Estrutura de saneamento

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1 Estrutura Estrutura de saneamento WaterAid/Anna Kari

2 Este documento define uma estrutura para dar realce aos serviços de saneamento nos países de baixos rendimentos. Destina-se principalmente a orientar os programas nacionais da WaterAid à medida que definem as estratégias de saneamento específicas para os próprios contextos, mas espera-se que também seja de valor para outras organizações envolvidas em melhorar o saneamento. O documento abrange tanto o contexto urbano como o rural, mas não se dirige especificamente ao tópico importante de melhoria da higiene, que vai ser o assunto de um documento futuro sobre uma estrutura da WaterAid. Outra estrutura para o trabalho urbano da WaterAid encontra-se na fase final de publicação. Esta estrutura de Saneamento é totalmente consistente com as Directivas de Saneamento da WaterAid (Abril de 2008), e baseia-se nas mesmas. Essas directivas foram inicialmente desenvolvidas numa conferência em Livingstone, na Zâmbia, em Maio de A produção do documento desta estrutura foi liderada por Richard Carter, Tom Palakudiyil e Erik Harvey do escritório de Londres da WaterAid. Uma equipa de Atkins (David Sutherland, Pip Ross e Alex Nash) redigiu o texto. As revisões externas foram levadas a cabo por Jonathan Parkinson, Sean Tyrrel e James Webster. As Pessoas Nodais do Saneamento nos escritórios nacionais da WaterAid, e colegas dos Programas Internacionais e Departamentos de Política e Campanhas reviram o documento, proporcionando contribuições valiosas para o processo de produção. O documento deve ser citado como WaterAid (2011) Estrutura de saneamento. O documento encontra-se na secção de publicações do website da WaterAid WaterAid/Marco Betti

3 Running head Índice Glossário...2 Parte 1 Definição do contexto...5 Contexto...6 A visão e a Estratégia Global da WaterAid...7 Alcance e direcção das estratégias de saneamento...8 Parte 2 O sector de saneamento nos países de baixos rendimentos...11 Introdução...11 Quem faz com que o saneamento se concretize?...11 As metas da advocacia de saneamento...12 Quais são os incentivos para se investir no saneamento?...14 A importância do contexto...16 Saneamento inclusivo...18 Promoção do saneamento...19 Sistemas e tecnologias de saneamento...22 Pagar as melhorias de saneamento...27 Parte 3 Princípios de orientação para o trabalho de saneamento da WaterAid...33 Inclusivo...33 Relevante...33 Eficaz...34 Sustentável...34 Parte 4 Os compromissos básicos da WaterAid...36 Provisão de serviços...36 Advocacia...37 Desenvolvimento de capacidades...37 Investigação e aprendizagem...38 Notas finais e referências...39 Estrutura de saneamento 1

4 Running head Glossário Acesso CHC CLTS Cobertura Custos do ciclo de vida DALY Esgotos condominiais Hardware Higiene Investigação formativa JMP Diz-se que as pessoas têm acesso a um serviço de saneamento se puderem usar uma instalação que funciona e obedece a parâmetros adequados (geralmente como definidos pelo Programa Conjunto de Monitorização da OMS/UNICEF (JMP)) a uma distância razoável de casa. Clube de Saúde da Comunidade. Saneamento total liderado pela comunidade: uma abordagem à promoção do saneamento que leva a uma decisão colectiva da comunidade para rejeitar a defecação ao ar livre. As comunidades procuram conseguir o estatuto de Livre de Defecação ao Ar Livre (ODF). O CLTS na sua forma mais pura não recomenda ou subsidia tecnologias de saneamento específicas. A proporção ou percentagem da população que goza de um serviço de saneamento melhorado, conforme definido pela JMP. Os custos agregados de manter um serviço de WASH em funcionamento permanentemente numa determinada área, incluindo as despesas de capital, as despesas rotineiras de operação e manutenção, e as despesas capitais de manutenção. Também inclui todas as despesas de software e institucionais. Ano de Vida Ajustado para as Deficiências: uma medida do impacto das doenças sobre a sociedade humana 2. Os sistemas condominiais foram inicialmente desenvolvidos no Brasil, há cerca de 30 anos, combinando um grupo de redes de esgotos de pequeno diâmetro das casas num único sistema 1. A infra-estrutura dura ou física (por exemplo, latrinas, instalações de tratamento de águas residuais) que possibilitam os serviços de saneamento. Práticas pessoais e do agregado familiar tais como lavagem de mãos, banhos e gestão da água armazenada na casa, todos com o fim de preservar a limpeza e a saúde. As actividades de investigação levadas a cabo antes da implementação de uma estratégia de marketing social com o fim de obter a informação necessária sobre as quais basear a iniciativa 3. Programa Conjunto de Monitorização da Organização Mundial de Saúde e do Fundo das Nações Unidas para as Crianças 2 Estrutura de saneamento

5 Glossário Marketing social ODF O&M PHAST PRA Saneamento Sector Software SSIP Sustentabilidade TSSM WASH WSP Uma abordagem que usa princípios de marketing para conseguir benefícios sociais nas atitudes e comportamentos que se acha que são bons para a sociedade em geral 3. Livre de Defecação ao Ar Livre uma ambição na maior parte das abordagens de saneamento total. Operações e Manutenção código para as actividades pósconstrução envolvidas nos serviços de água e de saneamento. Transformação Participativa de Higiene e Saneamento. Avaliação Rural Participativa. No sentido mais estreito, a eliminação segura ou reutilização de excreções humanas. No sentido geral, a gestão das excreções humanas, juntamente com a gestão dos desperdícios sólidos e águas pluviais. A arena em que os esforços colectivos dos governos, doadores, o sector privado e a sociedade civil colaboram para melhorar os serviços de saneamento. Actividades que mobilizam os agregados familiares e as comunidades e definem a infra-estrutura suave (especialmente estruturas de gestão a nível da comunidade) que é necessária para o funcionamento dos serviços de água, saneamento e higiene. Provedor Independente de Pequena Dimensão de bens ou serviços. A sustentabilidade tem que ver com se os serviços de WASH e as boas práticas de higiene continuam a funcionar e a produzir benefícios ao longo do tempo. Não há limite de tempo para estes serviços contínuos, mudanças de comportamento e resultados. Saneamento Total/Programa de Marketing de Saneamento do WSP. Água, Saneamento e Higiene. Programa de Água e Saneamento do Banco Mundial. Estrutura de saneamento 3

