Mestrado Profissional em Ensino das Ciências na Educação Básica. Área de Concentração: Física ANDRÉA SILVA DE LIMA
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- Vinícius de Lacerda Prado
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1 Mestrado Profissional em Ensino das Ciências na Educação Básica. Área de Concentração: Física ANDRÉA SILVA DE LIMA Produto Final da Dissertação apresentada à Universidade do Grande Rio Prof. José de Souza Herdy em 01 de Outubro de 2010: Astronomia como Fator Motivacional para o Ensino de Física no Segundo Segmento do Ensino Fundamental e EJA. 2010
2 JUSTIFICATIVA O uso de Astronomia como Fator Motivacional para o Ensino de Física no segundo segmento do Ensino Fundamental e EJA se deu pela não compreensão do porquê de não ensiná - la aliada a Astronomia, uma vez que é um assunto amplo, complexo e enriquecedor, e que acima de tudo propicia raciocínio lógico, organização do pensamento e compreensão do mundo que cerca o aluno, além da curiosidade que o assunto desperta, uma vez que os meios de comunicação apresentam noticias e fatos intrigantes sobre o assunto. Como pensar uma nova proposta pedagógica de Ensino da Física para as séries finais do Ensino Fundamental e EJA? Trabalhando os conceitos físicos aliados a Astronomia ao longo das séries e módulos, retornando, ampliando e aprofundando gradativamente os conceitos e procedimentos já estudados. Por que não aproveitar a curiosidade das crianças, jovens e adultos, apresentando a Física aos poucos, de modo que os alunos ampliem gradativamente seus conhecimentos sobre esse assunto, sem traumas, através de conceitos e experimentações simples? Deve-se aumentar a dificuldade das atividades propostas à medida que os alunos forem descobrindo determinadas propriedades e fazendo-os perceber que a Física já faz parte de muitas atividades exercidas por eles. Segundo BOHM (2008) qualquer parte, elemento ou aspecto que possa ser abstraído no pensamento continua a envolver o todo e está, portanto, intrinsecamente relacionado com a totalidade da qual foi abstraído. É nesse contexto, que se propõe uma metodologia para o ensino de Física a partir do 6º ano do ensino fundamental, baseado em conceitos que irão formar toda a estrutura de
3 conhecimentos necessários a uma aprendizagem significativa em Física, no ensino Médio. De acordo com ROSA & ROSA o ensino de Física não alcança os objetivos desejados pela maneira como vem sendo abordado. A Astronomia deu origem à própria Física como ciência, mas o seu estudo é reservado apenas para o 6º ano, em geral, nas aulas de Geografia. Como então melhorar a consciência planetária e social dos nossos alunos? Através do ensino da Astronomia com uma abordagem física desvinculada do formalismo matemático, como oportunidade de aprimorar os conceitos físicos e despertar o interesse pela ciência. A proposta é sugerir uma metodologia que priorize os conceitos astronômicos como ponto de partida para o conhecimento da Física e suas aplicações no cotidiano, e examinar, em caráter exploratório e preliminar, as possibilidades e contribuições de um Modelo de Ensino como instrumento auxiliar ao planejamento, desenvolvimento e avaliação de propostas de ensino de ciências, voltados para a promoção de mudanças cognitivas, pois sabemos que existe um longo percurso a ser percorrido para a desmistificação do ensino de Física e conseqüentemente a melhoria dos resultados dos índices de desenvolvimento da educação.
4 OBJETIVO GERAL Sugerir o Ensino da Física aliada à Astronomia no segundo segmento do Ensino Fundamental e EJA, ou seja, trabalhar esse tema ao longo de todo Ensino Fundamental, mantendo a continuidade e a revisão dos conceitos através de todas as séries. Dentro dessas perspectivas, nesse trabalho procura-se identificar quais os ramos da Física são abordados nos livros de Ciências de Ensino Fundamental, no segundo segmento, e com base nessa análise mostrar a possibilidade de um programa de Ensino de Física mais adequado, usando uma construção gradual de dificuldade e considerando a necessidade de cada turma.
