Integrantes: Adriana Araújo, Ana Carolina Heringer, Artemisa Paiva, Carolina Figueiró, Jéssica Matias e Natália Zacaritti.

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1 RESPOSTAS ÀS PERGUNTAS FORMULADAS AO GRUPO 3 Integrantes: Adriana Araújo, Ana Carolina Heringer, Artemisa Paiva, Carolina Figueiró, Jéssica Matias e Natália Zacaritti. RESPOSTA AO GRUPO 1: Considerando os projetos, como o LeakMeNot, que buscam coibir as empresas de informática como o Google de utilizarem/compartilharem as informações sobre o perfil de seus usuários, em que consistiria o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de fornecimento de serviços de informática gratuitos, como o serviço de s da Gmail? Qual seria o estímulo econômico-financeiro de empresas como o Google e o Facebook a prestarem seus serviços de forma gratuita? De fato o desafio de se conciliar serviços gratuitos e mecanismos de proteção à privacidade tem se mostrado complexo. Empresas como Google, Facebook e Youtube gastam bilhões de dólares para fornecer serviços gratuitos, como s, localização, mapas, blogs, etc, na expectativa de ver esse investimento retornar de forma lucrativa, por meio da publicidade online. Nos anos 90, essa publicidade estava relacionada aos sites com maior número de visitantes. Hoje em dia, isso não ocorre mais. A publicidade agora é baseada num perfil montado com informações dos usuários, que são coletadas por essas companhias por meio de cookies, flash cookies, beacons e vendidas a terceiros. Com o advento dos aplicativos de localização, smartphones e tablets esse sistema, chamado publicidade direcionada avançou ainda mais um passo. Na medida em que essas companhias tornaram-se mais agressivas na coleta de dados dos usuários para fins publicitários, consumidores, governo e defensores da privacidade online se engajaram com o objetivo de controlar e regular essa atividade. É sabido que os escândalos recentes envolvendo a questão da privacidade e grandes empresas como Facebook e Google tem prejudicado significativamente a reputação da internet como um todo, de modo que apenas uma pequeníssima parcela de consumidores acreditam que seus dados, uma vez online, não serão divulgados a

2 terceiros. Dessa forma, esses consumidores estão, cada vez mais, munindo-se com diversas ferramentas que reduzam essa invasão não consentida na internet. Atualmente a proteção de privacidade passa por um processo de comercialização, isto é diversas empresas aproveitam-se dessa situação de deficiência dos mecanismos de proteção à privacidade e passam a oferecer serviços para que o usuário possa tomar o controle de sua privacidade. Por uma determinada quantia mensal, essas empresas basicamente monitoram, desativam o rastreamento, mascaram os seus usuários ao acessarem a rede, deletam informações pessoais de determinados sites e etc. Isso mostra como o próprio mercado tende a encontrar soluções econômicas para seus conflitos. Além disso, o estreitamento das políticas de regulação tem tido um efeito positivo no limite ao acesso às informações do usuário, provando que é possível conciliar o aferimento de lucro de empresas como o Google e a preservação da privacidade dos indivíduos. A regulação deve impedir a prática de tracking com a identidade do usuário, entretanto, não há prejuízo de direitos se for permitida a coleta de informações dos consumidores para fins de publicidade direcionada, desde que essa prática esteja visível e clara para o consumidor. O papel das agências regulatórias seria, portanto, fiscalizar, sobretudo, a transparência com que as informações sobre coleta e armazenamento de dados é feita. Assim, para se manter o equilíbrio entre essas duas partes é preciso que as grandes companhias da internet invistam em ferramentas de privacidade, transparência e campanhas que visem a reestabelecer a confiança do consumidor, uma commodity que, cada vez mais torna-se um elemento essencial para uma competição sustentável. Logo, percebe-se que ainda é um grande desafio conciliar mecanismos de proteção à privacidade e as vantagens econômicas que a coleta de dados pessoais proporciona, entretanto as agências reguladoras e as próprias empresas privadas vêm mostrando que não é algo impossível, ou mesmo distante. RESPOSTA AO GRUPO 2 Recentemente aprovou-se por votação unânime no Senado Federal a lei , conhecida popularmente como Marco Civil da Internet, e que irá reger, como uma

