ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DO PROCESSO PRODUTIVO RELATIVO À PRAÇA DE MÁQUINAS DE NAVIOS MERCANTES. José Guilherme Nascimento Silva Junior
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- Luiz Gustavo de Escobar Gabeira
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1 ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DO PROCESSO PRODUTIVO RELATIVO À PRAÇA DE MÁQUINAS DE NAVIOS MERCANTES José Guilherme Nascimento Silva Junior PROJETO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA NAVAL E OCEÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO NAVAL. Aprovado por: Prof o. Luiz Vaz Prof a. Marta Cecília Tápia Reyes Prof o. Raad Yahya Qassim Engº. Jorge Gomes Ribeiro RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL OUTUBRO DE 2009
2 Resumo do projeto apresentado como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de Engenheiro Naval ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DO PROCESSO PRODUTIVO RELATIVO À PRAÇA DE MÁQUINAS DE NAVIOS MERCANTES José Guilherme Nascimento Silva Junior Outubro / 2009 Orientador: Luiz Vaz Co-orientadora: Marta Cecília Tapia Reyes Programa: Engenharia Naval e Oceânica Resumo do Trabalho: O objetivo deste trabalho é estudar o processo produtivo de praça de máquinas de navios mercantes, analisando as principais etapas envolvidas, desde a encomenda de equipamentos e montagem dos sistemas, propondo procedimentos que resultem em diminuição de custos e prazos de construção. ii
3 ÍNDICE 1. Introdução Contextualização Identificação dos Principais Sistemas de Máquinas e Casco Sistema de Máquinas Sistema de Propulsão Sistema de Governo Sistema de Geração de Energia Elétrica Sistema de Energia Térmica Sistema de Óleo Combustível Sistema de Óleo Lubrificante Sistema de Circulação de Água Salgada Sistema de Água Doce de Resfriamento Sistema de Ar Comprimido Sistema de Ventilação, Exaustão e Ar Condicionado da Praça de Máquinas Sistema de Gases de Descarga Sistema de Casco Sistema de Esgoto, Lastro e Serviços Gerais Sistema de Detecção e Combate a Incêndio Sistema Hidróforo de Água Doce Sistema de Esgoto Sanitário Sistema de Frigorífica Doméstica Sistema de Movimentação de Pesos Sistema Anti-Poluição e Embornais Sistema de Suspiros e Sondas Acessórios de Aço Miscelâneas Sistemas Elétricos Sistema de Instrumentação e Controle iii
4 Caminhos Mecânicos Disposição dos Sistemas no Interior da Praça de Máquinas Utilização de Modelos 3-D Posicionamento dos equipamentos Critérios para posicionamento de equipamentos Método do Caminho Crítico Diagrama de Rede de Projeto Relações de Precedência Representações das Relações de Precedência na Rede CPM Determinando o Caminho Crítico, Datas de Início e Término Primeira Data de Término (PDT) Última Data de Término (UDT) Folga Primeira Data de Início (PDI) Última Data de Início (UDI) Estudo de Caso Embarcação de Referência Cronograma de Equipamentos Sistema de equipamentos considerado Grupos de Atividades consideradas Estimativa de tempo para realização dos grupos de atividades Diagrama de Rede Identificando o Caminho Crítico Datas de Término, Início e Folga Considerações para Redução de prazos Conclusão Bibliografia iv
5 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1: Motor Principal (MCP). (Fonte MAN BW)...5 Figura 2: Propulsor Passo Fixo. (Fonte: Wartsila)...6 Figura 3: Propulsor Passo Controlável. (Fonte: Wartsila)...6 Figura 4: Lay out do Sistema de Governo. (Fonte: Sperry Marine)...7 Figura 5: Máquina do Leme...8 Figura 6: Gerador Auxiliar (MCA), média rotação. (Fonte: MAN BW)...10 Figura 7: Gerador de Emergência, alta rotação. (Fonte: Caterpillar)...10 Figura 8: Turbina Auxiliar a Vapor. (Fonte: MHI)...11 Figura 9: Geração de Energia a Gases de Descarga. (Fonte: MHI)...11 Figura 10: Motor Stirling (Sistema AIP). (Fonte: Kockums)...12 Figura 11: Economizador a Gases de Descarga. (Fonte: Aalborg) Figura 12: Caldeira Auxiliar. (Fonte Prof. Luiz Vaz)...14 Figura 13: Economizador a Gases de Descarga. (Fonte: Aalborg) Figura 14: Aquecedor de Óleo Térmico com Queimador. (Fonte: Aalborg)...16 Figura 15: Tanque de Expansão para Óleo Térmico. (Fonte: Aalborg) Figura 16: Bomba de Transferência de Óleo Combustível. (Fonte: Aalborg)...17 Figura 17: Resfriador Central e Bombas de Circulação. (Fonte:Prof. Luiz Vaz)...23 Figura 18: Garrafas de Ar Comprimido. (Fonte Prof. Luiz Vaz)...25 Figura 19: Juntas de expansão...28 Figura 20: Separador de Água e Óleo...30 Figura 21: Grupo Destilatório. (Fonte: Prof. Luiz Vaz)...35 Figura 22: Sistema Hidróforo Água Potável. (Fonte: Prof. Luiz Vaz)...35 Figura 23: Unidade de Tratamento de Efluentes. (Fonte: Hamworth) Figura 24: Unidade de Tratamento de Efluentes, tipo biológica, por gravidade. (Fonte: Hamworth) Figura 25: Esquema Figura 26: Compactador de Lixo Figura 27: Válvula com Solenóide...47 Figura 28: Relação de Precedência...53 v
6 Figura 29: Exemplo Rede AOA...54 Figura 30: Exemplo Rede AON...54 Figura 31: Içamento do MCP (Fonte: Profª Marta Tapia) Figura 32: Diagrama de Rede Grupo de Atividades...67 Figura 33: Diagrama de Rede AON Detalhado...68 Figura 34: Caminho Crítico vi
7 ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1: Prazos de Equipamentos Tabela 2: Lista das Atividades Tabela 3: Estimativa de tempo das Atividades...66 Tabela 4: Predecessores - Grupo Tabela 5: Caminhos Possíveis - Cálculo do Tempo Total Tabela 6: Caminho Crítico...70 Tabela 7: Prazos das Atividades Tabela 8: Prazos das Atividades - Continuação Tabela 9: Atividades com Pequena Folga...73 Tabela 10: Simulação Redução da Fila de Espera vii