5 Proposta de Conteúdos para o 2º segmento do Ensino Fundamental
6 Proposta de Conteúdos para a EJA PRODUTO FINAL: Sugestão de criação de um livro com o material produzido durante a dissertação.
7 Exemplo de material produzido: PLANO DE AULA 1 Disciplina: Ciências Local: Escola Municipal Roraima Público: 6º Ano do Ensino Fundamental Professora: Andréa Silva de Lima Tema: Origem do Universo Sub-tema: Teoria do Big Bang Tempo Previsto: 1 aula de 50 minutos. OBJETIVOS: Apresentar a origem do universo através da teoria do Big Bang. ESTRATÉGIA Antes de mostrar o vídeo aos alunos é importante explicar à classe de onde surgiu o Universo e para onde ele está expandindo. DESENVOLVIMENTO: 1º Momento: Apresentação do vídeo O Big Bang (tempo: 4 min) Disponível em 29/01/10. em Acesso 2º Momento: Discussão das teorias criacionistas; (sem confronto com as teorias evolutivas); 3º Momento: Leitura e interpretação do texto; 4º Momento: Realizar os exercícios propostos na folha de aula (em anexo); RECURSOS: Vídeo, folha com texto e perguntas. AVALIAÇÃO; A avaliação será realizada no transcorrer dos questionamentos apresentados, observando a formação de conceitos pelos alunos, procurando por meio do diálogo, perceber se houve assimilação do conteúdo propostos.
8 O BIG - BANG Atualmente, a teoria que explica a origem do Universo, com maior aceitação por parte da comunidade científica (alguns cientistas já não concordam com esta teoria) é a chamada teoria do Big-Bang. O Big-Bang (Grande - Explosão) teria ocorrido há cerda de 15 mil milhões ( ) de anos. Logo após a explosão, a temperaturas muito elevadas, a matéria iniciou o seu resfriamento e começou a expandir-se. A partir de nuvens de gás hidrogênio e poeira, formaram-se, ao longo de milhões e milhões de anos, as galáxias, as estrelas, os planetas, as suas luas e muitos outros corpos celestes. Acredita-se que o Universo continua em expansão, e algumas observações realizadas por grandes telescópios espalhados confirmam esta hipótese. QUEM PROPÔS ESTA TEORIA DO BIG - BANG? A proposta do Big Bang foi feita inicialmente pelo padre e cosmólogo belga Georges Lemaître ( ), quando expôs uma teoria que afirmava um início repentino para o universo. No entanto, com o passar do tempo a hipótese do cosmólogo belga começou a tomar forma quando em 1929 algumas características da luz das galáxias foram observadas no observatório de Monte Palomar por Milton La Salle Humason começaram a revelar um afastamento progressivo para as galáxias mais distantes, com características de uma dilatação do universo. Traduzida em números esta descoberta permitiu ao astrônomo Edwin Hubble encaixar uma progressão aritmética que mais tarde foi chamada de Constante de Hubble. Até hoje essa proporção aritmética é a régua cósmica, instrumento indispensável para confirmação das teorias de astrônomos e cosmólogos do mundo inteiro. Edwin Hubble foi tão importante para as observações astronômicas que em 1990 a NASA lançou um satélite astronômico, artificial não tripulado que transporta um grande telescópio com seu nome o "Telescópio Hubble", sendo possível ver mais longe do que as estrelas da nossa própria galáxia e estudar estruturas do universo até então desconhecidas ou pouco observadas. COMO IRÁ ENTÃO EVOLUIR O UNIVERSO? Existem duas hipóteses: A primeira, designada como teoria da expansão, defende que o Universo continuará para sempre em expansão, tornando-se num local frio e desolador. A outra hipótese é chamada de teoria do Universo Oscilatório e defende que, em determinada altura, o Universo vai parar de se expandir e inicia-se uma contração, que é por vezes chamada de Big-Crunch, no fim da qual se dará um novo Big-Bang, num ciclo interminável. Disponível em: Acesso em 29/01/10. 1 Como se iniciou o Universo de acordo com o texto? 2 O que foi o Big Bang? 3 Há quanto tempo mais ou menos ocorreu essa explosão? 4 Você conhece outra teoria que explique a criação do Universo? Qual? 5 De acordo com o texto existem duas hipóteses para evolução do Universo, qual você acha mais provável que aconteça? Justifique sua resposta. CAÇA PALAVRAS Encontre 5 palavras relacionadas ao Universo. ENIGMA Descubra o nome do meio de transporte que faz viagens ao espaço.
