Inspecção Sanitária de Ovinos

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Inspecção Sanitária de Ovinos"

Transcrição

1 Mestrado Integrado em Medicina Veterinária Ciências Veterinárias Inspecção Sanitária de Ovinos Ana Maria de Andrade Gomes Goulão d Avelar Orientadora: Prof. Doutora Maria Madalena Vieira-Pinto UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO Vila Real, 2011

2 Mestrado Integrado em Medicina Veterinária Ciências Veterinárias Inspecção Sanitária de Ovinos Ana Maria de Andrade Gomes Goulão d Avelar Orientadora: Prof. Doutora Maria Madalena Vieira-Pinto UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO Vila Real, 2011 i

3 Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer. Mahatma Gandhi ii

4 Resumo O presente trabalho pretende apresentar o desempenho profissional no âmbito da Inspecção Sanitária, realizado ao longo dos últimos doze anos. Neste âmbito, fez-se o enquadramento do suporte legal que regulou esta actividade e na parte final, desenvolve-se, com mais acuidade, a inspecção sanitária de ovinos, uma vez que se tratou da principal espécie animal inspeccionada neste período de tempo. No contexto geral, abordam-se alguns temas importantes como a IRCA, a Inspecção ante-mortem, Bem-estar animal, Inspecção post-mortem, Matérias de Risco Especificado e Outros Subprodutos Animais, Testes laboratoriais, Marca de Salubridade e Programas de Luta, Erradicação e Vigilância das Doenças Animais e Zoonozes. Na última parte do trabalho, capítulo reservado à inspecção dos ovinos, apresenta-se, para além de alguns detalhes da inspecção ante e post-mortem desta espécie, as principais causas de reprovação total e parcial. Salienta-se a Brucelose, no âmbito dos abates sanitários, e as pneumonias/pleuropneumonias como principais causas de reprovação total nos ovinos adultos. Por sua vez, nos ovinos jovens os principais motivos foram as pneumonias/pleuropneumonias, seguidas das carnes imaturas/caquexias. No que diz respeito às reprovações parciais, verificou-se que o fígado foi o órgão com maior percentagem de reprovações, seguido dos pulmões, sendo o motivo principal o parasitismo, em ambos os órgãos, seguido dos abcessos hepáticos, no que se refere ao fígado, e pneumonias, mais ou menos extensas, no que se refere aos pulmões. iii

5 Abstract This work intends to present the work performance within the Sanitary Inspection, conducted over the past twelve years. In this context, it was the support of the legal framework regulating this activity and in the end, it develops, more acutely, health inspection of ovine, since it was the main species inspected in this period of time. In the general context, to address some important issues such as the IRCA, the ante-mortem inspection, animal-welfare, post-mortem inspection, specified risk material and other by animals products, laboratory tests, health mark and programs of eradication, control and animal disease surveillance and zoonozes. In the latter part of the work, chapter reserved for the inspection of ovine is presented, as well as some details of ante-mortem and post-mortem of this species, the main causes of total and partial failure. In this context, we emphasize the Brucellosis, under the stamping, and pneumonia/pleuropneumonia as the main cause of total failure in adult sheep, whereas the main reason in lambs were pneumonia/pleuropneumonia, followed by immature meat/cachexia. With respect to partial failures, it was found that the liver was the organ with the highest percentage of failures, followed by the lungs and is the main reason parasitism for the two bodies, followed by liver abscesses in relation to the liver and of pneumonia, more or less extensive, with regard to the lungs. iv

6 Índice geral Resumo... iii Abstract... iv Índice de figuras... vi Índice de tabelas... vii Índice de gráficos... vii Lista de abreviaturas... viii Agradecimentos... ix 1. Introdução Enquadramento e evolução da actividade de Inspecção Sanitária exercida ao longo de 12 anos de profissão Informações relativas à cadeia alimentar (IRCA) Inspecção ante-mortem Bem-estar Animal Inspecção post-mortem Matérias de risco especificadas e outros subprodutos animais Testes laboratoriais A marcação de salubridade Programas Luta, Erradicação e Vigilância das Doenças Animais e Zoonoses Componente prática Caracterizaçao do local de trabalho Apresentação dos resultados da actividade de Inspecção Sanitária Actividade geral Inspecção Sanitária de ovinos Exame ante-mortem de ovinos Exame post-mortem de ovinos Considerações finais Referências Bibliográficas ANEXO I... xi ANEXO II.... xii ANEXO III.... xiii ANEXO IV.... xiv v

7 Índice de figuras Figura 1. Animais nas abegoarias Figura 2. Abate sanitário de ovinos adultos por Brucelose Figura 3. Matadouro Oviger - Produção, Transformação e Comércio de Carnes e Derivados, S.A Figura 4. Linha de abate de pequenos ruminantes Figura 5. Linha de abate de bovinos Figura 6. Início da linha de abate de avestruzes Figura 7. Identificação de Ovinos Figura 8. Mod. 249/DGV com diferentes carimbos Figura 9. Recolha de tronco cerebral em ovinos adultos Figura 10. Ovino adulto.metrite numa ovelha apresentada num abate sanitário Figura 11. Ovino adulto. Abcessos pulmonares Figura 12. Ovino adulto.fígado com quistos hidáticos Figura 13. Ovino adulto. Quadro compatível com linfadenite caseosa Figura 14. Borrego de leite. Quadro compatível com pneumonia purulenta Figura 15. Borrego de leite. Carnes pouco nutritivas (Caquexia) Figura 16. Borrego de pasto. Carnes pouco nutritivas (Hidroémia) Figura 17. Borrego de pasto. Abcesso na parede costal Figura 18. Borrego de pasto. Cisticercose generalizada Figura 19. Borrego de pasto. Lesões compatíveis com parasitismo hepático Figura 20. Borrego de pasto. Abcessos hepáticos Figura 21. Borregos de leite. Pulmões parasitados Figura 22. Borregos de leite. Pneumonias Figura 23. Borrego de leite. Pulmões com conteúdo ruminal Figura 24. Borrego de pasto. Traumatismo do membro posterior esquerdo Figura 25. Borrego de pasto. Quadro compatível com rim poliquístico Figura 26. Borrego de leite. Rins com lesões compatíveis com pielonefrite vi

8 Índice de tabelas Tabela 1. Distribuição temporal dos animais abatidos no Matadouro Oviger, S.A., no período de 2000 a 30 de Novembro de Tabela 2. Distribuição temporal dos ovinos, em categorias, no Matadouro Oviger, S.A., no período de 2000 a 30 de Novembro de Índice de gráficos Gráfico 1. Percentagem de abate por espécie, no Matadouro Oviger, S.A., no período de 2000 a 30 Novembro de Gráfico 2. Comparação do abate total, rejeições totais e abate sanitário, dos ovinos adultos, durante os 12 anos de actividade profissional vii

9 Lista de abreviaturas A - Ampere; ADS - Agrupamento de Defesa Sanitária; DDO - Doença de Declaração Obrigatória; DGV - Direcção Geral de Veterinária; DRAPC - Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro; DSVR - Direcção de Serviços Veterinários Regional; EEB - Encefalopatia Espongiforme Bovina; EET s - Encefalopatias Espongiformes Transmissíveis; UE - União Europeia HACCP - Hazard analysis and critical control points (Análise de perigos e pontos críticos de controlo); Hz- Hertz; IRCA - Informação Relativa à Cadeia Alimentar; LNIV - Laboratório Nacional de Investigação Veterinária; Lnn. - Linfonodos; OIE - Organização Internacional das Epizootias; Raios UV Raios Ultra-Violeta; SIPACE - Sistema de Informação do Plano de Aprovação e Controlo dos Estabelecimentos; SNC - Sistema Nervoso Central; VO - Veterinário Oficial. viii

10 Agradecimentos A realização deste trabalho não teria sido possível sem a colaboração de algumas pessoas a quem expresso os meus sinceros agradecimentos: Ao magnífico Reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. À Prof.ª Doutora Madalena Vieira-Pinto, pelo tema, pela orientação e apoio, e por toda a sua disponibilidade. Pelas indicações e sugestões que foi fornecendo e por toda amizade. Ao Prof.ª Doutor José Aranha pela ajuda preciosa que me deu no arranque deste tema, e todas a sugestões na realização desta tese. À administração do Matadouro Oviger, S.A. pela amizade desenvolvida ao longo destes anos, por ter autorizado a obtenção de fotografias, imprescendíveis para o enriquecimento desta tese, fornecimento de todos os dados que fui necessitando. À Paula Almeida e Helena Bispo, pela sua amizade e disponibilidade constante no formecimento de todos os dados que, ao longo deste trabalho, fui solicitando. A todos o trabalhadores do Matadouro que ao longo destes anos acompanharam a minha actividade como inspectora sanitária. À Dr.ª Otília, pela partilha de conhecimentos e pelo apoio constante e imprescindível ao longo destes anos de trabalho, e recentemente na realização desta tese. Pela sua amizade e presença nos bons e maus momentos. Ao Dr. Henrique, Eng.º Almerindo e ao Sr. Francisco, pela amizade e disponibilidade demonstrada na realização deste trabalho. À Dr.ª Carla Domingos, pela sua amizade e colaboração valiosa na recta final deste trabalho. Aos meus filhos, Mariana, Joana e José António, por terem estado sempre comigo e pelo seu apoio incondicional, apesar de todo o tempo que este trabalho os privou da atenção da mãe. À minha irmã Paula, por estar sempre comigo. À minha tia, pelo carinho, pelos valores transmitidos, pela confiança e por sempre me apoiar. ix

11 1. Introdução A Inspecção Sanitária é uma área em constante evolução. Desde a Inspecção Sanitária Clássica à actual Inspecção Sanitária Integrada, tem-se assistido a um crescente grau de complexidade e de parâmetros a analisar. No que diz respeito à carne, actualmente existe um concenso geral que os problemas que representam o seu consumo e manipulação, não podem ser resolvidos, ou reduzidos a um nível aceitável, se não existir uma abordagem na perspectiva da prevenção em todas e cada uma das fases da cadeia: produção animal, obtenção, processamento ou transformação, distribuição, consumo, ao que se denominou Garantia da Segurança Integrada Longitudinalmente (García, 2006). Neste contexto, as diversas missões e tarefas tradicionais dos Médicos Veterinários devem confluir para atingir o objectivo final: uma boa qualidade sanitária da carne. Assim, a dedicação e os conhecimentos técnicos e cientificos dos Médicos Veterinários, que exercem esta actividade, constituem um elemento valiosíssimo e preponderante na defesa da saúde pública, da saúde animal, do bem-estar animal e da economia nacional. O presente trabalho foi desenvolvido com base em 12 anos de experiência profissional no âmbito da Inspecção Sanitária no Matadouto da Oviger, S.A., e pretende apresentar as principais actividades desenvolvidas neste âmbito, enfatizando, na sua parte final, as actividades relativas à inspecção sanitária de ovinos, dado tratar-se da espécie animal preponderantemente inspeccionada. Pelo exposto, a presente dissertação será constituida por quatro partes principais. A primeira parte é dedicada ao enquadramento e evolução da actividade de inspecção sanitária exercida ao longo de 12 anos de profissão, bem como da principal legislação subjacente à actividade. A segunda parte é dedicada à componente prática desenvolvida ao longo de 12 anos e inclui os seguintes temas: - Caracterização do Matadouto da Oviger, S.A.; - Actividade geral de inspecção sanitária; - Actividade específica de inspecção sanitária de ovinos. Neste tema, apresentam-se os principais resultados obtidos durante o período de actividade (2000 a 30 de Novembro de 2011). Este capítulo constitui o cerne do trabalho e pretende mostrar os casos mais comuns, bem como as elações que se podem tirar destes resultados e as sugestões que poderão contribuir para uma melhoria da qualidade da carne. 1