8 1. Introdução Após quase duas décadas em decadência (anos 80 e 90), a indústria naval no Brasil vive um intenso processo de crescimento desde o início do ano O impulso econômico causado pela necessidade de renovação da frota brasileira de navios mercantes aliada ao crescimento das atividades do setor Offshore chocou-se com o grande obstáculo da falta de estrutura de construção naval no país, pelo alto grau de obsoletismo do parque industrial dos estaleiros, incluindo ainda as indústrias de navipeças. A solução economicamente mais viável encontrada pelos armadores e operadores foi encomendar embarcações projetadas e quando possível também construídas no exterior, o que não geraria empregos e renda para os trabalhadores brasileiros e não colocaria a indústria nacional dentro do atual nível de desenvolvimento tecnológico do mercado internacional da construção naval. Assim, o Estado criou mecanismos para promover o aumento do nível de empregos no setor produtivo da economia com a construção de novas embarcações, sendo este último responsável ainda pela entrada da atual tecnologia de construção naval e offshore no país. Neste contexto, o projeto, a construção naval e a operação precisam adaptar seus métodos às novas tecnologias e conceitos Contextualização Com a retomada da construção de navios mercantes no Brasil, os estaleiros brasileiros anseiam por resgatar a prática ao mesmo tempo em que aprendem novas tecnologias. O resgate da velha prática de construção naval é fruto do conhecimento adquirido da mão- 1
9 de-obra de engenheiros e técnicos com muitos anos de experiência, muitos dos quais trabalhando em áreas outras que não o de projeto e construção naval. O aprendizado de novas tecnologias é baseado na pesquisa e desenvolvimento do conhecimento científico produzido nas universidades, aliados às novas ferramentas e instrumentos desenvolvidos. A preocupação com a preservação do meio ambiente marinho elevou as exigências de combate à poluição fazendo-se cumprir novas leis ambientais, muitas das quais penalizando o preço do navio, por exemplo, a exigência de casco duplo para petroleiros. Com isso houve a necessidade de criação e/ou modernização de equipamentos dos projetos navais e oceânicos. Os estaleiros brasileiros que desejam participar da retomada do crescimento da indústria naval deverão ser competitivos, ou seja, deverão atender aos prazos e às elevadas exigências internacionais de qualidade sempre com a preocupação de minimizar o custo total, ou seja, praticar preços dentro do mercado médio internacional. Devido à complexidade e aos números de sistemas contidos nas praças de máquinas de navios mercantes, deseja-se apresentar procedimentos que contribuam para redução de prazo de construção. 2
10 2. Identificação dos Principais Sistemas de Máquinas e Casco Os inúmeros equipamentos de máquinas são dimensionados e adequados às condições operacionais (tropical, ice class ou outra), perfil de operação (capacidade de manuseio de cargas) de cada tipo e tamanho de navios, trading, podendo existir demanda para equipamentos para suprir uma determinada necessidade específica. Alguns navios necessitam conservar a carga sob condições pré-determinadas de armazenamento (pressão, temperatura, umidade relativa, etc. outros de grande suprimento de energia elétrica, e outros demais requisitos; mas todos possuem equipamentos em comum para garantir o seu funcionamento. Em geral tais equipamentos estão localizados na região da praça de máquinas, casa de bombas (para o caso de petroleiros) e compartimentos de máquinas acima do convés principal, por exemplo, os compartimentos do gerador de emergência, das máquinas de ar condicionado, de gás inerte (para o caso de petroleiros e assemelhados), de CO2 e outros. Os equipamentos são especificados e dimensionados de forma a atender os requisitos dos sistemas dos quais fazem parte. Sendo assim, serão identificados abaixo os principais sistemas de máquinas e casco, que em geral fazem parte da maioria dos navios mercantes Sistema de Máquinas São os sistemas do navio basicamente responsáveis ao funcionamento dos sistemas de propulsão, governo, geração de energia elétrica, geração de energia térmica do navio e respectivos sistemas auxiliares. 3
11 Sistema de Propulsão O sistema de propulsão é o mais caro sistema da praça de máquinas e, dependendo do tipo de navio, o mais caro de todos os sistemas, sendo constituído basicamente do Motor de Combustão Principal (MCP), linha de eixos e propulsor Motor de Combustão Principal O Motor de Combustão Principal do tipo 2 tempos, simples efeito, turbo-alimentado, reversível, baixa rotação, mancal de escora incorporado, possui acessórios necessários para partida a ar comprimido, sistemas de resfriamento por água doce, alimentação de óleo combustível, lubrificação, instrumentação, controle, ar de consumo e descarga de gases. O motor principal é dimensionado basicamente para atendimento aos requisitos de velocidade, assim como o hélice, sempre com a preocupação de utilização do sistema com maior eficiência. Alternativamente, o sistema de propulsão poderá utilizar motor de 4 tempos, média rotação, acionando a linha de eixos através de caixa redutora/reversora. Em ambos os casos esses motores são preparados para a queima de óleo pesado, combustível proveniente das últimas etapas do refino de petróleo. A figura abaixo mostra um MCP, de 2 tempos, baixa rotação, em fase de construção. 4
12 Figura 1: Motor Principal (MCP). (Fonte MAN BW) Linha de Eixos e Propulsor A linha de eixos é responsável pela transmissão de torque e potência fornecidos pelo motor principal para o propulsor. Seu dimensionamento leva em consideração as vibrações torcionais, vida útil e critérios de segurança impostos por regras. A linha de eixos é basicamente composta pelos seguintes equipamentos: -Um (1) eixo intermediário, aço forjado, sólido, flangeado em ambas as extremidades; -Um (1) mancal intermediário, lubrificação por colar; -Um (1) eixo propulsor, aço forjado, sólido, flangeado na extremidade de vante e cônico na extremidade de ré, para acoplamento ao hélice sem chaveta; -Um (1) hélice de passo fixo, em liga de bronze, com acessórios para acoplamento ao eixo propulsor sem chaveta, com porca e tampa; 5
13 -Um (1) tubo telescópico com lubrificação forçada por óleo lubrificante, com mancais à ré e à vante; -Um conjunto de selagem do tubo telescópico com um (1) selo à ré (tipo simplex) do tipo ecológico (4 anéis) e um (1) selo à vante; -Um conjunto de pequenos acessórios tais como guarda-cabos, termômetro para mancais e outros. Figura 2: Propulsor Passo Fixo. (Fonte: Wartsila) Alternativamente, em função de flexibilização da operação, utiliza-se hélice de passo controlável. Figura 3: Propulsor Passo Controlável. (Fonte: Wartsila) 6
