METROLOGIA INDUSTRIAL

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "METROLOGIA INDUSTRIAL"

Transcrição

1 ABC DA METROLOGIA INDUSTRIAL ª Edição Mário Ferreira Alves Departamento de Engenharia Electrotécnica Março de 003

2

3 PREFÁCIO Qual de nós nunca duvidou das vendedoras ambulantes de fruta. Será que o peso medido pelas suas balanças corresponde ao verdadeiro peso do produto? Porque é que há relógios que contam melhor o tempo que outros? Os de pior qualidade têm de ser acertados mais vezes, não é verdade? Porque é que um multímetro que mede as mesmas grandezas eléctricas que outro pode custar cem vezes mais? Porque é que, se formos ao reino unido, temos dificuldade em nos reger pelas unidades lá utilizadas, tal como a polegada (inch), o pé (foot) e a milha (mile) para medir comprimento e a libra (pound) para medir peso. Se as unidades deles fossem iguais às unidades vigentes em Portugal tudo seria mais fácil, não é verdade? São questões como estas que motivaram o aparecimento de um domínio científico, a metrologia (palavra que significa o estudo da medição). A metrologia é uma matéria fundamental para qualquer das áreas da engenharia, tendo em consideração necessidade das instituições, nomeadamente as de índole industrial, terem de se reger por normas de qualidade cada vez mais exigentes. O controle que se tem de fazer para garantir produtos finais de qualidade exige equipamentos de medição adequados que se têm de manter em conformidade com as especificações (nomeadamente de incerteza). São fundamentais como complemento a este texto o livro entitulado Metrologia Industrial: uma função da gestão da qualidade ([Cabral, 994]), editado pelo Instituto Electrotécnico Português e o Vocabulário Internacional de Metrologia ([IPQ, 996]), editado pelo Instituto Português da Qualidade. O primeiro é autoria do Eng. Paulo Cabral, responsável pelo laboratório de metrologia do referido instituto e uma referência nesta área. O segundo é uma referência fundamental para a utilização de uma terminologia correcta na área da metrologia.

4

5 ÍNDICE. O SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES UNIDADES DE BASE UNIDADES SUPLEMENTARES UNIDADES DERIVADAS REGRAS DE ESCRITA E DE UTILIZAÇÃO DOS SÍMBOLOS DAS UNIDADES PADRÕES DE MEDIÇÃO..... PADRÕES INTERNACIONAIS..... PADRÕES PRIMÁRIOS PADRÕES SECUNDÁRIOS PADRÕES DE TRABALHO GESTÃO DOS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO ANÁLISE DA NECESSIDADE E ESCOLHA DOS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO RECEPÇÃO E ENTRADA EM SERVIÇO CALIBRAÇÃO E VERIFICAÇÃO EXEMPLO DE CALIBRAÇÃO EXEMPLOS DE CALIBRADORES DIGITAIS NORMAS ISO HIERARQUIA DAS NORMAS ISO VANTAGENS DA CONFORMIDADE COM AS NORMAS ISO A METROLOGIA E AS NORMAS ISO VOCABULÁRIO INTERNACIONAL DE METROLOGIA MÉTODOS DE MEDIÇÃO MÉTODOS DE MEDIÇÃO INDIRECTOS MÉTODOS DE MEDIÇÃO DIRECTOS QUALIDADE NA MEDIÇÃO INCERTEZA? EXACTIDÃO? ERRO? FONTES DE INCERTEZA CLASSIFICAÇÃO DOS ERROS DE MEDIÇÃO CONSIDERAÇÕES SOBRE ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS DETERMINAÇÃO DE INCERTEZA EM MEDIÇÕES DIRECTAS DETERMINAÇÃO DE INCERTEZA EM MEDIÇÕES INDIRECTAS QUALIDADE DA MEDIÇÃO NOS MULTÍMETROS ANALÓGICOS E DIGITAIS NOÇÃO SOBRE ESTATÍSTICA APLICADA À MEDIÇÃO DE GRANDEZAS FÍSICAS REFERÊNCIAS ABC da Metrologia Industrial 5/56

6 . O SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES Baseado em [Cabral, 995]. Para quantificarmos o valor de uma grandeza (comprimento de uma sala, por exemplo), necessitamos de considerar uma unidade para essa grandeza. Definindo uma unidade (comprimento de um pé, por exemplo), podemos quantificar o valor (5 unidades, por exemplo) da grandeza que pretendemos medir. Obviamente que é fundamental que as unidades sejam aceites e utilizadas em todo o mundo, daí a necessidade de normalizar as unidades. Já no século 8 foram estudadas propostas para substituir todos os sistemas de unidades vigentes então por um único sistema ([Helfrick, 99]). Só em 960, na ª Edição da Conferência Geral dos Pesos e Medidas (CGPM) foi finalmente adoptado o sistema internacional de unidades - SI, que é sucintamente abordado neste capítulo... Unidades de Base O Sistema Internacional de Unidades - SI - define sete unidades de base para normalizar sete grandezas ([Cabral, 995]): Grandeza Nome Unidade Símbolo Comprimento metro m Massa quilograma kg Tempo segundo s Corrente Eléctrica ampere A Temperatura Termodinâmica kelvin Quantidade de Matéria mole mol Intensidade Luminosa candela cd.. Unidades Suplementares Tabela : Unidades fundamentais do SI O SI define ainda duas unidades suplementares ([Cabral, 995]): Grandeza Nome Unidade K Símbolo Ângulo Plano metro rad Ângulo Sólido esterradiano sr Tabela : Unidades suplementares do SI 6/56 ABC da Metrologia Industrial

7 .3. Unidades Derivadas A partir das unidades descritas atrás é possível definir as unidades derivadas, com nome especial ([Cabral, 995]): Grandeza Unidade derivada Em unidades Nome Símbolo SI de base Força newton N m.kg.s - Temperatura* grau Celsius ºC K Frequência hertz Hz s - Pressão pascal Pa m -.kg.s - Trabalho, energia, calor joule J m.kg.s - Potência watt W m.kg.s -3 Potencial eléctrico, tensão, força electromotriz volt V m.kg.s -3.A - Resistência eléctrica ohm Ω m.kg.s -3.A - Carga eléctrica coulomb C s.a Capacidade eléctrica farad F m -.kg -.s 4.A Indutância henry H m.kg.s -.A - Fluxo de indução magnética weber Wb m.kg.s -.A - Indução magnética tesla T kg.s -.A - Iluminação lux lx m -.cd.sr Fluxo luminoso lumen lm cd.sr Condutância eléctrica siemens S m -.kg -.s 3.A Actividade (de uma fonte radioactiva) becquerel Bq s - Dose absorvida (de radiação ionizante) gray Gy m.s - Dose equivalente (de radiação ionizante) sievert Sv m.s - Tabela 3: Unidades derivadas do SI (*) A unidade grau Celsius é exactamente igual à unidade kelvin. No entanto, o valor numérico de uma grandeza expressa em ºC difere do valor numérico da mesma grandeza quando expressa em K, pois o início da contagem da escala K é inferior em 73.5 ao início da escala ºC. Por exemplo, a temperatura de 0 ºC equivale a 93.5 K. Deste modo, um intervalo ou uma diferença de temperaturas exprimem-se pelo mesmo número, quer em ºC, quer em K..4. Regras de Escrita e de Utilização dos Símbolos das Unidades Devem ser seguidas as seguintes regras quando da escrita ou utilização das unidades de medida: Representação do Nome das Unidades Os nomes das unidades devem ser escritos com caracteres minúsculos, mesmo que derivem de nomes de cientistas. Exemplo: metro, segundo, ampere, watt, hertz Excepção: grau Celsius Os nomes das unidade admitem plural (segundo o Bureau Internacional de Pesos e Medidas - BIPM), só passando ao plural a partir de dois, inclusive. Exemplo: 0,47 metro;,99 joule; miliamperes; 8x0-4 segundo; 5, metros por segundo. ABC da Metrologia Industrial 7/56

8 Os símbolos das unidades são escritos em caracteres minúsculos. No entanto, se o nome da unidade deriva de um nome próprio, a primeira letra do símbolo será maiúscula. Exemplo: m (metro); s (segundo); W (watt); N (newton); Pa (pascal). Os símbolos das unidades são invariáveis, mesmo no plural, e não são seguidos de um ponto, excepto no caso da pontuação normal. Exemplo: m e não m.; nem ms; nem mts. Representação do Produto e da Divisão de Unidades O produto de duas unidades c e d pode ser representado por uma das notações seguintes: c. d ; c.d ; c d ; c d mas não cd O quociente de duas unidades c e d pode ser representado por uma das notações seguintes: c/d ; ; c.d - (ou por qualquer das notações que indicam o produto de c por d - ). Representação de Múltiplos e Submúltiplos das Unidades O SI define os seguintes prefixos para múltiplos e submúltiplos das unidades: Múltiplos Submúltiplos Factor Prefixo Símbolo Factor Prefixo Símbolo 0 4 yotta Y 0 - deci d 0 zetta Z 0 - centi c 0 8 exa E 0-3 mili m 0 5 peta P 0-6 micro µ 0 tera T 0-9 nano η 0 9 giga G 0 - pico ρ 0 6 mega M 0-5 fento f 0 3 kilo k 0-8 ato a 0 hecto h 0 - zepto z 0 deca da 0-4 yocto y Tabela 4: Múltiplos e submúltiplos das unidades O nome de um múltiplo (ou submúltiplo) de uma unidade obtém-se acrescentando o nome da unidade ao nome do prefixo apropriado. Exemplo: centímetro (0 - m) ; quilowatt (0 3 W) ; microampere (0-6 A) O símbolo de um múltiplo (ou submúltiplo) de um unidade forma-se acrescentando o símbolo da unidade ao símbolo do prefixo apropriado. Exemplo: cm ; kw ; µa. Os símbolos dos prefixos SI, quando impressos, escrevem-se em caracteres seguidos. Não se deve deixar espaço entre o símbolo do prefixo e o símbolo da unidade. Exemplo: deve escrever-se km e não k m para indicar 0 3 m. Não se deve, igualmente, deixar espaço entre o nome do prefixo e o nome da unidade, quando se escreve o nome do múltiplo (ou do submúltiplo). Exemplo: deve escrever-se microampere e não micro ampere. 8/56 ABC da Metrologia Industrial

