Modelo assistencial. Envelhecimento da população e perfil epidemiológico determinam novo padrão págs. 4 e 5. nº7. maio/junho de 2014
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- Isabela Ribas Angelim
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1 Publicação da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo maio/junho de 2014 nº7 Modelo assistencial Envelhecimento da população e perfil epidemiológico determinam novo padrão págs. 4 e 5 Artigo discute o valor da atenção primária pág. 6 Anuário Brasileiro da Saúde em versão digital pág. 7 Caravana da Simplificação passa por São Paulo pág. 8
2 Diretoria Presidente: Yussif Ali Mere Junior 1º vice-presidente: Marcelo Soares de Camargo 2º vice-presidente: Roberto Muranaga 3º vice-presidente: Flávio Isaias Rodrigues 1º diretor secretário: Rodrigo de Freitas Nóbrega 2º diretor secretário: Paulo Fernando de Moraes Nicolau 1º diretor tesoureiro: Luiz Fernando Ferrari Neto 2º diretor tesoureiro: José Carlos Barbério Diretor suplente: André Junqueira Santos Pessoa Diretor suplente: Hugo Alexandre Zanchetta Buani Diretor suplente: Danilo Ther Vieira das Neves Diretor suplente: Armando De Domenico Junior Diretora suplente: Luiza Watanabe Dal Ben Diretor suplente: Jorge Eid Filho Diretor suplente: Michel Toufik Awad Conselheiro fiscal efetivo: Antonio Carlos de Carvalho Conselheiro fiscal efetivo: Ricardo Nascimento Teixeira Mendes Conselheiro fiscal efetivo: João Paulo Bampa da Silveira Conselheira fiscal suplente: Maria Helena Cerávolo Lemos Conselheiro fiscal suplente: Fernando Henriques Pinto Junior Conselheiro fiscal suplente: Marcelo Luis Gratão Delegado junto à CNS efetivo: Yussif Ali Mere Junior Delegado junto à CNS suplente: Marcelo Soares de Camargo Edição e reportagem: Ricardo Balego Mtb SP Projeto e produção gráfica: Danilo Minorello danilominorello@gmail.com Periodicidade: bimestral Tiragem: exemplares Impressão: Pigma Redação: Rua 24 de maio, º andar São Paulo SP Tel: (11) comunicacao@fehoesp.org.br Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal. Este jornal é impresso em papel reciclado e oriundo de fontes controladas e responsáveis, de acordo com o selo FSC. Se o recebeu via correio, a embalagem plástica que o acondiciona é feita em material oxibiodegradável. Editorial Inovar é parte da solução A área da saúde vive em constante transformação. Fatores como a incorporação de novas tecnologias e medicamentos, por exemplo, trazem mais possibilidades aos nossos pacientes ao mesmo tempo em que encarecem os processos, aumentando os desafios para os nossos gestores. Afinal, equilibrar custos sem perder a qualidade dos serviços prestados é uma missão sempre difícil. Não bastasse isso, os brasileiros estão vivendo cada vez mais, e as projeções dão conta de que nossa população idosa mais que duplicará nas próximas décadas. Junto com a idade, vêm as doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, que acompanharão especialmente esta faixa etária na parte final da vida. Para o prestador de serviços, isso significa encontrar novas formas de promover a assistência, levando em consideração todas essas mudanças. Não é mais possível nos basearmos apenas em alta complexidade e ocupação de leitos hospitalares para resolver esta questão. A população como um todo, mas principalmente os idosos brasileiros necessitam de um Foto: Neuza Nakahara novo modelo, mais resolutivo, digno e ao mesmo tempo viável para o setor. O papel do gestor em saúde, portanto, é se adequar a esta nova realidade, buscando um modelo que ofereça assistência de qualidade sem deixar de garantir a saúde das organizações. É sobre este complexo panorama que tratamos em nossas páginas centrais, apresentando dados e preparando, esperamos, nossos prestadores de serviços para melhor trilhar este caminho que não tem mais volta. Inovar, seja criando uma nova proposta assistencial ou aprimorando algo que já existe, é apenas uma das possibilidades, não a única. Não temos respostas prontas. Por isso, apontar os problemas e promover o debate fazem parte das nossas funções enquanto representantes de toda uma categoria. Devemos nos manter sempre atentos às mudanças, a fim de nos prepararmos para o que vem pela frente. Boa leitura! Yussif Ali Mere Junior Presidente da FEHOESP Sindicatos filiados: LOGO FSC 2