3 espécie de constituição, o uso da rede no Brasil definindo direitos e deveres de usuários e provedores da web no país. Tendo-se em consideração a norma supracitada, quais são as sanções a que respondem as empresas, em território nacional, que violam a privacidade de seus utilizadores ao armazenar dados excessivos que não sejam necessários à finalidade combinada com o usuário? A lei estabelece, exaustivamente, quais são os mecanismos que obrigatoriamente as empresas do setor devem implementar com o intuito de garantir a inviolabilidade e o sigilo da comunicação entre emissores e destinatários de uma mensagem? Quais são alguns dentre os principais? As sanções a que as empresas estão sujeitas por violação da privacidade de seus usuários variam entre: advertência, com indicação de prazo para adoção de medidas corretivas; multa de até 10% (dez por cento) do faturamento do grupo econômico no Brasil no seu último exercício, excluídos os tributos, considerados a condição econômica do infrator e o princípio da proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensidade da sanção; suspensão temporária das atividades que envolvam os atos previstos no art. 11 da Lei nº , de 23 de abril de 2014, ou proibição de exercício das atividades que envolvam os atos previstos neste artigo. Quanto aos mecanismos que as empresas devem implementar, a supracitada lei estabelece assertivas gerais. Como dispõe o art. 10: Art. 10. A guarda e a disponibilização dos registros de conexão e de acesso a aplicações de internet de que trata esta Lei, bem como de dados pessoais e do conteúdo de comunicações privadas, devem atender à preservação da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das partes direta ou indiretamente envolvidas. Além de prever que qualquer disponibilização de dados pessoais só poderá ser feita mediante ordem judicial, as informações referentes a sigilo e segurança devem ser informadas de forma clara ao usuário. Encontramos regulamentação mais especifica no que concerne a preservação do registro de conexão, o qual deve ser guardado de forma sigilosa sobre o prazo de um ano. Essa manutenção de guarda não poderá ser delegada a terceiros ou como explicita o art.16 da Lei nº /2014: Na provisão de aplicações de internet, onerosa ou gratuita, é vedada a guarda:

4 I - dos registros de acesso a outras aplicações de internet sem que o titular dos dados tenha consentido previamente, respeitado o disposto no art. 7 o ; ou II - de dados pessoais que sejam excessivos em relação à finalidade para a qual foi dado consentimento pelo seu titular. RESPOSTA AO GRUPO 4: Na visão do grupo, os contratos de adesão, por meio de termos de serviço que mudam a todo momento, são instrumentos idôneos para a disponibilidade dos direitos de privacidade dos usuários de serviços de comunicação? Deveriam ser estabelecidos limites regulatórios para a renunciabilidade e disponibilidade dos direitos de privacidade? A opinião das integrantes do grupo foi unânime quanto a não idoneidade dos contratos de adesão como instrumentos legitimadores do acesso à esfera privada do usuário de serviços de comunicação e armazenamento de dados feitos por meio da nuvem. A razão é simples: em que pese a autonomia privada e a liberdade de contratar serem princípios consagrados no ordenamento jurídico brasileiro, estes não são plenamente realizáveis em um contexto de hipossuficiência do usuário frente à empresa prestadora de serviços de comunicação eletrônica. Os contratos de adesão são caracterizados por apresentarem cláusulas préconcebidas e elaboradas unilateralmente, quem adere a este tipo de contrato deve aceitálo em sua totalidade. É comum, por sua natureza claramente impositiva, que as estipulações do contrato sejam desvirtuadas de forma a agredir direitos do consumidor. Tais contratos são, sem dúvidas, instrumentos facilitadores da dinamicidade das relações contratuais, no entanto, o ordenamento deve tutelar aqueles em posição de hipossuficiência de forma a tentar atingir certo equilíbrio entre as partes. Não nos parece a decisão mais acertada, tendo em vista o dever de tutela ao usuário, atribuir tamanho poder a este instrumento de forma a permitir que ele legitime o acesso a informações particulares de um indivíduo. Ademais, a comunicação eletrônica é um serviço cada vez mais necessário, sendo esta um elemento basilar das relações globalizadas como entendemos hoje. A indispensabilidade do serviço, que é prestado por grandes empresas, as quais dominam

