ESTRATÉGIA NACIONAL DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E DA BIODIVERSIDADE

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1 NATUREZA E DA BIODIVERSIDADE Resumo Ana Filipa SANTOS; Ana Sofia MIRANDA O presente trabalho tem como principal objectivo abordar a Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB), referindo-se os seus objectivos, opções estratégicas e correspondentes directivas de acção, integração de políticas, meios humanos e financeiros e processo de acompanhamento, avaliação e revisão. A concretização dos objectivos visados na estratégia exige uma co-responsabilização das diferentes políticas sectoriais relevantes. De modo a responder à necessidade de conservação e protecção dos habitats e espécies mais ameaçadas a comunidade política internacional desenvolveu, sobretudo a partir da década de 70, diversos instrumentos internacionais. Portugal possui também alguma legislação referente à conservação da natureza e da biodiversidade. É apresentado o Plano Sectorial da Rede Natura 2000, que constitui um instrumento de gestão territorial de concretização da política nacional de conservação da diversidade biológica e corresponde ao cumprimento de uma directiva imposta pela estratégia, bem como o Plano de Acção do ICN para a Implementação da ENCNB referente ao período Por fim conclui-se que esta estratégia, apesar de apresentar algumas lacunas, integra planos calendarizados, assume instrumentos de financiamento e avaliação e apresenta algumas prioridades bem definidas. No entanto é também de referir que a ENCNB tarda em ser aplicada, não havendo até à data qualquer avaliação da mesma. Palavras-chave: Estratégia Nacional da Conservação da Natureza e da Biodiversidade; Plano Sectorial da Rede Natura 2000; Plano de acção do ICN para a implementação da ENCNB.

2 1. INTRODUÇÃO O problema global da redução e perda de biodiversidade assumiu, nas últimas décadas, grande relevo na Europa e nomeadamente em Portugal, ameaçando, deste modo, a riqueza do nosso património natural, do qual consta um elevado número de habitats, grande diversidade de espécies e um vasto repositório genético. A redução da biodiversidade é, como se sabe, predominantemente resultante da acção directa ou indirecta do Homem. De modo a fazer face a este problema surgiram, sobretudo no seguimento da Conferência de Estocolmo de 1972 e da Estratégia Mundial de Conservação apresentada em 1980, relevantes processos de cooperação politica à escala internacional: dos quais se destacam a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), a Estratégia Pan-Europeia da Diversidade Biológica e Paisagística e a Estratégia da Comunidade Europeia em matéria de Diversidade Biológica. A Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB, 1992) assume três objectivos fundamentais: a conservação da biodiversidade; a utilização sustentável dos seus componentes e a partilha justa e equitativa dos benefícios provenientes da utilização dos recursos genéticos. De acordo com o artigo 6º da convenção cada parte deverá desenvolver estratégias, planos e programas nacionais que enquadrem a adopção de medidas destinadas a alcançar os objectivos da presente convenção, ou adaptar para esse fim os já existentes. Esta convenção estabeleceu também o mecanismo centro de intercâmbio (Clearing-House Mechanism), de forma a assegurar o acesso partilhado de todas as partes à informação e às tecnologias necessárias para preservar a biodiversidade. A Estratégia Pan-Europeia da Diversidade Biológica e Paisagística, adoptada em 1996, estabelece um sistema internacional de cooperação de forma a consolidar programas existentes ao nível da conservação permitindo um uso mais eficiente das políticas, iniciativas, mecanismos e informação já existentes. Promove ainda a integração da diversidade biológica e paisagística nos sectores sociais e económicos e a implementação europeia da CDB. A Estratégia da Comunidade Europeia em matéria de Diversidade Biológica (1998) pretende assegurar o cumprimento da CBD, através da identificação de falhas e melhoria da política comunitária de conservação e da integração da biodiversidade nas diversas políticas comunitárias e nos planos e programas sectoriais e intersectoriais de cada Estado Membro. A estratégia incide sobre quatro temas: conservação e utilização sustentável da biodiversidade; partilha dos benefícios resultantes da utilização dos recursos genéticos; investigação, identificação, monitorização e intercâmbio de informações; educação, formação e sensibilização do público. A presente estratégia articula-se com o 6º Programa Comunitário de Acção em matéria de Ambiente, que define, como uma das suas prioridades, a conservação da natureza e da biodiversidade. 2

