ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E MINHO
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- Tomás Pereira Farinha
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1 ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E MINHO Circular nº Reprodução sujeita a autorização Impresso na Estação de Avisos de Entre Douro e Minho Realização técnica: J. F. Guerner Moreira (Eng.º Agrónomo) Carlos Coutinho (Ag. Técnico Agrícola) Impressão e expedição: C. Coutinho, Licínio Monteiro POMÓIDEAS MOSCA DO MEDITERRÂNEO O aumento de capturas nas armadilhas indica que a população desta praga tem aumentado. Nas variedades de maçãs e peras de colheita tardia existe risco de ataque. Nesses pomares, recomenda-se que seja feito o combate à mosca, utilizando conjuntamente os vários meios de luta disponíveis, como por exemplo, a captura massiva, pela colocação de armadilhas contendo um atractivo+insecticida, a utilização da luta química, dirigida à fruta ou a pulverização de parte das copas das árvores com isco+insecticida. Os insecticidas autorizados em pomóideas são à base de: bifentrina, fosmete, lambda-cialotrina e lufenurão. Esta praga ataca os mais variados frutos, como por exemplo figos, dióspiros, maracujás, etc.. Nas espécies que não haja insecticidas autorizados, pode sempre ser utilizada a captura massiva por atracção e morte. 1 Ramo de macieira com lesões provocadas pelo cancro europeu 2 2 Ferida de cancro raspada 3 Ferida cicatrizada CANCRO EUROPEU DA MACIEIRA 1 3 Nos pomares novos, em que seja observada a presença de cancros, ainda se poderá proceder à sua limpeza pela parte sã, enquanto o tempo se mantiver seco. Nos pomares muito atacados deve ser feito um tratamento com um fungicida à base de cobre, no início da queda das folhas. DIVISÃO DE PROTECÇÃO E CONTROLO FITOSSANITÁRIO ESTAÇÃO DE AVISOS DE ENTRE DOURO E MINHO Quinta de S. Gens Estrada Exterior da Circunvalação, SENHORA DA HORA Telefone: Fax: avisos.edm@drapn.min-agricultura.pt
2 CITRINOS MOSCA DO MEDITERRÂNEO OU MOSCA DA FRUTA Nesta altura, as variedades de laranjas e tangerinas de maturação mais precoce, ficam sujeitas a serem picadas pela mosca, antecipando a mudança de cor e provocando a queda prematura. Deve ser mantida a vigilância e mal exista a presença poderá, alem dos outros meios de luta, ser também utilizada a luta química. Os insecticidas autorizados EM são à base de: azadiractina, fosmete, lambda-cialotrina, lufenurão, e spinosade. Consulte a ficha de DIVULGAÇÃO nº 7/ 2010 (II Série), publicada em Julho INSECTICIDAS HOMOLOGADOS PARA O COMBATE À MOSCA DO MEDITERRÂNEO Substância activa Nome comercial Ameixeira Citrinos Damasqueiro Diospireiro Figueira Macieira Pereira Pesse gueiro azadiractina (1) ALIGN, FORTUNE AZA, NIMOIL SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO bifentrina KIROS, KIROS PRONTO, NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM SIM NÃO TALSTAR, TALSTRINA fosmete (3) IMIDAN 50 WP NÃO SIM NÃO NÃO NÃO SIM SIM NÃO lambda-cialotrina KARATE with ZEON technology; KARATE+; NINJA with ZEON SIM SIM SIM NÃO NÃO SIM SIM SIM technology; JUDO, ATLAS lufenurão ADRESS (4); MATCH; MATCH 050 SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM EC spinosade SPINTOR; SPINTOR ISCO (4) NÃO SIM NÃO SIM (5) NÃO NÃO NÃO NÃO (1) Insecticida regulador de crescimento de origem vegetal, obtido a partir de extractos da espécie Azadiractina indica. Produto indicado para utilização em agricultura biológica. (2) em esgotamento de existências até 30 de Maio de 2011 (3) não fazer mais que uma aplicação por ano; (4) insecticida na forma de iscos, a utilizar apenas em armadilhas de atracção alimentar