EXCELENTÍSSIMO SENHOR PROMOTOR DA 4ª ZONA ELEITORAL FÁTIMA DO SUL - MS

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1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR PROMOTOR DA 4ª ZONA ELEITORAL FÁTIMA DO SUL - MS A COLIGAÇÃO RESPEITANDO NOSSA GENTE, por seu representante legal, vem perante este Juízo, REQUERER a instauração de procedimento investigatório em desfavor de ILDA SALGADO MACHADO, candidata a Prefeita Municipal de Fátima do sul - MS pela Coligação Tempo de Recomeçar, formada pelo PR, PT, PDT, com endereço Profissional para intimação na Rua Presidente Dutra, na cidade de Fátima do Sul, em razão dos fatos a seguir expostos: I - SINOPSE DOS FATOS No dia 20 de setembro de 2016, foi publicado na rede social facebook pelo usuário Everton Garcete 1, a informação de que a candidata a 1

2 prefeita municipal pela Coligação Tempo de Recomeçar percebe remuneração paga pela Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul. O que chama a atenção na postagem é que o noticiante apresenta detalhes do suposto pagamento, apontando valores, número de conta bancária e, até mesmo, o número da matrícula funcional da denunciada perante aquela casa legislativa. Eis o teor da publicação em tela: Todavia, em que pese o ajuizamento da respectiva ação de investigação judicial eleitoral, esta foi arquivada por falta de provas, de forma que a atuação do Ministério Público se torna imprescindível em razão do seu poder de investigação. Caso a informação seja verídica, além de a candidata ter omitido essa informação em sua declaração de bens, tal como determina o artigo 11 da Lei 9.504/97, possivelmente outros crimes serão desnudados, eis que, pelo que se sabe, Ilda Salgado Machado jamais foi servidora da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul ou, ao menos, nunca cumpriu jornada de trabalho naquele local. Importante destacar que essa informação não consta no Portal da Transparência da Assembleia Legislativa, inexistindo informações acerca do servidor de matrícula nº 577.

3 Em contato telefônico realizado no intuito de obter cópia do comprovante de pagamento da servidor/candidata Ilda Salgado Machado, fomos informados que se tratava de informação sigilosa e que somente poderia ser fornecida ao próprio servidor. II - DO DIREITO - CRIME DE FALSIDADE IDEOLÓGICA. ART. 350 DO CÓDIGO ELEITORAL Disciplina o art. 350 da Lei nº de 15 de Julho de 1965: Art Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais: Pena - reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o documento é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o documento é particular.

4 Conforme narrativa apresentada, estamos diante de uma possível declaração falsa de bens em registro de candidatura. Extrai-se da postagem supra identificada que a promovida Ilda Salgado Machado seria servidora aposentada da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso do Sul, com matrícula de nº 577 e que perceberia a quantia líquida de R$ ,17 (vinte mil, oitocentos e quarenta e dois reais e dezessete centavos) por mês, mediante depósito bancário na conta nº , agência 1687, do Banco HSBC conta esta que é conta salário e não autoriza depósito. Por se tratar de vultuosa soma mensal de dinheiro, sua não declaração à Justiça Eleitoral e consequente utilização durante o pleito, pode afetar diretamente o resultado da eleição, em razão do abuso do poder econômico. Assim, para esclarecimento dos fatos, se mostra prudente a solicitação à Assembleia Legislativa de documentos a fim de se confirmar a veracidade de tais fatos. Todavia, acaso seja negada tal informação, é possível ainda o rastreamento via BACEN-jud ou ainda o pedido de quebra do sigilo bancário de Ilda Salgado Machado, determinado-se que o Banco HSBC forneça todas as informações relativas às contas vinculadas ao seu CPF, relativo aos último 05 anos. Tal medida se mostra de extrema relevância, em especial, porque houve aumento substancial do patrimônio declarado pela candidata no período compreendido entre os anos de 2008 e 2016 (doc. anexos); vejamos: Ano 2008 Declaração de bens no valor de R$ ,54 (duzentos e oitenta e um mil, cento e cinquenta e cinco reais e cinquenta e quatro centavos); Ano 2016 Declaração de bens no valor de R$ ,19 (cinco milhões, quatrocentos e noventa mil, trezentos e noventa e seis reais e dezenove centavos); Nesse ponto, de se destacar que o sigilo bancário não é absoluto, uma vez que deve ser conciliado com as atribuições resultantes do dever de fiscalização do Estado, devendo-se perquerir, à luz do caso concreto, a necessidade da prevalência do direito público sobre o privado, consistente no interesse em apurar fatos delituosos.

5 In casu, se negado o vínculo com a Assembleia Legislativa e, tendo a promovida deixado de declarar a existência dessa fonte de renda, a medida pleiteada, embora de caráter excepcional, se revela imprescindível para o deslinde da investigação, mesmo porque não declarou possuir qualquer conta nessa instituição bancária. O Interesse público, no caso específico, ganha proeminência em detrimento do direito à intimidade, porquanto, embora cautelarmente afastado, a promovida pretende ostentar a condição de agente político, tornando ainda mais reprovável a conduta que lhe é imputada. III - CONCLUSÃO. Sob a égide do que foi exposto, a Coligação Respeitando Nossa Gente requer a V. Exa.: a) A instauração do devido procedimento para apuração das supostas irregularidades e adoção das medidas cabíveis acaso seja confirmada tal informação. b) Seja solicitado à Assembleia Legislativa a confirmação da informação ora apresentada. Caso negada a informação, seja determinada a quebra do sigilo bancário de Ilda Salgado Machado, determinadose que o Banco HSBC forneça todas as informações relativas às contas vinculadas ao seu CPF, relativo aos último 05 anos. admitidos. Protesta provar o alegado por todos meios em direito Termos em que, pede e aguarda deferimento. Fátima do Sul MS, 21 de setembro de Michella Fernanda Matos Bueno Jéssica Saveria Casotti Prado OAB/MS OAB/MS