M I S S Ã O D E A S S I S T E N C I A P A R A A R E M O Ç Ã O D E M I N A S N A A M É R I C A D O S U L ( M A R M I N A S )

Transcrição

1 M I S S Ã O D E A S S I S T E N C I A P A R A A R E M O Ç Ã O D E M I N A S N A A M É R I C A D O S U L ( M A R M I N A S ) JULHO 2013 AD AUGUSTA PER ANGUSTA Com satisfação eliminamos o sofrimento. INFORME MENSAL ANO 6 Nº jefe.marminas@hotmail.com EDITORIAL NESTA EDIÇÃO Pág. Editorial. 1 Um pouco dos dez anos de história em algumas imagens. Mulheres desminadoras na fronteira Peru - Equador. A rotina no Vale do Cenepa. AICMA segue apoiando o Programa de D e s m i n a d o d o Equador. Comunicação Social MARMINAS inicia o segundo semestre de 2013, com incertezas sobre seu futuro e certezas sobre o presente. Nosso presente confirma que sempre estivemos no caminho certo, a assessoria técnica brinda ao CGDEOD (Equador) e à DIGEDEHUME (Peru) possibilitando continuados aprimoramentos nas operações de desminado dos dois países. O retorno dos Monitores Interamericanos exclusivos para os objetivos localizados no Vale do Cenepa em junho, confirmou o alto nível profissional dos desminadores peruanos, assim como o detalhamento e a atenção dispensados pela Autoridade Nacional Peruana (CONTRAMINAS) e pelo Exército do Peru (DIGEDEHUME) em todas as etapas antes, durante e depois de cada jornada. Durante os dias de trabalho nos objetivos peruanos, o Capitão Ravázio e o CT (IM) Fábio Cunha, não só observaram as operações, como passaram a fazer parte do eficaz e eficiente Programa de Desminado Humanitário Peruano. Acompanhados pelo representante de CONTRAMINAS, que em todas as jornadas está presente na área de operações, durante todos os dias de trabalho, os MI rapidamente se integraram ao efetivo de 38 militares responsáveis pelas operações da 81ª jornada, assim como tiveram participação ativa em todos os eventos, externando suas observações na reunião de fim de jornada realizada no último dia de operações. Observações que foram ouvidas com atenção por todos os presentes e algumas colocadas em prática já na jornada de julho. A assessoria técnica prestada por MARMINAS aos equatorianos também vem apresentando resultados positivos. As condições de bem estar dos desminadores nas frentes de trabalho estão melhorando e o processo de acreditação está em andamento. O ponto negativo são os obstáculos administrativos e operativos, que a cada jornada os MI são obrigados a vencer para estar presentes nas frentes de trabalho equatorianas. Quanto às incertezas do futuro, penso que as conquistas do passado e os avanços do presente não indicam que devemos consumir nossas energias com elas, devemos sim, seguir trabalhando duro e sério. A frase do escritor Fernando Sabino ( ) encerra este assunto: No fim tudo dá certo, e se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim.

