Poder Judiciário da União Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

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1 Poder Judiciário da União Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios Fls. Órgão : 1ª TURMA CÍVEL Classe : EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO(A) APELAÇÃO N. Processo : APC ( ) Embargante(s) : ADILSON DE QUEIROZ CAMPOS, BENJAMIM SEGISMUNDO DE JESUS RORIZ, EDIMAR PIRINEUS CARDOSO, JOSE VITAL DE ARAUJO FAGUNDES Embargado(s) : DISTRITO FEDERAL Relator : Desembargador ROMULO DE ARAUJO MENDES Acórdão N. : E M E N T A EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DIREITO CIVIL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. DIREITO ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ANULATÓRIA. OMISSÃO. INOCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE VÍCIOS. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. ACÓRDÃO MANTIDO. 1. Omissão inocorrente, pois o acórdão embargado analisou todas as questões postas em julgamento e fundamentando de clara. 2. Pretensão de reexame da causa foge à estreita via dos embargos declaratórios. 3. Ausentes os vícios previstos no art do NCPC necessária a rejeição dos Embargos de Declaração. 4. Recurso conhecido e não provido. Acórdão mantido. GABINETE DO DESEMBARGADOR ROMULO DE ARAUJO MENDES 1

2 A C Ó R D Ã O Acordam os Senhores Desembargadores da 1ª TURMA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, ROMULO DE ARAUJO MENDES - Relator, NÍDIA CORRÊA LIMA - 1º Vogal, ALFEU MACHADO - 2º Vogal, sob a presidência do Senhor Desembargador ALFEU MACHADO, em proferir a seguinte decisão: CONHECER E NEGAR PROVIMENTO, UNÂNIME, de acordo com a ata do julgamento e notas taquigráficas. Brasilia(DF), 27 de Julho de Documento Assinado Eletronicamente ROMULO DE ARAUJO MENDES Relator GABINETE DO DESEMBARGADOR ROMULO DE ARAUJO MENDES 2

3 R E L A T Ó R I O Trata-se de Embargos de Declaração opostos por ADILSON DE QUEIROZ CAMPOS e OUTROS em face do acórdão de fls. 264/273 que negou provimento ao apelo interposto pelos embargantes e manteve a sentença vergastada. Os embargantes alegam a ocorrência de omissão. Sustentam que o acórdão fez considerações desnecessárias sobre a competência do TCDF; que a responsabilidade dos membros do Conselho só poderia ocorrer se comprovada a inobservância das atribuições estatutárias, o que não ocorreu. Salientam não ter sido observada a ausência de devido processo legal, com a necessária instauração de Tomada de Contas Especial. Por fim, aduzem que o acórdão não analisou devidamente o acórdão do TCDF ao analisar a questão do enriquecimento sem causa. Tecem considerações. Requer o conhecimento e provimento dos embargos, para sanear as omissões apontadas. É o relatório. Peço dia para julgamento. GABINETE DO DESEMBARGADOR ROMULO DE ARAUJO MENDES 3

4 V O T O S O Senhor Desembargador ROMULO DE ARAUJO MENDES - Relator Conheço dos embargos, eis que presentes seus pressupostos de admissibilidade. O Art do NCPC estabelece que: Art Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; III - corrigir erro material. Desta forma, os embargos só são cabíveis caso haja obscuridade, contradição, omissão ou algum erro material. No caso específico dos autos, o embargante alega a ocorrência de omissão. Elpídio Donizetti esclarece o que é omissão: (...) há omissão nos casos em que determinada questão ou ponto controvertido deveria ser apreciado pelo órgão julgador mas não foi. (DONIZETTI, Elpídio. Curso Didático de Direito Processual Civil. 10ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Júris, Pág. 502.) No caso dos autos, não há que se falar em omissão, já que o acórdão analisou toda a questão de forma devidamente fundamentada e absolutamente clara. Saliento que as considerações quanto à competência do TCDF eram necessárias para o deslinde da fundamentação. No que tange ao argumento de que houve violação do devido GABINETE DO DESEMBARGADOR ROMULO DE ARAUJO MENDES 4