9 Um prefixo não pode ser empregue sem uma unidade. Exemplo: deve escrever-se µm e não µ. Não se empregam prefixos compostos, isto é, prefixos formados pela associação de dois ou mais prefixos. Exemplos: deve escrever-se ρf (picofarad) e não µµf ; deve escrever-se GW (gigawatt) e não kmw. Nota : Entre as unidades de base do SI, a unidade de massa é a única cujo nome (quilograma) contém, por razões históricas, um prefixo. Tal facto é uma excepção; os nomes e símbolos dos múltiplos (e submúltiplos) decimais da unidade SI de massa são formados pela junção dos prefixos à palavra grama e dos símbolos convenientes ao g. Nota : A palavra grama é, neste contexto, um substantivo masculino; nestas condições, é incorrecto dizer, por exemplo, duzentas gramas (como tantas vezes se ouve!), devendo antes dizer-se duzentos gramas. O conjunto formado pela junção do símbolo de um prefixo ao símbolo de uma unidade constitui um novo símbolo inseparável, que pode ser elevado a uma potência (positiva ou negativa) sem necessidade de parêntesis e que pode, também, ser combinado com outros símbolos de unidades, para formar símbolos de unidades compostas. Exemplo: cm significa sempre (0 - m) = 0-4 m e nunca 0 - m ; µs - significa sempre (0-6 s) - = 0 6 s - e nunca 0-6 s - Outras Unidades que Podem ser Utilizadas com o SI As unidades seguintes não pertencem ao SI, embora desempenhem um importante papel na vida diária, estando largamente divulgadas. Grandeza Unidade Valor Nome Símbolo corresp. no SI Tempo minuto min min = 60 s hora h h = 60 min = 3600 s dia d d = 4 h = s Ângulo plano grau º º = (π/80) rad minuto de ângulo = (/60)º = (π/0800) rad segundo de ângulo = (/60) = (π/648000) rad Volume litro l, L l = dm = 0-3 m 3 Massa tonelada t t = 0 3 kg Pressão bar bar bar = 0 5 Pa Tabela 5: Outras unidades que se podem utilizar com o SI Por tais motivos, é permitida a sua utilização conjuntamente com as unidades do SI, não devendo no entanto combinar-se com estas senão em casos extremos (por exemplo km/h). ABC da Metrologia Industrial 9/56

10 Relação de Algumas Unidades SI com Unidades de Outros Sistemas Unidade não SI Relação com unidade SI Nome Símbolo corresp. no SI polegada in 5,4 mm (exacto) jarda yd 0,944 (exacto) pé ft 0,3048 m libra lb 0, kg (exacto) onça oz 8,3495 g libra-força lbf 4,448 N quilograma-força kgf 9,80665 N (exacto) atmosfera normal atm,035 x 0 5 pascal (exacto) libra-força por polegada quadrada lbf.in ,76 Pa milimetro de água mmh O 9,80665 Pa (exacto) milimetro de mercúrio mmhg 33,33 Pa grau Fahrenheit ºF (9xºC/5)+3 cavalo vapor cv W horse power hp 745,700 W Tabela 6: Relação de unidades SI com unidades de outros sistemas 0/56 ABC da Metrologia Industrial

11 . PADRÕES DE MEDIÇÃO A palavra inglesa standard pode ser traduzida para Português como norma ou padrão. No âmbito da metrologia, é comum utilizar-se o termo measurement standard para denominar padrão de medição, que é explicado a seguir. No Vocabulário Internacional de Metrologia ([IPQ, 996]), padrão de medição é definido como medida materializada, instrumento de medição, material de referência ou sistema de medição destinado a definir, realizar, conservar ou reproduzir uma unidade, ou um ou mais valores de uma grandeza, para servirem de referência. Como exemplos de padrões de medição podemos considerar: Padrão de massa de kg Resistência padrão de 00 Ω Amperímetro padrão Os padrões estão organizados numa hierarquia de qualidade: Padrões Internacionais, Padrões Primários, Padrões Secundários e Padrões de Trabalho. Esta hierarquia de padrões está representada na Figura. ÂMBITO TIPO Lab. Internacional Lab. Nacional Empresas Calibração A Própria Empresa P. Int. P. Primários P. Secundários Padrões de Trabalho Figura : Hierarquia de Padrões de Medição > Qualidade > Exactidão.. Padrões Internacionais Um padrão internacional é um padrão reconhecido por um acordo internacional para servir de base (internacional) à fixação dos valores de outros padrões da grandeza a que respeita ([IPQ, 996]). Os padrões internacionais são periodicamente avaliados e testados através de medições absolutas em termos das unidades fundamentais. Estes padrões são mantidos no Bureau International de Poids et Mesures - BIPM e não estão disponíveis ao utilizador normal para comparação ou calibração. Esta organização, sitiada em Paris, tem a responsabilidade de ([Cabral, 994]): Estabelecer os padrões das grandezas fundamentais e as escalas das principais grandezas físicas e conservar os padrões internacionais. Efectuar a comparação de padrões nacionais e internacionais. Assegurar a coordenação das técnicas de medição correspondentes. Efectuar e coordenar as determinações relativas às constantes físicas que intervêm nas actividades acima referidas (condições de temperatura, humidade, etc.). ABC da Metrologia Industrial /56

12 .. Padrões Primários Um padrão primário é designado ou é largamente reconhecido como possuindo as mais elevadas qualidades metrológicas, e cujo o valor é aceite sem referência a outros padrões da mesma grandeza. Por exemplo, o Departamento Nacional de Padrões Norte-Americano (National Bureau of Standards - NBS), em Washington, é responsável pela manutenção dos padrões secundários nos Estados Unidos da América. No caso português, a manutenção dos padrões primários, bem como a acreditação dos Laboratórios de Calibração ([IPQ, 997a]) são responsabilidade do Instituto Português da Qualidade - IPQ ([IPQ, 997b]), por intermédio respectivamente do seu Laboratório Central de Metrologia e do seu Serviço de Acreditação. Estes padrões não são disponibilizados para usos externos aos laboratórios nacionais, pelo que a sua principal função é calibrar os padrões secundários. Estes laboratórios emitem certificados de calibração para os padrões secundários, normalmente mantidos pelos laboratórios de calibração acreditados..3. Padrões Secundários Os padrões secundários são os padrões de referência utilizados em laboratórios industriais e são normalmente mantidos por uma empresa em particular. Estes padrões são enviados periodicamente aos laboratórios nacionais para calibração e comparação com os padrões primários. Nos Laboratórios de Calibração acreditados pelo IPQ ([IPQ, 997a]), tal como o Laboratório de Metrologia do Instituto Electrotécnico Português - IEP ([IEP, 998]), existem padrões secundários..4. Padrões de Trabalho Num laboratório de medição, é fundamental a existência de um (ou vários) padrão de trabalho. Estes, em geral, são utilizados em testes e calibrações de outros instrumentos de laboratórios ou instrumentos de aplicações industriais ([Helfrick, 99]). Um fabricante de resistências de grande exactidão, por exemplo, pode utilizar uma resistência padrão no departamento de controlo de qualidade, para verificar o equipamento de teste das resistências. Neste caso, o fabricante estará a verificar se a sua planta industrial processa de acordo com os limites de exactidão preestabelecidos. Uma caixa de décadas de alta exactidão (incerteza menor do que 0,%), um potenciómetro, um calibrador digital ou uma Ponte de Wheatstone de alta exactidão (incerteza menor do que 0,%) são exemplos de padrões de trabalho. Pode ser encontrada em [Helfrick, 99] uma descrição dos padrões existentes para as diversas grandezas eléctricas, nomeadamente: padrões de corrente, tensão, resistência, capacitância e indutância. /56 ABC da Metrologia Industrial

13 3. GESTÃO DOS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO Baseado em [Cabral, 994]. A gestão dos instrumentos de medição abrange o conjunto das acções a desenvolver para constituir e manter o parque de instrumentos de medição necessário à satisfação das necessidades da empresa/indústria. Esta gestão deve ter em conta: Primeiro: Depois: A análise da necessidade e a escolha dos instrumentos de medição. A recepção, a colocação em serviço e o acompanhamento dos instrumentos. A calibração ou verificação dos instrumentos e as decisões que daí decorrem. 3.. Análise da Necessidade e Escolha dos Instrumentos de Medição Diversos factores devem ser considerados antes de escolher os instrumentos de medição a adquirir: Necessidades técnicas. Condições comerciais. Experiência e avaliação anteriores desses instrumentos Necessidades Técnicas As necessidades técnicas da empresa vão condicionar as características técnicas dos instrumentos de medição a adquirir. Devemos ter em conta, por exemplo, que a qualidade da medição dos instrumentos de medição depende da exigência requerida pela empresa em termos de exactidão das medições. Quando da aquisição de vários instrumentos, devemos preservar a homogeneidade do parque de instrumentos. Repare-se que, por exemplo, se todos os instrumentos de medição adquiridos para uma dada função forem das mesmas marca e modelo, reduzem-se os custos, tanto de formação dos utilizadores como de manutenção desse equipamento. Hoje em dia, a modularidade da instrumentação é um factor fundamental que deve ser considerado. A modularidade reflecte-se na possibilidade de evolução dos instrumentos de medição, a fim de limitar os riscos de estes se tornarem obsoletos, permitindo à empresa fazer evoluções quando se achar necessário. Tomem-se como exemplo determinados instrumentos de medição digitais que permitem acrescentar funcionalidades a partir da aquisição de módulos de software (alguns osciloscópios digitais, por exemplo). Para os instrumentos novos ou que fujam do quadro habitual da empresa, pode ser importante prever, com o fornecedor, as condições e o conteúdo da assistência técnica a prestar-lhes, pelo menos no início da sua utilização (caso da formação ao pessoal sobre um dado equipamento). É necessário prever o envio (pelo fornecedor dos instrumentos de medição) da documentação necessária à utilização, ao ajuste e à colocação em serviço dos instrumentos. Qualquer instrumento de medição deverá vir acompanhado do respectivo manual técnico, fundamental para uma utilização adequada. ABC da Metrologia Industrial 3/56

14 Para instrumentos de medição específicos e/ou complexos, é recomendável estabelecer um caderno de encargos técnico que defina as características requeridas, as condições de utilização, de ambiente e de manutenção, as exigências particulares relativas à calibração ou à verificação e as condições de recepção. Condições Comerciais As condições económicas devem ser objecto de um caderno de encargos comercial, a ser estabelecido conjuntamente pelo departamento de compras e pelo departamento (ou responsável) metrológico da empresa, especificando factores como a opção entre a compra e o aluguer do instrumento de medição, preços, prazos de entrega, garantias, contrato de manutenção, e exigências de disponibilidade (tempo de indisponibilidade admissível, tempo de reparação, etc.). Avaliações Anteriores do Instrumento de Medição A escolha de um instrumento de medição pode também ter em conta avaliações resultantes da experiência adquirida na própria empresa ou noutras empresas, ou feitas por centros tecnológicos especializados no domínio em causa. 3.. Recepção e Entrada em Serviço Após a chegada de um instrumento de medição à empresa (antes da entrada em serviço), o departamento (ou responsável) metrológico deve assegurar-se se este está em conformidade com as características técnicas especificadas pelo fabricante, nomeadamente as características de exactidão. Para isso é necessário proceder à sua calibração ou verificação, permitindo determinar ou confirmar a classe do instrumento. Após esta operação, deve efectuar-se uma marcação relativa a esta primeira calibração ou verificação, iniciando-se assim a contagem da periodicidade de calibração. Após efectuada a recepção e a inventariação do equipamento, e verificadas as suas características metrológicas, procede-se à sua instalação e à sua entrada em serviço, devendo respeitar-se nomeadamente os requisitos de instalação e utilização definidos pelo fabricante (posição do instrumento, tensão e frequência de alimentação, temperatura, humidade, etc.). É ainda fundamental garantir a qualificação dos operadores destes instrumentos, devendo tomar-se em conta, por exemplo, a língua em que estão escritos os seus manuais técnicos destes equipamentos Calibração e Verificação De tanto em tanto tempo, é necessário verificar se os instrumentos de medição mantêm as suas características de qualidade. Existe então a necessidade de efectuar a calibração e/ou verificação dos instrumentos, operações indispensáveis que validam (ou não) as indicações fornecidas pelos instrumentos de medição. As operações de calibração e de verificação são ambas baseadas na comparação do instrumento de medição com um instrumento padrão de modo a determinar a sua exactidão e verificar se essa exactidão continua de acordo com a especificação do fabricante. A incerteza de calibração deve ser suficientemente pequena relativamente aos limites de erro admissíveis do instrumento a calibrar. São habitualmente fixadas, entre estes dois valores, relações compreendidas entre :0 e :4. Por exemplo, um instrumento com uma incerteza de % da leitura pode ser calibrado com um instrumento padrão de 0,% de incerteza (relação de :0). 4/56 ABC da Metrologia Industrial

