Avifauna em florestas tropicais fragmentadas: indicadores da sustentabilidade em Usinas Hidrelétricas
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1 Avifauna em florestas tropicais fragmentadas: indicadores da sustentabilidade em Usinas Hidrelétricas Fabiano Timóteo de Andrade Biólogo - Mestrando em Ciências Ambientais pela Universidade de Taubaté/SP UNITAU; fabiano1_andrade@yahoo.com.br, Simey Thury Vieira Fisch - Professora do Curso de Pós-graduação em Ciências Ambientais da Universidade de Taubaté /SP; simey@unitau.br Paulo Fortes Neto - Professor do Curso de Pós-graduação em Ciências Ambientais da Universidade de Taubaté /SP; paulofortes.neto@gmail.com Getulio Teixeira Batista - Professor do Curso de Pós-graduação em Ciências Ambientais da Universidade de Taubaté /SP; gtbatista@gmail.com Resumo As florestas tropicais brasileiras em especial a floresta Atlântica e Amazônica foram e continuam sendo alvos constantes de diversas ações antrópicas humanas, que ocasionaram a redução de seus territórios ou ainda sua total fragmentação. Um dos dados mais alarmantes é a perda de sua biodiversidade, que em muitas situações sequer foi conhecida, o que demanda a preocupação com a manutenção sustentável, de forma que várias espécies ainda possam sobreviver. Através de levantamentos na literatura especializada com o tema o uso de biondicadores na qualidade ambiental em florestas tropicais, foram elencados os mais utilizados para esse tipo de avaliação com enfoque na avifauna, uma vez que a mesma responde positiva ou negativamente a qualquer fator que altere seu ambiente. Esse conjunto de atributos permitirá não somente avaliar a manutenção da fauna presente, mas também subsidiar a recuperação de áreas degradadas que sofreram a influência da implantação de Usinas Hidrelétricas. Palavras chave: fragmentação; ambientes antroporizados; biodiversidade. Avifauna in fragmented tropical forests: indicators of sustainability in Hydroelectric Plants ABSTRACT Tropical forests in particular the Brazilian Atlantic and Amazonian forest have been and are constant targets of various human actions, which led to the reduction of their territories or their total fragmentation. One of the most alarming is the loss of its biodiversity, which in many cases has even been known, which requires a concern with maintaining sustainable, so that several species may still survive. Through surveys in the literature with the theme "the use of biondicadores in environmental quality in tropical forests" were listed the most frequently used for this type of evaluation, focusing on birds, since it responds positively or negatively to any factor that change their environment. This set of attributes will not only assess the maintenance of wildlife present, but also support the recovery of degraded areas that were influenced by the deployment of hydropower plants Keywords: fragmentation; antroporizados environments, biodiversity Introdução Ao longo da costa brasileira esta distribuída a Mata atlântica. Devido a sua imensa riqueza em espécies é reconhecida mundialmente como um dos 25 hot spots para conservação da biodiversidade (MYERS et al., 2000). Em 1998 o território da Mata Atlântica resultava numa área de aproximadamente 16% do território brasileiro e hoje não ultrapassa a 1
2 marca de 7% do seu total (SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2010). Vários fatores estão intimamente ligados a essa degradação desenfreada, que teve inicio a partir do século XVI com a chegada dos portugueses ao Brasil, passando pela exploração madeireira, mineradora, agropecuária, econômica e industrial, que reduziu drasticamente a existência da área de cobertura dessa biota. Com base no cenário atual de fragmentação da Mata Atlântica, o objetivo deste trabalho é realizar, através da revisão bibliográfica, o levantamento histórico de quais foram os principais aspectos não sustentáveis que a tornaram como a conhecemos hoje, e os biondicadores da sustentabilidade na manutenção dos fragmentos