ZERO ATERRO GM SÃO CAETANO DO SUL
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- Adriana Santiago Carreiro
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1 Prêmio AEA 2017 Projetos de Meio Ambiente ZERO ATERRO GM SÃO CAETANO DO SUL Andreieli Ribeiro Pinto, Leonardo Sanches, Mônica Lucusi, Tatiana Gil General Motors do Brasil São Caetano do Sul - Chevrolet RESUMO A indústria automobilística realiza atividade de potencial impacto ambiental e é geradora de grande quantidade de resíduos. O projeto Zero Aterro teve como objetivo a redução do impacto ambiental causado pelo descarte de resíduos em aterro. A redução do impacto se dá através da redução, reutilização, reciclagem, compostagem e coprocessamento dos resíduos gerados. A General Motors possui uma meta global para que 150 unidades se tornem Zero Aterro até o ano de O complexo São Caetano do Sul estabeleceu sua própria meta até Com enfoque em englobar os três pilares da sustentabilidade: ambiental, econômico e social, a General Motors de São Caetano do Sul desenvolveu o projeto Zero Aterro que visou o não envio de resíduos para aterro, a redução na geração, o aumento da reciclagem e a conscientização dos funcionários e da comunidade ao entorno quanto à importância ambiental e do gerenciamento adequado dos resíduos. Para alcançar a meta, alguns itens foram desenvolvidos e implementados, sendo eles: padronização dos cestos da coleta seletiva; eliminação dos coletores individuais; comunicações frequentes através dos vários canais de comunicação interna; Semana do Meio Ambiente com foco no Zero Aterro; desenvolvimento de novas parcerias; desenvolvimento de uma matriz com o fluxo de todos os resíduos gerados no complexo, entre outros. Assim, em 2016, após uma série de mudanças estruturais e culturais, foi possível atingir o desafio proposto. Essa conquista não foi apenas do Complexo GM São Caetano do Sul, mas também da cidade, pois a GM foi a primeira indústria do município de São Caetano do Sul a deixar de enviar resíduos para aterro. APLICABILIDADE Visando a necessidade de aperfeiçoar seu gerenciamento de resíduos sólidos, o projeto Zero Aterro baseou-se na Lei nº /10, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, na qual um de seus princípios visa o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania [1]. A lei supõe a prevenção e a redução na geração de resíduos, propondo a prática de hábitos de consumo sustentável e um
2 conjunto de mecanismos para favorecer o aumento da reciclagem, da reutilização dos resíduos sólidos e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (resíduos que não podem ser reciclados ou reutilizados). Assim, este projeto é aplicável a toda e qualquer empresa ou instituição que se preocupe com a degradação ambiental gerada através dos aterros e necessite de um estudo de caso de sucesso para se basear. OBJETIVO O projeto Zero Aterro teve como objetivo reduzir o impacto ambiental causado pelo descarte de resíduos em aterro, aumentar a porcentagem de resíduos enviados para empresas recicladoras, além de beneficiar a comunidade através da conscientização ambiental quanto à importância do gerenciamento correto dos resíduos. 1. Desenvolvimento do Projeto A General Motors (GM) do Brasil, fundada em 26 de janeiro de 1925 em galpões no bairro do Ipiranga, em São Paulo, completou, em janeiro de 2017, 92 anos de atividades no país. Em todos esses anos, conquistou a confiança dos consumidores e tornou-se modelo para outras unidades no mundo. O Brasil, aliás, é o terceiro maior mercado da empresa no mundo, depois da China e dos Estados Unidos [2]. A GM do Brasil possui três complexos industriais de produção de veículos: São Caetano do Sul (SP), São José dos Campos (SP) e Gravataí (RS). Além das fábricas, a companhia tem ainda um Complexo Industrial em Mogi das Cruzes (SP), um Centro de Distribuição de Peças em Sorocaba (SP), um Campo de Provas da Cruz Alta (CPCA) em Indaiatuba (SP) e a Fábrica de motores e cabeçotes em Joinville (SC). O Complexo de São Caetano do Sul possui um conjunto de 5 unidades (Fábrica de Veículos, Centro Tecnológico, Propriedade Norte Engenharia Experimental, Planta IV Injeção de Peças Plásticas e Tijolinho Prédio ADM). Cada uma das unidades possui processos distintos, e essa diversidade faz com que a geração de resíduos seja variada e complexa, com resíduos singulares de acordo com cada área específica. Em 2011 foi estabelecido pela GM globalmente 9 compromissos ambientais a serem atingidos até Um dos objetivos é o de atingir 100 fábricas e 50 sites não industriais que não enviem mais seus resíduos para disposição em aterros [3]. Fundamentada nessa consciência ecológica e com esse objetivo global lançado, em meados de 2015 a GM de São Caetano do Sul desafiou todos os seus obstáculos e estabeleceu um novo objetivo: se tornar Zero Aterro em Este foi um grande desafio dado o tamanho físico do complexo, a diversidade de público (área fabril e área administrativa) e a complexidade dos resíduos gerados.