3 Surgiram ainda outras convenções internacionais, de que são exemplo: A Convenção sobre Zonas Húmidas de Importância internacional (Convenção de Ramsar, 1971), que tem por objectivo eliminar a progressiva invasão e perda de zonas húmidas; A Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Selvagem Ameaçadas de Extinção (Convenção CITES, 1973), que tem como objectivo regular a comercialização (exportação) de espécies ameaçadas de extinção e de outras que possam a vir a ser ameaçadas de extinção como consequência dessa comercialização; A Convenção sobre a Conservação de Espécies Migratórias Selvagens (Convenção de Bona, 1979) estabelecida com o intuito de eliminar ou minimizar as espécies migratórias cujo estado de conservação é desfavorável; A Convenção relativa à conservação da vida selvagem e dos habitats naturais da Europa (Convenção de Berna, 1979) que reconhece que a flora e fauna selvagens constituem um património natural essencial na manutenção dos equilíbrios biológicos e visa criar um equilíbrio entre os interesses de conservação e os interesses económicos e sociais; A Estratégia Mundial para a Conservação, criada em 1980 pela UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza), com vista a alertar a opinião pública mundial para o perigo das pressões exercidas sobre os sistemas biológicos mundiais e contribuindo para a elaboração de políticas sustentáveis como medidas para aliviar as pressões. As três metas principais são: manter os processos ecológicos essenciais e os sistemas de suporte à vida; preservar a diversidade genética; assegurar a utilização sustentável de espécies e de ecossistemas; O Protocolo de Biosegurança de Cartagena (2000) cujo objectivo é o de assegurar um nível adequado de protecção ao nível da transferência, manuseamento e uso de organismos geneticamente modificados que possam ter efeitos adversos na conservação e uso sustentável da diversidade biológica e em termos de saúde humana, sendo focados especialmente os movimentos transfronteiriços. A União Europeia desenvolveu várias directivas, de modo a cumprir Convenções Internacionais por si ratificadas, como é o caso da Directiva nº 92/43/CEE Directiva Habitats, que cria a Rede Natura 2000, e da Directiva n.º 79/409/CEE Directiva Aves, que instaura as ZPE (Zonas de Protecção Especial). Presentemente, a Rede Natura 2000 é reconhecida como o principal instrumento da UE para realizar o objectivo mundial e europeu de suster o declínio da biodiversidade até O fundo LIFE-Natureza constitui um instrumento da EU específico de apoio à conservação da natureza comunitária e tem como prioridades a criação da Rede Natura 2000 e a integração da protecção da natureza noutras políticas comunitárias, como a agrícola e a de transportes. A nível nacional destaca-se a Lei de Bases do Ambiente (LBA), Lei n.º 11/87, de 7 de Abril, que sugere a elaboração de uma estratégia como instrumento da política do ambiente e do ordenamento do território, que pretende enquadrar as políticas globais do ambiente e promover a sua integração nas diferentes políticas sectoriais, em articulação com a estratégia europeia e mundial. 3

4 Destacam-se ainda alguns Decretos-Lei e Resoluções de Conselho de Ministros (RCM), apresentados no quadro seguinte. Quadro 1 Principal Legislação Nacional referente à conservação da natureza e da biodiversidade. Decreto-Lei n.º 50/80, de 23 de Julho Decreto-Lei n.º 104/80, de 11 de Outubro Decreto-Lei n.º 95/81, de 23 de Julho Decreto n.º 21/93, de 21 de Junho Decreto-Lei n.º 193/93, de 24 de Maio Decreto-Lei n.º 565/99, de 21 de Dezembro Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de Abril RCM n.º 41/99, de 17 de Maio RCM n.º 152/2001, de 11 de Outubro Transpõe para direito nacional a Convenção CITES Transpõe para o direito nacional a Convenção de Bona Transpõe para o direito nacional a Convenção de Berna Aprova para ratificação a Convenção da Diversidade Biológica Estabelece a orgânica do Instituto da Conservação da Natureza Regula a introdução na natureza de espécies não indígenas da flora e da fauna Transpõe para o direito nacional a Directiva Habitats e a Directiva Aves Cria a comissão de coordenação interministerial Adopta a ENCNB 2. DISCUSSÃO PÚBLICA A actual versão da Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade foi submetida a uma discussão pública, que teve início no dia 24 de Maio de 2001,na presença de Sua Exa. o Primeiro-Ministro, Eng. António Guterres. Durante o período em que decorreu a Discussão Pública foram recebidos pareceres provenientes de organizações não-governamentais de ambiente, associações de direito privado, associações públicas, administração central e regional, dum órgão consultivo do Governo, instituições de ensino superior e a título individual. A maioria dos comentários recebidos manifesta, apesar da sua heterogeneidade, uma posição favorável às propostas da ENCNB, sublinhando que a nova versão apresenta uma evolução significativa face à versão anterior do documento. Sendo assim, a versão final conferiu maior destaque e desenvolvimento aos seguintes temas: Oceanos, Zonas Costeiras e Ecossistemas Costeiros e Marinhos; Política Energética e Alterações Climáticas; Política de Transportes e Política Industrial. Por outro lado, da discussão pública resultou, também, a pertinência de um alargamento do conceito de Rede Fundamental de Conservação da Natureza e, ainda, da previsão de uma intervenção integrada sobre os elementos notáveis do património geológico, geomorfológico e paleontológico. 4

5 Enquadramento e objectivos A Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, cujo objecto é a conservação da natureza e da biodiversidade, bem como a salvaguarda do património geológico, geomorfológico e paleontológico, é um documento orientador fundamental não só para a política de conservação da natureza mas também para as políticas sectoriais relevantes. Esta estratégia responde a uma exigência da LBA e dá seguimento a um compromisso internacional assumido por Portugal no quadro da CDB; a vigorar de 2001 a 2010, reúne os objectivos fundamentais e estabelece opções estratégicas, que devem orientar a acção politica futura e servir de referência para a sociedade portuguesa e as instituições da sociedade civil, que importa mobilizar neste domínio. A elaboração de uma estratégia nacional de conservação da natureza estava prevista em lei desde Em 1991, foi tornado público um projecto de estratégia para a conservação da natureza que não foi aprovado pelo Governo; no mesmo ano o Livro Branco sobre o Ambiente em Portugal definiu algumas preocupações relativas à estratégia a elaborar. Em Dezembro de 1993, o ICN apresentou o documento Conservação da Natureza Plano Estratégico Global para o período , considerado um relevante contributo para a elaboração do Plano Nacional de Política de Ambiente (1995) e da ENCNB. Uma proposta de Estratégia foi, em 1999, submetida a discussão pública e posteriormente objecto de um parecer do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS). O XIV Governo Constitucional elaborou a presente versão da Estratégia, que foi submetida a nova discussão pública e a novo parecer do CNADS. Esta Estratégia aplica-se a todo o território nacional e distribui-se por cinco capítulos. No Capítulo I são enunciados os princípios e os objectivos gerais; no Capítulo II são formuladas as opções estratégicas e correspondentes directivas de acção, fixando-se o respectivo calendário de execução, quando adequado; no Capitulo III apresentam-se as orientações para a integração de políticas, tendo em vista a consideração da conservação da natureza e da biodiversidade e linhas orientadoras para a elaboração dos necessários planos de acção ou para a adaptação dos instrumentos já existentes; no Capítulo IV são mencionados os meios humanos e financeiros afectos ao desenvolvimento da Estratégia; no Capítulo V indicam-se os mecanismos de acompanhamento, avaliação e revisão da ENCNB. Os principais objectivos da ENCNB são: I. Conservar a natureza e a diversidade biológica; II. Promover a utilização sustentável dos recursos biológicos; III. Contribuir para a prossecução dos objectivos visados pelos processos de cooperação internacional na área da conservação da natureza em que Portugal está envolvido. 5

