AVALIAÇÃO DO MERCADO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DO BRASIL
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- Manuela Neves Fialho
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1 AVALIAÇÃO DO MERCADO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DO BRASIL PESQUISA DE POSSE DE EQUIPAMENTOS E HÁBITOS DE USO - ANO BASE CLASSE COMERCIAL ALTA TENSÃO RELATÓRIO SETORIAL: HOSPITAIS / CLÍNICAS
2 SUMÁRIO
3 1. INTRODUÇÃO 4 2. CARACTERIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES 5 3. ENERGÉTICOS E UTILIDADES 8 4. AUTOPRODUÇÃO E COGERAÇÃO GERENCIAMENTO ENERGÉTICO SISTEMAS DE AR CONDICIONADO E VENTILAÇÃO SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO TRANSPORTE VERTICAL EQUIPAMENTOS DE ESCRITÓRIO AQUECIMENTO ELÉTRICO BOMBEAMENTO DE ÁGUA ILUMINAÇÃO RACIONAMENTO INSTITUCIONAL 13
4 1. INTRODUÇÃO O presente relatório se insere dentro dos trabalhos de avaliação do Mercado de Eficiência Energética no Brasil, contratado pela Eletrobrás, com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PNUD e com recursos doados pelo Global Environment Facility-GEF, por meio do Banco Mundial (BIRD), tendo como objetivo obter informações necessárias para formar uma nova e adequada concepção do atual mercado de eficiência energética do país e do impacto do racionamento sobre o mesmo, além de permitir avaliar os efeitos das ações do PROCEL, em busca de uma maior eficiência no uso da energia elétrica. Para este relatório, as informações descritivas apresentadas buscam caracterizar, de forma bastante completa, a utilização da energia no setor de hospitais e clínicas, de modo a permitir avaliar os seus desempenhos energéticos e inferir o respectivo potencial de melhoria da eficiência energética existente nesse setor. Especificamente para o setor comercial atendido em alta tensão, a avaliação foi realizada a partir de pesquisas diretas em empresas de todo o Brasil, as quais foram selecionadas de concessionárias representativas de todo o país, mediante um procedimento de amostragem. Nesse processo, foram sorteadas unidades representativas dos conjuntos de consumidores comerciais por atividade econômica e grupo de tensão das cinco regiões do país. Dessa forma, o relatório em questão contém as informações consolidadas relativas às pesquisas quantitativas sobre a utilização da energia nas instalações comerciais, realizadas nos anos de 2005 e 2006, em 141 hospitais/clínicas distribuídos pelas 05 regiões do país, conforme o quadro 1.1. Quadro 1.1 Unidades por Região Região Norte 35 Nordeste 31 Sudeste 33 Sul 19 Centro-Oeste 23 Unid. Total Relatório Brasil HOSPITAIS / CLÍNICAS
5 2. CARACTERIZAÇÃO DAS INSTALAÇÕES A distribuição das unidades do setor de hospitais/clínicas pesquisadas no Brasil, por sub-grupo de tensão e faixa de demanda, pode ser vista nos quadros 2.1e2.2. Quadro 2.1 Consumidores por tipo de instalação e grupo de tensão Tipo de instalação Sub-grupo A3 A3a A4 AS Total Part.Tipo Inst.(%) Hospital ,5% Clínica ,5% Total ,0% Part.Gr.Tensão (%) 0,0% 0,0% 100,0% 0,0% 100,0% Quadro 2.2 Percentual de consumidores por tipo de instalação / faixa de demanda máxima (kw) Demanda máxima Tipo de instalação < a a a a a a a Total Hospital Clínica Total Part.(%) 87,2% 10,6% 1,4% 0,0% 0,7% 0,0% 0,0% 0,0% 100,0% Verifica-se a preponderância do suprimento A4 para os hospitais e clínicas, com a maioria dos mesmos com uma demanda máxima inferior a 500 kw. Para esse setor, encontrou-se ainda 10,6% das unidades com demanda máxima entre 500 e kw, 1,4% entre e kw e apenas 01 unidade consumidora (0,7%) com demanda na faixa de a kw. A distribuição dos hospitais e clínicas por sub-grupo de tensão e faixa de demanda procurou observar a estrutura do mercado comercial em alta tensão das concessionárias que participaram da pesquisa, segundo estas classificações. Entretanto, estas segmentações foram consideradas apenas com o objetivo de se permitir avaliar os resultados gerados da agregação das amostras segundo estas classificações. Relatório Brasil HOSPITAIS / CLÍNICAS -5
