DIREITO CONSTITUCIONAL DA UNIÃO EUROPEIA

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1 PATRÍCIA FRAGOSO MARTINS DIREITO CONSTITUCIONAL DA UNIÃO EUROPEIA Jurisprudência Essencial UNIVERSIDADE CATÓLICA EDITORA LISBOA 2017

2 NOTA PRÉVIA A elaboração da presente obra obedeceu a propósitos essencialmente pedagógicos. No contexto da lecionação, nos últimos anos, da cadeira de Direito da União Europeia, em língua portuguesa e inglesa, no âmbito da licenciatura em Direito da Escola de Lisboa da Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa, surgiu a necessidade de preparar e organizar um conjunto diversificado de materiais para estudo e análise ao longo do semestre. Considerando a natureza fundamentalmente jurisprudencial do direito da União, os elementos facultados aos alunos reconduzem- -se sobretudo a decisões dos tribunais europeus, que foram sendo ao longo dos anos disponibilizadas no início de cada semestre, de forma a permitir a sua leitura e análise a tempo da respetiva discussão em aula. Na verdade, no estudo de uma ordem jurídica que se funda e desenvolve com base na jurisprudência dos respetivos tribunais, a aplicação do chamado «método do caso» é tão imperativa quanto incontornável. No âmbito desse trabalho de preparação foi-se estabilizando um conjunto de arestos do Tribunal de Justiça da União Europeia que baseiam tendencialmente uma introdução ao direito constitucional da União. Deve notar-se que não se hesita, aqui, na qualificação da disciplina de Direito da União Europeia, tal como tradicionalmente lecionada nas diversas Faculdades de Direito, como um verdadeiro direito constitucional da União. Este é, aliás, o sentido que a expressão não pode deixar de ter numa União Europeia vinculada ao Direito, e fundada no princípio da separação de poderes e na proteção dos direitos fundamentais sentido este que decorre do conhecido artigo 16.º da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, afirmação do conteúdo mínimo do constitucionalismo moderno. São também estas dimensões que inspiram e enformam a sistematização da presente obra, que se divide, assim, em quatro partes fundamentais, reflexo dos diversos elementos que constam daquele enunciado. Desta forma, a presente obra reúne um conjunto variado de decisões do TJUE, selecionadas e agrupadas em torno dos seguintes temas centrais de direito constitucional da União:

3 6 direito constitucional da união europeia Prólogo A natureza constitucional da União Europeia Parte I A separação de poderes na União Europeia Parte II A aplicação do direito da União Europeia nas ordens jurídicas nacionais Parte III A proteção dos direitos e liberdades fundamentais na União Europeia Parte IV A garantia do ordenamento jurídico da União Europeia Considerada a impossibilidade de esgotar a jurisprudência relevante, selecionaram-se apenas as decisões mais emblemáticas, essencialmente escolhidas e editadas com base em critérios pedagógicos. Com a mesma preocupação, recorreu-se à versão oficial em língua portuguesa das decisões, sempre que possível. Onde a versão oficial portuguesa não se encontra disponível, optou-se pela inclusão da versão inglesa dos acórdãos. Por fim, na seleção de materiais efetuada, teve-se em conta o facto de parte das matérias que integram tipicamente a cadeira de Direito da União Europeia, no âmbito da licenciatura em Direito, integrarem igualmente outras cadeiras ou seminários dedicados ao estudo em profundidade de tópicos específicos, como acontece tipicamente com as matérias relativas ao mercado interno ou ao contencioso da União. A esta luz, o leque de acórdãos selecionados é, relativamente a alguns capítulos mais curto, em virtude da diferença de centralidade das respetivas matérias na economia geral da cadeira geral de Direito da União Europeia. Lisboa, 3 de abril de 2017

4 ÍNDICE NOTA PRÉVIA 5 PRÓLOGO: A NATUREZA CONSTITUCIONAL DA UNIÃO EUROPEIA 7 1. A afirmação da natureza constitucional dos Tratados constitutivos Acórdão Os Verdes/Parlamento Europeu, Proc. n.º 294/83 9 PARTE I A SEPARAÇÃO DE PODERES NA UNIÃO EUROPEIA A atribuição de competências à União Acórdão Alemanha/Comissão, Procs. n. os 281, e 287/ (cont.) Acórdão Comissão/Conselho (AETR), Proc. n.º 22/ (cont.) Parecer n.º 1/03, Convenção de Lugano Acórdão Alemanha/Parlamento e Conselho, Proc. n.º C-376/ Acórdão Comissão/Conselho (Armas ligeiras), Proc. n.º C-91/ Acórdão Alliance for Natural Health and Others, Procs. n. os C-154/04 e C-155/ O quadro institucional da União Acórdão Comissão/Conselho, Proc. n.º C-25/ Acórdão Comissão/Alemanha, Proc. n.º C-191/ Acórdão Espanha/Reino Unido, Proc. n.º C-145/ (cont.) Acórdão Eman e Sevinger, Proc. n.º C-300/ Acórdão Parlamento/Conselho, Proc. n.º C-70/ Despacho Emesa Sugar, Proc. n.º C-17/ (cont.) Conclusões do Advogado-Geral no caso Arben Kaba, Proc. n.º C-466/ Fontes de direito e procedimentos decisórios na União Acórdão Comissão/Itália, Proc. n.º 39/ Acórdão Comissão/Itália, Proc. n.º 116/ (cont.) Acórdão Comissão/Alemanha, Proc. n.º 131/ Acórdão Wallonie, Proc. n.º C-129/ (cont.) Acórdão Mangold, Proc. n.º C-144/ Acórdão Afrikanische Frucht-Compagnie GmbH, Procs. n. os T-64/01 e T-65/ Acórdão Artegodan e Outros, Procs. n. os T-74/00, T-76/00, T-83/00 a T-85/00, T-132/00, T-137/00 e T-141/00 114