6 WaterAid/Marco Betti

7 1 Introduction Parte 1 Definição do contexto A WaterAid trabalha através de parceiros para estabelecer serviços de saneamento nas comunidades rurais e urbanas. A WaterAid também tem grandes ambições para influenciar os grandes provedores de serviços para que produzam melhores serviços para um maior número de pessoas. O documento desta estrutura destina-se a orientar a WaterAid e os parceiros da mesma, para que sejam mais eficazes, tanto em termos do trabalho de provisão directa de serviços como no trabalho de influência de outros jogadores. A principal finalidade do documento é orientar os programas nacionais da WaterAid à medida que refinam e implementam as estratégias de saneamento específicas ao contexto. Depois de um breve capítulo sobre os antecedentes, esta estrutura: Discute as principais questões sobre a provisão de serviços de saneamento, fazendo referência à literatura (Parte 2). Define um conjunto de quatro princípios gerais para o trabalho dos programas nacionais no sector do saneamento (Parte 3). Propõe diversos compromissos e obrigações essenciais para os programas nacionais da WaterAid (Parte 4). A Figura 1, na página que se segue, mostra como os documentos de uma estrutura como esta se situam sob a Estratégia Global da WaterAid. Os compromissos representados por este e outros documentos de estruturas da WaterAid constituem as declarações mais detalhadas das nossas políticas. Uma orientação detalhada e estratégias específicas ao contexto no que diz respeito à implementação do trabalho no sector do saneamento encontram-se mais abaixo de estruturas como esta. Estrutura de saneamento 5

8 Parte 1 Definição do contexto Figura 1 Estruturas e outros documentos da WaterAid Estratégia Global da WaterAid Políticas Documentos breves (tipicamente 3-4 páginas) Apresentação dos compromissos básicos da WaterAid Indicar como esses compromissos vão ser monitorizados. Estruturas Documentos mais extensos (tipicamente páginas) Apresentando o âmbito do tema, uma estrutura conceptual, discussão das questões, os compromissos básicos da WaterAid e referências. Directivas Documentos mais extensos (tipicamente páginas) Apresentando uma orientação detalhada de como operacionalizar uma estrutura. Estratégias nacionais e estratégias temáticas nacionais Declarações explicadas sobre como se deve lidar com os temas nos programas nacionais Nível cada vez maior de detalhe e contextualização Este documento deve ser usado juntamente com as outras estruturas, políticas e directivas da WaterAid: Directivas e política de gestão dos recursos hídricos (WRM) Directivas e políticas nacionais sobre a qualidade da água. Estrutura de equidade e inclusão. Estrutura de sustentabilidade. Estrutura de segurança da água. Estrutura urbana. Estrutura de higiene. Notas de orientação sobre a contagem de utentes e inquéritos pós-intervenção Contexto Quando não há sítio seguro e limpo para se ir à casa de banho, as pessoas expõem-se a doenças, falta de privacidade e indignidade. A melhoria no saneamento tem impactos provados sobre a qualidade de vida e a redução da pobreza. Em relação aos benefícios para a saúde, as melhorias no saneamento têm sido descritas como o maior progresso médico dos últimos 150 anos 4, demonstrando uma proporção elevada de benefícios para despesas e uma redução eficaz em termos de custos dos Anos de Vida Ajustados para a Deficiência (DALYs). No entanto, os impactos são bastante mais generalizados do que uma melhor saúde e incluem uma melhor nutrição, aumento de frequência à escola e de progresso, e produtividade. 6 Estrutura de saneamento

9 Parte 1 Definição do contexto Tem-se feito um progresso tangível sobre o saneamento desde a Declaração do Milénio mas encontra-se bastante atrasado em relação ao do acesso à água e varia dramaticamente do contexto urbano para o rural. Além do mais, é o Objectivo de Desenvolvimento do Milénio (ODM) menos bem encaminhado na África ao Sul do Saara. O progresso para aumentar a cobertura de saneamento tem sido lento porque: A falta de vontade política resulta que se dê baixa prioridade ao saneamento. Como resultado, a responsabilidade política e institucional pelo saneamento é frequentemente pouco clara, fragmentada ou está ausente. Melhorar o saneamento não é apenas uma questão de infra-estrutura física. Muito depende das mudanças do comportamento humano. Os principais factores que dão impulso à escolha individual e às mudanças concentram-se geralmente em resultados que não são de saúde, enquanto os profissionais do sector têm tido tendência para se preocuparem com os benefícios para a saúde. O facto de que os sistemas de saúde se concentram na cura diminui o valor da função preventiva do saneamento. Os benefícios para a saúde devido a um melhor saneamento não se sentem ou são visíveis imediatamente. Além do mais, os benefícios para a saúde acumulam-se para a sociedade em geral, e não só para as pessoas que decidem melhorar as suas instalações de saneamento. A procura por parte dos mais necessitados raramente é claramente articulada. Além do mais, as pessoas mais pobres e mais marginalizadas são frequentemente incapazes de poder investir num melhor saneamento. As estimativas globais mais recentes da cobertura do saneamento, feitas pelo Programa Conjunto de Monitorização (JMP) da Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para as Crianças (UNICEF) 5 conclui que em 2008, 2,6 mil milhões de pessoas não usavam aquilo a que o JMP define como saneamento melhorado (uma instalação do agregado familiar não partilhada que separa higienicamente as excreções humanas do contacto humano (ver o Quadro 2 na página 17)). Sete em cada dez pessoas deste número total vive nas zonas rurais. Setenta e dois por cento vive na Ásia. Do número total sem serviços, 1,1 mil milhões ainda defecam ao ar livre, cerca de 750 milhões usam instalações não melhoradas e um número parecido usa latrinas partilhadas. O mundo está seriamente desencaminhado no que diz respeito a conseguir o alvo do ODM para o saneamento e, mesmo se o alvo fosse alcançado, 1,7 mil milhões de pessoas ainda teriam falta de serviços de saneamento adequados. A visão e a Estratégia Global da WaterAid A visão da WaterAid é de saneamento universal. A WaterAid está convencida de que toda a gente deveria poder defecar e dispor das excreções humanas em segurança e com dignidade. A provisão do saneamento é parte integral da Estratégia Global da WaterAid 6 que estabelece alvos desafiadores para a produção de serviços melhorados de água, saneamento e higiene directamente a 25 milhões de pessoas até 2015 e outros 100 milhões indirectamente (influenciando terceiros). A Estratégia Global reconhece que muitos países em que a WaterAid trabalha estão a sofrer uma urbanização rápida e é necessário que a WaterAid desenvolva novos modos de trabalhar para se dirigir às dificuldades da sobrepopulação e às numerosas questões que rodeiam a provisão de serviços de saneamento nas áreas urbanas de alta densidade. A estratégia identifica os baixos níveis de investimento governamental no saneamento e a baixa prioridade política como sendo obstáculos ao saneamento universal, e destaca a importância de reduzir a fragmentação da responsabilidade pelo saneamento e da advocacia pela inclusão do saneamento nos planos nacionais tais como as estratégias de redução da pobreza. Estrutura de saneamento 7