6 Considerando-se a classificação usual das empresas por porte, com base no número de empregados, ou seja, Pequenas Empresas até 100 empregados, Médias, de 101 a 500 empregados, e Grandes, acima de 500 empregados, no geral, 45,4% dos hospitais e clínicas pesquisados foram de Pequeno Porte, 38,2% de Médio Porte e apenas 16,4% de Grande Porte. A média de empregados dos hospitais pesquisados foi de 417 empregados, enquanto para as clínicas foi de 85 empregados. Quadro 2.3 Percentual de consumidores por quantidade de empregados Tipo de Instalação Total de empregados < a a a 500 > 500 Média Hospital 5,0% 22,5% 25,0% 21,3% 26,3% 417 Clínica 29,2% 45,8% 20,8% 4,2% 0,0% 85 Total 14,1% 31,3% 23,4% 14,8% 16,4% 197 Em termos de idade das instalações, 42,4% dos hospitais e clínicas pesquisados têm menos de 10 anos de operação, sendo a média de idade de 19 anos. Teoricamente, os hospitais/clínicas mais antigos apresentam maiores potenciais de implantação de medidas de melhoria da eficiência energética, em função do nível tecnológico e de automação das instalações e equipamentos existentes. Cabe ressaltar que, caso a instalação tenha sido reformada, a idade é informada a partir do ano da reforma. Quadro 2.4 Percentual de consumidores por idade da instalação Tipo de Instalação Idadedainstalação(anos) < 5 5 a a a 30 > 30 Média Hospital 15,2% 21,5% 25,3% 12,7% 25,3% 24,0 Clínica 28,3% 23,9% 28,3% 8,7% 10,9% 13,5 Total 20,0% 22,4% 26,4% 11,2% 20,0% 19,0 No que se refere ao peso da conta de energia elétrica dentro dos custos totais, considerando-se as unidades que responderam essa questão (57% do total), em cerca de 69% delas os custos com energia elétrica são inferiores a 10%, sendo que em 39,5% esses custos são superiores a 5% e inferiores a 10%. No geral, o custo com energia elétrica representa em média 12,2% do custo total das empresas. A participação do custo da energia elétrica nos custos operacionais dos hospitais/clínicas determina, em parte, a propensão a investir em medidas de eficiência energética. 6-Relatório Brasil HOSPITAIS / CLÍNICAS
7 >30 20% <5 20% 21a30 11% 11a20 27% 5a10 22% Gráfico 2.1 Percentual de consumidores por idade da instalação. Quadro 2.5 Percentual de consumidores por participação da energia no custo total Tipo de Instalação Participação % da energia elétrica no custo total < 5% 5 a 10% 11 a 20% 21 a 30% > 30% Média Hospital 33,3 35,1 14,0 7,0 10,5 12,5 Clínica 20,8 50,0 16,7 8,3 4,2 11,7 Total 29,6 39,5 14,8 7,4 8,6 12,2 > 30% 21 a 30% 11 a 20% 5 a 10% <5% (% de consumidores) Gráfico 2.2 Participação % da energia elétrica no custo total. Relatório Brasil HOSPITAIS / CLÍNICAS -7
8 No que se refere ao fornecimento de energia elétrica segundo tarifas, 66% dos hospitais/clínicas são consumidores convencionais e 34% são horosazonais, sendo 28% horosazonais verde e 6% horosazonais azul. O fator de carga médio da instalação foi informado por 96% dos hospitais e 88% das clínicas pesquisados. Para esses conjuntos foram obtidos fatores de carga médios de 0,46 para os hospitais e de 0,34 para as clínicas. O consumo médio mensal por leito do setor hospitais/clínicas é de KWh/leito, enquanto a média do consumo por empregado é de cerca de 425 kwh/mês. horo azul 6% horo verde 28% convencional 66% Gráfico 2.3 Distribuição dos hospitais/clinicas por tarifa de fornecimento. 3. ENERGÉTICOS E UTILIDADES Depois da eletricidade, o energético mais utilizado pelas unidades do setor de hospitais e clínicas é o óleo diesel, presente em 22,9% das instalações. O GLP e o gás natural vieram em seguida, sendo citados por respectivamente 20% e 5,7% dos hospitais/clínicas. Quadro 3.1 Percentual de consumidores por energéticos utilizados Tipo de instalação Eletricidade Energético Óleo combustível Óleo diesel Gás natural GLP Carvão Lenha Hospital 100,0% 3,3% 31,1% 5,6% 27,8% 0,0% 0,0% Clínica 100,0% 0,0% 8,0% 6,0% 6,0% 0,0% 0,0% Total 100,0% 2,1% 22,9% 5,7% 20,0% 0,0% 0,0% 8-Relatório Brasil HOSPITAIS / CLÍNICAS