3 Diretoria FEHOESP participa de evento com operadoras de planos A FEHOESP participou do 9º Evento de Negócios e Oportunidades para Operadoras de Planos de Saúde, realizado nos dias 18 e 19 de março, no Hotel Pergamon, capital paulista. Promovido pela International Business Communications IBC, com o apoio da Federação, a conferência discutiu diversos aspectos da saúde suplementar, que impactam diretamente na atuação dos prestadores de serviços em saúde. Representando a categoria, o presidente da FEHOESP, Yussif Ali Mere Junior, presidiu a mesa dos trabalhos no segundo dia do evento. O dirigente destacou a Federação como uma entidade que sempre conversa com os demais segmentos da saúde, e recomendou o mesmo. Estamos precisando evoluir em nosso relacionamento: prestadores, operadoras e Poder Público. Quanto mais transparência nós tivermos entre todos os atores do setor, melhor para todo mundo, principalmente para nossos pacientes, que precisam de nossa atenção, afirmou. Yussif defendeu também uma saúde mais participativa, onde não exista divisão entre o público e o privado. Não adianta a gente defender que a medicina deve ser estatal, se o Estado sozinho não consegue atender, exemplificou. O evento discutiu diversos temas, dentre os quais a nova versão da Troca de Informações na Saúde Suplementar TISS; ressarcimentos das operadoras ao Sistema Único de Saúde SUS e seu impacto financeiro; a sustentabilidade financeira na saúde suplementar; e discussões sobre órteses, próteses e materiais especiais (OPME), entre outros. O diretor da FEHOESP, Luiz Fernando Ferrari Neto, também participou da conferência. Gestão e assistência A diretoria da Federação também esteve presente no 4º Hospital Management Summit (HMS), realizado de 7 a 9 de abril, evento que reuniu especialistas, lideranças e gestores de hospitais públicos e privados para discutir o cenário atual do modelo de assistência à saúde no Brasil. O presidente da FEHOESP, Yussif Ali Mere Junior, coordenou as mesas de debates no primeiro dia do evento, mesmo dia em que palestrou o coordenador de Saúde Suplementar do SINDHOSP, Danilo Bernik, falando sobre modelos de remuneração para o setor. No segundo dia, o diretor da Federação Luiz Fernando Ferrari Neto falou aos participantes do evento sobre o impacto das doenças crônicas não transmissíveis no atual modelo de atenção à saúde. Os diretores José Carlos Barbério e Marcelo Luis Gratão também estiveram presentes. Foto: Ricardo Balego Laboratórios Comitê de Laboratórios recebe presidente da SBPC/ML O Comitê de Laboratórios da FEHOESP realizou, no dia 15 de abril, mais uma reunião para discutir as principais questões relacionadas aos prestadores de serviços na área laboratorial. Participou do encontro a presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), Paula Fernandes Távora. Na ocasião, a dirigente destacou o alinhamento de ideias entre sua sociedade científica e os estabelecimentos prestadores de serviços na área. Nós vemos a FEHOESP e o SINDHOSP como grandes aliados, ressaltou. Paula Távora é presidente da entidade desde 1º de janeiro de 2014, e seu mandato vai até Mineira de Belo Horizonte, é formada em Medicina pela Universidade Foto: Ricardo Balego Reunião contou com a presidente da SBPC/ML Federal de Minas Gerais (UFMG). Teve passagem pela África do Sul, onde atuou no Hospital Regional do Transvaal e no Laboratório de Referência do South African Medical Research, vinculado à Universidade de Witwatersrand. Também fez parte do grupo que fundou, em 1998, o Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos (PALC) da SBPC/ML. O Comitê de Laboratórios se reúne mensalmente na sede da Federação, e conta com gestores de laboratórios, diretores de sindicatos dos estabelecimentos e demais representantes do setor. 3