10 Parte 1 Definição do contexto No Objectivo 1 da Estratégia Global (vamos promover e garantir os direitos das pessoas pobres, e o acesso das mesmas, à água segura, a uma melhor higiene e ao saneamento) destacamos a necessidade de serviços que são acessíveis a todas as pessoas, apropriados às necessidades, económicos e que se podem copiar. Este objectivo dá ênfase à importância da inclusão das pessoas pobres e marginalizadas, e apesar de reconhecer que 70% dos que actualmente não têm saneamento melhorado vivem nas zonas rurais, chama a atenção para as populações em crescimento nos povoados não planeados das pequenas e grandes cidades. O Objectivo 2 (vamos apoiar os governos e os provedores de serviços a desenvolver a capacidade de prover água segura, uma melhor higiene e saneamento) destaca a necessidade de compreender melhor as dificuldades que não permitem que as pessoas pobres tenham acesso a serviços equitativos e sustentáveis. Reconhecendo as fracas capacidades e a falta de coordenação na maior parte dos países em que a WaterAid trabalha, concentra-se em reforçar a capacidade de planeamento, implementação e monitorização. O Objectivo 2 faz a ligação entre o trabalho de provisão directa de serviços da WaterAid (Objectivo 1) com o dos governos nacionais, desse modo exprimindo a ambição de contribuir para a provisão de serviços de saneamento à escala. O Objectivo 3 (vamos lutar pela função essencial da água segura, de uma melhor higiene e do saneamento para o desenvolvimento humano) faz a ligação entre a Água, o Saneamento e a Higiene (WASH) e outras áreas do desenvolvimento social e económico, especificamente na saúde, na educação e nos meios de subsistência. Em particular, esta secção da Estratégia destaca como o saneamento foi negligenciado e a natureza fraca, fragmentada e mal coordenada do mesmo. O trabalho da WaterAid para a provisão de serviços, a advocacia e uma maior influência, desenvolvimento de capacidades e investigação (como delineado na Parte 4) é portanto totalmente consistente com as aspirações exprimidas nos objectivos globais. A WaterAid desempenha muitas funções diferentes no seu trabalho para melhorar o acesso ao saneamento, tanto dentro dos países como a nível global. Estas actividades são incluídas sob quatro funções gerais que se encontram em conformidade com a visão e a Estratégia Global da WaterAid. Provisão de serviços através dos parceiros. Advocacia por envolvimento em diálogos sobre a política, processos do sector de monitorização e impactos, e normalizar as boas práticas; advocacia em nome das pessoas pobres reforçando a voz dos que necessitam de acesso aos serviços de saneamento. Desenvolvimento de capacidades através de parcerias com jogadores importantes e comunidades no país. Investigação e aprendizagem através da inovação, investigação e divulgação de conhecimentos. Estes quatro cabeçalhos são usados na Parte 4 como estrutura para os compromissos básicos da WaterAid no que diz respeito ao saneamento. Alcance e direcção das estratégias de saneamento O acesso ao saneamento melhorado refere-se principalmente ao acesso a uma casa de banho ou latrina 7. No entanto, o saneamento ambiental mais geral também se refere à eliminação eficaz de desperdícios sólidos, gestão de águas residuais domésticas e águas pluviais (especialmente nas zonas urbanas) e requer comportamentos de higiene apropriados, ou seja um saneamento melhor significa a manutenção de um ambiente limpo, 8 Estrutura de saneamento

11 Parte 1 Definição do contexto privacidade e segurança no que diz respeito à defecação, e a prática de comportamentos de higiene que levam a uma boa saúde. O saneamento exige a construção, utilização e manutenção de latrinas ou casas de banho e a recolha e eliminação seguras ou utilização de desperdícios humanos, desperdícios sólidos e águas pluviais. O saneamento exige políticas e investimentos nacionais, soluções tecnológicas e de gestão, sistemas de financiamento e fundos adequados. A nossa definição de trabalho de saneamento é a seguinte: Saneamento refere-se à gestão segura das excreções humanas desde o ponto de defecação até à eliminação, tratamento ou reutilização. No ambiente urbano especialmente, o saneamento também inclui a gestão de desperdícios sólidos, águas residuais domésticas e escoamento de superfície. No contexto mais amplo, o saneamento inclui não só os sistemas físicos, mas também as políticas, estruturas legais e de gestão e os investimentos necessários para se conseguir saneamento para todos. A definição de trabalho de saneamento da WaterAid é portanto ampla, o que se reflecte na sua abordagem e obrigações para com o seu trabalho. No entanto, reconhecemos que não há uma definição universalmente aceite do saneamento e que outras definições se podem adaptar melhor a outras organizações 8. As populações em crescimento colocam uma pressão cada vez maior sobre o ambiente natural e construído. O crescimento rápido dos povoados urbanos não planeados é uma causa específica de preocupação. O ambiente físico está a tornar-se cada vez mais degradado nos países que já sofrem precipitações altamente variáveis. Ao mesmo tempo, está a aumentar a probabilidade de intensidades de precipitação ainda mais elevadas no futuro. Por essa razão, é muito provável que haja maior frequência de inundações, juntamente com maior probabilidade de danos às habitações humanas e à infra-estrutura física (tal como a infra-estrutura de saneamento). É provável que no futuro aumente a redução do risco de desastres e a resposta aos desastres. No futuro podemos já não ser capazes de simplesmente tratar as excreções humanas como desperdícios. São húmidas, mal cheirosas, perigosas e difíceis de gerir no estado natural. No entanto, podem ser transformadas em material seco, seguro e produtivo (seja em termos de nutrientes ou energia) com relativa facilidade e com pouca despesa. O futuro da gestão das excreções em todo o mundo pode virar-se cada vez mais para soluções deste tipo que se aplicam particularmente aos países de baixos rendimentos onde sistemas de esgotos para todas as pessoas continuam a ser um sonho inalcançável. Estrutura de saneamento 9

