DIREITO CIVIL P/ RECEITA FEDERAL E AFT (TEORIA E EXERCÍCIOS) PROFESSOR: LAURO ESCOBAR AULA 02 DAS PESSOAS JURÍDICAS

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1 AULA 02 DAS PESSOAS JURÍDICAS Itens específicos previstos do último edital que serão abordados nesta aula: Pessoa Jurídica: conceito, classificação, começo e fim de sua existência legal, desconsideração. As Pessoas Jurídicas são entes resultantes da criação da lei. Existem como grupos constituídos para a realização de determinados fins, sendo dotadas de direitos e obrigações. Observem que a doutrina usa outras expressões sinônimas: pessoas morais, coletivas, abstratas, fictícias ou "entes de existência ideal". As Pessoas Jurídicas também têm direito à personalidade (identificação, liberdade para contratar, boa reputação, etc.), aos direitos reais (pode ser proprietária, usufrutuária, etc.), aos direitos industriais (art. 5 o, inciso XXIX da CF/88), aos direitos obrigacionais (podendo comprar, vender, alugar ou contratar de uma forma geral) e até mesmo aos direitos sucessórios (podem adquirir bens causa mortis, ou seja, por testamento^. É interessante acrescentar que os dispositivos relativos aos direitos da personalidade da pessoa natural (arts. 11 a 21, CC) também podem ser aplicados em relação à pessoa jurídica, no que couber, por força do art. 52, CC. E é por isso que uma pessoa jurídica tem direito ao nome, à marca, à imagem, à propriedade, ao segredo, etc. Segundo a doutrina ela tem honra objetiva, pois tem patrimônio, reputação, bom nome, etc. Assim, no campo do Direito Civil, a pessoa jurídica pode ser vítima e sofrer danos morais, tendo, inclusive, direito de acionar o Poder Judiciário para exigir reparação desses danos. Trata-se da Súmula 227 do Superior Tribunal de Justiça. Existem diversas teorias que tentam identificar a natureza da personalidade da Pessoa Jurídica. A corrente majoritária tem adotado a Teoria da Realidade Técnica, onde a pessoa jurídica existe de fato e não como uma mera abstração. É reconhecida pelo Estado, com personalidade própria, distinta da de seus membros. São pressupostos de existência da Pessoa Jurídica: a) Vontade humana criadora. Trata-se da affectio societatis, ou seja, intenção específica dos sócios em constituir uma sociedade. b) Obediência aos requisitos impostos pela lei para sua formação. As pessoas jurídicas somente existem porque a lei assim o permite. Portanto, ela necessita se submeter aos requisitos impostos pela própria lei.

2 c) Licitude de sua finalidade, ou seja, deve ter objeto lícito abrangendo em seu conceito: a moralidade dos atos e os objetivos perseguidos. CONCEITO De uma forma técnica podemos conceituar a Pessoa Jurídica como sendo a união de pessoas naturais ou de patrimônios, com o objetivo de atingir determinadas finalidades e reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e obrigações. Atribui-se à Pessoa Jurídica uma personalidade distinta da personalidade dos membros que a compõe. REPRESENTAÇÃO Por não poder atuar por si própria, a pessoa jurídica, como ente da criação da lei, deve ser representada por uma pessoa física (ou natural) ativa e/ou passivamente, exteriorizando sua vontade, nos atos judiciais ou extrajudiciais. Pelo art. 47, CC, todos os atos negociais exercidos pelo representante, dentro dos limites de seus poderes estabelecidos no estatuto social, obrigam a pessoa jurídica, que deverá cumpri-los. Mas se o representante extrapolar estes poderes, responderá pessoalmente por este excesso. Em regra essa pessoa é a indicada no ato constitutivo da Pessoa Jurídica. Na sua omissão, a representação será exercida por seus diretores. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões serão tomadas pela maioria dos votos, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso (art. 48, CC). Esta representação se extrai inicialmente (embora de forma indireta) dos arts. 46, inciso V e 47 do Código Civil. Mas também está prevista expressamente no art. 12, incisos I e II (para as Pessoas Jurídicas de Direito Público) e inciso VI (para as Pessoas Jurídicas de Direito Privado) do Código de Processo Civil (C.P.C.). Lembrando sempre que o Ato Constitutivo varia de acordo com o tipo de Pessoa Jurídica: estatuto (na associação); contrato social (na sociedade); escritura pública ou testamento (na fundação). CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS: A) Quanto à Nacionalidade Elas podem ser consideradas como Nacionais ou Estrangeiras. Sociedade Nacional é a organizada conforme a lei brasileira e tem no País a sede de sua administração. A Sociedade Estrangeira não poderá funcionar no País sem autorização do Poder Executivo e ficará sujeita aos Tribunais brasileiros quanto aos atos aqui praticados. B) Quanto à Estrutura Interna 1) Universitas Personarum - nelas, o que é importante é o conjunto de pessoas, que apenas coletivamente goza de certos direitos e os exerce por meio de uma vontade única. O objetivo é o bem-estar de seus membros. Ex: as Sociedades (de uma forma geral) e as Associações.

