PERÍCIA CONTÁBIL 1 INTRODUÇÃO

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1 PERÍCIA CONTÁBIL LEONI, Valeria Ramos Graduanda em ciências contábeis CTESOP/2017, SANCHES, Jackeline Marta Graduanda em ciências contábeis CTESOP/2017, 1 INTRODUÇÃO Os profissionais do ramo de contabilidade vêm se atraindo cada vez mais pela área da perícia contábil, esta, por sua vez, necessita que o profissional busque constante aprimoramento dos seus conhecimentos, exigindo do profissional perito contábil a capacidade técnica e idoneidade moral e responsabilidade para exercer a profissão, pois a mesma serve de uma importante ferramenta de prova em determinado fatos contábeis. A humanidade se utiliza da perícia desde tempos remotos para a análise de fatos verídicos. A necessidade da verificação sobre a verdade dos fatos é, também, muito antiga. Segundo PIRES (2007 apud GUEDES, 2011, p.3) A perícia contábil judicial, junto com a tecnologia a disposição dos contadores, é um dos meios de prova que os advogados e juízes utilizam para o conhecimento da verdade real, materializando na verdade formal dos altos a situação vivida entre as partes, mediante elaboração de um laudo pericial contábil por parte do Perito do juízo. O papel do perito nomeado para o julgamento de casos que precisam de perícia contábil, se faz de grande importância para a elaboração de laudos técnicos e na aplicação de uma sentença correta e justa, sendo esta função, uma grande responsabilidade ao mesmo, pois deve estar de acordo com as normas de contabilidade e o código de ética da profissão. O trabalho tem por objetivo descrever sobre a atuação de perito contábil.

2 A elaboração desta obra está organizada em três seções, contando com esta introdutória. A segunda trata da perícia contábil e a terceira refere-se o perito contábil. 2 PERÍCIA CONTÁBIL Segundo o dicionário Bueno (2007, p.589) a palavra perícia tem o significado de: exame ou diligência de que se serve o perito judicial para elaborar um laudo ou parecer. D AURIA (1962, p.35) classifica a perícia como: "Perícia é conhecimento e experiência das coisas. A função pericial é, portanto, aquela pela qual uma pessoa conhecedora é experimentada em certas matérias e assuntos, examina as coisas e os fatos, reportando sua autenticidade e opinando sobre as causas, essência e efeitos da matéria examinada. Para Gonçalves (1968 apud BLEIL, C.; SANTIN, L. 2008, p.5), "... é o exame hábil de alguma coisa realizada por pessoa habilitado ou perito, para determinado fim, judicial ou extrajudicial". Já a NBC TP 01 define que: A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnico-científicos destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa solução do litígio ou constatação de fato, mediante laudo pericial contábil e/ou parecer técnico-contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais e com a legislação específica no que for pertinente. (NBC TP 01, 2015, art. 2). A perícia contábil tem como objetivo principal a verificação de fatos verídicos relacionados ao patrimônio oferecendo uma opinião técnica. Tal verificação é realizada através de exames, vistorias, indagações, investigações, avaliações e arbitramentos. Constituída de variáveis distintas e identificáveis segundo os ambientes em que atua, a perícia contábil é dividida em quatro espécies, sendo elas: a perícia judicial, a perícia semijudicial, a perícia extrajudicial e a perícia arbitral (Sá, 2000).

