Segunda-Feira, 17 de outubro de 2016

Transcrição

1 Segunda-Feira, 17 de outubro de 2016 Bom dia, Inflação desacelera e aumenta perspectiva de redução na Selic. Segundo dados da FGV, tanto o Índice Geral de Preços - IGP-10 quanto o Índice de Preços ao Consumidor Semanal - IPC-S apresentaram desaceleração na última leitura. No IGP-10 a variação de 0,12% em outubro, ante a taxa de 0,36% registrada em setembro, se deve principalmente a deflação no grupo de produtos agropecuários (-1,07%), bem como pelo arrefecimento do preço de matérias primas brutas e no custo da construção. Já o IPC-S registrou variação menor do que a estimada pelo mercado, de 0,14% ante os 0,19% da última divulgação, basicamente por conta da deflação no grupo alimentação (-0,15%), educação, leitura e recreação (-0,26%) e despesas diversas (-0,21%), que foram contrabalanceados pela alta em comunicação (+0,51%) e saúde (+0,37%). Ambos os indicadores aumentam a probabilidade de que o início do afrouxamento monetário ocorra já na próxima reunião do Copom, nesta quinta-feira.

2 Mercado espera queda da Selic a 13,5% este ano, segundo Boletim Focus. A expectativa média do mercado, segundo o Boletim Focus divulgado há pouco continuou apontado para queda na inflação neste ano, com a projeção para o IPCA caindo pela quinta semana consecutiva, ficando em 7,01% este ano, ante leitura de 7,34% há quatro semanas. Já as projeções para o PIB apontaram para uma deterioração superior às projeções anteriores, ficando em queda de 3,19%, frente a contração de 3,15% na semana anterior. Quanto a Selic, o mercado passou a ver cortes mais agudos para este ano (de 0,75%), com as projeções para a taxa no final do ano saindo de 13,75% para 13,5% na última leitura. Quando olhamos para as projeções para 2017, a inflação deve continuar a ceder, indo para 5,04%, frente a 5,06% na leitura da semana anterior. As projeções para o PIB e Selic para 2017 não sofreram alterações ante o último Boletim, ficando em 1,3% e 11% respectivamente. Zona do Euro apresenta elevação no CPI. O índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro subiu 0,4% em setembro ante igual período do ano passado, registrando a maior alta desde outubro de 2014, segundo dados divulgados pela agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat, ficando dentro das expectativas do mercado. Já o núcleo do CPI do bloco, que exclui os preços de energia, alimentos e álcool, apresentou acréscimo anual de 0,8% na leitura final de setembro, ficando bem dentro da estimativa prévia e na comparação ante agosto, o núcleo do CPI avançou 0,5% em setembro, segundo a Dow Jones Newswires. Atenção aos indicadores dos EUA. Os dados de Produção Industrial que sairão às 11h15, tem como expectativa reverter a queda de 0,40% do resultado anterior, onde a prévia das estimativas para setembro é de 0,20%, ainda hoje temos também o índice de atividade da industrial Empire State de outubro (10h30) que também vem com expectativa mais otimista com projeção de 1,0 positivo ante resultado negativo de 2,0. E por fim os números da utilização da Capacidade Instalada (11h15) de setembro ficando basicamente em linha com o apresentado no mês anterior, com estimativa de ficar em 75,6% ante 75,5%. Além destes indicadores teremos o discurso de Stanley Fischer, que tem direito a voto, às 14h, para balizar uma possível alta na taxa de juros. Bolsas mundiais começam a semana com cautela. Os principais índices acionários na Europa estão em leve queda, com os investidores interpretando os dados econômicos divulgados hoje e mantendo o foco na reunião do BCE que acontecerá no final dessa semana em que a autoridade monetária poderá reduzir o programa de compra de ativos. Na Ásia, os mercados fecharam em queda inferior a 1% em meio as crescentes preocupações com o enfraquecimento do iuan.

