Base de Dados de Perfis Genéticos
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- Kléber Teixeira Ventura
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1 Base de Dados de Perfis Genéticos Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa Instituto Nacional de Medicina Legal Cadeira: Medicina Legal e Ciências Forenses Janeiro de 2010
2 Introdução Definição Conjunto estruturado de : Ficheiros de perfis de ADN Ficheiros de dados pessoais Em Portugal, foi aprovada a 6 de Dezembro de 2007 a Proposta de Lei relativa à Criação de uma Base de Dados de Perfis de ADN.
3 Perfis de ADN Introdução Correspondem ao resultado da análise da amostra por meio de marcadores de ADN - ADN não codificante; - Contém informação diferente em indivíduos diferentes; - Identificação/distinção de indivíduos, não permitindo a obtenção de informação de saúde, ou de características hereditárias específicas.
4 Introdução A escolha de marcadores de ADN de inserção obrigatória Assegurar a compatibilidade com os marcadores utilizados nos perfis de outras bases de dados europeias. A escolha de marcadores de inserção complementar Restantes marcadores utilizados pela INTERPOL e pela comunidade científica internacional, permitindo um aumento da capacidade discriminativa. Permite uma maior compatibilização com outras bases de dados europeias e evitar situações de falsas coincidências.
5 De inserção obrigatória: vwa; THO1; D21S11; FGA; D8S1179; D3S1358; D18S51; Amelogenina; De inserção complementar: TPOX; CSF1P0; D13S317; D7S820; D5S818; D16S539; D2S1338; D19S433; Penta D; Penta E; FES; F13A1; F13B; SE33; CD4; GABA.
6 Dados pessoais Introdução Qualquer informação relativa a uma pessoa singular que permita a sua identificação, nomeadamente elementos específicos da sua identidade: - física - fisiológica - psíquica - económica - cultural - social.
7 Objectivos Investigação criminal para identificação de delinquentes exclusão de inocentes interligação entre diferentes condutas criminosas prevenção de criminalidade Identificação civil desaparecidos cadáveres
8 ADN Definições Amostra - qualquer vestígio biológico de origem humana destinado a análise de ADN, obtido directamente de pessoa ou colhido em cadáver, em parte de cadáver, em coisa ou em local onde se proceda a recolha com finalidades de identificação; Amostra problema - a amostra, sob investigação, cuja identificação se pretende estabelecer; Amostra referência - a amostra utilizada para comparação; Marcador de ADN Perfil de ADN Dados pessoais Pessoa singular identificável - qualquer pessoa que possa ser identificada, directa ou indirectamente, designadamente por referência a um número de identificação ou a um ou mais elementos específicos da sua identidade física, fisiológica, psíquica, económica, cultural ou social;
9 Ficheiro de perfis de ADN - o conjunto estruturado de perfis de ADN, acessível segundo critérios determinados; Ficheiro de dados pessoais - qualquer conjunto estruturado de dados pessoais, acessível segundo critérios determinados, quer seja centralizado, descentralizado ou repartido de modo funcional ou geográfico; Base de dados de perfis de ADN Biobanco - qualquer repositório de amostras biológicas ou seus derivados, recolhidos com as finalidades exclusivas de identificação; Consentimento do titular dos dados - a manifestação de vontade livre e informada, sob a forma escrita, nos termos da qual o titular aceita que os seus dados pessoais sejam objecto de tratamento.
10 Princípios Gerais Contém o perfil de cidadãos nacionais, estrangeiros ou apátridas que residam em Portugal. O tratamento dos perfis deve seguir o consagrado na legislação, com respeito pela autodeterminação informativa. Respeito pela autenticidade, veracidade, univocidade e segurança dos elementos identificativos. Qualquer pessoa tem o direito de não ficar sujeita a nenhuma decisão que produza efeitos na sua esfera jurídica. Os efeitos da presente lei visam exclusivamente finalidades de identificação civil e de investigação criminal.
11 Recolha de Amostras Em voluntários Para identificação civil Parentes Menores (Autorização Judicial) Para investigação criminal Pedido do Arguido ou Ordenada oficioso ou requerimento Condenado por crime doloso ordenação judicial Inimputabilidade despacho judicial se não ocorrer requerimento do arguido Direito de informação Antes da recolha da amostra, o sujeito passivo da colheita goza do direito de informação, previsto no n.º 1 do artigo 10.º da Lei da Protecção de Dados Pessoais, com as necessárias adaptações, devendo ser informado, por escrito.