4 Capa Por um modelo viável Mudanças no perfil etário e epidemiológico da população colocam em xeque o padrão assistencial praticado atualmente O atual modelo de atenção à saúde está em crise, e isso é um problema mundial. No Brasil, as transformações aceleradas no perfil da população geram grande impacto para o país e obrigam o setor a pensar em novas possibilidades de cuidados à saúde. A população brasileira está vivendo cada vez mais, e assim continuará pelas próximas décadas. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, existem atualmente no Brasil 20,6 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o que representa 10,8% da população total do país. Em 2060, a expectativa é de que sejam 58,4 milhões de pessoas idosas, ou 26,7% dos brasileiros. Há mais pessoas hoje vivas com mais de 60 anos, do que a somatória ao longo de toda a história de pessoas que chegaram a essa idade, afirmou o médico gerontólogo Alexandre Kalache, durante o Fórum Saúde Brasil, promovido em março pelo jornal Folha de S. Paulo. O Estado de São Paulo ocupa hoje o quinto lugar no país em número de idosos, com 11,6% de sua população. Além disso, é a terceira unidade da Federação com maior expectativa de vida ao nascer. Consequência da mudança etária, também se altera o perfil das doenças da população, que cada vez mais acompanham aqueles que envelhecem. Aumenta proporcionalmente o número de pessoas que convivem com as chamadas doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e hipertensão arterial. As doenças crônicas serão responsáveis, já em 2020, por 80% de toda a carga de doenças dos países em desenvolvimento. No Brasil, elas já representam a primeira causa de mortalidade e de hospitalizações, e envolvem perda significativa de qualidade de vida, lembra o médico Luiz Fernando Ferrari Neto, diretor da FEHOESP. Esses dados mudam completamente o planejamento e execução de qualquer política de saúde no país, e para os gestores do setor não é diferente, já que os serviços de saúde representam a porta de entrada dessa nova realidade. Além disso, para uma população que envelhece cada vez mais e traz consigo doenças com as quais irá conviver por anos e até décadas, diferentes e maiores se tornam as necessidades no aspecto assistencial. Mais do que nunca, é preciso administrar os serviços hoje de olho também no futuro. O perfil dos pacientes exige isso. Mudança epidemiológica A prevalência cada vez maior das doenças crônicas na população não está associada somente a fatores como estilo de vida ou sedentarismo. O avanço cada vez maior dos idosos tem e terá papel determinante nas políticas de saúde para as próximas décadas, já que são eles que convivem por mais tempo com tais enfermidades. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, no Brasil, atualmente 74% das mortes ocorrem por doenças crônicas, 14% por doenças infecciosas e outras 12% por causas externas. Entre os idosos, oito em cada dez já convivem com ao menos uma doença crônica. Os quadros mais comuns dizem respeito a hipertensão arterial, diabetes, doenças cardíacas, doença pulmonar obstrutiva crônica e doenças mentais e articulares. De acordo com o Ministério da Saúde, somente as doenças do aparelho circulatório são responsáveis por 37% das mortes de idosos no país. Com isso, é necessário que o setor encontre parâmetros assistenciais que equacionem as mudanças no perfil da população e um atendimento de qualidade, investindo em prevenção e cuidados diferenciados. À medida que uma população envelhece, o cuidado é a dimensão principal na área de saúde, afirma o especialista Alexandre Kalache, que preside o Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR). 4
5 Foco no cuidado O sistema de saúde atual ainda privilegia a complexidade da atenção e a capacidade de internação como forma de valorar os cuidados, mas isso tem se tornado cada vez mais inviável, tanto do ponto de vista da assistência como da sustentabilidade econômica dos serviços. É estratégico, portanto, o papel dos estabelecimentos de serviços, com suas equipes e corpos clínicos, a fim de se encontrar uma nova alternativa. Não há mais espaço para este modelo hospitalocêntrico tradicional em que nos baseamos para cuidar das doenças. Sabemos que nossa população, especialmente a idosa, cada vez mais precisa de cuidados e de equipes multiprofissionais, onde a utilização de leitos de internação representa um último recurso, pontua o presidente da FEHOESP, Yussif Ali Mere Junior. Um modelo horizontal e de cuidados preconiza, portanto, um