9 25% 20% 23% 20% 15% 10% 5% 0% 2% Óleo Combustível Óleo Diesel 6% Gás Natural 0,0 0% 0% GLP Carvão Lenha Quadro 3.1 Percentual de consumidores por energéticos utilizados. Apenas 9,2% dos hospitais/clínicas prestaram informações sobre as utilidades existentes em suas instalações, comprometendo qualquer inferência sobre essa questão. Nessas unidades foram encontrados fluido refrigerante, água gelada, água quente e vapor, sendo a água quente a mais utilizada (ver gráfico 3.2). Fluido refrigerante 1 Água gelada 2 Água quente 6 Vapor (% de consumidores) Gráfico 3.2 Percentual de consumidores por utilidades. Relatório Brasil HOSPITAIS / CLÍNICAS -9
10 4. AUTOPRODUÇÃO E COGERAÇÃO A capacidade de geração própria (exceto geração de emergência) foi indicada por apenas dois hospitais. A autoprodução de energia, como parte de um processo de cogeração, não foi encontrada dentro da amostra de hospitais/clínicas pesquisados. 5. GERENCIAMENTO ENERGÉTICO O gerenciamento energético é uma ação indispensável na identificação de oportunidades de melhoria do desempenho energético das instalações. A ausência da mesma enseja um potencial expressivo para a aplicação de medidas de melhoria da eficiência energética das mesmas. Apenas 13,2% dos hospitais e 12% das clínicas pesquisadas indicaram a existência de uma Comissão Interna de Conservação de Energia (CICE) ou de algum outro grupo que tenha como atribuição analisar o desempenho energético da instalação. Questionados sobre a realização de uma avaliação da utilização da energia na instalação, 63,7% dos hospitais e 64% das clínicas afirmaram realizar esta avaliação. A melhoria da eficiência energética foi colocada entre as duas prioridades para a instalação por 53,8% dos hospitais e 64% das clínicas pesquisadas. Questionados sobre o tempo de retorno simples considerado razoável para a implantação de projetos de eficiência energética, 22,1% do conjunto de hospitais/clínicas entrevistados não souberam responder, enquanto 26,4% consideraram até 6 meses e outros 37,1% até 1 ano, como tempos de retorno simples razoáveis, conforme gráfico 5.1. Não sabe Outro 3 anos 2 anos 1 ano 6 meses 2,1 5,0 7,1 22,1 26,4 37, (% de empresas) Gráfico 5.1 Percentual de empresas por tempo de retorno para projetos de eficiência energética Relatório Brasil HOSPITAIS / CLÍNICAS
11 6. SISTEMAS DE AR CONDICIONADO E VENTILAÇÃO Ventilação e exaustão Aparelhos parede e split Roof top e Self contained Água gelada 10,6 17,7 40,4 87, Gráfico 6.1 Percentual de empresas que dispõem de sistemas de ar condicionado e/ou ventilação. Os principais sistemas de ar condicionado e ventilação existentes nos hospitais e clínicas pesquisadas são apresentados no gráfico 6.1. Os sistemas individuais de parede e/ou split foram os mais encontrados nas instalações (87,2%). Já os sistemas de água gelada para climatização foram verificados em 10,6% dos hospitais/clínicas pesquisadas. A participação da carga dos sistemas de água gelada em relação à demanda máxima da instalação situa-se na média das respostas em 11,1% para os hospitais, e em 32,9% no caso das clínicas. A recuperação do calor gerado no processo de compressão do sistema de climatização não é realizada por nenhum dos hospitais/clínicas pesquisadas. A utilização de sistemas de termo-acumulação para o ar condicionado não foi indicada por nenhuma das unidades pesquisadas que possuem sistemas de água gelada. 7. SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO Os sistemas de refrigeração foram declarados por apenas 4,4% dos hospitais pesquisados. Para este tipo de sistema não foi encontrado nenhum hospital que fizesse alguma recuperação de calor no processo de compressão e apenas 01 estabelecimento informou possuir sistema de termoacumulação. A carga do sistema de refrigeração em relação à demanda máxima da instalação situou-se, na média das respostas, em 1,1%. 8. TRANSPORTE VERTICAL Os sistemas de transporte vertical, que abrangem os elevadores e escadas e/ou esteiras rolantes que se utilizam motores, foram verificados em 64% dos hospitais e em 42% das clínicas da amostra pesquisada. Na distribuição desses sistemas ou equipamentos por faixas de potência destaca-se a faixa até 100 kw, com 85,4% dos casos informados. Relatório Brasil HOSPITAIS / CLÍNICAS -11