6 3.2. Opções estratégicas e directivas de acção Opção 1: Promover a investigação científica e o conhecimento sobre o património natural, bem como a monitorização de espécies, habitats e ecossistemas O conhecimento científico e técnico do património natural é fundamental para uma politica de conservação da natureza e da biodiversidade, pois não se pode defender o que não se conhece. Há que promover e valorizar não só a investigação científica realizada por organismos oficiais, mas também a investigação desenvolvida por instituições de ensino superior, centros de investigação, agentes económicos, instituições privadas e organizações não governamentais. Consideram-se de especial importância os estudos destinados a: Aprofundar o conhecimento sobre os componentes mais significativos do património natural e da biodiversidade; Identificar medidas para gerir, recuperar e valorizar espécies nomeadamente as que se encontram em extinção; Reforçar a investigação científica e a monitorização dos ecossistemas costeiros; Avaliar as actividades económicas e as práticas tradicionais; Desenvolver o conhecimento sobre ecossistemas agrícolas e florestais. Do ponto de vista operacional é necessário seguir as seguintes directivas de acção: Elaborar em 2001 um quadro de referência de projectos prioritários em matérias de conservação da natureza e biodiversidade, para o período de 2006; Adoptar até 1 de Janeiro de 2002 um plano de Acção Global do ICN; Implementar nos próximos anos a orientação de reforço dos serviços e organismos em investigação; Desenvolver a implementação do programa de investimento para o desenvolvimento científico e tecnológico no domínio da conservação da natureza e da biodiversidade; Definir um programa, até Junho de 2002, para promover a circulação em rede de informação técnica entre os diferentes serviços que desenvolvem actividade nesta área. Opção 2: Constituir a Rede Fundamental de Conservação da Natureza e o Sistema Nacional de Áreas classificadas, integrando neste a Rede Nacional de áreas protegidas A rede fundamental de conservação da natureza inclui um conjunto de áreas sujeitas a um estatuto jurídico especial de protecção e gestão, tais como as áreas protegidas, os sítios da lista nacional de sítios e as zonas de protecção especial, outras áreas classificadas ao abrigo de compromissos internacionais, a reserva ecológica nacional, o domínio público hídrico e a reserva agrícola nacional. O objectivo da introdução de um conceito como o de sistema nacional de áreas classificadas é o de assegurar, por via de uma lei-quadro da conservação da natureza, a integração e regulamentação das diferentes áreas já sujeitas a um estatuto ambiental de protecção. Do ponto de vista operacional, destacam-se as seguintes directivas de acção: Assegurar o registo das áreas integradas na rede fundamental de conservação da natureza; 6

7 Elaborar num prazo de um ano uma lei-quadro de conservação da natureza e estruturar o sistema nacional de áreas classificadas; Concluir o processo de delimitação da reserva ecológica nacional; Promover a definição de corredores ecológicos, que têm como função estabelecer ou salvaguardar a ligação e os fluxos génicos entre as diferentes áreas nucleares de conservação. Opção 3: Promover a valorização das áreas protegidas e assegurar a conservação do seu património natural, cultural e social De acordo com esta opção é necessário promover, no interior das áreas protegidas, acções específicas e adequadas de conservação da natureza e garantir uma correcta gestão territorial destas áreas. O reforço de meios, da fiscalização e da articulação entre todos os agentes envolvidos é também fundamental. Importa ainda promover acções de sensibilização e educação ambiental, bem como assegurar que o turismo se desenvolva de forma sustentável nas áreas protegidas e prosseguir o Programa Nacional de Turismo da Natureza. Destacam-se as seguintes directivas de acção: Elaborar e aprovar até ao final de 2002 os instrumentos de gestão territorial de todas as áreas protegidas que deles ainda careçam; Estabelecer uma programação das acções de prevenção dos fogos florestais para cada área protegida, reforçar os meios de primeira intervenção no combate ao fogo e implementar planos de recuperação das áreas ardidas; Concluir no prazo de um ano a execução do Programa Nacional de Sinalização das Áreas Protegidas; Elaborar, nos próximos três anos, Cartas de Desporto da Natureza; Valorizar as raças autóctones; Aperfeiçoar o planeamento e a gestão integrada das reservas e parques marinhos, reforçando os seus mecanismos de salvaguarda e fiscalização. Opção 4: Assegurar a conservação e a valorização do património natural dos sítios e das zonas de protecção especial integrados no processo da Rede Natura 2000 Importa, segundo esta opção, definir orientações no que se refere especificamente à Rede Natura. O processo da Rede Natura implica uma responsabilidade acrescida para as autarquias locais, cabendo ao Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território, sobretudo através do ICN, fornecer-lhes as informações técnicas que permitam apoiar uma adequada gestão do território. A mobilização para a intervenção de todas as entidades envolvidas e a motivação para a conservação da natureza das populações e agentes económicos locais são igualmente importantes. As principais directivas de acção são: Elaborar e aprovar, no prazo de um ano, o plano sectorial para a gestão territorial das áreas integradas no processo da Rede Natura; Promover acções específicas de conservação da natureza e da biodiversidade; Elaborar, no prazo de seis meses, um Programa de acções de sensibilização e esclarecimento sobre o processo da Rede Natura 2000, seus objectivos e implicações. 7