12 A terceira parte é dedicada à apresentação das principais conclusões que toda a actividade de inspecção sanitária permitiu tecer e, na quarta e última parte, apresentamse as referências bibliográficas que suportam a elaboração desta dissertação. 2. Enquadramento e evolução da actividade de Inspecção Sanitária exercida ao longo de 12 anos de profissão A Inspecção Sanitária é uma área em constante evolução, que contempla diversas fases de implementação e a execução de regras específicas inerentes a esta actividade. Desde a Inspecção Sanitária Clássica à actual Inspecção Sanitária Integrada, houve uma constante actualização de procedimentos e um crescendo de complexidade, visando, esta última, uma interacção e partilha da responsabilidade dos vários operadores da fileira de produção de carne objectivando o cumprimento do conceito da inspecção do prado ao prato. Em 1985 foi aprovado o Decreto-Lei n.º 348/85, de 23 de Agosto, que regulamentava a Inspecção Sanitária dos Animais de Talho, das Respectivas Carnes, Subprodutos e Despojos. Este constituiu um elemento valiosíssimo e preponderante na defesa da saúde pública e da economia nacional, por ser o documento que defendia e orientava a actividade de inspecção sanitária exercida pelos Médicos Veterinários incumbidos dessa missão. No entanto, a evolução tecnológica, nos mais diferentes domínios, obrigou a uma reformulação e actualização, de modo a tornar este documento compatível com novas formas de pesquisa e diagnóstico e assim permitir, através dos meios disponíveis, reduzir o mais possível as perdas em proteína animal. Criou-se, assim, uma nova mentalidade e novas perspectivas relativas à inspecção sanitária, que têm por finalidade essencial a protecção do homem e dos animais contra os riscos que, directa ou indirectamente, podem ser veiculados por alimentos de origem animal. Estas incluem: a) A protecção dos consumidores contra infecções, intoxicações e outros riscos resultantes da ingestão de resíduos vários provenientes de tratamento ou exposição dos animais; b) A detecção nos efectivos de doenças contagiosas, transmissíveis ou não, bem como de outras afecções (hereditárias, alimentares, etc.), permitindo o seu controlo e consequente redução do impacto sanitário e económico; 2

13 c) O controlo das zoonoses profissionais, protegendo os diversos manipuladores de alimentos; d) A salvaguarda da indústria contra a utilização de carnes de qualidade e propriedades anormais. Para além destas, outras orientações essenciais fazem parte do corpo deste documento. Nomeadamente, um novo sistema de marcação sanitária das carcaças, suas partes e vísceras, de modo a possibilitar uma mais completa e actualizada identificação, tanto mais que surgem, para além das tradicionais carnes aprovadas e reprovadas para consumo público, outras categorias, como sejam as de aprovação condicionada (dependentes, é certo, das possibilidades tecnológicas instaladas) e ainda as carnes de qualidade inferior ou as de distribuição restrita (a zonas previamente definidas para evitar propagação de doença animal). Com a constante evolução do conceito de Inspecção Sanitária surge a Portaria 971/94 de 29 de Outubro, que regulamenta as Condições Sanitárias da Produção de Carnes Frescas e sua Colocação no Mercado, estabelecendo as condições sanitárias aplicáveis à produção e à colocação no mercado de carnes frescas destinadas ao consumo humano, provenientes de animais domésticos das espécies bovina, suína, ovina e caprina, bem como solípedes domésticos. Esta Portaria vigorava aquando do início da minha actividade profissional como inspectora. Em Julho de 2006 a entrada em vigor de novos regulamentos comunitários, vulgarmente designados de Pacote Legislativo da Higiene dos Alimentos, foi determinante. Foram eles o: - Regulamento (CE) n.º 852/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Abril, que define as regras relativas à higiene dos géneros alimentícios; - Regulamento (CE) n.º 853/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Abril, que estabelece as regras específicas de higiene aplicáveis aos géneros alimentícios de origem animal; - Regulamento (CE) n.º 854/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Abril, que estabelece regras específicas de organização dos controlos oficiais de produtos de origem animal destinados ao consumo humano e mais tarde, - Regulamento (CE) n.º2073/2005 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de Novembro, relativo a critérios microbiológicos aplicáveis aos géneros alimentícios. Ao efectuar as suas tarefas de inspecção, o Médico Veterinário, presentemente designado Veterinário Oficial (VO), deve ter em conta os resultados das diversas 3

14 auditorias realizadas e orientar as inspecções em conformidade. Neste sentido, o VO deve ter em consideração vários pontos que passo a enumerar Informações relativas à cadeia alimentar (IRCA) Durante a inspecção em vida, o VO deve analisar as informações pertinentes constantes nas Informações Relativas à Cadeia Alimentar (IRCA) e ter em conta certificados oficiais e declarações de Médicos Veterinários assistentes da exploração. Por princípio geral, a IRCA deve chegar ao matadouro com uma antecedência superior a 24 horas em relação à chegada dos animais. No entanto, esta informação pode chegar ao matadouro num prazo inferior ou acompanhar os animais aquando da sua chegada. Todavia, qualquer elemento das informações sobre a cadeia alimentar cujo conhecimento possa dar origem a uma grave perturbação da actividade do matadouro, deve ser colocado à disposição do operador responsável pelo matadouro em tempo devido, antes da chegada dos animais ao matadouro, de modo a que aquele operador possa planear a actividade do matadouro em conformidade com alteração introduzida no Regulamento (CE) nº 853/2004 pelo Regulamento (CE) nº 1161/2009 de 30/11. Por princípio, os animais não deverão ser abatidos caso o operador do matadouro não tenha recebido, e verificado, as informações pertinentes acerca da cadeia alimentar. Porém, o abate pode ser autorizado na ausência desses dados, ficando as carcaças e miudezas a aguardar a chegada dessas informações durante um período máximo de 24 horas, a partir da chegada dos animais. Findo esse prazo, a carne é considerada imprópria para consumo. As informações pertinentes, que constam da IRCA, em matéria de segurança alimentar incluem: 1) Estatuto sanitário da exploração e dos animais; 2) Produtos veterinários e tratamentos administrados nos últimos 6 meses, com datas e intervalos de segurança, sempre que estes não sejam zero e os produtos possam influir na detecção de doenças; 3) Doenças e resultados de análises (incluindo zoonoses e resíduos) relevantes para a segurança da carne; 4) Relatórios relevantes de inspecção de animais da mesma exploração; 5) Dados relevantes de produção que possam indicar a presença de doenças; 6) Nome/morada do Médico Veterinário que geralmente assiste a exploração de origem. 4

15 Não será necessário enviar para o matadouro informação sobre os pontos 1), 4) e 6), se elas já forem conhecidas, bem como informações referentes ao ponto 2), quando incluídas em planos profiláticos actualizados, conhecidos pelo operador e pelo VO. Por sua vez, as informações pertinentes, resultantes dos exames ante e postmortem, devem ser comunicadas às explorações de origem dos animais, existindo actualmente um modelo específico para isso (Anexo I Informação sobre os resultados da inspecção no matadouro) Inspecção ante-mortem A Inspecção ante-mortem é o exame dos animais vivos, que se apresentam para abate, para comprovar o seu bom estado de saúde e normalidade fisiológica ou se, pelo contrário, apresentam alguma anomalia que possa ser determinante para que as carnes, que deles se vão obter, não sejam aptas para consumo. Actualmente aconselha-se a realização de uma primeira inspecção nas explorações dos animais, embora esta inspecção na origem não exclua a inspecção ante-mortem, no matadouro, mas sim a simplifique e facilite (García, 2006). Todos os animais têm que ser sujeitos a Inspecção ante-mortem antes do abate, devendo esta ser efectuada nas 24 horas seguintes à chegada dos animais ao matadouro e menos de 24 horas antes do abate. O VO procede a avaliação do bem-estar do animal inspeccionado e avaliação da existência de algum factor que possa originar consequências negativas para a saúde humana ou animal, dando especial atenção à detecção de doenças zoonóticas, doenças constantes na lista A ou, se for caso disso, da lista B da Organização Internacional das Epizootias (OIE). De acordo com o Ponto 3, Capítulo 3, Secção II, Anexo I do Regulamento (CE) nº 854/2004 a inspecção ante-mortem deve permitir determinar: - Se os animais estão atingidos por (carbúnculo bacteriano, brucelose, listeriose, BSE, etc.) (peste suína africana, febre aftosa, etc.) ou se disso apresentam sintomas, ou se estão num estado geral que permita temer o aparecimento de uma dessas doenças. Nestes casos, os animais não podem ser abatidos para consumo humano. Se existirem dúvidas quanto ao diagnóstico, o abate deve ser adiado para que se possa proceder a um exame em vida mais pormenorizado. Se for necessário, o exame post-mortem para chegar ao diagnóstico, o VO deve determinar que os animais sejam abatidos separadamente, ou no fim das operações de abate normal, podendo fazer colheitas para análise laboratorial. 5

16 - Se os animais apresentam sintomas de uma doença ou de uma perturbação do seu estado geral, susceptível de tornar as suas carnes impróprias para consumo humano. Estes animais também não podem ser abatidos para consumo humano. Em caso de dúvidas, deve proceder-se como descrito no ponto anterior. - Se os animais estão fatigados ou excitados. Nestas condições, os animais devem descansar durante um período de tempo, determinado pelo VO, necessário à sua recuperação. - Se os animais apresentam sinais visíveis de lhes ter sido administrada uma substância com efeito farmacológico, ou qualquer outra substância susceptível de tornar as suas carnes impróprias para consumo. Também nestes casos, os animais não podem ser abatidos para consumo humano. Se existirem dúvidas, o VO exigirá que os animais em questão sejam abatidos separadamente ou no fim das operações de abate normal e fará as colheitas de material, para análise laboratorial, que julgar necessárias. - Se o animal sofre de afecção que não impeça a sua aprovação para consumo humano, mas que piore se não for abatido imediatamente ou que o faça sofrer, deve ser ordenado o abate de urgência. - Se o animal ou lote de animais se apresenta inaceitavelmente sujo, de acordo com o critério definido pelo operador no plano de Hazard analysis and critical control points HACCP ou quando o VO considerar que não assegura os requisitos mínimos de higiene do processo de abate, o mesmo exigirá que os animais em questão sejam submetidos a uma limpeza (se não houver risco para o operador e não causar excitação ao animal) ou abatidos separadamente ou no fim das operações de abate normal, no sentido de evitar a contaminação da linha de abate (facas, mãos, aventais, etc.) e das restantes carcaças. Na Figura 1 temos o exemplo de três espécies de animais na abegoaria do Matadouro Oviger, S.A., que vão ser alvo do exame ante- mortem. Figura 1. Animais nas abegoarias A) Ovinos; B) Bovinos e C) Suínos. 6