12 Modo de Recolha Através de método não invasivo Colheita de células da mucosa bucal ou outro equivalente Que respeite a dignidade humana e a integridade física e moral individual Em cadáveres e em investigação criminal podem colher-se outro tipo de amostras-problema, nomeadamente, vestígios de sémen, sangue e saliva, cabelos, restos cadavéricos, ossadas, dentes, entre outros materiais biológicos A recolha de amostras em pessoas é feita em duplicado
13 Análise da Amostra Restringe-se aos marcadores de ADN que sejam absolutamente necessários à identificação do seu titular (ADN não-codificante) Os marcadores de ADN a integrar no ficheiro de perfis de ADN são fixados, após parecer da Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) Necessária contra-análise
14 Entidades Competentes para a Análise Laboratorial Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária Instituto Nacional de Medicina Legal (INML) Sob proposta de uma das entidades referidas, e com autorização do Ministério da Justiça e do Ministério que tutela o laboratório proposto, a análise dos perfis de ADN pode ser realizada por outros laboratórios
15 Resultados da Análise da Amostra A identificação resulta: - coincidência entre o perfil obtido a partir de uma amostra sob investigação e outro ou outros perfis de ADN Sempre que possível, fazer-se a repetição dos procedimentos técnicos, para obtenção do perfil de ADN, a partir das amostras, para confirmação de resultados A obtenção de perfis de ADN e os resultados da sua comparação constituem perícias válidas em todo o território nacional
16 Tratamento dos Dados -Inserção- Constituição da Base de Dados Conteúdo Ficheiros contendo a informação relativa a: amostras de voluntários «amostras problema» «amostras referência» de pessoas desaparecidas ou amostras dos seus parentes «amostras problema», recolhidas em local de crime amostras de pessoas condenadas em processo crime, por decisão judicial transitada em julgado amostras dos profissionais que procedem à recolha e análise das amostras
17 Tratamento de Dados -Comunicação- Pelo INML ao juiz mediante requerimento fundamentado Juiz comunica os dados, quando necessário ou mediante requerimento fundamentado, ao Ministério Público ou órgãos de Polícia Criminal Para fins de estatística e investigação científica é necessário parecer favorável do Conselho de Fiscalização e da CNPD, de acordo com a Lei de Protecção de Dados, devendo sofrer um processo de anonimização irreversível
18 Tratamento dos Dados -Interconexão de Dados-
19 Entidade responsável pela Base de Dados O INML é a entidade responsável: pela base de dados de perfis de ADN pelas operações que lhe sejam aplicáveis O INML, cumprindo: normas em matéria de protecção de dados pessoais normas relativas a direitos fundamentais, no respeito pela dignidade humana Ao Conselho médico-legal do INML compete: elaborar o regulamento de funcionamento da base de dados de perfis de ADN A actividade do INML é fiscalizada, para efeitos da presente lei, pelo conselho de fiscalização
20 Comissão Nacional de Perfis de ADN -Competências- Tratamento dos dados relativos à base de dados Proceder à inserção, interconexão, comunicação e remoção de dados na base Assegurar o direito à informação e de acesso aos dados pelos respectivos titulares, bem como a correcções Fornecer dados da Base de dados de Perfis de ADN, para investigação criminal ou identificação civil Actualização, Rectificação ou alteração dos dados Condições de Codificação dos dados Decidir sobre reclamações relacionadas com o acesso à informação Proceder à eliminação dos dados de Perfis de ADN Ordenar a destruição das amostras
21 Conservação de Amostras e de Perfis de ADN Voluntários: - amostra não é conservada - perfil é guardado indefinidamente (a menos que o voluntário revogue, de modo expresso, o consentimento realizado) Amostras problema para identificação civil (cadáveres, parte de cadáveres, coisa ou local onde se proceda a recolhas): - são conservadas até que se faça a identificação Perfis de ADN de familiares de desaparecidos: - são conservados até que se faça a identificação, ou - guardados até que os familiares peçam, expressamente, para eliminar o seu perfil da base de dados
22 Amostras-problema em investigação criminal: - tanto as amostras como os perfis de ADN são mantidas até ao fim do processo-crime ou prescrição do procedimento criminal Condenados: - os perfis de ADN são conservados até ao cancelamento no registo criminal (que dependendo dos crimes, varia até alguns anos após o cumprimento da pena) - perante cancelamento do registo criminal, o perfil é, então, excluído, automaticamente, sem necessidade de pedido explícito por parte do condenado Funcionários dos serviços de investigação criminal ou dos laboratórios: - o seu perfil de ADN é mantido na base de dados até 20 anos após a cessação de funções
23 Conselho de fiscalização da base de dados de perfis de ADN Controlo da base de dados de perfis de ADN, designado pela Assembleia da República Entidade administrativa independente, com poderes de autoridade, respondendo apenas perante a Assembleia da República Composto por três cidadãos de reconhecida idoneidade e no pleno gozo dos seus direitos civis e políticos, sendo incompatível com o exercício da actividade de outras entidades de fiscalização
24 Biobanco Custódia das amostras As amostras devem ser conservadas em lugar seguro, sem possibilidade de identificação imediata da pessoa Finalidades do biobanco Para efeitos da presente lei, a conservação das amostras visa apenas a realização de análises e contra análises necessárias às finalidades de identificação civil e de investigação criminal Protecção das amostras A utilização das amostras para obtenção do perfil de ADN é apenas permitida às entidades já referidas As entidades responsáveis devem tomar as medidas adequadas para: a) Impedir o acesso de pessoas não autorizadas às instalações; b) Permitir o correcto e seguro armazenamento das amostras; c) Permitir o seguro e correcto transporte das amostras para uma das instalações das entidades devidas. O acesso aos laboratórios, bem como ao local de armazenamento das amostras, deve ser restringido ao pessoal especializado, mediante identificação codificada e autorização prévia do responsável pelo serviço.
