Conforme os resultados mostrados na tabela 2, o número de defasagens, de acordo com o critério de Schuwarz é um e, de quatro para os critérios de seleções de Akaike e Hannan- Quinn. Tabela 2 - Definição do número de defasagens do modelo VAR para as séries do Modelo A. Defasagens P AIC HQIC SBIC 0 0,5156 0,5688 0, ,000-4,6955-4,4297-4,0208* 2 0, ,3893-3, , ,2353-3, ,000-5,5897* -4,6861* -3,2959 Fonte: elaboração própria a partir do programa Stata. Nota: * significa que valor do número de lags a serem usados na estimação. Johansen (1988) propôs um método para saber quantos vetores de co-integração existem. A partir das estatísticas traço e máximo autovalor é possível determinar se existem vetores co-integrantes e quantos são. Desta forma, a tabela 3 mostra os resultados encontrados para o teste de co-integração. Tabela 3 - Teste de co-integração de Johansen, traço e máximo auto valor para o modelo A. Rank Máximo Estatística máximo autovalor Valor crítico a 5% Valor crítico a 1% Estatística Traço Valor crítico a 5% Valor crítico a 1% 0 31,35 27,07 32,24 57,28 47,21 54, ,28 20,97 25,52 25,93* 29,68 35, ,54 14,07 18,63 10,65 15,41 20,04 3 0,10 3,76 6,65 0,10 3,76 6,65 Fonte: elaboração própria com o programa Stata 10.1 De acordo com os resultados, o teste do máximo auto valor mostra que existe um vetor linearmente independente, ocorrendo o mesmo em relação a estatística do traço. Isso demonstra que existe um vetor de co-integração e sugere um equilíbrio de longo prazo entre as variáveis. Assim, é possível proceder à estimação do modelo A. A tabela 4 reúne os resultados obtidos. 12

13 Tabela 4 - Modelo A de longo prazo com variável dependente lnpib. Variáveis Coeficiente Z P explicativas Constante 0, , ,22 0,001 0, ,87 0,000 0,0879 1,91 0,057 Fonte: elaboração própria a partir do programa estatístico Stata 10.1 A relação de longo prazo demonstra que os sinais estão de acordo com a teoria proposta. Assim, no longo prazo o IED apresenta um pequeno impacto no crescimento do produto, visto que sua elasticidade é muito baixa, ou seja, o aumento de 1% nos investimentos estrangeiros diretos eleva o PIB em apenas 0,06%. Em contra partida, a poupança interna apresenta um impacto bem significativo no longo prazo, pois o aumento de 1% nas taxas de poupança interna impactará em uma elevação de aproximadamente 0,74% o PIB. Em relação à taxa de câmbio, uma depreciação influencia positivamente o crescimento do produto de longo prazo, pois o aumento de 1% na taxa de câmbio eleva, no longo prazo, o PIB em aproximadamente 0,087%. Sargan e Bhargava (1983) propuseram o mecanismo de correção de erros sendo popularizado por Engle e Granger (1988). Segundo os autores, sempre que houver um choque de curto prazo o equilíbrio de longo prazo poderá ser afetado, o que implicará num desequilíbrio. O mecanismo de correção se dará por meio do coeficiente do termo de erro defasado. A tabela 5 reúne os resultados do modelo de correção de erros. Tabela 5 - Modelo A de curto prazo com variável dependente Dlnpib. Variáveis Coeficiente Z P explicativas Constante 0,0192 3,15 0,002-0,6938-4,33 0,000-0,2898-1,93 0,054 0,0846 1,93 0,054 0,0239 0,24 0,812 R² = 0,48 Fonte: elaboração própria a partir do programa estatístico Stata 10.1 Os resultados evidenciam que o modelo está em equilíbrio permanente, ou seja, um choque se dissipará na mesma velocidade de convergência das variáveis. Isso ocorre porque o termo de erro não é estatisticamente diferente de zero. Além disso, as outras variáveis são altamente significativas a 10% de significância. O modelo de curto prazo mostra que um crescimento do PIB em até dois períodos anteriores impacta negativamente o crescimento do PIB no período seguinte. No curto prazo, isso pode ser explicado 13

14 por um possível esgotamento da demanda em períodos anteriores, provocando uma diminuição da atividade econômica nos períodos seguintes. A poupança interna impacta positivamente o crescimento do PIB no curto prazo. Os resultados mostram que o aumento de 1% na poupança interna eleva o crescimento do PIB em aproximadamente 0,085% no curto prazo com dois períodos defasados. 5.2 Resultados do modelo B Abaixo, encontra-se o processo de estimação para o modelo B. Seguindo a mesma ordem do processo de estimação do modelo A, inicia-se com o critério de seleção do número de defasagens como descrito na tabela 6. Desta forma, o resultado do número de defasagens pelos critérios de Akaike, Schwarz e Hannan Quinn é quatro. Tabela 6 - Definição do número de defasagens do modelo VAR para as séries do Modelo B. Defasagens P AIC HQIC SBIC 0 30,71 30,76 30,84 1 0,00 24,86 25,13 25,54 2 0,00 24,30 24,78 25,51 3 0,00 23,69 24,39 25,45 4 0,00 23,07* 23,98* 25,37* Fonte: elaboração própria com o programa Stata 10. A tabela 7 mostra o resultado das estatísticas traço e máximo autovalor para determinação da quantidade de vetores linearmente independentes. Tabela 7 - Teste de co-integração de Johansen, traço e máximo auto valor para o modelo B. Rank Máximo Estatística máximo autovalor Valor crítico a 5% Valor crítico a 1% Estatística traço Valor crítico a 5% Valor crítico a 1% 0 32,08 27,07 32,24 64,15 47,21 54, ,23* 20,97 25,52 32,07* 29,68 35, ,06 14,07 18,63 11,83 15,41 20,04 3 1,77 3,76 6,65 1,77 3,76 6,65 Fonte: elaboração própria a partir do programa Stata Nota: * significa o resultado do teste de co-integração, mostrando o número de vetores. 14