17 2.3. Bem-estar Animal O VO deve verificar a conformidade da regulamentação comunitária e nacional em matéria de bem-estar animal, nomeadamente, regras relativas à protecção dos animais no abate e durante o transporte. A aptidão para o transporte de um animal, está regulamentada no Capítulo I do Anexo I do Regulamento (CE) N.º 1/2005 de 22 de Dezembro de 2004, que nos diz que um animal só está apto para transporte nas seguintes condições: 1. Não pode ser transportado nenhum animal que não esteja apto a efectuar a viagem prevista, nem as condições de transporte podem ser de modo a expor o animal a ferimentos ou sofrimento desnecessários. 2. Os animais feridos ou que apresentem problemas fisiológicos ou patologias não podem ser considerados aptos a serem transportados, nomeadamente, se: a) Forem incapazes de se deslocar autonomamente sem dor ou de caminhar sem assistência; b) Apresentarem uma ferida aberta grave ou um prolapso; c) Forem fêmeas prenhes para as quais já tenha decorrido, pelo menos, 90% do período previsto de gestação, ou fêmeas que tenham parido na semana anterior; d) Forem mamíferos recém-nascidos cujo umbigo ainda não tenha cicatrizado completamente; e) Forem suínos com menos de 3 semanas, cordeiros com menos de 1 semana e vitelos com menos de 10 dias de idade, excepto se forem transportados a uma distância inferior a 100 km; 3. No entanto, os animais doentes ou feridos podem ser considerados aptos a serem transportados se: a) Estiverem ligeiramente feridos ou doentes, desde que o seu transporte não provoque sofrimento adicional; em caso de dúvida, deve ser pedido o parecer de um Médico Veterinário; b) Forem transportados para fins da Directiva 86/609/CEE do Conselho (1) e a doença ou o ferimento fizer parte de um programa de investigação; c) Forem transportados sob supervisão veterinária para, ou após, tratamento ou diagnóstico veterinário. No entanto, esse transporte apenas será permitido se não implicar sofrimento desnecessário ou maus tratos para os animais em questão; 7

18 d) Se tratar de animais que tenham sido submetidos a intervenções veterinárias relacionadas com práticas de maneio, como a descorna ou a castração, desde que as feridas estejam completamente cicatrizadas. 4. Sempre que os animais adoeçam ou sejam feridos durante o transporte, devem ser separados dos restantes e receber um tratamento de primeiros socorros o mais rapidamente possível. Devem receber tratamento veterinário adequado e, se necessário, ser submetidos a abate ou occisão de emergência de forma a que não lhes seja infligido sofrimento desnecessário. 5. Não devem ser utilizados sedativos em animais a serem transportados, excepto se tal for estritamente necessário para garantir o bem-estar dos animais; os sedativos apenas podem ser utilizados sob controlo veterinário. 6. As fêmeas em período de amamentação das espécies bovina, ovina e caprina não acompanhadas das crias devem ser ordenhadas a intervalos não superiores a 12 horas. Caso tenha possibilidade, o inspector sanitário deverá verificar, da mesma forma as práticas de manuseamento dos animais durante o transporte e a descarga. Assim, segundo o mesmo regulamento comunitário, é proibido: a) Bater ou pontapear os animais; b) Aplicar pressões em partes especialmente sensíveis do corpo dos animais, de uma forma que lhes provoque dores ou sofrimentos desnecessários; c) Suspender os animais por meios mecânicos; d) Levantar ou arrastar os animais pela cabeça, orelhas, cornos, patas, cauda ou velo ou manuseá-los de forma a provocar-lhes dor ou sofrimento desnecessários; e) Utilizar aguilhões ou outros instrumentos pontiagudos; f) Obstruir voluntariamente a passagem a um animal que esteja a ser conduzido ou levado em qualquer sítio onde os animais sejam manuseados. O conceito de bem-estar animal, abrange todas as fases da vida de um animal até ao momento da sua morte. Assim, na sua avaliação devemos ter em conta, não só a fase do transporte e o tempo de permanência na abegoaria, mas também a fase da occisão. Neste âmbito, temos que ter em linha de conta o Decreto-Lei n.º 28/96, de 2 de Abril e, mais recentemente, o Regulamento (CE) n.º 1099/2009 do Conselho de 24 de Setembro de 2009, relativo à protecção dos animais no momento da occisão, que embora já publicado, só entra em vigor em Janeiro de

19 A protecção dos animais no momento do abate ou occisão é um tema que preocupa o público em geral e influência a atitude dos consumidores em relação aos produtos de origem animal. Por outro lado, reforçar a protecção dos animais no momento do abate contribui para melhorar a qualidade da carne e, indirectamente, tem efeitos positivos ao nível da segurança no trabalho nos matadouros. Muitos métodos de occisão são dolorosos para os animais (Regulamento (CE) n.º 1099/2009, 24 de Setembro). A occisão de animais pode provocar dor, aflição, medo ou outras formas de sofrimento nos animais, mesmo nas melhores condições técnicas disponíveis. Certas operações associadas à occisão podem provocar stress e todas as técnicas de atordoamento apresentam inconvenientes. Os operadores das empresas, ou quaisquer pessoas envolvidas na occisão de animais, deverão tomar as medidas necessárias para evitar a dor e minimizar a aflição e sofrimento dos animais durante o processo de abate ou occisão, tendo em conta as melhores práticas neste domínio e os métodos autorizados. Por conseguinte, a dor, a aflição ou sofrimento deverão ser consideradas como evitáveis sempre que os operadores das empresas ou quaisquer pessoas envolvidas na occisão de animais infrinjam uma das disposições Regulamento (CE) n.º 1099/2009, 24 de Setembro, ou utilizem práticas autorizadas sem ter em conta a respectiva evolução técnica, provocando assim dor, aflição ou sofrimento nos animais, por negligência ou intencionalmente. O atordoamento torna-se, assim, necessário, para provocar nos animais um estado de inconsciência e uma perda de sensibilidade antes ou no momento da occisão. Medir a perda de consciência e de sensibilidade de um animal é uma operação complexa que deverá ser realizada de acordo com métodos aprovados cientificamente. Convém, no entanto, assegurar um acompanhamento mediante indicadores, a fim de avaliar a eficiência do procedimento em condições reais. O controlo da eficácia do atordoamento baseia-se principalmente na avaliação do estado de consciência e da sensibilidade dos animais. O estado de consciência de um animal traduz-se essencialmente pela sua capacidade de sentir emoções e de controlar os seus movimentos voluntários. Salvo algumas excepções, como a electro-imobilização ou outras paralisias provocadas, pode presumir-se que um animal está inconsciente quando perde a sua posição natural de pé, não está desperto e não mostra sinais de emoções positivas ou negativas, como medo ou excitação. A sensibilidade dos animais é essencialmente a sua capacidade de sentir dor. 9

20 Em geral, pode presumir-se que um animal perdeu a sensibilidade quando não apresenta reflexos ou reacções a estímulos como os sons, os odores, a luz ou o contacto físico. A imobilização dos animais é necessária para a segurança dos operadores e para a aplicação adequada de algumas técnicas de atordoamento. Todavia, é provável que a imobilização crie aflição nos animais e deverá, por conseguinte, ser aplicada por um período tão curto quanto possível (Regulamento (CE) n.º 1099/2009, 24 de Setembro). Se os procedimentos de atordoamento falharem, poderão provocar sofrimento aos animais. Assim, de acordo com o ponto 4 do artigo 6º, do Decreto-Lei n.º 28/96, no local de abate devem ser mantidos em condições de utilização o equipamento e os instrumentos sobresselentes adequados para utilização em caso de emergência, a fim de minimizar a dor, aflição ou sofrimento dos animais Inspecção post-mortem No decurso da inspecção ante-mortem podem ser observados animais que, embora não evidenciem sintomas aparentes, podem vir a apresentar após o seu abate, lesões ou outras anomalias na sua carcaça e/ou vísceras. A inspecção post-mortem deve permitir, portanto, a confirmação se as carnes e vísceras comestíveis obtidas mediante o abate dos animais no matadouro, são adequadas ou não para consumo público. A inspecção post-mortem tradicional consiste num exame ou reconhecimento sensorial e macroscópico, dos produtos obtidos de um animal abatido. No decurso deste exame, avalia-se a cor, o odor e o aspecto geral, podendo ainda ser efectuada uma avaliação da consistência por palpação e, em alguns casos, realizar incisões ou cortes em órgãos, gânglios linfáticos e inclusivé em partes da carcaça (García, 2006). Todas as carcaças e respectivas miudezas devem ser submetidas a uma inspecção post-mortem, imediatamente após o abate, a qual deverá incluir: - Exame visual do animal abatido e dos seus órgãos; - Palpação de certos órgãos, nomeadamente, pulmões, fígado, baço, útero, glândula mamária e língua; - Incisão de certos órgãos e gânglios linfáticos; - Pesquisa de anomalias de consistência, cor, cheiro e, eventualmente, de sabor; - Quando necessário, exames complementares (Cardo, 2009). 10

21 Nesta inspecção o inspector sanitário deve dar especial atenção à detecção de doenças zoonóticas, doenças constantes na lista A e, se for caso disso, da lista B da Organização Internacional das Epizootias (OIE). Para além dos cortes obrigatórios a nível das carcaças e respectivas vísceras, o VO deve efectuar, sempre que ache pertinente, exames adicionais, como a palpação e incisão de partes de carcaças e suas miudezas, assim como testes laboratoriais, de modo a chegar a um diagnóstico definitivo, detectar uma doença do foro animal, detectar resíduos ou contaminantes em teores superiores aos estabelecidos na legislação comunitária, detectar as inconformidades com os critérios microbiológicos ou outros factores que possam implicar que a carne seja declarada imprópria para consumo humano ou que sejam impostas restrições à sua utilização. Os operadores dos matadouros devem seguir as instruções do VO para assegurar que a inspecção post-mortem de todos os animais seja efectuada nas devidas condições. No decurso da inspecção sanitária post-mortem é necessário garantir que: - Todas as partes do animal, incluindo o sangue, deverão ser submetidas a inspecção imediatamente após o abate, uma vez que certas alterações de cheiro e cor se detectam mais facilmente com a carcaça ainda quente. - Os operadores dos matadouros devem seguir as instruções do VO para assegurar que a inspecção post-mortem de todos os animais seja efectuada nas devidas condições. - A contaminação da carne por acções como a palpação, o corte ou a incisão seja reduzida ao mínimo. - A velocidade da cadeia de abate e a quantidade de pessoal de inspecção presente devem permitir uma inspecção correcta. - Este seja efectuado com conhecimento do resultado do exame em vida e com plena consciência de que as carnes aprovadas se destinam à alimentação humana. - Todas as partes de um animal abatido retiradas antes do exame post-mortem devem continuar a ser identificáveis como pertencendo a uma determinada carcaça. Só o pénis, desde que não apresente qualquer lesão, pode ser removido. Até ao final da inspecção post-mortem, as carcaças e todas as partes delas retiradas não devem entrar em contacto com qualquer outra carcaça ou víscera. É ao VO que incumbe a responsabilidade da decisão final sobre a salubridade das carnes, bem como da sua marcação. 11

