Disciplina: LINGUAGENS FORMAIS, AUTÔMATOS E COMPUTABILIDADE Prof. Jefferson Morais
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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS FACULDADE DE COMPUTAÇÃO CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO Disciplina: LINGUAGENS FORMAIS, AUTÔMATOS E COMPUTABILIDADE Prof. Jefferson Morais jmorais@ufpa.br
2 Agenda Visão Geral O que é uma Linguagem Conceitos Básicos 2
3 Visão Geral Teoria das Linguagens Formais originariamente desenvolvida na década de 1950 objetivo inicial desenvolver teorias relacionadas com as linguagens naturais hoje importante para o estudo de linguagens artificiais (em especial, para as linguagens originárias da Ciência da Computação) 3
4 Visão Geral Enfoques análise de linguagens de programação léxica sintática modelos de sistemas biológicos desenho de hardware relacionamentos com linguagens naturais Recentemente linguagens não-lineares planares espaciais n-dimensionais. 4
5 Visão Geral Linguagens Formais preocupa-se com os problemas sintáticos das linguagens Importante introduzir conceitos de sintaxe e semântica Historicamente o problema sintático foi reconhecido antes do problema semântico foi o primeiro a receber um tratamento adequado é de tratamento mais simples que os semânticos 5
6 Visão Geral Consequência grande ênfase à sintaxe ao ponto de levar à idéia de que questões das linguagens de programação resumiam-se às questões da sintaxe 6
7 Visão Geral Atualmente teoria da sintaxe possui construções matemáticas bem definidas e universalmente reconhecidas. Por exemplo: Gramáticas de Chomsky. Linguagem de Programação (ou qq modelo matemático) pode ser vista livremente sem qualquer significado associado juntamente com uma interpretação do seu significado 7
8 Visão Geral Sintaxe trata das propriedades livres da linguagem "forma" exemplo: verificação gramatical de programas Semântica fornece uma interpretação para a linguagem exemplo: um significado ou valor para um determinado programa 8
9 Visão Geral Sintaticamente "errado" não existe uma noção de programa "errado" neste caso, simplesmente não é um programa Sintaticamente "Correto" pode não ser o programa que o programador esperava escrever Programa "Correto" ou "Errado deve considerar se modela adequadamente o comportamento desejado 9
10 Visão Geral Sintaticamente "errado" não existe uma noção de programa "errado" neste caso, simplesmente não é um programa Sintaticamente "Correto" pode não ser o programa que o programador esperava escrever Programa "Correto" ou "Errado deve considerar se modela adequadamente o comportamento desejado 10
11 O que é uma linguagem? 11
12 O que é uma linguagem de programação? 12
13 Conceitos Básicos Linguagem (1ª definição): é um meio de comunicação, formada por um conjunto de palavras e de regras gramaticais que permitem combinar as palavras em sentenças sintaticamente corretas. Uma linguagem é dita formal quando pode ser representada através de um sistema com sustentação matemática. A Linguística Formal compreende a representação da sintaxe (estrutura) e da semântica (significado) das sentenças de uma linguagem. Nesta disciplina será abordada somente a estrutura sintática das linguagens. 13
14 Conceitos Básicos Alfabeto ou vocabulário é um conjunto finito de símbolos ou caracteres. Exemplo: dígitos, letras, letras gregas, etc. Sentença, ou palavra definida sobre um alfabeto é qualquer sequência finita de símbolos do alfabeto. Exemplo: alfabeto V = { 0,1} sentenças válidas =
15 Conceitos Básicos O tamanho, ou comprimento, de uma sentença é dado pelo número de símbolos que compõem a sentença. Exemplo: alfabeto V = { a, b, c } sentença w = ab tamanho w = 2 Sentença vazia é a sentença que não contém símbolos, possuindo tamanho 0. É representada por ε. Seja V um alfabeto, representamos por: V* = conjunto de todas as sentenças compostas de símbolos de V incluindo a sentença vazia. V+ = V* -(ε). 15
