Vogais Altas e Glides no Português Brasileiro e no Inglês Britânico

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1 Luci Kikuchi Vogais Altas e Glides no Português Brasileiro e no Inglês Britânico Belo Horizonte 2001 Universidade Federal de Minas Gerais Luci Kikuchi

2 Vogais Altas e Glides no Português Brasileiro e no Inglês Britânico Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Letras: Estudos Lingüísticos como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Lingüística, na linha de pesquisa Estrutura Sonora da Linguagem. Área de concentração: Lingüística Orientadora: Profa. Dra. Thaïs Cristófaro Silva UFMG Belo Horizonte Faculdade de Letras da UFMG 2001

3 K62v Kikuchi, Luci Vogais altas e glides no português brasileiro e no inglês britânico [manuscrito] / Luci Kikuchi Xiii, 156 f., enc. : il., color, graf. Tab. Orientadora : Thaïs Cristófaro Silva Dissertação (mestrado) Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Letras. Bibliografia : f Gramática comparada e geral Fonologia Teses. 2. Língua portuguesa Fonética Teses. 3. Língua inglesa Fonética Teses. 4. Língua portuguesa Vogais Teses. 5. Língua inglesa Vogais Teses. 6. Língua portuguesa Gramática comparada Inglês Grã-Bretanha Teses. 7. Língua inglesa Gramática comparada Português Brasil Teses. 8. Aquisição da segunda linguagem Teses. 9. Nasalidade (Fonética) Teses. I. Silva, Thaïs Cristófaro. II. Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Letras. III. Título. CDD : 414

4 Dissertação defendida e aprovada em 3/12/2001, pela banca examinadora constituída pelos professores: Profa. Dra. Thaïs Cristófaro Silva (orientadora) Universidade Federal de Minas Gerais Prof. Dr. César Reis Universidade Federal de Minas Gerais Prof. Dra. Carmen Lúcia Matzenauer Hernandorena Universidade Católica de Pelotas

5 À Renata e ao Ubiratan

6 AGRADECIMENTOS Este trabalho é fruto de muito esforço meu e de minha orientadora, Thaïs. Sem ela, este fruto não teria brotado, crescido e amadurecido. Com ela, além de realizar este sonho que é esta dissertação, cresci como profissional, pessoa, lingüista. Foi ela que me ensinou que aluno aprende melhor com carinho, quando aluno procura o professor, é porque precisa de ajuda, mudando minha postura como profissional. Não tenho palavras para agradecê-la. Aos meus pais por terem me proporcionado esta educação e este incentivo. Sou o que sou graças a eles. O alto investimento e o exemplo impecável do papai. Tenho certeza que ele está em algum lugar desta eternidade feliz e orgulhoso. Mamãe, que me criou guerreira através de seu exemplo e educação. Ao Boya e ao Eidi, meus discretos e equilibrados irmãos. Ao Ubiratan que compartilhou todos os meus problemas, ou nossos. Obrigada por seu apoio e por me ter dado esta criatura linda chamada Renata, que me deu o título de mãe durante o mestrado. Um agradecimento especial aos meus alunos e colegas da Unimontes por todo o apoio que me foi dado em todos os sentidos. E principalmente aos meus alunos do 4 o. e 6 o. período que se preocuparam comigo e meu estado de saúde. Agradeço a FAPEMIG e à UNIMONTES pelo apoio financeiro e moral. Agradeço meus chefes, colegas e os alunos do CCAA. Aos meus amigos, Ju, Andréia, Andrey, Carmen, Aloísio, Edu, Marina, Beth, Helena, enfim todos que me escutaram, apoiaram durante estes anos de luta. Aprender é uma luta árdua.

7 À Cida, por ter cuidado da minha Renatinha enquanto tentava recuperar uma noite de sono perdida. E claro, à guerreira número 2 da casa, Helena, que vem lutando comigo há sete anos. E que durante este mestrado, ficou com Rê dia e noite para eu finalizar esta obra. Helena é um exemplo de amizade, fidelidade e dignidade. Aos professores da UFMG que me apoiaram e me ensinaram muito.

8 When he aims straight, he shoots higher than man can see - past the stars to the place where all dreams are really born. Linda Goodman

9 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS... LISTA DE TABELAS... RESUMO... 1 INTRODUÇÃO Objeto de estudo Justificativa Organização do trabalho Objetivos e Hipótese... 2 FONÉTICA Introdução A Produção dos sons da fala As Vogais Propriedades articulatórias Altura do corpo da língua Grau de anterioridade/posterioridade da língua Arredondamento dos lábios Propriedades articulatórias das vogais Vozeamento Qualidade vocálica Nasalização Duração Tensão Notação dos segmentos vocálicos O Método das vogais cardeais As Propriedades acústicas Os Correlatos acústicos das propriedades articulatórias A Sílaba Acento Vogais altas e glides no português brasileiro

10 As Vogais altas no português brasileiro Os Ditongos no português brasileiro Vogais altas e glides no inglês britânico As Vogais altas no inglês britânico Os Ditongos do inglês britânico Os Glides /j, w/ no inglês britânico Conclusão FONOLOGIA Introdução O Modelo fonêmico Introdução Fonemas Distribuição complementar Variação livre Princípio de pressão estrutural A Análise fonêmica das vogais altas e dos glides no português brasileiro A Alofonia de /i/ no português brasileiro A Alofonia de /u/ no português brasileiro Conclusão A Análise fonêmica das vogais altas e dos glides no inglês britânico Os Fonemas /i, u,, / Os Ditongos no inglês britânico Os Glides [j, w] no inglês britânico Conclusão Conclusão geral de fonêmica O Modelo gerativo padrão Introdução Os Traços distintivos Traços de classes principais Traços de corpo da língua Traços relacionados com o formato dos lábios Traços prosódicos As Vogais altas e os glides no português brasileiro Introdução

11 Processos fonológicos no português brasileiro Conclusão As Vogais altas e glides no inglês britânico Introdução Processos fonológicos no inglês britânico Conclusão Conclusão geral do modelo gerativo padrão O Modelo da fonologia autossegmental As Vogais altas e os glides no português brasileiro Os Glides pré-vocálicos Os Glides pós-vocálicos A Vogal alta longa Conclusão As Vogais altas e os glides no inglês britânico Conclusão Conclusão do modelo autossegmental O Modelo teórico da otimalidade Introdução Formalismo da teoria da otimalidade Análise das vogais altas e glides no português brasileiro pela teoria da otimalidade Análise das vogais altas e glides no inglês britânico pela teoria da otimalidade Conclusão geral CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