5 o setor, reforçam a hipossuficiência do usuário e acrescentam mais um aspecto a ser considerado: a presença de vícios na manifestação da vontade do usuário. Explico, o serviço é indispensável e algumas empresas dominam o mercado, o consumidor não vê muitas alternativas além de aceitar o termo de adesão já pronto, mesmo sem compreendê-lo completamente. Inclusive, como apresentado pelo grupo, poucas são as pessoas que prestam a devida atenção às cláusulas constituintes dos contratos oferecidos por meio eletrônico. Desse modo, há que se colocar em dúvida a adequação da manifestação da vontade do contratante ao elemento psíquico deste e, consequentemente, a idoneidade do contrato para a disponibilidade de direitos. RESPOSTA AO GRUPO 5: Há legislação que defere poderes ao governo brasileiro para quebrar esse sigilo fora do Judiciário (assim como é possível pelo governo americano fazê-lo em matérias de segurança nacional)? O Estado brasileiro é regido por um arcabouço jurídico normativo supremo denominado Constituição da República. Nesta, o legislador originário determinou: Art. 5º. Inc XII. É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. Alguns doutrinadores, em uma interpretação restritiva do dispositivo, entendem que a quebra de sigilo só seria possível no caso das comunicações telefônicas. Entretanto, a compreensão majoritária adotada tanto pelo poder judiciário como pela doutrina é de que essa quebra de sigilo pode ser destinada a todas as outras modalidades de comunicação dispostas no artigo. A quebra de sigilo somente deve ser buscada e autorizada, quando última medida possível e de extrema necessidade para a comprovação de um ilícito. O pedido de violação deve estar embasado por provas que demonstrem a real indispensabilidade desse ato para o deslinde do caso. Interessante conferir julgado do Supremo Tribunal Federal acerca do assunto em questão:

6 COMPETÊNCIA PENAL - PRERROGATIVA DE FORO - EXTENSÃO - CO-RÉUS - IMPROPRIEDADE. A competência do Superior Tribunal de Justiça está delimitada na Constituição Federal, não sofrendo alteração considerados institutos processuais comuns - a conexão e a continência. Precedentes do Plenário: Habeas Corpus nº /RJ, acórdão divulgado no Diário da Justiça Eletrônico de 31 de janeiro de 2008, Habeas Corpus nº /MS, acórdão veiculado no Diário da Justiça Eletrônico de 2 de outubro de 2008, ambos de minha relatoria, e Inquérito nº /RJ, acórdão publicado no Diário da Justiça de 14 de dezembro de 2001, relatado pelo ministro Sepúlveda Pertence. SIGILO DE DADOS - QUEBRA - INDÍCIOS. Embora a regra seja a privacidade, mostra-se possível o acesso a dados sigilosos, para o efeito de inquérito ou persecução criminais e por ordem judicial, ante indícios de prática criminosa. (STF, Primeira Turma, HC 89083, Relator Min. MARCO AURÉLIO, divulgado em 05/02/2009, DJe 06/02/2009, grifos aditados) É necessário observar que a Constituição condiciona, sem exceções, a quebra de sigilo ao deferimento por parte Poder Judiciário e, como vivemos em um Estado Democrático de Direito, tal normatização jamais deverá ser afastada. É imperiosa a observação desta determinação, pois a proteção do direito à privacidade é um valor que deve ser preservado tanto em decorrência de uma legislação nacional como internacional, conforme é possível observar o Artigo XII da Declaração Universal do Direitos Humanos: Ninguém será sujeito à interferência em sua vida privada, em sua família, em seu lar ou em sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques. Desse modo, não existe e nem seria possível que alguma legislação infraconstitucional passasse por cima de tais normatizações e determinasse a quebra de sigilo sem a anterior análise do Judiciário, sob pena de afronta ao Estado constitucional de Direito. RESPOSTA O GRUPO 6: Foi dito durante a exposição do grupo que a neutralidade de rede é estabelecida integralmente por meio do art. 9º do Marco Civil da Internet. Entretanto,