12 WaterAid/Jon Spaull

13 Running head Parte 2 O sector de saneamento nos países de baixos rendimentos Introdução A revisão da literatura e das práticas de saneamento definidas nesta parte do documento destina-se a proporcionar uma visão geral do que se pensa actualmente (com os materiais de recursos disponíveis a nível público) e proporcionar uma base de evidência para as partes mais breves que se seguem. Esta parte começa por tomar em consideração as funções e responsabilidades dos principais actores no sector de saneamento, o que leva a uma breve consideração das metas do trabalho de advocacia a nível nacional. Passamos depois a explorar a natureza dos incentivos ou motivos para os governos, comunidades e agregados familiares investirem no saneamento. Depois de delinear as diferenças nas dificuldades do saneamento entre os contextos urbano e rural, tomamos em consideração a finalidade de um saneamento inclusivo, um princípio específico da WaterAid. Segue-se depois uma análise das abordagens à promoção do saneamento, e dos sistemas e tecnologias para a provisão de serviços. Finalmente, tomamos em consideração como se deve pagar o saneamento melhorado, e quem o deve fazer. Esta parte do documento destina-se a proporcionar a base para os princípios e compromissos definidos nas partes 3 e 4 respectivamente. Quem faz com que o saneamento se concretize? O progresso nacional em termos de saneamento exige clareza sobre as funções e responsabilidades de diversos actores nos governos central e local, o sector privado e a sociedade civil. O governo central tem a responsabilidade de liderar em relação à política e à legislação, definição de funções e responsabilidades, coordenação, monitorização do sector e regulamentação. A função regulamentadora do Estado deve incluir especificamente o estabelecimento e aplicação dos regulamentos e padrões de saúde. Um governo nacional forte e coordenado pode fazer mudanças verdadeiras. No entanto, é comum diversos ministérios do governo central (incluindo a saúde, educação, governo local, obras públicas, água, planeamento, finanças e agricultura) terem responsabilidades parciais pelo saneamento, e por vezes falta clareza sobre as funções de cada um e quem tem responsabilidades pela liderança. O governo local e as municipalidades são frequentemente as organizações da frente de batalha responsáveis por implementar a política nacional e a orientação a nível de distrito ou de cidade pequena ou grande. O ponto forte deles é a proximidade às comunidades e aos agregados familiares que desejam os serviços. No entanto, a falta de clareza em termos de orientação sobre a implementação e a imperfeição dos recursos financeiros e humanos actuam frequentemente como grandes restrições para uma provisão de serviços eficaz a este nível. Estrutura de saneamento 11

14 Parte 2 O sector de saneamento nos países de baixos rendimentos As empresas de serviços são responsáveis por algumas partes dos serviços de saneamento nas cidades pequenas e grandes. Quanto tentam proporcionar serviços a toda a população da sua jurisdição, podem fazer grandes progressos. No entanto, em muitos casos, a vontade ou capacidade limitadas que têm para se dirigir aos problemas de saneamento dos povoados informais ou sem planeamento limitam o progresso. O sector privado está envolvido na provisão de bens e serviços e na recolha, transporte e eliminação segura ou tratamento de desperdícios. Quando os incentivos e compensações são apropriados, o sector privado pode fazer uma contribuição importante. No entanto, o sector privado só é totalmente eficaz quando há uma regulamentação apropriada, e frequentemente há pontos fracos nesta área. As Organizações Não Governamentais (ONGs) e as Organizações com Base na Comunidade (OBCs) têm uma função específica na monitorização, advocacia, e inovação, com base na própria experiência de provisão de serviços. No entanto, a escala e alcance limitados, e a falta de permanência da maior parte das ONGs e OBCs pode limitar a contribuição das mesmas. As comunidades e os agregados familiares são finalmente os que têm que fazer escolhas sobre a adopção e utilização de saneamento melhorado. Quando a promoção do saneamento é eficaz e o conhecimento e atitudes públicas mudam, as práticas podem também mudar para melhor. No entanto, a promoção do saneamento e a provisão de serviços mal concebidos ou implementados é frequentemente ineficaz. A responsabilidade política e institucional pelo saneamento tem sido frequentemente descrita como sendo pouco clara, fragmentada ou fraca 9. Como tal, os recursos humanos e financeiros são postos a funcionar ineficazmente e são mal coordenados. Estas fraquezas da governação significam que a actividade no sector do saneamento pode ser dominada por ONGs e pelos doadores, em vez de ser liderada por políticas e instituições nacionais fortes. A falta de coordenação entre as ONGs de implementação e entre os doadores também contribui para a fragmentação do sector. As conferências AfricaSan (Joanesburgo, 2002; ethekwini, 2008) 10 e SacoSan (Daca, 2003; Islamabad, 2006; Deli, 2008) 11 reconheceram a escala do problema para ampliar a cobertura do saneamento na África ao Sul do Saara e no Sul da Ásia, e definem compromissos importantes que se destinam a desmantelar os principais obstáculos ao progresso. Estas declarações, juntamente com a monitorização do progresso para se concretizarem os compromissos e as conferências regionais futuras que estão planeadas, proporcionam oportunidades verdadeiras para manter a posição do saneamento como uma prioridade importante dos governos nacionais em África e na Ásia. As metas da advocacia de saneamento A advocacia da política nacional relacionada com o saneamento tem que se concentrar em quatro áreas gerais: Estabelecer políticas de saneamento nacionais nos casos em que ainda não existem. Uma definição clara das funções e responsabilidades institucionais com um único ministério ou autoridade responsável a liderar. A articulação de um plano nacional claro para implementar e monitorizar o saneamento. Investimento público claro para concretizar esse plano Estrutura de saneamento