12 LISTA DE FIGURAS 1 O Sistema respiratório e fonatório O Trato vocal O Limite vocálico Posição da língua na produção das vogais cardeais Tipos de arredondamento dos lábios As Oito vogais cardeais Vogal alta falada por um homem a uma freqüência fundamental de 120 hz Gráfico de freqüência de formantes vogais Esquema do esforço muscular e da curva da força silábica As Vogais altas do português de Belo Horizonte F1 e F2 no português europeu, português brasileiro e as vogais cardeais Os Ditongos[ai] e [aυ] no português brasileiro As Vogais altas do inglês RP Espectrogramas das vogais altas do inglês Os Ditongos do RP Diagrama da teoria da otimalidade

13 LISTA DE TABELAS 1 As VC1 a VC As VC9 a VC As VC17 a VC Resultados de J.C. Wells obtidos em Alofones das vogais altas no português brasileiro Valores das F1 e F2 das vogais altas, medidos em Hz Ocorrência de vogais altas, ditongos e glides do português brasileiro e no inglês britânico Os Alofones do fonema /i/ no português brasileiro. Sendo que V=vogal, C=consoante Os Alofones do fonema /u/ no português brasileiro Tabela comparativa de vogais altas e glides no português brasileiro e no inglês britânico Traços distintivos para as vogais altas no português brasileiro Traços utilizados na caracterização de /i,u,j,w/ no português brasileiro Traços distintivos dos alofones das vogais altas e glides no português brasileiro Traços distintivos das vogais altas e glides no inglês britânico Tableau da língua hipotética Tableau da representação de "lua" Tableau da representação de "pai" Tableau da representação de "see" Inventários fonéticos e fonológicos das vogais altas no português brasileiro e no inglês britânico

14 RESUMO Este trabalho faz uma análise fonética e fonológica das vogais altas /i, u/ e glides /j, w/ no português brasileiro e no inglês britânico RP (Received Pronunciation). O RP foi escolhido por considerado modelo de pronúncia no ensino do inglês britânico aos aprendizes de inglês como segunda língua (MCARTHUR, 1992). Esta pesquisa apontará semelhanças e diferenças nas vogais altas /i, u/ e os glides /j, w/ nos dois sistemas sonoros. Estes sons foram escolhidos pela alta ocorrência nas línguas naturais. Este trabalho também pretende descrever os traços articulatórios e acústicos desses sons e pretende contribuir para o estudo fonético e fonológico das vogais altas e glides.também pretende mostrar e entender melhor a distribuição complementar destes sons para pesquisas futuras em lingüística e em lingüística aplicada.

15 ABSTRACT The present work analyses the high vowels /i, u/ and the glides /j, w/ in Brazilian Portuguese and British English (RP). This particular English dialect was chosen for being considered a model of pronunciation for the teaching of English as a second language. (MACARTHUR, 1992). This study will show similarities and differences among the high vowels /i, u/ and the glides /j, w/ in the sound systems of the two languages. These sounds have been chosen due to its high occurrence in the natural languages. This research also describes articulatory and acoustic features of these sounds and intends to contribute for the phonetic and phonological study of the high vowels and glides of the natural languages. It also shows the complementary distribution of these sounds in order to contribute to future researches in linguistics and applied linguistics.

16 13 1. INTRODUÇÃO 1.1 O Objeto de estudo As línguas do mundo alternam segmentos vocálicos e consonantais na constituição de enunciados. Foneticamente, os segmentos consonantais são produzidos com algum tipo de obstrução no fluxo de ar nas cavidades acima da glote, no trato oral, podendo haver fricção ou não. Na produção dos segmentos vocálicos, em oposição, não ocorre obstrução ou fricção no trato oral. A categorização dicotômica de consoantes e vogais é explícita foneticamente a partir da obstrução ou não da passagem da corrente de ar pelo trato vocal. No entanto, alguns segmentos podem não ter interpretação fonológica tão explícita quanto ao seu estatuto como vogal ou como consoante. Estes segmentos serão denominados glides neste trabalho 1. Os glides são segmentos que podem ser fonologicamente interpretados em algumas línguas como vogais e em outras línguas como consoantes (Trask, 1996). Foneticamente, tanto os glides quanto as vogais, são sons produzidos continuamente e sem fricção. Neste trabalho, trataremos dos glides palatais e velares. 2 Glides palatais podem ser transcritos como /j, y,, /. Glides velares podem ser transcritos como /w, j, /. Alguns sons da fala são ditos universais devido a sua ocorrência em todas ou em quase todas as línguas naturais. As vogais altas [i,u] e a vogal baixa [a] fazem parte 1 A palavra glide, de que também nos valemos, já se encontra documentada da Literatura Lingüística Portuguesa (BISOL,1989). A classificação fonética tradicional denomina os glides, semivogais.

17 14 deste inventário universal. De acordo com Picket (1999), há três vogais correspondentes aos três extremos de constrição no trato oral. Picket denomina estas vogais como vogais de ponta que em princípio ocorrem em todas as línguas naturais e podem ser classificadas como: Vogais de ponta. [i] posição anterior e alta da língua, lábios estendidos. [u] posição posterior e alta da língua, lábios arredondados. [a] posição baixa e central da língua, lábios estendidos Estas três vogais fazem parte de um sistema vocálico triangular e simétrico considerado básico nas línguas naturais (Roca/Johnson, 1999). Elas são tão comuns que são referidas como o padrão das três vogais básicas. Jakobson afirmou que [i,a,u] são universalmente os três primeiros fonemas vocálicos que se manifestam na fala da criança (Schane, 1973). As vogais altas e os glides foram escolhidos como tema de pesquisa devido a sua alta ocorrência nas línguas naturais, pela alternância possível entre os glides e as vogais altas e pelo estatuto fonológico variável destes sons, ora como vogais, ora como consoantes. 1.2 Justificativa 2 Alguns autores consideram [r] como glide na análise do inglês (O'CONNOR, 1980). Os argumentos para esta opção seguem da interpretação fonológica assumida.

