O híbrido mais comum encontrado é a combinação Eucalyptus grandis e urophyla, denominado urograndis.
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- Gonçalo Fialho Castelo
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1 Espécies de Eucalipto Atualmente no Brasil, grande parte dos plantios do gênero Eucalyptus são formados a partir de híbridos, ou seja, árvores obtidas através da combinação genética entre duas espécies distintas. O híbrido mais comum encontrado é a combinação Eucalyptus grandis e urophyla, denominado urograndis. As espécies Eucalyptus grandis e urophyla são normalmente preferidas para a fabricação de celulose devida sua densidade média ( kg/m³) e por sua cor clara. Já as espécies saligna, camaldulensis e citriodora são preferidas para a fabricação de carvão vegetal, produção de postes, mourões, lenha e processamento mecânico. As culturas de eucalipto no Brasil são hoje na grande maioria híbridos de espécies, onde buscou-se agregar as melhores característica de cada uma de acordo com o destino da madeira e das condições locais. As espécies mais utilizadas para esta hibridação no Brasil são: Eucalipto grandis, urophylla, camaldulensis, cleoziana, tereticornis, brassiana, resinífera, robusta, pelita, corymbia e citriodora. História do Eucalipto
2 O eucalipto é uma planta originária da Austrália, onde existem mais de 600 espécies. Eucalyptus, em grego, significa verdadeira cobertura. Nas florestas da Austrália, o eucalipto é a árvore dominante. Elas pertencem à família das Mirtáceas, a mesma da goiabeira, da jabuticabeira e da pitangueira. Vulgarmente conhecidos como gum trees, isto é, árvores de goma, o eucalipto deve este apelido ao fato de que muitas espécies soltam, por qualquer ferimento, bastante seiva e resina com um odor muito forte. Entretanto isto não impede que animais como coalas, gambás e muitos insetos se alimentem das folhas do eucalipto. No final do século XIX as siderúrgicas mineiras começaram a aproveitar a madeira do eucalipto, transformando-o em carvão vegetal utilizado no processo de fabricação de ferro-gusa. A partir do início do século XX, o eucalipto passou a ser a espécie florestal mais plantada no mundo e teve seu plantio intensificado no Brasil, sendo usado durante algum tempo nas ferrovias, como dormentes e lenha para as marias-fumaças e mais tarde como poste para eletrificação das linhas. A cultura do eucalipto ganhou destaque no Brasil, a planta se adaptou muito bem no nosso clima e no nosso solo, e atualmente produz uma árvore em até 7 anos, enquanto que na Europa ela gasta mais de 20 anos para chegar à idade de corte. Além das condições naturais bem favoráveis, o Brasil possui disponibilidade de mão-de-obra no meio rural, bem como considerável domínio tecnológico nas atividades ligadas à formação de florestas e produção de madeira. O eucalipto não foi escolhido por mero acaso, como o gênero potencialmente mais apropriado, mas foi uma escolha em função das inúmeras vantagens, destacando-se algumas: Rápido crescimento volumétrico e potencialidade para produzir árvores com boa forma; Características silviculturais desejáveis, como bom incremento, boa forma, facilidade a programas de manejo e melhoramento, tratos culturais, desbastes, desramas etc; Grande plasticidade do gênero, devido à grande diversidade de espécies, adaptandose às mais diversas condições; Elevada produção de sementes e facilidade de propagação vegetativa; Adequação aos mais diferentes usos industriais, com ampla aceitação no mercado. O Brasil é um dos maiores produtores de celulose do mundo graças ao eucalipto. E ainda o maior produtor de ferro gusa a carvão vegetal. A árvore do eucalipto produz uma