em luta biotécnica (5) apenas SPINTOR ISCO, na lista de usos menores 20 árvores. O tratamento com insecticida só se OLIVEIRA recomenda se for atingido o nível económico de MOSCA DA AZEITONA ataque que é de 1% de azeitona picada com formas vivas em azeitona para conserva e 8 a 12% de azeitonas com formas vivas, em azeitona para azeite. Os insecticidas autorizados são à base de: deltametrina, dimetoato, fosmete, lamda-cialotrina, spinosade e tiaclopride. Tem-se registado um aumento das capturas nas armadilhas. A população da mosca da azeitona pode variar muito de olival para olival. Recomenda-se que seja feita em cada olival a avaliação das azeitonas picadas pela mosca e a presença de galerias com larvas vivas. Para tal devem ser colhidas 10 azeitonas por árvore, em deltametrina (DECIS, DECIS EXPERT, DELTAPLAN); dimetoato (DIMETAL, DANADIM PROGRESS, DAFENIL PROGRESS, PERFEKTHION, DIMISTAR PROGRESS, DIMETEX); fosmete (IMIDAN 50 WP); lambdacialotrina (KARATE with ZEON technology, KARATE+, NINJA with ZEON technology, JUDO, ATLAS); spinosade (SPINTOR, SPINTOR ISCO); tiaclopride (CALYPSO) Consulte a ficha de DIVULGAÇÃO nº 6/ 2010 (II Série), enviada em Junho INSECTICIDAS HOMOLOGADOS PARA O COMBATE À MOSCA DA AZEITONA Geral/ Luta aconselhada Protecção Integrada/ Produção Integrada Agricultura biológica deltametrina (DECIS, DELTAPLAN); dimetoato (DIMETAL, DANADIM PROGRESS, DAFENIL PROGRESS, PERFEKTHION, DIMISTAR PROGRESS, DIMETEX); ); fosmete (1)(IMIDAN 50 WP); lambdacialotrina (KARATE with ZEON technology); spinosade (SPINTOR ISCO) hidrolisado de proteínas (ENDOMOSYL) (2) spinosade (SPINTOR ISCO) (3) deltametrina (DECIS, DECIS EXPERT, DELTAPLAN) (3) lambda-cialotrina (KARATE with ZEON technology, KARATE+, NINJA with ZEON technology, JUDO, ATLAS) (3) (1) apenas em azeitonas de mesa, máximo duas aplicações/ ano; (2) atractivo a utilizar em armadilhas de monitorização e captura em massa (3) a utilizar apenas em armadilhas de captura em massa, com atractivos específicos GAFA E OLHO DE PAVÃO Para as variedades mais sensíveis a estas doenças, recomenda-se a realização de um tratamento com um fungicida à base de cobre, antes das primeiras chuvas do Outono. Consulte a ficha técnica nº 19/ DRAPN (Nova série) Página 2 de 2
3 DIVULGAÇÃO A mosca da azeitona ( Bactrocera oleae (Gmelin) ) A mosca da azeitona é o principal inimigo da oliveira e dos olivicultores. Esta praga encontra-se por toda a bacia do Mediterrâneo e mais recentemente chegou à América do Norte e Central. No Entre Douro e Minho, tem vindo a expandir-se, em parte como resultado do abandono da cultura da oliveira e da não apanha da azeitona, factor que, de ano para ano, favorece o aumento das populações. A não serem tomadas medidas integradas e continuadas para o seu controlo, a mosca da azeitona pode acarretar sérios prejuízos aos novos olivais que vêm sendo plantados no Entre Douro e Minho e que vão começando a entrar em produção. aos insecticidas, mas que morrem se ocorrer um período 1 prolongado com temperaturas abaixo de 0 0 C conjugado com elevada humidade do solo. A temperatura óptima de desenvolvimento da mosca da azeitona situa-se entre os 20 e os 30 0 C. Acima de 30 0 C as posturas são fortemente reduzidas. Acima de 35 0 C ovos, larvas e pupas morrem. Abaixo de 15 0 C, cessam as posturas. Adulto da mosca da azeitona 1 imagem muito ampliada, 2 fêmea em postura(tamanho natural) 2 Estragos e prejuízos Os prejuízos originados pela mosca da azeitona são qualitativos e quantitativos. A actividade da larva no interior da azeitona afecta o seu desenvolvimento e provoca a sua queda prematura. Azeitonas de mesa são desvalorizadas pela simples picada de postura da mosca, e os prejuízos podem ser totais. Azeitonas atacadas pela mosca dão origem a azeites ácidos e com índices elevados de peróxidos. Grande parte da colheita pode ser perdida, pois as azeitonas caem prematuramente e apodrecem. 