18 15 Pretendemos demonstrar nesta seção, que as vogais altas /i, u/ podem ser agrupadas como pertencendo a uma classe natural. Dizemos que dois segmentos pertencem a uma classe natural quando um ou mais dos requisitos relacionados a seguir, são preenchidos (Hyman, 1975): Os dois segmentos submetem-se a mesma regra fonológica; Os dois segmentos juntos mudam em ambientes específicos; Um segmento é transformado em outro segmento através de uma regra fonológica; Um segmento é derivado no ambiente de outro segmento. Essencialmente, todos os elementos pertencentes a uma certa classe natural apresentam comportamento semelhante. Os segmentos da classe natural condicionam ou são submetidos a um processo fonológico devido a alguma característica fonética que é compartilhada por estes segmentos. Por exemplo, é comum o fato de ocorrer a palatalização de consoantes no contexto de vogais altas. Dizemos que ocorre um processo de palatalização. Este processo é motivado pelo fato da vogal alta anterior [i] ser produzida pela aproximação da língua ao palato duro. Este fenômeno de palatalização ocorre em várias línguas, dentre elas o papago, o kongo do sul e o português do Brasil. Vamos discutir cada um destes casos a seguir. Considere em (1) os dados do papago (Halle & Clements, 1994). 3 (1) a. [bi dzim] virar-se b. [ ta pan] repartir c. [ hidod ] cozinheiro d. [ t kid] vacinar 3 Língua da família Uto-Asteca, falada no estado do Arizona (USA) e no México.

19 16 e. [ atwid] atirar f. [ t uku] tornar-se preto g. [ da s p] pressionar com a mão h. [ toha] tornar-se branco i. [ d u ki ] chuva j. [ h w id] cheiro k. [ t iha ] contratar l. [ to i] esquentar m. [ wid ut] ritmo n. [ ta tad ] pés o. [ ki t ud] construir uma casa para p. [ do dom] copular q. [ ta tam] tocar No papago, as oclusivas [t, d] estão em distribuição complementar com as africadas [t, d ]. Estes grupos de segmentos ocorrem em ambientes exclusivos. Precedendo a vogal alta e suas variantes ocorrem as africadas alveopalatais [t, d ]. Nos demais ambientes, ou seja, antes de outras vogais ocorrem as oclusivas alveolares [t, d]. Examine os dados abaixo, que são do congo do sul (Halle & Clements, 1994). 4 (2) a.[tobola] ter um buraco b.[t ina] cortar c.[kesoka] ser cortado d. [nko i] leão e. [zen a] cortar f. [ ima] esticar g. [kasu] emagrecer h. [t iba] banana i. [nselele] cupim j. [lolon i] lavar k. [zevo] então l. [a imola] esmola 4 Língua da família Bantu, falada em Angola.

20 17 m. [nzwetu] nossa casa n. [kunezulu] para o céu o. [tanu] cinco No kongo do sul, os segmentos consonantais alveolares [t, s, z] encontram-se em distribuição complementar com as consoantes palatais [t,, ]. Podemos perceber que as consoantes alveolares tornam-se palatais quando precedem as vogais altas anteriores. Precedendo as outras vogais, as consoantes alveolares ocorrem. Em alguns dialetos do português brasileiro, como por exemplo o de Belo Horizonte, as oclusivas alveolares [t, d] são palatalizadas quando seguidas da vogal alta anterior. Considere os dados abaixo: (3) a. [ta tu] tatu b. [ tu ] tua c. [ t i ] tia d. [ t t ] teto e. [ dat ] data f. [ d i ] dia g. [ du s] duas h. [ atl s] atlas i. [ tres] três Os exemplos acima demonstram que as consoantes africadas [t, d ] ocorrem seguidas da vogal alta anterior [i]. Nos demais ambientes, ou seja, antes das demais vogais e seguidas de consoante na mesma sílaba, ocorrem as consoantes [t, d].

21 18 Podemos concluir pelos exemplos apresentados em (1-3) que as vogais altas anteriores podem desencadear o fenômeno fonológico conhecido como palatalização. Ou seja, quando uma consoante oclusiva alveolar precede uma vogal alta anterior é transformada em consoante africada através do fenômeno fonológico da palatalização. As vogais altas numa mesma classe natural, em várias línguas naturais, apresentam a alternância entre vogais altas e os glides correspondentes. Por exemplo, no francês há três semivogais correspondentes às vogais altas, havendo alternância entre as três vogais altas e seus respectivos glides, (Schane,1973). A alternância (e/ou variação) entre vogais altas e glides é atestada também em espanhol e em italiano. Considerando-se que as vogais altas são segmentos tidos como universais e considerando-se também que estes segmentos podem ser agrupados numa mesma classe natural, optamos em investigar o comportamento das vogais altas e dos glides no português brasileiro e no inglês britânico. Na próxima seção, apresentamos a organização geral desta dissertação. 1.3 Organização do trabalho Este trabalho está dividido em duas partes principais: Fonética (capítulo 2) e Fonologia (capítulo 3). Os dados desta pesquisa são oriundos de fontes secundárias que descrevem e analisam vogais altas e glides no português brasileiro e no inglês britânico. Os dados do português brasileiro são do dialeto padrão de Belo Horizonte. Os dados do inglês

22 19 são do inglês britânico, o R.P. (Received Pronunciation). 5 Quando pertinente, avaliamos dados adicionais para corroborar ou refutar uma proposta de análise. O capítulo 2, ''Fonética'', discute inicialmente a relação entre a fonética e a fonologia. Procede-se então a descrição fonética articulatória e a caracterização acústica das vogais altas e glides. As descrições fonéticas baseiam-se nos estudos de Pike (1943); Abercrombie (1967); Jones (1969); Câmara Júnior (1970); Bisol (1989); Callou & Leite (1990); Ladefoged (1996); Cagliari (1998) e Cristófaro Silva (1999a). Além da descrição articulatória, as vogais são descritas pelo método das vogais cardeais e este método considera parâmetros articulatórios e auditivos na descrição dos segmentos vocálicos. Discute-se ainda, a noção de sílaba e de acento, pois tais noções são importantes para a descrição e análise apresentadas para as vogais altas e glides no português brasileiro e no inglês britânico. O capítulo de ''Fonologia'' discute análises fonológicas potenciais das vogais altas e glides no português brasileiro e no inglês britânico em quatro modelos fonológicos: O Modelo Fonêmico, o Modelo da Fonologia Gerativa Padrão, o Modelo Autossegmental e o Modelo da Otimalidade. Cada uma destas análises pretende indicar os pontos positivos de cada modelo e indicar aspetos a serem aprimorados nas propostas teóricas subseqüentes. O Modelo Estrutural ou a Fonêmica foi escolhido por ser um modelo fonológico pioneiro. O Modelo da Fonologia Gerativa Padrão proposto por Chomsky & Halle (1968), influenciou todas as teorias fonológicas que o seguiram. O Modelo da Fonologia Autossegmental de Goldsmith (1990), salienta-se por dar um estatuto teórico à sílaba (que passa a operar como 5 Received Pronunciation (RP) é a forma de pronúncia mais descrita em livros de fonética de inglês britânico e tradicionalmente ensinado a aprendizes de inglês como segunda língua ou língua estrangeira.