3 Para uma fábrica da GM ser reconhecida como Zero Aterro, a própria corporação estabelece os seguintes requisitos: a. Todos os resíduos gerados devem possuir uma destinação ambientalmente adequada que não seja o aterro; b. Visando a corresponsabilidade, a soma de toda a parcela de resíduos não aproveitados pelas destinadoras e, que subsequentemente, forem dispostos em aterro, não devem exceder 1% em peso do volume total de resíduos gerados pela unidade GM; c. Comprovar e evidenciar durante três meses consecutivos a destinação de todos os resíduos gerados [4]. A partir do estabelecimento dessa meta, um time formado por diferentes áreas se encarregou em desenvolver esse projeto da forma mais sustentável possível. O primeiro passo foi estabelecer um Master Plan detalhado com o cronograma de todas as atividades a serem realizadas. Esse plano usou como base os 9 passos para o Zero Aterro (9 Steps to Landfill Free) definidos pela própria corporação, conforme ilustrado na Figura 1. Figura 1 9 Passos para o Zero Aterro [4] O Master Plan foi dividido em aproximadamente 80 atividades com controle de prazo e status de cada uma para o decorrer do ano, com o objetivo de atingir a meta até o final de Passo a Passo para o Zero Aterro Rastrear Dados de Resíduos
4 A partir de dados já existentes e um estudo in loco mais aprofundado, foi elaborada uma matriz denominada Fluxo de Destinação dos Resíduos no estilo do berço ao túmulo, na qual foram descritos os fluxos internos e externos de cada resíduo gerado no Complexo de São Caetano do Sul. A Figura 2 ilustra uma parte dessa planilha. Figura 2 Planilha de Fluxo de Destinação dos Resíduos Esta matriz é essencial para facilitar a consulta de informações de cada resíduo. Além disso, promove uma troca de experiências entre as unidades da GM, a fim de melhorar o compromisso ambiental para cada resíduo. Nessa etapa do projeto, foi possível, entre outras ações: I. Entender quais resíduos geravam despesa e quais geravam receita para o Complexo de São Caetano do Sul; II. Rastrear os resíduos enviados para aterro e que tinham potencial para serem reciclados; III. Levantar a quantidade gerada de cada resíduo para encontrar possíveis oportunidades de redução na geração Definir Zero Desperdício Esta etapa foi realizada no final do ano de 2015, quando o projeto foi apresentado em uma reunião estratégica de manufatura para o planejamento de metas para O projeto foi aprovado por todo o corpo de diretores e gerentes do Complexo de São Caetano do Sul, que se comprometeram em colaborar e desenvolver as ações em suas respectivas áreas, conscientizando todo o seu time Priorizar Atividades de Redução de Resíduos Para melhorar o controle de descarte e o fluxo interno dos resíduos foram necessárias algumas ações pontuais, conforme serão descritos nos próximos itens.