15 Parte 2 O sector de saneamento nos países de baixos rendimentos A advocacia da política relacionada com o saneamento tem que utilizar os argumentos da economia e da saúde para um maior compromisso e investimento, conforme definido, por exemplo, em publicações recentes da OMS 13 e da Biblioteca Pública de Ciência Médica (PLoS Medicine) 14. Os compromissos nas Declarações de ethekwini e Deli (ver Quadro 1 que se segue) são áreas importantes para continuar a advocacia da política e monitorizar o progresso para se alcançarem estas metas regionais ambiciosas. Quadro 1 Os compromissos de ethekwini e Deli no que diz respeito ao saneamento 10,11 Os compromissos da Declaração de ethekwini 11 Chamar a atenção da União Africana para as mensagens, resultados e compromissos feitos na AfricaSan 2008 na Cimeira de 2008 de Chefes de Estado e de Governo para dar realce ao perfil do saneamento e da higiene no continente. 12 Apoiar a liderança do Conselho Africano de Ministros sobre a Água (AMCOW), para seguir a implementação da Declaração de ethekwini e preparar um relatório detalhado sobre o progresso em meados de 2010, quando a AMCOW vai ser o anfitrião provisional do seguimento ao evento da AfricSan. 13 Estabelecer, rever, actualizar e adoptar políticas nacionais de saneamento e de higiene dentro de 12 meses depois da AfricaSan 2008; estabelecer um plano nacional para acelerar o progresso para satisfazer as metas nacionais para o saneamento e os ODMs até 2015 e actuar do modo necessário para assegurar que os programas nacionais de saneamento estão bem encaminhados para satisfazer estas metas. 14 Aumentar o perfil do saneamento e da higiene nos Documentos de Estratégias para Redução da Pobreza e outros processos relevantes relacionados com a estratégia. 15 Assegurar que uma instituição principal e responsável aceita a liderança clara da carteira nacional de saneamento; estabelecer uma entidade de coordenação com responsabilidade específica pelo saneamento e a higiene, envolvendo todos os intervenientes incluindo mas sem se limitar aos responsáveis pelas finanças, saúde, água, educação, género, e governo local. Os compromissos da Declaração de Deli 11 Continuar com a advocacia e consciencialização para manter o impulso dado explicitamente ao saneamento a nível regional, nacional, sub-nacional e local em termos de política, atribuição de orçamentos, recursos humanos e implementação. 12 Reforçar os esforços das comunidades e as capacidades de desenvolvimento dos governos locais, ONGs, grupos de jovens e das comunidades para trabalhar em parceria para encontrar soluções de saneamento sustentáveis. 13 Assegurar a dignidade ocupacional, saúde e segurança e melhorar o perfil e condições de trabalho dos funcionários envolvidos no trabalho de saneamento. 14 Dar prioridade ao saneamento como intervenção de desenvolvimento para a saúde, dignidade e segurança de todos os membros das comunidades, especialmente os bebés, raparigas pequenas, mulheres, as pessoas idosas e pessoas portadoras de diferentes deficiências. 15 Fazer do saneamento a corrente dominante através de sectores, ministérios/ departamentos, instituições, domínios (privados, dos agregados familiares, comunidade, público) e convicções sociais e políticas, para que o saneamento seja a preocupação de toda a gente e tenha prioridade nos respectivos programas (por exemplo, linhas férreas ou agências de turismo que promovem o acesso a instalações de saneamento como parte dos seus programas). Estrutura de saneamento 13

16 Parte 2 O sector de saneamento nos países de baixos rendimentos 16 Estabelecer atribuições específicas do orçamento do sector público para os programas de saneamento e higiene. A nossa aspiração é que estas atribuições sejam no mínimo de 0,5% do PIB para o saneamento e a higiene. 17 Usar abordagens eficazes e sustentáveis, tais como iniciativas lideradas pelos agregados familiares e as comunidades, marketing para mudanças de comportamento, programas de ensino e cuidar do meio ambiente, que têm um impacto específico sobre as pessoas pobres, as mulheres, as crianças, os jovens e as pessoas sem serviços. 18 Desenvolver e implementar sistemas e ferramentas de monitorização da informação do saneamento para seguir o progresso a nível local e nacional e para trabalhar com entidades globais e regionais para produzir um relatório regional periódico sobre o estatuto do saneamento em África, o primeiro dos quais será publicado até meados de Reconhecer os aspectos do género e da juventude relacionados com o saneamento e a higiene, e envolver as mulheres a todos os níveis de tomada de decisões para que a política, a estratégia e as práticas reflictam abordagens sensíveis ao género para com o saneamento e a higiene. 10 Criar e reforçar as capacidades de implementação do saneamento e higiene, incluindo investigação e desenvolvimento, e apoiar trocas de conhecimentos e desenvolvimento de parcerias. 11 Dar atenção especial aos países ou áreas que estão a emergir de conflitos ou de desastres naturais 16 Desenvolver e implementar as abordagens, metodologias, tecnologias e sistemas para as emergências e situações de desastre, e para as áreas com características/terrenos especiais ou grupos que sofrem de desalojamento temporário. 17 Lutar globalmente pelo reconhecimento dos impactos das mudanças climáticas sobre a provisão do saneamento no Sul da Ásia e desenvolver e implementar estratégias e tecnologias que se adaptam e mitigam os impactos. 18 Permitir flexibilidade e variedade de opções e soluções práticas que se adaptem às condições, preferências e recursos locais. 19 Um Grupo de Trabalho entre países, liderado pelos pontos focais dos países, vai-se reunir periodicamente para promover a investigação e o desenvolvimento, colaborações, trocas de inovações, experiências e conhecimentos; vão-se criar redes de grupos dentro dos países e agências para partilhar conhecimentos. 10 O Plano do Sul da Ásia para se concretizarem as metas do saneamento, indicativo, vai ser consultado pelos países participantes para desenvolver os Planos de Acção Nacionais para implementação durante o período de Quais são os incentivos para se investir no saneamento? Para os governos e os doadores investirem no saneamento, tem que se acreditar que esses investimentos vão produzir benefícios significativos. Que o saneamento é um bom investimento para os governos nacionais, os doadores e os parceiros de desenvolvimento foi demonstrado por estudos autorizados que demonstraram que um saneamento melhor nos países em desenvolvimento, com as consequentes melhorias para a saúde, podem produzir um benefício económico de US$9 por cada US$1 investido 13. Além do mais, as melhorias no saneamento têm diversos benefícios sociais e económicos mais amplos, incluindo a segurança e a conveniência pessoais, para além de pouparem tempo e despesas médicas 15. Para os agregados familiares são estes benefícios para além da saúde que formam a principal motivação para investir num saneamento melhor e investir é o que fazem. A maioria das instalações de saneamento é construída e financiada a nível de agregado familiar 16 e é o que desejam fortemente. O Departamento para o Desenvolvimento Internacional (DFID) calcula que os agregados familiares investem dez vezes mais em saneamento do que o Estado. 14 Estrutura de saneamento