12 9. EQUIPAMENTOS DE ESCRITÓRIO As informações obtidas sobre o estoque e o uso de equipamentos de escritório foram consolidadas, obtendo-se uma potência de operação destes equipamentos preponderantemente acima de 10 kw (52,5% dos casos), vindo em seguida a faixa de 1 kw a 5 kw com 25,7% dos entrevistados. Foram levantados dados de 10 tipos de equipamentos. Dos 101 hospitais/clínicas que declararam a posse desses equipamentos, cerca de 30,7% utilizam equipamentos com o Selo Procel. 10. AQUECIMENTO ELÉTRICO No geral, 16,5% dos hospitais e 4% das clínicas pesquisadas informaram possuir equipamentos que utilizam eletricidade para produção de calor em suas instalações. Dentro dessa categoria de equipamentos encontram-se os fornos, estufas, aquecedores e caldeiras. A potência média instalada é de 193 kw para os hospitais e de 33 kw para as clínicas. O aquecimento elétrico é realizado com a utilização de resistência em todos os hospitais/clínicas que possuem equipamentos de eletrotermia. 11. BOMBEAMENTO DE ÁGUA A existência de sistemas de bombeamento de água foi indicada por 79,1% dos hospitais e 74% das clínicas. Os sistemas de bombeamento típicos (que apresentam bombas do mesmo tipo e dentro de uma faixa restrita de potência) mais presentes nas instalações hospitais/clínicas são constituídos por conjuntos moto-bomba com potência de operação inferior a 100cv (97,2% dos casos). A média da participação da carga de bombeamento em relação à demanda máxima dos hospitais é de 2,8% e das clínicas é de 2,6%. No que se refere à forma de controle dos sistemas de bombeamento, a predominante é o liga-desliga, indicada por 45,8% dos hospitais. A válvula-restrição é a forma de controle mais presente nos sistemas de bombeamento das clínicas, informada por 43,2% das unidades. 12. ILUMINAÇÃO Apotênciainstaladaemiluminaçãositua-sepredominantementenafaixade10a50kWpara67,9%doshospitais/clínicaspesquisadosenafaixade5a10kW para outros 47,6%, sendo a média da potência instalada em iluminação de cerca de 29 kw para os hospitais e de 11 kw para as clínicas. A participação da carga de iluminação em relação à demanda máxima da instalação situa-se, na média das respostas, em 12,5% para os hospitais e em 10,5% para as clínicas. 13. RACIONAMENTO Dos 91 hospitais e 50 clínicas pesquisadas, respectivamente 60,4% e 46,0% declararam terem adotado ações para redução do seu consumo de energia e atendimento às metas do racionamento. Dentre as principais medidas adotadas, o gerenciamento energético, realizado através do acompanhamento do consumo de energia elétrica em nível geral e/ou setorial das instalações, com base em ações gerenciais relacionadas com a melhoria da disciplina operacional, foi a mais utilizada pelos hospitais (64,2% dos casos), vindo em seguida a geração própria sinalizada por 45,3% destes estabelecimentos. Para as clínicas, a adoção de medidas de gerenciamento energético, indicada por 76% das unidades, também foi a mais empregada Relatório Brasil HOSPITAIS / CLÍNICAS
13 A partir das medidas adotadas foram obtidas reduções médias de consumo de 17,6% para os hospitais e de 20% para clínicas. Questionados sobre a possibilidade atual de reduzir o consumo de energia, mantendo o nível de atividade, 35,1% dos hospitais e 31,4% das clínicas não admitiram qualquer possibilidade de redução de consumo. Entretanto, cerca de 29,8% dos hospitais e 45,7% das clínicas informaram a possibilidade de reduções de consumo na faixa de 5 a 10%. 14. INSTITUCIONAL Cerca de 56% dos hospitais/clínicas pesquisados afirmaram conhecer o Selo PROCEL e destes 89,9% sabem o que ele significa. Logo, 44% dos entrevistados não conhecem o Selo ou não responderam a essa questão. Conhece o Selo Sabe o significado Não 44% Sim 56% Sim 89,9% Não 10,1% Quadro 14.1 Percentual de estabelecimento de Saúde que conhece o Selo Procel e sabe o seu significado. Relatório Brasil HOSPITAIS / CLÍNICAS -13
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