8 Opção 5: Desenvolver em todo o território nacional acções especificas de conservação e gestão de espécies e habitats, bem como de salvaguarda e valorização do património paisagístico e dos elementos notáveis do património geológico, geomorfológico e paleontológico Esta opção estratégica tem como principal objectivo alcançar uma efectiva salvaguarda do património natural, promovendo acções concretas para a conservação e gestão de espécies e habitats, dando prioridade aos ameaçados. Definem-se as seguintes directivas de acção: Concluir nos próximos três anos a revisão do livro vermelho dos vertebrados em Portugal; Elaborar livros vermelhos de grupos ameaçados; Prosseguir a aplicação da estratégia de actuação do ICN para a conservação de zonas húmidas; Adoptar, até 1 de Janeiro de 2002, um plano de acção global do ICN; Promover acções de protecção e recuperação de habitats, assim como recolha e recuperação de animais selvagens; Elaborar e implementar o plano nacional de controlo e erradicação das espécies invasoras; Assegurar o cumprimento da legislação e a boa aplicação de programas em matéria de recuperação de pedreiras, saibreiras, minas e escombreiras; Implementar as medidas agro-ambientais. Opção 6: Promover a integração da política de conservação da natureza e do princípio da utilização sustentável dos recursos biológicos na política de ordenamento do território e nas diferentes politicas sectoriais Esta opção é condição fundamental para o sucesso na prossecução das finalidades visadas. A integração passa pela assumpção das diversas opções estratégicas adoptadas neste documento no interior das diferentes politicas sectoriais. Opção 7: Aperfeiçoar a articulação e a cooperação entre a administração central, regional e local Esta estratégia exige uma cooperação institucional porque a própria gestão das áreas protegidas reclama uma articulação com autarquias locais em cujo território estão inseridas. Essa articulação passa pela disponibilização por parte da administração central dos dados e informações técnicas que permitam aos municípios desenvolver de forma adequada a sua gestão territorial, e a sua actividade corrente. Assim devem ser cumpridas as seguintes directivas de acção: Estabelecer mecanismos de articulação, intercâmbio de informação e cooperação técnica entre a administração central e local; Disponibilizar à administração local os dados sobre o património natural de que a administração central se disponha; 8

9 Adoptar um programa, a elaborar no prazo de seis meses, de formação profissional das autarquias locais; Estabelecer mecanismos de articulação, intercâmbio de informação e cooperação técnica entre a administração central e regional. Opção 8: Promover a educação e a formação em matéria de conservação da natureza e da biodiversidade O objectivo da educação ambiental é promover uma mudança de atitude e comportamentos, tendo em vista a concretização dos objectivos gerais definidos na presente Estratégia. Importa, para tal, obter a cooperação das instituições do ensino superior, dos serviços relevantes da administração pública, das associações profissionais, das empresas e das Organizações Não Governamentais de Ambiente (ONGA). A formação na área de conservação da natureza e da biodiversidade envolve, genericamente, a qualificação profissional dos diversos agentes, nomeadamente através da actualização de conhecimentos e da aprendizagem e actualização de conceitos e de novos métodos, meios e tecnologias relevantes para as áreas de intervenção em causa. Destacam-se as seguintes directivas de acção: Promover e apoiar projectos de educação ambiental em matéria de conservação da natureza e da biodiversidade, ao nível formal e não formal; Proporcionar meios e instrumentos de apoio para as acções de educação e formação; Envolver a comunidade científica, o sector privado e as organizações nãogovernamentais no desenvolvimento de acções de educação e formação em matéria de conservação da natureza e da biodiversidade. Opção 9: Assegurar a informação, sensibilização e participação do público, bem como mobilizar e incentivar a sociedade civil A participação do público na discussão política de conservação da natureza depende, em grande parte, do acesso à informação, indispensável para uma intervenção esclarecida. As novas tecnologias de informação e os meios de comunicação social têm aqui um papel essencial. Importa desenvolver mecanismos de informação aos consumidores, nomeadamente através da certificação de origem e da rotulagem ecológica. Por outro lado, é necessário tirar partido dos mecanismos de participação do público já existentes. As ONGA têm também um papel especial, nomeadamente na sua participação nos processos de decisão pública e capacidade de sensibilização dos cidadãos. Algumas directivas de acção definidas são: Completar e aperfeiçoar as bases de dados no âmbito do Sistema de Informação do Património Natural (SPINAT), gerido a partir de um Centro Nacional de Informação sobre o Património Natural, a criar no âmbito do ICN, mediante parcerias com as entidades relevantes. Articular o SPINAT com o funcionamento do mecanismo de intercâmbio (clearing-house mechanism), assegurado pelo ICN. 9