22 Após a realização do exame post-mortem, a decisão do VO relativamente ao destino das carnes pode ser: - Retida para Observação - para realizar uma nova inspecção depois de decorrido um determinado período de tempo ou para realizar exames laboratoriais, sendo a decisão final tomada após a re-inspecção ou o conhecimento dos resultados laboratoriais. Nestas carcaças deverá ser aposta a marca O, a tinta, em pontos evidentes. A carne retida para observação deverá ficar sob o controlo do VO até ser emitida a decisão final. - Aprovação Aposição da marca de salubridade sob vigilância do VO. - Aprovada para transformação industrial Quando o VO considera que as carnes não reúnem os requisitos para ser comercializada como carne fresca (ex: não Aposição da marca de salubridade e da marca I, a tinta, em pontos evidentes. A aprovação destas carnes deverá ser acompanhada dos seguintes procedimentos: a) O VO deverá manter um registo das carcaças aprovadas para transformação industrial; b) O matadouro deverá manter um registo da expedição destas carcaças, contendo os seguintes dados: identificação da carcaça (número, lote, data de abate), data de expedição, destino e documento de acompanhamento; c) O documento de acompanhamento deverá fazer referência ao número de carcaças destinadas a transformação industrial; d) O estabelecimento de destino deverá manter um registo da entrada destas carcaças, contendo os seguintes dados: identificação da carcaça, data de entrada, documento de acompanhamento e destino tecnológico. - Reprovação parcial Nos casos em que o VO considera que as afecções estão confinadas a órgãos (ex. parasitoses) ou a partes da carcaça (ex. monoartrites, traumatismos, abcessos localizados) e que não há um comprometimento da salubridade geral das carnes do animal afectado. O VO deverá rejeitar apenas as partes que considera impróprias para consumo humano. Nessas carnes deverá ser aposta a marca R, a tinta indelével. - Reprovação total Devem ser reprovadas as carcaças e as partes de animais que: - Representem perigo para os manipuladores de alimentos, consumidores e ou animais; - Que contenham resíduos de substâncias proibidas ou em quantidade superior à dos limites máximos permitidos; 12

23 - Com características organolépticas anormais que as tornem repugnantes para o consumidor. Nas carcaças e partes reprovadas para consumo humano, será aposta a marca R, a tinta indelével, sobre os pontos de maior evidência Matérias de risco especificadas e outros subprodutos animais A salvaguarda da Saúde Humana e dos Animais, é a preocupação central dos serviços veterinários oficiais envolvidos no controlo da cadeia de produção alimentar de origem animal. Com o aparecimento da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) e a necessidade de proceder à respectiva erradicação, as medidas aplicadas no contexto da gestão de risco tiveram de ser ampliadas e re-equacionadas. Com a publicação do Regulamento (CE) n.º 1774/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 03 de Outubro, foram estabelecidas novas regras sanitárias aplicáveis ao controlo dos subprodutos animais não destinados ao consumo humano. De acordo com o Regulamento (CE) n.º 1069/2009 do Parlamento Europeu e do Conselho de 21 de Outubro de 2009, que define regras sanitárias relativas a subprodutos animais e produtos derivados não destinados ao consumo humano e que revoga o Regulamento (CE) n.º 1774/2002 (regulamento relativo aos subprodutos animais), os subprodutos animais são corpos inteiros ou partes de animais mortos, produtos de origem animal e outros produtos que provenham de animais que não se destinam ao consumo humano, incluindo oócitos, embriões e sémen. O mesmo regulamento refere, ainda, que os operadores devem assegurar que, em todas as fases de recolha, transporte, manuseamento, tratamento, transformação, processamento, armazenamento, colocação no mercado, distribuição, utilização e eliminação, na empresa sob o seu controlo, os subprodutos animais e produtos derivados cumprem os requisitos previstos que sejam pertinentes para as suas actividades. Assim, referindo o Regulamento (CE) n.º 1069/2009 de 21 de Outubro de 2009, os subprodutos animais são classificados em categorias específicas que reflectem o nível de risco para a saúde pública e animal decorrente desses, de acordo com as listas constantes dos artigos 8º, 9º e 10º. Como alguns exemplos destas categorias temos: 13

24 - Categoria 1: Corpos inteiros e todas as partes do corpo, incluindo couros e peles, dos seguintes animais: i) Animais suspeitos de estarem infectados com uma EET (Encefalopatias Espongiformes Transmissível) nos termos do Regulamento (CE) n.º 999/2001 ou nos quais a presença de uma EET tenha sido oficialmente confirmada; ii) Animais abatidos no âmbito de medidas de erradicação de EET; As matérias seguintes: i) Matérias de risco especificadas, ii) Corpos inteiros ou partes de animais mortos que aquando da eliminação contenham matérias de risco especificadas; - Categoria 2: Chorume, guano não mineralizado e conteúdo do aparelho digestivo; Subprodutos animais que contenham resíduos de substâncias autorizadas ou contaminantes que excedam os níveis permitidos, a que se refere o n.º 3 do artigo 15º da Directiva 96/23/CE; Produtos de origem animal declarados não aptos para o consumo humano devido à presença de corpos estranhos nesses produtos; - Categoria 3: Carcaças e partes de animais abatidos ou, no caso da caça, corpos e partes de animais mortos, próprias para consumo humano de acordo com a legislação comunitária, mas que, por motivos comerciais, não se destinem ao consumo humano; Carcaças e as seguintes partes provenientes de animais abatidos num matadouro e considerados aptos para abate para consumo humano no seguimento de uma inspecção ante-mortem ou corpos e as seguintes partes de animais de caça morta para consumo humano em conformidade com a legislação comunitária como por exemplo as carcaças ou corpos e partes de animais rejeitadas como impróprias para consumo humano em conformidade com a legislação comunitária, mas que não revelem quaisquer sinais de doença transmissível a seres humanos ou animais; Sangue de animais que não revelem quaisquer sinais de doença transmissível através do sangue aos seres humanos ou aos animais, obtido dos seguintes 14

25 animais que abatidos num matadouro após terem sido considerados aptos para abate para consumo humano no seguimento de uma inspecção ante mortem em conformidade com a legislação comunitária; Tecido adiposo de animais que não revele quaisquer sinais de doença transmissível através dessa matéria aos seres humanos ou aos animais, abatidos num matadouro e considerados aptos para abate para consumo humano no seguimento de uma inspecção ante-mortem nos termos da legislação comunitária. De referir que, a mistura de matérias de diferentes categorias assume sempre a classificação da matéria com índice mais baixo. O VO deve verificar a remoção, separação e, sempre que adequado, a marcação destes produtos. Para além disto, é função do inspector sanitário, assegurar que o operador económico do matadouro tome todas as medidas necessárias para evitar a contaminação da carne com matérias de risco especificadas durante o abate (incluindo a insensibilização) e a remoção dessas mesmas matérias Testes laboratoriais O inspector sanitário tem ainda a função de proceder à recolha de amostras no âmbito de: - Vigilância e controlo de zoonoses e agentes zoonóticos; - Testes laboratoriais específicos para o diagnóstico de EET; - Detecção de substâncias ou produtos não autorizados e controlo de substâncias regulamentadas, nomeadamente no âmbito dos planos nacionais de pesquisa de resíduos. As amostras recolhidas são devidamente identificadas e tratadas, sendo posteriormente enviadas para laboratório adequado. O caso específico da pesquisa de Trichinella sp. Em 2009 iniciou-se a colheita sistemática de uma amostra de músculo a todos os suínos para pesquisa de Trichinella sp., dando-se cumprimento ao Regulamento (CE) n.º 2075/2005 da Comissão, de 05 de Dezembro, que estabelece regras específicas para os controlos oficiais de detecção de triquinas na carne. Embora a responsabilidade da colheita sistemática de amostra a cada suíno, e a execução da prova através do método 15

26 de digestão artificial, seja do operador económico, é da responsabilidade dos Médicos Veterinários, enquanto Inspectores Sanitários, a leitura das amostras e emissão dos resultados A marcação de salubridade Por fim, o VO fiscaliza a marcação de salubridade e as marcas utilizadas, assegurando que esta só seja aplicada em carcaças provenientes de animais que tenham sido submetidos a inspecções ante e post-mortem e nas quais não houve motivos para que a carne fosse declarada imprópria para consumo humano Programas de Luta, Erradicação e Vigilância das Doenças Animais e Zoonoses No âmbito dos Programas de Luta, Erradicação e Vigilância das Doenças Animais e Zoonoses, deve proceder-se a abates sanitários que permitam manter o controlo destas doenças, bem como criar mecanismos que contribuam para a erradicação das mesmas. No âmbito destas acções, há a salientar: - Pequenos ruminantes: Programa de Erradicação de Brucelose Ovina e Caprina e Plano de Vigilância, Controlo e Erradicação das Encefalopatias Espongiformes Transmissiveis (EET s). - Bovinos: Programa de Erradicação de Brucelose Bovina, Tuberculose Bovina e Leucose Enzoótica dos Bovinos e o Plano de Vigilância, Controlo e Erradicação das Encefalopatias Espongiformes Transmissiveis (EET s). Os abates sanitários obedecem às condições exigidas por lei, realizando-se em dia pré-estabelecido, com utilização de uma linha de abate exclusiva ou no final das operações de abate normais, sendo as instalações e o equipamento do matadouro lavadas e desinfectadas após utilização. Durante a realização das operações relativas aos abates sanitários o VO deve sempre ter a preocupação de salvaguardar as normas de segurança, higiene e saúde no trabalho, utilizando sempre todo o equipamento adequado, nomeadamente o de protecção (Figura 2). 16

27 Figura 2. Abate sanitário de ovinos adultos por Brucelose. Sempre que detectadas irregularidades constantes na legislação em vigor, devem ser levantados Autos de Notícia ou proferidas notificações, quer orais quer escritas, de modo a responsabilizar o autor da infracção ou alertá-lo para o facto detectado. Com esta atitude, pretende-se sensibilizar os produtores/comerciantes para a gravidade da situação e estabelecer prazos para a sua correcção. Ao longo dos 12 anos de actividade profissional como VO, em algumas infracções detectadas, nomeadamente irregularidades de identificação, procedi à apreensão de animais ou de carcaças, que posteriormente, por decisão do Director de Serviços de Veterinária da região do Centro, foram sujeitas a destruição ou venda através de leilão. 3. Componente prática 3.1. Caracterizaçao do local de trabalho O matadouro Oviger, S.A. (Figura 3), unidade industrial onde se realizou o presente estudo, iniciou a sua actividade em 1978, fruto do esforço de alguns lavradores e industriais, com a designação, na altura, de Consal. Ao longo dos anos passou por várias fases de administração, sendo adquirida, em Fevereiro de 1998, pela Oviger - Produção, Transformação e Comércio de Carnes e Derivados, S.A. 17

