Prof. Dr. André Munhoz de Argollo Ferrão
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1 ECOCIDADES E ECORREGIÕES: ORDENAMENTO TERRITORIAL COM BASE NA CONEXÃO PATRIMÔNIO-PAISAGEM CULTURAL 18/09/2014 Prof. Dr. André Munhoz de Argollo Ferrão VIII CONGRESO INTERNACIONAL ECO CIUDADES Patrimonio en la Transformación Sustentable de las Ciudades 18 al 20 de septiembre, 2014 Bogotá, Colombia
2 PATRIMÔNIO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL Os significados da palavra Patrimônio recursos herança ou espólio estruturas (familiar, econômica ou jurídica) bem durável objeto de tombamento Patrimônio Cultural Histórico Natural Hídrico Energético Ambiental
3 Sistema Territorial Construção tributária da prática das atividades humanas sobre a natureza. Desde o início até os dias de hoje num processo contínuo. População Processos Meio Físico Sistema Territorial Construção social Expressão Espacial do Modelo de Desenvolvimento de uma Sociedade Marco legal e institucional
4 A IMAGEM DO SISTEMA: PAISAGEM A paisagem passou a ter importância como recurso no sentido socioeconômico do termo Atribui-se a ela as condições essenciais: utilidade e escassez A imagem do território está na base do elemento objetivo da paisagem porque é um conceito que implica na percepção humana Paisagem é: percepção polisensorial e subjetiva da imagem que transmite o Sistema Territorial Objeto Percebido O que o Sujeito percebe Sistema Territorial
5 Essa definição de Sistema Territorial pode ser aplicada em qualquer lugar todos eles relevantes para o ordenamento territorial os espaços politico-administrativos se associam diretamente aos instrumentos básicos de ordenação territorial: aos planejamentos e gestão integrada que se desenvolvem em cascata, na contracorrente, desde o nível federal até o municipal, passando pelo estadual. Cada um desses planos prevê outros planos como instrumento do seu próprio desenvolvimento O que pode afetar a outro tipo de unidades territoriais e não administrativas
6 Unidades Territoriais não administrativas: unidades homogêneas (áreas de extensão da identidade cultural de uma comunidade, habitat de uma espécie, etc.) definidas por semelhança de aspectos setoriais ou integrais. unidades funcionais (como bacias hidrográficas) conformadas por fluxos e relações de reciprocidade entre as partes unidades estratégicas definidas por temas: recursos (água, solo, mineral, etc.), valores (cultural ou paisagístico), problemas (erosão, degradação ecológica, contaminação do solo), e áreas de fronteira.
7 PROCESSOS Engenharia de Empreendimentos Patrimônio e Desenvolvimento Regional Princípios Contemporâneos Rede CONPADRE CONEXÕES PATRIMÔNIO DESENVOLVIMENTO REGIONAL urbanidade e ruralidade paisagens culturais Gestão Ambiental SISTEMAS teorias não-lineares mobilidade identidade cultural conservação da paisagem ecologia desenho universal habitabilidade sustentabilidade gestão dos recursos hídricos, energéticos e ambientais
8 conservação da paisagem Curitiba - Paraná João Pessoa - Paraíba Goiania - Goiás Boa Vista - Roraima
9 Ecologia e Sustentabilidade O princípio de Sustentabilidade é capaz de instrumentalizar a Ecologia na constituição da sociedade contemporânea Organização ecossistêmica (água bem essencial à vida) Recursos naturais renováveis e não renováveis são essenciais à existência da vida (manutenção dos processos naturais) Conversão do Patrimônio em Recursos Patrimônio Hídrico, Energético e Ambiental água, ar, energia, território elementos essenciais para a vida
10 TEORIAS NÃO LINEARES: COMPLEXIDADE, PENSAMENTO SISTÊMICO, TRANSDISCIPLINARIDADE PENSAMENTO COMPLEXO Reconhece as incertezas e as incompletudes do conhecimento A Humanidade é mais ignorante do que pensa pensamento analítico-reducionista + pensamento sistêmico-globalizante Princípios da complexidade [...] uma ordem organizacional pode nascer a partir de um processo que conduz à desordem, a ordem e a desordem crescem uma e outra no seio de um contexto complexo. Edgard Morin, Diálogo: para o qual a dualidade está no centro da unidade, ou seja, dois aspectos associados são, ao mesmo tempo, complementares e antagônicos. [...] Os processos são analisados por intermédio de relações interdisciplinares em que tudo influencia tudo, e um depende do outro para poder existir. Fritjof Capra, Recursão organizacional: produtores e produtos são ao mesmo tempo, causa e efeito do processo produtivo [...] a própria evolução da humanidade pode ser vista como um processo de avanços contínuos de ordem 3. técnica, Hologramático: social ou moral, a parte os quais está modificam no todo e a o relação todo está entre na forças parte produtivas, causando por sua vez, mudanças nas relações sociais até então vigentes em determinada porção do espaço. André Argollo, 2004