2 Página 2 UM POUCO DOS DEZ ANOS DE HISTÓRIA EM ALGUMAS IMAGENS

3 Página 3 MULHERES DESMINADORAS NA FRONTEIRA PERU - ECUADOR O Desminado Humanitário, como muitos sabem e alguns possam imaginar, é uma atividade que, por manusear artefatos explosivos capazes de gerar sérios danos, possui características de elevado risco e exposição à vida humana. Não é de se estranhar que encontremos mulheres labutando por esses caminhos tão tortuosos. A meticulosidade feminina, devidamente comprovada, lhe confere essa capacidade de, em terrenos demasiadamente extensos e contaminados por minas terrestres extremamente sensíveis ao toque ou manuseio humano, ter a cautela necessária para buscar e neutralizar essa ameaça. A 82ª Jornada de Trabalhos do Peru, conduzida no mês de julho, no Vale do Cenepa contou com a participação de 03 mulheres do Exército Peruano, sendo 02 delas desminadoras e 01 paramédica, que pela primeira vez na história do Desminado Humanitário desse país, participaram dessas atividades. Entre as duas desminadoras, uma Oficial do Exército. A SegundoTenente (Engenheira) PRISCILA ESTRADA MIRANDA, ingressou na Escola Militar de Formação FRANCISCO BOLOGNESE no ano de 2008 e se graduou como oficial no final de Realizou o Curso Básico de Desminado, conduzido pelo Centro Nacional de Capacitação em Desminado Humanitário (CNCDH)-Chiclayo, em fevereiro desse ano. Atualmente, serve na 111ª Companhia de Desminado, localizada na Província de CHICLAYO, Departamento de LAMBAYEQUE, onde tem a oportunidade de treinar e por em prática os conhecimentos adquiridos nessa área. A segunda desminadora, Sub-Oficial de Primeira (Engenheira) ESTHER YOPLA TEJADA, ingressou na Escola Técnica do Exército no ano de 2002 e se graduou como Sub-Oficial de Terceira no final de Realizou o Curso Básico de Desminado em novembro de 2011, passou por um treinamento em novembro de 2012 e atualmente está servindo no Comando-Geral da 6ª Brigada de Selva, localizado na Província de BAGUA, Departamento AMAZONAS. A paramédica, Sub-Oficial de Segunda (Enfermeira) JESSICA ARROYO ORIHUELA, ingressou na Escola Técnica do Exército no ano de 2007 e saiu graduada Sub-Oficial de Terceira no final de Possui os cursos de Atenção a Traumas de Lesões Severas (ATLS), realizado em 2012 e realizou a Capacitação em Emergências Médicas para Vítimas de Minas, conduzido em março desse ano, pelo Major (EB) UBIRATAN, ambos no CNCDH. Atualmente serve no 51º Regimento de Serviço, localizado na Província de Sullana, Departamento de Piura. A dura rotina de trabalho acometida a quem participa desse tipo de atividade, foi bravamente superada pelas pioneiras da Desminagem Humanitária no Peru. Durante os 20 dias que duraram a jornada de trabalho, a ausência de casa e a falta de seus entes queridos tiveram que ser rapidamente superadas, ou ao menos minimizadas, para que se tornassem capazes de enfrentar os desafios vindouros. Acordar cedo todos os dias, superar as penosas caminhadas aos sítios de trabalho, que chegavam a durar até 2h30, com diversos obstáculos, executar as atividades de desminagem, por cerca de 5h diárias, em terrenos selváticos montanhosos, escorregadios, debaixo de sol e chuva e ter que superar tudo isso com contenção de gêneros alimentícios, fizeram dessas três corajosas guerreiras exemplos de superação e determinação. Dessa maneira, o Desminado Humanitário no Peru vem mostrando que é através do investimento e emprego do bem mais precioso do qual se deve orgulhar uma nação, independente de sexo, que se contribui sobremaneira para a evolução do país.

4 Página 4 A ROTINA NO VALE DO CENEPA Após mais de 10 anos de Desminado Humanitário no Peru, MAR- MINAS, através de seus Observadores Interamericanos, que a partir de agora passam a conduzir um Monitoreo Continuado nas frentes peruanas do Vale do Cenepa, pode acompanhar de perto a dura rotina de trabalho dos desminadores do exército peruano, desde sua concentração no Forte Minchan, passando pelas longas jornadas diárias de trabalho nos campos minados e culminando com o retorno a suas Unidades. Todos os meses, a Direção Geral de Desminado Humanitário (DIGEDEHUME), organismo operativo responsável pela execução dos trabalhos de Desminado Humanitário no Peru, programa uma jornada de trabalho, com duração de 20 dias, que se inicia com a concentração de pessoal e meios na 116ª Companhia de Desminado, localizada no Forte Minchan, em Bagua Grande. Desde aqui, já podemos observar o alto nível de disciplina dos desminadores que, sob o comando e controle de seus mais antigos, participam de instruções, constantes reuniões para verificação de presença e divulgação de informações úteis, além do desenvolvimento de práticas esportivas. Quando da chegada do transporte aéreo que os conduz às frentes de trabalho, de maneira rápida e ordenada embarcam seus materiais pessoais e outros meios necessários e ingressam na aeronave para uma viagem de cerca de 2 horas. Já nas frentes do Vale do Cenepa, cumprem rigorosamente os horários estabelecidos. Após servido o café da manhã, às 07h30, rapidamente se põem de pronto para o ingresso aos seus respectivos objetivos. As cansativas caminhadas aos locais de trabalho, que chegam a durar até 3 horas, os possibilitam demonstrar a constante preocupação com a segurança de seu pessoal e o grande espírito de equipe que possuem. A atuação nos objetivos, capítulo a parte, é sempre com bastante profissionalismo e dedicação. Todos os desminadores possuem cursos básicos de Desminado Humanitário, esses realizados no Centro Nacional de Capacitação em Desminado Humanitário (CNCDH), que está localizado no Distrito de Chiclayo e com isso, elevado conhecimento técnico e extremada capacidade de emprego. Os mais antigos (Supervisores de Sítio e de Área) procuram sempre nivelar o conhecimento entre todos, além de estarem, o tempo todo, preocupados com as questões afetas à segurança na sua área de trabalho. Ao regressarem aos seus acampamentos, de imediato, realizam a manutenção de seus equipamentos e os deixam em condições de uso para o dia seguinte. O Desminado Humanitário no Peru, constantemente, sofre com as severas condições meteorológicas, especialmente nesta área de selva, cortada pela Cordilheira do Condor. Nesses dias de luz vermelha, em que não há possibilidade de trabalhar, permanecem em suas áreas de aquartelamento conduzindo instruções diversas, as quais permite mantê-los envolvidos com suas atividades. Por fim, a de se reconhecer que, parte desse profissionalismo, dedicação, disciplina e espírito de equipe alcançados pelos peruanos ao longo desses anos de labuta, se deve a atenção depositada por seus chefes militares e civis, aqui representados por CONTRAMINAS (Autoridade Nacional para os assuntos de Desminado Humanitário) e DIGEDEHUME, que frequentemente enviam representantes às frentes peruanas para acompanhar de perto os trabalhos, dificuldades e poder aportar sua contribuição, a fim de que um dia, este que não se encontra muito distante, possam ter a grata satisfação de ver seu país livre de minas.