28 Figura 3. Matadouro Oviger- Produção, Transformação e Comércio de Carnes e Derivados, S.A. Esta unidade industrial situa-se em S. Domingos, freguesia de Alcains, concelho e distrito de Castelo Branco. Trata-se de um distrito de razoável dimensão que possui 11 concelhos, desde Belmonte até Vila Velha de Ródão. Localiza-se na zona centro do país, mais concretamente na Beira Interior e tem uma localização geográfica muito próxima de Espanha. O matadouro Oviger, S.A. funciona cinco dias por semana, à excepção das alturas do Natal e Páscoa em que mantém abate aos fins-de-semana. O seu horário de funcionamento actual varia conforme os dias da semana, laborando, no entanto, cerca de oito horas diárias, contando com cerca de 60 funcionários para a execução das tarefas a que se propôe. Dada a sua localização geográfica, para além de receber animais dos concelhos acima referidos, recebe ainda muitos animais de outras zonas do país, nomeadamente do Alentejo e também do país vizinho, a Espanha. Para além da actividade de matadouro, em que está preparado para receber pequenos ruminantes, bovinos, suínos, bem como avestruzes e equídeos, esta unidade também se encontra licenciada como sala de desmancha, transformação de produtos cárneos e entreposto frigorífico. O matadouro, em questão, dispõe de duas linhas aéreas, uma automatizada em toda a sua extensão utilizada no abate dos pequenos ruminantes (Figura 4) e leitões e outra, comum, na sua parte final, para o abate de bovinos (Figura 5), suínos e avestruzes. A parte inicial desta segunda linha é diferente para as três espécies mencionadas, sendo automatizada, apenas, a parte inicial da linha dos suínos. 18

29 Figura 4. Linha de abate de pequenos ruminantes. Figura 5. Linha de abate de bovinos. O início da linha das avestruzes é composto por duas salas completamente separadas da nave de abate principal. Este facto deve-se à quantidade enorme de poeiras que se libertam nas primeiras fases do abate, enquanto a depena não está completa. Assim, existe uma primeira sala onde se efectua a insensibilização, através de electronarcose, e a sangria (Figura 6 A), e depois seguem para uma segunda sala, esta provida de um potente sistema de exaustão, onde se efectua a depena manual (Figura 6- B). Só depois de depenadas, as carcaças entram, através de uma passagem aérea, na linha comum aos bovinos e suínos. Figura 6. Início da linha de abate de avestruzes. A) Sala de insensibilização e sangria. B) Sala da depena. 19

30 3.2. Apresentação dos resultados da actividade de Inspecção Sanitária Actividade geral Ao longo dos últimos 12 anos, foram inspeccionados mais de pequenos ruminantes, mais de bovinos, mais de suínos, bem como um elevado número de avestruzes e equídeos, cuja distribuição temporal se apresenta na Tabela 1. Tabela 1. Distribuição temporal dos animais abatidos no Matadouro Oviger, S.A., no período de 2000 a 30 de Novembro de ANO AVESTRUZES EQUINOS BOVINOS OVINOS CAPRINOS SUÍNOS LEITÕES TOTAIS até TOTAL Os registos efectuados, bem como os dados recolhidos no âmbito da actividade de inspecção sanitária mostram que, no total dos animais inspeccionados 96,57 % foram aprovados para consumo e 3,43 % foram rejeitados para consumo Inspecção Sanitária de ovinos Conforme é possível de observar na Tabela 1 e no gráfico seguinte, no Matadouro Oviger, S.A. são os ovinos aqueles que mais prevalecem em termos de abate. Este facto está parcialmente relacionado com a localização geográfica deste matadouro, situado numa zona de produção de ovinos por excelência. 20

O MÉDICO VETERINÁRIO MUNICIPAL Sistematização das suas funções e competências Principal legislação aplicável

O MÉDICO VETERINÁRIO MUNICIPAL Sistematização das suas funções e competências Principal legislação aplicável O MÉDICO VETERINÁRIO MUNICIPAL Sistematização das suas funções e competências Principal legislação aplicável Introdução O exercício da actividade do Médico Veterinário Municipal (MVM) está regulamentado

Leia mais

Jornal Oficial da União Europeia

Jornal Oficial da União Europeia 6.2.2003 L 31/3 REGULAMENTO (CE) N. o 223/2003 DA COMISSÃO de 5 de Fevereiro de 2003 que diz respeito aos requisitos em matéria de rotulagem relacionados com o modo de produção biológico aplicáveis aos

Leia mais

colas. Qualidade e segurança

colas. Qualidade e segurança Curso Tecnologia Pós-Colheita P e Processamento Mínimo M de Produtos Hortofrutícolas colas. Qualidade e segurança Legislação respeitante à produção e comercialização de produtos minimamente processados

Leia mais

(Texto relevante para efeitos do EEE) (2010/734/UE)

(Texto relevante para efeitos do EEE) (2010/734/UE) L 316/10 Jornal Oficial da União Europeia 2.12.2010 DECISÃO DA COMISSÃO de 30 de Novembro de 2010 que altera as Decisões 2005/692/CE, 2005/734/CE, 2006/415/CE, 2007/25/CE e 2009/494/CE no que diz respeito

Leia mais

(Texto relevante para efeitos do EEE) (2011/874/UE)

(Texto relevante para efeitos do EEE) (2011/874/UE) 23.12.2011 Jornal Oficial da União Europeia L 343/65 DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO de 15 de Dezembro de 2011 que estabelece a lista de países terceiros e territórios autorizados para as importações de

Leia mais

A Segurança Alimentar no Âmbito da Autoridade Veterinária

A Segurança Alimentar no Âmbito da Autoridade Veterinária A Segurança Alimentar no Âmbito da Autoridade Veterinária Escola Professional de Hotelaria e Turismo da Madeira 7 de Junho de 2006 João Carlos Dória Médico Veterinário D. R. Veterinária Código Bases de

Leia mais

Sistema Nacional de Vigilância dos Dispositivos Médicos. Raquel Alves Unidade de Vigilância de Produtos de Saúde

Sistema Nacional de Vigilância dos Dispositivos Médicos. Raquel Alves Unidade de Vigilância de Produtos de Saúde Sistema Nacional de Vigilância dos Dispositivos Médicos 1 Raquel Alves Unidade de Vigilância de Produtos de Saúde Vigilância pós mercado RISCO CLASSIFICAÇÃO INVESTIGAÇÃO CONCEPÇÃO NORMALIZAÇÃO SUPERVISÃO

Leia mais

"suínos" significa suínos domésticos, javalis domésticos, suínos selvagens e javalis selvagens

suínos significa suínos domésticos, javalis domésticos, suínos selvagens e javalis selvagens Página: 1 de 6 Os requisitos de saúde animal para carne de porco etc. a exportar de para o Japão, são os seguintes: (Definições) No âmbito destes requisitos de saúde animal: "carne etc." significa carne

Leia mais

EDITAL N. º 26 FEBRE CATARRAL OVINA LÍNGUA AZUL

EDITAL N. º 26 FEBRE CATARRAL OVINA LÍNGUA AZUL EDITAL N. º 26 FEBRE CATARRAL OVINA LÍNGUA AZUL Susana Guedes Pombo, Directora-Geral de Veterinária, na qualidade de Autoridade Sanitária Veterinária Nacional, torna público que: A língua azul ou febre

Leia mais

DECRETO LEGISLATIVO REGIONAL Nº 4/99 MEDIDAS COMPLEMENTARES DE LUTA CONTRA A ENCEFALOPATIA ESPONGIFORME BOVINA (BSE)

DECRETO LEGISLATIVO REGIONAL Nº 4/99 MEDIDAS COMPLEMENTARES DE LUTA CONTRA A ENCEFALOPATIA ESPONGIFORME BOVINA (BSE) DECRETO LEGISLATIVO REGIONAL Nº 4/99 MEDIDAS COMPLEMENTARES DE LUTA CONTRA A ENCEFALOPATIA ESPONGIFORME BOVINA (BSE) A adopção de medidas de protecção respeitantes à encefalopatia espongiforme bovina (BSE)

Leia mais

Proposta de DIRETIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

Proposta de DIRETIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO COMISSÃO EUROPEIA Bruxelas, 11.2.2014 COM(2014) 4 final 2014/0033 (COD) Proposta de DIRETIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO que altera as Diretivas 89/608/CEE, 90/425/CEE e 91/496/CEE no que diz respeito

Leia mais

EDITAL N. º 27 FEBRE CATARRAL OVINA LÍNGUA AZUL

EDITAL N. º 27 FEBRE CATARRAL OVINA LÍNGUA AZUL EDITAL N. º 27 FEBRE CATARRAL OVINA LÍNGUA AZUL Susana Guedes Pombo, Directora-Geral de Veterinária, na qualidade de Autoridade Sanitária Veterinária Nacional, torna público que: A língua azul ou febre

Leia mais

ROTULAGEM RASTREABILIDADE COMERCIALIZAÇÃO do QUEIJO. José António Rousseau - Director Geral 1

ROTULAGEM RASTREABILIDADE COMERCIALIZAÇÃO do QUEIJO. José António Rousseau - Director Geral 1 ROTULAGEM RASTREABILIDADE COMERCIALIZAÇÃO do QUEIJO José António Rousseau - Director Geral 1 ÍNDICE 1- INTRODUÇÃO 2- ROTULAGEM 3- RASTREABLILIDADE 4- DENOMINAÇÃO DE ORIGEM PROTEGIDA 5- PROGRAMA EUROPEU-

Leia mais

NOVA LEGISLAÇÃO COMUNITÁRIA

NOVA LEGISLAÇÃO COMUNITÁRIA CONGRESSO NACIONAL DA INDÚSTRIA PORTUGUESA DE CARNES NOVA LEGISLAÇÃO COMUNITÁRIA 6 de Maio de 2014 Universidade Lusófona LISBOA Direção de Serviços de Segurança Alimentar NOVA LEGISLAÇÃO COMUNITÁRIA A

Leia mais

Entre: rua dos Bombeiros Voluntários 5370-206 Mirandela. Largo do Município 5379-288 Mirandela. Em conjunto designadas por Partes,

Entre: rua dos Bombeiros Voluntários 5370-206 Mirandela. Largo do Município 5379-288 Mirandela. Em conjunto designadas por Partes, PROTOCOLO DE COLABORAÇÃO COM VISTA AO MELHORAMENTO DOS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS DE GÉNEROS ALIMENTÍCIOS PROTOCOLO DE COLABORAÇÃO COM VISTA AO MELHORAMENTO DOS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS Entre: DELEGAÇÃO

Leia mais

COMUNICAÇÃO AOS MEMBROS

COMUNICAÇÃO AOS MEMBROS PARLAMENTO EUROPEU 2009-2014 Comissão das Petições 22.4.2010 COMUNICAÇÃO AOS MEMBROS Assunto: Petição 0434/2006, apresentada por Marco Neves da Silva, de nacionalidade portuguesa, sobre normas de segurança

Leia mais

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. Proposta de DIRECTIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO

COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. Proposta de DIRECTIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS Bruxelas, 15.01.2001 COM(2001) 12 final 2001/0018 (COD) Proposta de DIRECTIVA DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO que altera pela vigésima quarta vez a Directiva do 76/769/CEE

Leia mais

DISCUSSÕES UE/EUA RELATIVAS AO ACORDO SOBRE EQUIVALÊNCIA VETERINÁRIA

DISCUSSÕES UE/EUA RELATIVAS AO ACORDO SOBRE EQUIVALÊNCIA VETERINÁRIA MEMO/97/37 Bruxelas, 3 de Abril de 1997 DISCUSSÕES UE/EUA RELATIVAS AO ACORDO SOBRE EQUIVALÊNCIA VETERINÁRIA Na sequência da conclusão dos acordos da OMC de 1993 no sector agrícola, a União Europeia (UE)

Leia mais

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO L 247/22 Jornal Oficial da União Europeia 24.9.2011 DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO de 20 de Setembro de 2011 que altera o anexo D da Directiva 88/407/CEE do Conselho no que diz respeito ao comércio na

Leia mais

(85/577/CEE) Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o seu artigo 100º,

(85/577/CEE) Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o seu artigo 100º, DIRECTIVA DO CONSELHO de 20 de Dezembro de 1985 relativa à protecção dos consumidores no caso de contratos negociados fora dos estabelecimentos comerciais (85/577/CEE) O CONSELHO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS,

Leia mais

Requisitos do Sistema de Gestão de Segurança para a Prevenção de Acidentes Graves (SGSPAG)

Requisitos do Sistema de Gestão de Segurança para a Prevenção de Acidentes Graves (SGSPAG) Requisitos do Sistema de Gestão de Segurança para a Prevenção de Acidentes Graves (SGSPAG) Política de Prevenção de Acidentes Graves Revisão Revisão Identificação e avaliação dos riscos de acidentes graves

Leia mais

(Atos não legislativos) REGULAMENTOS

(Atos não legislativos) REGULAMENTOS L 115/12 Jornal Oficial da União Europeia 27.4.2012 II (Atos não legislativos) REGULAMENTOS REGULAMENTO DELEGADO (UE) N. o 363/2012 DA COMISSÃO de 23 de fevereiro de 2012 respeitante às normas processuais

Leia mais

Procedimento de Gestão PG 02 Controlo de Documentos e Registos

Procedimento de Gestão PG 02 Controlo de Documentos e Registos Índice 1.0. Objectivo. 2 2.0. Campo de aplicação 2 3.0. Referências e definições....... 2 4.0. Responsabilidades... 3 5.0. Procedimento... 3 5.1. Generalidades 3 5.2. Controlo de documentos... 4 5.3. Procedimentos

Leia mais

NORMAS TRANSITÓRIAS DE FUNCIONAMENTO DO MERCADO DE GADO DE CHAVES. 1.ª Âmbito e Objecto

NORMAS TRANSITÓRIAS DE FUNCIONAMENTO DO MERCADO DE GADO DE CHAVES. 1.ª Âmbito e Objecto NORMAS TRANSITÓRIAS DE FUNCIONAMENTO DO MERCADO DE GADO DE CHAVES 1.ª Âmbito e Objecto As presentes normas visam disciplinar a actividade do Mercado de Gado de Chaves. 2.ª Da organização do Mercado de

Leia mais

Avis juridique important 31991L0412

Avis juridique important 31991L0412 Avis juridique important 31991L0412 Directiva 91/412/CEE da Comissão, de 23 de Julho de 1991, que estabelece os princípios e directrizes das boas práticas de fabrico de medicamentos veterinários Jornal

Leia mais

Entrevista n.º 5. 2. Quais são as suas responsabilidades em termos de higiene e segurança?

Entrevista n.º 5. 2. Quais são as suas responsabilidades em termos de higiene e segurança? Entrevista n.º 5 Empresa: Aurélios Sobreiros Lda. Encarregado 1. A segurança e a higiene do trabalho, bem como a protecção da saúde fazem parte integrante dos princípios que regem a empresa? Quais são

Leia mais

INDÍCE. Capítulo 1.- Introdução 2. Capítulo 2.-Normas técnicas 3. Capítulo 3.-Normas de Procedimento do SIRCA/suínos 4. 3.1-Funções do IFAP 5

INDÍCE. Capítulo 1.- Introdução 2. Capítulo 2.-Normas técnicas 3. Capítulo 3.-Normas de Procedimento do SIRCA/suínos 4. 3.1-Funções do IFAP 5 INDÍCE Capítulo 1.- Introdução 2 Capítulo 2.-Normas técnicas 3 Capítulo 3.-Normas de Procedimento do SIRCA/suínos 4 3.1-Funções do IFAP 5 3.2-Funções da UTS, após solicitação de recolha 5 3.3-Funções do

Leia mais

ADENDA AO MANUAL SOBRE A APLICAÇÃO PRÁTICA DO REGULAMENTO INN

ADENDA AO MANUAL SOBRE A APLICAÇÃO PRÁTICA DO REGULAMENTO INN ADENDA AO MANUAL SOBRE A APLICAÇÃO PRÁTICA DO REGULAMENTO INN Trata-se de uma adenda à primeira edição do Manual sobre a aplicação prática do Regulamento (CE) n.º 1005/2008 do Conselho, de 29 de Setembro

Leia mais

Portaria n.º 827/2005, de 14 de Setembro Estabelece as condições de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM)

Portaria n.º 827/2005, de 14 de Setembro Estabelece as condições de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM) Estabelece as condições de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM) O Decreto-Lei n.º 134/2005, de 16 de Agosto, que permite a venda de medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM)

Leia mais

Convenção 187 Convenção sobre o Quadro Promocional para a Segurança e Saúde no Trabalho. A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho,

Convenção 187 Convenção sobre o Quadro Promocional para a Segurança e Saúde no Trabalho. A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho, Convenção 187 Convenção sobre o Quadro Promocional para a Segurança e Saúde no Trabalho A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho, Convocada em Genebra pelo Conselho de Administração

Leia mais

Quando falamos de prevenção no âmbito da Segurança, Higiene e Saúde no. Trabalho, estamos a falar de um conjunto de actividades que têm como objectivo

Quando falamos de prevenção no âmbito da Segurança, Higiene e Saúde no. Trabalho, estamos a falar de um conjunto de actividades que têm como objectivo 1 - Em que consiste a prevenção? Quando falamos de prevenção no âmbito da Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho, estamos a falar de um conjunto de actividades que têm como objectivo eliminar ou reduzir

Leia mais

PROCEDIMENTO PARA O CÁLCULO DA DURAÇÃO MÍNIMA IN SITU DA VERIFICAÇÃO SGSPAG

PROCEDIMENTO PARA O CÁLCULO DA DURAÇÃO MÍNIMA IN SITU DA VERIFICAÇÃO SGSPAG PROCEDIMENTO PARA O CÁLCULO DA DURAÇÃO MÍNIMA IN SITU DA VERIFICAÇÃO SGSPAG SQ.S.p.. Novembro 2 Índice Introdução 2 2 Campo de aplicação 2 Documentos de referência 2 4 Documento de apoio 5 Metodologia

Leia mais

REGULAMENTO INTERNO DOS CAMPOS DE FÉRIAS DA LIPOR

REGULAMENTO INTERNO DOS CAMPOS DE FÉRIAS DA LIPOR REGULAMENTO INTERNO DOS CAMPOS DE FÉRIAS DA LIPOR 1 1. Considerações Gerais A Lipor, Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto, com sede em Baguim do Monte, concelho de Gondomar,

Leia mais

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO

DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO L 194/12 Jornal Oficial da União Europeia 21.7.2012 DECISÕES DECISÃO DE EXECUÇÃO DA COMISSÃO de 17 de julho de 2012 que altera os anexos I a IV da Decisão 2006/168/CE no que se refere a certos requisitos

Leia mais

directamente o estabelecimento e o funcionamento do mercado interno; Considerando que é pois necessário criar um certificado complementar de

directamente o estabelecimento e o funcionamento do mercado interno; Considerando que é pois necessário criar um certificado complementar de Regulamento (CEE) nº 1768/92 do Conselho, de 18 de Junho de 1992, relativo à criação de um certificado complementar de protecção para os medicamentos Jornal Oficial nº L 182 de 02/07/1992 p. 0001-0005

Leia mais

REGULAMENTO DO CURSO DE PREPARAÇÃO PARA REVISORES OFICIAIS DE CONTAS

REGULAMENTO DO CURSO DE PREPARAÇÃO PARA REVISORES OFICIAIS DE CONTAS REGULAMENTO DO CURSO DE PREPARAÇÃO PARA REVISORES OFICIAIS DE CONTAS PREÂMBULO Na sequência da transposição para o ordenamento jurídico nacional da Directiva n.º 2006/43/CE, do Parlamento Europeu e do

Leia mais

ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade Fundamentos e Vocabulário. As Normas da família ISO 9000. As Normas da família ISO 9000

ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade Fundamentos e Vocabulário. As Normas da família ISO 9000. As Normas da família ISO 9000 ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade Fundamentos e Vocabulário Gestão da Qualidade 2005 1 As Normas da família ISO 9000 ISO 9000 descreve os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade e especifica

Leia mais

E B I / J I d e T Á V O R A

E B I / J I d e T Á V O R A E B I / J I d e T Á V O R A R E G U L A M E N T O D E U T I L I Z A Ç Ã O D O S COMPUTA D O R E S PO R T Á T E I S O objectivo deste documento é regulamentar todas as actividades curriculares desenvolvidas,

Leia mais

Plano de Controlo e Erradicação de Tuberculose em Caça Maior

Plano de Controlo e Erradicação de Tuberculose em Caça Maior Plano de Controlo e Erradicação de Tuberculose em Caça Maior DGV Julho 2011 DSSPA - DSHPV Plano de controlo e erradicação de Tuberculose bovina em caça maior A. Introdução Considerando que a tuberculose

Leia mais

Computadores Portáteis. Regulamento de utilização

Computadores Portáteis. Regulamento de utilização Computadores Portáteis Regulamento de utilização 1 Introdução Os computadores portáteis estão disponíveis para: a) a utilização individual e profissional por professores; b) a utilização por professores,

Leia mais

Instalações Eléctricas de Serviço Particular

Instalações Eléctricas de Serviço Particular Colégio de Engenharia Electrotécnica Instalações Eléctricas de Serviço Particular A problemática do enquadramento legal das Instalações Eléctricas de Serviço Particular tem sido objecto, ao longo do tempo,

Leia mais

Resolução da Assembleia da República n.º 64/98 Convenção n.º 162 da Organização Internacional do Trabalho, sobre a segurança na utilização do amianto.

