Por que a ausência do pensar e da visão estratégica tendem a anular a ética? Há dois fatores que limitam e amortecepm a consciência ética:
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- Vitorino Palhares Camilo
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1 presumo Aula-tema 04: Pensamento Ético e Visão Estratégica. Comecemos por uma indagação: Por que a ausência do pensar e da visão estratégica tendem a anular a ética? Há dois fatores que limitam e amortecepm a consciência ética: 1º) O conhecimento totalitário produto da ideologia do poder, traduz-se por eu sei que é melhor para você cria meninos sem consciência crítica. 2º) A tecnologia sem alma - entende o conhecimento como produto da mídia, focado no mercado, traduz-se por é disso que você precisa - cria indivíduos sem vontade inteligente. Ambos empobrecem e aprisionam o pensamento e a visão humana, contribuindo para anular a Ética. O que fazer? Em relação ao conhecimento totalitário, é preciso o estimulo ao questionamento, à busca de novas proposições, à avaliação crítica, à re-elaboração do conhecimento Pensar é reelaborar, construir em cima, repensar (PLT P..38). Em relação à tecnologia sem alma,é preciso contrariar o mercado que oferece todas as opções necessárias à comodidade do não pensar, é preciso impregnar de alma a tecnologia.. [...] A tecnologia, como manifestação da inteligência, não pode ser usada como recurso ao não pensar e ao consumir passivo [...] (PLT p.38) É preciso usar a tecnologia como processo ético de libertação. Somente a [...] Educação Estratégica abre o horizonte de oportunidades, conscientização das ameaças e decisões [...] a educação faz pensar[...]esse é o seu compromisso ético básico [...] (PLT p.39). O grande risco é a criação de uma comunidade alfabetizada, escolarizada, mas sem sabedoria. Relembrando, o processo dinâmico do saber implica: Informação - obtenção de dados
2 Conhecimento - retenção das informações Compreensão - aptidão para aplicar a informação Aplicação - utilização /solução de problemas Aprendizagem capacidade adquirida (competência) Sabedoria visão. A visão é fruto da sabedoria e não da escolaridade, e [...] só o homem educado tem condição de ser pessoa ética, pois pensa [...] (PLT p.40). O homem educado é capaz de SABER FAZER, isto é, transformar a informação em conhecimento e este em decisões e realizações; e é capaz de FAZER SABER, comprometendo-se com o conhecimento renovado, que capacita para o trabalho, em movimento permanente. O fluxo renovador do conhecimento é a [...] expressão do saber pensar[...] (PLT p.40). A leitura é um dos principais instrumentos do saber pensar [...] a leitura que faz pensar, reconstrói o conhecimento. Diante de um mundo em permanentes transformações, com grande quantidade de informações e que exige decisões rápidas, quando não se é educado para pensar a tentação de transferir as decisões para a máquina ou para paradigmas já consolidados, é grande. A maioria dos fracassos se deve ao não pensar, à falta de visão estratégica e consciência ética (PLT p.41). É possível viver o novo, em uma sociedade em transformações aceleradas com concepções e modelos do passado? A saída para a sobrevivência das Organizações em mundo competitivo e voraz é desenvolver a visão estratégica, embasada em valores éticos, guiada por executivos com o perfil exigido pelo 3º milênio: um líder ético e competente. A falência dos modelos tradicionais de organização exige estratégias de renovação e ética. Empresa que pensa, sonha, tem alma e é feliz [...] é o que propomos como modelo de Organização ética. (PLT p. 44). Para que tal empresa exista é fundamental conhecer as Novas Realidades para melhor assimilá-las: Sociedade da Informação, do Conhecimento, da Aprendizagem. Redescoberta do Homem: mais livre, mas Líder. Redescoberta do Cliente: mais educado, mais exigente. Redescoberta da Organização flexível: maior participação, criatividade e poder decisório. Redescoberta da cidadania e da Ética: maior consciência da dignidade pessoal, bem-comum e solidariedade. Como criar uma Cultura Corporativa que enfatize a ética e a Felicidade?