3 2) Universitas Bonorum - nelas, o que é importante é o patrimônio personalizado destinado a um determinado fim e que lhe dá unidade. O objetivo é o bem-estar da sociedade. Ex: as Fundações. O objeto e o patrimônio das Fundações são seus elementos essenciais. C) Quanto às Funções e Capacidade Dividem-se em: 1) Pessoas Jurídicas de Direito Público Pode ser classificada em Externo ou Interno. Esta, por sua vez, pode ser subdividida em Administração Direta ou Indireta. 2) Pessoas Jurídicas de Direito Privado Fundações Particulares, Organizações Religiosas (Lei n /03), Partidos Políticos (Lei n /03), Associações e Sociedade, sendo que estas podem ser: simples (antigas sociedades civis) ou empresárias (antigas sociedades comerciais ou mercantis). I. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO O Estado é a pessoa jurídica de direito público por excelência. Todo Estado independente é formado por três elementos essenciais: a) povo; b) território; e c) governo soberano. Costuma-se dizer que o Estado é o povo, em dado território, politicamente organizado segundo sua livre e soberana vontade. 1.1) PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO EXTERNO Segundo o art. 42, CC, são pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros (outros países soberanos, como o Uruguai, Canadá, Dinamarca, etc.) e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público; ou seja, os Organismos Internacionais, como a ONU (Organização das Nações Unidas), OEA (Organização dos Estados Americanos). 1.2) PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO INTERNO São aquelas cuja atuação se restringe aos interesses e limites territoriais do Estado. É a nossa nação, politicamente organizada, nos moldes previstos na Constituição Federal de A) PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO INTERNO DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA OU CENTRALIZADA (art. 41, I, II e III, CC) São elas: União, Estados-membros, Distrito Federal, Territórios e os Municípios legalmente constituídos. Costuma-se dizer que o Brasil é detentor de soberania, ou seja, não deve obediência jurídica a nenhum outro Estado. É juridicamente ilimitada no plano interno e somente contra limites na soberania de outro País. Já as demais entidades dentro do Brasil são detentoras de autonomias. A autonomia dos entes da federação brasileira está devidamente delimitada

4 pelo Direito. Esta autonomia, na verdade, é o exercício do poder do Estado com a observância dos parâmetros jurídicos estabelecidos em uma norma de hierarquia superior (em outras palavras: a própria Constituição Federal). A União designa a nação brasileira, nas suas relações com os Estadosmembros que a compõe e com os cidadãos que se encontram em seu território. Os Estados federados (Estados-membros) possuem autonomia administrativa, competência e autoridade legislativa, executiva e judiciária sobre os negócios locais. Os Municípios legalmente constituídos também se encaixam nesta classificação, pois foram assegurados pela Constituição Federal; eles têm interesses e economia próprios. Também há previsão expressa em relação ao Distrito Federal. Mas em relação a ele a natureza jurídica é controvertida. Alguns dizem que ele é um município anômalo; outros que é uma autarquia territorial; outros que é uma circunscrição territorial assemelhada aos territórios. Finalmente outros afirmam que é "mais do que um município e menos que um Estado". Possui previsão expressa no art. 32, CF/88. Vejamos: a) o Distrito Federal rege-se por uma Lei Orgânica (típica de Municípios) e não por uma Constituição Estadual (típica dos Estados-membros); b) o Poder Legislativo é exercido pela Câmara Legislativa (mistura de Câmara de Vereadores - Poder Legislativo Municipal e Assembleia Legislativa - Poder Legislativo Estadual) composto por Deputados Distritais eleitos, acumulando as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios; c) o Chefe do Poder Executivo é um Governador (típico dos Estados) Distrital e não um Prefeito (típico dos Municípios); d) é proibida a sua divisão em municípios. Há uma grande crítica em relação ao texto do art. 18, 1 o, CF/88, pois ele afirma que Brasília é a Capital Federal, quando se devia ter mantido a nossa tradição e correção técnica afirmando que "o Distrito Federal é a capital da União". Na realidade Brasília é o nome de uma das Regiões Administrativas do Distrito Federal (RA-I). Ela é um núcleo urbano, uma cidade (e que bela cidade!!), que serve de centro político à União, mas não pode ser considerada como um Município, juridicamente falando. Esta região, em termos urbanos, compreende as "Asas" Sul e Norte e a área central do chamado "Plano Piloto". No entanto a Lei Orgânica do Distrito Federal não menciona os limites de Brasília. Já as demais aglomerações urbanas situadas fora do Plano Piloto pertencem a outras Regiões Administrativas. Embora o Decreto n /98 tenha proibido a expressão, ainda se costuma usar o termo cidade-satélite (ex.: Gama, Taguatinga, Brazlândia, Sobradinho, Planaltina, Ceilândia, Guará, etc.). Chamo atenção para os Territórios. Como sabemos, já não existem mais os Territórios no Brasil. Mas apesar de não mais existirem há previsão expressa na Constituição Federal, possibilitando a criação de eventual novo Território, por meio de Lei Complementar (arts. 18, 2 e 48, inciso VI, CF/88). Para o Direito Civil ele será considerado como sendo uma Pessoa Jurídica de Direito Público Interno, pois há previsão expressa no art. 41, inciso II do Código Civil neste sentido. Alguns autores classificam os

5 territórios como "autarquias territoriais" dando a entender que seriam pessoa jurídicas de direito público interno de administração indireta. O Brasil, pelos termos da Constituição Federal de 1988, é uma República Federativa, com sistema Presidencialista. Além disso (segundo a doutrina), possui como Regime de Governo o Estado Democrático e de Direito. B) PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO DE ADMINISTRAÇÃO INDIRETA OU DESCENTRALIZADA (art. 41, IV e V, CC) São órgãos descentralizados, criados por lei, com personalidade jurídica própria para o exercício de atividade de interesse público. São eles: a) Autarquias. b) Associações Públicas (Lei n /05). c) Demais entidades de caráter público criadas por lei. Vejamos cada um destes itens: A) AUTARQUIAS. São pessoas jurídicas de direito público, que desempenham atividade administrativa típica, com capacidade de auto-administração. Embora ligadas ao Estado, elas desfrutam de certa autonomia, possuindo patrimônio e orçamento próprio, mas sob o controle do Executivo que o aprova por Decreto e depois o remete ao controle do Legislativo. Elas são criadas por lei específica, possuindo atribuições estatais específicas, destinadas à realização de obras e serviços públicos, de cunho social, geralmente ligadas a área da saúde, educação, etc. (exclui-se, portanto as de natureza econômica ou industrial). A autarquia nasce com a vigência da lei que a instituiu; não há necessidade de registro. Seus atos são considerados como administrativos. Como possui personalidade jurídica própria, ela se desliga do ente criador. Portanto, se alguém quiser discutir judicialmente uma revisão em sua aposentadoria, deve ingressar com ação judicial não contra a União (entidade criadora), mas contra o próprio INSS como entidade autônoma e com patrimônio próprio. Ex: INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), USP (Universidade de São Paulo), Imprensa Oficial do Estado. Observação: Algumas autarquias como o BACEN são consideradas "autarquias de regime especial", posto que o legislador conferiu a elas maior autonomia perante o Poder Executivo em comparação com as demais. B) ASSOCIAÇÕES PÚBLICAS A Lei n /05 regulou os consórcios públicos, cumprindo o disposto no art. 241 da Constituição Federal. A lei optou por atribuir personalidade jurídica aos consórcios públicos, dando-lhes a forma de uma associação, podendo ser de direito público ou de direito privado. Quando criado com personalidade de direito público, o consórcio público se apresenta como uma associação pública. O consórcio público será constituído por contrato, cuja celebração dependerá de prévia subscrição de protocolo de intenções.