7 conforme leitura do próprio dispositivo, tem-se que: "Art. 1º A discriminação ou degradação do tráfego será regulamentada nos termos das atribuições privativas do Presidente da República previstas no inciso IV do art. 84 da Constituição Federal, para a fiel execução desta Lei, ouvidos o Comitê Gestor da Internet e a Agência Nacional de Telecomunicações, e somente poderá decorrer de: I - requisitos técnicos indispensáveis à prestação adequada dos serviços e aplicações; e II - priorização de serviços de emergência. 2º Na hipótese de discriminação ou degradação do tráfego prevista no 1º, o responsável mencionado no caput deve: I - abster-se de causar dano aos usuários, na forma do art. 927 da Lei nº , de 10 de janeiro de Código Civil; II - agir com proporcionalidade, transparência e isonomia; III - informar previamente de modo transparente, claro e suficientemente descritivo aos seus usuários sobre as práticas de gerenciamento e mitigação de tráfego adotadas, inclusive as relacionadas à segurança da rede; e IV - oferecer serviços em condições comerciais não discriminatórias e abster-se de praticar condutas anticoncorrenciais. Poderia, então, haver possibilidade de quebra da neutralidade de rede pelo referido decreto? Como o próprio artigo estabelece, o presidente da república teria a prerrogativa de regulamentar a neutralidade da rede por decreto, mas teria que atuar dentro dos limites previstos pela própria lei como: ser a quebra da neutralidade indispensável à prestação adequada dos serviços e aplicações e ser um serviço de emergência que necessita ser priorizado. Mesmo estando presentes essas duas condições para a discriminação do trafego na internet, o responsável ainda teria que se abster de causar qualquer dano ao usuário, como dispõe o art. 927 da Lei nº : Art. 927(...). II - Agir com proporcionalidade, transparência e isonomia III - informar previamente de modo transparente, claro e suficientemente descritivo aos seus usuários sobre as práticas de gerenciamento e mitigação de tráfego adotadas, inclusive as relacionadas à segurança da rede; e oferecer serviços em condições comerciais não discriminatórias e abster-se de praticar condutas anticoncorrenciais. Assim, apesar da lei não engessar a legislação e proibir a quebra da neutralidade categoricamente, ela flexibiliza admitindo que poderão ocorrer situações em que essa

8 quebra seja necessária e para proteger o usuário estabelece limites que devem ser seguidos quando dessa quebra. RESPOSTA AO GRUPO 7: O arcabouço normativo regulatório destinado a versar sobre o sigilo das comunicações armazenadas na computação em nuvem visam proteger apenas as informações compartilhadas em si, ou abrangem também os dados dos que se utilizam deste meio? Em geral, as normas regulatórias buscam proteger tanto o sigilo do fluxo de informações e comunicações como os dados dos usuários que as acessam. No caso do Brasil, o Marco Civil da Internet, que regulamentou a utilização da internet, determina o sigilo do fluxo de informações e a inviolabilidade da intimidade daqueles que utilizam o serviço. O art. 10 do referido dispositivo legal, por exemplo, dispõe que um provedor não pode violar o direito à intimidade e a vida privada de seus usuários, ou seja, não deve divulgar nem monitorar dados e informações. Além disso, os provedores estão proibidos e guardar os registros de conexão e de acesso à internet. Isso significa que os sites acessados pelo usuário não poderão ser armazenados pelo provedor. O art. 11, por sua vez, dispõe que os administradores do sistema, ou provedores, somente terão o dever de manter o registro de conexão, isto é, do conjunto de informações referentes à data e hora de início e término de uma conexão à internet, sua duração e o endereço IP. Mesmo nesses casos, em que o provedor está obrigado a armazenar informações, em razão de disposição legal, deverá manter tais dados em sigilo, em ambiente controlado e de segurança, a fim de garantir a privacidade dos usuários e das informações. RESPOSTA AO GRUPO 8: Com toda a repercussão do caso Snowden tem se falado muito no direito à privacidade e na proteção do sigilo dos indivíduos. Em casos de crime como a pedofilia, não é coerente que o direito à privacidade ceda perante o combate à