23 20 constituinte). O último modelo a ser discutido, o da Otimalidade, é o modelo dos anos 90, o modelo corrente. 1.4 Objetivos e Hipótese O objetivo deste trabalho é apresentar um estudo fonético e fonológico das vogais altas e glides no português brasileiro e no inglês britânico. Tal estudo é relevante pelo fato de não contarmos com trabalhos anteriores, cujo objetivo específico seja o de analisar as vogais altas e glides em profundidade nestas duas línguas. Os objetivos específicos deste trabalho são: Descrever foneticamente as vogais altas e glides no português brasileiro e inglês britânico em termos articulatórios e acústicos, explicitando seus ambientes de ocorrência e identificando o comportamento destes segmentos na estrutura silábica. Descrever e avaliar o comportamento fonológico das vogais altas e glides no português brasileiro e no inglês britânico. Analisar a pertinência e adequação de quatro modelos fonológicos para a análise das vogais altas e glides no português brasileiro e no inglês britânico. Tomamos como hipótese básica que as vogais altas e os glides operam de maneira diferente na estrutura sonora do português brasileiro e no inglês britânico. Portanto, esta é a hipótese a ser investigada nesta pesquisa. Acreditamos que se compreendermos o comportamento destes sons nas duas línguas, contribuiremos também para a discussão teórica do ensino e aprendizado de inglês ou português como segunda língua. Portanto,

24 21 como objetivo final, este trabalho pretende servir como orientação para pesquisas futuras tanto na área de concentração da lingüística como na área da lingüística aplicada. 2. FONÉTICA 2.1 Introdução A lingüística é a ciência que estuda os fenômenos ligados à linguagem humana, que procura explicar os princípios e características que regulam as estruturas da língua. É dividida em áreas, entre as quais, a fonética e a fonologia, (Cagliari, 1997). Ambas as ciências estudam os sons usados na fala ou o sistema sonoro de uma língua, sendo a fonética a base para a fonologia. A fonética é a ciência que apresenta métodos de descrição fisiológica, física e classificação dos sons das línguas naturais (Cristófaro Silva, 1999a). A fonética permitenos descrever os mecanismos e os processos que estão envolvidos na produção da fala. O papel principal do foneticista é descrever o que acontece tanto com o falante durante sua fala, quanto com o ouvinte quando a capta (Ladefoged, 1982). Numa perspectiva mais ampla, podemos dizer que a fonética baseia-se na produção, percepção e transmissão dos sons da fala. A fonética pode ser dividida em áreas de interesse que são: Fonética articulatória: É a área de investigação mais antiga, conseqüentemente a mais sólida dentro da fonética lingüística (Cagliari & Massini-Cagliari, 2001). A fonética articulatória consiste no estudo da produção da fala do ponto de vista fisiológico e articulatório. Os sons da fala são descritos a partir dos movimentos atestados no aparelho fonador que estão envolvidos na articulação.

25 22 Fonética auditiva: Estudo da percepção da fala. Ou seja, como as ondas sonoras da fala são analisadas e identificadas pelo ouvido e o cérebro humano (Crystal, 1997). Fonética acústica: Estudo das propriedades físicas dos sons da fala a partir de sua transmissão do falante ao ouvinte. Descreve como estes sons são transmitidos a partir das propriedades físicas ou acústicas. (Cagliari & Massini-Cagliari, 2001). Fonética instrumental: Estudo das propriedades físicas da fala, com o suporte de instrumentos laboratoriais. Existem muitos instrumentos disponíveis atualmente para o estudo da produção da fala, como equipamento para gravar a fala, ou para analisar as propriedades acústicas da fala ou para investigar a fisiologia das cordas vocais. A fonética investiga também os sons em relação uns aos outros, analisa a organização dos segmentos em unidades maiores (como sílabas, por exemplo) e avalia a organização do acento e de estruturas supra-segmentais (como o ritmo e a entoação). Neste trabalho, limitaremos à avaliação segmental das vogais altas e glides. A descrição fonética apresentada é baseada em propriedades articulatórios, auditivos e acústicos. 2.2 A Produção dos sons da fala Os sons da fala são produzidos com algum tipo de interferência em uma corrente de ar em movimento no trato vocal. A corrente de ar é a fonte de energia dos sons da fala. A interferência na corrente de ar usada para a produção dos sons da fala é denominada

26 23 mecanismo de corrente de ar. A FIG.1 a seguir representa o sistema respiratório e o fonatório. FIGURA 1 O Sistema respiratório e fonatório. FONTE - CRYSTAL, p O sistema respiratório compreende os pulmões que são órgãos esponjosos contidos dentro de uma cavidade formada pela caixa torácica e o diafragma. No sistema respiratório tem-se ainda os músculos pulmonares, os tubos brônquios e a traquéia. Quando o diafragma, que é um músculo, move-se para cima, há compressão da caixa torácica, fazendo a corrente de ar fluir em direção oposta aos pulmões. Este é o mecanismo de corrente de ar mais comum nas línguas do mundo - o mecanismo de corrente de ar pulmonar egressivo. Neste mecanismo, o ar expelido dos pulmões em direção à boca e/ou ao nariz. No português e no inglês, as línguas em estudo, todos os segmentos são produzidos com o mecanismo de corrente de ar pulmonar egressiva.