14 Sistema de Governo O sistema de governo, localizado fisicamente no compartimento da máquina do leme, contígua à ré da praça de máquinas tem como principais componentes os seguintes itens: -Uma (1) máquina do leme operada eletro-hidraulicamente, com duas bombas acionadas por motor elétrico e controlada do passadiço por um sistema elétrico de transmissão de governo (alternativamente a máquina do leme poderá ser do tipo rotary vane ); -Leme em estrutura de aço, de forma hidrodinâmica. A figura abaixo representa o sistema. Figura 4: Lay out do Sistema de Governo. (Fonte: Sperry Marine) 7
15 Máquina do Leme e Compartimento O compartimento da máquina do leme é localizado na região de popa, fora da praça de máquinas, acima da linha de calado máximo e do tanque de colisão de ré. A máquina do leme e seus componentes são dimensionados para fornecer torque necessário para manobras do navio, com o leme operando ao ângulo máximo de 35 graus, de acordo com as especificações de projeto e atendendo às exigências de regras. Figura 5: Máquina do Leme. -Uma (1) cana do leme, montada na máquina; -Um conjunto de acionamento do leme com uma (1) madre do leme e respectivos mancais, um (1) mancal de escora, um (1) pino do leme. 8
16 Bow Thruster e Compartimento Utilizado como auxiliar nas manobras de porto, em baixa velocidade do navio, o impelidor lateral de proa (Bow Thruster) e seu respectivo compartimento são parte integrante do sistema de governo. O impelidor lateral de proa (Bow Thruster) e seu respectivo acionador (usualmente motor elétrico) são instalados em compartimento próprio na região do tanque de colisão de vante do navio Sistema de Geração de Energia Elétrica O sistema de geração de energia elétrica para alimentação dos sistemas de força e iluminação do navio é composto basicamente pelos seguintes equipamentos: -Três (3) grupos diesel-geradores instalados na praça de máquinas, com motor diesel de 4 tempos, média rotação, simples efeito, turbo-alimentado, partida a ar comprimido com sistemas de óleo lubrificante, resfriamento e óleo combustível totalmente incorporado e montado no motor, adequados para queima de óleo combustível pesado (óleo diesel para partida e parada), cada motor com potência adequada para acionar um gerador elétrico através de acoplamento direto e montados em base única; -Três (3) geradores elétricos principais potência nominal para apenas um (1) gerador operar na condição de navegação normal no mar, tensão nominal 450 Vca, freqüência 60 Hz, trifásico, tipo síncrono, auto-excitado sem escovas, auto-ventilado, com regulação de voltagem; 9
17 -Um (1) grupo diesel-gerador de emergência em compartimento próprio na superestrutura, para operação em caso de falha do sistema de geração principal, partida automática e manual, para alimentação dos sistemas de emergência. O motor diesel do gerador de emergência será de quatro tempos, alta rotação, simples efeito, construção vertical, injeção direta, refrigerado a água com radiador, adequado para queima de óleo diesel marítimo, partida por meio de baterias e ar comprimido, potência adequado ao acionamento do gerador de emergência. O gerador de emergência tem como características básicas tensão de 450 Vca, 60 Hz, trifásico, tipo síncrono, auto-excitado, sem escovas, auto-ventilado, regulador automático de tensão. Motor e gerador são diretamente acoplados e montados em base comum. Figura 6: Gerador Auxiliar (MCA), média rotação. (Fonte: MAN BW) Figura 7: Gerador de Emergência, alta rotação. (Fonte: Caterpillar) 10
18 A seguir são apresentadas outras formas de geração de energia elétrica, isto é turbo geradores, turbinas a gás ou a vapor, Geradores Stirling Turbinas Podendo ser movidas a gás ou a vapor, as turbinas quando acopladas à geradores produzem energia elétrica. Figura 8: Turbina Auxiliar a Vapor. (Fonte: MHI) Turbo Geradores São turbinas ligadas à saída dos gases de descarga do motor principal para a geração de energia elétrica. Abaixo, o esquema de geração de energia com turbo - geradores. Figura 9: Geração de Energia a Gases de Descarga. (Fonte: MHI) 11
19 Geradores Stirling São geradores acoplados a motores ciclo Stirling, caracterizados por serem motores de combustão externa, operando com qualquer fonte combustível. Esses geradores não são atualmente empregados em navios mercantes, porém há relatos de seu uso em submarinos militares devido aos baixos ruídos e vibrações por ele produzidas. Figura 10: Motor Stirling (Sistema AIP). (Fonte: Kockums) Sistema de Energia Térmica O sistema de energia térmica tem como finalidade prover e fornecer calor para aquecimento de tanques (óleo combustível pesado principalmente) e aquecimento de água (serviço e consumo) Vapor O vapor saturado é distribuído a bordo tradicionalmente nas pressões de 9 bar (m) e 4 bar (m). A planta de geração e distribuição de vapor tem os seguintes principais componentes: 12
20 -Uma (1) caldeira auxiliar, tipo cilíndrica, vertical, aquatubular, com tiragem forçada, produção de vapor saturado suficiente à demanda do navio, adequada à queima de óleo combustível pesado e óleo diesel (partida e parada); -Um (1) economizador a gases de descarga do motor principal, tipo cilíndrico, vertical, expansão do vapor saturado na caldeira auxiliar, produção de vapor de acordo com as condições dos gases de exaustão do motor principal, atuando simultaneamente como silencioso; -Um (1) condensador auxiliar, atmosférico, tipo feixe tubular, circulado por água doce do sistema de resfriamento central; -Um (1) tanque de filtração de água de alimentação (tanque cascata); -Uma (1) inspeção de drenos, com detector de óleo no condensado e visor; -Duas (2) bombas de água de alimentação para caldeira auxiliar; -Duas (2) bombas de água de circulação de água de alimentação para o economizador; -Um (1) tanque de armazenamento de água de alimentação; -Redes e acessórios de tubulação, com purgadores de vapor, visores, tanque de tratamento da água de alimentação e outros -Sistema de alimentação elétrica, automação e controle. 13
21 Figura 11: Economizador a Gases de Descarga. (Fonte: Aalborg). Figura 12: Caldeira Auxiliar. (Fonte Prof. Luiz Vaz) 14
22 Figura 13: Economizador a Gases de Descarga. (Fonte: Aalborg) Óleo térmico Alternativamente o sistema de vapor poderá ser substituído por um sistema de óleo térmico, também com aquecedor de óleo térmico com queimador e aquecedor de óleo térmico a gases de descarga do motor principal e tanque de expansão de óleo térmico. O sistema trata basicamente da circulação de óleo térmico aos consumidores (equipamentos e serpentina de aquecimento) e destes, de volta ao aquecedor em circuito fechado. 15