9 criminalidade? Qual é o papel da regulação neste ambiente a fim de garantir a segurança e o bem-estar da sociedade sem que o direito à privacidade seja anulado? O direito à intimidade e privacidade são reconhecidos constitucionalmente. Paralelamente a esses direitos individuais, existem os direitos coletivos, que são os direitos que ultrapassam o âmbito estritamente individual. É diante dessas classificações que surge a indagação de que qual classe deve ser protegida pelo Judiciário, o qual não costuma tratar nenhum dos dois como direitos absolutos. A questão não deve ser abordada como a eleição de um direito em detrimento a outro. No âmbito do Judiciário, haverá uma análise primária do caso e, posteriormente, de qual direito melhor se encaixa naquela situação. Não será atribuída maior força a um direito abstratamente, mas, somente, a partir do estudo do caso concreto. Como ratificação de que o Judiciário não elege direito absolutos no ordenamento jurídico, mister observar a seguinte ementa em julgamento proferido pelo Superior Tribunal de Justiça: HABEAS CORPUS IMPETRADO EM SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO PREVISTO NO ORDENAMENTO JURÍDICO. 1. NÃO CABIMENTO. MODIFICAÇÃO DE ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL. RESTRIÇÃO DO REMÉDIO CONSTITUCIONAL. EXAME EXCEPCIONAL QUE VISA PRIVILEGIAR A AMPLA DEFESA E O DEVIDO PROCESSO LEGAL. 2. NULIDADE DOS ELEMENTOS DE PROVA COLETADOS POR MEIO DE INTERCEPTAÇÃO AMBIENTAL REALIZADA EM PRESÍDIO. 3. VIOLAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DE INTIMIDADE E PRIVACIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. INEXISTÊNCIA DE GARANTIAS ABSOLUTAS. APLICAÇÃO DO POSTULADO DA PROPORCIONALIDADE. 4. SENTENÇA DE PRONÚNCIA BASEADA EM OUTRAS PROVAS. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO CONCRETO. 5. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. (...) 2. A comunicação - e se está examinando a comunicação entre pessoas presas - merece respeito, devendo ser resguardado o direto fundamental à intimidade. No entanto, na ordem constitucional pátria não existem garantias ou direitos absolutos, que possam ser exercidos a qualquer tempo e sob quaisquer circunstâncias. No plano da realidade concreta, diante de situações de incompatibilidade entre dois ou mais

10 direitos fundamentais, mostra-se imperiosa a efetiva compreensão e aplicação do postulado da proporcionalidade ou razoabilidade. (...) (...)a autoridade policial e o Poder Judiciário, embora necessariamente jungidos pelo Direito, devem ter sua atuação menos obstada, sendo necessária exegese que combine os direitos do acusado aos princípios, também constitucionais e fundamentais, da integridade estatal, da promoção do bem de todos e da segurança pública. Precedentes. (...) 5. Habeas corpus não conhecido. (STJ, Quinta Turma, HC /RS, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, julgado em 25/02/2014, DJe 07/03/2014, grifos aditados) Neste contexto que surge a necessidade do exame de uma possível quebra de sigilo para investigação de prováveis crimes relacionados à exploração sexual. É, assim, imperiosa a existência de um inquérito policial prévio que embase o pedido de quebra de sigilo dirigido ao Poder Judiciário, o qual é unicamente o competente para a concessão de tais autorizações. É ainda nesse cenário que observa-se a necessidade de uma normatização legal e que fundamente a possibilidade de quebra de sigilos no âmbito da rede mundial de computadores (internet), local frequentemente utilizado por criminosos sexuais, pois não é possível punir um crime sem lei anterior que o defina. Todavia, é complicado elaborar uma regulação que abarque todas as jurisdições que envolvam os indivíduos relacionadas a esses delitos. Diante da atual impossibilidade de uma legislação internacional comum, o Brasil, segundo relata Everton Lucero em seu livro Governança na Internet, tem estabelecido metas e executado acordos relevantes no campo de combate à pornografia infantil e ao abuso sexual de crianças e adolescentes praticados na internet: Os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Federal (CPI da Pedofilia), que resultaram em Termo de Ajustamento de Conduta entre a empresa Google, o Ministério Público Federal e a ONG SaferNetBrasil, com objetivo de acelerar a liberação dos dados em apoio a investigações sobre tais crimes no País (...).