17 Parte 2 O sector de saneamento nos países de baixos rendimentos Os benefícios para a saúde de um saneamento melhor podem levar tempo a manifestar-se e geralmente acumulam-se na sociedade em geral em vez de beneficiar somente o indivíduo. No entanto, os benefícios sociais do saneamento as verdadeiras razões pelas quais as pessoas investem nessas melhorias manifestam-se muito mais rapidamente. Os principais factores que dão impulso ao saneamento incluem redução dos maus cheiros e das moscas, limpeza, privacidade, menos vergonha quando vêm visitas, conforto, prestígio e evitar perigos à noite (incluindo cobras e ataques) 17. A Tabela 1 (em seguida) mostra alguns destes factores de impulso, conforme foi revelado pela investigação feita no Benin, África Ocidental. Tabela 1 Factores de impulso que motivam a adopção de latrinas: um exemplo da investigação no Benin 17 Categoria Category Factor Drive de impulso Prestigio 1 Afiliar-se e identificar-se com a elite urbana. 2 Exprimir novas experiências e estilo de vida adquirido fora da aldeia. 3 Deixar legado permanente para os descendentes. 4 Aspirar a estatuto de classe real Fon. Bem-estar 1 Proteger a saúde e a segurança da família de perigos mundanos, acidentes, mordidelas de cobras, crime, e doenças associadas com a defecação ao ar livre. 2 Maior conveniência e conforto. 3 Proteger a saúde e a segurança pessoal de perigos sobrenaturais. 4 Maior limpeza. 5 Privacidade visual, social ou de informação. Situacional 1 Proporcionar uma alternativa para os indivíduos com mobilidade limitada. 2 Aumentar as receitas das rendas Em contraste à situação com a água, há frequentemente uma procura menos fortemente articulada de saneamento. Quando a procura é exprimida, frequentemente é sob a forma de uma exigência de um melhor saneamento por parte dos que já têm alguma forma de serviço e com algum extra no orçamento do agregado familiar. No entanto, à medida que as densidades populacionais crescem ainda mais, e as pessoas se tornam mais capazes de exprimir os seus desejos de melhor saneamento, é provável que esta situação mude. A nível da comunidade e local, pensa-se que o saneamento escolar adequado com instalações privadas para a gestão da menstruação seja um factor significativo para preservar a frequência à escola, especialmente das raparigas. A provisão de instalações noutras instituições (por exemplo clínicas e hospitais) e em locais públicos (tal como os mercados) é importante para manter um ambiente limpo. Estrutura de saneamento 15

18 Parte 2 O sector de saneamento nos países de baixos rendimentos A importância do contexto Os problemas de saneamento dos ambientes rurais e urbanos são de natureza diferente, apesar de que ambos são urgentes. É importante apreciar os aspectos comuns assim como as diferenças. Rural A maioria (cerca de 70%) das pessoas que ainda não tem serviços melhorados de saneamento vive nas zonas rurais. Do mesmo modo, a maioria (85%) das pessoas que defeca ao ar livre, vive nas zonas rurais. No entanto, o número absoluto de pessoas das zonas rurais que defeca ao ar livre está a diminuir (de 1,2 mil milhões de pessoas em 1990 para 979 milhões em 2008) 5. As densidades da população rural variam consideravelmente dentro de países e entre países e regiões o que é um factor importante quando se considera fazer intervenções. O sistema de eliminação mais simples (tal como saneamento à gato enterramento de fezes) pode ser suficiente em algumas áreas remotas, secas e com uma baixa densidade populacional (desde que se pratique uma higiene adequada) e onde os agricultores cultivam a terra longe de casa, mas em áreas mais densamente populadas, alguma forma de latrina é o requisito mínimo. Nas zonas rurais a opção que existe geralmente é mover as latrinas de fossa, dos agregados familiares, que se encheram, para outro local, desse modo evitando ter que esvaziar a fossa. No entanto, as latrinas institucionais rurais (tais como as das escolas) ainda exigem esses serviços, que frequentemente não estão disponíveis ou são demasiado distantes para serem economicamente viáveis. O dinheiro dos agregados familiares para investimento no saneamento rural é frequentemente muito limitado naquilo que pode ser uma economia quase sem dinheiro, o que pode actuar como uma restrição significativa para a construção de latrinas de qualidade adequada nas áreas rurais. Urbano Uma proporção maior da população mundial nos ambientes urbanos goza de saneamento melhorado (76%) em comparação com as áreas rurais (46%). Além do mais, uma proporção mais pequena (30%) dessas pessoas que ainda não tem serviços melhores de saneamento vive nas pequenas e grandes cidades. No entanto, as tendências para as populações urbanas estão a piorar. Um número maior de pessoas das zonas urbanas praticou defecação ao ar livre em 2008 do que em 1990 (um aumento de 140 milhões para 169 milhões). A utilização de instalações partilhadas quase que duplicou entre 1990 e 2008 nas zonas urbanas (de 249 milhões para 497 milhões) e a utilização de latrinas partilhadas continua a ser muito mais elevada nas zonas urbanas do que nas rurais. O progresso da cobertura de saneamento não conseguiu acompanhar o crescimento da população nas zonas urbanas, mas acompanhou-o nas zonas rurais. Como resultado, havia mais pessoas sem serviços adequados nas zonas urbanas em 2008 (810 milhões) do que em 1990 (523 milhões). Para os serviços de saneamento urbanos, há uma distinção básica entre o saneamento no local (com as dificuldades de esvaziar fossas, eliminação de lamas residuais e falta de espaço) e as redes de esgotos (raramente disponíveis mas quando existem, vêm com as dificuldades de falta de espaço, uma tecnologia complexa e custos elevados). As tecnologias alternativas que podem reduzir as despesas incluem esgotos pequenos de buraco e disposições do tipo condominial 1, 18. Pode ser necessário modificar os padrões e especificações dos planos nas zonas urbanas para que as instalações sejam económicas 16 Estrutura de saneamento