4 3 azeitona perdida devido a ataque de mosca 4 fruto aberto, mostrando a pupa de mosca no seu interior e os estragos Ciclo de vida da mosca da azeitona A mosca da azeitona pode passar o Inverno sob a forma de pupa, enterrada entre 1 e 5 cm no solo dos olivais, sob a forma de larva ou pupa nos frutos que ficam por apanhar ou ainda sob a forma de adulto. No fim do Inverno/ início da Primavera, os adultos iniciam a actividade e como têm grandes capacidades de voo, espalham-se, colonizando novos olivais. Aquando do endurecimento do caroço, as fêmeas, após o acasalamento, depositam os ovos, inserindo-os sob a epiderme, apenas um em cada azeitona. Cada fêmea produz 300 a 400 ovos. Uns dias depois da postura, o ovo eclode, dando origem a uma larva branca que, ao desenvolver-se, vai abrindo galerias na polpa da azeitona, de que se alimenta. No final do seu desenvolvimento, transforma-se em pupa no interior da azeitona, dando origem a um novo insecto. O processo reinicia-se, sucedendo-se durante o Verão e até ao mês de Novembro 4 a 5 gerações, que duram cerca de 25 a 30 dias. À aproximação do Inverno, as últimas larvas deixamse cair das azeitonas ao solo, onde se enterram e passam o Inverno em forma de pupas, muito resistentes ao frio e Armadilhas utilizadas na monitorização e / ou combate à praga: 5 placa cromotrópica 6 armadilha tipo delta com feromona 7 garrafa com solução atractiva para captura massiva 8 armadilha de atracção e morte utilizada em luta atracticida 7 Factores favoráveis e desfavoráveis Favoráveis Inverno suave; Primavera precoce; Verão ameno; Outono ameno e húmido. Desfavoráveis Verão prolongado, seco e quente; Inverno longo, frio, com muita geada. 8
4 Inimigos naturais da mosca da azeitona As espécies de parasitóides conhecidas da mosca da azeitona têm reduzida importância no controlo da praga. Os predadores do solo, como os carabídeos e formicídeos, podem ter alguma importância na redução das populações de pupas hibernantes e de adultos recém-emergidos. Formicídeos e vespídeos foram já observados a retirar larvas e pupas do interior de azeitonas. As aves também são importantes predadoras, ao alimentarem-se dos frutos maduros atacados, ou directamente dos insectos - larvas da traça, mosca da azeitona, cochonilhas. Habitam os olivais aves auxiliares como toutinegras-de-cabeça-preta, chapins reais, chapins azuis, carriças, melros, papa-figos, estorninhos pretos, tordeias, ferreirinhos e abelharucos. Vigilância da praga e estimativa do risco O conhecimento do início e evolução dos voos da mosca permite posicionar com rigor os tratamentos químicos e outro tipo de intervenções. Para este efeito, são utilizados variados tipos de armadilhas: armadilha alimentar (com solução de fosfato de amónio - 30 a 40 gramas/ litro de água), armadilha sexual tipo delta com feromona; armadilha cromotrópica amarela e sexual (placa amarela com cola e feromona). Medidas preventivas e de conservação O enrelvamento do solo do olival, o estabelecimento de sebes e bandas de vegetação natural na sua periferia, favorecem a existência e a multiplicação de insectos e de outros organismos auxiliares. Devem-se evitar os herbicidas e os tratamentos curativos contra a mosca. A antecipação da colheita pode ser uma forma de evitar os ataques da praga no Outono. A apanha e destruição das azeitonas atacadas caídas e a mobilização superficial do solo no princípio e no fim