16 Conceitos Básicos Exemplos: V = { 0,1} V* = { ε, 0, 1, 00, 01, 10, 11,...} V+ = { 0, 1, 00, 01, 10, 11,...} Linguagem (outra def.) é qualquer conjunto de sentenças sobre um alfabeto, ou seja uma linguagem L sobre um alfabeto V é um subconjunto de V*. Conforme o número de sentenças que possuem, as linguagens se classificam em: finitas vazias infinitas 16
17 Conceitos Básicos Como representar uma linguagem? listando as palavras (só para linguagem finita) através de uma descrição algébrica Exemplo: (an bn cn n >= 1) definindo um algoritmo que determina se uma sentença pertence ou não à linguagem: Reconhecimento Exemplo: autômato finito definindo um mecanismo que gera sistematicamente as sentenças da Linguagem Exemplo: Gramática 17
18 Gramáticas Uma gramát ica serve para definir qual o subconjunto desentenças que faz parte de uma determinada linguagem. É um dispositivo formal para especificar uma linguagem potencialmente infinita de uma forma finita. Existem diversas formas de representar a sintaxe das linguagens: BNF, diagramas de sintaxe, notação formal de gramática. Exemplo: Backus Naur Form (BNF) <programa> ::= <decl>; <bloco>. <bloco> ::= BEGIN <comando> END <comando> ::= <if> <atrib> <goto>... 18
19 Gramáticas Elementos: não-terminais ou variáveis = <programa> <bloco> símbolos terminais = BEGIN ; END produções = <comando> ::= <if> símbolo inicial = <programa> Notação Formal de Gramática Uma gramática G é definida por uma quádrupla G = ( N, T, P, S ) onde N - conjunto finito de não-terminais T -conjunto finito de terminais P -conjunto finito de regras de 19
20 Gramáticas Observações: N T = V = N T S N P = { α β α V+ e β V* } 20
21 Gramáticas Exemplo: G = ( N, T, P, I ) N = { I, D } T = { 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 } P = { I D, D 0, D 1, D 2, D 3, D 4, D 5, D 6, D 7, D 8, D 9 ) 21
22 Gramáticas Convenções Para facilitar a compreensão das expressões, são adotadas sempre que possível as seguintes convenções: N = { A, B, C,... T } Letras maiúsculas do início do alfabeto para símbolos nãoterminais T = { a, b, c,... t } Letras minúsculas do início do alfabeto para símbolos terminais T* = { u, v,... z } Letras minúsculas do fim do alfabeto para sequências de terminais ( N T )* = { α, β, γ,... } Letras gragas para sequências de variáveis e terminais N T = { U, V,... Z } Letras maiúsculas do fim do alfabeto para um símbolo terminal ou não-terminal 22
23 Gramáticas Convenções Para facilitar a compreensão das expressões, são adotadas sempre que possível as seguintes convenções: N = { A, B, C,... T } Letras maiúsculas do início do alfabeto para símbolos nãoterminais T = { a, b, c,... t } Letras minúsculas do início do alfabeto para símbolos terminais T* = { u, v,... z } Letras minúsculas do fim do alfabeto para sequências de terminais ( N T )* = { α, β, γ,... } Letras gragas para sequências de variáveis e terminais N T = { U, V,... Z } Letras maiúsculas do fim do alfabeto para um símbolo terminal ou não-terminal 23
24 Gramáticas Derivação Derivação é uma operação de substituição efetuada de acordo com as regras de produção da gramática. Representa-se esta operação pelo símbolo Logo: x α y x β y se α β P e x e y V* Uma sequênciade derivações, de zero ou mais passos, é representada por * Isto é: α1* αmse α1 α2, α2 α3,..., αm-1 αm, α1, α2,..., αm V* 24
25 Gramáticas Derivação (cont) Para garantir que pelo menos uma derivação seja efetuada, a notação utilizada é +. Isto é: α1 + αm se α1 α2, α2 * αm, α1, α2,..., αm V* 25