15 Os resultados descritos na tabela 7 demonstram que existe um vetor de co-integração, tanto para a estatística traço quanto para o máximo autovalor, sugerindo um equilíbrio de longo prazo entre as variáveis. Assim, é possível proceder à estimação do modelo B. Desta forma, os resultados da estimação do modelo de longo e curto prazo estão nas tabelas 8 e 9, respectivamente: Tabela 8 - Modelo B de longo prazo - variável dependente lnpint. Variáveis Coeficiente Z P explicativas Constante 2, PIB 0,0120 4,77 0,000-0,0011 3,19 0,001 Câmbio 0,0069 3,10 0,002 Fonte: elaboração própria a partir do programa estatístico Stata Os resultados do modelo de longo prazo são estatisticamente significativos e diferentes de zero a 10% de significância. Além disso, os sinais das variáveis estão condizentes com a teoria. Assim, os resultados mostram que o crescimento do PIB impacta positivamente a poupança interna, pois o aumento de 1 unidade em valor absoluto na série do PIB eleva a poupança interna em aproximadamente 1,2 %. O uso da poupança externa apresenta influência negativa sobre a interna, de acordo com o embasamento teórico utilizado. Desta forma, o aumento de 1 unidade em valor absoluto na série da poupança externa diminui a poupança interna em 0,11%. Isso demonstra o grau de substituição entre as poupanças. O câmbio apresenta impacto positivo sobre a poupança interna, demonstrando que quando ocorre uma sobreapreciação cambial, no longo prazo prejudica a geração de poupança interna, visto que parte do recurso é destinando ao consumo por causa do aumento artificial dos salários como destaca Bresser- Pereira (2007). Assim, uma depreciação cambial de 1 unidade em valor absoluto na série da taxa de câmbio proporciona elevação em 0,6% na taxa de poupança interna. Tabela 9 - Modelo B de curto prazo com variável dependente Dlnpint. Variáveis explicativas R² = 0,77 Coeficiente Z P -0,8943-6,50 0,000-0,5285-2,73 0,006-0,4648-3,09 0,002-0, ,80 0,072-0, ,76 0,079-0,0055-2,06 0,039-0,0083-3,12 0,002-0,1871-2,23 0,026 Fonte: elaboração própria a partir do programa estatístico Stata

16 Os resultados da estimação do modelo B demonstram que o modelo está em equilíbrio e que um 0,18 % do desequilíbrio do trimestre anterior será equilibrado do trimestre atual. Além disso, todos os parâmetros são estatisticamente diferentes de zero a 10% de significância. O modelo B evidencia no curto prazo, que o crescimento da poupança interna é impactado negativamente pela poupança interna defasada. Isso pode ser explicado da seguinte forma: os empresários esperarão certo tempo de maturação dos investimentos já realizados para voltarem a investir novamente. Assim, como a poupança interna é contabilmente igual ao investimento seu comportamento no curto prazo mostra que uma elevação da poupança interna em até três períodos passados impactará negativamente o crescimento da poupança interna três períodos à frente. Isso é demonstrado pelo valor dos coeficientes de, e. Eles apresentam impacto decrescente sobre o crescimento da poupança interna à medida que o tempo passa. Desta forma, o período imediatamente anterior tem maior influência do que os períodos mais antigos. A poupança externa apresenta impacto negativo sobre a interna. Isso está de acordo com o embasamento teórico utilizado. Apesar disso, no curto prazo os efeitos de substituição da poupança interna pela externa são pequenos, pois o aumento de 1 unidade em valor absoluto na poupança externa em até dois trimestres anteriores impacta negativamente o crescimento da poupança interna em aproximadamente 0,06% apenas. A taxa de câmbio, no curto prazo, apresenta impacto negativo sobre a taxa de poupança interna. Isso se dá porque uma depreciação cambial encarece os produtos importados, o que provoca uma diminuição na taxa de poupança. Assim, o aumento em valor absoluto de uma unidade na série da taxa de câmbio, diminui a poupança interna até 0,83%. 6. CONCLUSÃO Este trabalho teve como objetivo demonstrar que o uso excessivo da poupança externa não complementa a poupança interna, mas provoca apreciação cambial e substitui a interna. O contexto brasileiro tem apresentado uma taxa de câmbio sobreapreciada desde a implantação do plano real. Taxas de câmbio mais elevadas foram percebidas em períodos de crise de balanço de pagamentos e especulação da moeda nacional. Os dados das estimações mostraram que o PIB é sensível as variações cambiais e a taxa de poupança interna. Isso demonstra a importância de um câmbio mais depreciado do que o visto no Brasil no período estudado. O IED mostrou-se pouco significativo nas oscilações do produto, mas ainda sim, produz um efeito positivo sobre o PIB. O aumento do PIB impacta positivamente a poupança interna. Isso já era esperado pela própria lógica que evolve a formação da poupança como parcela da renda disponível. A poupança interna no período estudado sofreu influência positiva das depreciações cambiais no longo prazo, pois uma taxa de câmbio mais elevada, impacta positivamente na competitividade das exportações, proporcionando maior lucratividade às empresas, aumentando a renda interna e os investimentos futuros. A poupança externa mostrou uma relação negativa com a poupança interna. Isso demonstra que os constantes déficits na conta de transações correntes influenciam as autoridades a atrair capitais externos, a fim de equilibrar o saldo do balanço de pagamentos. No entanto, esse mecanismo tem proporcionado apreciação cambial, o que provoca aumento artificial dos salários com conseqüente elevação do consumo e, assim, diminuição da poupança interna. Por fim, é possível destacar que os constantes déficits em conta corrente são causa e conseqüência da apreciação cambial. Porque, se por um lado, a dependência do capital externo aumenta a oferta de divisas no país e causa um câmbio sobreapreciado, por outro lado, um câmbio sobreapreciado intensifica 16

17 os déficits em transações correntes através da perda de competitividade das exportações e do aumento das importações. Portanto, uma política de combate a excessiva dependência do capital externo, a fim de evitar um câmbio sobreapreciado, se faz necessário ao contexto brasileiro como forma de aumentar a poupança interna, estimular os investimentos voltados à exportação e proporcionar maior crescimento econômico. BIBLIOGRAFIA BLANCHARD, Oliver. Macroeconomia, 4º edição, São Paulo, editora Pearson Prentice BRESSER PEREIRA, L. C. Macroeconomia da Estagnação, 1ª Edição, São Paulo, editora 34 Déficit, câmbio e poupança. Jornal O Estado de São Paulo, 07 de março de Disponível em < Acesso em: 20 set. de Déficit, câmbio e poupança. Jornal O Estado de São Paulo, 21 de março de Disponível em: < Acesso em: 20 set. de Taxa de câmbio, doença holandesa e industrialização. FGV, São Paulo, 5 de março de Tendência da sobreapreciação da taxa de câmbio no Brasil. Disponível em <http: Acesso em 10 de maio de BRESSER, L. C. P.; GALA, P. Novo desenvolvimentismo e apontamentos para uma macroeconomia estruturalista do desenvolvimento. Nº 102 da revista de la Cepal, Foreign savings, insufficiency of demand and low growth. Disponível em < Acesso em 15 de junho de CAMPOS, M. T.; RESENDE, M. F. C. Taxa de cambio real e crescimento econômico: novos canais de transmissão: ANPEC, Área 5, crescimento, desenvolvimento econômico e instituições, DAIVIDSON, PAUL. Lei de Thirlwall. Revista de economia política, vol. 10, nº 4 (40), outubrodezembro/1990. DIKEY, D. A.; FULLER, W. A. Likelihood ratio statistics for autoregressive time series with a unit root. Econometrica, vol. 49, 1981, pp Distribution of the estimator for auto-regressive time series with a unit root. Journal of the American Statistical Association, Vol. 74, 1979, pp