23 Figura 14: Aquecedor de Óleo Térmico com Queimador. (Fonte: Aalborg). Figura 15: Tanque de Expansão para Óleo Térmico. (Fonte: Aalborg) Sistema de Óleo Combustível O sistema de óleo combustível será adequado à queima de óleo pesado e de óleo diesel tanto pelo motor principal, quanto pelos grupos diesel-geradores. O motor diesel do gerador de emergência queimará somente óleo diesel. Poderemos dividir este sistema em três (3) subsistemas, transferência, purificação e de serviço. 16
24 Sistema de Transferência de Óleo Combustível A função do sistema de transferência de óleo combustível é transferir o óleo combustível dos tanques de armazenamento através de filtros para os tanques de sedimentação. No caso do sistema de transferência de óleo diesel, este é responsável por alimentar o tanque de serviço de óleo diesel do gerador de emergência. O sistema é composto de: -Bomba de transferência de óleo pesado; -Bomba de transferência de óleo diesel, -Filtros simples tipo cesta, na aspiração de cada uma das bombas; -Conjunto de tanques de armazenamento de óleo pesado, em geral estruturais; -Conjunto de tanques de armazenamento de óleo diesel, em geral estruturais; -Redes a acessórios de tubulação; -Sistema de alimentação elétrica, automação e controle. Figura 16: Bomba de Transferência de Óleo Combustível. (Fonte: Aalborg) 17
25 Sistema de Purificação de Óleo Combustível Esse sistema é responsável por garantir que o combustível enviado aos motores estará livre de água e borra, evitando assim o entupimento de válvulas ou o funcionamento inadequado, diminuindo a eficiência. O sistema trabalha basicamente com as bombas de alimentação aspirando dos tanques de sedimentação, descarregando para os purificadores, através dos aquecedores e dai para os tanques de serviço. Os purificadores de óleo pesado são adequados para operação em série ou paralelo. Os purificadores descarregarão a borra separada para o tanque de borra Sistema de Serviço de Óleo Combustível Este sistema é responsável pela entrega do óleo combustível aos seus consumidores. O sistema trabalha basicamente com a unidade de alimentação aspirando dos tanques de serviço, descarregando para o motor principal e os motores auxiliares, através dos respectivos filtros automáticos. Os sistemas de alimentação da caldeira auxiliar e do incinerador são independentes e segregados de qualquer outro sistema, tratando basicamente da aspiração dos tanques de serviço através das unidades de alimentação e descarregando para os respectivos queimadores. O motor diesel do gerador de emergência será alimentado por gravidade pelo respectivo tanque de serviço de óleo diesel. São os seguintes os principais componentes do sistema de serviço de óleo combustível: Unidade de alimentação de óleo combustível para o motor principal e motores auxiliares, do tipo self-contained, composta basicamente por bombas de serviço de óleo combustível, 18
26 bombas de recalque de óleo combustível, aquecedores a vapor de óleo combustível, viscosímetro, fluxômetro; -Filtros automáticos, para o motor principal e para os motores auxiliares. -Unidade de alimentação de óleo para a caldeira auxiliar; -Unidade de alimentação de óleo para o incinerador; -Tanque de serviço de óleo pesado, em geral estrutural; -Tanque de serviço de óleo diesel, em geral estrutural; -Tanque de serviço de óleo diesel para o gerador de emergência, em geral independente, instalado no compartimento do gerador de emergência; -Tanque de borra para filtros automáticos, em geral tanque independente; -Redes e acessórios de tubulação; -Sistema de alimentação elétrica, automação e controle Sistema de Óleo Lubrificante O sistema de óleo lubrificante, os respectivos sub-sistemas responsáveis pelo armazenamento e transferência, purificação e serviço, trata basicamente de sistemas independentes para cada tipo de equipamento: -Sistema de armazenamento e transferência; -Sistema de Purificação de Óleo Lubrificante; -Sistema de Serviço de Óleo Lubrificante. 19
27 Sistema de Armazenamento e Transferência Este sistema tem como função a transferência do óleo lubrificante para cada equipamento, tanque, recebimento e descarte; basicamente composto por: -Um (1) tanque de armazenamento de óleo lubrificante para o motor principal, com capacidade mínima igual ao poceto do motor principal; -Um (1) tanque de armazenamento de óleo lubrificante para os motores auxiliares, com capacidade mínima para os pocetos dos motores auxiliares; -Uma (1) bomba de transferência de óleo lubrificante do motor principal, para aspiração do tanque de armazenamento e descarga para o motor principal e aspiração deste para o tanque de óleo lubrificante usado; Em geral a transferência (alimentação) do óleo lubrificante para os demais equipamentos ocorre por gravidade. O armazenamento do óleo lubrificante para os equipamentos de menor porte (compressores e outros) é feito nas próprias bombas do fornecedor e transferido (alimentação e esgotamento) por bombas pneumáticas portáteis Sistema de Purificação de Óleo Lubrificante Este sistema visa basicamente a retirada da água e componentes pesados do óleo lubrificante dos motores que queimam óleo combustível pesado, ou seja, motor principal e motores auxiliares. Os principais componentes são: -Dois (2) purificadores de óleo lubrificante, tipo centrífugos, auto-limpeza, para o motor principal, sendo um reserva, os quais circulam o óleo lubrificante em circuito fechado, sendo alimentados pelas respectivas bombas; 20
28 -Duas (2) bombas de alimentação dos purificadores de óleo lubrificante, tipo rotativa, acionadas por motor elétrico, as quais aspiram do poceto do motor principal, descarregam para o purificador através do respectivo aquecedor; -Dois (2) aquecedores de óleo lubrificante do motor principal, tipo feixe tubular, a vapor; -Um (1) purificador de óleo lubrificante para cada motor auxiliar, centrífugos, autolimpeza, montados juntos ao respectivo motor; -Rede de tubulação; -Sistema alimentação elétrica; Sistema de Serviço de Óleo Lubrificante Trata-se de sistemas independentes para cada equipamento, usualmente built-in para cada equipamento, com exceção do motor principal (2 tempos). A seguir, lista dos principais equipamentos: -Duas (2) bombas de óleo lubrificante para o motor principal, rotativas, acionadas por motor elétrico, as quais aspiram do poceto do motor e descarregam para o mesmo através de resfriador e filtro; -Um (1) resfriador de óleo lubrificante para o motor principal, tipo placas, resfriado a água doce; -Um (1) filtro automático de óleo lubrificante do motor principal, tipo rotativo. -Redes de tubulação; -Sistema de alimentação elétrica. As capacidades dos equipamentos devem atender aos requisitos do motor principal. 21