27 24 Há também o sistema fonatório que se localiza na laringe. Neste sistema ocorre o vozeamento (ou sua ausência) na produção dos sons. As cordas vocais são responsáveis pelo vozeamento. O sistema articulatório compreende a faringe, a língua, o nariz, os dentes e os lábios. O sistema articulatório é responsável pela modificação na estrutura da cavidade oral através do movimento dos articuladores indicados acima. Considere a FIG. 2 abaixo, que representa o trato vocal com os articuladores passivos e ativos envolvidos na produção dos sons da fala. FIGURA 2 O Trato vocal FONTE - SMALL, 1999, p. 42. Os sons da fala são articulados com a modificação do trato vocal, a ação dos articuladores ativos e passivos, e com a passagem da corrente de ar. Assim são produzidos os segmentos vocálicos e consonantais. No caso das vogais, ocorre primordialmente a modificação da posição da língua. Uma pequena alteração na configuração da língua causa efeitos articulatórios, auditivos e acústicos significativos. Na próxima seção, definimos o

28 25 conceito de segmento vocálico e procedemos à descrição dos segmentos a serem investigados nessa dissertação. 2.3 As Vogais Segmentos ou fones são os sons da fala que compõem um enunciado. Estes segmentos podem ser arranjados em padrões diferentes para formar sílabas, que por sua vez formam palavras, que finalmente formam um enunciado. Os segmentos podem ser divididos em duas categorias: vogais e consoantes. As vogais são produzidas sem obstrução no trato vocal e na articulação das consoantes há obstrução no trato vocal. Estas categorias vogais e consoantes - são definidas por este critério fonético básico que se relaciona à obstrução (ou não) do trato vocal. Jones (1969), estabeleceu uma linha vocálica na altura do palato na boca, simbolizada pela linha pontilhada que aparece na FIG. 3 abaixo. FIGURA 3 O Limite vocálico FONTE - JONES, p. 13

29 26 Durante a articulação de um som, se a língua ultrapassar a linha vocálica ocorre um som friccional que caracteriza um segmento consonantal. Por outro lado, se a língua não ultrapassar a linha vocálica (e, portanto, se não ocorrer fricção audível), teremos a produção de um segmento vocálico. Contudo, durante a produção da fala, há uma constrição ou estreitamento em alguma parte do trato vocal tanto na produção dos segmentos vocálicos, quanto nos consonantais (Picket, 1999). Os segmentos vocálicos, em termos fisiológicos, são sons tipicamente produzidos com a aproximação ou constrição dos articuladores, mas com ausência de obstrução ou fricção no trato vocal. Os segmentos consonantais, por outro lado, são produzidos com estritura 6. A produção dos segmentos consonantais envolve um contato ou aproximação de áreas dos articuladores ativo e passivo relativamente maior, ultrapassando a linha vocálica proposta por Daniel Jones. (cf. FIG. 3). Entendemos como segmento vocálico qualquer som que seja produzido com a língua abaixo da linha que define o limite vocálico. Ao ingressar na linha do limite vocálico ocorre a fricção, que caracteriza um segmento consonantal. 2.4 Propriedades articulatórias As propriedades articulatórias descritas nesta seção, que são utilizadas para a classificação dos segmentos vocálicos são baseados em Cagliari (1981); Ladefoged (1982); Cristófaro Silva (1999a) e Cagliari & Massini-Cagliari (2001). Os segmentos vocálicos 6 Estritura é a posição assumida pelo articulador ativo em relação ao passivo, indicando como e em que grau a passagem da corrente de ar através do aparelho fonador (ou trato vocal) é limitada neste ponto (ABERCROMBIE, p. 44). A partir da natureza da estritura, classificamos os segmentos consonantais quanto à maneira ou modo de articulação (CRISTÓFARO SILVA, 1999a).

30 27 podem ser classificados ou descritos por três traços articulatórios básicos mencionados abaixo. 1. Altura do corpo da língua; 2. Grau de anterioridade/posterioridade da língua; 3. Arredondamento ou não dos lábios. A seguir cada um destes traços articulatórios será considerado separadamente Altura do corpo da língua Os segmentos vocálicos podem ser classificados como altos, médios ou baixos, quanto a altura da língua na cavidade oral no eixo vertical. Quando, na produção de um segmento vocálico, a língua encontra-se na parte superior da cavidade oral em um ponto alto, estes segmentos vocálicos produzidos são chamados vogais altas. Os segmentos /i/ e o /u/, objetos desta pesquisa, são classificados como vogais altas, pois durante sua produção, a língua encontra-se elevada dentro da cavidade oral. Os segmentos vocálicos produzidos quando o corpo da língua encontra-se em um ponto baixo em oposição ao ponto alto, são denominados vogais baixas, por exemplo, o /a/. Quando a posição da língua é intermediária, temos vogais médias. Dependendo da língua, pode haver alturas intermediárias, quanto à caracterização das vogais médias. Na descrição do português, há quatro níveis de altura: alta, média-alta, média-baixa e baixa (Cristófaro Silva, 1999a). Na descrição do inglês, Ladefoged (1982) considera três níveis de altura: alta, média e baixa.

31 28 FIGURA 4 Posição da língua na produção das vogais cardeais. FONTE JONES, p A FIG. 4 acima, indica a posição da altura da língua durante a articulação dos segmentos vocálicos. No diagrama da esquerda, o segmento /i/ é classificado como alto. Os segmentos /e, / são classificados como médios e o segmento /a/ é classificado como baixo. Já no diagrama da direita, o segmento /u/ é classificado como alto, os segmentos /o, / classificados como médios. E o segmento / / é classificado como baixo. A diferença entre o diagrama da esquerda é da direita está no grau de anterioridade e posterioridade da língua, que será discutido a seguir Grau de anterioridade/posterioridade da língua Os segmentos vocálicos podem ser classificados também pelo grau de anterioridade e posterioridade da língua. Neste caso, é considerada a posição da língua no eixo horizontal da cavidade bucal, dividindo-a em três partes. Se, na produção da vogal, o corpo da língua estiver na parte da frente da cavidade bucal, a vogal é classificada como anterior. Se o corpo da língua estiver na parte média da cavidade bucal, a vogal é classificada como

32 29 central e, finalmente, se o corpo da língua estiver na parte de trás da cavidade bucal, a vogal é classificada como posterior. Na FIG. 4, as vogais do diagrama da esquerda são classificadas como vogais anteriores /i, e,, a/. As vogais do diagrama da direita são classificadas como vogais posteriores: /u, o,, /. Dos segmentos a serem analisados neste trabalho, podemos, portanto, classificar a vogal /i/ como anterior e a vogal /u/ como posterior Arredondamento dos lábios O terceiro parâmetro articulatório envolvendo os segmentos vocálicos é a posição assumida pelos lábios. Durante a produção de um segmento vocálico os lábios podem estar arredondados ou estendidos. O arredondamento nos lábios resulta no alongamento da caixa de ressonância. Na maioria das línguas do mundo, há uma relação previsível entre as dimensões fonéticas de grau de posterioridade da língua e arredondamento dos lábios. As vogais anteriores são, em geral, produzidas com os lábios estendidos e as vogais posteriores são produzidas com os lábios arredondados. No entanto, podem ser encontradas vogais posteriores estendidas e vogais anteriores arredondadas, (Ladefoged, 1996). No francês, a vogal simbolizada por [y], é alta, anterior e arredondada. No japonês, a vogal alta posterior, [ ], é produzida com os lábios estendidos.