Resolução da Assembleia da República n.º 64/98 Convenção n.º 162 da Organização Internacional do Trabalho, sobre a segurança na utilização do amianto. Resolução da Assembleia da República n.º 64/98 Convenção n.º 162 da Organização Internacional do Trabalho, sobre a segurança na utilização do amianto. Aprova, para ratificação, a Convenção n.º 162 da Organização

Leia mais

ESTATUTO DO TRABALHADOR-ESTUDANTE. Lei n.º 99/2003, de 27 de Agosto (Aprova o Código do Trabalho)

ESTATUTO DO TRABALHADOR-ESTUDANTE. Lei n.º 99/2003, de 27 de Agosto (Aprova o Código do Trabalho) ESTATUTO DO TRABALHADOR-ESTUDANTE Lei n.º 99/2003, de 27 de Agosto (Aprova o Código do Trabalho) Artigo 17.º (Trabalhador-estudante) O disposto nos artigos 81.º e 84.º do Código do Trabalho assim como

Leia mais

GUIA PARA EXPEDIDORES CONHECIDOS 1

GUIA PARA EXPEDIDORES CONHECIDOS 1 GUIA PARA EXPEDIDORES CONHECIDOS 1 O presente guia permitirá às empresas avaliar as medidas de segurança tomadas em cumprimento dos critérios aplicáveis aos expedidores conhecidos, conforme previsto no

Leia mais

TELEDIAGNÓSTICO DO CASINO ONLINE UNIBET

TELEDIAGNÓSTICO DO CASINO ONLINE UNIBET TELEDIAGNÓSTICO DO CASINO ONLINE UNIBET 9 PRÁTICAS RESPONSÁVEIS CARACTERIZADAS POR UM AMBIENTE SEGURO E FIÁVEL O Casino Online UNIBET e as Normas para a Estrutura de Administração e Imputabilidade 9.1.

Leia mais

A Importância dos Sistemas de Informação e da partilha de dados para o Controlo Alimentar

A Importância dos Sistemas de Informação e da partilha de dados para o Controlo Alimentar A Importância dos Sistemas de Informação e da partilha de dados para o Controlo Alimentar Seminário de Lançamento da Plataforma GRIA Lisboa, 20 de Abril de 2009 Luís Souto Barreiros Introdução O GPP O

Leia mais

REGULAMENTO INTERNO DOS CAMPOS DE FÉRIAS DA LIPOR

REGULAMENTO INTERNO DOS CAMPOS DE FÉRIAS DA LIPOR FÉRIAS DA LIPOR 1. Considerações Gerais A Lipor, Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto, com sede em Baguim do Monte, concelho de Gondomar, realiza atividades de promoção e organização

Leia mais

DIRECTIVA 2003/94/CE DA COMISSÃO

DIRECTIVA 2003/94/CE DA COMISSÃO L 262/22 DIRECTIVA 2003/94/CE DA COMISSÃO de 8 de Outubro de 2003 que estabelece princípios e directrizes das boas práticas de fabrico de medicamentos para uso humano e de medicamentos experimentais para

Leia mais

Manual do Revisor Oficial de Contas. Projecto de Directriz de Revisão/Auditoria 840

Manual do Revisor Oficial de Contas. Projecto de Directriz de Revisão/Auditoria 840 Projecto de Directriz de Revisão/Auditoria 840 PROJECTO DE DIRECTRIZ DE REVISÃO/AUDITORIA 840 Março de 2008 Relatório Sobre os Sistemas de Gestão de Riscos e de Controlo Interno das Empresas de Seguros

Leia mais

Auditoria Geral do Mercado de Valores Mobiliários

Auditoria Geral do Mercado de Valores Mobiliários RELATÓRIO FINAL DA CONSULTA PÚBLICA DA AGMVM SOBRE A PROPOSTA DE REFORMA DO CÓDIGO DE MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS 1. Introdução No presente documento procede-se à análise das respostas recebidas no

Leia mais

Este documento constitui um instrumento de documentação e não vincula as instituições

Este documento constitui um instrumento de documentação e não vincula as instituições 2002R1774 PT 15.03.2005 004.001 1 Este documento constitui um instrumento de documentação e não vincula as instituições B REGULAMENTO (CE) N. o 1774/2002 DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO de 3 de Outubro

Leia mais

Ministério da Ciência e Tecnologia

Ministério da Ciência e Tecnologia Ministério da Ciência e Tecnologia Decreto n.º4/01 De 19 de Janeiro Considerando que a investigação científica constitui um pressuposto importante para o aumento da produtividade do trabalho e consequentemente

Leia mais

Universidade Nova de Lisboa ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA

Universidade Nova de Lisboa ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA REGULAMENTO O Regulamento do Curso de Especialização em Medicina do Trabalho (CEMT) visa enquadrar, do ponto de vista normativo, o desenvolvimento das actividades inerentes ao funcionamento do curso, tendo

Leia mais

GUIA PRÁTICO APADRINHAMENTO CIVIL CRIANÇAS E JOVENS

GUIA PRÁTICO APADRINHAMENTO CIVIL CRIANÇAS E JOVENS Manual de GUIA PRÁTICO APADRINHAMENTO CIVIL CRIANÇAS E JOVENS INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL, I.P ISS, I.P. Departamento/Gabinete Pág. 1/7 FICHA TÉCNICA TÍTULO Guia Prático Apadrinhamento Civil Crianças

Leia mais

Aplicação dos Sistemas de Segurança a Alimentar nos circuitos de transformação dos Alimentos de Origem Animal. Fernando Cavaco

Aplicação dos Sistemas de Segurança a Alimentar nos circuitos de transformação dos Alimentos de Origem Animal. Fernando Cavaco Aplicação dos Sistemas de Segurança a Alimentar nos circuitos de transformação dos Alimentos de Origem Animal Fernando Cavaco Decreto-Lei 67/98, de 18 de Março Estabeleceu as normas gerais de higiene dos

Leia mais

PUBLICAÇÕES:TECNOMETAL n.º 139 (Março/Abril de 2002) KÉRAMICA n.º 249 (Julho/Agosto de 2002)

PUBLICAÇÕES:TECNOMETAL n.º 139 (Março/Abril de 2002) KÉRAMICA n.º 249 (Julho/Agosto de 2002) TÍTULO: Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho AUTORIA: Paula Mendes PUBLICAÇÕES:TECNOMETAL n.º 139 (Março/Abril de 2002) KÉRAMICA n.º 249 (Julho/Agosto de 2002) FUNDAMENTOS A nível dos países

Leia mais

Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis. Enquadramento Legal

Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis. Enquadramento Legal AICCOPN Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis - Obrigações Gerais do Empregador SERVIÇOS DE ENGENHARIA/SEGURANÇA AICCOPN - 07 de Junho de

Leia mais

'(&,6 (6$3529$'$6325352&(',0(172(6&5,72

'(&,6 (6$3529$'$6325352&(',0(172(6&5,72 & Bruxelas, 26 de Março de 2001 7362/01 (Presse 120) (OR. en) '(&,6 (6$3529$'$6325352&(',0(172(6&5,72 O Conselho aprovou em 23 de Março de 2001, por procedimento escrito, as suas posições comuns tendo

Leia mais

NOVO REGIME DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE RESTAURAÇÃO OU DE BEBIDAS COM CARÁCTER NÃO SEDENTÁRIO

NOVO REGIME DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE RESTAURAÇÃO OU DE BEBIDAS COM CARÁCTER NÃO SEDENTÁRIO NOVO REGIME DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE RESTAURAÇÃO OU DE BEBIDAS COM CARÁCTER NÃO SEDENTÁRIO CONCEITO: «Prestação de serviços de restauração ou de bebidas com carácter não sedentário», a prestação, mediante

Leia mais

Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o n. o 1 do seu artigo 95. o,

Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia e, nomeadamente, o n. o 1 do seu artigo 95. o, L 268/24 REGULAMENTO (CE) N. o 1830/2003 DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO de 22 de Setembro de 2003 relativo à rastreabilidade e rotulagem de organismos geneticamente modificados e à rastreabilidade

Leia mais

Comércio & Serviços. guia prático

Comércio & Serviços. guia prático Comércio & Serviços guia prático este guia Apresenta os licenciamentos e alvarás necessários ao evento de vida TER UM NEGÓCIO, cuja actividade específica é a área de Comércio e Serviços, que diz respeito

Leia mais

NND 09.10. Desminagem

NND 09.10. Desminagem NND 09.10 Normas Nacionais de Desminagem Desminagem Instituto Nacional de Desminagem (IND) Maputo, Moçambique Telefone: +258 1 418577/8; +258 82 3023650; 258 82 3023470 Fax: +258 1 418577 Email: info@ind.gov.mz

Leia mais

Perguntas mais frequentes

Perguntas mais frequentes Estas informações, elaboradas conforme os documentos do Plano de Financiamento para Actividades Estudantis, servem de referência e como informações complementares. Para qualquer consulta, é favor contactar

Leia mais

Projecto de diploma. que estabelece o regime jurídico aplicável aos aparelhos áudio portáteis

Projecto de diploma. que estabelece o regime jurídico aplicável aos aparelhos áudio portáteis Projecto de diploma que estabelece o regime jurídico aplicável aos aparelhos áudio portáteis A exposição prolongada ao ruído excessivo é, a nível mundial, a maior causa de distúrbios auditivos. O ruído

Leia mais

Serviço a Pedido ( On Demand ) da CA - Termos e Política de Manutenção Em vigor a partir de 1 de Setembro de 2010

Serviço a Pedido ( On Demand ) da CA - Termos e Política de Manutenção Em vigor a partir de 1 de Setembro de 2010 Serviço a Pedido ( On Demand ) da CA - Termos e Política de Manutenção Em vigor a partir de 1 de Setembro de 2010 A Manutenção do Serviço a Pedido ( On Demand ) da CA consiste numa infra-estrutura de disponibilidade

Leia mais

MUNICÍPIO DE PORTEL CÂMARA MUNICIPAL

MUNICÍPIO DE PORTEL CÂMARA MUNICIPAL MUNICÍPIO DE PORTEL CÂMARA MUNICIPAL Sistema da Industria Responsável _ SIR Projeto de alteração à Tabela de taxas e licenças municipais decorrente da aplicação do SIR _ Sistema da Industria Responsável

Leia mais

TÍTULO: A nova lei do ruído. AUTORIA: Ricardo Pedro. PUBLICAÇÕES: TECNOMETAL n.º 166 (Setembro/Outubro de 2006) INTRODUÇÃO

TÍTULO: A nova lei do ruído. AUTORIA: Ricardo Pedro. PUBLICAÇÕES: TECNOMETAL n.º 166 (Setembro/Outubro de 2006) INTRODUÇÃO TÍTULO: A nova lei do ruído AUTORIA: Ricardo Pedro PUBLICAÇÕES: TECNOMETAL n.º 166 (Setembro/Outubro de 2006) INTRODUÇÃO Foi publicado no passado dia 6 de Setembro o Decreto-Lei n.º 182/2006 que transpõe

Leia mais

CONJUNTO COMERCIAL CENTRO COMERCIAL DE PORTIMÃO

CONJUNTO COMERCIAL CENTRO COMERCIAL DE PORTIMÃO CONJUNTO COMERCIAL CENTRO COMERCIAL DE PORTIMÃO RELATÓRIO DE CONFORMIDADE AMBIENTAL DO PROJECTO DE EXECUÇÃO (RECAPE) SUMÁRIO EXECUTIVO JULHO DE 2008 Inovação e Projectos em Ambiente 1 ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO...

