GESTAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO

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1 GESTAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO FAQ s Perguntas frequentes n.º 4 do artigo 8.º da Lei n.º 32/2006, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 25/2016, de 22 de agosto PORTO, 8 DE SETEMBRO DE 2017 CNPMA Assembleia da República Palácio de São Bento LISBOA Tel. (+351) cnpma.correio@ar.parlamento.pt

2 2 GESTAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO FAQ S Perguntas frequentes

3 O que é a gestação de substituição? 3 A gestação de substituição é a situação em que uma mulher se dispõe a suportar uma gravidez por conta de outrem e a entregar a criança após o parto. Em que situações posso recorrer à gestação de substituição? A gestação de substituição só é permitida em casos excecionais, nos casos de ausência de útero, de lesão ou doença deste órgão que impeça de forma absoluta e definitiva a gravidez, ou em situações clinicas que o justifiquem. Quais são os trâmites do processo de autorização prévia de celebração do contrato de gestação de substituição? Apresentação do pedido de autorização prévia A gestação de substituição é regulada por Lei e, para que possa ocorrer, o casal beneficiário e a gestante terão que celebrar um contrato que irá estabelecer as condições relativas à gestação de substituição, que terá que ser previamente autorizado pelo CNPMA.

4 O procedimento inicia-se com a entrada da pretensão subscrita pelo casal beneficiário e pela gestante encontrando-se o formulário disponível no sítio da internet do CNPMA (Formulário para apresentação de pedido de autorização prévia para celebração de contrato de gestação de substituição 4 Documentação a juntar ao pedido de autorização prévia Ao pedido os requerentes devem juntar os seguintes documentos: Fotocópias dos cartões de cidadão dos três intervenientes acompanhadas de declarações atestando que as mesmas foram extraídas pelos próprios titulares dos cartões, com menção expressa de que consentem na utilização dessas fotocópias para os termos do processo; Declaração de aceitação ou recusa da receção das notificações por correio eletrónico; Documentação médica com origem no Centro de PMA destinada a comprovar que a(s) mulher(es) que compõe(m) o casal beneficiário se encontra(m) nas condições previstas nos n.ºs 2 e 3 do artigo 8.º da Lei n.º 32/2006, de 26 de julho, alterada pela Lei n.º 59/2007, de 4 de setembro, 17/2016, de 20 de junho, e 25/2016 de 22 de agosto; Declaração de psiquiatra ou psicólogo consubstanciando parecer favorável à celebração do contrato de gestação de substituição; Declaração do Diretor do centro de PMA no qual a técnica ou as técnicas de PMA necessárias à concretização da gestação de substituição serão efetuadas, aceitando a concretização do tratamento ou tratamentos a realizar. Prazos O CNPMA tem o prazo de 60 dias para deliberar sobre a admissão ou rejeição do pedido formulado, podendo também, excecionalmente, solicitar esclarecimentos ou documentos adicionais. Uma vez admitido o pedido, o CNPMA remeterá para a Ordem dos Médicos a documentação médica destinada a comprovar que o elemento feminino do casal beneficiário se encontra nas condições previstas nos n.ºs 2 e 3 do

5 artigo 8.º (ausência de útero, lesão ou doença deste órgão, ou outra situação clínica que impeça de forma absoluta e definitiva a gravidez). A Ordem dos Médicos tem o prazo de 60 dias para apresentar o seu parecer. Uma vez recebido o parecer da Ordem dos médicos, ou findo o prazo de 60 dias sem que a Ordem dos Médicos tenha emitido o seu parecer, o CNPMA deverá, no prazo máximo de 60 dias, decidir se autoriza ou rejeita a celebração do respetivo contrato. 5 Qual o prazo máximo legalmente estabelecido para o CNPMA se pronunciar sobre o pedido de autorização prévia de celebração do negócio jurídico? O prazo máximo para a conclusão do processo é de 180 dias dividido da seguinte forma: 60 dias para conclusão da fase liminar (admitir, rejeitar ou solicitar informação adicional ao pedido de autorização prévia) 60 dias para a Ordem dos Médicos emitir o respetivo parecer 60 dias após a receção do parecer da Ordem dos Médicos, ou findo o prazo para a sua apresentação, para a decisão final de deferimento ou indeferimento do pedido

6 Como casal beneficiário ou como gestante, posso aditar cláusulas ao contrato que venha a celebrar? 6 Sim, no entanto qualquer cláusula adicionada ao contrato tipo disponibilizado pelo CNPMA terá que ser apreciada e autorizada por este. Os cidadãos estrangeiros podem recorrer à gestação de substituição em Portugal? A lei não limita a celebração do negócio jurídico a beneficiários e/ou a gestantes de nacionalidade portuguesa. No entanto, existe a obrigação dos mesmos terem uma morada de residência em Portugal (domicilio convencionado). Quem pode ser gestante de substituição? Para ser gestante de substituição é necessário ter completado 18 anos e não ter completado 50 anos, não se encontrar interdita ou inabilitada por anomalia psíquica e estar em boas condições de saúde física e mental para suportar uma gestação. Entre a gestante e os beneficiários não poderá existir qualquer relação de subordinação económica, nomeadamente de natureza laboral ou de prestação de serviços.

7 Quais são as compensações previstas para uma gestante de substituição? 7 A gestação de substituição é um ato altruísta e por consequência gratuito. A gestante de substituição poderá apenas vir a ser ressarcida de despesas decorrentes do acompanhamento de saúde efetivamente prestado, incluindo transportes, desde que devidamente tituladas em documento próprio. O CNPMA pode indicar a gestante de substituição? Não. A gestante de substituição tem de ser escolhida e indicada pelo casal beneficiário.