18 EDWARDS, SEBASTIAN. Why are savings rates so different across countries? An international comparative analysis. Disponível em: Acesso em 13 de junho de FELDSTEIN, M.; HORIOKA, C (1979). Domestic savings and international capital flows. Disponível em: Acesso em 13 de junho de GALA, PAULO. Política cambial e macroeconomia do desenvolvimento. Tese de doutorado, Escola De Administração De Empresas De São Paulo Da Fundação Getulio Vargas São Paulo, JOHANSEN, SARGAN. Statistical Analysis of Cointegration Vectors. Journal Economic Dynamics And Control. V. 12, pág , LACERDA, A. C. de. Globalização e investimento estrangeiro no Brasil, 2ª edição São Paulo, editora Saraiva, LACERDA, A. C. et. al. Economia Brasileira, 3ª edição São Paulo, editora Saraiva, MOHAN, RAMESH. Causal relationship between savings and economic growth in countries with different income levels. Disponível em: Acesso em 15 de junho de NAKANO, Y. (orgs). Poupança doméstica e externa e a taxa de câmbio. Rio de Janeiro, editora Elsevier, 2011, pág OLGIETTI, C.G. Pan para hoy, hambre para mañama? La relación de causalidad entre el crescimiento y La IED en Argentina. Revista El Trimestre Económico, ISSN , nº 294, 2007, pág OLIVEIRA, A. S. Política cambial no Brasil: uma análise da valorização cambial e seus impactos macroeconômicos no período de 1999 a ANPEC. OREIRO, J. L. Autonomia de Política Econômica, Fragilidade Externa e Equilibrio do Balanço de Pagamentos. Disponível em: < Acesso em: 20 mar. de POSTORE, A. C. Câmbio real e crescimento econômico. Jornal o Estado de São Paulo, 28 de fevereiro de Disponível em < Acesso em: 20 set. de Déficit, câmbio e poupança: uma tréplica. Jornal o Estado de SãoPaulo, 14 de março de Disponível em < Acesso em: 20 set. de RESENDE, M. F. C. Apreciação da taxa de câmbio real ou insuficiência de poupança nacional como causa do déficit externo: falso dilema? ANPEC-Área 3, Macroeconomia, economia monetária e finanças. 18

19 SAFATLE, CLAUDIA.; Flutuação administrada do câmbio: O Valor Econômico, São Paulo, 07 de maio de SARGAN, J.D.; BHARGAVA, A.S. Testing Residuals from Least-Squares Regression for being Generated by Gaussian Random Walk. Econometrica, vol. 51, 1983, pp SICSÚ, J.; FERRARI FILHO, F. Câmbio e Controle de Capitais, Rio de Janeiro, editora Elsevier, SICSÚ, JOÃO. Emprego, Juros e Câmbio - Finanças Globais e Desemprego Rio de Janeiro, editora Elsevier, SOUZA, NILSON ARAUJO de. Economia Brasileira Contemporânea de Getúlio a Lula, 2ª edição, São Paulo, editora Atlas S.A VASCONCELLOS, M. A. S.; GREMAUD, A. P.; JÚNIOR, R. T. Economia Brasileira Contemporânea, 3ª edição São Paulo, editora Atlas S.A., Economia Brasileira Contemporânea, 7ª edição São Paulo, editora Atlas S.A., VILLAVERDE, JOÃO. Para Wolf Brasil terá que administrar o ingresso de capitais. Entrevista com Martin Wolf, Jornal O Valor Econômico, 09 de setembro de WEIS, M. A. Desenvolvimento com restrição externa e a questão cambial: análise teórica e aplicada ao Brasil a partir plano real. Dissertação (mestrado), Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre,

Vamos usar a seguinte definição: Aumento da taxa de cambio = Desvalorização. Taxa de cambio real : é o preço relativo dos bens em dois paises.

Vamos usar a seguinte definição: Aumento da taxa de cambio = Desvalorização. Taxa de cambio real : é o preço relativo dos bens em dois paises. Vamos usar a seguinte definição: Aumento da taxa de cambio = Desvalorização Uma desvalorização ocorre quando o preço das moedas estrangeiras sob um regime de câmbio fixa é aumentado por uma ação oficial.

Leia mais

TRABALHO DE ECONOMIA:

TRABALHO DE ECONOMIA: UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS - UEMG FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ITUIUTABA - FEIT INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA DE ITUIUTABA - ISEPI DIVINO EURÍPEDES GUIMARÃES DE OLIVEIRA TRABALHO DE ECONOMIA:

Leia mais

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor?

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? 1. Introdução Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? Simone Maciel Cuiabano 1 Ao final de janeiro, o blog Beyond Brics, ligado ao jornal Financial Times, ventilou uma notícia sobre a perda de

Leia mais

Estudos sobre a Taxa de Câmbio no Brasil

Estudos sobre a Taxa de Câmbio no Brasil Estudos sobre a Taxa de Câmbio no Brasil Fevereiro/2014 A taxa de câmbio é um dos principais preços relativos da economia, com influência direta no desempenho macroeconômico do país e na composição de

Leia mais

O sucesso do Plano Real na economia brasileira RESUMO

O sucesso do Plano Real na economia brasileira RESUMO 1 O sucesso do Plano Real na economia brasileira Denis de Paula * RESUMO Esse artigo tem por objetivo evidenciar a busca pelo controle inflacionário no final da década de 1980 e início da década de 1990,

Leia mais

ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS - 2007 (Anexo específico de que trata o art. 4º, 4º, da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000)

Leia mais

7.000 6.500 6.000 5.500 5.000 4.500 4.000 3.500 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500 - -500-1.000 fev./2010. ago./2011. fev./2012. nov.

7.000 6.500 6.000 5.500 5.000 4.500 4.000 3.500 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 500 - -500-1.000 fev./2010. ago./2011. fev./2012. nov. 4 SETOR EXTERNO As contas externas tiveram mais um ano de relativa tranquilidade em 2012. O déficit em conta corrente ficou em 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB), mostrando pequeno aumento em relação

Leia mais

Taxa de câmbio (19/08/2015)

Taxa de câmbio (19/08/2015) Alicia Ruiz Olalde Taxa de câmbio Uma diferença entre o comércio interno e internacional é que este último envolve moedas de diferentes países. Como todo mercado, o mercado de câmbio conta com uma oferta

Leia mais

IGEPP GESTOR - 2013. Política cambial. Relação entre taxa de juros, taxa de câmbio e regimes cambiais. Prof. Eliezer Lopes

IGEPP GESTOR - 2013. Política cambial. Relação entre taxa de juros, taxa de câmbio e regimes cambiais. Prof. Eliezer Lopes IGEPP GESTOR - 2013 Política cambial. Relação entre taxa de juros, taxa de câmbio e regimes cambiais. Prof. Eliezer Lopes MACROECONOMIA ABERTA POLÍTICA FISCAL POLÍTICA MONETÁRIA MERCADO DE BENS PRODUTO

Leia mais

ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha

ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha Introdução: economias abertas Problema da liquidez: Como ajustar desequilíbrios de posições entre duas economias? ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha Como o cada tipo de ajuste ( E, R,

Leia mais

número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas

número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas A valorização do real e as negociações coletivas As negociações coletivas em empresas ou setores fortemente vinculados ao mercado

Leia mais

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária Alcance 1. Uma entidade que prepara e apresenta Demonstrações Contábeis sob o regime de competência deve aplicar esta Norma

Leia mais

RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL. Abril 2015

RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL. Abril 2015 RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL Abril 2015 Equipe Técnica: Diretor: Carlos Antônio Rocca Superintendente: Lauro Modesto Santos Jr. Analistas: Elaine Alves Pinheiro e Fernando

Leia mais

Política Cambial. Política Cambial e. Balanço de Pagamentos 26/03/2013. Mecanismos de intervenção na Economia. O que é Balanço de Pagamentos?