3 Cyrela (CYRE3) divulga prévia sem surpresas. As vendas da companhia continuam em queda, refletindo o momento ainda muito delicado vivido pelo setor. A queda foi de 43,2% quando comparamos 3T16 com 3T15. No acumulado do ano, o tombo é de 34,2%. A velocidade de vendas, medida pelo VSO (vendas sobre oferta), também continuou trajetória negativa, chegando a 27,2%. Como ponto positivo, podemos ressaltar que, com lançamentos apenas pontuais (25,9% de queda no 3T16 contra um já fraco 3T15), a Cyrela viu a velocidade de vendas dos lançamentos atingir 61%. Nessa prévia, não temos números importantes, por exemplo, como se comportou o estoque pronto da Cyrela. Assim, sem grandes novidades sobre a operação da companhia e sobre a dinâmica do setor, não esperamos grande reação do mercado aos números divulgados. Rodovias e Viracopos ainda não mostraram força na prévia da Triunfo (TPIS3), mas 3T16 já foi melhor que 2T16 em todos os segmentos. A Triunfo divulgou sua prévia operacional de setembro, que trouxe queda de 5% nos veículos pagantes em suas rodovias contra o mesmo mês do ano passado e de 9,5% no tráfego de cargas e passageiros em Viracopos no mesmo período. Números já esperados. Mas, a notícia positiva vem do fato de que além do terminal portuário de Navegantes continuar performando muito bem, com 39,3% de aumento no volume movimentado na comparação com set/15, em todos os segmentos, a companhia mostrou evolução na comparação do 3T16 já consolidado com o 2T16. A melhora em rodovias ainda foi tímida, 2,4% de alta apenas

4 nos veículos que passaram nas estradas da Triunfo, já no Portonave e em Viracopos a evolução em três meses foi de dois dígitos, de 12,2% no porto e 10% no aeroporto. Com os rebaixamentos de rating das últimas semanas e as incertezas ainda cercando o aditivo da Concer, os papéis da companhia se encontram pressionadas no curto prazo e essa percepção de que o pior momento para as empresas de infraestrutura ficou para trás, pode trazer algum alívio. Ultrapar (UGPA3) em negociações avançadas pela Liquigás. O comunicado da distribuidora de combustíveis, divulgado na sexta feira, dá conta de que a transação depende de finalização das negociações e aprovação pelas partes, inclusive de autoridades concorrenciais. A Liquigás apresenta 23 centros de operação, 19 depósitos, 1 base de armazenagem e carregamento rodoferroviário e uma rede de algo em torno de revendedores, detendo participação de 23% de mercado. Segundo divulgado no site exame.com já existe uma avaliação de cerca de R$ 3 bilhões pela Liquigás. Trata-se de um ativo interessante e que certamente fortalecerá os números da Ultrapar, que deve apresentar movimento positivo hoje. Reunião da UNIMED-Rio poderá aliviar pressão nos ativos da Qualicorp (QUAL3). Como já destacamos anteriormente nessa publicação matinal, a situação financeira da UNIMED-Rio tem gerado temores quanto aos impactos na carteira de beneficiados administrada pela Qualicorp. Hoje, será realizada mais uma reunião com representantes da agência reguladora ANS, do sistema UNIMED, do ministério público e prestadores de serviços na tentativa de assinar um termo de ajustamento de conduta que ajude a solucionar a crise na operadora. Depois dos médicos cooperados terem recusado fazer um aporte de R$ 500 milhões, no mês passado, a nova diretoria da UNIMED-Rio alega que o impasse financeiro pode ser solucionado com a venda do hospital e da sede, avaliados em torno de R$ 750 milhões e R$ 170 milhões, respectivamente, pelos cálculos da cooperativa médica. De acordo com o jornal Valor Econômico, outro caminho começa a se desenhar através do sistema UNIMED nacional assumindo a carteira da cooperativa do Rio. A ANS recomendou que a UNIMED-Rio venda até o próximo dia 4/Nov sua carteira com 828,2 mil de clientes ao sistema Unimed. Consideramos que se houver alguma resolução, seja pela alienação de ativos ou a com a transferência da carteira de beneficiados, as ações QUAL3 tendem a recuperar parte do valor perdido recentemente. Ferbasa (FESA4) apresenta maiores vendas e receita no 3º trim/16 vs 3º trim/15. Nesta base comparativa, houve relativa estabilidade em termos de produção (variação de apenas 0,22%), mas aumento de 29,3% do volume vendido, com destaque para o volume vendido de Ferro Cromo Alto Carbono (FeCrAC). Também ocorreu expansão de 7,3% da receita líquida, mesmo com um dólar médio no trimestre apresentando-se desvalorizado (R$ 3,29/US$) frente ao mesmo período do ano anterior (R$ 3,34/US$). Ainda que seja apenas uma avaliação preliminar, pelo fato de não haver informações sobre custos e despesas, para uma avaliação um pouco mais criteriosa sobre rentabilidade das operações, os papéis podem apresentar movimento positivo.

5 AGENDA DE PROVENTOS Bons negócios.