ORÇAMENTO. Paula Freire 2014

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1 ORÇAMENTO Paula Freire 2014

2 PRINCÍPIOS Exclusividade Universalidade Unidade Anualidade Programação

3 O PRINCIPIO DA EXCLUSIVIDADE Art. 165, 8, da CF: A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho a previsão da receita e a fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de creditos suplementares e contratação de operações de credito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. O objetivo do legislador constituinte foi o de afastar a possibilidade de as leis orçamentárias conterem previsões absolutamente estranhas ao direito financeiro, tal como temas afetos ao direito privado.

4 O PRINCIPIO DA UNIVERSALIDADE Estabelece a necessidade de todas as receitas e despesas estarem previstas na LOA. É o chamado Principio do Orçamento Global (José Afonso da Silva): segundo o qual devem estar contidos no orçamento os aspectos do programa orçamentário de cada órgão, incluindo as previsões de receitas e despesas, e também as explicações sobre os objetivos, metas e meios que o Governo pretende adotar na realização das despesas previstas. Art. 165, 5, CF, art. 6, Lei 4320/64.

5 O PRINCIPIO DA UNIDADE Lei 4.320/64, Art. 2 : A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade. Necessidade de haver um único orçamento para cada ente da Federação, observada a periodicidade anual.

6 O PRINCIPIO DA UNIDADE Objetivo: verificar de todas as receitas e todas as despesas a um só tempo e, ainda, constatar se há existência de equilíbrio orçamentário. Permanece vigente na CF/88. art. 165, 5 : reafirma o principio da unidade, na medida em que exige que todas essas previsões acerca das receitas e despesas estejam previstas em uma única lei: a lei orçamentária anual.

7 O PRINCIPIO DA ANUALIDADE Refere-se estritamente a vigência dos orçamentos e não se confunde com aquele relativo a exigência de tributos, não mais presente em nossa Constituição. Regra: os orçamentos valerão para um único Regra: os orçamentos valerão para um único exercício financeiro, que, atualmente, compreende o intervalo entre 1 de janeiro a 31 de dezembro de cada ano civil, nos termos do artigo 34 da Lei 4.320/1964.

8 O PRINCIPIO DA ANUALIDADE Garantir que as contas publicas e as previsões respectivas sejam reavaliadas ano a ano, pelo Congresso Nacional, que aprova a proposta orçamentária para o exercício seguinte e, assim, pode fiscalizar as contas do ano anterior. Das 3 leis orçamentárias nacionais, apenas a PPA não é anual. Porém, isso não significa exceção ao princípio da anualidade. Por que a PPA não é exceção ao Princípio da Anualidade?

9 O PRINCIPIO DA ANUALIDADE E O PPA Por duas razões: 1) Porque o PPA apenas tratará de algumas despesas específicas (de capital e relativas aos programas de duração continuada), com vistas a estabelecer os grandes objetivos e metas do Governo para o período mencionado (quatro anos). 2) Porque, ainda que a previsão das despesas seja relativa aos quatro próximos anos, sua execução observará o exercício financeiro e será realizada pelas regras estabelecidas na LDO e na LOA.

10 O PRINCIPIO DA PROGRAMAÇÃO O orçamento não deve conter apenas as estimativas para as receitas e despesas do próximo exercício financeiro, mas, também, a previsão de objetivos e metas relacionados à realização das necessidades públicas. Art. 165, 4 e 7 da CF/88. Estabelece o caráter político do orçamento.

11 PRINCÍPIO DA PROGRAMAÇÃO NA CF: Art Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 4 Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. 7 Os orçamentos previstos no 5o, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional.

12 O PRINCIPIO DO EQUILÍBRIO ORÇAMENTÁRIO Exigência relativa às contas públicas, que deverão apresentar o mesmo montante quando se trata de estimar as receitas e as despesas. Busca a igualdade numérica entre as entradas e saídas da administração, afastando-se a presença de déficit ou superávit. LRF demonstra que, apesar de não se tratar de uma diretriz constitucional, a busca pelo equilíbrio esta presente em suas disposições. Art. 1, 1 ; art. 4, I,a.

13 ORÇAMENTO BALIZAMENTO LEGAL Leis orçamentárias: tríade orçamentária: LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). LOA (Lei Orçamentária Anual). PPA (Plano plurianual). Iniciativa do chefe do executivo. Embora o orçamento seja uno, temos as 3 leis. CF/88: Vinculação entre planejamento e orçamento. Arts. 157 a 169, CF/88. Lei 4320/64; LC 101/2000 (LRF).

14 CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. O chefe do executivo encaminha a sua respectiva casa legislativa. Prefeito: encaminha a Câmara dos Vereadores. Governador: a Assembleia Legislativa. Presidente: ao Congresso.

15 ORÇAMENTO Chefe do executivo encaminha a casa legislativa: Encaminha o projeto de PPA, no primeiro exercício financeiro do seu mandato. Em agosto do 1 ano de mandato. Validade: 4 anos. Encaminha o projeto de LDO todos os anos em meados de abril. Encaminha o projeto de LOA, todos os anos em agosto.

16 PPA Não coincide com o mandato. Vai do 2 ano do mandato do governante até o 1 ano de seu sucessor. Art.s 165, 1 e 167, 1, CF. Visa a promover o desenvolvimento e o equilíbrio econômico. Tem início na campanha do candidato. Plano de governo. Se eleito, transforma-se em PPA.

17 PPA E CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 165, 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. Art. 167, 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.

18 LDO Visa a implementação de algumas prioridades do PPA. Seleciona as prioridades do PPA, para aquele ano. Função política: traçar Metas anuais, para sua implementação. Fornece os subsídios necessários para o projeto de LOA.

19 LDO E CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 165, 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

20 LOA Concretizar anualmente o planejamento de longo prazo do PPA. Dá aplicação ao PPA. Art. 165, 5, CF. Materializa, anualmente, ¼ do PPA.

21 LOA E CONSTITUIÇÃO FEDERAL Art. 165, 5º - A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.

22 NATUREZA JURÍDICA Formalmente, são leis. Não engendram direitos a terceiros. Mas materialmente, são: Doutrina clássica: ato-condição. É lei formal que tão-somente prevê as receitas públicas e autoriza os gastos, sem criar direitos subjetivos e sem modificar as leis tributárias e financeiras (Gaston Jèze). É mero ato-condição, que só do ponto de vista formal reveste as características de lei.

23 NATUREZA JURÍDICA É ato-condição, posto que preenche a condição exigida pelo direito positivo para o exercício da competência dos agentes administrativos. Porém, nos países que abandonaram a regra da anualidade tributária, a tese do ato-condição não tem significação jurídica. Alguns autores apontam como natureza material de ato administrativo. Críticas: depende da aprovação do Legislativo, ao contrário dos atos administrativos.

24 TRAMITAÇÃO PARLAMENTAR DO ORÇAMENTO Fases de tramitação legal Iniciativa Discussão Votação Sanção Porém, essas fases são mais diminutas, céleres, pois as leis são temporárias (não são perenes). Regras especiais: art. 166, CF.

25 TRAMITAÇÃO PARLAMENTAR DO ORÇAMENTO O Sistema Orçamentário Brasileiro é estruturado com base em uma lei complementar, de caráter financeiro e permanente (art. 165, 9.º/CR). Lei de responsabilidade fiscal. Lei Complementar 101/2000.

26 : 2º - Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o Art. 165, 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas: I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subsequente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa; II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa; III - o projeto de lei orçamentária da União será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa.

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