Contabilidade Avançada Prof. Me. Cassius Klay FUCAMP (6º período/contábeis)
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- Melissa Canejo Lobo
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1 1 Consolidação das Demonstrações Contábeis Objetivos e obrigatoriedade A Consolidação das Demonstrações Contábeis, também denominada como Consolidação de Balanços, consiste em uma técnica de unificação das Demonstrações Contábeis da empresa controladora e de suas controladas, com o objetivo de apresentar as informações contábeis, financeiras e econômicas de um grupo de companhias como se fosse uma. Pode-se dizer que por grupo seja considerado investimentos realizados por uma empresa (investidora) que garantem controle sobre a empresa que recebe tais investimentos (investida). Cabe ressaltar, que o Balanço Patrimonial não é a única demonstração contábil a ser consolidada, pode ser estendida, opcionalmente ou não, a todas as demonstrações de divulgação obrigatória. Relembrando aspectos estudados anteriormente, podem existir três formas de investimentos, sendo que em cada um deles incidem regras especificas de apresentação e divulgação das empresas envolvidas. As formas de investimentos podem ser definidas por meio da participação de uma companhia sobre o capital de outra, em que pode oferecer possibilidades de: i) não exercer nenhum tipo de controle (investimentos simples), ii) ter influência significativa ou formas de controle em conjunto (coligadas, ou joint venture), iii) controle (investimento em controladas). Nas duas primeiras formas de relação entre os agentes, não há obrigatoriedade de apresentação dos demonstrativos contábeis de forma única, entretanto, quando se tem relação entre controladora e controlada é exigida a apresentação dos relatórios contábeis, como se fossem uma única empresa. (MARTINS et al., 2013) O Pronunciamento Técnico CPC 36 Demonstrações Consolidadas ressalta a obrigação de apresentação de demonstrações consolidadas em seu item 2: (...) a entidade (controladora) que controle uma ou mais entidades (controladas) apresente demonstrações consolidadas. Segundo o apresentado na Lei 6.404/76, existe controle quando a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores. (art. 243). Na lei ainda é especificado quem pode ser considerado agente controlador, conforme art. 116: Entende-se por acionista controlador a pessoa, natural ou jurídica, ou o grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob controle comum, que: a) é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembléia-geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da companhia; e b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia.
2 2 Parágrafo único. O acionista controlador deve usar o poder com o fim de fazer a companhia realizar o seu objeto e cumprir sua função social, e tem deveres e responsabilidades para com os demais acionistas da empresa, os que nela trabalham e para com a comunidade em que atua, cujos direitos e interesses deve lealmente respeitar e atender. Martins et al. (2013) chamam a atenção para o fato de não ser especificado em lei o percentual de investimento necessário para ser considerada uma empresa controladora no Brasil. Entretanto, os autores destacam a existência de elementos na legislação que conduzem ao entendimento de que esse percentual necessita ser no mínimo 50% das ações ordinárias emitidas pela companhia. Por exemplo, é definida a necessidade de ser titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembleia-geral..., ou seja, para ter controle deverá ter maior parte dos votos, o que deverá ser obtido com a posse de ações ordinárias que permitem tal ação. Além dos fatos já expostos, Martins et al (2013) também argumentam que pode existir controle com menos de 50% das ações ordinárias, o que é comum em outros países, a configuração para isso seria uma única empresa ser detentora de 40% do capital votante da companhia investida, e os outros 60% ser diluído em diversas companhias a ponto de serem dificilmente combinados para agregar tal valor de voto. Ressaltam que no Brasil isso não é muito comum, pois, poucas empresas podem obter grandes proporções de ações o que facilitaria a junção de proporções e o controle em conjunto. Em casos da junção pode haver um acordo entre acionistas que definem um como sendo o representante dos demais, neste caso, essa empresa ou pessoa jurídica sendo definida como controlador no período vigente do acordo. O CPC 36, como apresentado anteriormente, também determina algumas características que podem definir a existência de controle entre relações de investimentos, conforme orienta seu item 6, O investidor controla a investida quando está exposto a, ou tem direitos sobre, retornos variáveis decorrentes de seu envolvimento com a investida e tem a capacidade de afetar esses retornos por meio de seu poder sobre a investida.. Além disso, o pronunciamento, ainda destaca três atributos a serem satisfeitos: a) poder sobre a investida; b) exposição a, ou direitos sobre, retornos variáveis decorrentes de seu envolvimento com a investida; c) a capacidade de utilizar seu poder sobre a investida para afetar o valor de seus retornos. Martins et al. (2013) apresenta um resumo sobre as aplicações em cada um dos itens expostos, conforme definido no CPC 36. Poder sobre a investida: provém de direitos que conferem ao investidor a capacidade para dirigir as atividades relevantes da investida (aquelas que afetam significativamente seu desempenho). Um investidor pode ter poder sobre uma investida mesmo que outra entidade tenha direitos que lhe garanta a capacidade de participar da gestão de atividades relevantes, como é o caso da influencia significativa. Contudo, um