Política Cambial. Política Cambial e. Balanço de Pagamentos 26/03/2013. Mecanismos de intervenção na Economia. O que é Balanço de Pagamentos? Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências Agronômicas Depto. de Economia, Sociologia e Tecnologia e Balança de Pagamentos Economia e Administração 3 º sem./medicina Veterinária Núria R. G. Quintana

Leia mais

Macroeconomia. Prof. Aquiles Rocha de Farias

Macroeconomia. Prof. Aquiles Rocha de Farias Macroeconomia Prof. Aquiles Rocha de Farias Modelo Mundell-Fleming (IS-LM-) No modelo Mundell-Fleming é introduzida ao modelo IS-LM uma nova curva, a curva, que corresponde aos valores de renda e taxa

Leia mais

Curso CPA-10 Certificação ANBID Módulo 4 - Princípios de Investimento

Curso CPA-10 Certificação ANBID Módulo 4 - Princípios de Investimento Pág: 1/18 Curso CPA-10 Certificação ANBID Módulo 4 - Princípios de Investimento Pág: 2/18 Módulo 4 - Princípios de Investimento Neste módulo são apresentados os principais fatores para a análise de investimentos,

Leia mais

MACROECONOMIA II PROFESSOR JOSE LUIS OREIRO PRIMEIRA LISTA DE EXERCÍCIOS

MACROECONOMIA II PROFESSOR JOSE LUIS OREIRO PRIMEIRA LISTA DE EXERCÍCIOS MACROECONOMIA II PROFESSOR JOSE LUIS OREIRO PRIMEIRA LISTA DE EXERCÍCIOS 1 Questão: Considere uma economia na qual os indivíduos vivem por dois períodos. A população é constante e igual a N. Nessa economia

Leia mais

CAPÍTULO 11. Poupança, acumulação de capital e produto. Olivier Blanchard Pearson Education

CAPÍTULO 11. Poupança, acumulação de capital e produto. Olivier Blanchard Pearson Education Olivier Blanchard Pearson Education Poupança, acumulação de capital e CAPÍTULO 11 2006 Pearson Education Macroeconomics, 4/e Olivier Blanchard Poupança, Os efeitos da taxa de poupança a razão entre a poupança

Leia mais

3.1 Da c onta t bil i i l d i ade nacio i nal para r a t e t ori r a i ma m cro r econômi m c i a Det e er e mi m n i a n ç a ã ç o ã o da d

3.1 Da c onta t bil i i l d i ade nacio i nal para r a t e t ori r a i ma m cro r econômi m c i a Det e er e mi m n i a n ç a ã ç o ã o da d Determinação da renda e produtos nacionais: O mercado de Bens e Serviços Capítulo III 3.1 Da contabilidade nacional para a teoria macroeconômica A Contabilidade Nacional: medição do produto efetivamente

Leia mais

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO II RELATÓRIO ANALÍTICO 15 1 CONTEXTO ECONÔMICO A quantidade e a qualidade dos serviços públicos prestados por um governo aos seus cidadãos são fortemente influenciadas pelo contexto econômico local, mas

Leia mais

Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) NOVEMBRO/2013

Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) NOVEMBRO/2013 16 de dezembro de 2013 Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) NOVEMBRO/2013 O ICEC é um indicador da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) que visa medir o nível

Leia mais

10º FÓRUM DE ECONOMIA. Política Cambial, Estrutura Produtiva e Crescimento Econômico: fundamentos teóricos e evidências empíricas para o Brasil

10º FÓRUM DE ECONOMIA. Política Cambial, Estrutura Produtiva e Crescimento Econômico: fundamentos teóricos e evidências empíricas para o Brasil 10º FÓRUM DE ECONOMIA Política Cambial, Estrutura Produtiva e Crescimento Econômico: fundamentos teóricos e evidências empíricas para o Brasil Eliane Araújo São Paulo, 01 de outubro de2013 Objetivos Geral:

Leia mais

MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS MÓDULO 7 POLÍTICA CAMBIAL

MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS MÓDULO 7 POLÍTICA CAMBIAL MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS MÓDULO 7 POLÍTICA CAMBIAL Índice 1. Política Cambial...3 1.1. Taxa de câmbio fixa... 3 1.2. Taxa de câmbio flutuante... 3 1.3. Padrão currency board... 3 2. Política de

Leia mais

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos,

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Economia Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Comércio Internacional Objetivos Apresentar o papel da taxa de câmbio na alteração da economia. Iniciar nas noções

Leia mais

Questões de Economia Cesgranrio. Macroeconomia

Questões de Economia Cesgranrio. Macroeconomia Macroeconomia Balanço de Pagamento 1. Cesgranrio ANP 2008 Especialista em Regulação) Quando um país tem um deficit no balanço comercial do seu balanço de pagamentos, pode-se afirmar que a) as exportações

Leia mais

Uma avaliação crítica da proposta de conversibilidade plena do Real XXXII Encontro Nacional de Economia - ANPEC 2004, Natal, dez 2004

Uma avaliação crítica da proposta de conversibilidade plena do Real XXXII Encontro Nacional de Economia - ANPEC 2004, Natal, dez 2004 Uma avaliação crítica da proposta de conversibilidade plena do Real XXXII Encontro Nacional de Economia - ANPEC 2004, Natal, dez 2004 Fernando Ferrari-Filho Frederico G. Jayme Jr Gilberto Tadeu Lima José

Leia mais

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios Pequenas e Médias Empresas no Canadá Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios De acordo com a nomenclatura usada pelo Ministério da Indústria do Canadá, o porte

Leia mais

Parte III Política Cambial

Parte III Política Cambial Parte III Política Cambial CAPÍTULO 5. A GESTÃO DO REGIME DE CÂMBIO FLUTUANTE NO BRASIL CAPÍTULO 6. A RELAÇÃO ENTRE A TAXA DE CÂMBIO E O DESENVOLVIMENTO Regimes e Política Cambial Apesar da adoção quase

Leia mais

MACROECONOMIA DA ESTAGNAÇÃO

MACROECONOMIA DA ESTAGNAÇÃO MACROECONOMIA DA ESTAGNAÇÃO Fernando Ferrari Filho Resenha do livro Macroeconomia da Estagnação: crítica da ortodoxia convencional no Brasil pós- 1994, de Luiz Carlos Bresser Pereira, Editora 34, São Paulo,

Leia mais

Prof. José Luis Oreiro Instituto de Economia - UFRJ

Prof. José Luis Oreiro Instituto de Economia - UFRJ Prof. José Luis Oreiro Instituto de Economia - UFRJ Palma, G. (2002). The Three routes to financial crises In: Eatwell, J; Taylor, L. (orgs.). International Capital Markets: systems in transition. Oxford