15 Nota: O VIM ([IPQ, 996]) define calibração como o conjunto de operações que estabelecem, em condições especificadas, a relação entre valores de grandezas indicados por um instrumento de medição ou sistema de medição, ou valores representados por uma medida materializada ou um material de referência e os correspondentes valores realizados por padrões. O resultado de uma calibração é considerado como sendo o conjunto dos valores resultantes da comparação dos resultados fornecidos pelo instrumento de medição com os valores materializados pelo padrão ([Cabral, 994]). O resultado da calibração pode ser registado num documento, por vezes chamado de certificado de calibração ou relatório de calibração, cuja exploração permite diminuir a incerteza das medições obtidas com o instrumento. A Figura representa um relatório de calibração hipotético: Função, escala, valor lido, valor padrão ± incerteza, desvio encontrado Figura : Exemplo de relatório de calibração ([Cabral, 994]) O resultado de uma verificação permite afirmar se o instrumento de medição satisfaz ou não às prescrições (especificações) regulamentares previamente fixadas (limites de erro admissíveis) que autorizam a sua entrada ou continuação em serviço. Uma verificação poderá ABC da Metrologia Industrial 5/56

16 ser feita comparando os resultados de uma calibração com os limites de erro admissíveis ou directamente com um padrão que materializa as indicações limites admissíveis do instrumento. Este último método não requer a obtenção de resultados numéricos. A Figura 3 ilustra a estrutura e interligação das operações de calibração e verificação: Padrão Instrumento de medição a calibrar/verificar Prescrição CALIBRAÇÃO Comparação Resultado da medição Documento de calibração VERIFICAÇÃO Não conforme Confrontação com prescrição Reforma Desclassificação Reparação Colocação em serviço Conforme Ajuste (*) (*) Por vezes, o ajuste é parte integrante da operação de calibração Figura 3: Operações de calibração e verificação ([Cabral, 994]) O resultado de uma verificação pode traduzir-se por (Figura 3): Uma constatação da conformidade com as especificações, significando que o instrumento pode ser colocado em serviço. Uma constatação de não conformidade, conduzindo a uma decisão de ajuste, reparação, reforma ou desclassificação do instrumento. É importante notar que a calibração implica apenas resultados numéricos, ao passo que a verificação implica um julgamento conducente a uma decisão. Para fixar a periodicidade das calibrações, devem ter-se em conta factores diversos, tais como a frequência e o tipo de utilização dos instrumentos, o seu desgaste e as restrições económicas 6/56 ABC da Metrologia Industrial

17 (da empresa). No caso das verificações, a sua periodicidade é imposta pela regulamentação de controlo metrológico. Podem ser encontradas no anexo 5 de [Cabral, 994] alguns exemplos de períodos de calibração, dos quais se apresentam os seguintes, dependendo se se tratam de padrões de referência (categoria A) ou padrões de trabalho e instrumentos de medição em geral (categoria B): Instrumento de Medição Período de Calibração (em meses) Categoria A Categoria B Amperímetros Analógicos Amperímetros Digitais 3 6 Ohmímetros Analógicos Ohmímetros Digitais 3 6 Pontes de Wheatstone Potenciómetros Transformadores de Medição Voltímetros Analógicos Voltímetros Digitais 3 6 Wattímetros Analógicos Wattímetros Digitais Exemplo de Calibração Pode dar-se como exemplo a calibração de um amperímetro CC e de um voltímetro CC usando um instrumento de medição de tensão de elevada exactidão. Este instrumento poderá ser um potenciómetro ou um calibrador digital (Figura 4): E V Instrumento a ser calibrado Potenciómetro Figura 4: Calibração de um voltímetro com um potenciómetro A medição do voltímetro a calibrar (V) é comparada com o valor medido com o instrumento padrão (potenciómetro, neste caso). ABC da Metrologia Industrial 7/56

18 O amperímetro CC é calibrado quase da mesma forma, apenas recorrendo a uma resistência padrão adicional: E Resistência padrão Potenciómetro A Instrumento a ser calibrado Figura 5: Calibração de um amperímetro com um potenciómetro O amperímetro a calibrar (A) é comparado com a corrente calculada através da Lei de Ohm, considerando a tensão medida pelo instrumento padrão e o valor da resistência padrão (I = U/R). Para vários valores da grandeza medida (tensão ou corrente, neste caso), traça-se um curva de calibração. Esta representa graficamente os factores de correcção para diversos pontos da escala. Por exemplo, para o caso de um voltímetro analógico, regula-se a fonte de tensão de modo a que o ponteiro do instrumento coincida com cada uma das divisões principais da escala. Para cada um destes valores, ajusta-se o potenciómetro de modo a que este nos dê o valor de tensão exacto. O factor de correcção de cada ponto da escala é então obtido pela subtracção entre o valor (convencionalmente verdadeiro) indicado pelo potenciómetro e o valor indicado pelo voltímetro a calibrar. Pode então desenhar-se uma curva de calibração do seguinte tipo: Correcção positiva (volts) Correcção negativa (volts) Leitura da escala (volts) Figura 6: Curva de calibração típica Os pontos são interligados por linhas rectas (interpolação linear), dado que nada é conhecido sobre os factores de correcção entre esses pontos. Note-se que os factores de correcção calculados representam a quantidade que deve ser adicionada ao valor indicado pelo instrumento, de modo a obter o valor exacto Exemplos de Calibradores Digitais Actualmente, existem calibradores digitais que, além de permitirem calibrar diversos tipos de instrumentos de medição (amperímetros, wattímetros, osciloscópios, etc.), têm ainda a funcionalidade de servir eles próprios de fontes de alimentação para as grandezas que estão 8/56 ABC da Metrologia Industrial

19 em causa (fonte de tensão, fonte de corrente, geradores de sinais, fonte de temperatura, etc.). É disso exemplo o calibrador digital 5500A da Fluke ([Fluke, 997b]): calibrador 5500A PC com software de calibração wattímetro digital Figura 7: Calibrador, wattímetro e PC com software de calibração ([Fluke, 997a]) Este funciona como um calibrador multifunção, pois permite fazer a calibração de voltímetros, amperímetros, osciloscópios (até 300 Mhz), termómetros electrónicos, wattímetros, pontas de corrente, registadores XY, entre outros. Por exemplo, no caso da calibração de um wattímetro (até 00 V, A, kw), executa-se o seguinte esquema de ligação: Figura 8: Calibração de um wattímetro ([Fluke, 997a]) Obviamente que este calibrador fornece a tensão e a corrente (carga fictícia) necessários à calibração do wattímetro. ABC da Metrologia Industrial 9/56

20 Existe ainda um pacote de software para este calibrador que, correndo num PC, permite automatizar a calibração, comunicando via RS-3 (comunicação série para PC) com o calibrador: Figura 9: Software de calibração ([Fluke, 997a]) As vantagens deste software são as inerentes à automação da calibração, podendo nomeadamente citar-se a possibilidade de armazenar programas de calibração para posterior utilização e a possibilidade de produção automática de relatórios de calibração. O ISEP dispõe de um calibrador digital - Model 4 Portable Calibrator, da Yokogawa ([Yokogawa, 99]), representado na Figura 0. Figura 0: Calibrador 4 da Yokogawa ([Yokogawa, 99]) Este calibrador portátil gera tensão contínua, corrente contínua e força electromotriz térmica (isto é gera f.e.m. emulando termopares dos tipos K, E, J, T e R). Além disso, tem a funcionalidade de medição isolada do circuito que gera as grandezas atrás descritas. Pode visualizar-se na Figura 0 que o mostrador apresenta tanto o valor gerado como o valor medido. 0/56 ABC da Metrologia Industrial

21 A Figura representa a funcionalidade de cada um dos elementos do painel frontal deste instrumento: Figura : Calibrador 4 da Yokogawa ([Yokogawa, 99]) A incerteza da fonte de tensão deste calibrador anda na ordem de ±(0.05% da leitura + 0.0% do alcance), valor que é cerca de 0 vezes melhor do que os multímetros digitais de uso comum (está a considerar-se uma incerteza total de cerca de %). A incerteza do instrumento de medição de tensão (voltímetro) é de ±(0.% da leitura + dígitos). Como exemplos de aplicação podem considerar-se a calibração de equipamento de controlo de processos, de instrumentos de medição electrónicos, de registadores e de termómetros (baseados em termopares). ABC da Metrologia Industrial /56

22 4. NORMAS ISO 9000 Baseado em [Fluke, 997c]. Este capítulo não pretende descrever as normas ISO Pretende antes dar uma ideia da necessidade que as empresas terão de aumentar cada vez mais a sua qualidade e a qualidade dos seus produtos, salientando o caso dos instrumentos de medição e a manutenção da sua qualidade. A Organização Internacional de Normas (ISO - International Standards Organization) ([ISO, 997]) concebeu um modelo (reconhecido internacionalmente) para o desenvolvimento de sistemas de qualidade - o modelo ISO Um sistema de qualidade define a estrutura organizacional, as responsabilidades, os procedimentos, os processos e os recursos para implementar gestão da qualidade. Esse modelo, o ISO 9000, é um conjunto genérico de normas, aplicável a um vasto leque de empresas e indústrias. As normas ISO 9000 foram desenvolvidas como parte do processo da União Europeia para eliminar as barreiras comerciais e para harmonizar as normas técnicas conhecidas como EC 9. As normas ISO 9000 foram originalmente publicadas em 987 pela ISO estando disponíveis, hoje em dia, em versões em diversas línguas, exactamente de acordo com os documentos originais. Alguns exemplos são: ISO 900X:994 UE EN 900X-994 Alemanha Holanda EUA Portugal DIN ISO 900X NEN-ISO 900X ANSI/ASQC Q900X-994 NP EN 900X onde o X representa o dígito apropriado, de 0 a 4. /56 ABC da Metrologia Industrial