29 Para os demais equipamentos, conforme descrito anteriormente, os sistemas são built-in, ou seja, todo o sistema é montado junto ao próprio equipamento, quais sejam, motores auxiliares, compressores de ar, mancal (s) da linha de eixos, tubo telescópico e outros Sistema de Circulação de Água Salgada Sistema de captação da água salgada externa através das caixas de mar e circulação no sistema de resfriamento central. Abaixo apresento os principais componentes do sistema: -Três (3) caixas de mar na praça de máquinas, sendo duas (2) baixas e uma (1) alta; -Duas (2) bombas de circulação de água salgada, tipo centrífugas, verticais, acionadas por motor elétrico, as quais aspiram das caixas de mar e descarregam nos resfriadores centrais; -Redes e acessórios de tubulação; -Sistema de alimentação elétrica, automação e controle Sistema de Água Doce de Resfriamento O sistema de água doce de resfriamento é dimensionado para permitir o controle de temperatura dos equipamentos em geral, cujos principais são o motor principal e os motores auxiliares. Os principais componentes do sistema são: -Duas (2) bombas de água doce para resfriamento central, central cooling (baixa temperatura), centrífugas, verticais, acionadas por motor elétrico, as quais descarregam 22
30 para os consumidores do sistema em circuito fechado, com válvula de controle de temperatura; -Dois (2) resfriadores centrais, tipo placas, cada um com capacidade de 60 % do total requerido; -Duas (2) bombas de água doce para camisas do motor principal, centrífugas, horizontais ou verticais, acionadas por motor elétrico, as quais aspiram do sistema de baixa temperatura e descarregam para o motor, com válvula de controle de temperatura; -Um (1) pré-aquecedor de água doce das camisas do motor principal, tipo feixe tubular, a vapor, circulado pelas bombas descritas acima, para fins de pré-aquecimento do motor principal antes da partida; -Um (1) tanque de expansão de água doce de resfriamento (baixa temperatura); -Um (1) tanque de expansão de água doce das camisas do motor principal; -Redes e acessórios de tubulação; -Sistema de alimentação elétrica, automação e controle. Figura 17: Resfriador Central e Bombas de Circulação. (Fonte:Prof. Luiz Vaz) 23
31 A configuração do sistema de resfriamento central é função dos requisitos de cada fabricante, tipo de motor principal e motores auxiliares. A principal finalidade da aplicação do sistema de resfriamento central é evitar a instalação de redes de água salgada de resfriamento por todo o navio, as quais em geral têm tratamento especial (galvanização, revestimento interno, etc.) tornando-as mais caras tanto para fabricação quanto para instalação Sistema de Ar Comprimido O sistema de ar comprimido tem por principais finalidades a partida de motores de combustão internar e controle pneumático. Os principais componentes do sistema de ar comprimido são os seguintes: -Dois (20 compressores de ar principais, tipo alternativo, acionado por motor elétrico, com capacidade de acordo com os requisitos de projeto e regras; -Um (1) compressor de ar auxiliar, tipo alternativo ou rotativo, acionado por motor elétrico, alimentado pelo quadro elétrico principal e quadro elétrico de emergência (para a condição de dead ship); -Duas (2) garrafas de ar principal, horizontal ou vertical, alimentadas pelos compressores de ar principais, capacidade de acordo com os requisitos das regras, completa, com acessórios e conexões com válvulas de segurança e fechamento. Estas garrafas alimentam os sistemas de partida do motor principal, garrafa de ar auxiliar e sistema de ar de controle; 24
32 -Uma (1) garrafa de auxiliar com capacidade para partir um motor auxiliar, vertical, cilíndrica, alimentada pelas garrafas de ar principal e pelo compressor de ar auxiliar, completa, com acessórios e conexões com válvula de segurança e de fechamento; -Uma (1) garrafa de ar de emergência, cilíndrica, vertical, alimentada pelos compressores de ar principais e auxiliar, completa, com válvula de segurança e conexões com válvula de fechamento, instalada no compartimento do grupo gerador de emergência fora da praça de máquinas. Esta garrafa alimentará exclusivamente o motor pneumático de partida do grupo-gerador de emergência; -Um (1) secador de ar comprimido, tipo por refrigeração, elétrico, alimentado pelo sistema principal de ar comprimido; -Redes e acessórios de tubulação; -Sistema de alimentação elétrica, automação e controle. Figura 18: Garrafas de Ar Comprimido. (Fonte Prof. Luiz Vaz) 25
33 Sistema de Ventilação, Exaustão e Ar Condicionado da Praça de Máquinas Sistema composto basicamente por ventiladores, exaustores, unidade de ar condicionado do centro de controle de máquinas, redes e dutos de ventilação. O sistema de ventilação é dimensionado para garantir a dissipação de calor da praça de máquinas e alimentação de ar para os motores e caldeira. São os seguintes os principais componentes: -Um conjunto de ventiladores para a praça de máquinas, tipo axial, acionados por motor elétrico; -Um (1) exaustor para a praça de máquinas, tipo axial, acionado por motor elétrico; -Duas (2) unidades de ar condicionado para o centro de controle de máquinas, tipo selfcontained, refrigerada por água doce; -Conjunto de dutos de ventilação com acessórios tais como: cogumelos para ventiladores, dampers de regulagem, grelhas de acionamento e outros; -Um (1) exaustor para o compartimento dos purificadores, axial, acionado por motor elétrico, aspirando deste compartimento e descarregando para o exterior.o compartimento dos purificadores contém basicamente os purificadores de óleo combustível e de óleo lubrificante, unidades de alimentação de óleo combustível e outros equipamentos de manuseio de óleo, o que pode tornar a atmosfera e seu interior perigosa. O sistema da praça de máquinas pode ser ainda dimensionado exclusivamente para exaustão natural, via saídas de ar na região da chaminé/gaiúta. 26