5 processo legal, pela simples leitura do acórdão resta claro que foi mantido o entendimento no sentido de que desnecessária a instauração da Tomada de Contas Especial. Vejamos: Considerando que os fatos já estavam apurados, os valores estabelecidos, não há que se falar em obrigatoriedade da tomada de contas especial; tendo em vista que a legislação preceitua como medida de exceção. Quanto à alegação de que ocorreu omissão quanto à análise da responsabilidade, sem razão também. O acórdão analisou devidamente a questão. Transcrevo: Delimitado o objeto não há dúvida de que os membros do conselho de administração são responsáveis pelas irregularidades apreciadas. Nesse ponto, há que se esclarecer que não cabe ao imiscuir-se mérito administrativo. Restringindo-se a verificação da responsabilidade ante as irregularidades apontadas. Vejamos: Finalmente, também não há que se falar em omissão quanto ao argumento de que ocorreu enriquecimento sem causa, já que o acórdão, ao analisar a questão, entendeu que as irregularidades cometidas caracterizam-se como improbidade administrativa, sendo desnecessário comprovar o prejuízo ao erário para determinar o ressarcimento. Transcrevo: Ademais, considerando que as irregularidades enquadram-se no artigo 11 da Lei nº 8.429/92, não há que se falar em necessidade de comprovação seja da efetiva prestação de serviço, seja dos prejuízos ao erário: GABINETE DO DESEMBARGADOR ROMULO DE ARAUJO MENDES 5

6 Desta forma, não há que se falar em omissão e os argumentos defendidos pelo embargante nos presentes aclaratórios não têm o condão de ilidir a decisão primeira que negou provimento ao apelo do embargante. Observa-se que estepretende, na verdade, o reexame da contenda, o que é defeso na estreita via dos embargos de declaração. Neste sentido: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO INEXISTENTE. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA. IMPOSSIBILIDADE. PREQUESTIONAMENTO. RECURSO NÃO PROVIDO. 1. Os embargos de declaração se prestam a esclarecer e eliminar contradições e sanar omissões no julgado, nos termos do art do CPC/2015, correspondente ao art. 353 do CPC/ Os embargos de declaração não se revelam como recurso hábil a rediscutir a matéria sob enfoque. 3. O mero inconformismo quanto ao julgamento proferido, sem a demonstração inequívoca dos vícios consagrados no art do CPC/2015, não autoriza a interposição de embargos declaratórios. (...) 5. Recurso conhecido e não provido. (Acórdão n , APC, Relator: ANA MARIA DUARTE AMARANTE BRITO, Revisor: JOSÉ DIVINO DE OLIVEIRA, 6ª Turma Cível, Data de Julgamento: 11/05/2016, Publicado no DJE: 24/05/2016. Pág.: 336) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO. 1. Os embargos de declaração visam aclarar, eliminar contradições e sanar omissões no julgado (art. 535, do Código de Processo Civil). Sua cognição é limitada às hipóteses legais, portanto não deve ser utilizado para reacender discussões GABINETE DO DESEMBARGADOR ROMULO DE ARAUJO MENDES 6

7 sobre o mérito da decisão 2. Inexistindo vícios no v. acórdão, a sua manutenção é medida que se impõe. (...) Embargos declaratórios desprovidos. (Acórdão n , APC, Relator: HECTOR VALVERDE SANTANNA, Revisor: ANA MARIA DUARTE AMARANTE BRITO, 6ª Turma Cível, Data de Julgamento: 18/05/2016, Publicado no DJE: 24/05/2016. Pág.: 337) Em face das considerações não diviso qualquer vício a ser sanado no acórdão embargado que negou provimento ao apelo. Ante o exposto, CONHEÇO e NEGO PROVIMENTO aos embargos de declaração. É como voto. A Senhora Desembargadora NÍDIA CORRÊA LIMA - Vogal Com o relator. O Senhor Desembargador ALFEU MACHADO - Vogal Com o relator. D E C I S Ã O CONHECER E NEGAR PROVIMENTO, UNÂNIME GABINETE DO DESEMBARGADOR ROMULO DE ARAUJO MENDES 7