33 30 No português, o segmento [u] é produzido com os lábios arredondados e o segmento [i] é produzido com os lábios estendidos. Este padrão que é apresentado no português ocorre na maioria das línguas naturais. A Fig. 5 abaixo apresenta as posições dos lábios quanto ao arredondamento, sugerida por Jones (1969). FIGURA 5 Tipos de arredondamento dos lábios FONTE - JONES, P. 17 (a) Lábios estendidos (b) Posição neutra (c) Arredondamento aberto (d) Arredondamento fechado Na Fig. 5 acima, os lábios encontram-se estendidos em (a), na posição neutra em (b), em posição de arredondamento aberto em (c) e finalmente em posição de arredondamento fechado em (d) (Jones, 1969). 2.5 Propriedades articulatórias das vogais Nesta seção, trataremos da noção de vozeamento e de qualidade vocálica. Estas duas noções são muito importantes para a compreensão dos segmentos vocálicos Vozeamento O ar que sai dos pulmões para a produção dos sons da fala, sobe pela traquéia, laringe e neste ponto, passa entre dois pequenos músculos denominados cordas vocais. Se as cordas vocais estiverem separadas, como geralmente estão quando respiramos

34 31 normalmente, a corrente de ar que sai dos pulmões passará livremente em direção à boca. Porém, se as cordas vocais estiverem se aproximando, deixando apenas uma abertura estreita para a passagem da corrente de ar, esta corrente de ar causará vibração das cordas vocais. Os sons produzidos com a vibração das cordas vocais são chamados de sons vozeados. Por sua vez, os sons produzidos com as cordas vocais abertas, (quando não ocorre vibração das cordas vocais) são denominados sons desvozeados. O grau de vozeamento dos segmentos é, em geral, importante para a distinção dos sons nas línguas naturais. Por exemplo, em português, temos as palavras faca /faka/ e vaca /vaka/ sendo que o que basicamente distingue estas palavras é o som inicial. O som /f/ é desvozeado e o som /v/ é vozeado. As vogais produzidas isoladamente são tipicamente vozeadas, ou seja, produzidas com a vibração das cordas vocais. No entanto, dependendo do contexto, os segmentos vocálicos podem ser desvozeados. Ou seja, se pode ter segmentos vocálicos produzidos com ausência de vozeamento. Em certos contextos, quando os segmentos adquirem uma característica fonética de sons vizinhos, uma vogal tende a se tornar desvozeada. Por exemplo, no português brasileiro, o som / / final que antecede o /t/ em pato /pat /, pode ser classificado como desvozeado. Isso se deve ao fato da vogal final / / assimilar a propriedade de desvozeamento do som anterior /t/, que é um segmento desvozeado. Utiliza-se o símbolo de um círculo colocado abaixo da vogal para indicar o desvozeamento. A ausência deste diacrítico expressa que a vogal é vozeada.

35 Qualidade vocálica Todos os sons ou segmentos vocálicos e consonantais de uma língua possuem uma qualidade de som distintiva e única associada a um único formato do trato vocal e um padrão vibratório correspondente ou ressonância. Cada som da fala tem uma única característica de ressonância que não o deixa ser confundido com outro som. A qualidade transforma cada som em uma entidade única (Small, 1999). Durante a articulação dos sons da fala, a língua e outros articuladores modificam a sua posição no trato vocal. Esta mudança de posição dos articuladores modifica, portanto, o espaço de ressonância ou freqüências naturais de vibração da corrente de ar no trato vocal, para produzir os sons vocálicos e consonantais diferentes. Os três traços articulatórios das vogais expostos acima ou seja, altura do corpo da língua, grau de anterioridade/posterioridade da língua e arredondamento dos lábios - contribuem para a determinação da qualidade vocálica ou timbre de um segmento vocálico. A qualidade de um som vocálico depende do formato da caixa de ressonância (a cavidade pulmonar, a cavidade bucal e a cavidade nasal) no trato vocal. Portanto, a posição assumida pela língua no eixo da cavidade bucal (no sentido vertical e horizontal) associados ao formato dos lábios, caracteriza a qualidade de uma vogal (Abercrombie, 1967). Por exemplo, a vogal [i] representa a vogal alta anterior não-arredondada oral, com qualidade diferente da vogal [ ] que também é vogal alta anterior não-arredondada oral.

36 Nasalização Qualquer segmento consoante ou vogal - pode ser oral ou nasal. Um segmento é nasal quando o mesmo é produzido com o abaixamento do véu palatino, permitindo que a corrente de ar ou parte desta escape pelo nariz. Este abaixamento do véu palatino altera a área de circulação da corrente de ar no trato vocal (nas cavidades oral e nasal) e altera a qualidade vocálica. No entanto, a nasalização altera muito pouco a qualidade vocálica, por isso, ao transcrever os segmentos vocálicos nasais, a maioria dos autores usa os mesmos símbolos vocálicos, com o acréscimo de um til (~) colocado acima da vogal oral. Por exemplo, [a] oral e [a ], sua correspondente nasal. Em algumas línguas há o contraste entre vogais orais e nasais (Ladefoged, 1982). Por exemplo, em português, vi [vi] e vim [vi ]. Contudo, as vogais nasais são segmentos marcados que ocorrem em poucas línguas naturais. Os segmentos orais são não-marcados e ocorrem em todas as línguas naturais. A nasalização é a articulação secundária vocálica mais comum, sendo as vogais nasais [i, a,u ] as mais freqüentes nas línguas naturais (Maddieson, 1984a apud Ladefoged, 1996). Isso é decorrente do fato de suas correspondentes orais [i,a,u] serem as vogais mais freqüentes nas línguas do mundo (Ladefoged, 1996). A nasalidade e a altura da língua na articulação das vogais estão intimamente relacionadas. Para que uma vogal alta [i] ou [u] seja nasalizada, é necessário apenas um