23 4.. Hierarquia das Normas ISO 9000 O modelo ISO 9000 consiste num conjunto de normas, cada um com um propósito específico. A relação entre estes documentos está expressa na Figura : Figura : Estrutura das normas ISO 9000 ([Fluke, 997c]) As normas ISO 9000 e ISO 9004 são documentos descritivos. As normas ISO Normas de Gestão e Garantia de Qualidade: Linhas de Orientação para a Selecção e Utilização (Guidelines for Selection and Use of Quality Management and Quality Assurance Standards), fornecem informação sobre a aplicação das normas ISO As normas ISO Gestão da Qualidade e Elementos do Sistema de Qualidade: Linhas de Orientação(Guidelines to Quality Management and Quality System Elements), contêm informação geral sobre conceitos e terminologia na área da qualidade. As normas ISO 900, 900 e 9003 são os modelos para os sistemas de qualidade e são as normas às quais as empresas se registam ou certificam. A norma ISO Sistemas de Qualidade: Modelo de Garantia da Qualidade na Inspecção e Ensaios Finais (Model for Quality Assurance in Final Inspection and Test) é, dos três, o documento menos abrangente. A norma ISO Sistemas de Qualidade: Modelo de Garantia de Qualidade na Produção e na Instalação (Model for Quality Assurance in Production and Installation), inclui todos os elementos da ISO 9003 e adiciona a cobertura da produção e instalação. A norma ISO Sistemas de Qualidade: Modelo de Garantia de Qualidade no Projecto/Desenvolvimento, Produção, Instalação e Serviço Após Venda (Model for Quality Assurance in Design, Development, Production, Installation and Servicing), é o modelo mais abrangente, cobrindo todos os aspectos de uma operação, desde o projecto até ao serviço após venda. ABC da Metrologia Industrial 3/56

24 4.. Vantagens da Conformidade com as Normas ISO 9000 Quase todos os países do mundo adoptaram já uma ou mais normas ISO 9000 (em 994, 73 países - Figura 3). Milhares de empresas no mundo inteiro obtiveram já o seu registo. O registo consiste apenas numa auditoria e numa aprovação do sistema de qualidade da empresa, de acordo com as normas ISO 9000, efectuadas por um auditor independente. Figura 3: Países que adoptaram as normas ISO 9000 [Fluke, 997c]) O facto de uma empresa estar em conformidade com as normas ISO 9000 trás diversas vantagens: As normas ISO 9000 podem ajudar a empresa a atingir e manter o nível de qualidade desejado. Empresas sem a certificação ISO 9000 terão mais dificuldades de vender, particularmente nos países da União Europeia, nas categorias de equipamento cobertas pelas directivas da UE. Os produtos que já dispuserem de um selo de qualidade não necessitam de ser novamente testados quando entram no mercado de um dos estados membros (da UE). As normas ISO 9000 poderão simplificar o negócio através da redução da frequência e/ou intensidade das auditorias executadas por clientes ou agências reguladoras. As empresas que implementaram as normas ISO 9000 revelam uma mudança cultural positiva, levando os seus empregados a assumirem cada vez mais o compromisso da qualidade A Metrologia e as Normas ISO 9000 A certificação segundo o modelo ISO 900 envolve a avaliação da empresa em diversas áreas, das quais as seguintes estão relacionadas com os instrumentos de medição e a manutenção da sua qualidade: 4.0 Inspecção e Teste 4. Equipamento de Inspecção, Medição e Teste Esta última sugere: Seleccionar equipamento apropriado às medições a efectuar. Calibrar esse equipamento em intervalos regulares, segundo padrões reconhecidos. Utilizar procedimentos documentados. 4/56 ABC da Metrologia Industrial

25 Assegurar que o equipamento dispõe da exactidão exigida. O equipamento deve indicar o estado de calibração, devendo ser mantidos os certificados de calibração. Quando o equipamento tiver sido calibrado, a validade dos resultados deve ser julgada. As condições ambientais, o armazenamento e manuseamento e a segurança devem ser adequados, de modo a manter a validade das calibrações. É portanto notória a preocupação da comunidade internacional em fazer vingar os padrões de qualidade a nível dos instrumentos de medição. Para isso, as empresas devem cuidar do seu equipamento de medição, procedendo à sua calibração a intervalos regulares (definidos em [Cabral, 994]). ABC da Metrologia Industrial 5/56

26 5. VOCABULÁRIO INTERNACIONAL DE METROLOGIA Consultar ([IPQ, 996]). O Vocabulário Internacional de Metrologia ([IPQ, 996]) é uma ferramenta imprescindível que estabelece os termos utilizados na metrologia, bem como o seu significado. Este vocabulário está estruturado em seis capítulos:. Grandezas e Unidades. Medições 3. Resultados de Medição 4. Instrumentos de Medição 5. Características dos Instrumentos de Medição 6. Padrões Além disso, disponibiliza um vocabulário trilingue (Português, Francês e Inglês), onde todos os termos metrológicos aparecem nas três línguas. 6/56 ABC da Metrologia Industrial

27 6. MÉTODOS DE MEDIÇÃO Para conhecermos o valor de uma dada grandeza, é obviamente necessário proceder a um determinado conjunto de operações. À sequência lógica destas operações dá-se o nome de método de medição. Quando se fala de grandeza, no domínio da metrologia, referimo-nos a grandezas mensuráveis, isto é, aquelas grandezas (físicas) que podemos quantificar, tais como por exemplo o comprimento, a velocidade, o peso e a intensidade da corrente eléctrica. Existem outras grandezas, denominadas de psicológicas ([Paredes, 99]), tais como a inteligência, a vontade e a criatividade, que, apesar de poderem ser qualificadas qualitativamente, não são mensuráveis (quantitativamente). Concluindo, uma das características das grandezas (mensuráveis) é, como o próprio nome indica, o facto de poderem ser medidas. Os métodos de medição podem classificar-se de diversas formas, mas as classificações mais relevantes para a área de electrotecnia são métodos directos e indirectos e os métodos de medição por comparação (substituição e zero). 6.. Métodos de Medição Indirectos Um método de medição indirecto, é aquele em que o valor da grandeza a medir é obtido a através da medição de outras grandezas funcionalmente associadas com a grandeza a medir. Podem citar-se como exemplos a medição indirecta de potência através da medição de tensão e corrente (P = U.I) ou a medição indirecta de velocidade através da medição de distância e de tempo (v = d. t). 6.. Métodos de Medição Directos Quando o valor da grandeza é obtido directamente, isto é, o valor da grandeza a medir é obtido de forma imediata como resultado da medição, o método de medição diz-se directo. Analogamente, refere-se a utilização de um Wattímetro para a medição directa de potência e de um velocímetro para a medição directa de velocidade. Podem ainda considerar-se os métodos de medição por comparação como variantes do métodos de medição directos. Num método de medição por comparação, a grandeza a medir é comparada com outra grandeza (ou mais) da mesma natureza que tenha um valor conhecido. Os métodos de medição por comparação podem ainda dividir-se em métodos de medição por substituição e por zero, descritos a seguir. Métodos de Medição por Substituição A grandeza a medir é substituída por uma grandeza da mesma natureza, de valor conhecido, escolhida de forma a que os efeitos no dispositivo indicador sejam os mesmos. Exemplos de métodos de medição por comparação: Medição de resistências usando o método de comparação de correntes Medição de resistências usando o método de comparação de tensões. ABC da Metrologia Industrial 7/56

28 Métodos de Medição por Zero Nos métodos de medição por zero, o valor da grandeza a medir é determinado por equilíbrio, ajustando uma ou várias grandezas, de valores conhecidos, associadas à grandeza a medir por uma relação de equilíbrio conhecida. Exemplos de métodos de medição por zero: Medição de tensões usando o potenciómetro (variando o valor de um ou dois reóstatos, até se atingir o equilíbrio, situação em que se determina a tensão). Medição de resistências usando a Ponte de Wheatstone (variam-se uma ou mais resistências variáveis até se atingir o equilíbrio, situação em que se determina a resistência ). Balanças de dois pratos (adicionam-se ou retiram-se pesos, até se atingir a situação de equilíbrio, situação em que se determina o peso do produto). 8/56 ABC da Metrologia Industrial

29 7. QUALIDADE NA MEDIÇÃO Tal como foi referido no prefácio, quando procedemos à medição de uma grandeza, surge inevitavelmente a preocupação de saber qual a relação entre o valor obtido e o valor real dessa grandeza. Torna-se então fundamental, no âmbito desta área, definir conceitos tais como incerteza, exactidão, erro e algarismos significativos, entre outros. Dado que existem inúmeros factores que levam à ocorrência de erros de medição, torna-se necessário proceder à sua identificação e classificação, de modo a os poder reduzir e, se possível, eliminar. São estes temas que são focados neste capítulo. 7.. Incerteza? Exactidão? Erro? Os conceitos de exactidão, erro e incerteza estão muito ligados entre si. Todavia, apesar dos seus significados estarem perfeitamente definidos, surge frequentemente confusão entre eles. Antes de tentar esclarecer melhor o que significam estes termos, bem como perceber quando e como utilizar cada um deles, é necessário ter a noção de valor verdadeiro de uma grandeza e de valor convencionalmente verdadeiro de uma grandeza. Valor (Convencionalmente) Verdadeiro de uma Grandeza O valor verdadeiro de uma grandeza seria o valor obtido numa medição perfeita. Obviamente que os valores verdadeiros são indetermináveis por natureza, pelo se recorre a valores convencionalmente verdadeiros. O valor convencionalmente verdadeiro, também chamado frequentemente de valor atribuído ou melhor estimativa substitui, num dado contexto (para determinados objectivos), o valor verdadeiro. Erro de Medição O erro de medição indica a diferença entre o valor real (verdadeiro) da grandeza em causa e o valor resultante de uma medição. Nota: Uma vez que o valor verdadeiro não pode ser determinado, na prática é usado um valor convencionalmente verdadeiro. Vamos supor que medimos o valor de uma resistência utilizando uma Ponte de Wheatstone de grande exactidão (6 AS), resultando em: 00,000 Ω Podemos considerar este o valor convencionalmente verdadeiro da resistência, para os fins em vista, dada a grande exactidão da ponte. Se medirmos a resistência com um ohmímetro, este, por diversos factores ligados à sua qualidade, irá provocar o aparecimento de um erro de medição. Vamos supor que o valor medido foi: 0,3 Ω (por exemplo com um ohmímetro digital de 4 dígitos) O erro cometido é portanto: 0,3-00,000 =,3 Ω Claro que na maior parte das vezes, não conhecemos (ou não podemos conhecer) o valor convencionalmente verdadeiro das grandezas), pelo que teremos que nos guiar pelas características de incerteza especificadas nos instrumentos de medição. Temos obviamente de saber interpretar as especificações que vêm nos manuais dos fabricantes de instrumentos de ABC da Metrologia Industrial 9/56