11 Portanto, pode-se concluir que não há uma anulação do direito à privacidade mais um balanço de que direito melhor de encaixa em determinada situação de modo que contribua para a proteção e menor afronta a outros direitos. Busca-se que, ao optarse por uma violação ao direito à privacidade, uma quantidade maior de direitos da coletividade sejam preservados, em face da opção de não quebra de sigilo, por exemplo. RESPOSTA AO GRUPO 9: Qual a opinião do grupo com relação ao tema, até que ponto a regulação na internet irá garantir a privacidade dos indivíduos, seria isso possível? A regulação na internet pode, de fato, garantir maior privacidade e segurança jurídica às relações existentes no meio eletrônico. No caso específico do Brasil, o Marco Civil da Internet, aprovado recentemente, definiu princípios, objetivos e direitos a serem tutelados na utilização desses serviços. Com efeito, um dos principais objetivos desse dispositivo legal é garantir a liberdade de expressão e a privacidade daqueles que utilizarem a internet. A privacidade representa a necessidade de proteção da vida privada. É direito individual, tutelado pela Constituição, mas também possui caráter social, vez que permite a construção de limitações à sociedade perante o indivíduo determina onde começa e onde se extingue o direito de cada um. A segurança jurídica, por sua vez, é princípio diretamente relacionado às garantias asseguradas pela legislação brasileira. Esse princípio e o direito à privacidade não se excluem, pelo contrário, muitas vezes garantem um ao outro. Como mencionado, o Marco Civil da Internet buscou regulamentar a utilização da internet e garantir a privacidade e a segurança dos usuários da rede. O segundo capítulo do Marco Civil da Internet dispõe que a inviolabilidade da intimidade, da vida privada, do sigilo do fluxo de informações e comunicações, bem como a devida indenização pelo dano material ou moral decorrente da violação dos aspectos mencionados são garantias dos usuários da Internet. De acordo com o art. 8º, a garantia do direito á privacidade e à liberdade de expressão é condição para que haja o plexo exercício do direito ao acesso à internet. O art. 10, por sua vez, dispõe que um provedor não pode violar o direito à intimidade e a vida privada de seus usuários, isto é, não deve divulgar nem monitorar dados e

12 informações, enquanto o art. 11, 3º, dispõe que o monitoramento e o armazenamento dos dados somente podem ser feitos por ordem judicial. Ainda com relação ao art. 11, verifica-se que os administradores do sistema, ou provedores, somente terão o dever de manter o registro de conexão, que, nos termos da Lei, é o o conjunto de informações referentes à data e hora de início e término de uma conexão à internet, sua duração e o endereço IP utilizado pelo terminal para o envio e recebimento de pacotes de dados. Ou seja, tais dados devem ser armazenados, mas nunca os sites acessados, por exemplo. Assim, o grupo entende que a regulação à internet pode ser benéfica e permitir maior realização do direito à privacidade. Não é possível afirmar se tal garantia se daria de forma plena, mas espera-se que, especialmente no caso do Brasil, com o Marco Civil da Internet, o direito à privacidade seja mais valorizado e protegido, garantindo-se, de forma mais ampla, os direitos constitucionais à privacidade e à intimidade. RESPOSTA AO GRUPO 10: No que o caso Snowden-Miranda difere das práticas tradicionais de espionagem entre países que, por mais reprováveis que sejam, são mecanismos comuns da política internacional? Considerando-se o contexto do mundo globalizado no qual vivemos, permeado cada vez mais pelas consequências do desenvolvimento da era digital, a espionagem entre países realiza-se não apenas de modo mais constante, como por meios gradativamente mais velados. Nesse sentido, apesar das diversas críticas direcionadas à espionagem em si, naturalmente tal prática não tende a cessar. Afinal, o ramo da inteligência traduz-se como atividade fundamental de um Estado, o qual dele utiliza-se para planejar políticas públicas de defesa nacional, de relações exteriores e de segurança aos seus cidadãos. Uma das principais exigências para que tal espionagem não seja vista de modo reprovável é que seja legítima, isto é, baseie-se em suspeitas razoáveis e individualizadas de condutas ilícitas potencialmente prejudiciais não somente às relações internacionais, como principalmente à segurança dos cidadãos. Nessa perspectiva, algumas considerações devem ser feitas acerca das especificidades do caso Snowden-Miranda. Tal caso resume-se da seguinte forma: Edward Snowden, ex-técnico da NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados

13 Unidos), é acusado de espionagem por vazar informações sigilosas de segurança dos Estados Unidos e revelar diversos programas de vigilância que o país usa não apenas para espionar a população americana, como também vários países da Europa e da América Latina, utilizando-se da ajuda de empresas como Apple, Google e Facebook, incluindo, dentre os espionados, o Brasil. Ao serem questionados pelos diversos países espionados, os Estados Unidos manifestaram-se no sentido de que sua atitude seria legítima por visar o combate e a prevenção ao terrorismo, justificando, assim, a violação à privacidade de mais de trinta e cinco líderes mundiais e de seus cidadãos. Tais informações não passariam de apenas mais uma prática de espionagem entre países, não fossem alguns fatores particulares ao caso em questão. Inicialmente, fundamental se faz a consideração de que trata-se aqui do país política e economicamente mais poderoso e influente do mundo, os Estados Unidos. Juntamente com poucas outras nações, os EUA figuram como um polo de desenvolvimento tecnológico, de modo que sua prática de espionagem, diferentemente da dos demais países, realiza-se por meio dos mais evoluídos mecanismos, os quais contribuem para a efetividade e para o amplo acesso do processo como um todo. Dessa forma, as informações liberadas por Snowden mostraram o número absurdo de escutas telefônicas implantadas em escritórios de diversos líderes internacionais, a quantidade de estações de espionagem da NSA em inúmeros centros políticos em todo o mundo, a realização de monitoramento em embaixadas e em representações de vários países na ONU, dentre outros métodos de controle de informações empregados pelo governo norte-americano. Tais medidas, realizadas com tal amplitude e alcance mundial, provavelmente não se viabilizariam de maneira tão abrangente caso fossem intentadas por outras nações, sendo esse um fator diferencial essencial do caso em questão. Em segundo lugar, há que se considerar o caráter notoriamente ilegítimo das práticas norte-americanas. Apesar de a espionagem realizada por diversos países nem sempre possuir boas justificativas, o esquema de monitoramento revelado por Snowden mostrou que os Estados Unidos visaram uma espionagem econômica e social, interessando-se por assuntos militares e de produção de energia, utilizando-se das informações para a realização de manipulação diplomática e violando, assim, não somente diversos direitos humanos, como a soberania e o sistema democrático dos países espionados

14 Além do citado, o caso em questão diferencia-se dos demais casos de espionagem, em grande parte, pela repercussão gerada. A atitude de Snowden de revelar a formação de uma rede de informações criada por meio de uma vigilância norteamericana praticamente onipresente, ultrapassou os limites imaginados até mesmo por Snowden, ao alcançar basicamente todos os países do mundo, gerando campanhas e protestos de mais de 80 fundações e ONGs, só norte-americanas. Países como a Alemanha se manifestaram, afirmando que um amigo não espiona outro amigo. A Itália também se pronunciou, afirmando que a atitude estadunidense foi deveras reprovável, e a presidente Dilma, em seu discurso na 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York, acusou os EUA de violarem o direito internacional e os princípios que devem reger as relações entre os países, afirmando ainda que o direito à segurança de cidadãos de um país não pode jamais ser garantido em detrimento do direito à privacidade dos cidadãos de outra nação. Contudo é importantíssimo ressaltar que a repercussão geral do caso nota-se não apenas por meio da declaração dos líderes internacionais. O ponto crucial, diferenciador dos demais casos de espionagem, objetivado por Snowden, foi alcançado: o debate acerca dos limites da intervenção de um país na vida privada dos cidadãos de todo o mundo. Até que ponto um governo pode destruir a privacidade, a liberdade e os direitos básicos de pessoas em todo o mundo, em nome de um maciço serviço secreto de vigilância? Tal questão passou a permear as discussões em praticamente todos os países do mundo, sendo esse um fator bastante específico do caso em questão. A busca por uma maior eficiência dos serviços de inteligência e pela maior proteção do direito à privacidade de todos os envolvidos passou a ser vista como um novo objetivo a ser alcançado urgentemente, suscitando debates internacionais acerca do assunto e contribuindo grandemente para uma maior conscientização acerca da necessidade do uso racional e consciente dos recursos proporcionados pela era digital. Resposta ao professor Quais as diferenças conceituais entre privacidade, intimidade e sigilo? Os direitos à inviolabilidade da intimidade e da vida privada são descritos no art. 5º, inciso X, da Constituição, nos seguintes termos: são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.