3 madeira de muito boa qualidade e todos os seus subprodutos acabam gerando empregos e renda para o Brasil. A elevada utilização do eucalipto nos reflorestamentos brasileiros é favorecida pela boa adaptação da árvore, nas suas diferentes espécies, às condições de clima e solo do Brasil. O aumento da produtividade foi alavancado pelo melhoramento genético tradicional com produção de híbridos intra e entre espécies, de forma natural e/ou controlada, e a através do método de clonagem. Além das diversas finalidades, o eucalipto também remove gás carbônico (C02) da atmosfera, contribuindo para minimizar o efeito estufa e melhorando o microclima local. Por fim, o eucalipto protege os solos contra processos erosivos, conferindo-ihes características de permeabilidade, aumentando a taxa de infiltração das águas pluviais e regularizando o regime hidrológico nas áreas plantadas. Subprodutos do Eucalipto Atualmente, do eucalipto, tudo se aproveita. Das folhas, extraem-se óleos essenciais empregados em produtos de limpeza e alimentícios, em perfumes e até em remédios. A casca oferece tanino, usado no curtimento do couro. O tronco fornece madeira para sarrafos, lambris, ripas, vigas, postes, varas, esteios para minas, mastros para barco, tábuas para embalagens e móveis. Sua fibra é utilizada como matéria-prima para a fabricação de papel e celulose. Cenário Brasileiro A indústria de base florestal é estratégica para o Brasil devido ao seu perfil fortemente exportador. Isso contribui para a realização do superávit da balança comercial, proporcionando as condições econômicas necessárias á promoção do desenvolvimento social. Como por exemplo, a geração de produtos para consumo interno ou para exportação, impostos e empregos para a população e ainda, muitas vezes, atua na conservação e na preservação dos recursos naturais. Os produtos de base florestal representam mais de 4% (atual) do produto interno bruto (PIB) brasileiro.
4 Dos 8,5 milhões de quilômetros quadrados do território brasileiro, mais de 60% são cobertos por florestas nativas, e o restante é ocupado por pastagens, agricultura, pelas redes de infraestrutura, áreas urbanas, por culturas permanentes e menos de 1% abrigam florestas plantadas, sendo que mais de 60% destas florestas, são de eucalipto. A Cultura do Eucalipto no Brasil Pelos registros oficiais, foi em 1868 que os primeiros pés de eucalipto foram plantados no Rio Grande do Sul, onde já havia a tradição de plantar árvores acácia-negra, para a produção de tanino (substância utilizada no curtimento do couro e na produção de adesivos e fitoterápicos). Entre o final do século XIX e início do século XX, o eucalipto, plantado inicialmente com fins ornamentais, foi se vulgarizando e somente em 1907 a árvore foi utilizada em larga escala por Navarro de Andrade na construção da Ferrovia da Morte, a Madeira- Mamoré, na Amazônia. Atualmente, o Brasil possui a maior produtividade média e a maior produtividade potencial do mundo, isto se dá por diversos fatores, tais como clima, solo, investimento em Pesquisa e Desenvolvimento, disponibilidade de mão de obra, entre outros. Com isso, o Brasil consegue maior rendimento em um prazo mais curto, aumentando a atratividade de investimentos no país. Três grandes saltos levaram ao sucesso a exploração do eucalipto em território nacional. São eles: O primeiro foi a escolha dessa essência como a solução nacional para a silvicultura, para a produção de imensas quantidades de madeiras e de seus subprodutos. O segundo salto ocorreu com a técnica de clonagem do eucalipto, que consolidou os trabalhos de melhoramento genético, levando ao incrível aumento da produtividade atual das florestas. Foi esse salto que incentivou dezenas de milhares de pequenos e médios agricultores a plantarem eucalipto com mudas fornecidas pelas grandes empresas. O terceiro salto ocorre agora, com o desenvolvimento de pesquisas genéticas avançadas, a genômica e a biotecnologia, trabalho iniciado no Brasil pela iniciativa provada em consórcio com as universidades e pelo qual agora demonstra interesse o Departamento de Energia dos Estados Unidos. A participação brasileira de produtos florestais no mercado mundial vem crescendo a cada ano e, principalmente, o eucalipto brasileiro é um desses produtos que apresenta um forte potencial de expansão no mercado internacional nas próximas décadas. Confira o quadro abaixo os dados referente à Produtividade das Florestas no Brasil e no Exterior:
5 Porque plantar Eucalipto? Produzir madeira para atender a humanidade; Minimizar ou evitar o desmatamento; Cultura de rápido crescimento, grande capacidade de adaptação, madeira de múltiplo uso; O Brasil tem a melhor tecnologia mundial desta cultura; Ele está presente em cinco continentes e em todo o território brasileiro; Um hectare de eucalipto produz de 20 a 30 vezes mais a quantidade de madeira que 1 ha de floresta nativa (cerrado) que é onde atuamos. Mitos
6 Os mitos e as verdades sobre o eucalipto começaram a aparecer nas décadas de 60 e 70 do século passado quando os reflorestamentos não apresentaram os resultados esperados quanto à produtividade. O insucesso ocorreu devido a muitos fatores, entre eles a falta de pesquisa científica sobre produtividade, planejamento inadequado do uso da terra sendo plantado em terrenos rochosos e úmidos, escolha inadequadas das espécies a serem plantadas para cada região do País, uso de técnicas inadequadas de implantação e uso de fertilizantes e falhas na política, na legislação e na fiscalização. Somando tudo isso à falta de informações e a pouca divulgação dos órgãos de imprensa, incentivou o aparecimento de falsas teorias sobre o eucalipto. Com o avanço das tecnologias e maior acesso às informações e estudos científicos, essas teorias foram, finalmente, desmascaradas. Confira: Legislação para Reflorestamento Legislação para Reflorestamento O meio ambiente é um patrimônio público a ser assegurado e protegido para o uso coletivo. As ações dos Governos Estaduais e Federais, procurando a manutenção do equilíbrio ecológico, tem racionalizado o uso do solo, do subsolo, da água e do ar, fiscalizando assim o uso dos recursos ambientais visando a preservação dos mesmos por meio de normas e leis ambientais. Sendo assim, a Florestal tem cumprido rigorosamente e de forma ampla toda a legislação aplicada as suas atividades, desde a Constituição até as leis específicas do setor ambiental. Código Florestal (LEI Nº 4.771, DE 15 DE SETEMBRO DE 1965). Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 6.938, de 31/08/1981). Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605, de 12/02/1998). Licenciamento Ambiental do Mato Grosso do Sul (RESOLUÇÃO SEMAC N. 017 DE 20 DE SETEMBRO DE 2007) Benefícios Sociais
7 Geração de Emprego e Renda A estimativa total de empregos (primário e processamento industrial) no segmento de florestas plantadas, em 2009, foi de 3,9 milhões incluindo os diretos (535,0 mil), indiretos (1,26 milhão) e empregos resultantes do efeito-renda (2,16 milhões). Inclusão Social A eucaliptocultura gera e distribui riqueza de várias formas nas comunidades em que está instalada: empregos diretos e indiretos, impostos pagos às três esferas de governo e que devem ser aplicados localmente; investimentos em infraestrutura, como estradas vicinais e melhoria nos meios de transporte em geral, criação e melhoria de serviços nas áreas de saúde e educação. Além disso, empresas socialmente responsável procuram inserir na cadeia produtiva os moradores da região onde atuam, seja como fornecedor de madeira, por meio de projetos de fomento, seja como prestadores de serviços. Usos múltiplos do eucalipto As florestas de eucalipto podem propiciar vários benefícios para as comunidades que vivem em suas vizinhanças, com a prática da apicultura, por exemplo, que são extremamente produtivas nas floradas do eucalipto, a produção de artesanato confeccionado com os resíduos de eucalipto não aproveitados na produção de celulose e que podem ser usados como matéria-prima para a confecção de objetos de design diferenciado.