3 3 investidor que tenha somente direitos de proteção sobre uma investida não tem poder sobre a investida e, portanto, não controla essa investida. Exposição (ou direitos) a retornos variáveis em razão de seu envolvimento com a investida: o que ocorre na medida em que os retornos do investidor provenientes do seu envolvimento com a investida variam em função do desempenho da investida e da participação da investidora no capital da investida. Capacidade para utilizar seu poder sobre a investida para afetar seus rendimentos sobre o investimento: o que implica que o investidor tem poder sobre a investida e usa esse poder para influenciar o retorno sobre seu investimento por meio do seu envolvimento com a investida. É possível observar então que nem sempre é possível definir o controle unicamente pela quantidade de direito a votos, mas também é preciso averiguar outras características e critérios de poder que são estabelecidos e apresentados. Dessa forma, pode ser orientado a verificação e estudo de cada caso em particular. Pois, estes elementos podem influência de alguma forma quem exerce e o porque de exercer tal poder. Uma evidência disso são os elementos apresentados pelo CPC 36 (item B15) que conferem direitos e poder as companhias, sendo eles: a) direitos na forma de direitos de voto (ou direitos de voto potenciais) da investida (vide itens B34 a B50); b) direitos de nomear, realocar ou destituir membros do pessoal-chave da administração da investida que tenham a capacidade de dirigir as atividades relevantes; c) direitos de nomear ou destituir outra entidade que dirija as atividades relevantes; d) direitos de instruir a investida a realizar transações, ou vetar quaisquer mudanças a essas transações, em benefício do investidor; e e) outros direitos (tais como direitos de tomada de decisões especificados em contrato de gestão) que deem ao titular a capacidade de dirigir as atividades relevantes." Esses fatores apresentados pelo item B15 conferem direitos as poder de decisão e controle das companhias investidas, sendo eles combinados a outros fatos ou não. O CPC 36 ainda apresenta uma diferenciação entre direitos substantivos (onde uma empresa tem controle sobre a outra) e os direitos de proteção. Essa ultima oferece controle em relação as atividades desenvolvidas pela companhia investida, entretanto
4 4 não tira o direito e poder de decisão de outras empresas, ou até mesmo da própria investida. Alguns exemplos são evidenciados no item B28 são: (a) direito de credor de impor limites ao tomador de empréstimos com relação à realização de atividades que podem modificar significativamente o risco de crédito do tomador em detrimento do credor; (b) direito de parte titular de participação não controladora na investida de aprovar investimentos capitalizáveis superiores ao exigido no curso normal dos negócios ou de aprovar a emissão de instrumentos patrimoniais ou de dívida; (c) direito de credor de apropriar-se legalmente de ativos do tomador de empréstimo se este deixar de satisfazer condições especificadas de amortização de empréstimo. Portanto, nesse sentido, essas medidas de direitos de proteção não dão controle legitimo a ponto de estas empresas serem consideradas controladoras. Sendo preciso avaliar melhor as situações de cada caso, conforme mencionado anteriormente. É importante salientar que nem todos os casos e situações foram expostas ou discutidas nesse material, sendo preciso para maiores conhecimento e aprofundamento observar os próprios documentos que tratam especificamente sobre a consolidação e controle de companhias investidas ou que sejam investidoras. Nesse sentido, é sugerida a leitura do CPC 36 Demonstrações Consolidadas, CPC 18 Investimento em coligadas, em controladas e empreendimento controlado em conjunto, e da própria lei 6.404/76. A obrigatoriedade da apresentação das demonstrações contábeis consolidadas da controladora e suas investidas, não desobriga a apresentação das demonstrações contábeis individuais dessas mesmas companhias aos usuários da informação contábil. Retomando o argumentado anteriormente, as companhias que satisfação às necessidades de apresentação das demonstrações consolidadas, devem apresentar além do balanço, outras demonstrações, conforme Almeida argumenta (2010): a) Balanço Patrimonial - BP; b) Demonstração do Resultado do Exercício - DRE; c) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL. d) Demonstração dos Fluxos de Caixa DFC; e) Demonstração do Valor Adicionado DVA; f) Notas Explicativas. Procedimentos de Consolidação Os procedimentos de consolidação devem ser realizados por instrumentos que permitam evidenciar e identificar o que ocorre entre as companhias controladoras e suas controladas, ou melhor dizendo entre o grupo econômico. O grupo econômico nesse caso será considerado a empresa controladora e todas as suas controladas, podendo ser mais de uma empresa controlada.