Leia mais

Sumário. Conceitos básicos 63 Estrutura do balanço de pagamentos 64 Poupança externa 68

Sumário. Conceitos básicos 63 Estrutura do balanço de pagamentos 64 Poupança externa 68 Sumário CAPÍTULO l As CONTAS NACIONAIS * l Os agregados macroeconômicos e o fluxo circular da renda 2 Contas nacionais - modelo simplificado 4 Economia fechada e sem governo 4 Economia fechada e com governo

Leia mais

Taxa de Câmbio. Recebimento de juros Recebimentos de lucros do exterior Receita de rendas do trabalho

Taxa de Câmbio. Recebimento de juros Recebimentos de lucros do exterior Receita de rendas do trabalho Taxa de Câmbio TAXA DE CÂMBIO No Brasil é usado a CONVENÇÃO DO INCERTO. O valor do dólar é fixo e o variável é a nossa moeda. Por exemplo : 1 US$ = R$ 3,00 Mercado de Divisa No mercado de câmbio as divisas

Leia mais

INDICADORES FINANCEIROS NA TOMADA DE DECISÕES GERENCIAIS

INDICADORES FINANCEIROS NA TOMADA DE DECISÕES GERENCIAIS INDICADORES FINANCEIROS NA TOMADA DE DECISÕES GERENCIAIS ANA BEATRIZ DALRI BRIOSO¹, DAYANE GRAZIELE FANELLI¹, GRAZIELA BALDASSO¹, LAURIANE CARDOSO DA SILVA¹, JULIANO VARANDAS GROPPO². 1 Alunos do 8º semestre

Leia mais

Fase 2 (setembro 2012) Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário - 2012

Fase 2 (setembro 2012) Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário - 2012 Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário - 2012 Apresentação A sondagem Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário 2012 Fase 2 apresenta a visão do empresário do transporte

Leia mais

ESTUDO DE CASO MÓDULO XI. Sistema Monetário Internacional. Padrão Ouro 1870 1914

ESTUDO DE CASO MÓDULO XI. Sistema Monetário Internacional. Padrão Ouro 1870 1914 ESTUDO DE CASO MÓDULO XI Sistema Monetário Internacional Padrão Ouro 1870 1914 Durante muito tempo o ouro desempenhou o papel de moeda internacional, principalmente por sua aceitabilidade e confiança.

Leia mais

NOTA CEMEC 06/2015 CÂMBIO CONTRIBUI PARA RECUPERAÇÃO DE MARGENS E COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA

NOTA CEMEC 06/2015 CÂMBIO CONTRIBUI PARA RECUPERAÇÃO DE MARGENS E COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA NOTA CEMEC 06/2015 CÂMBIO CONTRIBUI PARA RECUPERAÇÃO DE MARGENS E COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA Agosto de 2015 O CEMEC não se responsabiliza pelo uso dessas informações para tomada de decisões de compra

Leia mais

Março / 2015. Cenário Econômico Bonança e Tempestade. Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Março / 2015. Cenário Econômico Bonança e Tempestade. Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Março / 2015 Cenário Econômico Bonança e Tempestade Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos 1 Bonança Externa Boom das Commodities Estímulos ao consumo X inflação Importações e real valorizado 2

Leia mais

O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO NO PERÍODO DE 1985-2009: BÊNÇÃO OU MALDIÇÃO DAS COMMODITIES? Stela Luiza de Mattos Ansanelli (Unesp)

O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO NO PERÍODO DE 1985-2009: BÊNÇÃO OU MALDIÇÃO DAS COMMODITIES? Stela Luiza de Mattos Ansanelli (Unesp) O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO NO PERÍODO DE 1985-2009: BÊNÇÃO OU MALDIÇÃO DAS COMMODITIES? Stela Luiza de Mattos Ansanelli (Unesp) Objetivo Qual padrão de especialização comercial brasileiro? Ainda fortemente

Leia mais

Ficha de informação 1 POR QUE RAZÃO NECESSITA A UE DE UM PLANO DE INVESTIMENTO?

Ficha de informação 1 POR QUE RAZÃO NECESSITA A UE DE UM PLANO DE INVESTIMENTO? Ficha de informação 1 POR QUE RAZÃO NECESSITA A UE DE UM PLANO DE INVESTIMENTO? Desde a crise económica e financeira mundial, a UE sofre de um baixo nível de investimento. São necessários esforços coletivos

Leia mais

Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente

Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente Roberto Meurer * RESUMO - Neste artigo se analisa a utilização dos depósitos compulsórios sobre depósitos à vista

Leia mais

Análise econômica e suporte para as decisões empresariais

Análise econômica e suporte para as decisões empresariais Cenário Moveleiro Análise econômica e suporte para as decisões empresariais Número 01/2008 Cenário Moveleiro Número 01/2008 1 Cenário Moveleiro Análise econômica e suporte para as decisões empresariais

Leia mais

RELATÓRIO TESE CENTRAL

RELATÓRIO TESE CENTRAL RELATÓRIO Da audiência pública conjunta das Comissões de Assuntos Econômicos, de Assuntos Sociais, de Acompanhamento da Crise Financeira e Empregabilidade e de Serviços de Infraestrutura, realizada no

Leia mais

RISCOS E OPORTUNIDADES PARA A INDÚSTRIA DE BENS DE CONSUMO. Junho de 2012

RISCOS E OPORTUNIDADES PARA A INDÚSTRIA DE BENS DE CONSUMO. Junho de 2012 RISCOS E OPORTUNIDADES PARA A INDÚSTRIA DE BENS DE CONSUMO Junho de 2012 Riscos e oportunidades para a indústria de bens de consumo A evolução dos últimos anos, do: Saldo da balança comercial da indústria

Leia mais

NOTA CEMEC 03/2015 FATORES DA QUEDA DO INVESTIMENTO 2010-2014

NOTA CEMEC 03/2015 FATORES DA QUEDA DO INVESTIMENTO 2010-2014 NOTA CEMEC 03/2015 FATORES DA QUEDA DO INVESTIMENTO 2010-2014 Março 2015 1 NOTA CEMEC 03/2015 SUMÁRIO Os dados de Contas Nacionais atualizados até o terceiro trimestre de 2014 revelam a continuidade da

Leia mais

Boletim Econômico. Federação Nacional dos Portuários. Sumário

Boletim Econômico. Federação Nacional dos Portuários. Sumário Boletim Econômico Federação Nacional dos Portuários Agosto de 2014 Sumário Indicadores de desenvolvimento brasileiro... 2 Emprego... 2 Reajuste dos salários e do salário mínimo... 3 Desigualdade Social

Leia mais

Ano I Boletim II Outubro/2015. Primeira quinzena. são específicos aos segmentos industriais de Sertãozinho e região.