3 2.1 PERÍCIA JUDICIAL Baseada nos procedimentos Judiciários, o perito afirmado pelo juiz, é responsável por emitir um laudo alicerçado que será útil a Excelência no processo. O perito e o juiz se assemelham, pois, o juiz não tem conhecimento científico de todos os fatos processuais, sendo assim, o perito é quem busca as informações complementares, instruindo a certificação dos fatos. A perícia judicial será acionada sempre, quando for necessário pelo juiz, um laudo técnico. Conforme Magalhães (1995 apud BLEIL, C.; SANTIN, L. 2008, p.7), quando a solução de questões é requerida aos tribunais e, Poder Judiciário, cabe ao órgão julgador conhecer a matéria em apreço, dependendo disso a sua decisão. A primeira condição para o julgamento é a apuração exata dos fatos e o conhecimento preciso das causas de que se origina o litígio. Os magistrados não são técnicos em quaisquer assuntos, havendo casos em que a matéria a ser julgada precisa ser esclarecida e certificada por profissionais que mereçam inteira fé. 2.2 PERÍCIA EXTRAJUDICIAL Segundo Alberto (2000 apud BLEIL, C.; SANTIN, L. 2008, p.7), a perícia extrajudicial é aquela realizada fora do Estado Poder. Ou seja, não é determinado por uma Autoridade Judiciária. A perícia extrajudicial pode ter participação jurídica ou não, dependendo da questão abordada. Opera por acordo entre partes. Definem-se os preceitos a serem levados em conta pelo perito para a realização e realiza-se o trabalho, motivado pelo comum acordo entre partes, sem a utilização de mecanismos legais ou preceitos por magistrados (GUEDES, 2011, p.6). 2.3 PERÍCIA ARBITRAL

4 É a perícia que trata de conflito de interesses aos direitos patrimoniais disponíveis por partes. É necessário o laudo através das normas da perícia. Os litígios têm o direito de escolher as próprias regras, desde que não inflijam as leis. Alberto (2000 apud BLEIL, C.; SANTIN, L. 2008, p.7) relata esta espécie de perícia como sendo aquela realizada no juízo arbitral - instância decisória criada pela vontade das partes, não se enquadrando em nenhuma das anteriores - face as suas características de atuação, que agem, como se judicial e extrajudicial fosse. Esta espécie de perícia subdivide-se em probante e decisória, em conformidade com o funcionamento do meio de prova do juízo arbitral, sendo balizadora da convicção do árbitro ou, ela mesma, a própria arbitragem. 2.4 PERÍCIA SEMIJUDICIAL Esta assemelha-se a Perícia Judicial, porém ela está fora do âmbito Judiciário, assim, caracterizada no meio Estatal. Esse tipo de perícia divide-se em subdivisões de acordo com o ordenado estatal operante em administrativo tributário no âmbito da administração pública e tributária ou conselho de contribuinte em parlamentar ou nos inquéritos das comissões parlamentares especiais ou policial. 3 PERITO CONTÁBIL O jurista Santos (1983 apud BLEIL, C.; SANTIN, L. 2008, p. 8) definiu o perito como: "... uma pessoa que, pelas qualidades especiais que possui, geralmente de natureza científica ou artística, supre as insuficiências do juiz no que tange à verificação ou apreciação daqueles fatos da causa que para tal exijam conhecimentos especiais ou técnicos". De acordo com a NBC PP 01 (NBC, 2015, art. 2), o perito é o contador, regularmente registrado em Conselho Regional de Contabilidade, que exerce a

5 atividade pericial de forma pessoal, devendo ser profundo conhecedor, por suas qualidades e experiências, da matéria periciada. Conforme o artigo 4 da NBC PP 01 (NBC, 2015), a nomeação é feita pelo juiz, árbitro, autoridade pública ou privada para exercício da perícia contábil. Durante os exercícios de seus trabalhos, o perito será exigido de conhecimentos técnico-científicos para o exercício de sua função. A lei n /2015 do Código de Processo Civil (2015, Art. 156) determina que: Art O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico. 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado. O mesmo deve exercer as suas atividades periciais de forma pessoal, o e ser conhecedor das normas específicas, aplicando suas qualidades e experiência na matéria periciada. Além de ter conhecimento especializado em contabilidade, questões fiscais, societárias, trabalhistas. O perito deve conhecer as responsabilidades sociais, éticas, profissionais e legais às quais está sujeito no momento em que aceita o encargo para a execução de perícias contábeis judiciais e extrajudiciais, inclusive arbitral. (NBC, 2015, art. 18) Na função de seus trabalhos, o perito contábil deve ter a sua disposição registros de transações, documentos e análise de livros, que estão relacionados e/ou envolvem os fatos investigados. Mas, na prática, os peritos na maioria das situações procuram procedimentos de acordo com os fatos adotados pelas partes, sempre tendo o cuidado para não comprometer as normas legais e a sua ética profissional. A remuneração do perito depende da complexidade do caso, o tempo gasto e o sua da realização do mesmo, sendo assim, não há um salário fixo, mas os valores ultrapassam os R$5.000,00 e podem chegar até cerca de R$40.000,00.