30 medição (ver em 7.7. Qualidade da Medição nos Multímetros Analógicos e Digitais, por exemplo). Incerteza (de Medição) Este parâmetro procura caracterizar o grau de confiança que se tem nas medições efectuadas, sendo uma indicação dos limites máximos (superior e inferior) dos erros que se supõe possam ter sido cometidos ao medir uma dada grandeza. Não sendo possível prever qual o sinal de tais erros, a incerteza é sempre indicada como ±. Por exemplo, suponha que para a medição de resistência efectuada com o ohmímetro (0,3 Ω) se determinava a incerteza, através do manual do instrumento, resultando em Ω. O resultado da medição viria por isso da seguinte forma: 0,3 Ω ± Ω O que o fabricante especifica (no manual) são os limites superior e inferior dentro dos quais deverá estar o verdadeiro valor da grandeza medida. Isto quer dizer que o fabricante garante que o verdadeiro valor da resistência está entre (se o instrumento estiver em boas condições): 0,3 + = 03,3 Ω e 0,3 - = 99,3 Ω Dado que o intervalo de incerteza engloba o valor convencionalmente verdadeiro (00,000 Ω), o ohmímetro efectuou uma medição válida. Exactidão (de Medição) A exactidão de uma medição representa a aproximação entre o resultado da medição e o valor verdadeiro da grandeza a medir. Este é um conceito qualitativo, pelo que apenas se pode dizer que uma medição foi mais exacta que outra, que um instrumento têm um grande exactidão, etc. No exemplo anterior, a Ponte de Wheatstone tem uma muito maior exactidão do que o ohmímetro. No caso do Laboratório de Medidas Eléctricas, a Ponte de Wheatstone ([Yokogawa, 985]) tem uma exactidão muito superior aos multímetros digitais (a funcionar como ohmímetros). 7.. Fontes de Incerteza Uma vez que nenhuma medição é feita com exactidão total (isenta de erro de medição), é importante um estudo dos erros, quer para se tentar encontrar meios para os reduzir, quer para poder avaliar até que ponto se pode confiar no resultado da medição. Existem diversas fontes de incerteza numa medição, nomeadamente ([Cabral, 995]): Instrumento de Medição (um ou mais, utilizados na medição) Padrão (que serviu para a calibração do instrumento ou como parte integrante do instrumento, tal como numa Ponte de Wheatstone ou num potenciómetro) Operador (que executa a medição) Método de Medição (utilizado para determinar o valor da grandeza) Condições Ambientais (temperatura, humidade, interferências electromagnéticas, etc.) 30/56 ABC da Metrologia Industrial

31 7.3. Classificação dos Erros de Medição As fontes de incerteza atrás descritas levam à ocorrência de erros, que são normalmente classificados em três categorias: Erros Grosseiros: em grande parte devido a falhas humanas, como leitura incorrecta dos instrumentos ou utilização incorrecta dos instrumentos. Erros Sistemáticos: são normalmente devidos a problemas com os instrumentos ou condições ambientais. Erros Aleatórios: de origem muitas vezes difícil de explicar, traduzem-se, na prática, pela obtenção de resultados diferentes em diferentes medições do mesmo valor. Erros Grosseiros Os erros grosseiros devem-se a falhas humanas no processo de medição, tanto a nível da leitura como a nível de registo dos resultados. Nos instrumentos de medição analógicos (com ponteiro), podemos cometer erros grosseiros devido a leitura deficiente do valor indicado. Por exemplo, se um operador de um multímetro analógico lê, erradamente, 3 V, quando a indicação é efectivamente de 33 V, ele está a cometer um erro grosseiro. Se o utilizador de um osciloscópio não entrar em linha de conta com a atenuação da ponta de prova (atenuadora), para os cálculos de amplitudes de tensão, está a cometer um erro grosseiro (esquece-se de multiplicar a leitura por 0, por exemplo). Este tipo de erros resulta pois do facto de uma medição envolver muitas vezes a percepção, normalmente visual de um operador, que poderá ser feita de um modo erróneo, devido a vários factores, tais como cansaço, desatenção e pressa ([Campilho, 987]). Erros Sistemáticos Os erros sistemáticos dividem-se essencialmente em erros devido à própria qualidade (falta de) dos instrumentos de medição, erros devido a condições ambientais e erros devido à observação deficiente do instrumento: Erros devidos aos instrumentos Erros devidos ao método de medição Erros devidos às condições ambientais Erros devidos à observação Os chamados erros instrumentais devem-se à qualidade construtiva do instrumento de medição, nomeadamente: Qualidade dos componentes eléctricos e electrónicos: resistências, díodos, conversor analógico/digital, etc. Deve ter-se em conta o envelhecimento dos materiais Qualidade dos componentes mecânicos, tal como o atrito no movimento de um ponteiro ou tensão incorrecta de uma mola. Calibração e verificação (ver 3.3. Calibração e Verificação ). O efeito de carga. ABC da Metrologia Industrial 3/56

32 O efeito de carga dos instrumentos de medição também se pode considerar um erro instrumental. Por exemplo, na utilização de um voltímetro para a medição da tensão aos terminais de um determinado elemento eléctrico, se a resistência interna do voltímetro não for consideravelmente superior à resistência equivalente vista do dipolo, as condições do circuito vão alterar-se, resultando numa tensão medida não correspondente à que se pretendia medir. Nota: Em alguns casos (quando se conhecerem a resistência equivalente e a resistência interna do voltímetro) poderá ser possível corrigir o resultado bruto da medição, eliminando o erro do método. Outro exemplo do efeito de carga é a medição de temperatura com um termómetro de mercúrio ([Campilho, 987]). Comete-se sempre um erro devido ao facto de que a quantidade de calor necessária para a dilatação do mercúrio fará baixar a temperatura do meio onde se efectua a medição (evidentemente que este erro é, normalmente, desprezável). Obviamente que não existem instrumentos perfeitos, logo irão sempre existir erros instrumentais. Podemos, no entanto, reduzi-los através de manutenção (calibração e verificação) e de utilização (adequados. Podem definir-se inúmeros atributos para caracterizar os instrumentos de medição (rapidez de resposta, volume, estética, largura de banda, resolução do conversor A/D, número de canais, quantidade de grandezas que pode medir, etc.), mas só as seguintes características influem na qualidade das medições efectuadas ([IPQ, 996]): Exactidão Resolução Fidelidade Aptidão de um instrumento de medição para dar indicações próximas do verdadeiro valor da grandeza medida. Nota: Antigamente utilizava-se o termo precisão para definir o que hoje se entende por exactidão. Precisão representa o grau de concordância entre as várias indicações do valor de uma mesma grandeza. Enquanto que exactidão implica sempre precisão, precisão não implica necessariamente exactidão. É a menor diferença entre indicações que se podem distinguir significativamente (para um instrumento digital, corresponde a uma unidade do dígito menos significativo). A noção de resolução, em termos práticos, está directamente ligada ao número de algarismos significativos com que é possível efectuar a leitura. Aptidão de um instrumento de medição para dar indicações isentas de erro sistemático. Um instrumento é fiel desde que as suas indicações só dependam da grandeza a medir, e não de outro tipo de grandezas (temperatura, interferências electromagnéticas, etc.). Repetibilidade Aptidão de um instrumento de medição para dar, em condições de utilização definidas, indicações muito próximas, quando se aplica repetidamente o mesmo valor da grandeza. Rapidez de Resposta Tempo que decorre após uma variação repentina do sinal de entrada, até que o sinal de saída (indicação) atinja, dentro de limites especificados, o seu valor final em regime estável e nele se mantenha. 3/56 ABC da Metrologia Industrial

CAPÍTULO 1 MEDIÇÃO E O ERRO DE MEDIÇÃO

CAPÍTULO 1 MEDIÇÃO E O ERRO DE MEDIÇÃO CAPÍTULO 1 MEDIÇÃO E O ERRO DE MEDIÇÃO 1.1. Definições do Vocabulário Internacional de Metrologia (VIM) Metrologia: Ciência das medições [VIM 2.2]. Medição: Conjunto de operações que têm por objectivo

Leia mais

UNIDADES EM QUÍMICA UNIDADES SI COMPRIMENTO E MASSA

UNIDADES EM QUÍMICA UNIDADES SI COMPRIMENTO E MASSA UNIDADES EM QUÍMICA O sistema métrico, criado e adotado na França durante a revolução francesa, é o sistema de unidades de medida adotada pela maioria dos paises em todo o mundo. UNIDADES SI Em 1960, houve

Leia mais

ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade Fundamentos e Vocabulário. As Normas da família ISO 9000. As Normas da família ISO 9000

ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade Fundamentos e Vocabulário. As Normas da família ISO 9000. As Normas da família ISO 9000 ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade Fundamentos e Vocabulário Gestão da Qualidade 2005 1 As Normas da família ISO 9000 ISO 9000 descreve os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade e especifica

Leia mais

Metrologia. Metrologia

Metrologia. Metrologia Metrologia Sumário da Aula JN3 1 1ª Parte: Categorias da Metrologia Metrologia Industrial e Científica Metrologia Legal Rastreabilidade e calibração 2ª Parte: Unidades Metrológicas Conceitos Básicos e

Leia mais

Calibração de Equipamentos

Calibração de Equipamentos Vídeo Conferência Calibração de Equipamentos Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Paraná Junho/2014 Diferença entre calibração e a verificação metrológica Calibração Estabelece o erro de medição e

Leia mais

Sistemas Unitários: Análise Dimensional e Similaridades

Sistemas Unitários: Análise Dimensional e Similaridades Física Industrial-FBT415 1 s Unitários: Análise Dimensional e Similaridades 1. Magnitude e sistemas unitários O valor de qualquer magnitude física é expressa como o produto de dois fatores: o valor da

Leia mais

Sistema Internacional de Unidades de acordo com DL 238/94 (19/9), DR 2/95 (3/1) e DL 254/02 (22/11)

Sistema Internacional de Unidades de acordo com DL 238/94 (19/9), DR 2/95 (3/1) e DL 254/02 (22/11) Sistema Internacional de s de acordo com DL 238/94 (19/9), DR 2/95 (3/1) e DL 254/02 (22/11) Compilação, adaptação e verificação: Manuel Matos FEUP, Dezembro 2003 0. Introdução O presente texto vem na

Leia mais

MEDIDAS ELÉTRICAS Conceitos Básicos:

MEDIDAS ELÉTRICAS Conceitos Básicos: MEDIDAS ELÉTRICAS Conceitos Básicos: Medir é estabelecer uma relação numérica entre uma grandeza e outra, de mesma espécie, tomada como unidade. Medidas elétricas só podem ser realizadas com a utilização

Leia mais

1 de 6 9/8/2010 15:23. .: Unidades Legais de Medida :. O Sistema Internacional de Unidades - SI

1 de 6 9/8/2010 15:23. .: Unidades Legais de Medida :. O Sistema Internacional de Unidades - SI 1 de 6 9/8/2010 15:23.: Unidades Legais de Medida :. O Sistema Internacional de Unidades - SI As informações aqui apresentadas irão ajudar você a compreender melhor e a escrever corretamente as unidades

Leia mais

CHECK - LIST - ISO 9001:2000

CHECK - LIST - ISO 9001:2000 REQUISITOS ISO 9001: 2000 SIM NÃO 1.2 APLICAÇÃO A organização identificou as exclusões de itens da norma no seu manual da qualidade? As exclusões são relacionadas somente aos requisitos da sessão 7 da

Leia mais

TRANSIÇÃO DA ISO 9001:2000 PARA ISO 9001:2008 DOCUMENTO SUMÁRIO DE ALTERAÇÕES ALTERAÇÕES QUE PODEM AFECTAR O SISTEMA

TRANSIÇÃO DA ISO 9001:2000 PARA ISO 9001:2008 DOCUMENTO SUMÁRIO DE ALTERAÇÕES ALTERAÇÕES QUE PODEM AFECTAR O SISTEMA TRANSIÇÃO DA ISO 9001:2000 PARA ISO 9001:2008 DOCUMENTO SUMÁRIO DE ALTERAÇÕES A nova norma ISO 9001, na versão de 2008, não incorpora novos requisitos, mas apenas alterações para esclarecer os requisitos

Leia mais

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMBINADAS

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMBINADAS 24 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMBINADAS Os mercados de capitais na Europa e no mundo exigem informações financeiras significativas, confiáveis, relevantes e comparáveis sobre os emitentes de valores mobiliários.