existentes, tomando como base a avifauna e a flora desses locais. Histórico da degradação da Mata Atlântica e uso não sustentável de seus recursos Desde o século XV, logo em seguida ao descobrimento do Brasil começou-se uma exploração desenfreada dos recursos naturais em especial ao pau-brasil (Caesalpinia echinata Lam.) (COIMBRA-FILHO e CÂMARA, 1996), que se estendeu até meados do século XVII num ciclo de devastação de aproximadamente 375 anos, (REIS, 1982). No contexto geral a Floresta Atlântica sofreu a influência da degradação de vários ciclos, cada um agindo de uma forma na composição e dinâmica da floresta existente até então. Como o ciclo da cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.) e alguns itens de subsistência em menor escala como a mandioca e o milho por volta de 1532 (GUILLAUMOUN e MARCONDES, 1978), no qual as árvores eram cortadas e aproveitadas no abastecimento das casas de engenho, construção de casas para abrigar a população que acabava de entrar em processo de crescimento, ou simplesmente queimadas para implantação de imensas áreas de plantio e exploração dos imensos canaviais (SIQUEIRA, 1982). Essa exploração desencadeou uma devastação de cerca de 270 mil hectares de Mata Atlântica, sendo 120 mil para os campos de cultivo e os outros 150 mil, para o abastecimento de energia dos engenhos (DEAN, 1996). Cada região seguiu um contexto diferente no histórico de exploração e apresentavam com base nessas concentrações peculiaridades diferenciadas, como por exemplo, no caso da Mata Central as denominadas Minas Gerais, que tiveram uma alta exploração do minério em especial a procura do ouro por volta de Segundo (DEAN, 1996), a exploração desse minério causou efeitos nefastos para mata, juntamente a um aumento substancial na população em 6 vezes, em apenas 100 anos, que impulsionou outras atividades econômicas como a exploração do gado, que contribuiu para a derrubada das florestas e implantação de áreas de pastoreio. O ciclo do minério foi responsável pela devastação de 400 mil hectares de floresta tanto pela exploração desse minério quanto pela instalação de novas vilas que foram acompanhando esse crescimento, em função disso, houve grande impacto em populações de higrófilas, já que esses sítios de exploração se concentravam nas margens dos rios que cortavam as florestas, dizimando boa parte dessa população, (DEAN, 1996), seguido da exploração da agropecuária em especial da exploração do gado bovino, já que com o crescimento da população era necessário aumentar a produção, devastando imensas áreas para a instalação de pastagens. Juntas a mineração, a lavoura e a engorda do gado, foram responsáveis durante o século XVIII, só na região sudeste, por 3 milhões de áreas devastadas na Mata Atlântica (DEAN, 1996). 2
3 O ciclo do café (Coffea arábica, Lineu 1753) teve inicio, no Rio de Janeiro, chegando a São Paulo em 1790, e se estendendo para Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná, por volta de Existiam 650 milhões de pés de café no estado de São Paulo, sendo responsáveis por cerca de 1 milhão de florestas derrubadas (TAUNAY, 1935). Impulsionado pelo escoamento dessa grande produção, foram construídas ferrovias patrocinadas pelos próprios cafeicultores, que durante o processo de construção também derrubaram florestas, além de outros milhares de hectares serem derrubadas para alimentar os fornos das locomotivas, (GUILLAUMON, 1989). Posteriormente novos ciclos econômicos e industriais se estabeleceram nos domínios da floresta atlântica existente, e em função da urbanização desse novo nicho de exploração humana, foi reduzida drasticamente sua vegetação e sua área de cobertura, (SOS MATA ATLÂNTICA e INSITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS, 2009). O ciclo industrial principalmente foi um grande colaborador desse desmatamento, pois uma enorme fonte de recursos combustíveis minerais estava à disposição: a madeira das florestas (DEAN, 1987). As maiores consumidoras desse combustível tão abundante foram às empresas