5 I. Padronização dos Coletores e Etiquetas A padronização dos coletores e etiquetas foi uma forma de evitar as dúvidas na hora do descarte e criar uma cultura de Descarte Seletivo, ou seja, separação do resíduo na fonte. A manufatura da GM pratica a cultura No Touch, que prega fazer certo da primeira vez. É uma prática simples e que traz grandes benefícios, desde a economia de tempo e recursos, até o aumento da produtividade. Foram estabelecidos apenas dois tipos de coletores, um menor com volume de 60 litros e outro maior com volume de 200 litros. Cada área realizou um mapeamento e estabeleceu locais específicos para os pontos de descarte de acordo com a melhor estratégia do local, absorvendo a compra dos coletores. Para garantir a padronização, todos os outros modelos foram eliminados do sistema de compras e cada área apresentou um plano de substituição. As Figuras 3 e 4 ilustram os coletores antes e depois da padronização, respectivamente. Figura 3 Coletores Antes da Padronização
6 Figura 4 Coletores Depois da Padronização As Figuras 5 e 6 ilustram as etiquetas padronizadas que foram confeccionadas com o intuito de direcionar cada pessoa no momento do descarte, informando quais resíduos podem ser descartados naquele coletor, quais não podem e onde descartá-los. Figura 5 Etiquetas Padronizadas
7 Figura 6 Etiquetas Padronizadas (continuação) Concomitantemente, os coletores individuais que ficavam embaixo das mesas nos escritórios foram eliminados, fazendo os colaboradores entenderem que a mistura dos resíduos nesses coletores inviabiliza a reciclagem de resíduos com potencial para tal. Foi desenvolvida uma parceria com o time de saúde e ergonomia para replicar os benefícios de não ter um coletor individual e ter uma pausa no trabalho para descartar o seu resíduo nos pontos estratégicos. II. Fluxo Interno dos Resíduos Foi feito um ajuste no fluxo interno dos resíduos com o objetivo de evitar a mistura e a inviabilidade de reciclagem. A Figura 7 ilustra como é feito atualmente esse fluxo. Figura 7 Fluxo Interno dos Resíduos
8 Foram criados Ecopontos, ilustrados na Figura 8, dentro do Complexo de São Caetano do Sul para melhorar o acondicionamento, o fluxo interno dos resíduos e o armazenamento, aumentando o controle da geração de resíduo em cada área e evitando a mistura dos mesmos. Figura 8 Ecopontos Foram confeccionados carrinhos ergonômicos (Figura 9) para transporte interno dos resíduos, coletando-os dos Ecopontos e levando até a Central de Resíduos (CSMD Classificação e Separação de Materiais em Disponibilidade). Figura 9 Carrinhos de resíduos
9 A fim de viabilizar o gerenciamento de resíduos das cinco unidades do Complexo de São Caetano do Sul, adquiriu-se um carro específico para esta operação, denominado EcoCar (Figura 10), como parte do gerenciamento do fluxo interno dos resíduos. Este tem o objetivo de recolher os resíduos das quatro unidades do Complexo (Centro Tecnológico, Propriedade Norte Engenharia experimental, Planta IV Injeção de Peças Plásticas e Tijolinho Prédio ADM) uma vez que as áreas não são interligadas e levar até a Central de Resíduos (CSMD) localizada na Fábrica. Este carro passa pelas ruas da cidade ao realizar este trajeto e, consequentemente, a marca Chevrolet vinculada à preocupação ambiental é disseminada à comunidade do entorno. Figura 10 EcoCar Após todos os resíduos serem concentrados na Central de Resíduos (CSMD), estes são segregados conforme as empresas de reciclagem determinam. Assim, cada empresa retira na Fábrica os resíduos para destinação final. Os resíduos que são descartados no coletor Não Reciclável, como ainda não existem empresas recicladoras que aceitem tais resíduos, são destinados à empresa de Coprocessamento, para que esses resíduos sejam aproveitados energicamente Construir uma Cultura de Sustentabilidade Uma das tarefas mais importantes deste projeto é a de desenvolver uma cultura de sustentabilidade em todos os funcionários do complexo São Caetano do Sul e ampliar essa cultura para a comunidade no entorno. Considerando que a área interna é grande e apresenta uma ampla diversidade de processos, entendeu-se que era necessário desenvolver uma lógica de cascateamento de informações a fim de atingir todos os níveis da empresa. Para isto, as ações contaram com o engajamento desde os membros de time da produção e funcionários de empresas contratadas até o Presidente da GM Mercosul. Sobre este último, foi desenvolvido um vídeo institucional no qual todos os funcionários eram motivados por ele a participar e colaborar com o projeto e, onde ele
10 dava o exemplo sendo o primeiro a eliminar o seu coletor individual embaixo da mesa. No decorrer de todo o desenvolvimento e implementação, muitas formas foram utilizadas para informar e contar com a participação dos colaboradores. Para tal, utilizaram-se diversos meios de comunicação interna (Figura 11), como: I. Banners; II. Vídeo do Presidente da GM; III. Guardanapos, brindes e camisetas com o logo do Zero Aterro; IV. Promoções e Campanhas internas para conscientizar os colaboradores quanto as questões ambientais e descarte correto; V. Semana do Meio Ambiente focada no Gerenciamento de Resíduos; VI. Informações e Novidades por 5 minutos e 8 Laudas. Figura 11 Exemplos de Comunicações Internas Com o objetivo de disseminar externamente a importância referente ao gerenciamento de resíduo, durante a Semana do Meio Ambiente foi realizado um evento em que crianças de uma entidade carente localizada em São Caetano do Sul compareceram à Planta IV Injeção de Peças Plásticas (uma das cinco unidades do Complexo São Caetano do Sul). Foram realizadas atividades e gincanas com o objetivo de ensinar as crianças a descartar os resíduos corretamente, de acordo com as cores da Coleta Seletiva. A surpresa foi tal ao perceber que elas já reconheciam as cores dos coletores e sabiam o devido lugar de cada resíduo. Abordou-se também a importância do cuidado com o meio ambiente através de brincadeiras e plantio de mudas dentro da GM. E como encerramento, as crianças visitaram a fábrica para conhecer alguns processos e tiveram a experiência de conhecer uma linha de produção. As Figuras 12, 13 e 14 ilustram esse dia especial.