34 Sistema de Gases de Descarga Este sistema trata basicamente da exaustão de gases de cada consumidor, quais sejam, o motor principal, motores auxiliares, caldeira auxiliar e gerador de emergência e incinerador. Os dutos são diretamente acoplados a cada equipamento que descarregam os gases de descarga para a atmosfera, via silenciosos (exceção da caldeira auxiliar e incinerador). São os seguintes os principais componentes: -Um (1) silencioso para motor principal (o economizador de gases de descarga é adequado e faz este papel); -Um (1) silencioso para cada motor auxiliar; -Um (1) silencioso para cada gerador de emergência; -Um conjunto de retentor de fagulhas para cada motor na saída de cada duto de descarga de gases; -Um conjunto de juntas de expansão, tipo fole em aço inoxidável, dimensionadas para minimizar as tensões nos dutos quando quentes ; -Redes de dreno dos dutos de descarga de gases nos pontos mais baixos evitando o acúmulo de líquidos (condensação) no interior dos dutos; -Um conjunto de suporte para dutos de gases de descarga, tipo fixo ou flexível, de acordo com a geometria e flexibilidade desta tubulação. 27
35 Figura 19: Juntas de expansão Sistema de Casco São os sistemas do navio basicamente responsáveis em servir aos sistemas de segurança e hotelaria (tripulação) Sistema de Esgoto, Lastro e Serviços Gerais Sistema de esgotamento do navio, praça de máquinas, porões de carga, dimensionado de acordo com os requisitos das regras. No aspecto lastro, este é dimensionado de acordo com os requisitos operacionais do navio. Esse sistema é basicamente composto por: -Duas (2) bombas de esgoto, lastro, incêndio e serviços gerais, centrífugas, autoescorvante, a qual opera basicamente: Alimentando o sistema de hidrantes (fire main) conforme descrito no item sistema de detecção e combate a incêndio ; 28
36 Aspirando das caixas de mar da praça de máquinas para enchimento dos tanques de lastro (tanque de colisão de ré) e aspiração dos tanques de lastro (residual) e descarga para o mar. Aspirando o esgoto (dreno) dos porões de carga e praça de máquinas, descarregando para o costado. -Um conjunto de válvulas de esgoto e lastro, acionamento remoto da sala de controle de máquinas, tipo pneumático ou hidráulico; -Uma (1) bomba de esgoto da praça de máquinas, rotativa, acionada por motor elétrico para aspiração dos pocetos de esgoto da praça de máquinas e descarga para o tanque de esgoto; -Duas (2) bombas de lastro, centrífugas, acionadas por motor elétrico, as quais aspiram das caixas de mar de praça de máquinas e descarregam para os tanques de lastro e aspira destes tanques descarregando pelo costado. Estas bombas são ainda responsáveis pela troca de lastro em viagem, de acordo com os requisitos das regras. -Uma (1) bomba de borra para aspiração dos tanques de restos oleosos dos demais sistemas (tanque de borra e outros) e descarga para o tanque de esgoto oleoso. Esta bomba aspira também deste tanque de esgoto oleoso e descarrega para as tomadas de descarte de óleo no convés exposto; -Um (1) separador de água e óleo, com capacidade e características de acordo com os requisitos das regras (Imo e USCG, em geral), com bomba integrada (built on). O conjunto separador aspira do poceto de ré da praça de máquinas e do tanque de esgoto e descarrega óleo separado para o tanque de esgoto oleoso e água separada pelo costado. Esta operação não pode ser feita em águas costeiras. 29
37 -Três (3) pocetos na praça de máquinas de acordo com os requisitos de regras, arranjados dois à vante, um em cada bordo e um à ré; -Três (3) caixas de mar, capacidade adequada à demanda de água salgada, sendo duas (2) caixas de mar baixas (abaixo do teto do fundo duplo), uma delas no brodo e uma (1) caixa de mar alta, acima do teto do fundo duplo; -Um conjunto de filtros de água salgada nas caixas de mar; -Um sistema anti-incrustante para as caixas de mar, tipo por cloração ou eletrolítico; - Redes de tubulação; -Sistema de alimentação elétrica. Figura 20: Separador de Água e Óleo. 30
38 Sistema de Detecção e Combate a Incêndio O sistema de detecção e combate a incêndio deve reconhecer combater e extinguir o incêndio sempre de forma a preservar a integridade do navio e sua tripulação. Sistema composto por equipamentos fixos e portáteis, que utilizam diversos componentes e acessórios, os quais são listados a seguir: -Sistema de combate a incêndio por hidrantes; -Sistema de combate a incêndio Espuma; -Sistema de detecção de incêndio para todo o navio; -Sistemas portáteis de combate a incêndio para todo o navio; Os sistemas acima mencionados são descritos, resumidamente a seguir Sistema de Combate a Incêndio por Hidrantes (fire main) Este sistema atende a todo navio, ou seja, praça de máquinas, acomodações, região de carga e outros pontos, e é dimensionado de acordo com os requisitos das regras, sendo os principais componentes: -Duas (2) bombas de incêndio (esgoto, lastro, incêndio e serviços gerais) tipo centrífuga, auto-escorvante, acionadas por motor elétrico, as quais aspiram das caixas de mar e descarregam para o sistema de hidrantes; -Uma (1) bomba de incêndio de emergência, instalada fora da praça de máquinas, tipo centrífuga, auto-escorvante, acionada por motor elétrico, alimentada pelo gerador de emergência, a qual aspira de caixa de mar exclusiva e descarrega para o sistema de hidrantes; 31
39 -Duas (2) tomadas internacionais de incêndio, de acordo com os requisitos de regras, no convés exposto; -Redes de tubulação; -Sistema de alimentação elétrica Sistema de Combate a Incêndio por CO2 Sistema utilizado para saturação da atmosfera da praça de máquinas em caso de incêndio, tipo alta pressão, dimensionado de acordo com os requisitos de regra, basicamente composto pelos seguintes itens: -Conjunto de garrafas de CO2, instaladas em compartimento fora da praça de máquinas, com válvulas de interligação, distribuição e retenção; -Conjunto de difusores de CO2 distribuídos na praça de máquinas arranjados de forma a permitir uma saturação uniforme do espaço, através da respectiva tubulação de CO2; -Conjunto de acessórios tais como: alarme pré-disparo, alarme de disparo, botoeiras de acionamento do sistema e outros acessórios mecânicos e elétricos, alimentados pelo sistema elétrico principal e de emergência. Este sistema de CO2 pode alternativamente ser substituído por outros gases (Halon, por exemplo) ou sistema de dilúvio (fog). Cabe lembrar que no acionamento do sistema de CO2 todos os equipamentos de manuseio de óleo, sistema de ventilação/ exaustão são automaticamente desligados e eventuais saídas/entradas de ar da praça de máquinas terão seus dampers automaticamente fechados, assim como as válvulas dos tanques de óleo de alimentação dos vários sistemas (óleo combustível e lubrificante), são automaticamente fechados. 32