19 Parte 2 O sector de saneamento nos países de baixos rendimentos para as comunidades e agregados familiares muito pobres. Nas comunidades com alta densidade populacional, os blocos de saneamento comunal são frequentemente uma solução valiosa, apesar da não inclusão dos mesmos na definição do JMP de saneamento melhorado (ver o Quadro 2 que se segue). No entanto, devemos tomá-los em consideração e apoiá-los assim como às instalações nos agregados familiares. É importante fazer a distinção entre os blocos da comunidade (para uso exclusivo dos membros da comunidade, e com uma gestão de cooperativa) e as casas de banho públicas que se encontram abertas a todas as pessoas e são geridas comercialmente por empresas locais. A não ser que as tarifas sejam reguladas eficazmente, estas últimas podem excluir alguns membros particularmente pobres da sociedade. Nos contextos urbanos com uma densidade populacional elevada que se encontram frequentemente em zonas com tendência para inundações, os canais de escoamento que existem encontram-se usualmente bloqueados com desperdícios sólidos, exacerbando assim os problemas de inundações. É provável que no futuro esses problemas piorem. As latrinas de fossa a transbordar ou deliberadamente evacuadas pioram simplesmente a natureza insalubre e perigosa do ambiente. É especialmente importante nesses contextos tomar em consideração todo o saneamento ambiental gestão de excreções, gestão de desperdícios sólidos, águas pluviais e escoamento de efluentes dos agregados familiares. No contexto urbano especialmente, a procura, por parte dos agregados familiares, de saneamento melhorado é geralmente moderado devido aos medos, fundamentados, dos inquilinos de que essas melhorias às suas casas possam ter como resultado um aumento na renda ou perda do aluguer 19. Quadro 2 Saneamento não melhorado e melhorado definições do JMP 5 Defecação ao ar livre Quando as fezes humanas são eliminadas nos campos, florestas, entre arbustos, grandes massas de água, praias, ou outros espaços abertos ou são eliminadas com desperdícios sólidos. Instalações de saneamento não melhoradas As instalações não garantem que as excreções humanas são higienicamente separadas do contacto humano. As instalações não melhoradas incluem latrinas de fossa sem uma laje ou plataforma, latrinas penduradas e latrinas de balde. Instalações de saneamento partilhadas Instalações de saneamento de um tipo de outro modo aceitável partilhadas entre dois ou mais agregados familiares. Somente as instalações que não são partilhadas ou não são públicas são consideradas melhoradas. Instalações de saneamento melhoradas As instalações garantem que as excreções humanas são higienicamente separadas do contacto humano. Incluem utilização do que se segue: Puxar o autoclismo/deitar água para: Rede de esgotos canalizada Tanque séptico Latrina de fossa Latrina de Fossa Melhorada Ventilada (VIP). Latrina de fossa com laje Latrina de adubo Estrutura de saneamento 17

20 Parte 2 O sector de saneamento nos países de baixos rendimentos Saneamento inclusivo O objectivo da WaterAid, e a ambição da mesma para outros provedores de serviços é que onde quer que trabalhe, os serviços têm que satisfazer as necessidades de todas as pessoas. A nível da comunidade e dos agregados familiares, nem sempre se conhecem ou compreendem as atitudes das pessoas mais afectadas e sem acesso ao saneamento. A maioria das pessoas adversamente afectadas pela falta de saneamento são as pessoas com maiores desvantagens, seja económicas, culturais, sociais, físicas e/ou políticas. As mulheres são afectadas desproporcionadamente e 50% de todas as mulheres sem acesso a um saneamento melhorado sobrevivem com menos de US$2 por dia, o que significa que a procura por parte dos mais necessitados frequentemente não é bem declarada. Parte do compromisso da WaterAid para com a equidade e inclusão é ter em conta as pessoas com necessidades diferentes quando se planeiam as intervenções de saneamento. As pessoas mais idosas, as crianças, as pessoas com VIH, as raparigas e as mulheres adolescentes, as mulheres grávidas, e as pessoas portadoras de deficiência têm exigências únicas para poderem ter acesso aos serviços de saneamento. A deficiência é um termo amplo que se refere aos modos como as pessoas com todo um espectro de problemas são excluídas pela sociedade. Um modelo social da deficiência, ou mais geralmente da inclusão (tal como o usado pela WaterAid ver também a Estrutura de Equidade e Inclusão) 20 considera que a maior parte dos problemas para as pessoas portadoras de deficiência não se devem à sua própria deficiência mas sim a factores externos 21. Isso quer dizer que o foco da atenção não se deve concentrar somente no hardware mas também no software e nas mudanças de atitude. O modelo social identifica três grandes obstáculos à inclusão: De atitude (ideias negativas das pessoas por outras pessoas na sociedade). Inclui preconceitos, pena, isolamento, demasiada protecção, estigma, falta de informação e vergonha. Ambiental (físico, acessibilidade da infra-estrutura e instalações, e questões de comunicação). Inclui obstáculos no ambiente natural tais como caminhos difíceis e grandes distâncias. Os obstáculos no ambiente construído incluem degraus, entradas estreitas, chão escorregadio, plataformas de cimento elevadas, e mensagens visuais de educação sobre a higiene que são inacessíveis a pessoas com problemas de visão. Institucional/organizacional (exclusão sistemática ou negligência em instituições e organizações sociais, legais, de ensino, religiosas, políticas e de desenvolvimento, incluindo a WaterAid e os parceiros da mesma). Estes obstáculos incluem falta de políticas e estratégias, conhecimentos, competências, informação e mecanismos de consulta. A Tabela 2 (na página que se segue) define uma gama de obstáculos que podem limitar o acesso às instalações de saneamento às pessoas que são geralmente marginalizadas ou estigmatizadas pela sociedade. 18 Estrutura de saneamento

