Riqueza da anurofauna no Campus Experimental Cauamé, Roraima.
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- Lívia Castelo Aveiro
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1 Riqueza da anurofauna no Campus Experimental Cauamé, Roraima. Herlem almeida de Carvalho 1 Eliza Ribeiro Costa 2 Carlos Eduardo Quinto Brutti³ Jorge Luiz Marques Lemos 4 Maysa Almeida de Carvalho Wilson Motta Junior 1 Aluna da Faculdade Cathedral, departamento de biologia,herlemcarvalho@hotmail.com.br, Boa Vista, Roraima, Brasil. 2 Universidade Federal de Roraima, Centro de estudo da Biodiversidade.Campus do Paricarana.Av. Ene Garcez, CEP , Boa Vista, Roraima, Brasil. ³ Professor da Faculdade Cathedral, Mestre em Melhoramento Animal, UFPEL, RS. 4 Colaboradores. RESUMO A riqueza representa o número de diferentes unidades biológicas, ou seja, as espécies; cujo presente estudo foi aplicado em oito brejos e entorno do rio Cauamé em uma área de Campinarana que corresponde ao Campus Experimental Cauamé da Universidade Federal de Roraima é um ambiente perturbado modificado para pastagem de gados e cavalos e sua fitofisionomia é composta por gramíneas, arbustos de pequeno porte e mata ciliar. Essa pesquisa é de enfoque quantitativo com metodologia Exploratória-Descritiva que teve como objetivo geral conhecer a riqueza da anurofauna local. As coletas de dados foram realizadas pelo método de Busca Ativa Aleatória entre Janeiro de 2010 à julho de 2013, em 30 noites sequenciadas nos períodos de estiagem e chuva totalizando 210 noites de observações, fotografias e filmagens. Indicando que o nosso esforço amostral foi o suficiente para registrar que, das famílias de anfíbios anuros existentes no Brasil, no total, 8 delas estão representadas na área de influência do Campus Experimental Cauamé, distribuídas em 15 gêneros e 23 espécies : Hylidae (4 gêneros e 8 espécies); Leptodactylidae (2 gêneros e 5 espécies); Bufonidae (2 gêneros e 3 espécies), Dendrobatidae (2 gêneros e 2 espécies), Leyuperidae (2 gêneros e 2 espécies ), Craugastoridae (1 gênero e 1 espécie), Ranidae(1 gênero e 1 espécie); Microhylidae(1 gênero e 1 espécie). Por brejo as maiores riquezas estão contidas no brejo 5 com 7 famílias, 11 gêneros e 15 espécies; brejo 8 com 6 famílias, 9 gêneros e 14 espécies; brejo 4 com 4 famílias, 7 gêneros e 10 espécies, seguido do brejo 6 com 3 famílias, 7 gêneros, 10 espécies; brejo 2 com 4 famílias, 6 gêneros, 8 espécies; brejo 3 com 4 famílias, 6 gêneros e 8 espécies; Entorno com 4 famílias, 5 gêneros, 6 espécies; brejo1 com 3 famílias, 3 gêneros, 4 espécies e brejo 7 com apenas 1 espécie e único exemplar (Rhinella marina).todos os brejos que estavam em estudo têm perturbações antrópicas, alguns com pouca ou muita intensidade. A maioria das espécies encontradas estiveram representatividade em quase todos eles, com exceção das espécie Ameerega trivittata, Colosthetus sp.(dendrobatidae); Hypsiboas geographicus, Hypsiboas creptans (Hylidae);Elachistocleis surumu (Microhylidae); Pristimantis aff. fenestratus( Craugastoridae) que foram encontradas apenas nos brejos cujos ambientes são menos perturbados, distantes, mais encharcados ou com a mata ciliar ainda preservados, sem representantes nos brejos mais perturbados.