40 Sistema de Detecção de Incêndio para atendimento a todo o navio O sistema de detecção de incêndio para atendimento todo o navio, inclusive praça de máquinas, possui os seguintes componentes: -Conjunto de detetores (sensores) de calor e de fumaça distribuídos nas acomodações, praça de máquinas, região de carga e compartimentos perigosos (paiol de tintas, por exemplo). Na praça de máquinas obrigatoriamente são instalados acima dos motores de combustão interna e compartimento dos purificadores, além dos demais espaços; -Painel de controle do sistema, geralmente instalado no passadiço; -Demais pequenos acessórios mecânicos e elétricos (alimentados pelo sistema elétrico principal e de emergência); Sistemas Portáteis de Combate a Incêndio para atendimento a todo o navio Os sistemas portáteis de combate a incêndio para atendimento a todo o navio, inclusive praça de máquinas são compostos basicamente por: - Conjunto de extintores portáteis de CO2, pó químico e espuma, distribuídos de acordo com requisitos de regras; -Sistema de espuma para a praça de máquinas, portátil, sobre rodas. Pode haver ainda outros sistemas de combate a incêndio, algumas vezes específicos para determinados compartimentos, independentes dos sistemas principais, tais como paiol de tintas, compartimento do gerador de emergência, sala de controle de máquinas e outros Sistema Hidróforo de Água Doce 33
41 O sistema hidróforo e de água doce é responsável pela geração, aquecimento e distribuição de água doce para as acomodações e compartimentos de serviço. Abaixo, os principais componentes do sistema: -Duas (2) bombas hidrofor de água doce, centrífugas, acionadas por motor elétrico que alimentam o tanque hidróforo de água doce, aspirando dos tanques de armazenamento; -Um (1) tanque hidróforo de água doce, do qual é distribuída a água doce para consumo e serviço a bordo, tipo cilíndrico, vertical; -Uma (1) bomba de circulação de água quente, centrífuga, acionada por motor elétrico, aspirando do tanque de água quente e descarregando para os consumidores domésticos e de serviço; -Um (1) tanque de água quente, alimentado pelo tanque hidróforo de água doce, tipo cilíndrico, vertical, com aquecimento via serpentina e resistência elétrica. -Um conjunto de tanques de armazenamento de água doce estruturais; -Um (1) grupo destilatório, tipo evaporação em baixa pressão, aquecimento a vapor e via calor da água doce das camisas do motor principal, alimentado pela bomba ejetora que aspira da caixa de mar, descarregando a água destilada produzida aos tanques de armazenamento via unidade de cloração; -Um conjunto de tratamento de água doce composto basicamente por uma unidade de cloração, uma unidade de decloração e filtro mineralizador, sendo estes dois últimos instalados no sistema de distribuição de água doce (após a bomba ou tanque hidróforo); -Redes e acessórios de tubulação; -Sistema de alimentação elétrica, automação e controle. 34
42 Figura 21: Grupo Destilatório. (Fonte: Prof. Luiz Vaz) Figura 22: Sistema Hidróforo Água Potável. (Fonte: Prof. Luiz Vaz) Vários sistemas de tratamento da água doce, visando sua potabilização são hoje disponíveis no mercado. Alternativamente, para o sistema de descarga sanitária pode ser previsto um sistema hidróforo de água salgada, composto basicamente por: -Duas (2) bombas e um (1) tanque hidróforo de água salgada. 35
43 Para navios com tripulação sujeitas a regulamentos estatutários especiais, pode-se ainda individualizar o sistema de água potável, com o uso de duas (2) bombas e um (1) tanque hidróforo de água potável. O sistema hidróforo é dimensionado para atendimento à tripulação do navio e pontos de serviço Sistema de Esgoto Sanitário O sistema basicamente de hotelaria, adequado para atendimento e tratamento de efluentes sanitários (águas cinzas e escuras). Este sistema é basicamente composto pelos seguintes itens: -Sistema sanitário das acomodações com respectivos embornais, tubulação, vasos sanitários (águas escuras), pias, boxes (águas cinzas) etc. Neste ponto cabe lembrar que a tubulação poderá ser de PVC ou assemelhados. -Unidade de tratamento de efluentes, instalada na praça de máquinas, para atendimento aos regulamentos antipoluição e sanitários (notoriamente IMO e USCG), com compartimentos para aeração, decantação e maceração, com duas (2) bombas de descarga. A unidade recebe as águas cinzas e escuras do sistema acima, por gravidade, trata e descarrega por suas bombas até o mar, via válvula do costado (storm valve type). Esta descarga deverá ser feita somente em regiões permitidas pelos regulamentos internacionais. -Um (1) tanque de armazenamento de esgoto sanitário (opcionalmente poderá ser utilizado um dos tanques de lastro para esta finalidade); 36
44 -Uma (1) bomba de descarga de esgoto sanitário que aspira do tanque de armazenamento e descarrega para as tomadas internacionais de esgoto (duas, sendo uma em cada bordo). -Redes e acessórios de tubulação. -Sistema de alimentação elétrica. Uma característica deste sistema por gravidade é que os tubos deverão ter inclinação (não horizontais) de forma a evitar a criação de bolsões dentro do sistema de tubulação. Em geral são inclinados no sentido vante ré (parte mais baixa à ré quando casaria e praça de máquinas a ré) favorável a tendência de trim do navio. No sentido transversal a inclinação é no sentido bordo linha de centro, sendo a parte mais baixa a região da linha de centro. Este sistema por gravidade poderá alternativamente ser substituído por sistema a vácuo, semelhante ao instalado em aviões, mais compacto e mais caro no custo inicial (bombas, automação, edutores, sanitários especiais, etc.), porém de instalação mais barata (tubulação de menor diâmetro para águas escuras). Figura 23: Unidade de Tratamento de Efluentes. (Fonte: Hamworth). 37
