Abordagem nas fiscalizações envolvendo a concessão de salários indiretos e benefícios
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- Oswaldo Covalski Camelo
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1 Abordagem nas fiscalizações envolvendo a concessão de salários indiretos e benefícios
2 Antes Delegacia Regional do Trabalho Subdelegacias do Trabalho Agências de Atendimento Hoje Superintendência Regional do Trabalho e Emprego Gerências Regionais do Trabalho e Emprego Agências Regionais
3 03 Gerências Regionais: Crato, Sobral e Maracanaú; 18 Agências Regionais; 01 Posto da CORITPA (Coordenação Regional de Inspeção do Trabalho Portuário e Aquaviário).
4 Com natureza salarial (art. 458, da CLT): habitual (com reflexos) e pelo trabalho; limites (art.458, 1º, 3º, 4º; arts. 81 e 82, da CLT) Sem natureza salarial (art. 458, 2º, da CLT; Súmulas 342 e 367, I, do TST); Exceções: cigarro, bebidas alcoólicas ou drogas nocivas (art. 458, da CLT; Súmula
5 Se a utilidade tem natureza salarial, fará parte da base de cálculo do FGTS. Se a natureza salarial é fraudada, dissimulada, cabe ao Auditor-Fiscal do Trabalho - AFT, com base no princípio da primazia da realidade, recompor a base de cálculo do FGTS.
6 Breve Histórico: Campo de aplicação - inicialmente, a empregados urbanos que por ele optassem e a trabalhadores avulsos. Posteriormente facultado aos diretores não-empregados; Com a promulgação da CF de 1988, a estabilidade decenal foi extinta e o FGTS estendeu-se aos empregados rurais.
7 Breve Histórico: À Previdência Social competia a fiscalização do FGTS art. 20, da Lei 5.107/1966; A partir de outubro/ Ministério do Trabalho Lei 7.839/1989.
8 Direito do trabalhador assegurado, art. 7º, inciso III, da CF; Indenização fundiária (40%) como proteção contra despedida arbitrária ou sem justa causa, art. 7º, inciso I, da CF; Prazo prescricional trintenário, art. 23, 5º, da Lei 8.036/1990.
9 Quem tem direito: Trabalhadores com contrato formal, regido pela CLT (urbanos e rurais); Temporários; Avulsos; Safreiros; e Atletas profissionais. O diretor não-empregado e o empregado doméstico podem ser incluídos no sistema do FGTS, a critério do empregador.
10 Sistema de Subsídio à Fiscalização do Trabalho SISF: produz dossiê das Fiscalização com base na Instrução Normativa 99 da Secretaria de Inspeção do Trabalho-SIT, de , em vigor desde ; Sistema Auditor projetado em 2002, versão atual de ;
11 Modalidades de Fiscalização: Direta art. 8º da Portaria MTE 993/2008; Indireta - art. 30, 1º, do Decreto 4552/2002, que inclui a decorrente de comunicação para que a empresa efetue a regularização do débito apurado pelos sistemas informatizados, sem necessidade de seu comparecimento às unidades da SRTE; Mista art. 30, 3º, do Decreto 4552/2002.
12 Constatada irregularidade, o AFT deve levantar o débito, individualizado por empregado, e emitir a notificação respectiva para que o empregador regularize a situação. Deve, de preferência, ser da competência da SRTE onde se localiza a matriz, o levantamento centralizado do débito em empresas com estabelecimentos em mais de um estado, embora cada estabelecimento deva ser
13 O AFT que constatar o débito em estabelecimento localizado em estado diverso da matriz pode solicitar autorização para levantá-lo de forma centralizada. Independente disso, o mesmo AFT deve emitir notificação qundo este for originado de remuneração paga a empregados sem registro, parcelas não declaradas, ou decorrentes de irregularidades específicas do estabelecimento fiscalizado. Se ilícita a terceirização, o levantamento será procedido em relação ao tomador, abatidos os valores já depositados pelo prestador. Em todos os casos, a confissão de débito perante a CAIXA ou mesmo a apresentação do Certificado de Regularidade do FGTS por ela emitido, não prejudica o levantamento
14 Mesmo após levantado o débito e emitida a notificação, poderá ser adotado, exceto para os valores de débito relativos aos ex-empregados, o procedimento especial de Mesa de Entendimento, art. 27, do RIT e art A, da CLT. O não cumprimento do acordado naquela mesa, sujeitará o empregador ao competente auto de
15 Do levantamento do débito: Verificação de regularidade obrigatória nas ações fiscais constantes nos projetos definidos pela SIT. Se constatado débito não notificado, deverá o AFT retroagir a outros períodos; O empregador deve ser notificado para apresentar livros e documentos necessários, inclusive em formato digital, em meio magnético ou eletrônico, quando possível; O critério de dupla visita é aplicável para a lavratura de autos de infração, não o sendo para a emissão de notificações de débito.