2 Palavras-Chave: Cauamé, anuros, riqueza, campinarana. ABSTRACT Wealth represents the number of different biological units, species whose present study was applied in eight wetlands and around the Cauamé Campinarana area that corresponds to the Cauamé Experimental Campus of the Federal University of Roraima is a disturbed environment modified for grazing cattle and horses and their physiognomy consists of grasses, small shrubs and riparian vegetation. This research is a qualitative approach to methodology Exploratory - Descriptive that had as main objective to know the richness of local anurofauna and specific objectives to identify families and species most representative and compare if they are all represented in all wetlands in the study area. The data collections were performed by Active Search Random method from January 2010 to July 2013, 30 nights sequenced in time of drought and rain totaling 210 nights of observations, photos and footage. Indicating that our sampling effort was enough to record that the families of existing amphibians in Brazil, in total, 8 of them are represented in the area of influence of the Experimental Campus Cauamé, distributed in 15 genera and 23 species: Hylidae ( 4 genera and 8 species) ; Leptodactylidae ( 2 genera and 5 species) ; Bufonidae ( 2 genera and 3 species), Dendrobatidae ( 2 genera and 2 species ), Leyuperidae ( 2 genera and 2 species ), Craugastoridae ( 1 genus and 1 species ), Ranidae ( 1 genus and 1 species ) ; Microhylidae ( 1 genus and 1 species ). By swamp the greatest riches are contained in the swamp 5 with 7 families, 11 genera and 15 species ; 8 swamp 6 families, 9 genera and 14 species ; heath 4 with 4 families, 7 genera and 10 species, followed by marsh 6 with 3 families, 7 genera, 10 species ; 2 swamp 4 families, 6 genera, 8 species ; marsh 3 with 4 families, 6 genera and 8 species ; Around 4 families, 5 genera, 6 species ; brejo1 with 3 families, 3 genera, 4 species and marsh 7 with only 1 species and one copy ( Rhinella marina.) All wetlands that were under study have human disturbance, some with greater or lesser intensity. Most species were found representation in almost all of them, except for species Ameerega trivittata, Colosthetus sp ( Dendrobatidae ). ; Hypsiboas geographicus, Hypsiboas creptans ( Hylidae ) ; Elachistocleis Surumu ( Microhylidae ) ; Pristimantis aff. fenestratus ( Craugastoridae ) that were found only in swamps whose environments are less troubled, distant, more soggy or the riparian forest still preserved without representatives in more disturbed wetlands. Keywords : Cauamé, frogs, wealth, campinarana. INTRODUÇÃO Os anfíbios são encontrados em todas as regiões tropicais e temperadas da Terra, com exceção de ilhas oceânicas distantes, Antártica e locais no extremo norte do planeta. A maioria das espécies, no entanto, está concentrada em regiões tropicais e subtropicais (SEGALLA & LANGONE 2004; FROST, 2011). Atualmente, são conhecidas mais de espécies de anfíbios, divididas em três grupos: Anura (sapos, rãs e pererecas; espécies), Caudata (salamandras e tritões; 620 espécies) e Gymnophiona (cobras-cegas ou cecílias; 190 espécies) (FROST, 2011).
3 O Brasil se destaca como o país com maior diversidade de anfíbios do mundo, com até o momento 913 espécies de anuros, 32 cecílias e uma salamandra (SEGALLA et al., 2012). No Domínio Morfoclimático Amazônico (AB SABER, 2003) foram registradas quase 430 espécies de anfíbios anuros (SILVANO, 2005) destas, ocorrem na Amazônia brasileira aproximadamente 230 espécies. Entretanto, tais valores ainda são considerados subestimados, uma vez que muitas áreas ao longo da região amazônica permanecem carentes de inventários faunísticos (ÁVILA-PIRES et al., 2007). Inserido na Floresta Amazônica, no estado do Amazonas e Pará, o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA) e o Instituto Emílio Goeldi são os principais centros de pesquisa e onde os anuros da região norte têm sido mais estudados (LIMA et al., 2006). Para a região de Campinarana, uma faixa de transição de cerrado dentro do estado de Roraima (AB SABER, 2003) as pesquisas