5 5 Nos papéis devem ser apresentados separadamente os resultados de cada uma das empresas, colunas para as eliminações e apresentação do saldo do grupo como uma única empresa. Os papéis de trabalho são montados para: Consolidação do Balanço, Consolidação do Resultado do Exercício; Consolidação do Resultado Abrangente Total e Consolidação das Mutações do Patrimônio Líquido. Considerando um grupo econômico em que houvesse um empresa controladora (Cia A) e três companhias sendo controladas (Cia B, Cia C e Cia D). Os papeis de trabalho utilizados seriam os seguintes. Exemplo de papel de trabalho utilizado na consolidação do balanço patrimonial. Fonte: Martins et al (2013)
6 6 Exemplo de papel de trabalho utilizado na consolidação demonstração de resultado Fonte: Martins et al (2013) Exemplo de papel de trabalho utilizado na consolidação demonstração do resultado abrangente total Fonte: Martins et al (2013) Ao realizar a consolidação dos demonstrativos algumas medidas devem ser observadas, por exemplo, transações que ocorrem entre as companhias envolvidas, datam de encerramento das informações contábeis individuais aos usuários, políticas e critérios contábeis alinhados entre outros. Observar esses fatos é importante para atestar veracidade e relevância das informações que são apresentadas de um grupo econômico. As eliminações devem constar os resultados não realizados das companhias, que seja proveniente de relações comerciais entre as companhias envolvidas. Ou seja, existem ações entre as companhias (investidora e investida) que podem fazer com que os
7 7 resultados finais do grupo não condizem com a realidade, possibilitando a influência sobre tomadas de decisão de maneira prejudicial. O art. 250 da Lei das Sociedades por Ações (Lei no 6.404/76) estabelece: Art Das demonstrações financeiras consolidadas serão excluídas: I as participações de uma sociedade em outra; Para ilustrar essa situação observe o seguinte: II os saldos de quaisquer contas entre as sociedades; III as parcelas dos resultados do exercício, dos lucros ou prejuízos acumulados e do custo de estoques ou do ativo não circulante que corresponderem a resultados, ainda não realiza dos, de nego cios entre as sociedades. Exemplo (Rodriguez, 2012): Analise o caso da Empresa Alfa, e suponha que antes do final do ano, a empresa perceba a possibilidade de apuração de prejuízo no encerramento do exercício e tenha a previsão de encerrar o exercício com as seguintes demonstrações: EMPRESA ALFA BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO CIRCULANT E PASSIVO CIRCULANTE Caixa e Bancos Fornecedores Estoques Contas a pagar IMOBILIZADO Terreno PATRIMÕNIO LÍQUI DO Edifícios Capital Social Máquinas Prejuízos Acum. (4.000) TOTAL TOTAL Diante dessa situação, os administradores resolvem constituir outra empresa a Empresa Beta, que será controlada por ela em 100%, utilizando os recursos da própria Empresa Alfa subscrevendo e integralizando a totalidade do capital dessa empresa, no valor de R$ 1.000, para cobrir os gastos com a sua implantação. Resolvem ainda vender para a Empresa Beta, o terreno, cujo valor contábil é de R$ , pelo preço de R$ , a prazo. Veja como ficou o balanço da Empresa Beta:
8 8 ATIVO CIRCULANTE Caixa e Bancos Material Expediente IMOBILIZADO Terreno EMPRESA BETA BALANÇO PATRIMONIAL PASSIVO CIRCULA Contas a pagar PATRIMÕNIO LÍQUI Capital Social NTE DO TOTAL TOTAL Após essa transação, as demonstrações da Cia Alfa seriam apresentadas com os seguintes resultados: EMPRESA ALFA BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE Caixa e Bancos Fornecedores Estoques Contas a pagar Contas a receber IMOBILIZADO Terreno --- PATRIMÕNIO LÍQUIDO Edifícios Capital Social Máquinas Reservas de Lucros TOTAL TOTAL Para os investidores e demais usuários externos, ao analisar essas demonstrações concluiriam que a Empresa Alfa está em ótimas condições financeiras e econômicas, pois além de gerar lucro ainda apresenta excelentes indicadores econômico financeiros, veja o comparativo dos mesmos antes e depois da criação da Empresa Beta: Dessa forma, o procedimento legal a fim de resolver esse problema e coibir essa prática é a Consolidação das Demonstrações Contábeis. Nesse processo serão eliminados os valores das transações que ocorreram entre as companhias, incluindo a integralização do
9 9 capital da Cia Beta, e o lucro obtido com a venda do terreno da controladora com a controlada. Não será necessário realizar os cálculos da parcela de resultado não realizado a ser dedutível, pois a companhia controladora detém 100% do capital da empresa constituída, ou seja, não tendo relações comerciais da compradora com terceiros toda a parcela deve ser deduzida dos resultados. Isso ocorre, porque as transações entre as sociedades do consolidado representam transferência de bens e/ou direitos entre divisões da unidade econômica. Não geram valores realizáveis ou exigíveis, receitas ou despesas (e por conseguinte não geram lucros) entre as sociedades consolidadas sob o prisma da unidade econômica. Utilizando os papéis de trabalhos, explicados anteriormente, a apresentação do grupo econômico denominado acima ficaria o seguinte: CONSOLIDAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO CIRCULANTE ALFA BETA SOMA ELIMINAÇÕES CONSOLIDADO Caixa e Bancos Material Expediente Estoques Contas a receber (35.000) ATIVO NÃO CIRCULANTE Investimentos Ações Emp. Beta Imobilizado (1.000) --- Terreno (20.000) Edifícios Máquinas TOTAL ATIVO (56.000) PASSIVO CIRCULANTE Fornecedores Contas a Pagar (35.000) PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital (1.000) Reserva Lucro/(Prejuízos) (20.000) (4.000) TOTAL PASSIVO +PL (56.000) CONSOLIDAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO ALFA BETA SOMA ELIMINAÇÕES CONSOLIDADO Receitas (35.000) (-) Custos e despesas (79.000) --- (79.000) (15.000) (64.000) (=) Resultado (20.000) (4.000) Observe que os resultados foram alterados, identificando que o grupo econômico na verdade tem uma situação diferente daquela apresentada considerando os valores absolutos, sem ajustes, anteriormente.