37 34 pequeno abaixamento do véu palatino, permitindo então, o acesso do fluxo de ar à cavidade nasal. Por outro lado, uma vogal baixa como [a] necessita de um abaixamento relativamente bem maior em relação às vogais altas, para que seja percebida como uma vogal nasal, pois a configuração do trato vocal é bem diferente durante a produção da vogal nasal [a ] e a vogal oral [a]. Apesar de ser uma articulação vocálica muito comum, não analisaremos os segmentos vocálicos nasais neste trabalho. Nosso objetivo é descrever e analisar os segmentos orais vogais altas e glides no português brasileiro e no inglês britânico. Como vogais nasais ocorrem no português brasileiro, mas não no inglês britânico, restringimos ao estudo das vogais orais Duração A duração ou quantidade vocálica de um segmento é um traço de descrição importante e relevante, em particular, para este estudo. Muitas línguas do mundo têm a distinção contrastiva de vogais breves e longas. (Ladefoged, 1996). Por exemplo, no japonês, as palavras [od i:san] avô e [od isan] tio diferem quanto à duração da vogal alta [i]. No primeiro exemplo, a vogal [i] é longa e no segundo exemplo a vogal [i] é breve. Observe que a vogal longa é indicada pelo uso do diacrítico [ ]. A ausência deste diacrítico indica que a vogal é breve. A quantidade é uma medida comparativa: sempre em relação a uma vogal longa, necessariamente há uma vogal breve. Observe o contraste entre vogais longas e breves em

38 35 inglês: [li:v] ''leave'' viver e [l v] ''live'' morar. Nesta língua, além do parâmetro vogal longa-breve ser relevante se observa que ocorre concomitantemente a mudança de qualidade vocálica: [i:] e [ ] Tensão Os segmentos vocálicos podem também ser classificados como tensos e frouxos. Os segmentos frouxos são aqueles segmentos produzidos com menor esforço muscular em relação a um segmento tenso. Por exemplo, no português brasileiro, os segmentos vocálicos frouxos tendem a ocorrer em posição átona final, como em sapo [ sap ], táxi [ taks ]. Já os segmentos tensos, em português, ocorrem em posição tônica e pretônica como em jacu [ a ku] e Paris [pa ris]. Podemos concluir que no português do Brasil a relação entre segmentos vocálicos tensos e frouxos é intimamente associada à proeminência acentual ou tonicidade. No inglês, a relação entre os segmentos vocálicos tensos e frouxos está relacionada à estrutura silábica. As vogais tensas podem ocorrer no final de palavras e sílabas, como em he [hi:] ou too [tu:]. Por outro lado, os segmentos vocálicos frouxos não ocorrem em final de palavra e de sílabas, e devem obrigatoriamente ser seguidos de uma consoante como em had [hæd], look [l k]. Tipicamente, a oposição entre vogais tensas e frouxas é expressa pela adoção de símbolos diferentes. Em inglês, temos uma série de pares de vogais com qualidades

39 36 diferentes (que também se distinguem por serem longas e breves) e muitos autores adotam símbolos diferentes para identificá-las: i,, u,,, æ, etc Classificação dos segmentos vocálicos A notação dos segmentos vocálicos diz respeito à maneira ou à ordem de apresentação das propriedades articulatórias. Deve-se apresentar as informações na seguinte ordem: Altura da língua na cavidade oral Anterioridade ou posterioridade da língua na cavidade oral Posição de arredondamento dos lábios A vogal [i] é classificada como ''vogal alta anterior não-arredondada''. A vogal [u] é classificada como ''vogal alta posterior arredondada''. Informações referentes às propriedades articulatórias secundárias devem seguir na parte final das informações classificatórias. A vogal [i ] classificada como ''vogal alta anterior não-arredondada nasal'' e a vogal [ ] é classificada como ''vogal alta posterior arredondada frouxa''. Tipicamente, não se indica o grau de vozeamento. Contudo, caso este fator seja relevante para a classificação do segmento, a informação classificatória deve vir ao final. Tem-se para [ ]: ''vogal alta posterior arredondada nasal desvozeada''.

40 37 Na próxima seção, descreveremos o Método das Vogais Cardeais. Tal Método tem um caráter complementar à descrição articulatória apresentada nas páginas precedentes. 2.6 O Método das vogais cardeais O método das Vogais Cardeais oferece um instrumental que permite a descrição e interpretação dos segmentos vocálicos que ocorrem nas línguas naturais cujas qualidades vocálicas são variadas (Jones, 1969). Este método é até hoje muito utilizado, pois relaciona os correlatos articulatórios, auditivos e acústicos (Cristófaro Silva, 1999a). O método das Vogais Cardeais será utilizado neste trabalho para descrever e interpretar os segmentos vocálicos do inglês e do português. Tal método permite descrever e representar as vogais simples, ditongos e tritongos. A idéia de adotar um sistema de pontos de referência para a classificação de vogais foi proposta por A. J. Ellis em A nomenclatura cardeal foi usada pela primeira vez por A.M. Bell em 1867, inspirando-se nos pontos cardeais. Daniel Jones reapresentou o método em 1917, em número de oito vogais cardeais, classificando as vogais do inglês a partir deste, tornando-o amplamente usado desde então. Abercrombie (1967) desenvolveu a proposta de Jones até o ponto que se encontra hoje (Cristófaro Silva, 1999b). Oito vogais cardeais, distribuídas de forma eqüidistante numa figura em forma de um trapézio, formam a base do sistema de Daniel Jones, (FIG. 6 a seguir). As vogais cardeais de 1 a 8 são articuladas com o ponto mais alto da língua no limite da linha periférica da área vocálica. A área vocálica é parte da área da cavidade bucal onde a língua assume posições diferentes para a articulação de vogais sem causar contato, fricção ou

41 38 obstrução. Isto caracterizaria a produção de um segmento consonantal. A área vocálica é delimitada pela linha periférica que, se ultrapassada, há fricção ou obstrução, produzindo um segmento consonantal (Cristófaro-Silva, 1999b). FIGURA 6 As Oito vogais cardeais FONTE: LADEFOGED & MADDIESON, p As vogais cardeais de 1 à 8 são chamadas vogais periféricas por Jones (1969) e estas vogais são pontos de referência para todas as vogais das línguas naturais. É importante salientar que estas oito vogais foram selecionadas de forma arbitrária, ou seja, não correspondem ao sistema vocálico de nenhuma língua natural. Por coincidência, pode acontecer de alguma língua conter uma ou mais vogais das oito vogais cardeais. O método propõe um recurso de descrição de vogais a partir de propriedades auditivas que caracterizam uma vogal dentro da área vocálica, que é representada por uma figura em forma de trapézio, muitas vezes chamado de quadrilátero. O ponto da linha periférica para a posição mais avançada e mais alta da língua na cavidade bucal, é a vogal cardeal n o. 1, ou VC1. A VC1 é representada pelo símbolo i.