atendimento mais digno aos pacientes, especialmente os idosos. Isso porque contempla e articula de maneira mais coerente o trabalho das equipes multidisciplinares com a atenção ambulatorial especializada, e mesmo quando é necessário o cuidado hospitalar, este pode ser integrado à atenção básica. A internação tem que se dar apenas na agudização da doença, e deve-se levar em conta que quanto mais prolongada for, mais perdas funcionais e riscos pode ocasionar ao paciente crônico, afirma Luiz Fernando Ferrari Neto. Na prática, isso permite uma assistência integral e mais resolutiva para o idoso portador de doença crônica, já que substitui o atendimento de média e alta complexidade, muitas vezes desnecessário, pela atenção básica. O papel dos serviços de saúde, nesse contexto, é essencial, e exige também um comportamento proativo. Tratando do tema em evento realizado na capital paulista em abril, o médico Gonzalo Vecina Neto, superintendente corporativo do Hospital Sírio Libanês, lembrou dessa necessidade. Ainda se espera o paciente chegar, não se tem atenção primária. Para o futuro, o hospital terá que ser um agente mais ativo e menos passivo, disse. PIRÂMIDE ETÁRIA ABSOLUTA - BRASIL - PROJEÇÃO Homens 85 a a 84 Mulheres 75 a a a a a a a a a a a a a a 14 5 a 9 0 a PIRÂMIDE ETÁRIA ABSOLUTA - BRASIL - PROJEÇÃO Homens 85 a a 84 Mulheres 75 a a a a a a a a a a a a a a 14 5 a 9 0 a PIRÂMIDE ETÁRIA ABSOLUTA - BRASIL - PROJEÇÃO Homens 85 a a 84 Mulheres 75 a a a a a a a a a a a a a a 14 5 a 9 0 a Projeções do IBGE (acima) para as próximas décadas revelam crescimento mais acentuado para população brasileira com 60 anos ou mais 5
6 Artigo A importância da atenção primária Foto: Neuza Nakahara Beatriz coordena uma equipe no escritório em que trabalha, e por conta disso acaba ficando em pé mais tempo por dia do que gostaria. Embora orgulhe-se de seu cargo na empresa, queixa-se cada vez mais de dores nos pés. Salto alto, muitas reuniões e constantes horas extras contribuem para o agravamento desse quadro. Ela foi tolerando a exacerbação dos sintomas o mais que pôde, até que finalmente resolveu procurar auxílio médico. A indicação de um renomado especialista acabou surgindo da conversa com uma amiga. Como ficou sabendo que esse especialista havia atendido, inclusive, uma famosa equipe de dança, acabou concluindo que sua opção era acertada. Após um tempo de espera condizente com o renome do médico, finalmente foi atendida. Satisfeita, saiu do consultório com guias para vários exames e alguns medicamentos. Realizou os exames com a maior brevidade para que pudesse retornar ao médico em curto espaço de tempo, o que de fato ocorreu. Os resultados nada apontaram. Frente a isso e, para dirimir quaisquer dúvidas, o especialista solicitou uma nova bateria de exames, dessa vez mais complexos e detalhados. Novamente, nada de mais grave que justificasse a clínica foi encontrado. Dessa vez, foi liberada do consultório com a indicação de fisioterapia, repouso e observação. Em pouco mais de uma semana, os resultados começaram a aparecer. Em um mês, Beatriz sentiu-se curada. Desse episódio ela tirou a seguinte lição: valorizar e respeitar os sinais que o nosso corpo emite, bem como os nossos limites físicos. Deduziu, também, que seu problema poderia ter sido resolvido se tivesse procurado um médico generalista (que ela descobriu chamar-se atenção primária). E prometeu para si mesma que, doravante, assim agiria. Este exemplo é muito frequente em nosso atual modelo de assistência à saúde e nos leva a algumas considerações: 1. Os pacientes brasileiros tendem a acreditar que a solução para seus problemas de saúde só pode ser encontrada por meio de procedimentos de média e alta complexidade. 2. Esses mesmos pacientes, via de regra, por não terem a figura do assim chamado médico da família (um médico generalista), a quem recorreriam inicialmente, acabam por realizar uma triagem leiga e muitas vezes mal assessorada e se dirigem diretamente ao especialista que eles concluem ser o indicado. Os próprios pacientes, de maneira leiga, exercem a atenção primária e, como relutam e têm dificuldade de fazê-lo, acabam postergando ao máximo sua ida a um médico (o que pode agravar ainda mais o caso). 