16 Do levantamento do débito: Se empregador adotar controle único e centralizado de documentos, o AFT deve solicitar a regularidade do FGTS e da CS por estabelecimento; Cabível o exame de livros contábeis, fiscais e da escrituração da empresa, além da apreensão do material apresentado, no caso de suspeita de fraude, mediante termo lavrado de acordo com a Instrução Normativa 89, de ; Em caso de documentação incompleta, caberá recomposição, quando não possível tal recomposição, o arbitramento.
17 Do levantamento do débito: Na identificação da base de cálculo do FGTS estão elencadas diversas parcelas salariais, inclusive as prestações in natura; Também fazem parte da mesma base de cálculo o salário-família excedente do valor legal, o abono de férias com valor superior a vinte dias de salário (constante em contrato de trabalho, regulamento empresarial ou instrumento coletivo), as diárias para viagem, sem prestação de contas, que superem o limite da lei, o valor a título de licença-prêmio e o de quebra de caixa;
18 Do levantamento do débito: Em contrapartida, não integram a base de cálculo do FGTS diversas parcelas, tais como as de caráter indenizatório, as ajudas de custo, as diárias de viagem (com valores dentro do limite legal), os benefícios previdenciários (exceto salário-maternidade), o auxílio-doença acidentário, a parcela in natura recebida de acordo com o Programa de Alimentação do Trabalhador PAT, os valores de transporte, alimentação e habitação fornecidos por força de atividade laboral que exige deslocamento e estada para local distante da residência do empregado;
19 Do levantamento do débito: Também fora da mesma base de cálculo a participação nos lucros e resultados estabelecida conforme a lei, o vale-transporte, os abonos sem natureza salarial (por força de lei), o abono do PIS/PASEP, o complemento de auxílio-doença extensivo a todos os empregados da empresa, as diversas utilidades das quais a CLT retira a natureza salarial, os direitos autorais, os auxílio-creche e auxílio-babá (limitado ao salário mínimo) previstos em lei trabalhista.
20 Acordos judiciais: Nota Técnica 251 MRS/DEFIT/SIT, de , conclui que persiste o débito para com o FGTS e a CS se os valores efetivamente devidos tiverem sido pagos diretamente ao empregado, e não devidamente depositados, devendo o Auditor-Fiscal do Trabalho agir incontinenti na apuração do mesmo.
21 Auto de Infração: As infrações às obrigações relativas ao recolhimento do FGTS Mensal, da Contribuição Social Mensal, do FGTS Rescisório e da Contribuição Social Rescisória ensejam a lavratura de Autos de Infração distintos, uma vez que o FGTS está regulamentado pela Lei 8.036, de , e as Contribuições Sociais foram instituídas pela Lei Complementar 110 de
22 Processo Administrativo: A tramitação do processo administrativo, observadas a Portaria MTE 148/1996 e a Instrução Normativa SIT 05/1996, incumbirá à Seção de Multas e Recursos SEMUR.
23 Processos Administrativos: Auto de Infração; Notificação de Débito do Fundo de Garantia e da Contribuição Social NDFC, com seus demonstrativos e relatório circunstanciado. A notificação pode ser expedida em arquivo digital e entregue ao notificado mediante Termo de Recebimento gerado pelo Sistema Auditor.
24 A decisão poderá propugnar pela subsistência integral ou parcial e, ainda, pela insubsistência do processo. Da decisão que impuser multa administrativa ou julgar procedente, total ou parcialmente, débito para com o FGTS e CS, caberá recurso à Secretaria de Inspeção do Trabalho.
25 Proferida a decisão em segunda instância, que poderá manter ou reformar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, será o processo devolvido para a SRTE de origem para ciência do interessado e para o seu cumprimento (art. 38, da Portaria MTE 148/1996).
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