sobre a diversidade de anuros são escassas, poucos trabalhos são realizados e publicados (MARTINS, 2005) no entanto, apesar de poucos, os trabalhos publicados em ambientes similares dentro do estado de Roraima (BARBOSA et al., 2007; AZARAK,2010; AZARAK et al, 2011) nos dão fortes indícios e mostram que a diversidade da anurofauna é rica e que ainda temos muito a conhecer (HEYER et al., 1994). Uma das principais características desse grupo de anuros é de possuírem o tegumento permeável, dependência de água e umidade para reprodução e desenvolvimento tornando-os vulneráveis (LIMA et al., 2006). Para compensar essas características os mecanismos de evolução os tornaram muito bem adaptados a diferentes tipos de ambientes fazendo-os desenvolverem inúmeras variações para as atividades básicas da vida com dezenas formas de acasalamento, cores crípticas, postura de ovos, criação de filhotes e captura de suas presas (WOEHL JR. et al., 2000; LIMA et al., 2006). Por possuírem tais características e requerimentos fisiológicos especiais, esses organismos são considerados potenciais indicadores da integridade ambiental (HEYER et al., 1994; SCHLAEPFER & GAVIN, 2001). No entanto, para esses animais terem seus espaços respeitados e valorizados como membros importantes de um ecossistema, são necessários realizar inventários de fauna caracterizando riqueza de espécies de anuros. Esse procedimento é necessário e a iniciativa é de grande relevância para a transmissão do conhecimento cientifico para a sociedade dentro e fora de sala de aula, uma vez que, somente poderá entender a necessidade de conservação e preservação da biodiversidade, se a conhecermos e compreendermos a sua importância (PRIMACK, 2001). MATERIAL E MÉTODOS
4 Descrição da Área de Estudo. O Campus Experimental Cauamé, no Monte Cristo, pertence à Universidade Federal de Roraima (UFRR) e está situado a aproximadamente 20km do centro da cidade de Boa Vista, pela rodovia BR-174, no sentido Pacaraima (IBGE, 2010). A área de instalação abrange cerca de 498ha e é composta de diferentes habitats de savana caracterizada por paisagem aberta, vegetação herbácea, mata ciliar e arbóreos de pequeno porte. Apesar disso essa vegetação sofreu ação antrópica no andamento da pesquisa intensificando modificações em sua paisagem sendo substituída por pastagens para os animais do próprio Campus (mapa1). Mapa 1: Mapa geral das localizações dos brejos. Onde pontos vermelhos representam brejos temporários e pontos azuis brejos perenes. Fonte: Google Earth, O levantamento das espécies de anfíbios anuros foi realizado em uma área de campinarana dentro da área de influência do Campus Experimental Cauamé e entorno do rio (CCA)(mapa 1). A seleção dos brejos amostrados foi realizada através de visitas preliminares nos turnos diurnos. Foram escolhidos locais que apresentaram condições necessárias para a ocorrência dos anfíbios (presença de lagos temporários e permanentes). O esquema representativo da área de estudo (mapa 1) indica a localização dos corpos d água que variam de 2m à 10km de distância um do outro que, para facilitar a compreensão, todos foram chamados de brejos, numerados de 1 a 8, identificados com pontos e siglas com cores que representam Brejos Temporários (BT) vermelhos e Brejos Perenes (BP) azuis. Os brejos
5 tiveram comprimento, largura e profundidade medidos com o auxílio de uma trena e as localizações geográficas pelo GPS (Garmim). As incursões foram realizadas em 07 etapas de 30 noites sequenciadas no período chuvoso e em igual período na estiagem, totalizando um esforço amostral de 210 noites de pesquisa entre janeiro de 2010 a Julho de Com o auxílio de uma câmera fotográfica, filmadora, lanternas, puçá, termômetro, balança, paquímetro, régua e fichas de campo o método adotado foi a de Busca Ativa Aleatória (POMBAL, 1997; SIMÕES; 2012), que consiste iniciar a pesquisa de campo no crepúsculo, sem horário prévio para o término, vasculhando aleatoriamente os ambientes onde esses animais habitualmente se abrigam( em cavidades de árvores, entre frestas, sob rochas e troncos, no solo, na serrapilheira e na vegetação