25 Destruição das amostras Biobanco Dependendo das situações, as amostras são destruídas imediatamente após a obtenção do perfil de ADN O Conselho de Fiscalização comunica ao presidente do INML para que este ordene a destruição imediata das amostras A destruição da amostra implica a destruição do material biológico existente no suporte inicial bem como de todos os seus derivados Se o Conselho de Fiscalização tiver conhecimento de que um dos laboratórios autorizados para a realização de análises não está a cumprir o estabelecido na lei quanto à destruição das amostras deve de imediato comunicá-lo à CNPD e ao Ministério que tutela o laboratório que realizou a análise
26 Cooperação Internacional A Resolução Conselho da União Europeia determina: - é extremamente importante que os Estados-Membros procedam ao intercâmbio dos resultados das suas investigações em matéria de ADN a análise do ADN tem provado representar um valor significativo para a investigação criminal nomeadamente no âmbito do programa de incentivo e de intercâmbio destinado aos responsáveis pelas acções contra o tráfico de seres humanos e a exploração sexual de crianças
27 A normalização dos respectivos marcadores é indispensável para o intercâmbio eficaz dos resultados da análise do ADN Nas análises de ADN para fins judiciais, e a fim de facilitar o intercâmbio de resultados de análises de ADN, os estados membros são convidados a utilizar pelo os menos os marcadores de ADN que constituem a série normalizada europeia (ESS) Conveniente estabelecer uma primeira lista mínima dos marcadores de ADN O intercâmbio de resultados de análises de ADN só deverá ser efectuado quando houver razões que levem a crer que tal intercâmbio poderá fornecer informações relevantes para a investigação criminal EM CASO ALGUM É PERMITIDA A TRANSFERÊNCIA DE MATERIAL BIOLÓGICO (Apenas se transferem os perfis)
28 Breve História na formação da Base de Dados Marcadores do grupo de sangue PCR AMFLP MLP SLP Minisatélites PCR + SLP MVR-PCR STRs Multiplexes Mini-STRs SNPs
29 1 2 Localização cromossómica de 17 loci - 13 STRs do sistema CODIS + 4 STRs TPOX D3S1358 D2S1338 FGA D5S818 CSF1PO D7S820 D8S1179 TH01 VWA STRs AMEL D13S317 D16S539 D18S51 D21S11 AMEL Penta E D19S433 Penta D
30 Caso Práctico Vestígios recolhidos no Local do Crime: Lenços e toalhetes com manchas hemáticas Manchas de sangue Vestígio supostamente hemático Cabelos Cotonetes com vestígios hemáticos recolhidos de diversos locais Pedaços de tecido humano (ossadas, dentes, etc.) Peças de vestuário.
31 Vestígios recolhidos no Corpo da Vítima Amostras de sangue Amostras de tecido muscular Amostras ósseas Unhas Dentes Zaragatoas vaginais, anais e bucais Amostra referência Saliva recolhida através de zaragatoa bucal
32 TH01 TPOX D3 D5 AMEL VWA D7 D13 D21 D8 CSF D16 D18 FGA Penta E Penta D Amplificação de ADN e electroforese capilar Mancha de sangue Determinação dos genotipos
33 Dois indivíduos diferentes Identificação humana com STRs Multiplex Pares de bases D3 amelogenina D8 TH01 D19 VWA D21 FGA D16 D18 D2 XY amelogenina D19 D3 D8 TH01 VWA D21 FGA D16 D18 D2 XX Análise simultânea de 10 STRs e do locus da amelogenina
34 Perfil de ADN Loci Presumível Mãe Ossadas Interpretação D3S Não Exclusão vwa Não Exclusão Fibra Não Exclusão D8S Não Exclusão D21S Não Exclusão D18S Não Exclusão D5S Não Exclusão D13S Não Exclusão D7S Não Exclusão D16S Não Exclusão TH Não Exclusão TPOX Não Exclusão CSF1PO Não Exclusão
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