11 MOBILIDADE SUSTENTÁVEL E DESENHO UNIVERSAL Princípio que favorece a dinâmica do desenvolvimento urbano e regional, em sintonia com a gestão do Patrimônio e dos Recursos hídricos, energéticos, ambientais Contingente populacional Infraestrutura do território Malha urbana Fluxos de energia Bicicletas Pedestres Compatibilizar e Articular o Sistema de Transporte Urbano e Regional Racionalizar e gerenciar eficientemente os fluxos urbanos Proteger a saúde da população urbana Assegurar igualdade de acesso a recursos e serviços Manter a diversidade social e cultural Veículos motorizados
12 URBANIDADE E RURALIDADE em latin urbanitate Qualidade de urbano, civilidade, cortesia, afabilidade Atualmente = qualificar a dinâmica urbana (do ponto de vista social) Fator de convívio social, casual e espontâneo Depende de atributos do desenho proposto tanto na escala urbana, territorial, como na escala do edifício Dimensões entre os espaços, conexões entre eles Proximidades e distanciamentos entre equipamentos e edifícios Eixos de visibilidades, contribuem ou não para a apropriação e/ou para a permanência e usos continuados nos ambientes urbano e rural
13 IDENTIDADE CULTURAL E HABITABILIDADE Habitabilidade = a forma como um grupo humano se relaciona com seu entorno na produção de espaços úteis para o desenvolvimento sustentável Implica na ideia de que as formas de organização do espaço são resultados de um processo histórico em que o espaço habitável, arquitetônico e urbano, é o lugar em que se consumam as atividades humanas integrando o modo de vida de uma sociedade
14 paisagem PAISAGEM CULTURAL o espaço construído a partir das relações materiais e imateriais resultantes da interação entre o homem e o meio. objetos, eventos, personagens... as coisas do lugar São Paulo Railway relacionando herança cultural cultura
15 ELEMENTO aspectos materiais e imateriais PAISAGEM CULTURAL Fazenda cafeeira em São João da Boa Vista [SP] relações O conceito de Paisagem Cultural vem adquirindo uma crescente importância quando se trata de promover meios de valorização do território a partir de sua ordenação A dimensão e da uso paisagem racional, é convertendo-se a dimensão da em percepção, importante o que fator chega de aos sentidos. desenvolvimento de uma região.
16 Processos Culturais Processos Produtivos Arquitetura da Produção Arquitetura Rural Nível regional 2. Nível da fazenda 3. Nível do edifício e maquinário 4. Nível agro-ecológico Co-evolução do contexto do complexo tendo em vista a integração dos processos culturais e dos processos produtivos O processo de conformação do "espaço da produção" obedece a co-evolução do contexto do complexo produtivo
17 a paisagem é um testemunho de uma certa maneira de ver daqueles que a escolheram para habitar, visitar, traçar caminhos PAISAGEM CULTURAL recorte no espaço paisagem recorte no tempo foco no olhar observador
18 Paisagem Cultural ' é o resultado a cultura o natural é o agente é o meio
19 em Berkeley Território Carl Sauer 1925 paisagem composta caracterizado cultura coerente e estável Através de correspondência John Brinckerhoff Jackson Lugar paisagem cultural é o registro do homem sobre o território entendendo o território como construção humana Passaram a entender a paisagem como: paisagens e comunidades da América no cotidiano escritor e editor Através da obra dos antecessores Walt Whitman Mark Twain Winslow Homer paisagem vernacular identificando padrões de cultura migratória dados mapas antigos relatos das vilas títulos de propriedade pesquisa referências territórios históricos
20 1972 Convenção de Patrimônio Mundial UNESCO pelo PAISAGEM CULTURAL EUA 1983 protege locais naturais e culturais de valor universal excelente, unindo a proteção de patrimônio tangível e intangível como também áreas protegidas habitadas reconhecimento e proteção das paisagens culturais Parques Patrimoniais - Parques Industriais, Parques Mineiros, Parques Agrários, Parques Fluviais, Parques Arqueológicos, Paisagens Bélicas e de Caminhos Históricos.