8 ESTUDO BÁSICO DE VIABILIDADE Em 1 hectare ( m2 ) é possível plantar mudas de eucalipto com espaçamento de 2 x 2 mts entre as linhas e entre as plantas, ou seja, em 1 alqueire paulista seriam mudas. O custo médio de implantação e manutenção da área é de : R$ 3.500,00/ha já incluido a muda, combate a formiga, adubação - considerando uma área de pastagem limpa. Os dados médios de produtividade após 07anos é de 350 à 450 m3 de madeira por hectare variando conforme material genético, manejo-tratos culturais, tipo de solo-fertilidade, insolação e temperatura. O preço mínimo hoje pago pela industria ( celulose ) é de R$ 35,00/m3 na propriedade, ou seja, uma receita de R$ ,00 à R$ ,00/ha, ou seja, uma rentabilidade mínima de 1,5% ao mês, considerando apenas o primeiro corte. Mas observe que no primeiro corte paga-se todo o custo e já dá lucro, e ainda restam mais dois cortes. Exemplo: Imaginemos 70ha
9 Vamos plantar 10 ha por ano durante 7 anos, ou seja, quando estivermos plantando o Sétimo hectare estaremos colhendo o primeiro hectare. Investimento primeiro Ano = R$ 3.500,00 x 7 ha = R$ ,00 Receita/Produção sétimo ano = 7 x 350m3 = m3 x35,00/m3 = R$ ,00 Ou seja, à partir do momento em que iniciarem os cortes teremos uma receita de R$ ,00/ano durante 21 anos. Isso considerando que a madeira não subirá de preço - considerando o preço de hoje. Sistema creditício-financeiro. Sob a expectativa de ocorrer um apagão florestal no Brasil, o governo disponibiliza linhas de créditos para implantação de florestas. Há recursos hoje do BNDES para florestas com taxa de juros de 8,75% ao ano e prazo de carência de 8 anos, extensível à 12 anos. E neste caso, como ficariam essas contas? R$ 3.500,00 x 8 anos x 8.75% aa = R$ ,03 ( sua dívida com o banco ) Receita no primeiro corte no Sétimo ano = + R$ ,00 Lucro no primeiro corte - após pagamento da dívida = R$ ,97 e sobram mais dois cortes totalmente livre de dívida. Ou seja, dessa forma voce obteria lucro sem desembolso de capital imediato Dados obtidos do site 1. Por que plantar florestas? A sociedade necessita cada vez mais de produtos de base florestal para a sua sobrevivência e conforto. As florestas nativas, antes abundantes em todo o mundo, estão cada vez mais escassas e ameaçadas de desaparecerem. O pouco que resta é indispensável para a manutenção da biodiversidade e de diversos serviços ambientais. Neste contexto, as plantações florestais apresentam um papel de destaque nos cenários nacional e internacional. Sabe-se hoje que somente por meio de florestas plantadas serão obtidas as matérias-primas (madeira, celulose) para dar conta das necessidades sociais sem aumentar a pressão sobre o pequeno remanescente das florestas naturais. O Brasil apresenta alguns fatores favoráveis à silvicultura, como as condições de solo e clima tropicais, o desenvolvimento de tecnologia de ponta, além da disponibilidade de áreas para plantio e mão-de-obra. Apesar da relevância desse setor para a economia brasileira, alguns aspectos, principalmente os relacionados às interações com o meio ambiente, ainda não foram amplamente divulgados ou não são de conhecimento da grande maioria da população. 2. Por que plantar eucaliptos? Até pouco tempo, a necessidade de madeira era suprida quase que exclusivamente por meio das florestas nativas, cuja destruição tem provocado, muitas vezes, danos irreversíveis a alguns ecossistemas. A situação é alarmante. É nesse contexto que entra o eucalipto, uma árvore da maior importância para o mundo, em virtude de seu rápido crescimento, produtividade, grande capacidade de adaptação e por ter inúmeras aplicações em diferentes setores. Esta planta está presente nos cinco continentes e em todos os Estados brasileiros, segundo informações da Sociedade Brasileira de Silvicultura. O plantio de eucalipto é, portanto, a melhor solução para diminuir a pressão sobre as florestas