Leia mais

ISO 9001:2008. A International Organization for Standardization (ISO) publicou em 2008-11- 14 a nova edição da Norma ISO 9000:

ISO 9001:2008. A International Organization for Standardization (ISO) publicou em 2008-11- 14 a nova edição da Norma ISO 9000: A International Organization for Standardization (ISO) publicou em 2008-11- 14 a nova edição da Norma ISO 9000: ISO 9001:2008 Esta nova edição decorre do compromisso da ISO em rever e actualizar as Normas,

Leia mais

Tópico 2. Conversão de Unidades e Notação Científica

Tópico 2. Conversão de Unidades e Notação Científica Tópico 2. Conversão de Unidades e Notação Científica Toda vez que você se refere a um valor ligado a uma unidade de medir, significa que, de algum modo, você realizou uma medição. O que você expressa é,

Leia mais

Sistema de Tensionamento de Correias SKF. A forma da SKF apoiar a transmissão Fácil Rápido Repetitivo

Sistema de Tensionamento de Correias SKF. A forma da SKF apoiar a transmissão Fácil Rápido Repetitivo Sistema de Tensionamento de Correias SKF A forma da SKF apoiar a transmissão Fácil Rápido Repetitivo Sistema de Tensionamento de Correias SKF Uma solução inovadora para as transmissões por correias É sabido

Leia mais

SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES (SI)

SISTEMA INTERNACIONAL DE UNIDADES (SI) Grandezas e Unidades de Base Grandeza física de base (símbolo) Unidade de base (símbolo) Dimensão de base Definição da unidade de base comprimento (l) metro (m) L 1 m é o comprimento do trajecto da luz,

Leia mais

Compensação. de Factor de Potência

Compensação. de Factor de Potência Compensação de Factor de Potência oje em dia, praticamente todas as instalações eléctricas têm associadas aparelhos indutivos, nomeadamente, motores e transformadores. Este equipamentos necessitam de energia

Leia mais

Sistemas Premissas Básicas

Sistemas Premissas Básicas Sistemas Premissas Básicas Todo o sistema tem um OBJETIVO Geralmente, o objetivo de um sistema é transformar os insumos em produtos Todo o sistema é formado por um ou mais elementos, ou componentes, das

Leia mais

Incerteza. Geralmente não conseguimos obter um valor exato para a medida de uma grandeza física. Medidas Elétricas

Incerteza. Geralmente não conseguimos obter um valor exato para a medida de uma grandeza física. Medidas Elétricas Incerteza Geralmente não conseguimos obter um valor exato para a medida de uma grandeza física. Medidas Elétricas TE215 Laboratório de Eletrônica I Engenharia Elétrica Fatores que influenciam o processo

Leia mais

Começo por apresentar uma breve definição para projecto e para gestão de projectos respectivamente.

Começo por apresentar uma breve definição para projecto e para gestão de projectos respectivamente. The role of Project management in achieving Project success Ao longo da desta reflexão vou abordar os seguintes tema: Definir projectos, gestão de projectos e distingui-los. Os objectivos da gestão de

Leia mais

Curso Calibração, Ajuste, Verificação e Certificação de Instrumentos de Medição

Curso Calibração, Ajuste, Verificação e Certificação de Instrumentos de Medição Curso Calibração, Ajuste, Verificação e Certificação de Instrumentos de Medição Instrutor Gilberto Carlos Fidélis Eng. Mecânico com Especialização em Metrologia pelo NIST - Estados Unidos e NAMAS/UKAS

Leia mais

Plano de implementação da ISO 9001:2008 PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO DA ISO 9001:2008

Plano de implementação da ISO 9001:2008 PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO DA ISO 9001:2008 PLANO DE IMPLEMENTAÇÃO DA ISO 9001:2008 A APCER vem por este documento transmitir as disposições tomadas para a emissão de certificados acreditados durante o período de implementação definido pela IAF,

Leia mais

Aparelhos de Laboratório de Electrónica

Aparelhos de Laboratório de Electrónica Aparelhos de Laboratório de Electrónica Este texto pretende fazer uma introdução sucinta às características fundamentais dos aparelhos utilizados no laboratório. As funcionalidades descritas são as existentes

Leia mais

CAP. I ERROS EM CÁLCULO NUMÉRICO

CAP. I ERROS EM CÁLCULO NUMÉRICO CAP. I ERROS EM CÁLCULO NUMÉRICO 0. Introdução Por método numérico entende-se um método para calcular a solução de um problema realizando apenas uma sequência finita de operações aritméticas. A obtenção

Leia mais

Procedimento Específico. Gestão dos Dispositivos de Monitorização e Medição. Validado: Jaime Quendera Data: 2006-01-11. Responsável da Qualidade

Procedimento Específico. Gestão dos Dispositivos de Monitorização e Medição. Validado: Jaime Quendera Data: 2006-01-11. Responsável da Qualidade Elaborado: 2006-01-11 Validado: 2006-01-11 Pág. 1 de 5 Aprovado: 2006-01-11 Documento: Título: Código: Produzido por: Aprovado por: Descrição Sumária: Gestão dos Dispositivos PE-QL-14 (Data de Aprovação)

Leia mais

DESENVOLVER E GERIR COMPETÊNCIAS EM CONTEXTO DE MUDANÇA (Publicado na Revista Hotéis de Portugal Julho/Agosto 2004)

DESENVOLVER E GERIR COMPETÊNCIAS EM CONTEXTO DE MUDANÇA (Publicado na Revista Hotéis de Portugal Julho/Agosto 2004) DESENVOLVER E GERIR COMPETÊNCIAS EM CONTEXTO DE MUDANÇA (Publicado na Revista Hotéis de Portugal Julho/Agosto 2004) por Mónica Montenegro, Coordenadora da área de Recursos Humanos do MBA em Hotelaria e

Leia mais

Resumo das Interpretações Oficiais do TC 176 / ISO

Resumo das Interpretações Oficiais do TC 176 / ISO Resumo das Interpretações Oficiais do TC 176 / ISO Referência RFI 011 Pergunta NBR ISO 9001:2000 cláusula: 2 Apenas os termos e definições da NBR ISO 9000:2000 constituem prescrições da NBR ISO 9001:2000,

Leia mais

Exactidão da medição

Exactidão da medição Exactidão da medição Valores energéticos e grau de rendimento dos inversores fotovoltaicos do tipo Sunny Boy e Sunny Mini Central Conteúdo Qualquer operador de um sistema fotovoltaico deseja estar o mais

Leia mais

Algarismos Significativos

Algarismos Significativos Algarismos Significativos Neste texto você conhecerá melhor os algarismos significativos, bem como as Regras gerais para realização de operações com algarismos significativos e as regras para Conversão

Leia mais

CALIBRAÇÃO 2 O QUE É CALIBRAÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO?

CALIBRAÇÃO 2 O QUE É CALIBRAÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO? DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE MECÂNICA APOSTILA DE METROLOGIA Cid Vicentini Silveira 2005 1 OBJETIVOS DESTE CAPÍTULO Determinar o que é calibração, por quê, o quê, quando, onde e como calibrar; Interpretar

Leia mais

DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA INTERNA DE UMA PILHA

DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA INTERNA DE UMA PILHA TLHO PÁTCO DETEMNÇÃO D ESSTÊNC NTEN DE UM PLH Objectivo Este trabalho compreende as seguintes partes: comparação entre as resistências internas de dois voltímetros, um analógico e um digital; medida da

Leia mais

NP EN ISO 9001:2000 LISTA DE COMPROVAÇÃO

NP EN ISO 9001:2000 LISTA DE COMPROVAÇÃO NP EN ISO 9001:2000 LISTA DE COMPROVAÇÃO NIP: Nº DO RELATÓRIO: DENOMINAÇÃO DA EMPRESA: EQUIPA AUDITORA (EA): DATA DA VISITA PRÉVIA: DATA DA AUDITORIA: AUDITORIA DE: CONCESSÃO SEGUIMENTO ACOMPANHAMENTO

Leia mais

Gestão dos Níveis de Serviço

Gestão dos Níveis de Serviço A Gestão dos Níveis de Serviço (SLM) Os sistemas e tecnologias de informação e comunicação têm nas empresas um papel cada vez mais importante evoluindo, hoje em dia, para níveis mais elevados de funcionamento

Leia mais

Observações. Referência Título / Campo de Aplicação Emissor Data de adoção

Observações. Referência Título / Campo de Aplicação Emissor Data de adoção NP 4239:1994 Bases para a quantificação dos custos da qualidade CT 80 1995-01-01 NP 4397:2008 Sistemas de gestão da segurança e saúde do trabalho. Requisitos CT 42 2008-12-31 NP 4410:2004 Sistemas de gestão

Leia mais

Proposta de Nota Técnica Cgcre. Verificação intermediária das balanças utilizadas por laboratórios que realizam ensaios químicos e biológicos

Proposta de Nota Técnica Cgcre. Verificação intermediária das balanças utilizadas por laboratórios que realizam ensaios químicos e biológicos Proposta de Nota Técnica Cgcre Verificação intermediária das balanças utilizadas por laboratórios que realizam ensaios químicos e biológicos Ana Cristina D. M. Follador Coordenação Geral de Acreditação

Leia mais

Data de adopção. Referência Título / Campo de Aplicação Emissor. Observações

Data de adopção. Referência Título / Campo de Aplicação Emissor. Observações NP ISO 10001:2008 Gestão da qualidade. Satisfação do cliente. Linhas de orientação relativas aos códigos de conduta das organizações CT 80 2008 NP ISO 10002:2007 Gestão da qualidade. Satisfação dos clientes.

Leia mais

LEI DE OHM. Professor João Luiz Cesarino Ferreira. Conceitos fundamentais

LEI DE OHM. Professor João Luiz Cesarino Ferreira. Conceitos fundamentais LEI DE OHM Conceitos fundamentais Ao adquirir energia cinética suficiente, um elétron se transforma em um elétron livre e se desloca até colidir com um átomo. Com a colisão, ele perde parte ou toda energia

Leia mais

Programas Referenciais do 1º ciclo do Ensino Recorrente. Programa Referencial de MATEMÁTICA INTRODUÇÃO

Programas Referenciais do 1º ciclo do Ensino Recorrente. Programa Referencial de MATEMÁTICA INTRODUÇÃO Programa Referencial de MATEMÁTICA INTRODUÇÃO 1. Finalidades A Matemática intervém, em quase todas as actividades humanas do quotidiano, quer como instrumento para resolução de situações problemáticas,

Leia mais

Automação e Instrumentação

Automação e Instrumentação Instituto Superior de Engenharia de Coimbra Engenharia e Gestão Industrial Automação e Instrumentação Trabalho Prático Nº 3 Acondicionamento do sinal de sensores. Introdução A maior parte dos sensores

Leia mais

ISO 9001:2008. Alterações e Adições da nova versão

ISO 9001:2008. Alterações e Adições da nova versão ISO 9001:2008 Alterações e Adições da nova versão Notas sobe esta apresentação Esta apresentação contém as principais alterações e adições promovidas pela edição 2008 da norma de sistema de gestão mais

Leia mais

. evolução do conceito. Inspecção 3. Controlo da qualidade 4. Controlo da Qualidade Aula 05. Gestão da qualidade:

. evolução do conceito. Inspecção 3. Controlo da qualidade 4. Controlo da Qualidade Aula 05. Gestão da qualidade: Evolução do conceito 2 Controlo da Qualidade Aula 05 Gestão da :. evolução do conceito. gestão pela total (tqm). introdução às normas iso 9000. norma iso 9000:2000 gestão pela total garantia da controlo

Leia mais

Medição de temperatura Comparação de termómetros Calibração

Medição de temperatura Comparação de termómetros Calibração Temperatura Fundamentos teóricos A temperatura é uma grandeza que caracteriza os sistemas termodinâmicos em equilíbrio térmico. Por definição, dois sistemas em equilíbrio térmico estão à mesma temperatura.

