VANDA PIRES, IPMA. 1º Encontro Riscos Naturais Fundação Calouste Gulbenkian Lisboa, 20 setembro

Transcrição

1 VANDA PIRES, IPMA 1º Encontro Riscos Naturais Fundação Calouste Gulbenkian Lisboa, 20 setembro 2012

2 Sistema de Acompanhamento da Seca meteorológica e Agrícola 1. Introdução 2. Monitorização das situações de seca no IPMA 3. Análise Histórica da Seca 4. Considerações Finais

3 Introdução A seca é o desastre natural de origem meteorológica e climatológica mais complexo e que afecta mais pessoas e durante mais tempo que qualquer outro. O fenómeno da seca é diferente dos outros desastres naturais: Ausência de uma definição de seca precisa e universal Dificuldade em determinar o início e final da seca Impactos são não-estruturais

4 Sansigolo (2004) citando Dracup et al.(1980), e Olapido,(1985) Introdução - Definição de Seca Seca meteorológica refere-se a valores de precipitação inferiores aos valores normais de referência Seca hidrológica associado à redução dos níveis médios de água em correntes, lagos e reservatórios Seca agrícola associada à falta de água causada pelo desequilíbrio entre a água disponível no solo, a necessidade das culturas, a transpiração das plantas Seca económica quando o deficit de água induz a falta de bens ou serviços devido ao volume inadequado, a má distribuição das chuvas e ao aumento no consumo Comum a todos os tipos de seca Déficit de precipitação

5 Monitorização - Indicadores de Seca Variáveis climáticas (precipitação, temperatura,...) Previsões Conteúdo de água no solo Vegetação Água subterrânea Níveis de água

6 Monitorização - Índices de Seca Percentagem da Normal Decis Índice de Palmer -PDSI Palmer Drought Severity Index Standardized Precipitation Index SPI

7 Monitorização - Índices de Seca Implementado um programa, que integrando as séries dos índices para várias estações meteorológicas de Portugal Continental, permite analisar e monitorizar os índices PDSI e SPI de um modo mais interativo com o utilizador. Desenvolveu-se uma aplicação que permitindo arquivar os resultados, permitisse também a análise e evolução dos mesmos assim como a sua visualização gráfica, obtendo-se desta forma ferramentas para ajudar a interpretar os resultados obtidos. Persistência da Seca Evolução Mensal Análise estatística

8 Monitorização - Observatório de Secas Em 2009 o IM,I.P. institucionalizou o Observatório para as secas meteorológicas em Portugal Continental OBJETIVOS Efetuar a monitorização da evolução das situações de seca meteorológica Dar informação do grau de severidade Produzir uma antevisão da evolução

9 Monitorização - Observatório de Secas à frente do nosso tempo SPI à frente do nosso tempo PDSI Fonte IM, I.P

10 Monitorização - Observatório de Secas Cenários de evolução da situação de seca Antevisão Previsão mensal A previsão mensal do Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo (ECMWF) aponta valores abaixo do normal, para todo o território, na semana de 17/09 a 23/09 (na semana de 24/09 a 30/09 não é possível identificar a existência de sinal estatisticamente significativo), pelo que desta forma será mais provável a continuação da seca meteorológica em todo o território. Fonte IM, I.P

11 Monitorização - Observatório de Secas Seca 2012 Últimos meses

12 Análise Histórica Lisboa (26 meses) Beja (29 meses) Beja (33 meses) Lisboa (16 meses)

13 Análise Histórica - tendências Jan Fev Mar Abr A média do PDSI foi calculada para 4 décadas no período de Observa-se um aumento da severidade da seca entre janeiro e abril, variando de condições normais para condições de seca fraca a moderada em particular nos meses de Fevereiro e Março (estatísticamente significativo ao nível 5%)

14 Análise Histórica - cenários sec. XXI 4º relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) Maior frequência de eventos climáticos extremos Aumento da intensidade e duração de situações de seca Provável foto RUI MANUEL FERREIRA / GLOBAL IMAGENS

15 Alterações ao cálculo do índice PDSI Considerações finais Implementação do SC-PDSI Self-Calibrating Palmer Drought Severity Index (Wells, Goddard, Hayes, 2004) Apesar do modelo atualmente utilizado já estar adaptado ao clima de Portugal Continental, a utilização de uma calibração regional vem permitir a obtenção de resultados mais consistentes Efetuada a comparação dos dois modelos, baseada em análises estatísticas

16 Considerações finais Reunião de Alto Nível sobre Políticas Nacionais de Seca High-Level Meeting on National Drought Policy - HMNDP Data e Local: 11 a 15 Março 2013 em Genebra, Suíca Organização Meteorológica Mundial (WMO) e Secretariado da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (United Nations Convention to Combat Desertification UNCCD) em colaboração com outras agências da UN, organizações internacionais e regionais e agências nacionais estratégicas Objetivo Assunto -> Políticas Nacionais de Seca Fornecer informação prática para lidar com a seca considerando estratégias e ações relevantes, suportadas por conhecimentos científicos, e dirigidas aos aspetos fundamentais atualmente considerados pelos sectores governamentais e privados reunidos na UNCCD.

17 Esperar o melhor Planear para o pior!!!

18 1º Encontro Riscos Naturais Fundação Calouste Gulbenkian Lisboa, 20 setembro 2012

19 Maior Duração , e quase todo o território a apresentar mais de 18 meses consecutivos em seca

20 Mais de 9 meses consecutivos em seca severa e extrema : 34% do território : 22% do território

21 Seca Situação de seca mais intensa (meses consecutivos em seca severa e extrema) em termos de extensão territorial dos últimos 65 anos % %

22 Introdução A situação geográfica do território do Continente português é favorável à ocorrência de episódios de seca, pelo que este fenómeno não constitui propriamente uma surpresa, devendo antes ser encarado como um elemento climático de determinada frequência.

23 Exposição à Seca Vulnerabilidade = RISCO Climatologia Probabilidade Cenários,Previsão Exposição a fenómenos de seca varia espacialmente Quase nada há a fazer para alterar a ocorrência de seca Factores económicos, ambientais e sociais A vulnerabilidade é determinada por factores sociais: população, características demográficas, tecnologia, política, comportamento social, uso do solo, uso da água, desenvolvimento económico,... Factores mudam com o tempo Vulnerabilidade alterar-se-á como resposta a estas modificações Secas na mesma região têm efeitos diferentes A estrutura, organização e funcionamento da sociedade se alteraram Cada seca é única nas suas características climáticas e em particular nos seus impactos