10 Opção 10: Intensificar a cooperação internacional Importa valorizar a participação activa de Portugal nos processos de cooperação internacional no domínio da conservação da natureza e da biodiversidade, manter o envolvimento activo no processo Rio+10 e reforçar os mecanismos de controlo do cumprimento da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES) no território nacional. É também de referir a importância da cooperação científica, técnica e tecnológica à escala internacional entre os diferentes tipos de entidades relevantes. As directivas de acção a destacar são: Intensificar e valorizar a cooperação com os países de língua oficial portuguesa, nos planos bilateral e da CPLP; Aprofundar as relações luso-espanholas em matéria de conservação da natureza e da biodiversidade, incluindo no domínio da prevenção de riscos; Aprofundar as relações luso-marroquinas em matéria de conservação da natureza e da biodiversidade; Valorizar a participação de Portugal no financiamento e gestão do Global Environmental Facility (GEF) como instrumento da política de cooperação nesta área com os países em desenvolvimento; Promover campanhas de informação e sensibilização do público e dos consumidores para as implicações de certos actos de consumo no património natural de outros países, sobretudo dos países em desenvolvimento Integração de políticas A integração de políticas, nomeadamente a integração da política de conservação da natureza e do princípio da utilização sustentável dos recursos biológicos na política do ordenamento do território (opção 6), é muito importante para alcançar uma protecção mais efectiva do património natural e uma utilização mais sustentável dos recursos biológicos. Esta integração, assim como a integração de outras políticas deve ser promovida através de instrumentos de planeamento estratégico do próprio sector e, sempre que necessário, complementada por planos de acção sectoriais ou intersectoriais a elaborar pelos departamentos governamentais responsáveis. Os planos de acção sectoriais devem avaliar a relação entre o sector e o património natural e definir objectivos, medidas, tarefas, instrumentos e meios afectos à sua execução, bem como mecanismos de avaliação e indicadores da sua execução. Política de ordenamento do território e urbanismo e politica para as cidades O ordenamento do território é um instrumento fundamental para a conservação da natureza e da biodiversidade, pois fornece soluções urbanísticas mais respeitadoras do património natural e aptas a proporcionar níveis mais satisfatórios de qualidade de vida. A política para as cidades tem como objectivo melhorar o ambiente urbano e os indicadores ambientais das cidades, promovendo várias operações integradas de requalificação urbana, como por 10

11 exemplo a recuperação de áreas urbanas degradadas, o aumento dos espaços verdes, a redução do consumo de energia, a gestão ambiental dos resíduos. Entre os instrumentos que devem ser utilizados no contexto de uma tal politica de ordenamento do território contam-se o Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território e os planos regionais e especiais de ordenamento do território. Por outro lado, a reserva ecológica nacional e a reserva agrícola nacional também constituem importantes instrumentos nesta politica. Política para o litoral e para os ecossistemas marinhos A política para o litoral é muito importante para a prossecução dos objectivos da presente estratégia, constituindo os planos de gestão territorial, particularmente os planos de ordenamento da orla costeira um útil instrumento de intervenção. É também importante considerar rigorosamente os valores ambientais no desenvolvimento da política de extracção de inertes e no caso das actividades e obras portuárias. A boa articulação entre todas as entidades com intervenção sobre o litoral é fundamental para possibilitar uma gestão integrada das zonas costeiras. Os ecossistemas marinhos são igualmente importantes para os objectivos desta estratégia em matéria de investigação, como abordado na opção 1, e de valorização e conservação de áreas protegidas, nomeadamente de reservas e parques marinhos (opção 3). O aprofundamento da cooperação das entidades competentes, o reforço dos meios disponíveis e a optimização dos mecanismos de cooperação internacional neste domínio são necessários para a implementação das medidas para a preservação dos ecossistemas marinhos e dos seus recursos. É ainda essencial o empenhamento de todos os Estados, incluindo Portugal, no aperfeiçoamento e boa aplicação das convenções internacionais e no bom funcionamento dos mecanismos de gestão e de intercâmbio de informação sobre o mar. Politica de recursos hídricos O planeamento dos recursos hídricos em Portugal comporta o Plano Nacional da Água e os Planos de Bacia Hidrográfica. O Plano Nacional da Água define a política nacional de gestão dos recursos hídricos enquanto que os Planos de Bacia Hidrográfica constituem instrumentos de gestão destes mesmos recursos, assumindo-se como planos operacionais aos quais cabe a formulação de orientações para a gestão territorial envolvente dos cursos de água. É de referir o Plano Estratégico de Abastecimento e de Saneamento de Águas Residuais, que permite mobilizar os fundos comunitários para elevar os níveis de atendimento das populações e a qualidade da água. Por outro lado, são importantes os procedimentos de avaliação do impacte ambiental (AIA) no que diz respeito à análise prévia dos impactes das obras e infraestruturas hidráulicas. Importa ainda zelar pelo cumprimento das medidas de minimização ambiental e acompanhar e monitorizar o desenvolvimento da execução dos trabalhos. 11