5 Página 5 AICMA SEGUE APOIANDO O PROGRAMA DE DESMINADO EQUATORIANO A pesar da noticia de que em dezembro de 2013, o Programa AICMA EC-PE encerrará seu aporte financiero e material para Equador e Peru, em abril AICMA, por meio de MARMINAS, procedeu a entrega de 10 detectores ATMID AN-19/2 ao CRDA. O detector ATMID (All Terrain Mine Detector), é a última evolução e melhoramento do detector AN-19/2, é de fabricação austríaca, sendo producido pela reconhecida companhia SCHIEBEL. Até o ano de 2007, o fabricante SCHIEBEL informou que mais de 1000 unidades do detector ATMID foram vendidas, sendo utilizadas em sua grande maioria em países como: Camboja, Croacia, Equador, Peru, Laos, Líbano, Moçambique, Eslovaquia, Vietnam e pelo Exército dos Estados Unidos. Devido à experiência obtida nos objetivos SR-05 e HC-06, os desminadores opinam que o detector ATMID não tem sido eficaz frente a mineralizacão do terreno e tão pouco frente a mina antipessoal P-4B de fabricação espanhola. Em junho foram entregues al CGDEOD equipamentos de jardinagem, usados para limpar a vegetação rasteira presente nos campos minados, geradores, bússolas, bolsas de primeiros socorros, e detetores MINELAB F-3. Em julho, nos dias 16 e 18, realizaram-se nas dependências do CGDEOD, capacitações para manutenção de detectores MINELAB F3 e para reparo de visores de policarbonato, na qual participaram sete militares do Exército Equatoriano e um representante do Programa AICMA-CE. Os ensinamentos foram transmitidos pelo consultor técnico do Programa AICMA-CO, senhor Cristóbal M. Ríos Dávila. Nas duas capacitações os propósitos foram alcançados pelos alunos. A manutenção dos detectores visava identificar falhas eletrônicas, defeitos de mecânicos, limpeza e substituição de peças e acessórios, técnicas de calibração de acordo com o terreno e cuidados com o armazenamento. A capacitação para a manutenção das viseiras de policarbonato resumiu-se em limpeza e polimento das viseiras desgastadas pelo uso e falta de manutenção e cuidado no armazenamento. Os conhecimentos adquiridos em muito vão ajudar a melhorar o rendimento e a segurança dos desminadores a cada jornada de trabalho, assim como aumentar o quantitativo de detectores e visores em condições de uso.

6 Página 6 1. NOTÍCIAS DA IMPRENSA: COMUNICAÇÃO SOCIAL Se fortalece a cooperação entre Equador e Chile A Ministra da Defesa do Equador agradeceu o apoio técnico do Chile no processo de desminado na frontera com o Peru, por meio da MARMINAS MARMINAS RECEBE CENDESMI, AICMA E CGDEOD Em junho, durante os dias que antecederam a visita da Ministra de Defesa do Equador a Morona Santiago, os MI de MARMINAS receberam representantes de AICMA, CENDESMI e CGDEOD em sua base de trabalho localizada no Batalhão de Selva MARMINAS REALIZA REUNIÃO POR SKIPE Em 29 de julho, no auditorio AICMA-EC em Quito, foi realizada a primeira reunião de fim de jornada com a utilização de recursos da Internet. Os integrantes de MARMINAS no Equador tiveram a participação dos dois companheiros que estão em Chiclayo - Peru. O enlace foi por meio do sistema SKIPE. Correio eletrônico: jefe.marminas@hotmail.com Telefone: (593 2) Direção e revisão CMG (FN) JOSÉ ROBERTO NUNES DA SILVA Textos CMG (FN) JOSÉ ROBERTO NUNES DA SILVA MAJOR (EB) ANTONIO VAZ FREIRE FILHO CAP (EB) ROMULO FABIANO P. RAVAZIO CT (FN) FABIO CAMARA CUNHA Edição e tradução CAP (CHILE) RODRIGO H. PINTO DÍAZ CAP (CHILE) MARCELO A. GONZÁLEZ URBINA Fotos Arquivo de MARMINAS MISSÃO DE MARMINAS Supervisionar e monitorar o trabalho realizado pelo Equador e Peru, por intermédio do desenvolvimento de atividades de treinamento, assessoria técnica e monitoramento, a fim de certificar que as operações de Desminagem Humanitária levadas a cabo pelo CGDEOD (Equador) e pelo DIGEDEHUME (Peru), sejam realizadas de acordo com as Normas Nacionais de cada País, desde que estejam de acordo com as Normas Internacionais.