PRODUÇÃO DE SILAGEM. Ensilagem. Silagem 30/10/2017. Conceitos básicos. Um pouco da história... Conceitos básicos
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- Manuel Barros Corte-Real
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1 Conceitos básicos PRODUÇÃO DE SILAGEM Ensilagem Processo com o objetivo de preservar a planta no seu ponto de maior valor nutritivo por meio de fermentação anaeróbica, após corte, picagem, compactação e vedação em silos. A ensilagem não melhora a qualidade das forragens. Conceitos básicos Um pouco da história... Silagem Produto final da ensilagem, obtido pela ação de microrganismos sobre os açúcares presentes nas plantas com a produção de ácidos, resultando em queda do ph, inibindo microrganismos capazes de promover sua deterioração. Já utilizada em anos a.c.; Silos torre, parcialmente enterrados, de 1200 a.c. encontrados em escavações arqueológicas na Tunísia (norte da África); Primeira gestão racional no processo de ensilagem - Alemanha e Áustria (1830). Primeiras notícias sobre o uso de silagem de milho 1860 na Hungria Em 1875 publicação da obra de Auguste Goffart produtor francês que fazia experimentação com silagem de milho na sua fazenda Livro traduzido para o inglês em 1879 alavancou a prática da ensilagem na América do Norte 1
2 Um pouco da história... No Brasil... Etapas do processo Surgiu no final do século XIX; Notícia de artigo na Ed. Nº1 da Revista Agrícola escrita por Luiz de Queiroz (jun/1875) Missionários do Instituto Gammon, fundadores da Escola Agrícola de Lavras, construíram o primeiro silo torre de alvenaria, com 7,5 m de altura. Implantação da cultura forrageira (espécies); Corte das plantas a campo (colheita); Picagem ou fragmentação; Enchimento do silo e compactação; Fechamento e vedação do silo; Abertura do silo e retirada da silagem. Silo era abastecido por máquina tratorizada e esvaziado por janelas ao longo perfil Sucesso depende... Momento da colheita; Conteúdo de matéria seca; Tamanho da partícula (5 20 mm); Eliminação de contaminação por terra; Enchimento eficiente do silo; Fechamento do silo. Processo fermentativo Conservação por Fermentação A SILAGEM SE CONSERVA POR QUE NÃO TEM AR E POR QUE É MAIS ÁCIDA QUE A FORRAGEM FRESCA ANAEROBIOSE ÁC. LÁTICO 2
3 NÍVEIS Processo fermentativo Oxigênio ph (poder tampão) Tº Ácido Lático (carboidratos solúveis) Oxigênio Processo fermentativo Fatores que afetam o processo fermentativo Teor de MS (28% a 35%); bactérias do gênero Clostridium e efluentes Dif. compact. respiração, MO aeróbicos, aquecimento Aeróbica Transição Fermentação Estável Abertura FASES Nível de substrato fermentável (CHOs solúveis); função da sp. e ponto de colheitamín: 8-10% da MS Fonte: CHR Hansen Processo fermentativo Fatores que afetam o processo fermentativo Poder tampão da forrageira; 20% PB 2,5% de ác. lático 3% PB 0,5% ph 4,2 Quantidade e qualidade ( tipo??) das bactérias láticas presentes; Tipos de silagem: Tradicional (milho e sorgo) Planta inteira; Parte superior; Alimento rico em fibra e energia Pré-Secada (azevém, aveia, tiftons, capim elefante,...); Alimento rico em fibra e proteina Grão Úmido (milho, sorgo, aveia); Alimento energético 3
4 O que ensilar? 60 Características de uma planta para ensilagem % Alta Produtividade (t/ha) Alta qualidade forrageira (valor nutricional) Atende aos requisitos de uma planta para ensilar; 0 Milho Sorgo Gramas Tropicais Cana Gramas Temperadas Outras Figura 1. Principais culturas utilizadas pelos produtores para a confecção de silagens (2012) Alto teor de carboidratos (CHOs) solúveis Baixo poder tampão Teor de matéria seca (MS); 30 % a 35 % IDEAL Avaliação do teor de MS das plantas Avaliação da linha do leite Tabela 2. Mudanças na composição e qualidade do milho cortado para silagem em diferentes estádios de maturidade. Estádio Leitoso Pastoso Farináceo Farináceo-duro Duro MS (%) Produção de Forragem MS (t/ha) 9,3 9,3 9,8 10,8 9,5 Silagem (t/ha) 43,8 37,5 37,0 30,8 25,0 % Espiga na MS 30,1 39,6 41,0 56,8 56,0 MS consumo relat. (%) Adaptado de McCullough (1968) 4
5 Quadro 1. Teor de matéria seca e qualidade de conservação de silagem de milho (Jobim, 2010). %MS Consumo Avaliação Comemtário < 28 Presença de efluentes Aumento de perdas Baixo consumo Ausência de efluentes Facilidade de compactação Facilidade de corte e picagem ou + ou Dificuldade de compactação Baixa estabilidade > 40 + ou Baixa densidade da silagem Presença de ar na silagem Aumento de perdas Linha do leite A Campo... Escolher planta e espiga; Verificação da linha do leite 2/3 do grão; Observar o avanço da linha do leite. Avanço da linha do leite Aproximadamente 5% ao dia Conservação de Forragem 30 a 35 % de MS Melhores produções de MS; Melhor qualidade nutricional (+ fácil quebra do grão); Maior digestibilidade; Maior consumo pelos animais; Melhor compactação; Melhor fermentação. 5