12 Política de desenvolvimento regional A política de desenvolvimento regional estrutura-se em conformidade com o plano nacional de desenvolvimento económico e social que aponta a sustentabilidade como pilar da estratégia de desenvolvimento do país. Assim esta política deverá criar condições para: Promover uma maior eficácia na articulação entre as intervenções da administração central e local e entre os diversos sectores; Assegurar que as intervenções no âmbito do desenvolvimento regional cumprem as disposições legais nacionais e comunitárias; Promover um maior rigor na articulação entre projectos na área de ambiente; Incentivar acções de cooperação com regiões fronteiriças ou outras; Apoiar programas ou acções específicas para promover a conservação da natureza e da biodiversidade. Política agrícola A ocupação pela agricultura, ao longo dos séculos, de uma vasta área do território nacional levou à criação de novos equilíbrios e a uma paisagem fortemente humanizada, colocando deste modo algumas espécies domésticas e selvagens em perigo de extinção. A integração na política sectorial das orientações desta estratégia deve assumir o objectivo de promover a conservação e utilização sustentável dos recursos genéticos. Para isso é necessário: Promover, incentivar e valorizar a utilização sustentável dos recursos genéticos agrícolas; Promover medidas de conservação in-situ e ex-situ; Incentivar a adesão aos apoios à protecção da diversidade genética; Estabelecer o quadro normativo que regulamente o acesso aos recursos genéticos nacionais; Assegurar a avaliação dos riscos para a conservação da diversidade biológica. Politica florestal A política florestal tem como finalidade desenvolver para os espaços florestais e recursos associados os modelos de organização territorial e de silvicultura adequados a cada tipo de habitat ou de espécie protegida. Por outro lado é também necessário divulgar os modelos de gestão florestal sustentável, através da criação de códigos de boas práticas florestais, melhorar a qualidade genética dos povoamentos e implementar sistemas de gestão florestal sustentável. Politica cinegética A Lei Geral de Bases da Caça, os seus diplomas regulamentares, as directivas comunitárias e as convenções internacionais que Portugal ratificou fornecem o quadro estratégico de referência da política cinegética. É necessário aperfeiçoar a compatibilização da actividade cinegética com a 12

13 conservação da biodiversidade, instituindo, quando necessário, zonas de interdição à caça e áreas de refúgio e assegurando uma gestão sustentável dos terrenos de caça e a perenidade das populações cinegéticas. É importante, no caso particular das espécies migradoras recorrer à cooperação internacional. Importa desenvolver um quadro de cooperação e parceria institucional, colaborar em estudos internacionais sobre as espécies cinegéticas e prosseguir o esforço de controlo das práticas de caça que podem ser lesivas da biodiversidade. A formação de todos os agentes envolvidos no sector é também muito importante, bem como a necessidade de promover o uso de materiais bio-degradáveis na produção das munições de caça e a substituição do chumbo dos projécteis. Politica de pescas e aquicultura Interessa compatibilizar a actividade da pesca e da aquicultura com a conservação da natureza e da biodiversidade, nomeadamente implementando medidas de protecção dos recursos naturais, promovendo o ordenamento pesqueiro e estabelecendo uma rede nacional coerente de zonas com aptidão para a cultura de espécies aquícolas, de modo a assegurar a perenidade destas populações. É também necessário promover a investigação científica e melhorar o conhecimento sobre os recursos marinhos, lagunares, estuarinos e de água doce bem como promover a sua exploração sustentável. Politica de turismo A problemática da integração das preocupações da política de conservação da natureza na política de turismo nas áreas protegidas e classificadas foi já referida nas opções 3 e 4. É necessário nessas áreas um esforço adicional para alcançar um equilíbrio respeitador dos valores naturais, bem como valorizar o turismo de natureza e o conceito de turismo sustentável no planeamento estratégico da política de turismo e no ordenamento e desenvolvimento das actividades turísticas. O ordenamento do território e os procedimentos de avaliação de impacte ambiental são também neste domínio importantes para a integração de políticas. Importa ainda potenciar a utilização das medidas de qualificação ambiental previstas no Programa Operacional da Economia. São de referir, pela sua importância crescente no combate à desertificação interior e na promoção do desenvolvimento local sustentável, os segmentos de turismo baseados na valorização e divulgação do património natural e cultural e da paisagem rural, como é o caso do turismo em espaço rural e do eco-turismo. O estabelecimento de códigos de conduta, de mecanismos de reconhecimento formal de qualidade ambiental da oferta turística e de programas adequados de formação são igualmente úteis, bem como a necessidade de promover opções sustentáveis nas actividades paralelas à actividade turística. Política industrial No que se refere à política industrial, uma integração de politicas passa pela adequada localização dos espaços industriais nos instrumentos de ordenamento de território e também pelo procedimento de impacte ambiental. 13

14 Para alcançar os objectivos desta estratégia é necessário uma boa aplicação da legislação existente, como é o caso do licenciamento industrial, às áreas de localização empresarial, à qualidade do ar, à qualidade da água, à descarga de efluentes e ao ruído. Política energética e estratégia para as alterações climáticas Para concretizar os objectivos visados pelo presente documento é fundamental estimular a redução do consumo de energia, a melhoria da eficiência energética e a produção por recurso às chamadas energias renováveis. A integração das preocupações ambientais na política energética é uma das linhas de força da estratégia para as alterações climáticas, a qual, por sua vez, está também ao serviço de importantes objectivos de conservação da natureza de preservação da biodiversidade. Política de transportes A presente política tem como fim preservar o património natural e minimizar a fragmentação de habitats. Para além da problemática das emissões provenientes dos meios de transporte, a consideração das preocupações ambientais na política de transportes assume um especial significado no que se refere ao planeamento, construção e gestão de infraestruturas. Mas a politica de transportes contribui para os objectivos da presente estratégia por via de outras acções como investir nos transportes públicos, criação de parques periféricos ou de áreas de estacionamento pago e áreas pedonais. Estas acções são fundamentais para fornecer uma alternativa menos poluente ao transporte individual. Os incentivos à utilização de combustíveis menos poluentes e o aprofundar melhor os critérios de controlo a incluir nas inspecções periódicas contribuirá também para reduzir as emissões de poluentes Meios humanos e financeiros A prossecução da presente estratégia implica uma política de reforço, racionalização e qualificação dos recursos humanos disponíveis promovendo não só a sensibilização mas também a formação técnica especializada dos diferentes agentes. Nessas acções de formação deve fazer-se apelo aos meios instalados nos diferentes ministérios de apoio a acções de formação, incluindo os do ministério do ambiente e do ordenamento do território, bem como de Instituto Nacional de Administração, mobilizando também as instituições do ensino superiores as organizações não-governamentais. A programação financeira de apoio à realização desta estratégia passa pela mobilização do III QCA (Quadro Comunitário de Apoio), colocando os seus investimentos ao serviço dos objectivos aqui visados. Foi assim inscrita no programa operacional de ambiente do III QCA uma soma considerável destinada à conservação e valorização do património natural e dos recursos naturais, onde se incluem neste último acções de requalificação e defesa da costa. Aqui a componente nacional do investimento será assegurada, pelo orçamento de investimento do Instituto da água (INAG) ou das direcções 14