5 480 direito constitucional da união europeia PARTE II A APLICAÇÃO DO DIREITO DA UNIÃO NAS ORDENS JURÍDICAS NACIONAIS Princípio do efeito direto Acórdão Van Gend en Loos, Proc. n.º 26/ Acórdão Defrenne, Proc. n.º 43/ Acórdão Van Duyn, Proc n.º 41/ (cont.) Acórdão Ratti, Proc. n.º 148/ Acórdão Marshall, Proc. n.º 152/ Acórdão Foster, Proc. n.º C-188/ Acórdão Wells, Proc. n.º C-201/ O princípio do efeito indireto Acórdão von Colson e Kamann, Proc. n.º 14/ Acórdão Marleasing, Proc. n.º C-106/ Acórdão Pfeiffer, Procs. n. os C / Acórdão Adeneler, Proc. n.º C-212/ Acórdão Kolpinghuis Nijmegen, Proc. n.º 80/ O primado do direito da União Acórdão Costa/ENEL, Proc. n.º 6/ Acórdão Internationale Handelsgesellschaft, Proc. n.º 11/ Acórdão Simmenthal, Proc. n.º 106/ O efeito de exclusão Acórdão CIA Security International, Proc. n.º C-194/ PARTE III A PROTEÇÃO DE DIREITOS E LIBERDADES FUNDAMENTAIS NA UNIÃO EUROPEIA A proteção de direitos fundamentais Acórdão Stauder, Proc. n.º 29/ Acórdão Internationale Handelsgesellschaft, Proc. n.º 11/ (cont.) Acórdão Melloni, Proc. C-399/ Acórdão Nold, Proc. n.º 4/ (cont.) Acórdão Rutili, Proc. n.º 36/ Acórdão Wachauf, Proc. n.º 5/ (cont.) Acórdão ERT, Proc. n.º C-260/ (cont.) Acórdão Schmidberger, Proc. n.º C-112/ (cont.) Acórdão Viking Line, Proc. n.º C-438/ Conclusões do Advogado-Geral no caso Kadi and Al Barakaat, Procs. n. os C-402/05 e C-415/05 P 233

6 oala c As liberdades fundamentais e o mercado interno Acórdão Dassonville, Proc. n.º 8/ (cont.) Acórdão Rewe-Zentral (Cassis de Dijon), Proc. n.º 120/ (cont.) Acórdão Keck e Mithouard, Procs. n. os C-267/91 e C-268/ Acórdão Lawrie Blum, Proc. n.º 66/ Acórdão Gebhard, Proc. n.º C-55/ (cont.) Acórdão Säger, Proc. n.º C-76/ (cont.) Acórdão Alpine Investments, Proc. n.º C-384/ Acórdão Comissão/Bélgica, Proc. n.º C-503/ (cont.) Acórdão Comissão/Portugal, Proc. n.º C-171/ A cidadania da União Acórdão Grzelczyk, Proc. n.º C-184/ Acórdão Baumbast, Proc. n.º C-413/ Acórdão Chen, Proc n.º C-200/ (cont.) Acórdão Garcia Avello, Proc. n.º C-148/ Acórdão Zambrano, Proc. n.º C-34/ Acórdão Trojani, Proc. n.º C-456/ (cont.) Acórdão Dany Bidar, Proc. n.º C-209/ Acórdão Rottmann, Proc. n.º C-135/ PARTE IV A GARANTIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO DA UNIÃO EUROPEIA Os tribunais nacionais como tribunais comuns de direito da União Acórdão Simmenthal, Proc. n.º 106/ Acórdão Rewe, Proc. n.º 33/ Acórdão Francovich, Procs. n. os C-6/90 e C-9/ (cont.) Acórdão Brasserie du Pêcheur, Procs. n. os C-46/93 e C-48/ (cont.) Acordão Köbler, Proc. n.º C-224/ O mecanismo do reenvio prejudicial Acórdão Vaassen-Göbbels, Proc. n.º 61/ (cont.) Acórdão Dorsch Consult, Proc. n.º C-54/ Acórdão Fotofrost, Proc. n.º 314/ (cont.) Acórdão TWD, Proc. n.º C-188/ Acórdão Cilfit, Proc. n.º 283/ Acórdão International Chemical Corporation, Proc. n.º 66/80 417

7 482 direito constitucional da união europeia 3. Contencioso nos tribunais da União: breve referência Acórdão Comissão/Irlanda (Buy Irish), Proc. n.º 249/ Acórdão Plaumann, Proc. n.º 25/ (cont.) Acórdão Inuit e Outros, Proc. n.º T-18/ Acórdão Bergaderm, Proc. n.º C-352/98 P Conclusões do Advogado-Geral no caso Unión de Pequeños Agricultores, Proc. n.º C-50/00 P 446