21 PRIMEIRA PAISAGEM CULTURAL Parque Nacional de Tongariro Nova Zelândia 1992 definição e critério para a gestão das paisagens culturais trabalhos associados à natureza e ao homem Paisagem intencionalmente concebida e criada pelo homem: paisagens de jardins e parques associadas a construções ou conjuntos religiosos. Paisagem evolutiva. Origem social, econômica, administrativa e/ou religiosa e atingiu a sua forma atual por associação em resposta ao seu ambiente natural, podendo ser viva ou não - relíquia (fóssil). Paisagem cultural associativa. A inscrição destas paisagens na Lista do Patrimônio Mundial justifica-se pela força da associação a fenômenos religiosos, artísticos ou culturais do elemento natural.
22 2000 Convenção Européia da Paisagem 20 out Florença, Itália Artigo 1.º Definições Para os efeitos da presente Convenção: a) «Paisagem» designa uma parte do território, tal como é apreendida pelas populações, cujo caráter resulta da ação e da interação de fatores naturais e ou humanos; b) «Política da paisagem» designa a formulação pelas autoridades públicas competentes de princípios gerais, estratégias e linhas orientadoras que permitam a adoção de medidas específicas tendo em vista a proteção, a gestão e o ordenamento da paisagem; c) «Objetivo de qualidade paisagística» designa a formulação pelas autoridades públicas competentes, para uma paisagem específica, das aspirações das populações relativamente às características paisagísticas do seu quadro de vida; d) «Proteção da paisagem» designa as ações de conservação ou manutenção dos traços significativos ou característicos de uma paisagem, justificadas pelo seu valor patrimonial resultante da sua configuração natural e ou da intervenção humana; e) «Gestão da paisagem» designa a ação visando assegurar a manutenção de uma paisagem, numa perspectiva de desenvolvimento sustentável, no sentido de orientar e harmonizar as alterações resultantes dos processos sociais, econômicos e ambientais; f) «Ordenamento da paisagem» designa as ações com forte caráter prospectivo visando a valorização, a recuperação ou a criação de paisagens.
23 UPC MIT 2001 PAISAGEM CULTURAL Criado em setembro de 2001 UPC: Departamento de Urbanismo e Ordenação Territorial, e pelo Grupo de Desenvolvimento e Projeto da Cidade Laboratório Internacional das Paisagens Culturais MIT : Departamento de Estudos Urbanísticos e Planejamento, com o envolvimento dos demais departamentos Colaboração Prefeitura de Barcelona e o Colégio de Arquitetos da Catalunha
24 Brasil Arquitetura Rural ARQUITETURA DO CAFÉ André Argollo, 2004
25 2007 Carta de Bagé Carta das Paisagens Culturais PAISAGEM CULTURAL Seminário Semana do Patrimônio Cultura e Memória na Fronteira - Bagé, RS Pomerode, SC estabeleceram doze ações como propostas da defesa das paisagens culturais em geral e, mais especificamente, do território dos Pampas e das paisagens culturais de fronteira Bagé, RS
26 Paisagem Rural do Rio Grande do Sul
27 Chancela da Paisagem Cultural O que é Paisagem Cultural Brasileira Jangadeiros de Fortaleza (CE). Foto: Maria Regina Weissheimer Conforme o artigo 1º da referida Portaria, constitui Paisagem Cultural Brasileira uma porção peculiar do território nacional, representativa do processo de interação do homem com o meio natural, à qual a vida e a ciência humana imprimiram marcas ou atribuíram valores. Paisagem rural de Santa Tereza (RS). Foto: Maria Regina Weissheimer
28 CONPADRE
29 2011 Chancela da Paisagem Cultural do Café Colombiano
30 2014 VIII CONGRESO INTERNACIONAL ECO CIUDADES Patrimonio en la Transformación Sustentable de las Ciudades 18 al 20 de septiembre, 2014 Bogotá, Colombia
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