marginal e aquática), objetivando registrar indivíduos jovens, adultos e prováveis sítios de ovoposição observando comportamento, fotografando, medindo e gravando as vocalizações dos anuros no período de estiagem e de chuva, sem delimitação por tempo e em diferentes horários do dia e da noite (HEYER et al., 1994), visando uma maior abrangência de amostragem, de modo a se maximizar o registro de espécies, resultando em uma lista mais próxima da real ocorrência das espécies nas áreas amostradas. Essa metodologia de amostragem foi realizada, na maioria das vezes, por duas pessoas, as quais percorreram as margens dos oito brejos e entorno do rio Cauamé, para cada margem, por 4 horas em visitas preliminares pela manhã e iniciada a busca noturna no crepúsculo sendo que a busca noturna não foi delimitada por tempo. Horário, características, comportamento, temperatura e outros dados foram registrados em fichas de campo para posterior análise de dados. Os animais avistados durante a Busca Ativa foram capturados manualmente passados pelo processo de identificação, tomada de dados de biometria (pesados e medidos), fotografados, filmados e suas vocalizações gravadas. Indivíduos não foram marcados para estatística de abundancia.após estes procedimentos os animais foram liberados no mesmo ponto de captura. Uma lista quantitativa de espécies foi elaborada a partir dos dados primários compilados. Esta lista contém as espécies de potencial ocorrência para a área de influência no Campus Experimental Cauamé, de modo a compor o conjunto de espécies mais completo para a região em questão. O status de conservação e ameaça das espécies registradas foi analisado através de consulta às listas nacional (RIBEIRO et al., 2005) e internacional (IUCN, 2012) de espécies ameaçadas; além da Instrução Normativa MMA no 1, de 9 de dezembro de 2010 (BRASIL,,2010), que dispõe sobre a implementação da Convenção sobre o Comércio
6 Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES). Não foram encontradas listas de espécies ameaçadas para o estado de Roraima, por impossibilitar uma análise em escala geográfica menor. Além das listas de espécies encontradas, foram apresentadas as informações disponíveis em alguns trabalhos científicos (MARTINS & OLIVEIRA, 1998) sobre os hábitos, período de atividade e ocorrência das espécies. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para o total de incursão do presente estudo, confirmou-se que, das 19 famílias de anfíbios anuros que ocorrem no Brasil, 8 delas estão representadas na área de influência do Campus Experimental Cauamé (Bufonidae, Leptodactylidae, Hylidae, Dendrobatidae, Leyuperidae, Craugastoridae, Ranidae e Microhylidae), distribuídas em 15 gêneros e 23 espécies. Em estudo anterior (AZARAK, 2010) produzido na mesma área e apenas no período de estiagem para a região, houve o registro de 10 espécies. Comparado a este estudo apenas 8 espécies estão de acordo com o presente trabalho e 2 delas não houveram registros (Rhinella sp.; Elachistocleis ovalis). Foi acrescentado mais 15 espécies aos dados descritos por AZARAK, Considerando-se o método de procura e captura nos períodos de estiagem e chuva e apenas as espécies identificadas ao nível específico, em comparação a outras publicações em ambientes de campinarana-cerrado (ETEROVICK, 2004; SILVEIRA,2006; GUIMARÃES,2006; RIBEIRO JR., 2009;) o número de espécies de anuros compõe um número muito maior. Talvez as fortes ações antrópicas pelos quais o ambiente do Campus Cauamé vêm sofrendo pode explicar a baixa riqueza em comparação a ambientes similares ao nosso lavrado. No geral as famílias predominantes de maior representatividades de riqueza para este estudo foram as famílias Hylidae com 8 espécies e 4 gêneros, cujas espécies se tornam difíceis de serem capturadas por estarem localizadas no alto dos arbóreos, principalmente no período chuvoso onde a umidade se torna maior e as mesmas dificilmente ficam na base das árvores. Leptodactylidae com 5 espécies e 2 gêneros, espécies encontradas sempre às margens dos brejos, a espécie Leptodactylus fuscus (foto 06) vocaliza o ano todo foi possível até registrar vocalizações nos períodos da tarde. Bufonidae 3 espécies e 2 gêneros; foram encontrados sempre parados com alguns exemplares próximos a água. Dendrobatidae 2 espécies e 2 gêneros; Leyuperidae 2 espécies e 2 gêneros; Craugastoridae 1 espécie e 1 gênero, Ranidae 1 espécie, 1 gênero e Microhylidae com 1 espécie, 1 gênero. Por brejo, a temperatura da água dos brejos foram similares (variação de