6 C) FUNDAÇÕES PÚBLICAS Fundação é uma instituição típica do direito privado. Para a sua criação destina-se um acervo de bens particulares para a realização de finalidades sociais, sem natureza lucrativa (educacional, assistencial, etc.). Compreende sempre: patrimônio e finalidade. No entanto, ultimamente, o Poder Público também tem instituído fundações para a execução de algumas atividades sociais. Estas fundações públicas se assemelham, então, às fundações particulares. No entanto elas se diferenciam nos seguintes aspectos: enquanto a fundação privada é criada a partir de um ato de um particular e com patrimônio deste, a fundação pública é criada mediante autorização de lei específica, a partir de um patrimônio público. Ex: FUNARTE (Fundação Nacional das Artes), FUNAI (Fundação Nacional do Índio), Fundação Biblioteca Nacional, Fundação Nacional da Saúde, etc. Inicialmente, sem dúvida alguma, segundo o Decreto-lei 200/67, tratase de uma entidade da Administração Indireta. Se observarmos bem o art. 41, CC, que arrola as pessoas jurídicas de direito público, vamos concluir que ele não menciona, de forma expressa, a "fundação". No entanto, segundo a doutrina, as fundações públicas estariam implícitas na expressão "demais entidades de caráter público criadas por lei". E Constituição Federal de 1988, em especial após a Emenda Constitucional n 19/98 (art. 37, XIX) reforçou esta posição. Assim, para os civilistas de uma forma geral a fundação é uma pessoa jurídica de direito público interno, apesar de não haver previsão expressa neste sentido. Segundo a doutrina, na expressão "demais entidades de caráter público" também estariam incluídas as Agências Reguladoras (que possuem natureza de autarquia federal especial), incumbidas de normatizar e fiscalizar a prestação de certos serviços de grande interesse público. Ex: ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), etc. II. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO A pessoa jurídica de direito privado é instituída por iniciativa dos particulares em geral. Dividem-se em: fundações, partidos políticos, organizações religiosas, associações e sociedades. A doutrina ainda acrescenta os sindicatos, pois eles têm natureza de associação civil. 1. FUNDAÇÕES PARTICULARES A doutrina costuma usar a seguinte expressão: as fundações são universalidades de bens (resultam da afetação de um patrimônio e não da união de indivíduos), personificados, em atenção ao fim que lhes dá unidade. Podemos conceituar uma fundação como sendo o complexo de bens livres colocados por uma pessoa física ou jurídica, a serviço de um fim

7 lícito e especial, com alcance social pretendido por seu instituidor, e em atenção ao disposto em seu estatuto. Uma pessoa (natural ou jurídica) separa parte de seu patrimônio, criando a fundação para atingir objetivo não econômico. A partir de sua criação, o patrimônio da fundação não pertence mais ao patrimônio da pessoa que a criou, uma vez que passa a ter personalidade própria. Ex: a Fundação Roberto Marinho em momento algum pode ser confundida com a Rede Globo de Televisão. O próprio instituidor poderá administrar a fundação (forma direta) ou encarregar outrem para este fim (forma fiduciária). De acordo com o art. 62, parágrafo único do CC terão sempre fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. Outros exemplos: Fundação São Paulo (mantenedora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), Fundação Ayrton Senna, etc. São criadas a partir de uma escritura pública (inter vivos) ou de um testamento (causa mortis). Portanto elas não podem ser criadas por instrumento particular ou privado. Para a sua criação pressupõem-se: Dotação de bens livres - o instituidor destina determinados bens que comporá o patrimônio da fundação, que deve ser apto a produzir rendas ou serviços que possibilitem alcançar os objetivos visados, sob pena de frustrá-los. Elaboração de estatutos com base em seus objetivos. Eles devem ser submetidos à apreciação do Ministério Público estadual que os fiscalizará. Em regra o seu objetivo é imutável. No entanto é possível a reforma dos estatutos, desde que: seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação; não contrarie ou desvirtue o seu fim; seja aprovada pelo órgão do Ministério Público (caso este a denegue, poderá o Juiz supri-la, a requerimento do interessado). Especificação dos fins - como vimos, eles devem ser sempre religiosos, morais, culturais ou de assistência. Previsão do modo de administrá-la - embora seja interessante que a fundação preveja o modo pelo qual ela deva ser administrada, este item não é essencial para sua existência. Recordem-se, como visto acima, que também existem as fundações públicas, instituídas pelo Estado. Nascimento As fundações surgem com o registro de seus atos constitutivos no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Características seus bens, em regra, são inalienáveis (não podem ser vendidos ou doados) e impenhoráveis (não pode recair penhora). Para uma eventual venda de seus bens é necessário ingressar com uma ação judicial, onde é consultado o Ministério Público. Posteriormente o Juiz decide,