3. Os serviços de saúde, por sua vez, detêm uma grande responsabilidade por essa desorganização assistencial, pois ainda ignoram a importância da atenção primária. Este princípio, se bem executado, pode trazer inúmeros benefícios ao setor como um todo. 4. A ação conjunta de equipes multiprofissionais e os ambulatórios especializados traz uma grande resolutividade em curto espaço de tempo e otimiza o uso do recurso complexo para sua real indicação. Hoje vivemos em um sistema que desperdiça recursos e não consegue hierarquizar bem os seus procedimentos. Boa parte daqueles que hoje ocupam um leito hospitalar provavelmente não precisaria estar lá, caso houvesse um trabalho de prevenção e uma melhor orientação de que hospital é lugar de paciente grave. Mais do que nunca, horizontalizar os atendimentos é palavra de ordem. Deve-se investir seriamente na orientação dos pacientes com todas as informações que se fizerem necessárias. Deve-se também realizar de forma clara e rotineira campanhas educacionais para a população sobre prevenção em saúde. A falta de atenção básica à saúde exercida com qualidade impacta negativamente no setor saúde como um todo, gerando grandes perdas, onerando o sistema desnecessariamente e comprometendo a qualidade do serviço prestado para o usuário final, que é o paciente. Luiz Fernando Ferrari Neto Diretor da FEHOESP e vice-presidente do SINDHOSP 6
7 Manifestação Entidades protestam contra planos de saúde No dia 7 de abril, os médicos paulistas promoveram o Dia Nacional de Protesto Contra os Planos de Saúde e a Agência Nacional de Saúde Suplementar. Reunidos em frente à sede da Associação Paulista de Medicina, no centro de São Paulo, o ato contou com representantes de entidades da saúde, como a própria APM, a Associação Médica Brasileira, os Conselhos Regionais de Medicina e de Odontologia, a Associação Brasileira de Mulheres Médicas e a Academia Paulista de Medicina, entre outros. A FEHOESP e o SINDHOSP também participaram da manifestação, por meio de seu coordenador de Saúde Suplementar Danilo Bernik. Entre as reivindicações do movimento, estão o acesso pleno dos pacientes a uma assistência de qualidade, além do fim das interferências das operadoras de planos no exercício da medicina. Os médicos também pedem a valorização dos honorários por consultas e procedimentos e mais investimentos no sistema público de saúde por parte do governo. Queremos passar a mensagem de que tanto profissionais quanto usuários são igualmente vítimas das empresas. É um alerta à sociedade, pois não abriremos guarda em 2014, justificou o presidente da APM, Florisval Meinão. O diretor segundo-secretário do Cremesp, Renato Azevedo, destacou também a falta de financiamento adequado para o setor. As pesquisas apontam que a saúde é o problema que mais preocupa os brasileiros. O investimento privado na área é maior que o investimento público, sendo que o SUS atende a maioria da população. Essa é uma contradição que terá de ser resolvida e, para isso, é necessário que o governo federal encare a saúde como uma prioridade, destacou. Em apoio ao movimento, na mesma data, parte dos médicos de São Paulo deixou de realizar atendimentos eletivos por 24 horas, preservando as urgências e procedimentos já agendados. Anuário Brasileiro da Saúde ganha versão digital O Anuário Brasileiro da Saúde de 2013 já está com sua versão digital gratuita e disponível para download. Lançada no final do ano passado, a publicação é uma iniciativa da FEHOESP e do SINDHOSP. Com o tema central Saúde: a que temos, a que queremos e a que podemos ter, a publicação traz em seu conteúdo discussões em torno dos 25 anos de criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e dos 15 anos da Lei 9656/98, que regula os planos de saúde no país. Os cenários ideais e os possíveis para a saúde brasileira nos próximos anos também são destaques, além de outros temas, como os custos da burocracia e a importância dos investimentos em tecnologia da informação para a área. O anuário foi eleito em 2011, ainda com o nome de Anuário do SINDHOSP, como uma das cinco melhores publicações de jornalismo corporativo do país, segundo o Prêmio Allianz Seguros de Jornalismo. Levantar