Leia mais

Decreto - executivo nº 6/96 de 2 de Fevereiro

Decreto - executivo nº 6/96 de 2 de Fevereiro Decreto - executivo nº 6/96 de 2 de Fevereiro O Decreto nº 31/94, de 5 de Agosto, estabelece no ponto 2 do artigo 18º, a obrigatoriedade da criação e organização de Serviços de Segurança e Higiene no Trabalho

Leia mais

Lei n.º 1/2005 de 10 de Janeiro.

Lei n.º 1/2005 de 10 de Janeiro. Lei n.º 1/2005 de 10 de Janeiro. Regula a utilização de câmaras de vídeo pelas forças e serviços de segurança em locais públicos de utilização comum A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea

Leia mais

CHECK - LIST - ISO 9001:2000

CHECK - LIST - ISO 9001:2000 REQUISITOS ISO 9001: 2000 SIM NÃO 1.2 APLICAÇÃO A organização identificou as exclusões de itens da norma no seu manual da qualidade? As exclusões são relacionadas somente aos requisitos da sessão 7 da

Leia mais

Esclarecimento 13/2014

Esclarecimento 13/2014 Segurança Alimentar Registo de temperaturas e controlo metrológico de registadores automáticos Esclarecimento 13/2014 Resumo: A manutenção da cadeia de frio é essencial para a segurança de alguns géneros

Leia mais

REGULAMENTO DA COMISSÃO DE AUDITORIA BANCO ESPÍRITO SANTO, S. A. Artigo 1.º Composição

REGULAMENTO DA COMISSÃO DE AUDITORIA BANCO ESPÍRITO SANTO, S. A. Artigo 1.º Composição REGULAMENTO DA COMISSÃO DE AUDITORIA BANCO ESPÍRITO SANTO, S. A. Artigo 1.º Composição 1. A Comissão de Auditoria do Banco Espírito Santo (BES) (Comissão de Auditoria ou Comissão) é composta por um mínimo

Leia mais

Por despacho do Presidente da Assembleia da República de 26 de Julho de 2004, foi aprovado

Por despacho do Presidente da Assembleia da República de 26 de Julho de 2004, foi aprovado Regulamento dos Estágios da Assembleia da República para Ingresso nas Carreiras Técnica Superior Parlamentar, Técnica Parlamentar, de Programador Parlamentar e de Operador de Sistemas Parlamentar Despacho

Leia mais

(Texto relevante para efeitos do EEE)

(Texto relevante para efeitos do EEE) L 93/72 9.4.2015 DECISÃO DE EXECUÇÃO (UE) 2015/569 DA COMISSÃO de 7 de abril de 2015 que altera os anexos da Decisão de Execução 2011/630/UE no que diz respeito à equivalência entre efetivos bovinos oficialmente

Leia mais

S.R. DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA. Despacho Normativo n.º 40/2005 de 7 de Julho de 2005

S.R. DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA. Despacho Normativo n.º 40/2005 de 7 de Julho de 2005 S.R. DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA Despacho Normativo n.º 40/2005 de 7 de Julho de 2005 Pela Resolução n.º 100/2005, de 16 de Junho, foi aprovado o Plano Integrado para a Ciência e Tecnologia. Desse Plano consta

Leia mais

REGULAMENTO INTERNO DE FUNCIONAMENTO DO BANCO LOCAL DE VOLUNTARIADO DE GUIMARÃES

REGULAMENTO INTERNO DE FUNCIONAMENTO DO BANCO LOCAL DE VOLUNTARIADO DE GUIMARÃES REGULAMENTO INTERNO DE FUNCIONAMENTO DO BANCO LOCAL DE VOLUNTARIADO DE GUIMARÃES (aprovado por deliberação de Câmara de 16 de junho de 2011 em conformidade com as orientações do Conselho Nacional para

Leia mais

Índice. Como aceder ao serviço de Certificação PME? Como efectuar uma operação de renovação da certificação?

Índice. Como aceder ao serviço de Certificação PME? Como efectuar uma operação de renovação da certificação? Índice Como aceder ao serviço de Certificação PME? Como efectuar uma operação de renovação da certificação? Como efectuar uma operação de confirmação de estimativas? Como aceder ao Serviço de Certificação

Leia mais

O MARKETING DIRECTO POR EMAIL

O MARKETING DIRECTO POR EMAIL O MARKETING DIRECTO POR EMAIL 1 AS IMPLICAÇÕES LEGAIS DO EMAIL MARKETING Enquadramento da questão Equilíbrio entre o poder e a eficácia do marketing directo por e-mail no contacto com os consumidores e

Leia mais

L 256/32 Jornal Oficial da União Europeia 1.10.2005

L 256/32 Jornal Oficial da União Europeia 1.10.2005 L 256/32 Jornal Oficial da União Europeia 1.10.2005 DIRECTIVA 2005/61/CE DA COMISSÃO de 30 de Setembro de 2005 que aplica a Directiva 2002/98/CE do Parlamento Europeu e do Conselho no que se refere aos

Leia mais

I O SISTEMA DE CONTROLO OFICIAL NA UNIÃO EUROPEIA

I O SISTEMA DE CONTROLO OFICIAL NA UNIÃO EUROPEIA NOTA SOBRE A VERIFICAÇÃO DA OBSERVÂNCIA (CONTROLO) DO CADERNO DE ESPECIFICAÇÕES DE UM PRODUTO CUJO NOME É UMA DOP OU UMA IGP I O SISTEMA DE CONTROLO OFICIAL NA UNIÃO EUROPEIA A legislação comunitária em

Leia mais

Proposta de DIRECTIVA DO CONSELHO

Proposta de DIRECTIVA DO CONSELHO COMISSÃO EUROPEIA Bruxelas, 23.6.2011 COM(2011) 377 final 2011/0164 (NLE) Proposta de DIRECTIVA DO CONSELHO que altera a Directiva 76/768/CEE relativa aos produtos cosméticos, a fim de adaptar o seu anexo

Leia mais

Decreto - executivo nº 6/96 de 2 de Fevereiro

Decreto - executivo nº 6/96 de 2 de Fevereiro Decreto - executivo nº 6/96 de 2 de Fevereiro O Decreto nº 31/94, de 5 de Agosto, estabelece no ponto 2 do artigo 18º, a obrigatoriedade da criação e organização de Serviços de Segurança e Higiene no Trabalho

Leia mais

Restituição de cauções aos consumidores de electricidade e de gás natural Outubro de 2007

Restituição de cauções aos consumidores de electricidade e de gás natural Outubro de 2007 Restituição de cauções aos consumidores de electricidade e de gás natural Outubro de 2007 Ponto de situação em 31 de Outubro de 2007 As listas de consumidores com direito à restituição de caução foram

Leia mais

REGULAMENTO DO BANCO LOCAL DE VOLUNTARIADO DE AZAMBUJA

REGULAMENTO DO BANCO LOCAL DE VOLUNTARIADO DE AZAMBUJA MUNICÍPIO DE AZAMBUJA REGULAMENTO DO BANCO LOCAL DE VOLUNTARIADO DE AZAMBUJA Aprovado por deliberação da Assembleia Municipal de 19 de Abril de 2011. Publicado pelo Edital n.º 73/2011. Em vigor desde 27

Leia mais

25.11.2011 Jornal Oficial da União Europeia L 310/11

25.11.2011 Jornal Oficial da União Europeia L 310/11 PT 25.11.2011 Jornal Oficial da União Europeia L 310/11 DECISÃO DA COMISSÃO de 18 de Novembro de 2011 que estabelece regras e métodos de cálculo para verificar o cumprimento dos objectivos estabelecidos

Leia mais

DIRECÇÃO-GERAL DAS EMPRESAS E INDÚSTRIA

DIRECÇÃO-GERAL DAS EMPRESAS E INDÚSTRIA COMISSÃO EUROPEIA DIRECÇÃO-GERAL DAS EMPRESAS E INDÚSTRIA Bens de consumo Produtos farmacêuticos Bruxelas, 14 de Fevereiro de 2008 EudraLex Normas que Regulam os Medicamentos na União Europeia Volume 4

Leia mais

L 306/2 Jornal Oficial da União Europeia 23.11.2010

L 306/2 Jornal Oficial da União Europeia 23.11.2010 L 306/2 Jornal Oficial da União Europeia 23.11.2010 Projecto DECISÃO N. o / DO CONSELHO DE ASSOCIAÇÃO instituído pelo Acordo Euro-Mediterrânico que cria uma associação entre as Comunidades Europeias e

Leia mais

Page 1 PERGUNTAS E RESPOSTAS MAIS FREQUENTES SOBRE ANIMAIS DE COMPANHIA E LEGISLAÇÃO DE BASE

Page 1 PERGUNTAS E RESPOSTAS MAIS FREQUENTES SOBRE ANIMAIS DE COMPANHIA E LEGISLAÇÃO DE BASE Page 1 PERGUNTAS E RESPOSTAS MAIS FREQUENTES SOBRE ANIMAIS DE COMPANHIA E LEGISLAÇÃO DE BASE Lista e número das perguntas e respectivas respostas: 1. P - Como ser um dono responsável de um animal de companhia?

Leia mais

L 68/28 Jornal Oficial da União Europeia 13.3.2009

L 68/28 Jornal Oficial da União Europeia 13.3.2009 L 68/28 Jornal Oficial da União Europeia 13.3.2009 DECISÃO DA COMISSÃO de 10 de Março de 2009 que autoriza a colocação no mercado de produtos que contenham ou sejam produzidos a partir de colza geneticamente

Leia mais

Normas de Funcionamento do Banco Local de Voluntariado de Sines

Normas de Funcionamento do Banco Local de Voluntariado de Sines Normas de Funcionamento do Banco Local de Voluntariado de Sines Preâmbulo O Decreto-Lei n.º 389/99, de 30 de Setembro, no art. 21º, atribui ao Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado (CNPV) competências

Leia mais

Regulamento de Funcionamento do Banco Local de Voluntariado de Viana do Alentejo

Regulamento de Funcionamento do Banco Local de Voluntariado de Viana do Alentejo Regulamento de Funcionamento do Banco Local de Voluntariado de Viana do Alentejo Preâmbulo O Decreto-Lei n.º 389/99, de 30 de Setembro, no art.º 21.º, atribui ao Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado

Leia mais

Princípios ABC do Grupo Wolfsberg Perguntas Frequentes Relativas a Intermediários e Procuradores/Autorizados no Contexto da Banca Privada

Princípios ABC do Grupo Wolfsberg Perguntas Frequentes Relativas a Intermediários e Procuradores/Autorizados no Contexto da Banca Privada Princípios ABC do Grupo Wolfsberg Perguntas Frequentes Relativas a Intermediários e Procuradores/Autorizados no Contexto da Banca Privada Por vezes surgem perguntas relativas a Intermediários Promotores

Leia mais

Financiamento de Planos de Benefícios de Saúde através de Fundos de Pensões

Financiamento de Planos de Benefícios de Saúde através de Fundos de Pensões PROJECTO DE NORMA REGULAMENTAR Financiamento de Planos de Benefícios de Saúde através de Fundos de Pensões O Decreto-Lei n.º 12/2006, de 20 de Janeiro - que estabelece o regime jurídico da constituição

Leia mais