8 determinando se é ou não caso de venda desses bens. Como regra o produto da venda deve ser aplicado na própria fundação. o fundador é obrigado a transferir para a fundação a propriedade sobre os bens dotados; se não o fizer, os bens serão registrados em nome dela por ordem judicial. os estatutos são suas leis básicas. os administradores devem prestar contas ao Ministério Público. Supervisão das Fundações Como vimos, as fundações privadas são supervisionadas pelo Ministério Público do Estado onde estiverem situadas (art. 66, CC), através da curadoria das fundações, que deve zelar pela sua constituição e funcionamento. Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público estadual (art. 66, 2 o, CC). A doutrina entende que não há esta fiscalização do Ministério Público em relação às fundações públicas. Observação Importante O art. 66, 1, CC prevê que se a fundação funcionar no Distrito Federal, caberá o encargo ao Ministério Público Federal. No entanto este dispositivo foi objeto de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, sendo que o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade deste parágrafo, posto que se a fundação funcionar no DF, a competência para fiscalização é do Ministério Público do Distrito Federal e Territorial (MPDFT). Ressalva-se, no entanto, segundo a decisão do STF, a atribuição do Ministério Público federal para velar pelas fundações federais de direito público. Término Não há prazo de duração para funcionamento de uma Fundação. Mas o instituidor pode fixá-lo. Por outro lado as fundações serão extintas se (art. 69, CC): a) tornarem-se ilícitas (o Ministério Público pode ingressar com ação visando sua extinção), impossíveis ou inúteis as suas; b) vencido o prazo de sua existência. Uma vez extinta a fundação, o destino do seu patrimônio será o previsto nos estatutos. Caso os estatutos sejam omissos, seu patrimônio será destinado, por determinação judicial, a outras fundações com finalidades semelhantes. 2. PARTIDOS POLÍTICOS Os partidos políticos são entidades integradas por pessoas com ideias comuns (pelo menos em tese...), tendo por finalidade conquistar o poder para a consecução de um programa. São associações civis que visam assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal. De acordo com o art. 17, 2, CF/88 e a Lei n /03, os partidos políticos, embora tenham um caráter público, passaram a ser considerados como pessoas jurídicas de direito privado, tendo natureza de

9 associação civil. Os estatutos devem ser registrados no cartório competente do Registro Civil de Pessoas Jurídicas da Capital Federal e no Tribunal Superior Eleitoral (Lei n 9.096/95). 3. ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS As organizações religiosas são pessoas jurídicas de direito privado, formadas pela união de indivíduos com o propósito de culto a determinada força (ou forças) sobrenaturais, por meio de doutrina e ritual próprios, envolvendo preceitos éticos. Atualmente a Lei n /03 (que alterou o Código Civil) deixou bem claro que elas são pessoas jurídicas de direito privado. 4. ASSOCIAÇÕES Atualmente as associações são caracterizadas pela união de pessoas que se organizam para fins não econômicos (comunhão de esforços para um fim comum). O membro da associação é o associado. Ele possui um vínculo direto com a finalidade da associação, não possuindo qualquer vínculo com os demais associados; não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocas (art. 53 e seu parágrafo único, CC), de forma diferente das sociedades, onde há este vínculo. O ato constitutivo é o seu estatuto que deve conter os requisitos do art. 54, CC. O fato de uma associação possuir determinado patrimônio e realizar negócios para aumentar esse patrimônio não a desnatura, pois não irá proporcionar lucro aos associados. As associações podem ser civis, religiosas, pias (de caridade), morais, educacionais, científicas ou literárias e de utilidade pública. O art. 5 da CF/88 (incisos XVII a XXI), ao dispor sobre as associações, estabelece que: a) é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; b) a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento; c) as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindose, no primeiro caso, o trânsito em julgado; d) ninguém poderá ser compelido a associar-se ou permanecer associado; e, e) as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente. A associação deve ser registrada no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. E com o registro passa a ter aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações, possuindo capacidade patrimonial e adquirindo vida própria, que não se confunde com a de seus membros. A associação pode ser de pessoas físicas ou de pessoas jurídicas (ex: ABIA ^ Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação, etc.). 5. SOCIEDADES Sociedade é espécie de corporação dotada de personalidade jurídica própria e instituída por meio de um contrato social (que é o seu ato constitutivo), com o objetivo de exercer atividade econômica e partilhar

10 lucros. Vimos que o atual Código Civil deixou bem claro que a finalidade lucrativa é o que distingue uma associação de uma sociedade. As sociedades podem ser divididas em: a) Sociedades Empresárias (o que anteriormente chamávamos de sociedades comerciais) são as que visam finalidade lucrativa, mediante exercício de atividade mercantil (ex: compra e venda mercantil). Segundo o art. 982, CC, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (Registro Público de Empresas Mercantis). b) Sociedades Simples (o que anteriormente chamávamos de sociedades civis) visam, também, fim econômico (lucro), mediante exercício de atividade não mercantil. Em regra são constituídas por profissionais de uma mesma área, ou por prestadores de serviços técnicos. Ex: um escritório de advocacia, uma sociedade imobiliária, uma clínica dentária, etc. Seus atos constitutivos devem ser inscritos no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. Observação: para se saber se uma sociedade é simples ou empresária, basta considerar o objeto desta sociedade, a natureza das operações habituais e suas atividades econômicas. Atualmente vêm-se utilizando as expressões: organização e atividade (ao invés de objeto) para melhor distinguir a sociedade simples da empresária. Ou seja, a classificação se dá em função do exercício da atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. Havendo a organização dos fatores de produção (capital, mão de obra, tecnologia e insumos) se considera caracterizada a empresa e o empresário será quem a exerce. Atenção. A empresa pública e a sociedade de economia mista, apesar de fazerem parte da Administração Indireta e terem capital público, são dotadas de personalidade jurídica de direito privado. São regidas pelas normas empresariais e trabalhistas (art. 173, CF/88), mas com as cautelas do direito público (ex: sujeitam-se ao controle do Estado ^ administrativo, financeiro e jurisdicional). Podem perseguir fins não lucrativos, como também atividades lucrativas (produção e comercialização de bens ou prestação de serviços de natureza econômica). As empresas públicas e as sociedades de economia mista fazem parte da Administração Indireta do Estado, mas isso não quer dizer que sejam Pessoas Jurídicas de Direito Público. EMPRESAS PÚBLICAS São pessoas jurídicas integrantes da Administração Indireta, mas de direito privado, instituídas pelo Poder Público, mediante autorização de lei específica a se constituir com capital próprio e exclusivamente público, para exploração de atividade econômica ou a prestação de serviços públicos ou coordenadora de obras públicas, podendo se revestir de qualquer das formas de organização empresarial (Ltda., S/A, etc.). Ex: Empresa Brasileira