do ramo siderúrgico que em meados do século XX, já haviam consumido 265 mil hectares de floresta, porém as locomotivas ainda consumiam mais lenha que essas empresas, fator esse que só declinou a partir de 1950, com a substituição das locomotivas a vapor por locomotivas a diesel, uma vez, que o consumo anual desse recurso natural girava em torno de 65 mil hectares de floresta, (SOUZA, 1947). Histórico da degradação da Floresta Amazônica e uso não sustentável de seus recursos O desmatamento da Floresta Amazônica, a partir da década de 70 foi conseqüência da exploração de grandes latifúndios existentes na região decorrente da implantação da atividade pecuária, apoiada através de incentivos fiscais governamentais nesse período (MAHAR 1979). Até meados de 1987, em conseqüência da exploração de grandes áreas de pastagens essa atividade se tornou vantajosa, sobre outros tipos de exploração das áreas derrubadas em função dos bons preços da carne bovina (MATTOS e UHL 1994). Quase toda a degradação ocasionada nesse bioma tem como principal causador o homem, em especial na extração ilegal e uso insustentável de recursos naturais como a madeira, que entre os anos de 1996/1997, consumindo o equivalente a 27,8 milhões de metros cúbicos de madeira e removendo entre e km2 de cobertura florestal por ano (NEPSTAD et al., 1999). Entre os principais fatores de degradação, estão o avanço da fronteira agrícola, a exploração de madeira, a abertura de estradas e os incêndios florestais (NEPSTAD et al., 2002) Nos últimos 30 anos a Amazônia perdeu cerca de 17% de sua cobertura florestal (LENTINI et al., 2005). Indicadores ecológicos Conceitos O primeiro passo, para a construção de indicadores deve ser a identificação dos impactos ambientais significativos, que se constituirão na base para a sua definição. Os indicadores ambientais não devem se restringir a apenas medidas de impactos sobre o meio ambiente, mas expressões que contenham informações sobre condições ambientais, locais ou regionais, podendo ser expressos em termos de Pressão/Estado/ Resposta. O processo de sele- 3
4 ção de indicadores pode incluir tanto indicadores existentes como desenvolver novos indicadores, podendo inclusive conter agregações e ponderações que possam refletir características da política ambiental (RIBEIRO, 2004) Nos últimos 30 anos, indicadores ecológicos tem sido utilizados para na análise de alterações no meio ambiente e em estudos de impacto ambiental, para detectar alterações na condição do ambiente (NIEMI e MCDONALD, 2004). Dentro desse contexto as aves têm sido utilizadas como bioindicadoras por terem características particulares, como o seu bom conhecimento taxonômico e sistemático (BIERREGAARD e STOUFFER 1997), e principalmente por existirem métodos bem desenvolvidos para seu estudo (WIENS, 1989). As aves silvestres são reconhecidas como as melhores bio-indicadoras dos ecossistemas terrestres, principalmente os florestais. As espécies da avifauna ocupam muitos nichos ecológicos e tróficos das florestas, distribuindo-se desde o piso até as copas das árvores. A grande maioria das espécies da avifauna tem hábitos diurnos, apresentam plumagem colorida, tamanhos e formas variadas, podendo ser facilmente observadas com binóculo, além de suas vocalizações específicas que auxiliam muito nas identificações (ALMEIDA, 1998). Metodologia A metodologia utilizada foi a revisão bibliográfica de artigos, publicações e dissertações, cujo tema foi o uso de bioindicadores na análise de qualidade ambiental de florestas tropicais. Nesse estudo foi considerado a avifauna como o bioindicador sustentável de qualidade ambiental. Para elaboração de uma tabela indicativa dos aspectos mais encontrados, sobre o nível de sustentabilidade ou não dos ambientes estudados. Resultados De acordo com as indicações apontadas pela literatura foi possível construir uma tabela com os aspectos mais relevantes encontrados em ambientes que sofreram algum tipo de ação antrópica, que podem ser considerados positivos ou negativos de acordo com o nível de sustentabilidade do local analisado (TABELA 1): 4