10 10 Além das eliminações exigidas por lei o CPC 36, estabelece ainda outros procedimentos que devem ser levados em consideração ao realizar a consolidação das demonstrações contábeis, em seu item B86. a) combinar itens similares de ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da controladora com os de suas controladas (isso corresponde à soma dos saldos das contas, como visto no item ); b) eliminar o valor contábil do investimento da controladora em cada controlada e a parte dessa controladora no patrimônio líquido das controladas (considerando se a participação efetiva da controladora). Nesse processo deve se reclassificar o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) contido no investimento para o grupo do Intangível, bem como o saldo remanescente de alguma mais valia bruta de ativos deve ser reclassificada para os ativos e passivos que lhes deram origem, devendo se reconhecer o valor do passivo fiscal diferido correspondente no passivo consolidado (o CPC 15 fornece orientações nesse sentido); c) identificar a participação dos não controladores nos ativos líquidos das controladas consolidadas, separadamente da parte pertencente à controladora no patrimônio líquido consolidado. A participação dos não controladores nos ativos líquidos é composta (i) pelo montante da participação dos não controladores na data da combinação inicial (CPC 15); e (ii) pela parte dos não controladores nas variações patrimoniais das controladas consolidadas desde a data da combinação; d) os saldos, fluxos de caixa, receitas e despesas decorrentes de transações intragrupo, incluindo dividendos, devem ser totalmente eliminados. Os resultados auferidos nas transações intragrupo que estiverem reconhecidos nos ativos, tais como um estoque ou um ativo imobilizado, devem ser totalmente eliminados, reconhecendo se os tributos diferidos no ativo ou passivo, conforme o caso, por conta de impostos e contribuições decorrentes de diferenças temporárias quando da eliminação dos resultados auferidos nas transações intragrupo, em conformidade com o CPC 32 Tributos sobre o Lucro. Os prejuízos intragrupo são eliminados desde que não indiquem uma redução no valor recuperável de ativos; e e) apo s determinar o resultado consolidado, identificar a parte pertinente à controladora e aos não controladores no lucro ou prejuízo consolidado do exercício social de apresentação das demonstrações contábeis. Além das eliminações devem ser observados outros fatores, conforme já mencionado, como a data de encerramento das demonstrações individuais. O que não desobriga a consolidação, mas pode apresentar problemas, por terem fatos contábeis praticados por uma empresa que influenciara no resultado do todo, e não estar refletido contabilmente na outra companhia do grupo. "A respeito desse problema, a Lei no 6.404/76 (art. 250, 4o) de termina que as sociedades controladas, cujo exercício social termine mais de sessenta dias antes da data do encerramento do exercício da companhia, elaborarão com observa ncia das normas desta lei, demonstrações contábeis extraordinárias em data compreendida neste prazo. O CPC 36 (R3), em seu item B92, determina o uso da mesma data base, a menos que isso seja impraticável. Nesse caso, admite se uma defasagem máxima da data de encerramento mas é necessário serem realizados ajustes para incluir os efeitos das
11 11 transações. Portanto, é possível incluir controladas com datas diferentes, mas deve-se atentar para o seguinte: a) se o exercício social da controladora é de 12 meses, as demonstrações da controlada também devem ser de 12 meses, ou seja, deve-se manter uniformidade de períodos de um exercício para outro; b) esclarecer em nota explicativa que as demonstrações contábeis da controlada estão sendo consolidadas com base em demonstrações de data anterior, indicando o período de defasagem; c) verificar nesse período a ocorre ncia, na controlada, de eventos com efeitos relevantes nas demonstrações consolidadas e, se houver, eles devem ser considerados na consolidação e esclarecidos em notas explicativas. Outro item importante a ser observado são as politicas contábeis adotadas pelas companhias do grupo. E preciso que todas trabalhem com as mesmas formas de apuração e contabilização, está e uma das exigências estipuladas pelo CPC 36. Pois, caso contrário, existe o risco de serem somados saldos de passivos, ativos, receitas e despesas que não tenham sido calculados e aplicados com os mesmos critérios de avaliação. Tendo esse fato considerado, Martins et al. (2013, p.745) argumentam que: se uma entidade do grupo econômico utiliza políticas contábeis diferentes daquelas adotadas nas demonstrações contábeis da controladora para transações e eventos de mesma natureza, em circunsta ncias semelhantes, serão necessários ajustes, mesmo que extracontábeis, para adequar as demonstrações das controladas quando da elaboração das demonstrações contábeis consolidadas. Referencia Bibliográfica ALMEIDA, M. C. Contabilidade Avançada: textos, exemplos e exercícios resolvidos. 2 ed. São Paulo: Atlas, COMITE DE PRONUNCIAMENTOS CONTABEIS CPC. INTERPRETAÇÃO TÉCNICA ICPC 09 (R2) - Demonstrações Contábeis Individuais, Demonstrações Separadas, Demonstrações Consolidadas e Aplicação do Método da Equivalência Patrimonial CPC 18 (R2) - Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto CPC 36 (R3) Demonstrações Consolidadas. MARTINS, E.; GELBCKE, E. R.; SANTOS, A.; IUDÍCIBUS, S. Manual de Contabilidade Societária. 2 ed. Atlas: São Paulo, RODRIGUES, N. Contabilidade Avançada Material Complementar
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