Ano I Boletim II Outubro/2015. Primeira quinzena. são específicos aos segmentos industriais de Sertãozinho e região. O presente boletim analisa algumas variáveis chaves na atual conjuntura da economia sertanezina, apontando algumas tendências possíveis. Como destacado no boletim anterior, a indústria é o carro chefe

Leia mais

Esclarecimentos sobre rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV

Esclarecimentos sobre rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV INVESTIMENTOS Esclarecimentos sobre rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV Uma questão de suma importância para a consolidação e perenidade de um Fundo de Pensão é a sua saúde financeira, que garante

Leia mais

6 O Papel do BNDES e o Crédito Externo 6.1. O BNDES

6 O Papel do BNDES e o Crédito Externo 6.1. O BNDES 6 O Papel do BNDES e o Crédito Externo 6.1. O BNDES Uma vez confiantes nos resultados encontrados em relação à influência dos juros sobre o investimento na economia, partimos para uma segunda fase do estudo.

Leia mais

UNIJUI Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS ECONOMIA II PROFESSOR AGENOR CASTOLDI APONTAMENTOS DE MACROECONOMIA

UNIJUI Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS ECONOMIA II PROFESSOR AGENOR CASTOLDI APONTAMENTOS DE MACROECONOMIA UNIJUI Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS ECONOMIA II PROFESSOR AGENOR CASTOLDI APONTAMENTOS DE MACROECONOMIA MATERIAL DE AUXILIO PARA AULAS DE ECONOMIA II CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ANO

Leia mais

CASO 7 A evolução do balanço de pagamentos brasileiro no período do Real

CASO 7 A evolução do balanço de pagamentos brasileiro no período do Real CASO 7 A evolução do balanço de pagamentos brasileiro no período do Real Capítulo utilizado: cap. 13 Conceitos abordados Comércio internacional, balanço de pagamentos, taxa de câmbio nominal e real, efeitos

Leia mais

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA IMPACTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO PRODUTO INTERNO BRUTO BRASILEIRO

Leia mais

Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil

Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil Julho de 2005 Risco Macroeconômico 2 Introdução: Risco Financeiro e Macroeconômico Um dos conceitos fundamentais na área financeira é o de risco, que normalmente

Leia mais

Exportação de Serviços

Exportação de Serviços Exportação de Serviços 1. Ementa O objetivo deste trabalho é dar uma maior visibilidade do setor a partir da apresentação de algumas informações sobre o comércio exterior de serviços brasileiro. 2. Introdução

Leia mais

Um Novo Modelo de Desenvolvimento para o Brasil

Um Novo Modelo de Desenvolvimento para o Brasil Um Novo Modelo de Desenvolvimento para o Brasil Yoshiaki Nakano Escola de Economia de São Paulo Fundação Getulio Vargas 26 de Abril de 2006 Um Novo Modelo de Desenvolvimento para o Brasil A Base do Novo

Leia mais

Perguntas e Respostas Alteração no rendimento da caderneta de poupança. 1) Por que o governo decidiu mudar as regras da caderneta de poupança?

Perguntas e Respostas Alteração no rendimento da caderneta de poupança. 1) Por que o governo decidiu mudar as regras da caderneta de poupança? Perguntas e Respostas Alteração no rendimento da caderneta de poupança Novas regras 1) Por que o governo decidiu mudar as regras da caderneta de poupança? Por ter parte de sua remuneração (chamada de adicional)

Leia mais

NOTAS ECONÔMICAS. Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio

NOTAS ECONÔMICAS. Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio NOTAS ECONÔMICAS Informativo da Confederação Nacional da Indústria Ano 11 Número 2 12 de julho de 2010 www.cni.org.br Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio Brasil

Leia mais

Construção do. Incidência da abertura externa sobre IS-LM Construção, interpretação e deslocamento da curva BP

Construção do. Incidência da abertura externa sobre IS-LM Construção, interpretação e deslocamento da curva BP Construção do Modelo IS-LM-BP Incidência da abertura externa sobre IS-LM Construção, interpretação e deslocamento da curva BP http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ Modelo IS-LM MODELO IS-LM: mostra

Leia mais

A unificação monetária européia

A unificação monetária européia A unificação monetária européia Especial Panorama Celeste Cristina Machado Badaró 06 de julho de 2007 A unificação monetária européia Especial Panorama Celeste Cristina Machado Badaró 06 de julho de 2007

Leia mais

O Comportamento da Taxa de Juros. Introdução. Economia Monetária I (Turma A) - UFRGS/FCE 6/10/2005. Prof. Giácomo Balbinotto Neto 1

O Comportamento da Taxa de Juros. Introdução. Economia Monetária I (Turma A) - UFRGS/FCE 6/10/2005. Prof. Giácomo Balbinotto Neto 1 O Comportamento da Taxa de Juros Prof. Giácomo Balbinotto Neto Introdução A taxa de juros é o preço que é pago por um tomador de empréstimos a um emprestador pelo uso dos recursos durante um determinado

Leia mais

A EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO EXTERNO DIRETO (IED) NO BRASIL: 1995-2013 1 RESUMO

A EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO EXTERNO DIRETO (IED) NO BRASIL: 1995-2013 1 RESUMO 1 A EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO EXTERNO DIRETO (IED) NO BRASIL: 1995-2013 1 Cleidi Dinara Gregori 2 RESUMO Este artigo tem como objetivo analisar a evolução do investimento externo direto, também conhecido

Leia mais

PLANEJAMENTO OPERACIONAL: RECURSOS HUMANOS E FINANÇAS MÓDULO 16

PLANEJAMENTO OPERACIONAL: RECURSOS HUMANOS E FINANÇAS MÓDULO 16 PLANEJAMENTO OPERACIONAL: RECURSOS HUMANOS E FINANÇAS MÓDULO 16 Índice 1. Orçamento Empresarial...3 2. Conceitos gerais e elementos...3 3. Sistema de orçamentos...4 4. Horizonte de planejamento e frequência

Leia mais

2. Condições de Equilíbrio do Modelo No modelo keynesiano simples, a economia estará em equilíbrio se:

2. Condições de Equilíbrio do Modelo No modelo keynesiano simples, a economia estará em equilíbrio se: Macroeconomia Aula 2 1. Modelo Keynesiano Simples 1.1. Clássicos x Keynes Para os economistas clássicos, a economia de mercado era auto-regulável e tendia quase que automaticamente para o pleno emprego.

Leia mais

O Custo Unitário do Trabalho na Indústria

O Custo Unitário do Trabalho na Indústria O Custo Unitário do Trabalho na Indústria O mercado de trabalho é fonte de indicadores muito importantes à condução da política monetária como, por exemplo, a taxa de desemprego, os níveis de salários

Leia mais

Evolução Recente das Principais Aplicações Financeiras

Evolução Recente das Principais Aplicações Financeiras Evolução Recente das Principais Aplicações Financeiras As principais modalidades de aplicação financeira disponíveis no mercado doméstico caderneta de poupança, fundos de investimento e depósitos a prazo

Leia mais

Curso DSc Bacen - Básico Provas 2001-2010 - Macroeconomia. Prof.: Antonio Carlos Assumpção

Curso DSc Bacen - Básico Provas 2001-2010 - Macroeconomia. Prof.: Antonio Carlos Assumpção Curso DSc Bacen - Básico Provas 2001-2010 - Macroeconomia Prof.: Antonio Carlos Assumpção Contabilidade Nacional Balanço de Pagamentos Sistema Monetário 26- Considere a seguinte equação: Y = C + I + G