do Inverno, ajudam, a longo prazo, à diminuição das populações de mosca da azeitona. As azeitonas provenientes de olivais atacados devem ser laboradas de imediato, impedindo assim o seu apodrecimento e minimizando a adulteração dos azeites produzidos. Luta biológica Tem sido utilizado com êxito um insecticida biológico à base de spinosade. Trabalhos recentes com outro insecticida biológico, à base de diversas estirpes de Bacillus thuringiensis, abrem igualmente novas possibilidades de luta contra a mosca da azeitona. É possível fazerem-se também pulverizações à base de argilas (caulinite), que funcionam como barreira à postura. Trabalhos experimentais demonstram eficácia superior a 80% na redução das posturas. Luta biotécnica Captura massiva utilização de garrafas de plástico contendo uma solução atractiva. As garrafas devem ser colocadas na parte da copa virada a sudeste, na razão de uma para cada 2 ou 3 oliveiras. Colocar a partir de Junho e reforçar se as populações de mosca forem elevadas. Com este método, consegue-se capturar e eliminar grande parte da população de moscas. Luta atracticida utilização de dispositivos de atracção e morte contendo um atractivo alimentar ou sexual e um insecticida. As moscas são atraídas a estes dispositivos e ao entrarem em contacto com o insecticida, acabam por morrer. É um método compatível com a produção biológica, tal como a captura massiva e a utilização de argilas e insecticidas biológicos. Tratamentos químicos Deve adoptar-se um programa de protecção integrada, que englobe os meios disponíveis acima descritos e apenas se necessária, a aplicação de insecticidas. Podem ser feitos tratamentos químicos preventivos adulticidas, destinados a eliminar os adultos e a impedir as posturas. Conseguem-se bons resultados aplicando uma calda insecticida contendo um atractivo alimentar ou sexual (feromona). Neste caso, deve-se fazer um tratamento localizado, aplicando a calda apenas na parte da copa da árvore virada a sul ou em bandas ou linhas alternadas, tratando-se de olivais plantados em linha ou em bardo. Deve-se dar preferência aos tratamentos preventivos. Os tratamentos ditos curativos larvicidas visam a destruição das larvas e obrigam ao tratamento integral das árvores, de modo a atingir todos os frutos. São mais nocivos do ponto de vista ambiental e da saúde do consumidor, pelos resíduos que podem deixar e pelas mais intensas perturbações da entomofauna do olival. Devem-se respeitar as datas de tratamento os métodos de aplicação dos tratamentos a alternância de produtos os intervalos de segurança. Informações oportunas para o combate à mosca da azeitona são transmitidas pela Estação de Avisos de Entre Douro e Minho, através dos Avisos Agrícolas. Textos de divulgação técnica da Estação de Avisos de Entre Douro e Minho nº 6/ 2010 (II Série) Junho Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas/ DRAP-Norte/ Divisão de Protecção e Controlo Fitossanitário/ Estação de Avisos de Entre Douro e Minho/ Estrada Exterior da Circunvalação, SENHORA DA HORA/ Telefones: / / Fax / avisos.edm@drapn.min-agricultura.pt Fontes: Laura Torres (Coord.) Manual de Protecção Integrada do Olival, Viseu, 2007 António Manuel Monteiro Palavras do Olival, Mirandela, 2008 Célia Gratraud, Jean-Michel Duriez, Serge Regis, Christian Pinatel, Christian Argenson. Olivier 2010-Guide dês bonnes pratiques Association Française Interprofessionnelle de l Olivier - AFIDOL France, La mouche de l'olive Bactrocera oleae [ in ] Informação sobre pesticidas em Texto: C.Coutinho. Agradecimentos: Eng.ªs Fátima Gonçalves e Ana Sofia S. Rodrigues, pela amável revisão e correcção da presente ficha.