10 nativas, viabilizando a produção de madeira para atender às necessidades da sociedade em bases sustentáveis. Um hectare de floresta plantada de eucalipto produz a mesma quantidade de madeira que 30 hectares de florestas tropicais nativas. No Brasil, dos 300 milhões de metros cúbicos de madeira consumidos por ano, somente 100 milhões provêm de plantios florestais. 3. Um ilustre imigrante Originário da Austrália e de outras ilhas da Oceania, onde ocorrem mais de 600 espécies do gênero, o eucalipto começou a ser trazido para o Brasil na segunda metade do século XIX, com o objetivo de ajudar na produção de dormentes para as linhas férreas que se instalavam no país. A partir dessa época, o eucalipto passou a fazer parte da paisagem brasileira, ao lado de outros estrangeiros conhecidos, como o café e o trigo (do Oriente Médio), o arroz e a soja (da Ásia), o feijão, o coco, a cana-de-açúcar e gramíneas forrageiras (da África), o milho (do México) e a banana (do Caribe). Comparação das áreas de plantio de eucalipto com as de outras culturas no Brasil: Produtos Agrícolas Área (ha) Pastagens Soja Milho Cana-deaçúcar Feijão Arroz Plantio de eucalipto
11 Café Adaptado de Silva J. C., Geração de riquezas São inúmeras as formas de contabilizar as riquezas geradas nas comunidades próximas ao cultivo do eucalipto. Entre elas, empregos diretos e indiretos, recolhimento de impostos, investimentos em infra-estrutura, consumo de bens de produção local, fomento a diversos tipos de novos negócios (inclusive de plantios em áreas improdutivas) e iniciativas na área social como construção de novas escolas e postos de saúde, além de doações, que levam cidadania a áreas antes esquecidas. A indústria de base florestal é estratégica para o Brasil devido ao seu perfil fortemente exportador. Isso contribui para a realização do superávit da balança comercial, propiciando as condições econômicas necessárias à promoção do desenvolvimento social. O setor já responde pela segunda posição na balança comercial do agronegócio brasileiro. No período de setembro de 2002 a setembro de 2003, celulose e papel e produtos sólidos de madeira acumularam exportações de US$ 5,1 bilhões. A liderança desse ranking é ocupada pelo complexo agroindustrial da soja, que faturou US$ 7,7 bilhões no mesmo período. Estima-se que o setor florestal no Brasil seja responsável pela existência de 500 mil empregos diretos e outros 2 milhões indiretos. Em termos tributários, o setor também dá uma demonstração de força, pois a estimativa é de uma arrecadação anual de US$ 4,6 bilhões em impostos. A cada US$ 1 milhão de investimentos, são gerados: 85 empregos no setor automotivo 111 empregos no setor de construção civil 149 empregos no setor de comércio 160 empregos no setor florestal Fonte: Silva, J. C., 2003 Além disso, as empresas de produtos florestais investem pesadamente em projetos de ação social, uma importante contribuição para a melhoria da qualidade de vida das comunidades no seu entorno.
12 5. Cultivo do Eucalipto A implantação de monoculturas é, sem dúvida, um dos pontos que merecem a atenção da sociedade. Café, soja, cana-de-açúcar, pastagens, eucalipto ou qualquer outra cultura que seja feita sem critérios ambientais é extremamente prejudicial ao meio ambiente e ao homem. No entanto, todos os pro dutos resultantes desses cultivos são fundamentais à sociedade. No caso do eucalipto, vários são os meios adotados para integrar as plantações ao ambiente natural. Procura-se manter ou aumentar a biodiversidade dentro das áreas plantadas, através do planejamento técnico (seleção de solos aptos para o plantio, preservação de mananciais e matas ciliares), do estabelecimento de corredores de vegetação natural para a movimentação da fauna, do plantio de enriquecimento nas áreas de preservação e da adoção de práticas que garantam a sustentabilidade do sistema. 6. Fauna e Flora Nas propriedades destinadas ao cultivo do eucalipto são mantidas as matas nativas para compor áreas de reserva legal (no mínimo, 20% da propriedade). As nascentes e as matas ciliares também são protegidas. Estas áreas protegem e fornecem alimentos para a fauna silvestre, entre outras funções. Além disso, a fauna silvestre utiliza, além das matas, as áreas de plantio de eucalipto para a construção de ninhos, locomoção e alimentação. As áreas preservadas também são importantes para o equilíbrio ecológico dos sistemas produtivos, pois mantêm espécies importantes para o controle biológico de pragas e doenças nas plantações. Essas áreas são protegidas contra caça e pesca ilegal, corte de árvores e incêndios florestais. Por ser uma cultura de porte florestal, o eucalipto e o sub-bosque presente nos plantios formam corredores para as áreas de preservação e criam um hábitat para a fauna, oferecendo condições de abrigo, de alimentação e mesmo de reprodução para várias espécies.