11 de Correios de Telégrafos (EBTC), Caixa Econômica Federal (CEF), Casa da Moeda, Serviço de Processamento de Dados (SERPRO), EMURB, etc. SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA São pessoas jurídicas integrantes da Administração Indireta, mas também de direito privado, instituídas pelo Poder Público mediante autorização legal, constituídas com patrimônio público e particular, destinadas à exploração de atividades econômicas ou serviços de interesse coletivo, sendo que sua forma é sempre a de uma Sociedade Anônima. Embora haja a conjugação de capital público e privado, as ações com direito a voto (controle acionário) devem pertencer em sua maioria ao Poder Público. Ex: Banco do Brasil, Petrobrás, etc. INÍCIO DA EXISTÊNCIA LEGAL DA PESSOA JURÍDICA Enquanto a pessoa natural surge com um fato biológico (o nascimento com vida), a pessoa jurídica tem seu início, em regra, com um Ato Jurídico. No entanto há diferenças entre a forma de constituição de uma Pessoa Jurídica de Direito Público e de Direito Privado: 1) Pessoas Jurídicas de Direito Público ^ sua existência se dá em razão da lei e do Ato Administrativo, bem como de fatos históricos, previsão constitucional, tratados internacionais, etc. São regidas pelo Direito Público. Um País surge quando afirma sua existência em face dos outros. Os Estadosmembros têm o reconhecimento de sua existência quando instituídos na própria Constituição Federal deste País. Já os Municípios, peculiaridade de nosso regime federativo, também têm sua autonomia assegurada pela Constituição, tendo seu início no provimento que os criou (são regidas pelas Constituições estaduais e pelas Leis Orgânicas). As autarquias e demais pessoas jurídicas de direito público são criadas e organizadas por leis, que estabelecem todas as condições para o exercício de seus direitos e obrigações. Assim elas nascem com a própria lei. 2) Pessoas Jurídicas de Direito Privado ^ o fato que lhes dá origem é a vontade humana convergente (affectio societatis). Sua criação possui duas fases: a elaboração dos atos constitutivos e o seu respectivo registro. Ato Constitutivo a pessoa jurídica se constitui, por escrito, por ato jurídico unilateral inter vivos ou causa mortis (em relação às fundações) e por ato jurídico bilateral ou plurilateral (em relação às sociedades e as associações). Algumas sociedades civis dependem de prévia autorização do governo (ex: instituições financeiras, estabelecimentos de seguro, consórcios, universidades, sociedades estrangeiras, bolsa de valores, etc. - confiram o art. 21, inciso XII, CF/88). Registro Público para que a pessoa jurídica exista legalmente, é necessário inscrever os contratos, estatutos ou compromissos no seu registro peculiar (art. 45, CC). E, além disso, quaisquer alterações

12 supervenientes também deverão ser averbadas neste registro. Vejamos isso melhor: REGISTRO Somente com o registro a pessoa jurídica adquire a personalidade. Tal registro se dá no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas (art , CC). No entanto uma sociedade empresária deve ser registrada no Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins (Lei n 8.934/94), sendo competente para tais atos as Juntas Comerciais. Segundo o art. 46, CC o registro deve conter os seguintes elementos: a) a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social (quando houver); b) o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores e dos diretores; c) forma de administração e representação ativa e passiva, judicial e extrajudicial; d) possibilidade e modo de reforma do estatuto social; e) previsão da responsabilidade subsidiária dos sócios pelas obrigações sociais; f) condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio. Uma pessoa jurídica começa a existir no momento em que é efetuado o seu registro, passando a ter aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações, obtendo capacidade patrimonial, adquirindo vida própria e autônoma, não se confundindo com a personalidade de seus membros. DOMICÍLIO DAS PESSOAS JURÍDICAS A pessoa jurídica também tem domicílio (art. 75, CC), que é a sua sede jurídica, onde os credores podem demandar o cumprimento das obrigações. Vejamos as situações legais: União seu domicílio é o Distrito Federal. Estados e Territórios as suas respectivas Capitais. Municípios o lugar onde funciona a Administração Municipal; a sede municipal. Demais Pessoas Jurídicas o lugar onde funcionam as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial nos seus estatutos ou atos constitutivos. Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. Admite-se, portanto, a pluralidade de domiciliar da pessoa jurídica, desde que tenha estabelecimentos em lugares diferentes (ex: filiais, agências, escritórios de representação, etc. - art. 75, 1, CC). RESPONSABILIDADE CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS A responsabilidade civil a pessoa jurídica pode ser de natureza contratual ou extracontratual. No âmbito da responsabilidade contratual as pessoas jurídicas são responsáveis por seus atos. Ou seja, elas respondem pelos danos