7 34 graus pela manhã e a noite chegando até a 28 graus, no período de chuva), somente as características da vegetação (mata ciliar ou gramíneas) e os graus de intensidades de perturbações antrópicas tiveram diferenças significativas para a riqueza das espécies em questão. Os brejos 1, 2, 3 e 4 estão localizados próximos ao prédio da Universidade e da CASAI (Casa de Saúde do Indio) os mesmos se tornam bebedouros e pastos para os animais pertencente ao Campus e atalhos no caminho dos indígenas até o prédio onde os mesmos se abrigam,no entanto, mesmo sofrendo perturbações intensas a riqueza presente foi significativa o brejo 1 com 3 famílias, 3 gêneros e 4 espécies; o brejo 2 com 4 famílias, 6 gêneros e 8 espécies, o brejo 3 com 4 famílias, 6 gêneros e 8 espécies, o brejo 4 com 4 famílias, 7 gêneros e 10 espécies. O brejo 7, apresenta mata ciliar e gramíneas mas se localiza próximo a uma granja, cujo cheiro do ambiente é forte e que pertence a própria Universidade, a baixa riqueza talvez possa advir desse problema existente. Nesse brejo foi encontrada apenas 1 espécie e único exemplar, Rhinella marina (foto 01). O Entorno do rio apresenta mata ciliar e é alvo de lazer para a população e, mesmo assim, foram encontrados espécies próprias de mata ciliar, como, por exemplo, a espécie Ameerega trivittata (foto 17).Os demais brejos estão mais distantes, menos perturbados como os brejos 5, 6 e 8 que apresentam mata ciliar e gramíneas ainda preservados. Nesses brejos, as maiores riquezas foram o brejo 5 com 7 famílias, 11 gêneros e 15 espécies, o brejo 8 com 6 famílias, 9 Gêneros e 14 espécies, seguido do brejo 6 com 3 famílias, 7 gêneros e 10 espécies. A maioria das espécies tiveram representatividade em quase todos os brejos, com exceção das espécies Hypsiboas creptans (foto14), Hypsiboas geographicus (foto12) (Hylidae) Ameerega trivittata (foto 17) (Dendrobatidae), Rhaebo guttatus (foto 02) (Bufonidae) que foram registrados apenas nos brejos cujos ambientes apresentavam mata ciliar (Brejo 8 e Entorno), as demais espécies se apresentaram típicas de ambientes abertos. Dentre os brejos cujos ambientes são abertos destaca-se o brejo 5 nos quais foi registrado as espécies Elachistocleis surumu (foto 23) (Microhylidae) animal tipicamente encontrado em florestas e Pristimantis aff. fenestratus (foto 21) (Craugastoridae) cuja espécie só se manifestou no brejo 5 e em uma única vez, período de chuvas intensas que ocorreram no mês de maio do ano de 2010, outras visitas foram realizadas no mesmo período dos anos posteriores e nenhum exemplar foi encontrado. As poucas informações a respeito dessa espécie nesse trabalho é que possui hábitos noturnos, coloração preto-cinza, o macho adulto mede 2cm e meio de comprimento (rostrocloacal), no momento do registro o mesmo se encontrava em vocalização nos capins dentro do brejo, cujas aguas estavam transbordando. Foi confirmada 3 famílias a mais do que
8 condiz a hipótese Principal 1 (Dendrobatidae, Craugastoridae e Ranidae) e que podem existir espécies que se manifestam apenas em condições bastante favoráveis (Pristimantis aff. fenestratus)(foto 21).O que chamou a atenção durante essa pesquisa foi o nível de degradação dos brejos e da vegetação onde eram realizadas as pesquisas. A vegetação dos Brejos 2, 3, 4 foram arrancadas e as aguas aterradas, as águas do Brejo 5 foram desviadas e só restou o leito completamente seco, mostrando que o nível de destruição é maior e mais rápido do que o tempo necessário para se colher informações importantes para um efetivo conhecimento sobre as espécies como, por exemplo, o registro da espécie Pristimantis aff. fenestrattus. Tabela 1 Espécies de anuros distribuídas entre os oito brejos