45 Figura 24: Unidade de Tratamento de Efluentes, tipo biológica, por gravidade. (Fonte: Hamworth) Sistema de Frigorífica Doméstica Responsável pela conserva de alimentos perecíveis consumidos a bordo, o sistema de frigorífica doméstica pode apresentar os espaços de provisões na forma de compartimento para freezers do tipo industrial ou câmaras frigoríficas. O sistema mais comumente utilizado em navios é o sistema de câmaras frigoríficas. São os seguintes os principais componentes do sistema: -Três (3) câmaras frigoríficas, uma fria, uma gelada, e uma antecâmara (sem evaporador), instaladas na região das acomodações; -Dois (2) conjuntos de compressores/ condensadores (unidade frigorífica) instalados na praça de máquinas, preferencialmente na região abaixo das câmaras de forma a minimizar 38
46 o comprimento do tubo refrigerante, minimizando assim o custo e aumentando a eficiência do sistema (perda de calor). A unidade máquina frigorífica, compressor/condensador é do tipo self-contained, refrigerada a água doce do sistema de resfriamento central. -Redes a acessórios de tubulação; -Sistema de alimentação elétrica, automação e controle Sistema de Movimentação de Pesos Responsável pela movimentação de peças de e para o interior da praça de máquinas, o sistema de movimentação de pesos é composto por: -Uma (1) ponte rolante na praça de máquinas, adequada ao atendimento ao motor principal, capacidade para manusear os sobressalentes/componentes mais pesados da praça de máquinas, arranjada fisicamente para apoio de peças em local adequado ao içamento pelo guindaste externo. A ponte rolante é acionada por motor elétrico, com comando por botoeira pendular e tem movimentos de translação longitudinal, transversal (carro) e içamento, com cabo de aço suficiente para que o gato chegue até o piso mais baixo da praça de máquinas. Este equipamento é instalado acima do motor principal e geralmente abaixo do convés principal ( teto da praça de máquinas). -Um conjunto de monovias com talhas de capacidade adequada para atendimento aos equipamentos da praça de máquinas, mais usualmente: uma (1) sobre cada diesel-gerador auxiliar de forma a permitir a manutenção dos motores e geradores; uma (1) sobre os purificadores centrífugos de óleo de forma a permitir o fácil transporte dos componentes 39
47 internos à mesa de limpeza; uma (1) para atendimento à oficina de máquinas, geralmente entre o torno mecânico e uma área de apoio. -Um conjunto de olhais adequadamente arranjados de forma a permitir a montagem/desmontagem dos equipamentos da praça de máquinas e seu transporte até as áreas de apoio (içamento) pela ponte rolante. Um conjunto de espaços para movimentação e apoio de pesos deverá ser previsto nas fases iniciais do projeto da praça de máquinas, em todos os seus conveses e plataformas. -Uma (1) oficina de máquinas, com máquinas operatrizes tais com torno mecânico, mesa de limpeza e armário de ferramentas e outros acessórios/ componentes; -Um (1) paiol de máquinas para guarda de sobressalentes com um conjunto de armários e prateleiras; -Uma (1) oficina de eletricidade, com bancada de trabalho, quadro de teste de aparelhos elétricos e quadro de ferramentas; -Um (1) compartimento para purificadores e equipamentos de manuseio de óleo combustível, contendo em geral os purificadores de óleo combustível, purificadores de óleo lubrificante, sistema de alimentação de óleo combustível para motor principal e motores auxiliares, tanque de borra dos purificadores, periféricos dos equipamentos acima, mesas de limpeza dos purificadores e outros equipamentos. Este compartimento é ventilado pelo sistema de ventilação da praça de máquinas e a exaustão feita por exaustor exclusivo de forma a manter a pressão interna negativa (ar entrando nos compartimentos quando porta aberta). 40
48 Sistema Anti-Poluição e Embornais Sistema Anti-Poluição O sistema antipoluição trata basicamente de atendimento aos diversos regulamentos internacionais a respeito e aos requisitos de regras adicionais específicos para cada porto e/ou pais. São os seguintes os principais componentes: -Um (1) incinerador adequado à queima de borra de óleo e lixo orgânico. O queimador do incinerador é alimentado por gravidade por um tanque de óleo diesel específico. O lixo orgânico é alimentado no incinerador via janela no equipamento; -Compartimento de lixo, na superestrutura, para acondicionamento de latões com plásticos, metais e demais detritos não incineráveis; -Sistema de embornais da praça de máquinas que trata basicamente de recolhimento de óleo por gravidade para o tanque de esgoto no fundo; -Bandejas antipoluição, distribuídas nos conveses da embarcação de forma a acomodar suspiros, sondas e enchimentos dos tanques de óleo, evitando o derramamento de óleo no mar; -Redes a acessórios de tubulação; -Sistema de alimentação elétrica, automação e controle. 41
49 Figura 25: Esquema. Figura 26: Compactador de Lixo. 42
50 Sistema de Suspiros e Sondas Em geral os tanques e espaços vazios são providos de dispositivo de sondagem. Os tanques dos principais sistemas são providos de indicadores de nível local e/ou remoto, alarmes de nível alto e baixo. São ainda utilizados para sondagem as torneiras e agulheiros de sondagem manual. Todos os tanques e espaços vazios com meios de esgotamento forçado são providos de tubulação de suspiro de diâmetro compatível. As caixas de mar são também providas de suspiro, com válvula de isolamento, de forma a permitir a saída do ar eventualmente nestas, acumulado Acessórios de Aço Os principais acessórios de aço da praça de máquinas são: escadas, passarelas, estrados, jazentes, mesas de limpeza, bandejas coletoras e tanques independentes Escadas, passarelas e estrados Escadas, passarelas e estrados contribuem para facilitar os acessos aos níveis onde estão dispostos os diversos equipamentos, sempre de forma a garantir a segurança dos operadores. Os conjuntos de escadas, passarelas e estrados deverão ser previstas nas fases inicias de projeto de forma a permitir seu uso durante seu uso durante a edificação da praça de máquinas, minimizando o uso de escadas provisórias, priorizando a segurança e a facilidade da montagem a bordo. 43
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