Leia mais

2aula TEORIA DE ERROS I: ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS, ARREDONDAMENTOS E INCERTEZAS. 2.1 Algarismos Corretos e Avaliados

2aula TEORIA DE ERROS I: ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS, ARREDONDAMENTOS E INCERTEZAS. 2.1 Algarismos Corretos e Avaliados 2aula Janeiro de 2012 TEORIA DE ERROS I: ALGARISMOS SIGNIFICATIVOS, ARREDONDAMENTOS E INCERTEZAS Objetivos: Familiarizar o aluno com os algarismos significativos, com as regras de arredondamento e as incertezas

Leia mais

Usar o Multímetro O Multímetro:

Usar o Multímetro O Multímetro: Usar o Multímetro Usar um multímetro é algo muito importante para quem trabalha em informática, na área da electrotecnia e electrónica, é um aparelho que nos permite fazer medições de grandezas eléctricas.

Leia mais

Escola Secundária/3 da Maia Cursos em funcionamento 2009-2010. Técnico de Electrónica, Automação e Comando

Escola Secundária/3 da Maia Cursos em funcionamento 2009-2010. Técnico de Electrónica, Automação e Comando Ensino Secundário Diurno Cursos Profissionais Técnico de Electrónica, Automação e Comando PERFIL DE DESEMPENHO À SAÍDA DO CURSO O Técnico de Electrónica, Automação e Comando é o profissional qualificado

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DO PONTAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DO PONTAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DO PONTAL Física Experimental III - Medidas Elétricas Objetivo O objetivo desta prática é aprender a fazer medições de resistência, tensão

Leia mais

Circuitos Elétricos 1º parte. Introdução Geradores elétricos Chaves e fusíveis Aprofundando Equação do gerador Potência e rendimento

Circuitos Elétricos 1º parte. Introdução Geradores elétricos Chaves e fusíveis Aprofundando Equação do gerador Potência e rendimento Circuitos Elétricos 1º parte Introdução Geradores elétricos Chaves e fusíveis Aprofundando Equação do gerador Potência e rendimento Introdução Um circuito elétrico é constituido de interconexão de vários

Leia mais

CHECK LIST DE AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES Divisão:

CHECK LIST DE AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES Divisão: 4.2.2 Manual da Qualidade Está estabelecido um Manual da Qualidade que inclui o escopo do SGQ, justificativas para exclusões, os procedimentos documentados e a descrição da interação entre os processos

Leia mais

MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, DO COMÉRCIO E DO TURISMO

MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, DO COMÉRCIO E DO TURISMO MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, DO COMÉRCIO E DO TURISMO INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL - INMETRO Portaria n.º 114, de 29 de junho de 1998. O PRESIDENTE DO INSTITUTO NACIONAL

Leia mais

Aula 1: Medidas Físicas

Aula 1: Medidas Físicas Aula 1: Medidas Físicas 1 Introdução A Física é uma ciência cujo objeto de estudo é a Natureza. Assim, ocupa-se das ações fundamentais entre os constituíntes elementares da matéria, ou seja, entre os átomos

Leia mais

Departamento de Engenharia. ENG 1090 Introdução à Engenharia de Produção

Departamento de Engenharia. ENG 1090 Introdução à Engenharia de Produção Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Engenharia Curso de Graduação em Engenharia de Produção ENG 1090 Introdução à Engenharia de Produção Prof. Gustavo Suriani de Campos Meireles.

Leia mais

Introdução Visão Geral Processos de gerenciamento de qualidade. Entradas Ferramentas e Técnicas Saídas

Introdução Visão Geral Processos de gerenciamento de qualidade. Entradas Ferramentas e Técnicas Saídas Introdução Visão Geral Processos de gerenciamento de qualidade Entradas Ferramentas e Técnicas Saídas O que é qualidade? Qualidade é a adequação ao uso. É a conformidade às exigências. (ISO International

Leia mais

1 Problemas de transmissão

1 Problemas de transmissão 1 Problemas de transmissão O sinal recebido pelo receptor pode diferir do sinal transmitido. No caso analógico há degradação da qualidade do sinal. No caso digital ocorrem erros de bit. Essas diferenças

Leia mais

Medidas e Grandezas em Física

Medidas e Grandezas em Física CMJF - Colégio Militar de Juiz de Fora - Laboratório de Física Medidas e Grandezas em Física MEDIDAS EM FÍSICA Uma das maneiras de se estudar um fenômeno é estabelecer relações matemáticas entre as grandezas

Leia mais

Controlo da Qualidade Aula 05

Controlo da Qualidade Aula 05 Controlo da Qualidade Aula 05 Gestão da qualidade:. evolução do conceito. gestão pela qualidade total (tqm). introdução às normas iso 9000. norma iso 9001:2000 Evolução do conceito 2 gestão pela qualidade

Leia mais

Controlo Metrológico de instrumentos de medição e registo de temperatura Aspectos práticos do controlo metrológico

Controlo Metrológico de instrumentos de medição e registo de temperatura Aspectos práticos do controlo metrológico Controlo Metrológico de instrumentos de medição e registo de temperatura Aspectos práticos do controlo metrológico 1 A Metrologia no ISQ ISQ Breve Apresentação 1965: Instituto de Soldadura (IS) 1985: Transformação

Leia mais

Princípios ABC do Grupo Wolfsberg Perguntas Frequentes Relativas a Intermediários e Procuradores/Autorizados no Contexto da Banca Privada

Princípios ABC do Grupo Wolfsberg Perguntas Frequentes Relativas a Intermediários e Procuradores/Autorizados no Contexto da Banca Privada Princípios ABC do Grupo Wolfsberg Perguntas Frequentes Relativas a Intermediários e Procuradores/Autorizados no Contexto da Banca Privada Por vezes surgem perguntas relativas a Intermediários Promotores

Leia mais

Relatório de Estágio

Relatório de Estágio ÍNDICE 1. Descrição da empresa 2. Descrição do problema 2.1 Subcontratação da produção 2.2 Relacionamento da empresa 2.3 Dois departamentos de qualidade 2.4 Inspecções actualmente efectuadas 2.5 Não conformidades

Leia mais

ICORLI. INSTALAÇÃO, CONFIGURAÇÃO e OPERAÇÃO EM REDES LOCAIS e INTERNET

ICORLI. INSTALAÇÃO, CONFIGURAÇÃO e OPERAÇÃO EM REDES LOCAIS e INTERNET INSTALAÇÃO, CONFIGURAÇÃO e OPERAÇÃO EM REDES LOCAIS e INTERNET 2010/2011 1 Protocolo TCP/IP É um padrão de comunicação entre diferentes computadores e diferentes sistemas operativos. Cada computador deve

Leia mais

Norma ISO 9000. Norma ISO 9001. Norma ISO 9004 SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE REQUISITOS FUNDAMENTOS E VOCABULÁRIO

Norma ISO 9000. Norma ISO 9001. Norma ISO 9004 SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE REQUISITOS FUNDAMENTOS E VOCABULÁRIO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALDADE SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE Norma ISO 9000 Norma ISO 9001 Norma ISO 9004 FUNDAMENTOS E VOCABULÁRIO REQUISITOS LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA MELHORIA DE DESEMPENHO 1. CAMPO

Leia mais

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas...

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas... APRESENTAÇÃO O incremento da competitividade é um fator decisivo para a maior inserção das Micro e Pequenas Empresas (MPE), em mercados externos cada vez mais globalizados. Internamente, as MPE estão inseridas

Leia mais

Segurança e Higiene no Trabalho

Segurança e Higiene no Trabalho Guia Técnico Segurança e Higiene no Trabalho Volume III Análise de Riscos um Guia Técnico de Copyright, todos os direitos reservados. Este Guia Técnico não pode ser reproduzido ou distribuído sem a expressa

Leia mais

UPS. Unidades de Alimentação Ininterrupta

UPS. Unidades de Alimentação Ininterrupta UPS Uma UPS é um dispositivo que, quando em funcionamento correcto, ajuda a garantir que a alimentação dos equipamentos que estão a ela ligados, não sejam perturbados, fornecendo energia, através de uma

Leia mais

ATIVIDADES EXTRA CLASSE

ATIVIDADES EXTRA CLASSE ATIVIDADES EXTRA CLASSE UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA- UESB 1) Em que consiste o processamento de Sinais? 2) Em processamento digital de sinas, o que significa codificação da informação? 3)

Leia mais

Suporte Técnico de Software HP

Suporte Técnico de Software HP Suporte Técnico de Software HP Serviços Tecnológicos HP - Serviços Contratuais Dados técnicos O Suporte Técnico de Software HP fornece serviços completos de suporte de software remoto para produtos de

Leia mais

Documento SGS. PLANO DE TRANSIÇÃO da SGS ICS ISO 9001:2008. PTD3065 - v010-2008-11 Pág 1 de 6

Documento SGS. PLANO DE TRANSIÇÃO da SGS ICS ISO 9001:2008. PTD3065 - v010-2008-11 Pág 1 de 6 PLANO DE TRANSIÇÃO da SGS ICS ISO 9001:2008 PTD3065 - v010-2008-11 Pág 1 de 6 1 Introdução A ISO 9001:2008 e o Processo de Transição da SGS ICS A International Organization for Standardization (ISO) publicou,

Leia mais

INTRODUÇÃO objectivo

INTRODUÇÃO objectivo INTRODUÇÃO O tema central deste trabalho é o sistema de produção just-in-time ou JIT. Ao falarmos de just-in-time surge de imediato a ideia de produção sem stocks, inventários ao nível de zero, produção

Leia mais

f) Processamentos de dados em baixa tensão, designadamente estimativas de consumo e metodologia de aplicação de perfis de consumo.

f) Processamentos de dados em baixa tensão, designadamente estimativas de consumo e metodologia de aplicação de perfis de consumo. NOTA INFORMATIVA RELATIVA AO DESPACHO N.º 2/2007 QUE APROVA O GUIA DE MEDIÇÃO, LEITURA E DISPONIBILIZAÇÃO DE DADOS O Regulamento de Relações Comerciais (RRC) aprovado através do despacho da Entidade Reguladora

Leia mais

Módulo 2. Identificação dos requisitos dos sistemas de medição, critérios de aceitação e o elemento 7.6 da ISO/TS.