13 decorrentes de suas condutas. Se assumiram determinada obrigação, se assinaram determinado contrato, devem cumpri-lo da forma como foi estipulado. Se a obrigação ajustada não for cumprida o devedor responde por perdas e danos (além dos juros, correção monetária e honorários advocatícios). É o que determina a regra geral do art. 389, CC. Portanto na responsabilidade assumida por meio de uma obrigação contratual as pessoas jurídicas devem responder com seus bens por esse inadimplemento (não cumprimento) contratual. Já no campo da responsabilidade extracontratual vigora a regra geral do neminem laedere (ou seja, a ninguém se deve lesar). Reprime-se a prática dos atos ilícitos em geral, impondo a obrigação de reparação de eventuais danos. Ela tem fundamento nos arts. 186 e 187 combinados com o art. 927, CC. Mas há uma leve nuance entre a responsabilidade das Pessoas Jurídicas de Direito Público e as de Direito Privado. Vejamos: A) PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO. Neste caso existem duas formas de responsabilidade: 1) Por ato próprio neste caso a responsabilidade é direta e subjetiva. Isto porque a Pessoa Jurídica responde pelos atos de seus órgãos (os diretores e os administradores estão apenas cumprindo as determinações das suas assembleias). 2) Por ato de terceiro neste caso a responsabilidade é indireta e objetiva. Determina o Código Civil que as Pessoas Jurídicas de Direito Privado são civilmente responsáveis pelos atos danosos praticados por seus empregados, serviçais ou prepostos (representantes) no exercício do trabalho que lhes competir ou em razão dele (art. 932, III, CC). Por tal motivo trata-se de responsabilidade indireta. Ou seja, a Pessoa Jurídica irá responder por uma conduta praticada por terceiro (seu empregado), mas que, em razão de um vínculo com a pessoa jurídica, gera a responsabilidade desta. Acrescenta o art. 933, CC que esta responsabilidade independe de culpa. Portanto a mesma é considerada como sendo do tipo objetiva. Observem que neste caso a Pessoa Jurídica nada fez de irregular; quem agiu de forma errônea foi o empregado. Mas mesmo assim ela responde por este ato. Este tipo de responsabilidade também é solidária, pois a vítima pode reclamar os danos tanto da pessoa jurídica, como do agente causador do prejuízo. Ex: O motorista de caminhão de uma empresa, embriagado, atropela e mata um pedestre; a família da vítima pode ingressar com ação judicial de responsabilidade civil somente contra a empresa, somente contra o motorista, ou contra ambos, posto que tanto a empresa, como o motorista são responsáveis solidários. Se preferir ingressar com a ação somente contra a empresa, esta terá o direito de regresso contra o empregado. B) PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO

14 A partir de 1946 a responsabilidade passou a ser prevista na própria Constituição da República, principalmente em virtude da criação dos chamados direitos individuais de segunda geração, tratando a matéria no Direito. Com base no princípio da igualdade de todos perante a lei (todos têm encargos equitativamente distribuídos), não seria justo que, para benefício de toda uma coletividade, somente uma pessoa sofresse os ônus. Inicia-se, então a chamada Teoria da Responsabilidade Objetiva do Estado. A pessoa lesada apenas deve provar que houve uma conduta por parte do Estado, que ela sofreu um dano e que houve um nexo de causalidade entre a conduta e o dano. Vigora atualmente a Teoria do Risco Administrativo. Nela o Estado responde objetivamente, porém não em qualquer hipótese. Permite-se que o Estado afaste sua responsabilidade em situações onde consiga provar a culpa exclusiva da vítima (ou mesmo a culpa concorrente, que atenua sua responsabilidade diminuindo o valor_ da indenização), o caso fortuito ou a força maior, a ausência de nexo causal, etc. Atualmente no Brasil as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos (concessionárias e permissionárias) têm responsabilidade civil: pelos danos que seus agentes (sentido amplo), nessas qualidades, causarem a terceiros (art. 37, 6 da Constituição Federal e art. 43 do Código Civil). Trata-se de responsabilidade de ressarcimento de danos, do tipo objetiva, isto é, a responsabilidade existe independentemente de culpa do funcionário. Há que se provar a conduta (positiva ou negativa), a lesão (dano patrimonial ou moral) e o nexo causal (a lesão foi causada pela conduta). Não se analisa eventual culpa. Provados aqueles elementos (conduta, dano e nexo), o Estado deve indenizar. Lembrando que quando se fala "culpa", devemos entender seu sentido amplo, abrangendo tanto a culpa em sentido estrito (o agente praticou uma conduta, mas não teve a intenção da ocorrência de um resultado específico, porém este acabou acontecendo por imprudência, negligência ou imperícia do agente) como o dolo (o agente teve a intenção de praticar a conduta, desejando ou assumindo o risco pelos resultados advindos de sua conduta). Também não se indaga da licitude ou ilicitude da conduta administrativa. Ou seja, às vezes, mesmo agindo licitamente o Estado pode ser obrigado a indenizar um particular. Ex: quando o Estado realiza uma obra que em tese irá beneficiar a muitas pessoas, pode causar prejuízo a uma pessoa em especial. A obra realizada é lícita. Mas se causar prejuízo a um particular (ex: seu imóvel foi desvalorizado com a obra), ele deve ser indenizado. Os mesmos dispositivos citados (art. 37, 6 o, CF/88 e art. 43, CC) autorizam ao Poder Público o chamado direito de regresso contra o causador do dano, se houver culpa ou dolo de sua parte. Assim, o Estado responde de forma objetiva (ou seja, independentemente de culpa). Mas se o Estado for condenado e ficar provada a culpa ou o dolo do funcionário, o Estado poderá acionar regressivamente o seu agente. Logo, a