11 Figura 12 Crianças na GM Semana do Meio Ambiente Figura 13 Crianças na GM Semana do Meio Ambiente (continuação) Figura 14 Crianças na GM Semana do Meio Ambiente (continuação)
12 1.1.5 Fortalecer Parcerias com Fornecedores Com a matriz de Fluxo de Destinação de Resíduos foi possível fazer um levantamento de resíduos não reciclados, e com isso desenvolver novas parcerias com empresas recicladoras. Foram encontrados parceiros de reciclagem para cinco novos resíduos, que deixaram de ser despesa e passaram a gerar receita para a corporação. Sendo eles: 1. Sucata de borracha Reflites de guarnição; 2. Espuma automotiva e Protetor auricular; 3. Isopor limpo; 4. Papel toalha usado; 5. Copos descartáveis. Além disso, muitos outros resíduos foram incorporados nos itens já recebidos pelas recicladoras contratadas e que, num primeiro momento, pareciam sem solução. Entre eles: 1. Embalagem plástica metalizada; 2. CD; 3. Embalagem tetrapack; 4. Plásticos de processo. Com o engajamento dos colaboradores, muitas ideias novas surgiram para praticar o 2º item dos 3 R s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) e reutilizar os resíduos no próprio processo produtivo, além de incorporarem boas práticas verificadas em outras empresas. Alguns exemplos foram: 1. Reutilização de tintas descontinuadas no processo produtivo; 2. Reutilização de sílica granulada no cimento utilizado em obras civis; 3. Reutilização de massa de PVC em processo da Pintura; 4. Reutilização de pallets, espumas, rodas e outros itens de scrap automotivo para a criação de espaços de convivência para os funcionários (Lounges), conforme Figura 15; 5. Reutilização de panos e toalhas industriais, entre outros.
13 Figura 15 Lounge Sustentável da área de Montagem de veículos Resolver Desafios Regulatórios e Alcançar o Zero Aterro De acordo com os requisitos para alcançar a Meta GM Global de ser Zero Aterro foi necessário comprovar qual a porcentagem de resíduos de cada destinador que não são aproveitados nos processos de reciclagem e são enviados para aterro. A soma de toda essa parcela de resíduos, não poderia exceder, em peso, 1% do volume total (Total Waste) de resíduos gerados pelo Complexo de São Caetano do Sul. Para tanto foi realizada uma ação com todos os destinadores de resíduos e validado individualmente qual a porcentagem de reciclagem de cada um deles. Com isto, foi possível realizar o cálculo e comprovar o atendimento a este item. A Figura 16 ilustra a comunicação feita para divulgar internamente o atendimento a este requisito.
14 Figura 16 1% de Resíduos Para validar o cumprimento do status Zero Aterro, deveria ser comprovada a destinação de todos os resíduos gerados no Complexo SCS por 3 meses consecutivos, conforme demonstra o Gráfico 1 abaixo contabilizado em quantidade de resíduos enviados para aterro por veículo produzido. Gráfico 1 Resíduos enviados para aterro Melhorar os Esforços e Compartilhar Boas Práticas A General Motors de São Caetano do Sul está em constante mudança e sempre trabalhando para que hajam melhorias em todos os processos. Acredita-se que estes dois últimos passos serão contínuos, pois entende-se que sempre haverá uma
15 oportunidade de melhoria e sempre será importante o compartilhamento de ideias para um crescimento conjunto. Em dezembro de 2016, o Complexo São Caetano do Sul recebeu o reconhecimento da GM Global como Zero Aterro. Sendo um complexo composto por 5 sites, este reconhecimento foi fundamental para que a General Motors atingisse o seu objetivo global 4 anos antes do esperado. Hoje já são 100 áreas de manufatura e 52 áreas não produtivas reconhecidas ao redor do mundo, ultrapassando a meta estabelecida em 2010 de certificar 150 áreas até Para a comemoração deste feito, foi realizado um evento para que essa conquista pudesse ser divulgada e prestigiada. Este contou com a participação do Secretário de Serviços Urbanos (SESURB) da Cidade de São Caetano do Sul, do representante do Departamento de Resíduos Sólidos do DAE (Departamento de Água e Esgoto de São Caetano do Sul), assim como grande parte dos diretores e gerentes do Complexo São Caetano do Sul e dos funcionários que atuaram de forma mais efetiva no processo. No evento também foi inaugurado o mascote de sustentabilidade da GM (conforme Figura 17), para interagir e contagiar a todos com a questão ambiental. Figura 17 Inauguração do Mascote de Sustentabilidade A General Motors de São Caetano do Sul foi a 1ª indústria do Município de São Caetano do Sul a ser reconhecida como Zero Aterro, com isso, acredita-se que além de ser um exemplo para a comunidade é também um incentivo para todas as indústrias, empresas e instituições da região quanto à importância do cuidado com o meio ambiente e do gerenciamento adequado dos resíduos sólidos, mostrando ser possível não enviar resíduo para aterro e contribuir para um mundo melhor. 1.2 Resultados Quanto ao descarte seletivo e o enraizamento da cultura sustentável, percebe-se pelo Gráfico 2 uma diminuição na quantidade de resíduos não reciclados gerados no complexo de São Caetano do Sul ao longo dos anos.