Módulo 2. Identificação dos requisitos dos sistemas de medição, critérios de aceitação e o elemento 7.6 da ISO/TS. Módulo 2 Identificação dos requisitos dos sistemas de medição, critérios de aceitação e o elemento 7.6 da ISO/TS. Conteúdos deste módulo Discriminação Decomposição da variação do sistema de medição Variação

Leia mais

PARLAMENTO EUROPEU. Comissão dos Assuntos Jurídicos. 10.6.2005 PE 360.003v01-00

PARLAMENTO EUROPEU. Comissão dos Assuntos Jurídicos. 10.6.2005 PE 360.003v01-00 PARLAMENTO EUROPEU 2004 ««««««««««««Comissão dos Assuntos Jurídicos 2009 10.6.2005 PE 360.003v01-00 ALTERAÇÕES 1-17 Projecto de recomendação para segunda leitura Michel Rocard Patenteabilidade das invenções

Leia mais

Valor verdadeiro, precisão e exatidão. O valor verdadeiro de uma grandeza física experimental às vezes pode ser considerado

Valor verdadeiro, precisão e exatidão. O valor verdadeiro de uma grandeza física experimental às vezes pode ser considerado UNIDADE I Fundamentos de Metrologia Valor verdadeiro, precisão e exatidão O valor verdadeiro de uma grandeza física experimental às vezes pode ser considerado o objetivo final do processo de medição. Por

Leia mais

FÍSICA. Do grego physis = natureza. E-mail: contato@profmueller.net. Site: www.profmueller.net

FÍSICA. Do grego physis = natureza. E-mail: contato@profmueller.net. Site: www.profmueller.net FÍSICA Do grego physis = natureza Objetivo da Física A Física, como ciência, tem como objetivo descrever e explicar os fenômenos físicos da natureza, ou seja, aqueles que não alteram a estrutura da matéria.

Leia mais

Regulamento de Vigilâncias de Provas Escritas de Avaliação do DEEC

Regulamento de Vigilâncias de Provas Escritas de Avaliação do DEEC Regulamento de Vigilâncias de Provas Escritas de Avaliação do DEEC Autores: Aprovação: Comissão Executiva do DEEC Comissão Executiva do DEEC Data: 3 de Fevereiro de 2011 Distribuição: Docentes do DEEC

Leia mais

Instalações Eléctricas de Serviço Particular

Instalações Eléctricas de Serviço Particular Colégio de Engenharia Electrotécnica Instalações Eléctricas de Serviço Particular A problemática do enquadramento legal das Instalações Eléctricas de Serviço Particular tem sido objecto, ao longo do tempo,

Leia mais

Modelo Cascata ou Clássico

Modelo Cascata ou Clássico Modelo Cascata ou Clássico INTRODUÇÃO O modelo clássico ou cascata, que também é conhecido por abordagem top-down, foi proposto por Royce em 1970. Até meados da década de 1980 foi o único modelo com aceitação

Leia mais

www.e-lee.net Temática Circuitos Eléctricos Capítulo Teoria dos Circuitos COMPONENTES INTRODUÇÃO

www.e-lee.net Temática Circuitos Eléctricos Capítulo Teoria dos Circuitos COMPONENTES INTRODUÇÃO Temática Circuitos Eléctricos Capítulo Teoria dos Circuitos COMPONENTES INTRODUÇÃO Nesta secção, estuda-se o comportamento ideal de alguns dos dipolos que mais frequentemente se podem encontrar nos circuitos

Leia mais

ENQUALAB 2013 QUALIDADE & CONFIABILIDADE NA METROLOGIA AUTOMOTIVA. Elaboração em planos de Calibração Interna na Indústria Automotiva

ENQUALAB 2013 QUALIDADE & CONFIABILIDADE NA METROLOGIA AUTOMOTIVA. Elaboração em planos de Calibração Interna na Indústria Automotiva ENQUALAB 2013 QUALIDADE & CONFIABILIDADE NA METROLOGIA AUTOMOTIVA Elaboração em planos de Calibração Interna na Indústria Automotiva Joel Alves da Silva, Diretor Técnico JAS-METRO Soluções e Treinamentos

Leia mais

O serviço Elaboramos propostas de formação de acordo com as reais necessidades dos laboratórios, sugerindo os seguintes temas:

O serviço Elaboramos propostas de formação de acordo com as reais necessidades dos laboratórios, sugerindo os seguintes temas: Form + Lab O que é? O Form + Lab é um serviço de formação criado para apoiar os laboratórios na valorização dos seus colaboradores e na resposta às necessidades do Sistema de Gestão da Qualidade. Recorrendo

Leia mais

Observações. Referência Título / Campo de Aplicação Emissor Data de adoção

Observações. Referência Título / Campo de Aplicação Emissor Data de adoção NP 4239:1994 Bases para a quantificação dos custos da qualidade CT 80 1995-01-01 NP 4397:2008 Sistemas de gestão da segurança e saúde do trabalho. Requisitos CT 42 2008-12-31 NP 4410:2004 Sistemas de gestão

Leia mais

Receptores elétricos

Receptores elétricos Receptores elétricos 1 Fig.20.1 20.1. A Fig. 20.1 mostra um receptor elétrico ligado a dois pontos A e B de um circuito entre os quais existe uma d.d.p. de 12 V. A corrente que o percorre é de 2,0 A. A

Leia mais

Serviço a Pedido ( On Demand ) da CA - Termos e Política de Manutenção Em vigor a partir de 1 de Setembro de 2010

Serviço a Pedido ( On Demand ) da CA - Termos e Política de Manutenção Em vigor a partir de 1 de Setembro de 2010 Serviço a Pedido ( On Demand ) da CA - Termos e Política de Manutenção Em vigor a partir de 1 de Setembro de 2010 A Manutenção do Serviço a Pedido ( On Demand ) da CA consiste numa infra-estrutura de disponibilidade

Leia mais

PHC Serviços CS. A gestão de processos de prestação de serviços

PHC Serviços CS. A gestão de processos de prestação de serviços PHC Serviços CS A gestão de processos de prestação de serviços A solução que permite controlar diferentes áreas de uma empresa: reclamações e respectivo tratamento; controlo de processos e respectivos

Leia mais

SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE

SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE SISTEMAS DE GESTÃO DA QUALIDADE Objectivos do Curso. No final deste os alunos deverão: Identificar os principais objectivos associados à implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade (SGQ) Compreender

Leia mais

ISO 14000. Estrutura da norma ISO 14001

ISO 14000. Estrutura da norma ISO 14001 ISO 14000 ISO 14000 é uma serie de normas desenvolvidas pela International Organization for Standardization (ISO) e que estabelecem directrizes sobre a área de gestão ambiental dentro de empresas. Histórico

Leia mais

Certificação da Qualidade dos Serviços Sociais. Procedimentos

Certificação da Qualidade dos Serviços Sociais. Procedimentos Certificação da Qualidade dos Serviços Sociais EQUASS Assurance Procedimentos 2008 - European Quality in Social Services (EQUASS) Reservados todos os direitos. É proibida a reprodução total ou parcial

Leia mais

Esclarecimento 13/2014

Esclarecimento 13/2014 Segurança Alimentar Registo de temperaturas e controlo metrológico de registadores automáticos Esclarecimento 13/2014 Resumo: A manutenção da cadeia de frio é essencial para a segurança de alguns géneros

Leia mais

Processo do Serviços de Manutenção de Sistemas de Informação

Processo do Serviços de Manutenção de Sistemas de Informação Processo do Serviços de Manutenção de Sistemas de Informação 070112=SINFIC HM Processo Manutencao MSI.doc, Página 1 Ex.mo(s) Senhor(es): A SINFIC agradece a possibilidade de poder apresentar uma proposta

Leia mais

NORMAS INTERNACIONAIS DO TRABALHO Convenção (n.º 102) relativa à segurança social (norma mínima), 1952

NORMAS INTERNACIONAIS DO TRABALHO Convenção (n.º 102) relativa à segurança social (norma mínima), 1952 NORMAS INTERNACIONAIS DO TRABALHO Convenção (n.º 102) relativa à segurança social (norma mínima), 1952 Bureau Internacional do Trabalho 1 Ratificação Como são utilizadas as Normas Internacionais do Trabalho?

Leia mais

NOTA TÉCNICA nº 10 Complementar do Regime Jurídico de SCIE

NOTA TÉCNICA nº 10 Complementar do Regime Jurídico de SCIE NOTA TÉCNICA nº 10 Complementar do Regime Jurídico de SCIE OBJECTIVO Definir as características e condições técnicas a que devem obedecer as portas resistentes ao fogo (portas corta-fogo), não só para

Leia mais

Gerenciamento de Projetos Modulo II Ciclo de Vida e Organização do Projeto

Gerenciamento de Projetos Modulo II Ciclo de Vida e Organização do Projeto Gerenciamento de Projetos Modulo II Ciclo de Vida e Organização do Projeto Prof. Walter Cunha falecomigo@waltercunha.com http://waltercunha.com PMBoK Organização do Projeto Os projetos e o gerenciamento

Leia mais

Material para os Discentes da Universidade da Madeira. NP EN ISO 9000, 9001 e 9004. Elaborado em 2005 por. Herlander Mata-Lima

Material para os Discentes da Universidade da Madeira. NP EN ISO 9000, 9001 e 9004. Elaborado em 2005 por. Herlander Mata-Lima Material para os Discentes da Universidade da Madeira NP EN ISO 9000, 9001 e 9004 Elaborado em 2005 por Herlander Mata-Lima 1 NORMAS ISO 9000 As normas ISO 9000 servem de base para as organizações, independentemente

Leia mais

Medidas e Incertezas

Medidas e Incertezas Medidas e Incertezas O que é medição? É o processo empírico e objetivo de designação de números a propriedades de objetos ou eventos do mundo real de forma a descreve-los. Outra forma de explicar este

Leia mais

A gestão de operações encarrega-se do estudo dos mecanismos de decisão relativamente à função operações.

A gestão de operações encarrega-se do estudo dos mecanismos de decisão relativamente à função operações. GESTÃO DE OPERAÇÕES A gestão de operações encarrega-se do estudo dos mecanismos de decisão relativamente à função operações. Os Directores de Operações são os responsáveis pelo fornecimento de bens ou

Leia mais

Programa de Parcerias e Submissão de Propostas 2014/15

Programa de Parcerias e Submissão de Propostas 2014/15 DEPARTAMENTO DE INFORMÁTICA Programa de Parcerias e Submissão de Propostas 2014/15 O Departamento de Informática (DI) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) procura criar e estreitar

Leia mais

Protocolo em Rampa Manual de Referência Rápida

Protocolo em Rampa Manual de Referência Rápida Protocolo em Rampa Manual de Referência Rápida 1 O que é o Protocolo em Rampa O protocolo em rampa é um protocolo para testes de esforço que não possui estágios. Nele o incremento da carga se dá de maneira

Leia mais

PUBLICAÇÕES:TECNOMETAL n.º 139 (Março/Abril de 2002) KÉRAMICA n.º 249 (Julho/Agosto de 2002)

PUBLICAÇÕES:TECNOMETAL n.º 139 (Março/Abril de 2002) KÉRAMICA n.º 249 (Julho/Agosto de 2002) TÍTULO: Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho AUTORIA: Paula Mendes PUBLICAÇÕES:TECNOMETAL n.º 139 (Março/Abril de 2002) KÉRAMICA n.º 249 (Julho/Agosto de 2002) FUNDAMENTOS A nível dos países

Leia mais