15 responsabilidade do funcionário é do tipo subjetiva, pois deve estar comprovada a sua culpa em sentido amplo (que abrange o dolo ou a culpa em sentido estrito) no evento. por atos de terceiros e por fenômenos da natureza. Neste caso, a responsabilidade é somente subjetiva. Ou seja, deve-se provar a culpa da Administração (ex: casos de enchentes ou depredações por movimentos populares, já previstos pela administração). Trata-se de uma exceção à regra de que o Estado responde sempre de forma objetiva. Como vimos, nem sempre, pois há casos em que pode responder de forma subjetiva. Observação Uma parcela da doutrina entende que na hipótese de uma conduta omissiva por parte do Estado, a sua responsabilidade dependeria de demonstração de culpa da sua parte. Seria então mais um caso de responsabilidade subjetiva do Estado. Lembrando que mesmo neste caso, havendo culpa concorrente da vítima, a indenização será reduzida. EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA A existência da Pessoa Jurídica (em relação às sociedades e às associações) termina: pela dissolução deliberada de seus membros (extinção convencional), por unanimidade e mediante distrato. Distrato é a rescisão de um contrato. Pode ser amigável ou judicial. É ressalvado o direito de terceiros e da minoria. Assim, se a minoria desejar a continuidade da sociedade, impossível será sua dissolução amigável (haverá então uma sentença judicial), a menos que o contrato contenha cláusula que preveja a extinção por maioria simples. No entanto, se a minoria tentar extinguir a pessoa jurídica, não conseguirá. morte de seus membros (extinção natural). quando a lei assim determinar. pelo decurso do prazo, se constituída por prazo determinado. pela falta de pluralidade de sócios (não existe sociedade de um sócio apenas), se a sociedade simples não for reconstituída no prazo de 180 dias. Obs.: Há casos em que se admite a existência de "sociedade de apenas um sócio". Essa situação pode ocorrer na chamada sociedade subsidiária integral, prevista no art. 251 da Lei das Sociedades Anônimas. A doutrina cita como exemplo o Banco Itaú, que possui apenas um sócio: o Banco Itaú Holding Financeira S/A, no entanto este possui uma pluralidade de sócios. dissolução por decisão judicial. É importante notar que a extinção da pessoa jurídica não se opera de modo instantâneo. Qualquer que seja o fator extintivo, tem-se o fim da entidade; porém, se houver bens em seu patrimônio e dívidas a resgatar, ela continuará em fase de liquidação, durante a qual ainda subsiste para a realização do ativo e pagamento de débitos. Assim, mesmo dissolvida uma pessoa jurídica, ela ainda pode subsistir, mantendo a personalidade para fins

16 de liquidação. Encerrada a liquidação, aí sim, promove-se o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica. Destino do patrimônio na dissolução Tratando-se de uma Sociedade (que possui finalidades econômicas, lucrativas), cada sócio terá direito ao seu quinhão; o remanescente do patrimônio social será partilhado entre os sócios ou seus herdeiros. Tratando-se de uma Associação (que não possui finalidades lucrativas), seus bens serão destinados: conforme o previsto nos estatutos; se não houver previsão, serão destinados a estabelecimento municipal, estadual ou federal que possua finalidades semelhantes aos seus. GRUPOS DESPERSONALIZADOS Como vimos, as sociedades, as associações, as fundações, etc., possuem personalidade jurídica. Mas nem todo grupo que objetiva um determinado fim é dotado de personalidade jurídica. Os grupos despersonalizados (ou com personificação anômala) constituem um conjunto de direitos e obrigações, de pessoas e bens, sem personalidade jurídica, que geralmente se formam independentemente da vontade de seus membros. No entanto, apesar de não terem personalidade, possuem capacidade processual isto é, capacidade para postular em juízo (ou seja, ser autor ou réu em uma ação judicial). Citamos como exemplos: Sociedades Irregulares e de Fato (não personificadas) elas são entidades que já foram criadas e que já estão em funcionamento; porém elas ainda não têm existência legal, pois ainda não foram registradas. Massa Falida decretando-se a falência de uma sociedade, a pessoa perde o direito à administração e à disposição do patrimônio, sendo que os bens são arrecadados e a reunião desses bens recebe o nome de massa falida. O Administrador Judicial da Falência a representa ativa e passivamente (ou seja, pode ser autor ou réu de uma ação judicial). Espólio é o conjunto de direitos e obrigações ou uma simples massa patrimonial deixada do de cujus; é a herança, propriamente dita. O inventariante prestará compromisso legal e irá representar ativa e passivamente, em juízo ou fora dele os interesses do espólio. Herança Jacente e Vacante é o conjunto de bens deixados pelo falecido, enquanto não entregue a um sucessor devidamente habilitado. Ocorre a herança jacente se, não havendo testamento, o de cujus não deixar herdeiros, ou deixando, eles renunciam, ficando sob a guarda e administração de um curador nomeado pelo Juiz. Aguarda-se... ninguém apareceu... Os bens da herança jacente são então declarados vacantes. Decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os bens arrecadados passarão ao domínio do Estado (em sentido amplo). Condomínio Especial (condomínio em edificações) - trata-se de uma questão controvertida. Ainda há autores que o consideram como ente

17 despersonalizado. Porém a tendência é de considerá-lo como tendo personalidade jurídica. Inicialmente porque hoje em dia um condomínio é obrigado a ter CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas). Além disso, no condomínio também há uma affectio societatis (lembram-se desta expressão falada no início deste ponto?), havendo aptidão à titularidade de direitos e deveres, podendo adquirir imóveis, materiais para construção, conservação e administração do edifício em seu nome. Acrescente-se que o Enunciado n 90 alterado pelo 246 das Jornadas de Direito Civil, realizadas pelo Conselho da Justiça Federal, orienta que: "Deve ser reconhecida personalidade jurídica ao condomínio edilício nas relações jurídicas". Lembrando que cabe a representação do condomínio (ativa e passiva) ao síndico ou administrador (que pode ser uma pessoa física ou jurídica). DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA No Brasil, inicialmente, tratava-se apenas de uma doutrina introduzida pelo direito anglo-saxão. Em razão do berço desta teoria (Inglaterra e EUA) é comum a utilização de termos em língua estrangeira: disregard of the legal entity (desconsideração da pessoa jurídica) ou disregard doctrine (doutrina da desconsideração), ou piercing the corporate veil (perfurando ou rasgando o véu da corporação ou da personalidade jurídica) ou lifting the corporate veil (levantando ou desvelando o véu da corporação). Com o tempo esta teoria foi ganhando força, fazendo jurisprudência, até que acabou sendo inserida no Código de Defesa do Consumidor. Daí foi se espalhando por todo o Direito brasileiro e acabou chegando também no Direito Civil, de forma expressa, com a edição do atual Código. Como sabemos, a pessoa jurídica, a exemplo da física, pode ser sujeito de direitos e obrigações, tendo existência independente dos membros que a compõem, ou seja, sem qualquer ligação com a vontade individual das pessoas físicas que a compõem. Pessoa Jurídica é uma coisa... Pessoas Físicas que integram a Pessoa Jurídica é outra coisa. Desta forma a Pessoa Jurídica somente responderá pelos débitos dentro dos limites do capital social, ficando a salvo o patrimônio individual dos sócios que a compõe. Devido a essa exclusão de responsabilidade dos sócios, que vigorava de forma plena em nosso Direito, a pessoa jurídica, por vezes, se desviava de seus princípios e finalidades, cometendo abusos, fraudes e desonestidades (evidente que se trata de uma minoria; não vamos aqui generalizar), provocando uma reação na doutrina e na jurisprudência. A pessoa jurídica serviria apenas como um escudo ou um manto protetor de distorções e fraudes levadas a efeito por uma pessoa física. Visando coibir tais abusos, surgiu a figura da desconsideração da pessoa jurídica. Com isso, se alcançam as pessoas físicas e seus bens que se escondem dentro de uma pessoa jurídica para fins ilícitos ou abusivos. Tal instituto permite ao Juiz não mais considerar os efeitos da personificação da sociedade, para atingir e vincular também as responsabilidades dos sócios, com intuito de impedir a consumação de

