Elementos normais em esfregaços cérvicovaginais
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- Alana Rios Mirandela
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1 Colpocitopatologia (Citologia cérvico-vaginal) Para que serve - Pesquisa a presença de células cancerígenas, lesões atípicas no colo do útero e a presença de bactérias, vírus, fungos e parasitas. Como se faz Visualização direta do colo do útero com um aparelho chamado colposcópio e coleta de amostras citológicas da vagina e do cérvice. Quando se faz Em qualquer época, a depender do critério médico. Preparação Evitar relação sexual e o uso de creme vaginal 03 dias antes do exame. Elementos normais em esfregaços cérvicovaginais Células epiteliais normais Células escamosas superficiais: células poligonais com núcleo picnótico Células escamosas intermediárias: células poligonais com núcleo vesicular 1
2 Células escamosas intermediárias naviculares: células poligonais com bordas dobradas e depósito de glicogênio Células escamosas parabasais (setas): células redondas com núcleo vesicular Células endocervicais glandulares Células endocervicais glandulares : a presença de bolhas no citoplasma das células glandulares denuncia a produção de muco 2
3 Células endometriais glandulares (êxodus): êxodus, ou êxodo, é um fenômeno que ocorre normalmente em mulheres que ainda menstruam e ocorre até o 12º dia do ciclo menstrual Diferenças entre células glandulares endocervicais e endometriais Endocervicais Maior dimensão Volume mais variável Disposição em favo-demel Cromatina pálida Citoplasma abundante Endometriais Menor dimensão Volume menos variável Disposição em bola Cromatina escura Citoplasma escasso Lactobacillus acidophilus (Bacilos de Döderlein): a microbiota vaginal normal é constituída por um predomínio de bacilos produtores de ácido lático, que mantém o ph vaginal ácido Leucócitos Hemácias Macrófagos Escamas córneas Núcleos desnudos Muco cervical 3
4 Alterações celulares nos processos inflamatórios Inflamação é a resposta dos tecidos às agressões ocasionadas por vários agentes, tais como bactérias, vírus, fungos, parasitas, traumas, reações químicas, calor, frio ou radiação. As lesões inflamatórias cérvico-vaginais se caracterizam por: reação vascular com formação de novos capilares; migração de macrófagos, leucócitos e plasmócitos; alterações celulares degenerativas e reacionais; modificação na estrutura dos epitélios (hiperplasia, metaplasia e reparação); identificação do eventual agente causal. Inflamações inespecíficas: impossível diagnosticar o agente causal Inflamações específicas: o agente causal é citologicamente diagnosticado Alterações celulares degenerativas e reacionais Queratinização em placas Edema nuclear, hipocromasia, pseudoeosinofilia e apagamento de bordas citoplasmáticas 4
5 Metacromasia e cariorrexe Carioclase Dobramento de bordas citoplasmáticas Fagocitose 5
6 Célula gigante multinucleada Halo perinuclear Mitose Pérola córnea 6
7 Modificação na estrutura dos epitélios Lesão do epitélio cérvico-vaginal Hiperplasia das células de reserva Metaplasia Reparo do tecido lesado Infecções Condições clínicas que aumentam o risco de infecções bacterianas: Fatores hormonais Condições locais Gravidez / menopausa Redução da acidez vaginal Trauma (Diu e diafragmas) Fatores gerais Diminuição da imunidade (tal como na AIDS) Diabetes Fatores iatrogênicos Quimioterapia Radioterapia Procedimentos cirúrgicos 7
8 Gardnerella vaginalis Gardnerella vaginalis são bactérias anaeróbias associadas a um quadro de anaerobiose do ambiente vaginal conhecido como vaginose bacteriana. Mobiluncus sp. Bactéria anaeróbia, caracterizada por ser móvel e curva. Ao se colocar sobre a célula forma a comma cell ou célula cabeluda. Vaginose bacteriana Desequilíbrio da microbiota com aumento do número de bactérias anaeróbias, redução do número de Lactobacillus, ph alcalino (> 4,5) 95% dos casos = Gardnerella; 50 a 70% dos casos = Mobiluncus Sintomatologia : corrimento homogêneo com odor fétido Citologia: microbiota composta de cocos (Gardnerella) e/ou bacilos curvos (Mobiluncus) que formam uma nuvem de bactérias, pobreza de leucócitos Tratamento: substâncias derivadas dos imidazólicos Possibilidade de recidiva: 50% Não é classificada como DST 8
9 Chlamydia trachomatis A presença de Chlamydia trachomatis pode ser denunciada em esfregaços de Papanicolaou, embora com baixa sensibilidade, por inclusões citoplasmáticas eosinofílicas. Actinomyces sp. Bactérias que se apresentam em esfregaços de Papanicolaou morfologicamente semelhantes a tufos de algodão. É bastante associada ao uso de DIU (5 a 10% das usuárias). Fungos Cândida sp. (blastoconídeos) Leveduras que aparecem como segundo mais frequente causador de quadros de corrimento vaginal. Cândida sp. (pseudomicélios) 9
10 Vulvovaginite fúngica Desequilíbrio da microbiota com aumento do número de leveduras do gênero Cândida 5 a 40% de mulheres assintomáticas podem ter leveduras em exames cervicovaginais Sintomatologia: corrimento branco, acompanhado de prurido intenso e irritação vulvovaginal, disúria e dispaurenia podem ser queixas adicionais Citologia: estruturas arredondadas isoladas ou gemuladas (blastoconídeos), estruturas alongadas e septadas (pseudomicélios), presença de neutrófilos e macrófagos Tratamento: substâncias derivadas dos imidazólicos, violeta de genciana tiazólicos, poliênicos, Cândidíase crônica: mais de 3 episódios em 1 ano (condições que podem favorecer a vulvovaginite fúngica: tratamento com antibióticos, dieta rica em carboidratos, tratamento inadequado, não tratamento do parceiro, uso de contraceptivos orais, gravidez, imunossupressão, tabagismo Protozoários Trichomonas vaginalis Um agrupamento de Trichomonas ocupando todo o citoplasma de uma célula é conhecido como figura em banquete. Leptotrix sp. Bactéria transmitida por via sexual. Numerosos filamentos longos e curvilíneos como fios de cabelo. Frequentemente associada aotrichomonas vaginalis. 10
11 Vírus HSV (Herpes vírus simples) A manifestação citopática por HSV é classicamente a célula multinucleada com núcleos em vidro despolido, eventualmente com inclusões intra-nucleares, e amoldados entre si. HPV ( Papilomavírus humano) A citopatia por HPV mais clássica é o coilócito. Célula escamosa com atipia nuclear (p.e. binucleação) e grande halo na região do citoplasma. 11
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