15 regionais do ambiente e do ordenamento do território. Exemplos de outros fundos monetários são o programa LIFE e o caso do processo de constituição da rede natura. Refira-se, porém que, para além do financiamento público, as politicas de conservação da natureza e da biodiversidade contam cada vez mais com novos instrumentos de apoio ao investimento, como o mecenato ambiental e os diferentes tipos de incentivos económicos, incluindo os incentivos fiscais Acompanhamento, avaliação e revisão A implementação da ENCNB exige uma estrutura de acompanhamento interministerial, por isso foi constituída uma comissão interministerial que visa assegurar a colaboração na implementação desta estratégia e a promoção da sua integração, na medida do possível e de forma adequada, nos diferentes planos, programas e politicas sectoriais, em conformidade com o artigo 6º da Convenção sabre a Diversidade Biológica. A execução da presente estratégia deve ser alvo de avaliação de três em três anos, que deve ter em conta os relatórios anuais sobre o estado do ambiente e sempre que possível apoiar-se na análise de indicadores que permitam aferir a evolução da situação das espécies, dos habitats e ecossistemas. Esta estratégia deve ser sujeita a uma revisão global em Contudo, a programação financeira de apoio ao seu desenvolvimento deve ser alvo de revisão autónoma em 2006, no final do III QCA. A ENCNB assume-se como um documento dinâmico aberto aos ajustamentos que a evolução das suas condicionantes e a avaliação da sua execução vierem a recomendar. 4. PLANO SECTORIAL DA REDE NATURA 2000 A Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade estabelece na sua primeira directiva de acção da Opção 4 ( Assegurar a conservação e a valorização do património natural dos Sítios e das Zonas de Protecção Especial integrados no processo da Rede Natura 2000 ) a necessidade de elaboração e aprovação do Plano Sectorial relativo à implementação da Rede Natura A rede natura 2000 A rede Natura 2000 é uma rede ecológica a nível europeu, resultante da aplicação das Directivas nº 79/409/CEE (Directiva Aves) e nº 92/43/CEE (Directiva Habitats), e tem como objectivo contribuir para assegurar a biodiversidade, através da conservação dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagem no território da união europeia. Compreende as seguintes áreas classificadas: ZPE (Zonas de protecção especial) -criadas ao abrigo da Directiva das Aves, serve para garantir a conservação das espécies de aves e seus habitats, listadas no seu anexo I, e das espécies de aves migratórias não referidas no anexo I e cuja ocorrência seja regular; ZEC (Zonas especiais de conservação) -criadas ao abrigo da Directiva dos Habitats, serve para assegurar a biodiversidade, através da conservação dos habitats naturais (anexo I) e 15

16 dos habitats de espécies da flora e da fauna selvagens (anexo II), considerados ameaçados no espaço da União Europeia. Para os efeitos do plano sectorial da rede natura 2000, consideram-se as áreas classificadas, nas fases intermédias do processo, ou seja os sítios da lista nacional e os sítios de importância comunitária O plano sectorial da Rede Natura 2000 A legislação determina a elaboração de um plano sectorial para a Rede Natura 2000, o qual constituirá um instrumento de gestão territorial de concretização da política nacional de conservação da diversidade biológica, salvaguardando e valorizando as ZPE e dos Sítios, do território continental, bem como a manutenção da espécies e habitats. Este plano aplica-se à administração pública, não vinculando directamente os particulares e tem como principais objectivos: Estabelecer um conjunto de orientações estratégicas para a gestão do território das ZPE e Sítios; Estabelecer o regime de salvaguarda dos recursos e valores naturais das ZPE e sítios; Representar cartograficamente, a distribuição de habitats naturais e semi-naturais e das espécies da flora e das áreas. Estabelecer directrizes para o zonamento das áreas em função das respectivas características e prioridades de conservação; Definir medidas que garantam a valorização e manutenção dos habitats e espécies, bem como fornecer a tipologia das restrições ao uso do solo; Fornecer orientações sobre inserção em plano municipal ou especial de ordenamento do território das medidas e restrições mencionadas nos pontos anteriores; Definir para cada sítio e ZPE, os projectos a sujeitar a avaliação de impacte ambiental ou a análise de incidências ambientais. 5. PLANO DE ACÇÃO DO ICN PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA ENCNB O Plano de acção do ICN para a implementação da ENCNB, desenvolvido pelo ICN em Janeiro de 2005, enquadra a actividade deste Instituto e corresponde ao cumprimento de uma directiva desta Estratégia. Constitui pressuposto deste plano a alteração do modelo existente de financiamento e de gestão do ICN. Este plano desenvolve-se em torno de 4 vectores principais e respectivas linhas de actuação a concretizar através de acções/projectos programados no tempo, com estimativa de custos e indicação da fonte de financiamento. Os 4 vectores principais são: A. Estudos e acções de Conservação da Natureza A política de conservação da natureza e da biodiversidade deve ter por base um sólido conhecimento científico e técnico do património natural. 16