5 DIVULGAÇÃO A mosca do Mediterrâneo ( Ceratitis capitata Wiedemann ) A mosca do Mediterrâneo ataca os frutos de variadíssimas espécies fruteiras - pêssegos, damascos, nectarinas, maçãs, peras, laranjas, tangerinas, figos, diospiros, nêsperas, uvas e muitos outros - e pode causar a perda total da produção. O combate a uma praga deste tipo só tem sucesso se for organizado colectivamente pelos fruticultores, sobretudo através das suas associações sócio-profissionais e contando com o apoio técnico-científico dos serviços públicos. O controlo da mosca do Mediterrâneo torna-se muito difícil se apenas um ou outro produtor isolado fizer os tratamentos necessários, pois a mosca passa muito facilmente e com grande rapidez de uns pomares para os outros e mesmo de umas regiões para as outras. tamanho natural. Mosca do Mediterrâneo: imagem muito ampliada, mostrando o característico desenho das asas. Na imagem sobreposta: a mesma mosca no seu entre o meio de Junho e o meio de Novembro, altura em que os últimos adultos são capturados na rede de armadilhas. interior. A fêmea da Mosca do Mediterrâneo põe os ovos, perfurando a casca dos frutos. Imagem ampliada de corte da casca de um fruto, mostrando os ovos da mosca do mediterrâneo no seu Dos ovos nascem pequenas larvas brancas (morcões), que se desenvolvem no interior do fruto, destruindo-o por completo. Os frutos atacados acabam por cair ao fim de alguns dias. A mosca, em anos cujas condições meteorológicas, de tempo quente, o permitam, pode causar enormes prejuízos. Depois de completado o seu desenvolvimento, as larvas (A) abandonam o fruto, projectando-se para o solo, onde se enterram. Aí evoluem para pupas (B), de que nascerão novas moscas, iniciando-se outra geração. À A B aproximação do tempo frio, as pupas já não evoluem para a forma adulta e ficam enterradas até à Primavera- Verão seguinte, dando nessa altura origem a um novo ciclo da praga. Na Região de Entre Douro e Minho, a mosca do Mediterrâneo mantém-se normalmente activa Pêssego aberto, mostrando as larvas da mosca no seu interior e a destruição do fruto por estas provocada. Meios de combate à mosca do Mediterrâneo Para se estabelecer um plano de combate racional e escolher a altura mais oportuna para efectuar os tratamentos, é necessário obter dados sobre a precocidade e intensidade da praga. Para isso é preciso controlar o voo dos insectos adultos (as moscas propriamente ditas). Neste controlo usa-se um dos diversos tipos de armadilhas existentes, que são colocadas nos pomares. Armadilha tipo garrafa mosqueira Estes processos deverão ser sempre acompanhados por uma estreita vigilância do pomar, para detecção da presença de fruta picada pela mosca. A Estação de Avisos de Entre Douro e Minho estabelece anualmente uma rede de locais para observação da evolução da mosca do Mediterrâneo, no