13 7. Recursos hídricos O consumo de água por plantações de eucalipto situa-se dentro da faixa de variação do consumo apresentado por outras espécies florestais. Isso ocorre em razão de um mecanismo bem desenvolvido de controle da transpiração pelas folhas. As evidências científicas disponíveis indicam que o regime da água no solo e da água subterrânea sob plantações de eucalipto não difere marcadamente daquele observado em
14 plantações de outras espécies florestais. Em relação ao déficit anual da água no solo e à dinâmica da água subterrânea, ou seja, da flutuação e da recarga do lençol freático, o eucalipto comporta-se como qualquer outra espécie florestal. Quantidade de água necessária durante um ano ou ciclo da cultura: Cultura Consumo de água (mm) Cana-deaçúcar Café Citrus Eucalipto Milho Feijão Obs.: 1 mm (milímetro) corresponde a 1 litro por metro quadrado Fontes: Calder, et. al., 1992 e Lima, W. de P., 1993 Outro aspecto interessante com relação ao eucalipto é a eficiência do uso da água para a produção de biomassa. O eucalipto é altamente eficiente, pois, comparado a outras culturas, ele produz mais biomassa por unidade de água consumida. Comparação entre o consumo de água e a produção de biomassa do eucalipto e outras culturas: Cultura/Cobertura Eficiência no uso da água Batata 1 kg de batata / l Milho 1 kg de milho / l Cana-de- 1 kg de açúcar /
15 açúcar 500 l Cerrado 1 kg de madeira / l Eucalipto 1 kg de madeira / 350 l Obs.: 1 mm (milímetro) corresponde a 1 litro por metro quadrado Fontes: Calder, et. al., 1992 e Lima, W. de P., 1993 Comparativo do consumo de água de florestas e plantio de eucalipto: Adaptado de: Mora, A. L. & Garcia, C. H., Sistema radicular do eucalipto A foto abaixo evidencia uma característica do sistema radicular (raízes) dos eucaliptos utilizados em plantios comerciais, que é a concentração, nos primeiros 60 cm do solo, das raízes responsáveis pela absorção de água e nutrientes. A raiz pivotante, que é a responsável pela sustentação da árvore, normalmente não ultrapassa a faixa dos 3 metros de profundidade. Dessa forma, a crença popular de que a raiz de eucalipto cresce para baixo o mesmo tanto que a copa cresce para cima não condiz com a realidade, e jamais atingem os lençóis freáticos, situados os em profundidades bem maiores. A folhagem ou copa do eucalipto retém menos água de chuva do que as árvores das florestas tropicais, que possuem copas mais amplas. Por isso, nos plantios de eucalipto mais água de chuva vai direto para o solo enquanto que na floresta tropical nativa a água retida nas copas das árvores evapora-se diretamente para a atmosfera.
16 9. Conservação do solo e da água O solo é um dos recursos mais preciosos que uma empresa florestal possui, sendo essencial a sua proteção. Para tanto, medidas são adotadas para que as suas características físicas, químicas e biológicas sejam mantidas ou até mesmo melhoradas. As plantações de eucalipto são conduzidas em ciclos de 7 anos. Após a colheita das árvores, pode-se formar uma nova floresta com a brotação dos tocos. A renovação do ciclo, com o plantio de novas mudas, pode ocorrer, portanto, aos 7, 14 ou 21 anos do início do cultivo. No plantio dessas novas mudas, o fogo não é utilizado para a limpeza da área, e toda a matéria orgânica depositada pelas árvores do eucalipto no ciclo anterior (galhos e folhas) permanece no local, formando a serrapilheira. O revolvimento do solo é mínimo. A área é sulcada e nos sulcos são abertas as covas que receberão as mudas. Em locais com topografia acidentada, abrem-se apenas as covas para o plantio. Com esse tipo de manejo, o solo permanece protegido contra a erosão causada pela chuva, sol e vento. Além disso, a matéria orgânica favorece a infiltração da água das chuvas, abastecendo o lençol de água subterrâneo (lençol freático), responsável pela formação das
17 nascentes. As práticas acima descritas constituem o que é denominado cultivo mínimo, que, além de conservar o solo, permite a ciclagem dos nutrientes. Afinal, os galhos, folhas, tocos e raízes depositados e mantidos na área se decompõem, disponibilizando, assim, nutrientes para as plantas. 10. Convivência com outras plantas
