Caminhos para a Efetividade da Segurança Pública no Brasil. Daniel Cerqueira (IPEA)
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- Maria Júlia Lancastre Jardim
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1 Caminhos para a Efetividade da Segurança Pública no Brasil Daniel Cerqueira (IPEA) EPGE/FGV, Rio de Janeiro, em 17/11/2017
2 A escalada dos homicídios nas últimas décadas AED DED
3 Não há uma receita única, mas o que nos dizem as evidências empíricas internacionais que deram certo? 1. Comprometimento da principal autoridade, além da mobilização e articulação de todas as forças da sociedade; 2. Sistema de planejamento e gestão, baseado em: indicadores precisos (inclusive territoriais); diagnósticos, monitoramento e avaliação do que é efetivo; e sistema de incentivo: valorização e punição; 3. Difusão de técnicas e construção de espaços de prevenção, mediação, negociação de conflitos; 4. Repressão qualificada, com inteligência e controle; 5. Ações preventivas sociais focalizadas nas crianças e jovens das regiões mais vulneráveis.
4 Repressão qualificada Ainda hoje pensamos a SP como sinônimo de polícia, baseada no modelo tradicional: reativo e ostensivo. Os incríveis anos 60 e o relatório kerner; O gap de demanda; policiamento comunitário; policiamento de proximidade; orientado para a solução do problema; policiamento orientado pela inteligência; Um exemplo: Operação Nine Connect New Jersey State Police. Como pensar num modelo de polícia orientada pela inteligência, num ambiente em que há: ciclo partido; visão militarista; sucateamento da inteligência e investigação; Falta de controle institucional e desvalorização e (des)proteção do policial; Incentivos perversos.
5 Focalização territorial nas crianças e jovens Em 2015, apenas 2,0% dos municípios responderam por 50% dos homicídios no Brasil, ao passo que 10% dos municípios (557) concentraram 76,5% do total de mortes no país; 50% dos homicídios aconteceram em menos de 10% dos bairros. 53% das vítimas de homicídios eram jovens; 71% negros e 73% não possuíam o ensino fundamental 6
6 Oportunidades educacionais...e se tivéssemos investido em nossas crianças e jovens? Cerqueira e Coelho (2015)
7 Os pilares das políticas efetivas de segurança pública Produção de Segurança Pública Repressão qualificada Gestão do medo e de expectativas Prevenção social focalizada 8
8 Taxa de Homicídio Ordem + violento...sim, nós podemos! 70,0 Espírito Santo - Taxa de Homicídio e Posição entre as UFs Mais Violentas 14 60, , ,0 8 30,0 6 20,0 4 10,0 2 0,0 0 Taxa de Homicídio Ordem
9 O papel dos Governos Centrais A menos de ações específicas não operam diretamente a repressão urbana, à cargo das agências locais São responsáveis por: 1. Indução 2. Capacitação 3. Financiamento Papel central não apenas no sentido de promover, por meio de indução aos entes federativos, as políticas que funcionam, mas ainda por garantir um intercâmbio de tecnologia, conhecimento e capacitação tanto no que concerne ao treinamento das forças policiais quanto em termos de conhecimento sobre mecanismos de gestão da segurança pública. Neste contexto, o financiamento amarra a estrutura, criando os incentivos para a indução e a capacitação federativa. Dirigindo na contramão => vide orçamento ; GLOs, Força Nacional, etc.
10 Capacidade estatal nos EUA
11 E no Brasil? Senasp/MJ: 56 funcionários; Plano ou estratégia de segurança pública: inexistente e apenas factoides com GLOs e Força Nacional; Sistema de informações: Até hoje o Sinesp é uma promessa; anos para uma pesquisa de vitimização, que não deu certo; informações do sistema penitenciário... Pesquisa, capacitação de gestores e compartilhamento de melhores tecnologias: inexistente; Sistema de monitoramento e avaliação: inexistente; Financiamentos: fundos sem direção estratégica, na demanda de balcão; sem governança; excessivamente burocráticos;
12 Conclusão Não bastam boas cartas náuticas; temos que construir navios capazes de nos levar ao destino pretendido. Não temos nem as cartas náuticas nem os navios No que tange ao GF, isso passaria por um processo de reordenamento da arquitetura institucional a área de segurança pública e por um processo de investimento nas capacidades estatais da Senasp, hoje totalmente obsoleta.
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