5 fragmentadas: indicadores da sustentabilidade em Usinas Hidrelétricas. Repositório Eletrônico Ciências Tabela 1. Indicadores e Nivel de sustentabilidade dos ambientes analisados em realação a avifauna. Quando negativo: requer algum tipo de intervenção; quando positivo: ambiente em processo de recuperação. BIOMAS Indicadores Mata Atlântica Amazônia Brasileira Acentuado de espécies de borda de mata e menor número de espécies de interior de floresta (Willis e Oniki 2002); (Restrepo e Gomez 1998) (Pinheiro 2009); (Dário 2008) negativo Presença de número considerável de espécies do "topo de cadeia" (Martuscelli 1996) (Costa e Castro 2007) (Luz 2005) positivo Presença de frugívoros de grande porte (Aleixo e Vielliard 1995) (Dário 2008) positivo Distribuição de espécies por guilda (Distribuição maior de onívoros de borda; insetívoros de taquarais e emaranhados, insetívoros de borda e predadores de artropodos da folhagem) (Anjos 2001); (Willis 1979) (Borges e Guilherme 2000) negativo Massa corpórea X pressão de caça (animais maiores ou mais conspícuos são mais caçados) (número maior de indivíduos encontrados com menor massa corpórea) (Develey e Martensen, 2006) (Peres 2001); (Pinheiro 2009) negativo Menor presença de aves frugívoras do dossel (Galetti e Pizo 1996) (Terborgh 1986); (Loiselle e Blake 1992); negativo Declínio no número de aves que nidificam em troncos Participação de aves em bandos mistos (Sick 1997); (Soares e Anjos 1999) (Agnelo 2007); (Willis e Oniki 2003); (Develey e Peres 2000); (Ridgely e Tudor 1994) (Sick 1997) negativo (Ridgely e Tudor 1994); (Borges e Guilherme 2000); (Dário 2008) positivo Presença de aves com grande capacidade adaptativa (Allegrinni 1997); (Dário 1999); (Develey 2003); (Hofling e Lencioni 1992) (Goerk 1999); (Borges e Guilherme 2000) (Dário 2008) positivo 5
6 Discussão Bioindicadoras sustentáveis Vários são os biondicadores da sustentabilidade do ambiente florestal que poderão ser encontrados em um determinado fragmento ou área que tenha sofrido alteração, como a presença de aves topo de cadeia como, por exemplo, a família dos Accipitridae (Gaviões), (MARTUSCELLI, 1996; LUZ, 2005; CASTRO E COSTA, 2007), o que demanda é que o local se encontre sustentável propiciando a essa família o encontro de presas suficientes para sua subsistência, visto que seu cardápio vai além de outras aves, bem como répteis, marsupiais, roedores entre outros. Outro aspecto bem presenciado é a existência de um grande número de aves com grande plasticidade de adaptação como a família do Tyrannidae, para alguns autores é considerada um ótimo sinal, visto tal situação denota qualidade na regeneração de um ambiente que sofreu algum processo antrópico (ALLEGRINNI, 1997; DÁRIO, 1999; DEVELEY, 2003; GOERK, 1999; HOFLING E LENCIONI, 1992; BORGES E GUILHERME, 2000; DÁRIO, 2008), fato esse deve-se a grande quantidade de flora presente que sustenta a existência dessa comunidade, que se adaptou a essa nova condição. A presença de frugívoros de grande porte é outro aspecto bem relevante e indica a boa qualidade do ambiente (ALEIXO E VIELLIARD, 1995; DÁRIO, 2008), uma vez, que aves desse tipo são muito exigentes com relação a sua alimentação, exigindo uma alta densidade de frutos na mata para composição de sua dieta, até mesmo porque aves desse porte não são capazes de atravessar campos abertos muito extensos a procura de alimento. A formação de grupos mistos em comunidades de aves, também denota uma organização dentro do ecossistema, tornando-o equilibrado e consequentemente sustentável, visto que cada indivíduo dentro dessa organização realiza uma função (AGNELLO, 2007; WILLIS E ONIKI, 2003; DEVELEY E PERES, 2000; RIDGELY E TUDOR, 1994; BORGES E GUILHERME, 2000; DÁRIO, 2008) Biondicadores não sustentáveis Diversas características encontradas em comunidades de aves dentro de um fragmento podem conotar o nível de perturbação, o que os tornam não sustentáveis para várias comunidades e