18 Normalmente, observa-se plantios de eucaliptos sem a presença de outras plantas. Muitas pessoas associam este fato a uma possível produção, pelo eucalipto, de alguma substância inibidora da germinação de outras espécies vegetais. Na realidade, nos plantios de eucalipto, como em qualquer outra cultura, é necessário controlar a vegetação competidora, para permitir o crescimento da espécie cultivada. Ressalta-se, também, que a copa do eucalipto proporciona um alto sombreamento nos primeiros anos de cultivo, o que impede a entrada de luz suficiente para o aparecimento de algumas plantas. Apesar disso, por ser uma cultura de porte florestal, o eucalipto e o sub-bosque presente nos plantios formam corredores para as áreas de preservação e criam um hábitat para a fauna, oferecendo condições de abrigo, de alimentação e mesmo de reprodução para várias espécies. Em várias regiões do Brasil, existe o uso da vegetação do sub-bosque -especialmente gramíneas para a criação de gado-, ocorrendo, também, o aparecimento de espécies florestais nativas nos povoamentos mais velhos. 11. Usos do eucalipto Celulose Papéis diversos (impressão, cadernos, revistas) Absorvente íntimo Papel Higiênico Guardanapo Fralda Descartável Viscose, tencel (roupas) Papel celofane Filamento (pneu) Acetato (filmes) Ésteres (tintas) Cápsulas para medicamentos Espessantes para alimentos Componentes eletrônicos
19 Carvão Vegetal para siderurgia Painéis de aglomerados de madeira, MDF, HDF, chapa de fibra, compensados Madeira serrada Móveis Construção Civil Brinquedos Lenha e Biomassa como fontes de energia Óleos essenciais Fármacos Produtos de higiene Produtos de limpeza Alimentos Produtos apícolas Postes e mourões Outras Utilidades: O eucalipto também remove gás carbônico (CO2) da atmosfera, contribuindo para minimizar o efeito estufa e melhorando o microclima local. Por fim, o eucalipto protege os solos contra processos erosivos, conferindo-lhes características de permeabilidade, aumentando a taxa de infiltração das águas pluviais e regularizando o regime hidrológico nas áreas plantadas. 12. Referências Bibliográficas LIMA, W. de P. Impacto ambiental do eucalipto. Ed. da Universidade de São Paulo MORA, A. L. et alli. A cultura do eucalipto no Brasil. São Paulo, SP NOVAIS, R. F. Aspectos nutricionais e ambientais do eucalipto. Revista Silvicultura, nº Em nossa atividade, que é direcionada ao plantio, venda, parcerias, administração e prestação de serviços em florestamento e reflorestamento de PINUS ou EUCALIPTO, realizamos nossos empreendimentos na região da serra catarinense. Na realização deste investimento, é feito um Contrato de Parceria Agrosilvipastoril, entre o Parceiro Rural e o adquirente, devidamente registrado no cartório de registro de imóveis da comarca legal. Os Contratos serão firmados por participação individual de no mínimo árvores, sendo sua quantidade total e custo, efetivamente, definido pelo contratante. Assim
20 sendo, o valor a ser destinado ao reflorestamento será de acordo com o interesse de cada contratante. O valor aplicado será convertido em percentual da área plantada na data da adesão, e as participações serão transformadas em percentuais sobre o total do reflorestamento. Até o 2o ano após o plantio, será nomeado um Gestor para o reflorestamento, que será detentor de um mínimo de 15% (quinze por cento) do total da participação dos investidores, o qual atenderá aos interesses destes e aos cuidados desta fase do plantio, sendo normal e aceitável para os 02 primeiros anos após o plantio, uma perda que pode variar de 5 a 10 por cento do total plantado. O Reflorestamento terá este gestor, minimamente, pelos primeiros 02 anos após o plantio. Compreendem a Gestão do reflorestamento, os serviços de preparo do solo, correção, implantação, abertura de estradas, aceros, formação e/ou aquisição de mudas, controle de formigas e outras pragas, plantio e replantio (no período de 90 dias após o plantio), tratos culturais necessários para não prejudicar o desenvolvimento do plantio, medidas preventivas e de combate a incêndios, controle do capataz, visitas periódicas ao reflorestamento, e todo e qualquer acompanhamento, administração e manutenção, que se fizer necessário até o 2o. ano após o plantio. O Gestor participará, obrigatoriamente, da área plantada, na condição de parceiro rural