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS O Ensino Fundamental e Médio em nosso país tem passado nos últimos anos por alterações e, como não podia deixar de ser, o Ensino de Ciências tem sofrido os reflexos destas mudanças. Surge de vários lados, projetos para o ensino de Física uns enfatizando a aprendizagem por descoberta, a ciência integrada, a Física humanizada, dentre outras. Porém o conteúdo foi quase abandonado ou relegado a um plano muito inferior, com isso grande parte da população estudantil não tem acesso real ao conteúdo físico e somente uns pouquíssimos alunos o têm. Logo a democratização do Ensino tão aclamada pelos governos, até certo ponto, não é verdadeira, pois a situação é similar a de trinta ou quarenta anos atrás: o acesso ao conteúdo, em termos de saber organizado, continua sendo privilégio de uma pequena minoria. (MOREIRA, 1983) Sem mencionar os resultados desastrosos dos alunos em avaliações nacionais e internacionais de Ciências, fruto desse descaso com o conhecimento Físico. Por isso, a ênfase no conteúdo dessa proposta de se ensinar Física nas séries finais do Ensino Fundamental e EJA, querendo destacar que a aquisição de conteúdo, é chamar atenção para a necessidade de se encontrar uma forma acessível, se não a todos pelo menos a muitos, um saber tão necessário. Assim a opção pela abordagem Ausubeliana fez-se necessária, já que enfatiza a aquisição de um conhecimento claro, estável e organizado. Nesse sentido não só a Física como também no caso de outras disciplinas onde haja conteúdo a ser ensinado e aprendido pode ser utilizar desta teoria. (MOREIRA, 1983) Percebe-se através da análise dos livros didáticos que mesmo com as Orientações Curriculares o aspecto físico continua sendo negligenciado, e muitos professores o
10 utilizam como muleta para seu amparo durante seu magistério, quando deveria servir como uma janela para outras considerações de aprendizagem. A escolha do tema Astronomia como tema gerador foi respaldado pelos PCN e o fato de que no inicio da pesquisa (2009) ser O Ano Internacional da Astronomia, dispondo assim de materiais e bibliográficas abundante. Os PCN apresentam ainda sugestões de atividades enriquecedoras para serem trabalhadas diretamente com os alunos, dentre as quais convém destacar: Identificação, mediante observação direta, de algumas constelações, estrelas e planetas recorrentes no céu do hemisfério Sul durante o ano. Comparação entre as teorias geocêntrica e heliocêntrica; Uso de novas tecnologias e o embate de idéias nos principais eventos da história da Astronomia até os dias de hoje. Desenhar e esquematizar os modelos atuais de Universo, incluindo o Sistema Solar como referência. (PCN, p , 1998) As atividades propostas centradas no tema Astronomia possuem grande potencial de sedução para se introduzir o ensino de Física no segundo segmento do Ensino Fundamental e EJA, além de abrir caminhos para a interdisciplinaridade, a evolução histórica da ciência, bem como oferecer uma base teórica para seguir em outros tópicos da Física. De acordo com os PCN (1998) O ensino de Ciências deve fornecer uma formação capaz de compreender a cidadania como participação social e política... e posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais. Assim o professor deve lançar desafios, contrariando uma aprendizagem passiva escutar para repetir. Percebeu - se durante a pesquisa os resultados positivos nas observações dos alunos na execução das atividades e avaliações das aulas, confirmando que, quando o professor envolve o aluno e propõe atividades diferenciadas, a empolgação, o interesse pelas aulas e aprendizagem aumentam.
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