15 Também o Novo Código Civil (Lei nº /202) tratou dos direitos da personalidade nos arts. 11 a 21, destinando todo um Capítulo ao tema. Assim é que o art. 21 dispõe que A vida privada da pessoa natural é inviolável e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. Apesar da diferenciação entre os conceitos de vida privada e intimidade na Constituição, o tratamento dado pela doutrina aos termos ainda não é pacífico. O direito à privacidade é um conceito amplo, ele engloba a proteção da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas. Em razão da tutela da privacidade, proíbem-se a investigação e a divulgação de atos particulares, como escuta telefônica, invasões fotográficas, ou cinematográficas, como bem ensina Rodrigo César Rabello Pinho em sua obra "Teoria Geral da Constituição de Direitos Fundamentais. Quanto aos conceitos de vida privada e intimidade, a doutrina brasileira se divide, sendo possível encontrar decisões judiciais alinhadas a ambas as perspectivas. Há os que adotam a teoria das esferas, de origem alemã, esta teoria se caracteriza por identificar a personalidade humana como uma série de esferas concêntricas dentro das quais ela se desenvolve. Assim, haveria graus diferentes de exclusividade entre intimidade e privacidade. Nesse sentido, o Professor Tércio Sampaio Ferraz Júnior, entende que: A intimidade é o âmbito do exclusivo que alguém reserva para si, sem nenhuma repercussão social, nem mesmo ao alcance de sua vida privada que, por mais isolada que seja, é sempre um viver entre os outros (na família, no trabalho, no lazer em comum). Já a vida privada envolve a proteção de formas exclusivas de convivência. Trata-se de situações em que a comunicação é inevitável (em termos de alguém com alguém que, entre si, trocam mensagens), das quais, em princípio, são excluídos terceiros. Por outro lado, há a parte da doutrina que opta pela unificação dos conceitos. A vida privada, a intimidade, bem como as demais derivações terminológicas da tutela à privacidade estariam sobre uma base conceitual única, o termo privacy, este remonta ao direito de se deixado só. O direito ao privacy ou à privacidade representaria uma generalidade englobante de todas as esferas de proteção à personalidade, tendo de ser

16 concretizado em juízo, diante do caso concreto. Nesse caso, não haveria distinção conceitual entre vida privada e intimidade. A jurisprudência pátria, embora, geralmente, faça menção aos dois conceitos, tende a trata-los de forma unificada, excluindo qualquer distinção terminológica: DIREITO CIVIL E CONSTITUCIONAL. PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. LIBERDADE DE IMPRENSA. DIREITO À PRIVACIDADE E VIDA PRIVADA. AUTORIDADE PÚBLICA. INTERESSE COLETIVO NA APURAÇÃO DOS FATOS. CAUTELA DO ÓRGÃO DE IMPRENSA. NÃO CONFIGURAÇÃO DOS DANOS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. FIXAÇÃO POR EQUIDADE. 1. O ORDENAMENTO CONSTITUCIONAL, AO MESMO TEMPO EM QUE ASSEGURA A INVIOLABILIDADE À HONRA, À VIDA PRIVADA (ART. 5º, X) E A PROTEÇÃO À IMAGEM (ART. 5º, XXVII), TAMBÉM PREVÊ QUE A MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO, A EXPRESSÃO E A INFORMAÇÃO, SOB QUALQUER FORMA, PROCESSO OU VEÍCULO, NÃO SOFRERÃO NENHUMA RESTRIÇÃO (ART. 220). 2. SE, POR UM LADO, A LIBERDADE DE INFORMAÇÃO DEVE LIMITAR-SE FRENTE AO DIREITO DOS PARTICULARES DE TEREM SUA VIDA PRIVADA E IMAGEM PRESERVADOS DO CONHECIMENTO COLETIVO, POR OUTRO LADO, O DIREITO À INTIMIDADE TAMBÉM DEVE SER SOPESADO NO CASO DE PERSONAGENS PÚBLICOS, COMO ARTISTAS, POLÍTICOS E SERVIDORES, ONDE A EXPOSIÇÃO À MÍDIA DECORRE DIRETAMENTE DA ATENÇÃO QUE SUAS ATIVIDADES DESPERTAM NA SOCIEDADE. 3. A MERA REPRODUÇÃO PELA IMPRENSA, DE FATOS SOB APURAÇÃO EM INQUÉRITO POLICIAL OU EM PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO, NÃO CONSTITUI ABUSO DE DIREITO DE INFORMAÇÃO, QUANDO SE INFERE QUE A VEICULAÇÃO RESTRINGE-SE À NARRATIVA DOS FATOS SEM CONSTITUI EM PRÉVIO JULGAMENTO DAS PESSOAS INVESTIGADAS. (...) (TJ-DF - AC: DF, Desembargador Relator: J.J. COSTA CARVALHO, Data de Julgamento: 14/03/2007, 2ª Turma Cível, Data de Publicação: DJU 08/05/2007, grifos aditados) Quanto ao conceito de sigilo, adota-se a descrição do Código Penal. Sigilo significa, simplesmente, o dever de guardar um segredo:

17 Art Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem: (...) Parágrafo único - Somente se procede mediante representação. Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:(incluído pela Lei nº , de 2012)

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