16 Gráfico 2 Média Anual de Resíduos Não Recicláveis As parcerias com as novas empresas destinadoras contribuíram com a redução dos resíduos Não Recicláveis e com o aumento na receita da GM. O Gráfico 3 ilustra esse aumento na reciclagem dos resíduos que antes eram enviados ao aterro. Gráfico 3 Novos Resíduos Recicláveis
17 CONCLUSÃO Este projeto expressou o conceito de sustentabilidade, atingindo seus três pilares: ambiental, social e econômico. No âmbito ambiental: quando uma empresa deixa de dispor resíduos em aterro, ela contribui com um dos objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que trata da não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. Além de aumentar a vida útil de um aterro já existente e evitar que uma nova área seja degradada. No âmbito social: o envolvimento com os colaboradores e a comunidade no entorno atende ao conceito de desenvolvimento sustentável definido em 1987 pela ONU na Comissão Brundtland, que diz que O desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que atende as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades [5]. Pois, disseminar informação e educação quanto ao gerenciamento correto de resíduos para as gerações atuais abrange o conhecimento e aplicabilidade com a pretensão de garantir a disponibilidade dos recursos naturais para as gerações futuras. No âmbito econômico: o resultado obtido com relação ao custo dispendido para a implementação e operacionalização do projeto foi expressivo. O projeto como um todo, teve um custo para a implementação de aproximadamente R$ ,00, sendo: 1. Compra de cestos e etiquetas; 2. Confecção de Ecopontos; 3. Compra e adesivação do EcoCar; 4. Adequação da Central de Resíduos; 5. Comunicação (banners, camisetas, etc.). No entanto, o custo operacional previsto inicialmente foi zerado no decorrer do projeto devido às várias melhorias realizadas e ao enraizamento da cultura dos 3Rs nos colaboradores. Desta forma, o impacto econômico foi positivo pois, além do gasto ser baixo se comparado ao tamanho do complexo São Caetano do Sul, muitos resíduos passaram a gerar receita para a corporação. Com esse projeto foi possível perceber a importância deste tipo de meta em empresas de grande porte. Os trabalhos não pararam após o atingimento da meta, ainda há uma comissão que se reúne periodicamente para continuar desenvolvendo parceiros e ideias visando a melhoria do processo. O próximo passo a partir de agora é a extensão do projeto para a comunidade do entorno, através de parcerias com ONGs, universidades, escolas e a própria Prefeitura do Município. Esta é uma etapa fundamental para que todos os resultados sejam ampliados, e que só poderia ser desenvolvida depois de organizar internamente os processos, e transformar o projeto de uma empresa no projeto de um bairro, de um município, de um estado até que cheguemos a um dia no estágio de contagiar a todos com esta cultura sustentável e, assim, transformar o nosso mundo.
18 REFERÊNCIAS [1] Brasil. Lei nº , de 2 de agosto de Disponível em: Acesso em: 04 abr [2] General Motors do Brasil LTDA Chevrolet. Sobre a GM. Disponível em: Acesso em: 04 abr [3] General Motors. Shoe Soles and Rag Washing Helps Drive GM Global Zero Waste Progress. Disponível em: landfill.html. Acesso em: 04 abr [4] General Motors. The Business Case for Zero Waste. Disponível em: typdf/gms_landfill-free_blueprint.pdf. Acesso em: 04 abr [5] ONUBR - Nações Unidas do Brasil. A ONU e o meio ambiente. Disponível em: Acesso em: 05 abr 2017.
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