21 Parte 2 O sector de saneamento nos países de baixos rendimentos Tabela 2 Obstáculos ao acesso ao saneamento Obstáculos que não permitem o acesso às instalações de saneamento 22 Meio ambiente Ambiente físico (natural) Ambiente físico (infra-estrutura) Institucional Económico Social/cultural Exemplos Distância até às latrinas ou áreas de defecação, caminhos difíceis e escuridão. Entradas estreitas e falta de espaço dentro. Degraus até às latrinas, chão escorregadio. Dificuldade em se agachar nada a que se agarrar. Necessário colocar as mãos no chão da latrina para se equilibrar Legislação discriminatória Estratégias políticas que ignoram as pessoas portadoras de deficiência. Falta de consulta com as pessoas portadoras de deficiência. Falta de informação sobre opções de planos acessíveis. Falta de compreensão, formação ou experiência por parte dos funcionários. Custo da construção, tarifas dos utentes. Baixo estatuto, perseguição, crenças tradicionais negativas, pena, estigma, vergonha, demasiada protecção, isolamento, informação incorrecta. Agora existe toda uma série de literatura cada vez mais vasta sobre o tópico da deficiência e do saneamento. Durante a preparação desta estrutura fez-se uma revisão extensiva e os resultados, juntamente com a literatura mais generalizada, encontram-se disponíveis no sítio da intranet da WaterAid, The Source, na página de Saúde e Deficiência 23. Promoção do saneamento A maior parte do trabalho que os agregados familiares levam a cabo por sua própria iniciativa para proporcionar a si próprios alguma forma de saneamento é levada a cabo sem fazer recurso ao mercado no sentido de aquisição de bens e serviços. Em algumas abordagens de promoção do saneamento (por exemplo CLTS na sua forma pura ) os agregados familiares constroem as suas próprias instalações sem participarem necessariamente em transacções financeiras de tipo algum. No entanto, em muitos casos, os agregados familiares participam num mercado que opera de acordo com princípios económicos básicos. A procura de produtos ou serviços físicos é satisfeita por provedores tais como comerciantes, artesãos, canalizadores e pedreiros. Estrutura de saneamento 19

22 Parte 2 O sector de saneamento nos países de baixos rendimentos Nos contextos de baixos rendimentos a procura de serviços de saneamento está muitas vezes latente ou não se exprime adequadamente. Portanto os provedores não emergem nem florescem. O mercado pode ser estimulado ou encorajado tanto por medidas por parte da procura como por parte da provisão, ou idealmente por ambas. No entanto, apesar das melhores intenções dos actores externos, as imperfeições das forças do mercado e das exterioridades podem afectar o mercado de modo adverso. A promoção do saneamento deve oferecer uma variedade suficiente de opções para se adaptar a desejos e poder de compra variados. Enquanto no passado muita da ênfase tinha sido dada a actividades genéricas de ensino sobre a saúde em relação ao saneamento, a maioria das abordagens de promoção do saneamento hoje em dia entram na categoria ou de (a) abordagens a nível de toda a comunidade (incluindo Clubes de Saúde da Comunidade e CLTS) ou (b) abordagens de marketing (incluindo a abordagem do SWP de Saneamento Total e Marketing de Saneamento (TSSM)). Quase todas as abordagens hoje em dia tentam conseguir o saneamento total. As abordagens a nível de toda a comunidade usam ferramentas e métodos participativos para conseguir esta meta, ao mesmo tempo que as abordagens de marketing tratam o utente como um consumidor que pode tomar as suas próprias decisões sobre o investimento. A multiplicidade de abordagens oferecidas geralmente reflecte misturas variadas de métodos participativos e com base no mercado. Existem diversos híbridos das duas categorias gerais. As vantagens e limitações de cada um destes tipos de abordagem de criação da procura encontram-se na lista da Tabela 3 (na página 22) 24. Três abordagens particularmente prometedoras para a promoção do saneamento encontram-se descritas em maior detalhe em seguida. Se desejar informação adicional, uma publicação recente do Conselho Colaborativo de Provisão de Água e de Saneamento (WSSCC) 25 resume e categoriza de modo útil todas as grandes abordagens actuais de saneamento promoção da higiene. CHC Clubes de Saúde da Comunidade 26, 27 (uma abordagem participativa com base nos sócios). Os resultados em termos de saúde são fundamentais para a abordagem, uma vez que se dirigem às causas subjacentes da falta de saneamento (pobreza e falta de informação, capital social e capacidade de organização). A abordagem baseia-se num programa com deveres e visitas a casa para fazer monitorização. As principais razões para o êxito desta abordagem é que é sociável, competitiva e envolve aumentar o respeito pelas outras pessoas, mas a quantidade de tempo que os membros têm disponível é crucial para o nível de aceitação, o que pode excluir as pessoas mais pobres que têm maiores probabilidades de estar fora a trabalhar na agricultura de subsistência. A abordagem resultou numa carga de trabalho reduzida para os técnicos de extensão da saúde. Os clubes proporcionam uma ligação institucional importante entre os membros e o governo. CLTS na sua forma mais pura é uma abordagem sem subsídio para o hardware para o saneamento rural que ajuda as comunidades a reconhecer o problema da defecação ao ar livre e a actuarem colectivamente para limparem e se tornarem Livres de Defecação ao Ar Livre (ODF). A activação é o centro vital de CLTS. Os facilitadores convencem as comunidades e através do mapeamento participativo dos agregados familiares e das áreas de defecação (e caminhando através destas áreas) o problema de fazer merda ao ar livre torna-se rapidamente visível. Usa-se sempre a palavra vulgar local equivalente a merda e os facilitadores usam exercícios que se destinam a chocar e a enojar. Por exemplo, calcular as quantidades de merda produzida e analisando as vias entre a merda e a boca, o que leva a um momento de ignição quando os líderes naturais resolvem falar e se resolvem a entrar em acção. Galvanizam-se assim comunidades inteiras para que actuem Estrutura de saneamento

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