18 fraudes e abusos, desde que causem prejuízos e danos a terceiros. Desta forma, os bens particulares dos administradores ou sócios podem responder pelos danos causados a terceiros. Uma pessoa lesada por uma empresa pode ser ressarcida por meio das próprias pessoas que constituíam a empresa. Neste caso específico e determinado, o Juiz não leva em consideração a pessoa jurídica (daí o termo "desconsideração da pessoa jurídica"), decidindo como se a própria pessoa física tivesse realizado o negócio. No entanto, o Juiz deve agir com cautela ao decidir pela desconsideração. Deve examinar cada caso em particular, se foram preenchidos todos os requisitos legais para decretação da medida. Nosso atual Código Civil acolheu tal princípio em seu art. 50: "Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o Juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica". Ocorre a confusão patrimonial, quando se analisa a escrituração contábil (ou das contas bancárias) e apura-se que a sociedade costuma pagar as dívidas pessoais do sócio, ou que este recebe créditos dela, etc. Como se trata de medida excepcional, tem-se entendido que a desconsideração da personalidade jurídica somente pode atingir os bens da pessoa que incorreu na prática do ato irregular, após a observância dos parâmetros exigidos pela lei. CONCEITO RESUMO DA AULA PESSOAS JURÍDICAS Pessoa Jurídica (moral ou coletiva) - Unidade de Pessoas Naturais (físicas) ou de patrimônios, que visa à consecução de certos fins, reconhecido como entidade com aptidões de direitos e obrigações; a lei empresta-lhe personalidade, capacitando-a para ser sujeito de direitos e obrigações. Corrente majoritária ^ Teoria da Realidade Técnica. Súmula 227 do Superior Tribunal de Justiça: "A pessoa jurídica pode sofrer dano moral". CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAL A) Pessoas Jurídicas de Direito Público 1) Externo (art. 42, CC) ^ Regulamentadas pelo Direito Internacional - Ex: outros países soberanos, Santa Sé, organismos internacionais (ONU, OEA). 2) Interno (art. 41, CC) ^ O Estado. a) Administração Direta ou Centralizada ^ União, Estados Membros, Distrito Federal, Territórios e Municípios.

19 b) Administração Indireta ou Descentralizada ^ Autarquias, as Associações Públicas (Lei n /05) e as demais entidades de caráter público criadas por lei (Fundações Públicas). B) Pessoas Jurídicas de Direito Privado (art. 44, CC) 1) Espécies a) Fundações Particulares - universalidades de bens personificados em atenção ao fim que lhes dá unidade (arts. 62/69, CC). Registro da escritura pública ou testamento. Dotação de bens livres que passam a ser inalienáveis e especificação dos objetivos. b) Partidos Políticos (Lei n /03). c) Organizações Religiosas (Lei n /03). d) Associações - união de pessoas, sem finalidade lucrativa. e) Sociedades - Simples ou Empresárias ^ ambas visam finalidade lucrativa; no entanto a diferença está no seu objeto: exercício (ou não) de atividade mercantil. Palavras chaves: organização e atividade. Espécies: nome coletivo, comandita simples, conta de participação, limitada, sociedade anônima (esta será sempre empresária) e comandita por ações. Obs. - Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista são consideradas como Pessoas Jurídicas de Direito Privado. 2) Início a) Ato Constitutivo - ato jurídico unilateral inter vivos ou causa mortis (fundações) ou ato jurídico bilateral ou plurilateral (associações e sociedades). b) Registro Público - inscrição dos contratos, estatutos ou compromissos no seu registro peculiar. Requisitos ^ art. 46, CC. 3) Domicílio a) Direito Público - art. 75, incisos I, II e III, CC. b) Direito Privado - Diretoria e Administração - art. 75, inciso IV, CC. c) Pluralidade Domiciliar - 75, 1, CC. d) Foro de Eleição - escolhido no contrato. 4) Término - dissolução deliberada de seus membros; hipóteses em que a lei determina; decurso de prazo (quando for constituída por prazo); falta de pluralidade de sócios; dissolução judicial. 5) Grupos Despersonalizados ^ sociedades de fato ou irregulares, massa falida, espólio, etc. RESPONSABILIDADE Tanto as pessoas jurídicas de direito público como as de direito privado são responsáveis pelo que estiver disposto no contrato (responsabilidade contratual), respondendo com seus bens pelo eventual descumprimento de cláusulas contratuais. Já na órbita extracontratual há certa divisão em relação à responsabilidade:

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