de lavrado do Campus Experimental Cauamé. Família/Espécie BT1 BT2 BT3 BT4 BT5 BT6 BT7 BP8 ENTORNO Bufonidae Rhinella granulosus X X X X X Rhinella marina X X X X X Rhaebo guttatus X X Dendrobatidae Ameerega trivittata X X Colostethus sp. X X Hylidae Dendropsophus cruzi X X X Dendropsophus minutus X X X Hypsiboas raniceps X X X Hypsiboas geographicus X Hypsiboas boans X X Hypsiboas crepitans X X X X Lysapsus limellum X X X X X Pseudis paradoxa X X X X Leiuperidae Pleurodema brachyops X X X X X X Pseudopaludicola sp. X X X Leptodactylidae Leptodactylus andreae X X X X Leptodactylus fuscus X X X X X X X Leptodactylus latrans X X X X X Leptodactylus pentadactylus X X X Physalaemus cuvieri X X X Ranidae Lithobates palmipes X X Craugastoridae Pristimantis aff. fenestratus X Microhylidae Elachistocleis surumu X Riqueza por brejo (Sb)
9 Fonte: Herlem, Total: 23 espécies Família Bufonidae foto 01: Rinella marina foto 02: Rhaebo guttatus foto 03: Rhinella granulosus Família Leptodactylidae foto 04: Leptodactylus andreae foto 05: Leptodactylus latrans foto 06: Leptodactylus fuscus
10 foto 07: Leptodactylus pentadactylus foto 08: Physalaemus cuvieri Família Hylidae foto 09:Dendropsophus cruzi foto 10: Dendropsophus minutus foto 11: Hypsiboans raniceps
11 foto 12: Hypsiboans geograficus foto 13: Hypsiboans boans foto 14: Hypsiboans creptans foto 15: Lysapsus limellum foto 16 : Pseudis paradoxa
12 Família Dendrobatidae foto 17: Ameerega trivittata foto 18: Colosthetus sp. Família Leyuperidae foto 19: Pseudopaludicola sp. foto 20: Pleurodema brachyops
13 Família Craugastoridae foto 21: Pristimantis aff. fenestratus Família Ranidae foto 22: Lithobates palmipes Família Microhylidae foto 23: Elachistocleis surumu
14 CONCLUSÃO Para este estudo os resultados indicaram que a composição da anurofauna na região do Campus Experimental do Cauamé da Universidade Federal de Roraima é caracterizada pela presença de 23 espécies distribuídas em 8 famílias e 15 gêneros. Em relação aos pressupostos da pesquisa, tem se que: O objetivo A que buscou identificar as famílias da anurofauna representadas nos oito brejos e entorno do rio concluiu-se que, a área de influência do Campus Experimental do Cauamé apresenta não somente as famílias Bufonidae, Hylidae, Leiuperidae, Leptodactylidae e Microhylidae como foi publicado no estudo de Azarack, 2010 mas também 3 famílias Dendrobatidae, Ranidae e Craugastoridae e 15 espécies a mais. O objetivo B que buscou identificar as famílias de maior representatividade em número de espécies concluiu-se que, apesar de algumas espécies dessas famílias serem comuns, as famílias Bufonidae e Leptodactylidae não foram as famílias em maior número de espécies, a família Hylidae foi a mais representada com 8 espécies e 4 gêneros, a família leptodactylidae, a segunda família em maior número com 5 espécies e 2 gêneros. Para o objetivo C que buscou comparar a riqueza de espécies representadas nos oito brejos e entorno do rio concluiu-se que apesar da maioria das espécies estarem representadas em quase todos os brejos, algumas espécies se manifestaram apenas em ambientes específicos (Rhaebo guttatus, Hypsiboas geographicus, Ameerega trivittata, Elachistocleis surumu e Pristimantis aff. fenestratus)contudo, a pequena área de estudo delimitada para este trabalho tem como amostra a grande riqueza da anurofauna na região de Campinarana em Roraima, um estudo importante, trabalhoso e gratificante no qual, o conhecimento, mudou o modo de pensar dos seres humanos envolvidos no projeto. Daí a importância do estudo da riqueza da anurofauna, informações que geram conhecimento para a sociedade sobre as espécies de anuros existentes e do papel desses animais nos ecossistemas. Essas informações também poderá sevir de base para outros estudiosos, curiosos e apaixonados pelos anuros do estado de Roraima. Agradecimentos: A Faculdade Cathedral e a Universidade Federal de Roraima pela colaboração e todas as pessoas envolvidas que, com muita responsabilidade e compromisso, contribuíram para que o projeto pudesse ser concretizado.
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