demonstram a má qualidade a qual se encontra o ambiente, encontradas nas florestas tropicais, entre eles: Menor número de espécies de interior de floresta e maior número de espécies de borda (WILLIS e ONIKI, 2002; RESTREPO e GOMEZ, 1998; PINHEIRO, 2009; DÁRIO, 2008), situações como essa são vistas mais como qualitativas do que quantitativas, visto que a abundância de espécies pode ser alta, porém se comparada ao número de espécies por guilda, esse número poderá ser transcrito em situações não favoráveis, pois existe alta incidência de aves especialistas em detrimento de aves generalistas, que são adaptadas a clareiras e áreas abertas. Dentro do aspecto das guildas encontradas dentro de um ecossistema, um dado preocupante é o registro de altas taxas de onívoros de borda, insetívoros de taquarais e emaranhados e insetívoros de borda predadores de artrópodes (ANJOS, 2001; WILLIS, 1979; BORGES e GUILHERME, 2000), que conotam possivelmente a degradação do ambiente, não o tornando sustentável para as demais espécies. 6
7 A redução no número de espécies com grande massa corpórea (PERES, 2001; DEVELEY e MARTENSEN, 2006; PINHEIRO, 2009), o que pode estar relacionado à pressão de caça exercida sobre espécies como as famílias Tynamidae e Cracidae, que são alvos constantes de caçadores em função de seu tamanho, visto serem consideradas como prêmios para aqueles que conseguem abatê-las ou mesmo capturá-las, impedindo assim uma de suas principais características que é o sinergismo exercido por elas. Extinções acentuadas entre os frugivoros do dossel (TERBORGH, 1986; LISELLE e BLAKE 1992; GALETTI e PIZO, 1996), são outro fator determinante para avaliação da qualidade ambiental, uma vez, que tal fator esta diretamente relacionado à falta de recursos alimentares em ambientes que não sustentam essa comunidade, que não consegue atravessar grandes extensões descobertas para a procura desses recursos em outros fragmentos. A baixa frequência de aves que nidificam em troncos de árvores, é outro fator que demonstra a incidência de poucas árvores de grande porte que serviriam para a construção dos ninhos ou ainda sofrem muita incidência de vento que as derruba (SICK, 1997; SOARES e ANJOS, 1999), o que demonstra o alto nível de antroporização a qual o ambiente sofreu, uma vez que sua cobertura vegetal esta sujeita a esse fator. Conclusão As aves respondem positiva ou negativamente as alterações no ambiente sob diferentes formas. Ao realizar um trabalho que demande a indicação da avifauna como bioindicadora de sustentabilidade de ambientes tropicais, é interessante conhecer-se a biologia desses animais, que podem dar excelentes respostas quando analisada a composição de um ambiente que sofreu alguma influência antrópica, ou mesmo para constatar a recuperação de um local que sofreu grande impacto ambiental como a influência da introdução de Usinas Hidrelétricas. Dentre os indicadores observados pelos autores, a presença de frugivoros de grande porte, a existência de um número elevado de aves consideradas topo de cadeia, e a existência de uma organização de aves formando grupos mistos, poderão ser utilizados como bio-indicadores de qualidade ambiental, em áreas que sofreram a influência da instalação de usinas Hidrelétricas. Esses bio-indicadores demonstram que o ambiente encontra-se auto-sustentável, não dependendo mais da interferência humana, através de reflorestamento e a soltura de aves nesses locais, para que seu processo de recuperação tenha êxito e alcance a biocenose. Desta forma, a tomada de ações visará à observação da avifauna presente, para que os processos de recuperação florestal sejam mais eficazes, sendo elas as responsáveis por boa parte da dispersão de sementes na mata, contribuindo com seu processo regenerativo, além de controlarem a propagação de pragas ao se alimentarem de insetos que fazem parte da dieta de muitas delas, demonstrando assim que são indicativos sustentáveis essenciais nos ambientes florestais. 7
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