17 As linhas de actuação são: aquisição de conhecimento para gestão de espécies e habitats e elaboração de documentos estruturantes (como Atlas e livros vermelhos por exemplo); monitorização; acções especificas de conservação da natureza. B. Integração sectorial/utilização Sustentável A natureza das questões relativas à conservação da biodiversidade e à sua utilização sustentável é de carácter horizontal e determina uma rede de interacções complexas, por vezes controversas, com as restantes áreas de governação e com a sociedade civil. A sua consideração nas diferentes políticas sectoriais possibilitará assegurar um modelo de desenvolvimento no qual o património natural seja assumido como valor a evidenciar e factor de diferenciação positivo. As linhas de actuação englobam: Instrumentos de Gestão, Planeamento e Ordenamento do Território; Rede fundamental de Conservação da Natureza; Valorização das actividades económicas; Turismo: Programa Nacional do Turismo da Natureza; Floresta, agricultura, caça e pesca; Comércio. C. Sensibilização, promoção e divulgação da Conservação da Natureza É essencial que a natureza e biodiversidade seja conhecida, reconhecida e valorizada, sendo necessária a intervenção de todos no quotidiano a nível local. Para além do seu valor intrínseco, gera riqueza económica e satisfação de necessidades, actuais ou futuras, fundamentais nos domínios da alimentação e saúde pública. As linhas de actuação compreendem: a sinalização das Áreas Protegidas incluindo trilhos/percursos pedestres; elaboração de material de divulgação e edição de publicações; centros de interpretação; exposições itinerantes; programação de educação e sensibilização pública para os valores de Biodiversidade; portal; centro de informação do património natural. D. Envolvimento internacional As decisões a nível internacional condicionam cada vez mais as políticas ambientais nacionais. A natureza global de muitos dos problemas ambientais contemporâneos exige que a sua resolução seja também efectuada a uma escala global. As linhas de actuação passam pelo acompanhamento de Directivas, Regulamentos, Estratégias Comunitárias incluindo contencioso comunitário e de Convenções e Acordos internacionais, bem como pela cooperação. 17

18 6. OPINIÃO E CONCLUSÕES O Governo assume, de acordo com o capítulo III (Qualidade de vida e desenvolvimento sustentável) do Programa do XVII Governo Constitucional, o objectivo de inverter o ciclo de degradação e desinvestimento na política de conservação da natureza e da biodiversidade, comprometendo-se a concretizar a Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade e articulá-las com as políticas sectoriais. Uma notícia recente menciona que o Governo vai elaborar um programa nacional de modo a operacionalizar a ENCNB, que tarda em ser aplicada, considerando ser primeiro necessária uma lei de enquadramento para todos os programas de conservação da natureza. Na nossa opinião e com base na análise critica realizada pela presidente da Liga para a Protecção da Natureza, a actual versão da ENCNB, aposta claramente num bom enquadramento jurídico e politico dos temas, tendo por referência o conjunto de princípios orientadores da política internacional de conservação da natureza. Este documento integra alguns planos calendarizados, assume instrumentos de financiamento e avaliação e, embora não equitativamente ponderada, apresenta algumas prioridades bem definidas. Um dos aspectos negativos é o facto de não existir recursos humanos e financeiros suficientes para dar resposta a todas as directivas. Observa-se ainda a falta de ambição no que diz respeito às alterações climáticas, visto ser uma das principais causas para a perda da diversidade biológica; o documento devia apontar para a investigação em termos dos efeitos concretos das variações previsíveis dos factores climáticos. Do conjunto de directivas de acção presentes na ENCNB apenas um pequeno número foi cumprido. Contudo destaca-se, entre outros, o Plano de Acção do ICN para a implementação da ENCNB, o Plano Sectorial da Rede Natura 2000, e a recentemente apresentada nova versão do Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal, que actualiza a versão publicada há 16 anos e cumpre uma das directivas impostas pela opção 5 da estratégia Desenvolver em todo o território nacional acções específicas de conservação e gestão de espécies e habitats, bem como de salvaguarda e valorização do património paisagístico e dos elementos notáveis do património geológico, geomorfológico e paleontológico. Consideramos que esta estratégia não tem sido aplicada convenientemente, em parte devido à ausência de qualquer avaliação efectuada, uma vez que esta deve ser alvo de avaliação de três em três anos, com base num relatório elaborado com as contribuições sectoriais dos diferentes ministérios (sob coordenação do ICN). Apesar do contacto efectuado com o ICN, não foi possível obter nenhuma informação relativa à 1ª Avaliação da estratégia período

19 BIBLIOGRAFIA Documentos: - Instituto da Conservação da Natureza (2005). Plano de Acção do ICN para a implementação da ENCNB, 25 pp. - Instituto da Conservação da Natureza (2006). Plano Sectorial da Rede Natura 2000 Relatório, 133 pp. - Instituto da Conservação da Natureza (2006). Plano Sectorial da Rede Natura 2000 Resumo Não Técnico, 9 pp. - Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território (2001). Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade, 83 pp. Sites consultados:

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