6 sentido de poder emitir Avisos para o tratamento contra esta praga e de, a mais longo prazo, poderem vir a ser tomadas outras medidas de controlo. Armadilha tipo delta Modo de realizar o tratamento A luta química tem em vista sobretudo a destruição dos insectos adultos, embora alguns tenham acção larvicida. Os insecticidas homologados são produtos à base de fosmete, lambda-cialotrina, lufenurão e spinozade. À calda insecticida pode adicionar-se um hidrolisado de proteínas, cuja função é atrair as moscas, aumentando a eficácia do tratamento. Neste caso, deverá pulverizar-se apenas metade da copa da árvore - a mais exposta ao sol - pois os insectos são aí atraídos pelo hidrolisado adicionado à calda. Assim, poupa-se insecticida, tornando o tratamento mais económico e menos agressivo para o Ambiente. Deve ser respeitado escrupulosamente o intervalo de segurança indicado no rótulo do produto insecticida, cumprindo, assim, uma norma legal que visa proteger a saúde dos consumidores. Os frutos atacados devem ser apanhados e enterrados a mais de 60 cm de profundidade ou queimados. Desta forma, contribui-se para reduzir a população de mosca e os ataques no ano seguinte. Luta biotécnica (captura massiva e Luta autocida) A captura massiva consiste na colocação no pomar de um determinado número de armadilhas, contendo um atractivo. As moscas são atraídas a estas armadilhas, diminuindo assim a população. Estes dispositivos podem ser encontradas no mercado da especialidade. Existe também a possibilidade técnica de introdução da luta autocida contra a mosca do Mediterrâneo Esta forma de controlo consiste no lançamento no ambiente de machos esterilizados da mosca que, ao acasalarem com as fêmeas existentes na natureza, dão origem a ovos estéreis, diminuindo gradualmente as populações da praga. Esta forma de luta biotécnica, devidamente conduzida e conjugada com outros meios de luta, poderá vir a ser uma solução duradoura para o problema da mosca do Mediterrâneo na região de EDM. INSECTICIDAS HOMOLOGADOS PARA O COMBATE À MOSCA DO MEDITERRÂNEO Substância activa Nome comercial Ameixeira Citrinos Damasqueiro Diospireiro Figueira Macieira Pereira Pesse gueiro azadiractina (1) ALIGN, FORTUNE AZA, NIMOIL SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO bifentrina (2) KIROS; KIROS PRONTO; NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM SIM NÃO TALSTAR; TALSTRINA fosmete (3) IMIDAN 50 WP NÃO SIM NÃO NÃO NÃO SIM SIM NÃO lambda-cialotrina KARATE with ZEON technology; KARATE+; NINJA with ZEON SIM SIM SIM NÃO NÃO SIM SIM SIM technology; JUDO, ATLAS lufenurão ADRESS (4); MATCH; MATCH SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM 050 EC spinozade SPINTOR; SPINTOR ISCO (4) NÃO SIM NÃO SIM (5) NÃO NÃO NÃO NÃO (1) Insecticida regulador de crescimento de origem vegetal obtido a partir de extractos da espécie Azadiractina indica. Produto indicado para utilização em agricultura biológica. (2) em esgotamento de existências até 30 de Maio de 2011 (3) não fazer mais que uma aplicação por ano; (4) insecticida na forma de iscos, a utilizar apenas em armadilhas de atracção alimentar em luta biotécnica (5) apenas SPINTOR ISCO, na lista de usos menores Textos de divulgação técnica da Estação de Avisos de Entre Douro e Minho nº 7/ 2010 (II Série) ( Reedição/Julho/ 2010 ) Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas/ DRAP-Norte/ Divisão de Protecção e Controlo Fitossanitário/ Estação de Avisos de Entre Douro e Minho/ Rua da Restauração, PORTO/ Telefones: / / Fax / avisos.edm@drapn.min-agricultura.pt Fontes: Plagas Agricolas II, F. Garcia Mari e outros, Universidad Politecnica de Valencia, Texto e fotos: C. Coutinho.
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