com um mínimo de 15% (quinze por cento) do total do investimento. O Gestor poderá ser mantido, após o 2o. ano do plantio, caso haja interesse por parte dos contratantes. Após o 2o. ano, cada participante poderá optar por fazer a Gestão independente, passando a ser o gestor do seu reflorestamento. Neste caso, as árvores serão contadas (com custos a cargo do contratante retirante), e divididas fisicamente, devendo haver demarcação em caso de separação (com custos a cargo do contratante retirante). Cada contratante que se tornar independente na área plantada, será responsável pelas negociações futuras, custos de manutenção, salários de seu capataz, desbastes, etc, ficando, a partir desta data, totalmente desvinculado física e juridicamente dos demais contratantes. Caso isto ocorra, será firmado um contrato independente com a anuência de todos, que desde à adesão, já autorizarão esta possibilidade previamente por contrato. Para aqueles que desejarem continuar com a área plantada, unificada, após o 2o. ano, será necessário a definição, ou ratificação da manutenção do responsável pela Gestão/Administração, a quem será dada autorização para executar as respectivas funções, acrescentando-se, a partir deste período, autorização para realização de negociações de desrama, desbaste e corte raso, devendo o mesmo, realizar a prestação de contas correspondente. A partir desta data, assim como anteriormente, todas as despesas existentes no reflorestamento serão rateadas proporcionalmente à participação percentual de cada contratante, inclusive sobre o percentual de participação do Gestor, e a remuneração deste, será idêntica, e nas mesmas condições anteriormente estabelecidas. Custos incluídos na implantação cartório de registro de imóveis da comarca correspondente; ;
21 o; Custos não incluídos na implantação contratantes, ressarcidas ao Gestor).. Remuneração mensal do Gestor O Gestor do reflorestamento receberá como contra partida pelos serviços de Gestão/Administração, importância expressa em salários mínimos mensais, vigentes a data de cada pagamento, valor este estabelecido até a assinatura dos contratos. Caberá aos contratantes, na proporção de cada participação, o desembolso das despesas mensais de deslocamento, no 5º. dia útil do mês subsequente ao fato gerador. Localização e característica da área Para cada reflorestamento contratado, de acordo com a quantidade de árvores e o montante estabelecido para cada contratante, será definida a área que melhor se ajuste à situação, a qual será apresentada ao contratante, antes da assinatura do respectivo contrato. Definição da época de plantio A época adequada para o início do processo de plantio na serra catarinense, é de abril a dezembro de cada ano, dependendo da intensidade das chuvas, podendo ser realizada fora desta época, de acordo com interesses dos contratantes e do clima, na nova data estabelecida. Definição do regime de densidade As opções de densidades de plantios serão de 2,0m x 2,0m, 2,2m x 2,2m, 2,0m x 2,5m, 2,0m x 3,0m, isto em função das características de mercado vigentes no momento da realização do contrato, no que diz respeito aos valores, para celulose, madeiras serradas e/ou em metro, e de características específicas de cada terreno e solo. Definição das épocas de desrama/poda As épocas definidas para desrama/poda serão de acordo com o desenvolvimento das árvores e os preços praticados para os diversos produtos resultantes do reflorestamento, objetivando o melhor retorno sobre o capital aplicado. Definição das épocas de desbaste As épocas definidas para desbaste serão de acordo com o desenvolvimento das árvores e os preços praticados para os diversos produtos resultantes do reflorestamento, objetivando o melhor retorno sobre o capital aplicado. Definição da época de corte raso/final A definição da data do corte final/corte raso fica inicialmente estabelecida, de acordo com o desenvolvimento das árvores e os preços de mercado dos principais produtos resultantes do reflorestamento, objetivando o melhor retorno sobre o capital aplicado, e dependendo do objetivo do plantio, devendo ser observado, o limite do prazo contratual estabelecido pelo contrato de Arrendamento e/ou Parceria.
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