26 Gramáticas Sentença e Forma Sentencial Uma sentença de uma linguagem é uma sequência formada de terminais, obtida a partir do símbolo inicial da gramática desta linguagem, através de derivações sucessivas. S + u {u= sequênciade terminais} Uma forma sentencial é uma sequênciaqualquer, composta de símbolos terminais e/ou de não terminais, obtida a partir do símbolo inicial da gramática através de derivações sucessivas. S *=> α {α=sequênciade variáveis e terminais} 26
27 Conceitos Básicos Linguagem (outra def.) A linguagem gerada por uma gramática G = ( N, T, P, S ) é o conjunto de todas as sentenças que podem ser geradas a partir do símbolo inicial desta gramática, através de derivações sucessivas. L(G) = { w w T* e S + w } 27
28 Conceitos Básicos Exemplo G = ( N, T, P, S ) G = ({S},{0,1}, P, S ) P = { S 0S1 S 01 } S 0S1 00S11 03S n-1S1n-1 0n1n L(G) = { 0n 1n n >= 1 } 28
29 Tipos de Gramáticas Segundo a hierarquia de Chomsky, as gramáticas podem ser de quatro tipos. Para G = ( N, T, P, S ) e V = N T, temos: Tipo 0 - Gramáticas Irrestritas (GI) São definidas pelas seguintes regras de produção: P = { α β α V+, β V* } Ou seja, do lado esquerdo da produção pode haver uma sequênciade quaisquer símbolos. Do lado direito da produção pode haver qualquer sequência de símbolos, inclusive a sentença vazia. 29
30 Tipos de Gramáticas Tipo 2 -Gramáticas Livres de Contexto (GLC) Quando as regras de produção são todas na seguinte forma: P = { α β α N e β ε } Ou seja, do lado esquerdo da produção deve, sempre, ocorrer um e apenas um não-terminal. A sentença vazia também não é aceita do lado direito da produção*. Ex: X abcx {não interessa o contexto em que X se encontra} 30
31 Tipos de Gramáticas Tipo 1 - Gramáticas Sensíveis ao Contexto (GSC) Para toda produção α β P α <= β Ou seja, o comprimento da sentença do lado esquerdo deve ser menor ou igual ao comprimento da sentença do lado direito da produção. Do lado direito não é aceita a sentença vazia*. Ex: α1aα2 α1bα2 Essa regra será relaxada postariormente 31
32 Tipos de Gramáticas Tipo 3 -Gramáticas Regulares (GR) Toda produção é da forma: A abou A a Ou seja: P = { A ax A N, a T, X N {ε} } Do lado esquerdo da produção deve, sempre, ocorrer um e apenas um não-terminal e do lado direito podem ocorrer ou somente um terminal, ou um terminal mais um não-terminal (a ordem não interfere na classificação da gramática). 32
33 Tipos de Gramáticas 33
34 Tipos de Gramáticas Exemplo de Gramática Livre de Contexto: G = ( N, T, P, S ) N = { S, A, B } T = { a, b } P = { S aba baa S bab b A a B bs A asb abb} L(G) é o conjunto de todas as palavras em T que tem o mesmo número de a se b s 34
35 Linguagens Linguagens geradas por gramáticas Conforme o tipo da gramática que dá origem a uma linguagem, estas se classificam em: LSC - Linguagem Sensível ao Contexto LLC -Linguagem Livre de Contexto LR -Linguagem Regular 35
36 Linguagens A sentença vazia Vamos estender as definições das gramáticas Tipo 1, 2 e 3 para permi r produções do po S ε, sendo S o símbolo inicial. Entretanto, isto só será possível se S não aparecer do lado direito de qualquer produção. a regra S ε somente será u lizada para dar origem à sentença vazia. A gramática que possuir o símbolo inicial aparecendo do lado direito de regras de produção, deverá ser transformada em outra equivalente que obedeça a esta restrição. Observação: gramáticas equivalentes devem gerar a mesma linguagem. Quando for necessário transformar a gramática, deverá ser incluído um novo símbolo não-terminal (S ) que passará a ser o novo símbolo inicial. Em seguida, deverão ser incluídas em P todas as regras que tinham o símbolo 36
37 Linguagens Exemplo: Modificar a gramática abaixo de modo a incluir a sentença vazia. G = { { S, A }, {a}, P, S } P: S aa A aa a Resposta: G = { { S, S, A }, {a}, P, S } P : S S ε S aa A aa a 37
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