6 4 DIFERENÇA ENTRE AUDITORIA E PERÍCIA A auditoria contábil compreende o exame de documentos, livros contábeis, registros, além de realização de inspeções e obtenção de informações de fontes internas e externas, tudo relacionado com o controle do patrimônio da entidade auditada. A auditoria tem por objetivo averiguar a exatidão dos registros contábeis e das demonstrações contábeis no que se refere aos eventos que alteram o patrimônio e a representação desse patrimônio. (CRCCE, (s.d.), (s.a.)). Podendo ser classificada como auditoria interna e a externa. Sendo, auditoria interna: a organização possui um próprio auditor que é responsável pela verificação da movimentação interna da mesma; e auditoria externa: realizada por um profissional que não possui ligação alguma com a organização. A perícia contábil constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinado a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio, mediante laudo pericial contábil e/ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente. (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2008, p.405). De uma forma simples, a diferença entre ambas é que a auditoria é uma espécie de revisão da movimentação da contabilidade exercida pela empresa, enquanto a perícia tem por objetivo esclarecer os fatos abordados. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que há uma exigência de um perfil expert por parte do perito contador para a elucidação de casos, mostrando uma postura imparcial perante as partes, aplicando seu conhecimento no que se refere ao legal e ao ilegal para as interpretações das leis e normas vigentes. O perito contábil exercendo sua função no Brasil deve estar inteirado sobre às Normas Brasileiras de Contabilidade.

7 A perícia contábil é um método técnico e científico, baseado nas normas jurídicas e profissionais para expor informações necessárias para assessorar a decisão do juiz no processo. O laudo realizado pelo perito, deve ser extremamente técnico abordando todas as provas de determinado caso sem nenhuma omissão do mesmo, pois este é uma das principais ferramentas que o juiz usufruirá para o seu decreto. O profissional desta área deve estar sempre acompanhado dos princípios éticos de honestidade, apresentando todos os efeitos sociais que ocorreram. REFERÊNCIAS BLEIL, Claudecir; SANTIN, Luciane Aparecida Badalotti. A Perícia e sua Importância sob o olhar dos Magistrados. RACI, (s.l) Ed. Fevereiro Julho 2008, vol.3. Disponível em: <http: Acesso em: 21 de abril de 2017 BRASIL, Código de Processo Civil. Lei n de 16 de março de Brasília, DF. Disponível em < Acesso em: 21 de abril de 2017 CFC, Conselho Federal de Contabilidade. Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade: Auditoria e Perícia. 3º Ed. Brasília, DF. p.405. Disponível em:< >. Acesso em: 21 de abril de 2017 CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas Brasileiras de Contabilidade. Resolução n. 2015/NBCPP01 Conselho Federal de Contabilidade Publicada no DOU de Normas Brasileiras de Contabilidade NBC PP 01 Dá nova redação à NBC PP 01 - Perito Contábil. Disponível em: sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?codigo=2015/nbcpp01>. Acesso em: 21 de abril de 2017

8 CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas Brasileiras de Contabilidade. Resolução n. 2015/NBCTP01 Conselho Federal de Contabilidade Publicada no DOU de Normas Brasileiras de Contabilidade NBC TP 01 Dá nova redação à NBC TP 01 - Perícia Contábil. Disponível em: sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?codigo=2015/nbctp01>. Acesso em: 21 de abril de 2017 CRCCE, Conselho Regional de Contabilidade do Ceará. Auditoria Contábil. Disponível em: < Acesso em: 21 de abril de 2017 D AURIA, Francisco. Revisão e Perícia Contábil Parte Teórica. 3 ed. São Paulo: Nacional, GUEDES, Eduardo Pinto. Perícia Contábil Judicial O papel do perito contábil nomeado. Porto Alegre, RS, Disponível em: < Acesso em: 21 de abril de 2017