3 O primeiro passo é a Competência que se apoia no conhecimento. A sabedoria demanda Visão Diagnóstica (conhecer a realidade) e Visão estratégica (como trabalhar a realidade) daí ser necessário que se entenda o cenário onde tudo acontecerá. Os Novos Cenários onde se desenvolverá o comportamento ético e com os quais se implantará um Modelo de Gestão da Ética são os seguintes: Globalização da economia, aproximando culturalmente os povos. Empresas com funções básicas integradas: valores humanos e MKT mobilizador e informativo. Organizações descentralizadas, buscando a Excelência e tendo a Qualidade como foco central e diferencial. Gestores como Líderes, empreendedores, estrategistas, desenvolvendo equipes. Competência e agilidade como fatores de competitividade. Uso das Tecnologias Para esse Novo Cenário é necessária uma Nova Organização: profissionalizada, humana, descentralizada, abrindo-se para o futuro de forma contínua e renovada, tendo por base a Ética. Falando sobre esses novos tempos, conclui Francisco Gomes de Matos [...] uma nova realidade nas relações sócio-econômicas...os negócios e o trabalho tendem a se pautar em uma ordem de valores em que o respeito à dignidade humana e o desenvolvimento de de potencialidades e talentos favoreçam o clima adequado à felicidade social. (PLT p. 51). Vimos, em encontros anteriores, como a implantação de uma cultura ética depende principalmente da Competência e quais fatores a regem. Sem Competência não há ética e nem Organizações sólidas. Mas e a incompetência, a ineficiência, o insucesso? Também existem fatores que os regem? Há 14 Leis da Incompetência que acabam gerando distorções éticas e são referências para a determinação de eficácia e ineficácia. São elas: Lei da Não-criatividade- Transforme sempre o autor da ideia em executor da mesma. Ele deixará de ter ideias. Lei da Saturação- Solicite sempre ao autor da ideia tantas informações e pareceres que ele parará de ter ideias.
4 Lei dos pequenos grandes problemas- Torne grandes os pequenos problemas. Lei da proteção às avessas- Crie excesso de regulamentos que desestimularão as atividades. Lei da acumulação de papéis- Acumule papéis em sua mesa para dar a impressão que você tem muito serviço, justificar atrasos e necessitar de mais colaboradores. Lei da queixa permanente- Reclame para não ter que realizar. Lei da valorização pela complexidade- Complique para valorizar. Lei do ativismo- Corra muito para todos verem que você está muito atarefado. Lei da inércia burocrática- Deixe o barco correr para não, se arriscar. Lei das dificuldades desonestas- Crie dificuldades para vender facilidades- é a base do suborno e da corrupção. Lei da atitude agressiva- Conserve a fisionomia séria e um rosto onde está escrito não se aproxime, tenho muito trabalho. Lei da solução por crise- Promova crises para não ter que enfrentar a realidade e agir. Lei da irresolução por simplificação Simplifique para resolver a ansiedade, não o problema. Deixe o problema resolver-se por si, se ele for capaz. Lei da embalagem vistosa- Apresente relatórios vistosos, enormes, para não serem lidos. Essas 14 leis da ineficácia e da ineficiência, geradoras da burocratização e da inconsciência ética são praticadas todo momento e em toda parte sem serem percebidas, principalmente nas Organizações que não desenvolvem o hábito do pensamento crítico e da reflexão estratégica. O modelo organizacional formal, centralizador e autoritário, regido pelas Leis da Incompetência, gera a cultura fechada e o estímulo à corrupção. A corrupção e o fanatismo são graves problemas éticos estimulados pela burocracia e pela burocratização.