tendências e debater temas que podem mudar o cenário político da saúde são contribuições importantes que a FEHOESP e o SINDHOSP, por intermédio do anuário, oferecem, destacou em seu lançamento o presidente da FEHOESP, Yussif Ali Mere Junior. Para a plataforma digital, todo o conteúdo original foi adaptado para um formato mais interativo. Com isso, também é possível acessar informações complementares à medida que os textos são lidos, como vídeos, por exemplo. Esta versão para tablets e smartphones foi produzida pela Public Projetos Editoriais, empresa parceira da FEHOESP e SINDHOSP na produção da publicação. O download gratuito do anuário, para iphones e ipads, está disponível na App Store da Apple, bastando procurar pelo nome da publicação. Para usuários de aparelhos com o sistema Android, em breve estará disponível na Play Store. Foto: Marina Bustos Representantes de entidades no ato contra os planos de saúde 7
8 Tributos Governo federal traz Caravana da Simplificação para São Paulo Objetivo é dar tratamento diferenciado às micro e pequenas empresas O ministro Guilherme Afif Domingos apresentou projeto para o micro e pequeno empreendedor Em evento promovido pela Secretaria Nacional da Micro e Pequena Empresa, realizado no dia 4 de abril, na sede do SESCON-SP, o ministro Guilherme Afif Domingos reuniu autoridades políticas e membros do empresariado para a edição paulista da Caravana da Simplificação. O encontro teve como objetivo apresentar as ações do governo no sentido de fortalecer os micro e pequenos empresários em todo o país. Para isso, a Secretaria vem buscando o apoio dos Estados para aprovar o Projeto de Lei nº 237/2012, que tramita no Congresso Nacional e institui a universalização do Simples. O ministro destacou os principais pontos do PL, como a extinção da substituição tributária, e pediu tratamento diferenciado para empresas da categoria. Devemos fazer valer a Constituição que, em seu artigo 179, determina tratamento diferenciado aos pequenos negócios. Afif também apresentou uma mensagem da presidente Dilma Rousseff aos participantes do evento. Fotos: Ricardo Balego Quero manifestar meu apoio à Caravana da Simplificação. Com ela, vamos desatar os nós da burocracia que ainda atravancam nosso desenvolvimento, disse. Para o presidente do SESCON-SP, Sérgio Approbato, aprovar o projeto é de suma importância para o país, pois simplifica a carga tributária. Segundo ele, cerca de 95% das empresas nacionais se encaixam como micro ou pequenos negócios. O ministro Guilherme Afif Domingos também destacou o lançamento da REDESIM, um sistema integrado para abertura, fechamento e alteração de empresas com base em todas as juntas comerciais do país, diminuindo a burocracia e otimizando o processo. Hoje o nosso sistema de abertura de empresas é medieval, justificou. Apoio Entre as autoridades presentes, o prefeito do município de São Paulo, Fernando Haddad, defendeu a iniciativa e ressaltou a importância dos micro e pequenos empresários para o país. São aqueles que contribuem com o desenvolvimento nacional, mas infelizmente são ainda muito pouco valorizados. Se fala muito dos grandes empresários, das grandes empresas, da atração de investimentos, e às vezes se deixa de lado aquele que efetivamente está contribuindo com a geração de emprego e renda no Brasil, que é o pequeno e micro empreendedor, disse. Haddad também ressaltou o apoio da capital paulista à iniciativa do governo. Quero firmar publicamente a parceria do município com a agenda do Ministério, completou. Outras autoridades e dirigentes participaram do evento, entre eles, o senador Eduardo Suplicy; o subsecretário de Empreendedorismo e da Micro e Pequena Empresa do Estado de São Paulo, Ernesto Vega Senise; o presidente da Associação Comercial de São Paulo, Rogério Amato; o presidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE-SP, Alencar Burti; o presidente nacional do SEBRAE, Luiz Barretto; e os deputados federais Mendes Thame e Guilherme Campos, entre outros. Representando a FEHOESP, esteve presente o diretor da entidade, Luiz Fernando Ferrari Neto. Evento contou com representantes de entidades e autoridades políticas 8
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