Leia mais

FLUTUAÇÕES CAMBIAIS RECENTES EM MOÇAMBIQUE

FLUTUAÇÕES CAMBIAIS RECENTES EM MOÇAMBIQUE FLUTUAÇÕES CAMBIAIS RECENTES EM MOÇAMBIQUE D E T E R M I N A N T E S, I M PA C TOS E I M P L I C A Ç Õ E S D E P O L Í T I C A E D UARDO N E VES J OÃO Quais são os determinantes das taxas de câmbio? Os

Leia mais

REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS: 2010-2014

REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS: 2010-2014 NOTAS CEMEC 01/2015 REDUÇÃO DA TAXA DE POUPANÇA E AS EMPRESAS NÃO FINANCEIRAS: 2010-2014 Carlos A. Rocca Lauro Modesto Santos Jr. Fevereiro de 2015 1 1. Introdução No Estudo Especial CEMEC de novembro

Leia mais

36,6% dos empresários gaúchos julgam que o. 74,4% dos empresários gaúchos consideram que. 66,0% das empresas contempladas pela medida a

36,6% dos empresários gaúchos julgam que o. 74,4% dos empresários gaúchos consideram que. 66,0% das empresas contempladas pela medida a 36,6% dos empresários gaúchos julgam que o faturamento é a melhor base tributária para a contribuição patronal. 74,4% dos empresários gaúchos consideram que a medida contribuirá parcialmente ou será fundamental

Leia mais

Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Cleber Rentroia MBA em Finanças e Banking

Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Cleber Rentroia MBA em Finanças e Banking 1. Quando o IPCA tende a subir além das metas de inflação, qual medida deve ser tomada pelo COPOM: a) Abaixar o compulsório b) Reduzir taxa do redesconto c) Aumentar o crédito d) Elevar a taxa de juros

Leia mais

Decomposição da Inflação de 2011

Decomposição da Inflação de 2011 Decomposição da de Seguindo procedimento adotado em anos anteriores, este boxe apresenta estimativas, com base nos modelos de projeção utilizados pelo Banco Central, para a contribuição de diversos fatores

Leia mais

Instrumentalização. Economia e Mercado. Aula 4 Contextualização. Demanda Agregada. Determinantes DA. Prof. Me. Ciro Burgos

Instrumentalização. Economia e Mercado. Aula 4 Contextualização. Demanda Agregada. Determinantes DA. Prof. Me. Ciro Burgos Economia e Mercado Aula 4 Contextualização Prof. Me. Ciro Burgos Oscilações dos níveis de produção e emprego Oferta e demanda agregadas Intervenção do Estado na economia Decisão de investir Impacto da

Leia mais

Auditor Federal de Controle Externo/TCU - 2015

Auditor Federal de Controle Externo/TCU - 2015 - 2015 Prova de Análise das Demonstrações Comentada Pessoal, a seguir comentamos as questões de Análise das Demonstrações Contábeis aplicada na prova do TCU para Auditor de Controle Externo (2015). Foi

Leia mais

Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial

Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial Associado à Fundação Armando Alvares Penteado Rua Ceará 2 São Paulo, Brasil 01243-010 Fones 3824-9633/826-0103/214-4454 Fax 825-2637/ngall@uol.com.br O Acordo

Leia mais

Previsão da taxa de juros Selic e do câmbio nominal a partir de um modelo Var com restrição

Previsão da taxa de juros Selic e do câmbio nominal a partir de um modelo Var com restrição Previsão da taxa de juros Selic e do câmbio nominal a partir de um modelo Var com restrição Luciano D Agostin * José Luís da Costa Oreiro ** Os indicadores macroeconômicos de emprego, produto e inflação

Leia mais

INDICADORES ECONÔMICOS PARA ANÁLISE DE CONJUNTURA. Fernando J. Ribeiro Grupo de Estudos de Conjuntura (GECON) - DIMAC

INDICADORES ECONÔMICOS PARA ANÁLISE DE CONJUNTURA. Fernando J. Ribeiro Grupo de Estudos de Conjuntura (GECON) - DIMAC INDICADORES ECONÔMICOS PARA ANÁLISE DE CONJUNTURA Fernando J. Ribeiro Grupo de Estudos de Conjuntura (GECON) - DIMAC FORTALEZA, Agosto de 2013 SUMÁRIO 1. Fundamentos da Análise de Conjuntura. 2. Tipos

Leia mais

5 Análise prospectiva dos investimentos das EFPC

5 Análise prospectiva dos investimentos das EFPC 5 Análise prospectiva dos investimentos das EFPC Nesta seção serão apresentados os resultados encontrados para os diversos modelos estimados. No total foram estimados dezessete 1 modelos onde a variável

Leia mais

Setor Externo: Triste Ajuste

Setor Externo: Triste Ajuste 8 análise de conjuntura Setor Externo: Triste Ajuste Vera Martins da Silva (*) A recessão da economia brasileira se manifesta de forma contundente nos resultados de suas relações com o resto do mundo.

Leia mais

Avaliação de Conhecimentos. Macroeconomia

Avaliação de Conhecimentos. Macroeconomia Workshop de Macroeconomia Avaliação de Conhecimentos Específicos sobre Macroeconomia Workshop - Macroeconomia 1. Como as oscilações na bolsa de valores impactam no mercado imobiliário? 2. OquemoveoMercadoImobiliário?

Leia mais

Elementos de Análise Financeira Matemática Financeira e Inflação Profa. Patricia Maria Bortolon

Elementos de Análise Financeira Matemática Financeira e Inflação Profa. Patricia Maria Bortolon Elementos de Análise Financeira Matemática Financeira e Inflação O que é Inflação? Inflação É a elevação generalizada dos preços de uma economia O que é deflação? E a baixa predominante de preços de bens

Leia mais

Pindyck & Rubinfeld, Capítulo 15, Mercado de Capitais::REVISÃO

Pindyck & Rubinfeld, Capítulo 15, Mercado de Capitais::REVISÃO Pindyck & Rubinfeld, Capítulo 15, Mercado de Capitais::REVISÃO 1. Uma empresa utiliza tecidos e mão-de-obra na produção de camisas em uma fábrica que foi adquirida por $10 milhões. Quais de seus insumos

Leia mais

Apresentação de Teresa Ter-Minassian na conferencia IDEFF: Portugal 2011: Coming to the bottom or going to the bottom? Lisboa, Jan.31-Fev.