5 A burocracia caracteriza-se pelo formalismo e hierarquização rígidos; inspira a cultura fechada, inibindo a criatividade e a participação, tornando-se instrumento do poder autoritário. Foi importante modelo teórico de resolução de problemas para sociedades menos complexas do que a atual. A burocratização é o efeito visível da burocracia, acrescentando a ela a complexidade processualística (muitos papéis, muitos carimbos etc.) e, ao emperrar o processo decisório, torna-se terreno fértil para a corrupção e demais transgressões éticas. Só com cultura ética há desburocratização (PLT p. 57). É preciso desburocratizar para revitalizar a ética. Francisco Gomes de Matos sugere as seguintes ações para se desburocratizar: Enfoque educacional- educação das Lideranças e educação ética. Desburocratizar é decisão política- deve ser para TODA a organização, não será eficaz se praticada em setores isolados. Questionar a burocracia e não só a burocratização. Não se pode resolver novos problemas com paradigmas superados, deixando a burocracia intocável, achando ser um mal necessário. Promover a integração dos vários níveis funcionais. Considerar a cultura e as estruturas flexíveis como fatores estimuladores da vida ética. Ampliar a delegação de autoridade. Há outro elemento que não pode ser esquecido quando se trata das Organizações- o cliente. Não se pode falar de pensamento ético e visão estratégica sem se falar do cliente. Muitas vezes, as empresas querem atender aos mercados e perdem de vista o verdadeiro cliente. O mercado produz uma visão massificada do cliente. Essa é uma questão ética pois é preciso entender e redescobrir o cliente como pessoa individual e diferenciada, que precisa ser tratado com Qualidade, que é o diferencial para quem é realmente diferente. Nesse momento, a Ética se torna estratégia. Esse novo cliente demanda serviços e produtos que conciliem preços baixos, Qualidade alta e ações rápidas. Ora, como os modelos de gestão continuam superados, autocráticos e burocráticos, ao enfrentarem crises resultantes desses desafios, costumam resolvê-las também à moda antiga, demitindo pessoal. Recursos humanos não se improvisam e a Qualidade desses recursos é fundamental para qualquer estratégia mas, muitos empresários desconhecem o potencial humano de suas Organizações.
6 Muitas vezes o que levou anos de investimento para se consolidar (a qualificação dos recursos humanos) é invalidada em horas, pela INCONSCIÊNCIA Ética. A empresa se quiser ser de Qualidade Total, deverá contribuir para a melhoria das condições de vida em geral. Valorizar o cliente é valorizar o social, é contribuir para a cidadania e ética. Só com a ética do cidadão torna-se realidade a Qualidade Total (Francisco Gomes de Matos). Conceitos Fundamentais Burocracia - a burocracia caracteriza-se pelo formalismo e hierarquização rígidos; inspira a cultura fechada, inibindo a criatividade e a participação, tornando-se instrumento do poder autoritário. Foi importante modelo teórico de resolução de problemas para sociedades menos complexas do que a atual. Burocratização - a burocratização é o efeito visível da burocracia, acrescentando a ela a complexidade processualística (muitos papéis, muitos carimbos, etc.) e ao emperrar o processo decisório torna-se terreno fértil para a corrupção e demais transgressões éticas. Ética como estratégia - não se pode falar de pensamento ético e visão estratégica sem se falar do cliente. Muitas vezes, as empresas querem atender aos mercados e perdem de vista o verdadeiro cliente. O mercado produz uma visão massificada do cliente. Essa é uma questão ética pois é preciso entender e redescobrir o cliente como pessoa individual e diferenciada, que precisa ser tratado com Qualidade, que é o diferencial para quem é realmente diferente. Nesse momento, a Ética se torna estratégia. Recursos Humanos e Inconsciência Ética - Recursos humanos não se improvisam e a Qualidade desses recursos é fundamental para qualquer estratégia mas, muitos empresários desconhecem o potencial humano de suas Organizações. Muitas vezes, o que levou anos de investimento para se consolidar (a qualificação dos recursos humanos) é invalidada em horas, pela INCONSCIÊNCIA Ética. Referência 1) MATOS, FRANCISCO GOMES. Ética na Gestão Empresarial da Conscientização à Ação. 1ª ed. São Paulo: SARAIVA, 2008.
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