42 39 O mesmo procedimento pode ser adotado para definir os outros pontos na linha periférica, ou seja, a articulação do ponto mais baixo e mais posterior possível antes de haver contato entre a língua e a úvula, corresponde à vogal [a], a VC5. As três vogais logo abaixo da VC1 no trapézio, correspondem aos pontos das vogais cardeais VC2 = e, VC3 = VC4 = a. As vogais cardeais restantes, que ficam no trapézio em direção ascendente em relação à VC5, são a VC6 =, VC7 = o e VC8 = u. Estas vogais podem ser descritas em termos de categorias de classificação vocálica, como: TABELA 1 As VC1 a VC8 As vogais de 1 a 5 não são arredondadas e de 6 a 8 são arredondadas. Anterior Posterior Alta VC1 i VC8 u Média-alta VC2 e VC7 o Média-baixa VC3 VC6 Baixa VC4 a VC5 FONTE - ABERCROMBIE, p. 154 A aplicação deste método consiste em primeiramente, aprender a pronunciar as oito vogais cardeais, e para classificar uma vogal de uma língua natural, deve-se pedir a um nativo desta que a pronuncie. A partir daí, comparar a postura da língua durante a produção desta, com a da vogal ou vogais cardeais mais próximas, até que se possa determinar a posição específica da língua durante a articulação do segmento em questão. A identificação de uma vogal baseia-se em critérios articulatórios e auditivos.

43 40 A princípio, as oito vogais cardeais são suficientes para a descrição de qualquer segmento vocálico de qualquer língua natural. Porém, foram estabelecidas catorze vogais cardeais secundárias, relacionadas com as vogais cardeais primárias. O quadro abaixo ilustra os segmentos correspondentes aos pontos VC9 a VC16. As VC9 a VC16 que também são pontos fixos, de qualidade invariável. TABELA 2 As VC 9 a VC16 VC9 y VC11 œ VC13 VC15 VC10 ø VC12 VC14 VC16 FONTE - ABERCROMBIE, p. 161 A TAB. 3 abaixo ilustra os símbolos correspondentes aos segmentos vocálicos correspondentes aos pontos VC17 a VC22. TABELA 3 As VC17 a VC22 VC17 VC19 VC21 VC18 VC20 VC22 FONTE - ABERCROMBIE, P As vogais cardeais de secundárias de 9 à 18 estão localizadas na linha periférica do trapézio e as vogais cardeais de 19 a 22 são centrais. Das VC9 a VC16 têm-se a mesma posição de língua que nas vogais primárias VC1 a VC8. A diferença está na posição dos lábios, as VC9 a VC13 são arredondadas e as VC14 a VC16 não são arredondadas. As vogais cardeais secundárias restantes, VC17 a VC22 localizam-se na parte central da área vocálica. Sendo as vogais cardeais VC18, VC20 e VC22, produzidas com labialização e as VC17, VC19 e VC21 sem labialização.

44 41 Tomando como referência as 22 vogais cardeais mencionadas anteriormente, podese identificar qualquer segmento vocálico de qualquer língua natural. O procedimento de descrição é o mencionado na página 39 e se baseia em critérios articulatórios e auditivos. Para indicar alteração na qualidade vocálica do segmento analisado em relação a uma vogal cardeal, podemos usar os seguintes diacríticos: levantado qualidade mais alta abaixado qualidade mais baixa retraída qualidade mais posterior avançada qualidade mais anterior Os ditongos também podem ser identificados no diagrama das vogais cardeais. Estes sons, os ditongos, são sons que consistem de um movimento articulatório ou deslize da língua de uma vogal a outra (Clark & Yallop, 1990). Os ditongos são também tratados como uma seqüência de segmentos, sendo um dos segmentos interpretados como uma vogal e o outro interpretado como um glide. O glide refere-se aos segmentos vocálicos sem proeminência acentual nos ditongos (Cristófaro Silva, 1999b). Glides são segmentos assilábicos que co-ocorrem com um segmento vocálico. Um ditongo pode ser composto de (vogal e glide) ou (glide e vogal). A seqüência (vogal e glide) é denominada ditongo decrescente. A seqüência (glide e vogal) é denominada ditongo crescente. Os glides em um ditongo podem ser representados por vários símbolos fonéticos. Glides palatais podem ser transcritos como /j, y,, /. Glides velares podem ser transcritos

45 42 como /w,, /. A transcrição diferente dos glides depende da interpretação fonológica dada ao segmento no sistema sonoro. Tipicamente, quando o glide é simbolizado por [j, y], ele é interpretado fonologicamente como consoante e quando o glide é simbolizado por [, ], ele é tipicamente interpretado como vogal. Este trabalho adota o símbolo [j] para o glide interpretado fonologicamente como consoante e o símbolo [ ] para o glide interpretado como vogal. Em ambos os casos, o símbolo adotado para o glide será adjacente a uma vogal. Argumentos que sustentem a interpretação do segmento em questão como vogal ou consoante, serão apresentados na segunda parte, a de fonologia. No diagrama das vogais cardeais, os ditongos são indicados por uma flecha que marca o ponto inicial e o ponto final do ditongo. Um destes pontos não terá proeminência acentual e indicará o glide. Diagramas expressando a representação dos ditongos serão apresentados quando da descrição das vogais altas e glides em cada uma das línguas em questão. Na próxima seção, avaliamos as propriedades acústicas relacionadas aos segmentos vocálicos. 2.7 As Propriedades acústicas Ao utilizar os órgãos da fala, movimentamos as moléculas de ar próximas de nossa boca e as deslocamos. Quando uma molécula de ar colide em outra e oscila para frente e para trás em relação ao seu ponto de repouso, produz o som, no caso, o som da fala. Estas moléculas no trato vocal são postas em movimento pela ação das cordas vocais. Toda vez

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