Apresentação de Teresa Ter-Minassian na conferencia IDEFF: Portugal 2011: Coming to the bottom or going to the bottom? Lisboa, Jan.31-Fev. Apresentação de Teresa Ter-Minassian na conferencia IDEFF: Portugal 2011: Coming to the bottom or going to the bottom? Lisboa, Jan.31-Fev.1, 2011 Estrutura da apresentação Antecedentes Principais características

Leia mais

COMO CALCULAR A PERFORMANCE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS - PARTE II

COMO CALCULAR A PERFORMANCE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS - PARTE II COMO CALCULAR A PERFORMANCE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS - PARTE II O que é o Índice de Treynor? Índice de Treynor x Índice de Sharpe Restrições para as análises de Sharpe e Trynor A utilização do risco

Leia mais

RETRATOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA

RETRATOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA Indicadores CNI RETRATOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA Previdência 20 Maioria dos brasileiros apoia mudanças na previdência Sete em cada dez brasileiros reconhecem que o sistema previdenciário brasileiro apresenta

Leia mais

3. Contas Correntes: A categoria Contas Correntes tem quatro sub-divisões, a saber:

3. Contas Correntes: A categoria Contas Correntes tem quatro sub-divisões, a saber: 1. B/Pgtos, p. 1 Comércio e Finanças Internacionais Prof. José Alfredo A. Leite 1A. BALANÇO DE PAGAMENTOS 1. Definição: O B/P é o registro contábil dos recebimentos e pagamentos feitos pelos diversos agentes

Leia mais

CENÁRIOS ECONÔMICOS O QUE ESPERAR DE 2016? Prof. Antonio Lanzana Dezembro/2015

CENÁRIOS ECONÔMICOS O QUE ESPERAR DE 2016? Prof. Antonio Lanzana Dezembro/2015 CENÁRIOS ECONÔMICOS O QUE ESPERAR DE 2016? Prof. Antonio Lanzana Dezembro/2015 1 SUMÁRIO 1. Economia Mundial e Impactos sobre o Brasil 2. Política Econômica Desastrosa do Primeiro Mandato 2.1. Resultados

Leia mais

Indicadores de Sustentabilidade Fiscal e Externa

Indicadores de Sustentabilidade Fiscal e Externa Indicadores de Sustentabilidade Fiscal e Externa A instabilidade registrada nos mercados financeiros internacionais de maio a junho de 26, a exemplo da turbulência observada recentemente, impactou negativamente

Leia mais

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Análise Setorial Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Abril de 2015 Sumário 1. Perspectivas do Cenário Econômico em 2015... 3 2. Balança Comercial de Março de 2015... 5 3.

Leia mais

Uma proposição de política cambial para a economia brasileira +

Uma proposição de política cambial para a economia brasileira + Uma proposição de política cambial para a economia brasileira + Fernando Ferrari Filho * e Luiz Fernando de Paula ** A recente crise financeira internacional mostrou que a estratégia nacional para lidar

Leia mais

MOTIVAÇÕES PARA A INTERNACIONALlZAÇÃO

MOTIVAÇÕES PARA A INTERNACIONALlZAÇÃO Internacionalização de empresas brasileiras: em busca da competitividade Luis Afonso Lima Pedro Augusto Godeguez da Silva Revista Brasileira do Comércio Exterior Outubro/Dezembro 2011 MOTIVAÇÕES PARA A

Leia mais

ipea A EFETIVIDADE DO SALÁRIO MÍNIMO COMO UM INSTRUMENTO PARA REDUZIR A POBREZA NO BRASIL 1 INTRODUÇÃO 2 METODOLOGIA 2.1 Natureza das simulações

ipea A EFETIVIDADE DO SALÁRIO MÍNIMO COMO UM INSTRUMENTO PARA REDUZIR A POBREZA NO BRASIL 1 INTRODUÇÃO 2 METODOLOGIA 2.1 Natureza das simulações A EFETIVIDADE DO SALÁRIO MÍNIMO COMO UM INSTRUMENTO PARA REDUZIR A POBREZA NO BRASIL Ricardo Paes de Barros Mirela de Carvalho Samuel Franco 1 INTRODUÇÃO O objetivo desta nota é apresentar uma avaliação

Leia mais

Ajuste externo induzido por política cambial. Reinaldo Gonçalves reinaldogoncalves1@gmail.com

Ajuste externo induzido por política cambial. Reinaldo Gonçalves reinaldogoncalves1@gmail.com Ajuste externo induzido por política cambial Reinaldo Gonçalves reinaldogoncalves1@gmail.com Sumário 1. Mudança na composição dos gastos 1. Enfoque de elasticidade 2. Enfoque de absorção 2. Mudança no

Leia mais

Crescimento Econômico Brasileiro: Análise e Perspectivas

Crescimento Econômico Brasileiro: Análise e Perspectivas Crescimento Econômico Brasileiro: Análise e Perspectivas Fernando A. Veloso Ibmec/RJ XII Seminário Anual de Metas para a Inflação Maio de 2010 Crescimento da Renda per Capita Entre 1960 e 1980, a renda

Leia mais

PERFIL DE INVESTIMENTOS PERFIL DE INVESTIMENTO

PERFIL DE INVESTIMENTOS PERFIL DE INVESTIMENTO PERFIL DE INVESTIMENTOS O QUE É? É a opção dada ao participante para que indique os percentuais de seu saldo que devem ser alocados em Renda Fixa e em Renda Variável (ações), de acordo com a sua aptidão

Leia mais

Período São Bernardo SB Zero SB 20 SB 40 CDI. Janeiro 0,92% 1,05% -0,29% -1,71% 0,93% Fevereiro 0,81% 0,74% 1,93% 3,23% 0,82%

Período São Bernardo SB Zero SB 20 SB 40 CDI. Janeiro 0,92% 1,05% -0,29% -1,71% 0,93% Fevereiro 0,81% 0,74% 1,93% 3,23% 0,82% Rentabilidade da Renda Fixa em 2015 Desde o mês de junho deste ano as carteiras de investimentos financeiros que compõem os perfis de investimentos da São Bernardo têm sofrido forte flutuação de rentabilidade,não

Leia mais

5.4 Balanço Patrimonial

5.4 Balanço Patrimonial IV - Quociente Financeiro de Execução Os números demonstram, nos três períodos, superávit orçamentário e financeiro, considerando-se também para as despesas em regime de caixa. V - Saldos Financeiros Os

Leia mais

Taxa de Juros para Aumentar a Poupança Interna

Taxa de Juros para Aumentar a Poupança Interna Taxa de Juros para Aumentar a Poupança Interna Condição para Crescer Carlos Feu Alvim feu@ecen.com No número anterior vimos que aumentar a poupança interna é condição indispensável para voltar a crescer.

Leia mais

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012 Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012 O RISCO DOS DISTRATOS O impacto dos distratos no atual panorama do mercado imobiliário José Eduardo Rodrigues Varandas Júnior

Leia mais

Investimento internacional. Fluxos de capitais e reservas internacionais

Investimento internacional. Fluxos de capitais e reservas internacionais Investimento internacional Fluxos de capitais e reservas internacionais Movimento internacional de fatores Determinantes da migração internacional: diferencial de salários; possibilidades e condições do

Leia mais

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr. A Chave para o Sucesso Empresarial José Renato Sátiro Santiago Jr. Capítulo 1 O Novo Cenário Corporativo O cenário organizacional, sem dúvida alguma, sofreu muitas alterações nos últimos anos. Estas mudanças

Leia mais

ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA BOMBRIL S.A.

ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA BOMBRIL S.A. Universidade Federal do Pará Centro: Sócio Econômico Curso: Ciências Contábeis Disciplina: Análise de Demonstrativos Contábeis II Professor: Héber Lavor Moreira Aluno: Roberto Lima Matrícula:05010001601

Leia mais