6 Altura de corte CONSIDERAR: Qualidade do material ensilado Altura de corte Quantidade de material a ser ensilado Possibilidade de contaminação por terra 6
7 Tamanho da Partícula Compactação Entre 0,5 cm e 2,0 cm Tamanho da Partícula Consumo Fermentação Melhores condições de fermentação Manutenção do valor nutricional consumo Possibilita a estocagem de maior quantidade de silagem/m³ de silo Trincheira 600 e 700 kg/m³ Superfície de 300 a 400 kg/m³ Tamanho da Partícula Tamanho da Partícula Deve ser determinado pelo nutricionista da propriedade, em função de: Nível tecnológico da propriedade Necessidade de fibra ou energia do rebanho 7
8 Tamanho da Partícula Obtenção do Tamanho de Partícula Ideal Velocidade de alimentação da máquina; Velocidade do mecanismo picador; Número de facas do mecanismo picador; Regulagens das facas e contrafacas; Tipo de planta forrageira e suas características. Conservação de Forragem Tamanho da Partícula MONITORAMENTO DO TAMANHO DA PARTÍCULA REGULAGEM DA ENSILADEIRA Separador de partículas de forragem Penn State Distribuição adequada de partículas nas peneiras 8
9 Tipos de Silos Silo torta ou de superfície O mais simples e barato DIETA TOTAL MISTURADA E SEPARADA PELAS PENEIRAS Excesso de partículas grandes (peneira 1), por má picagem da silagem de milho e pré-secado de azevém, permitindo a seleção do concentrado Tipos de Silos Silo trincheira O mais comumente utilizado Tipos de Silos Silo Bag 9
10 Tipos de Silos Silagem em sacos Enchimento e compactação no silo trincheira Enchimento e compactação no silo trincheira Enchimento e compactação no silo trincheira Pedroso, A.F. (s/ data) 10
11 Compactação Compactação Abertura e descarregamento do silo trincheira 15 cm/dia 4º dia 3º dia 2º dia 1º dia CERTO Vedação 2º dia 3º dia 4º dia 1º dia ERRADO Figura 3. Visão lateral de um silo trincheira, ilustrando a forma correta de retirada da fatia diária. Fonte: Adaptado de Dow AgroSciences,
12 Abertura e descarregamento do silo trincheira Abertura e descarregamento do silo trincheira Abertura e descarregamento do silo trincheira Perdas no processo de ensilagem Tabela 5. Estimativas de perdas na confecção de silagem de milho. Fonte: Novaes et al., (2004) 12
13 Perdas no processo de ensilagem Tabela 4. Perdas de energia na silagem de milho. Processo Tipo de perda Perda em MS (%) Causas Respiração Inevitável 1 a 2 Reações da planta Fermentação Inevitável 2 a 4 Microrganismos Fermentações secundárias e efluentes Deterioração aeróbia no armazenamento Deterioração aeróbia no descarregamento Fonte: Lanes et al., (2006) Evitável 0 a 7 Evitável 0 a 10 Evitável 0 a 15 Baixo teor de MS e ambiente inadequado dentro do silo Alto teor de MS, partículas grandes, má compactação e demora no enchimento Alto teor de MS, baixa densidade, técnicas incorretas de descarregamento Perdas no processo de ensilagem Perdas por efluente - lixiviação Perdas no processo de ensilagem Silagem passada Mal vedada Santa Catarina Produtor com 15 vacas 8 abortos 13
14 Silagem pré secada Principais Espécies Utilizadas LEGUMINOSAS alfafa SILAGEM PRÉ-SECADA CEREAIS DE INVERNO (azevém, aveia, cevada, etc...) ESPÉCIES DO GÊNERO Cynodon tiftons, coast-cross, etc... Estádio vegetativo Ponto de equilíbrio Produção de MS Qualidade Nutricional AZEVÉM CORTE OU SEGA Como para a fenação, porém com > teor de água Teor de umidade = 80 % a 85 % (15-20% MS) TIFTON PRÉ-SECAGEM OU EMURCHECIMENTO ALFAFA 14
15 PRÉ-SECAGEM ESPALHAMENTO ESPALHAR Efeitos da Pré-secagem ENLEIRAMENTO Teores de água Teores de MS Desidratação Teores de CHOs solúveis Poder Tampão Depende da Espécie 15
16 RECOLHIMENTO Teor de Matéria Seca 35 % a 45 % RECOLHIMENTO PARA SILAGEM FRAGMENTADA Silagem pré-secada fragmentada para silos tradicionais OU Silagem pré-secada de planta inteira conservada em fardos Silagem pré-secada fragmentada para silos tradicionais Teor de Matéria Seca 35 % a 45 % RECOLHIMENTO PARA SILAGEM DE PLANTA INTEIRA 16
17 EMBALAGEM DO FARDO PRODUTO FINAL PRODUTO FINAL 17
18 Silagem de grãos úmidos de milho Vantagens Antecipação na colheita em três a quatro semanas; SILAGEM DE GRÃO ÚMIDO DE MILHO Redução significativa das perdas a campo; Alta qualidade sanitária dos grãos Redução das perdas de armazenagem; Baixos investimentos para armazenagem; Menor custo de produção em relação ao grão seco; Melhor desempenho animal Silagem de grãos úmidos de milho Desvantagens Impossibilidade de comercialização de eventuais excedentes de produção. Para evitar problemas dessa natureza dimensionar os silos de acordo com a demanda anual; Silagem de grãos úmidos de milho Entre 32 e 35 % de umidade Maturação Fisiológica Impossibilidade de formulação de concentrado antecipadamente a silagem de grãos tem que ser misturada quase que diariamente aos demais ingredientes da dieta. Indicação do ponto de maturação fisiológica 18
19 Silagem de grãos úmidos de milho Silo para grãos úmidos em pequena propriedade 19
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