TÍTULO: Nível de concordância inter avaliadores para aplicação do AMIOFE em pacientes após Acidente Vascular Cerebral
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- Matheus Henrique Estrada Bonilha
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1 RESUMO EXPANDIDO TÍTULO: Nível de concordância inter avaliadores para aplicação do AMIOFE em pacientes após Acidente Vascular Cerebral Autores: ADA SALVETTI CAVALCANTI CALDAS, DANIELE ANDRADE DA CUNHA, WELDMA KARLLA COELHO, ROBERTA GOMES FERREIRA RIBEIRO, KARLA GONÇALVES DOS SANTOS CASANILHAS, LUCAS ARAGÃO, HILTON JUSTINO DA SILVA, Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa: CAAE nº /2014 Área de Concentração: 6. Motricidade Orofacial MO Descritores: Acidente Vascular Cerebral; Sistema estomatognático; deglutição; mastigação; alimentação INTRODUÇÃO A disfagia, dificuldade de deglutir, é uma alteração frequente em pacientes pós-acidente Vascular Cerebral (AVC). A alta incidência, variável entre 27% a 85%, tem grande importância na saúde pública por se associar ao aumento do risco de complicações pulmonares por aspiração de saliva e/ou alimento, contribuindo para desnutrição, desidratação, hospitalização prolongada e morte (ZHENG et al., 2014; CARMO et al., 2015), sendo importante a avaliação dos componentes do sistema estomatognático. O Protocolo de Avaliação Miofuncional Orofacial com Escores AMIOFE foi desenvolvido com o intuito de ser utilizado por fonoaudiólogos de forma que a percepção do examinador a respeito das características e comportamentos orofaciais fossem expressos em escalas numéricas, permitindo a mensuração
2 de achados clínicos sem a necessidade de utilização de materiais especiais (FOLHA,2010). Na avaliação pontuam-se: a aparência da face, do palato, condição postural/posição dos lábios, mandíbula, bochechas e língua; mobilidade e desempenho nas funções de mastigação, deglutição de bolo líquido e sólido (FOLHA,2010). OBJETIVO Avaliar o nível de concordância inter-avaliadores para aplicação do Protocolo de Avaliação Miofuncional Orofacial com Escores - AMIOFE em pacientes com sequela de AVC. MÉTODOS Foram recrutados 11 participantes com sequela de Acidente Vascular Cerebral assistidos num Centro de Reabilitação em Recife, com idade média de 57,81 anos. Os participantes foram avaliados uma vez por dois examinadores. O pesquisador responsável captou os resultados, garantindo o sigilo entre avaliadores para que o teste de um avaliador não influenciasse no exame do outro e para que os examinadores não se comunicassem entre si durante as avaliações. O nível de concordância entre as medidas inter avaliadores foi calculado através do método Kappa (k), em que: k: <0,40 (fraca), entre 0,40-0,60 (moderada), entre 0,60-0,80 (moderado), entre 0,60-0,80 (bom) e entre 0,80-1,00 (ótima), sendo expostos na tabela 1. RESULTADOS A escala de avaliação contém itens que não exigem maior treinamento avaliatório, de tal forma que há concordância de avaliação e essa concordância pode ser atribuída ao acaso à adoção de parâmetros avaliatórios concordes
3 entre os avaliadores. Dentre tais avaliações estiveram: postura de mandíbula, postura de língua, postura de palato duro, respiração, comportamento da língua na deglutição, movimento da cabeça na deglutição, movimentação da cabeça e do corpo na mastigação, alteração de postura na mastigação, mordida na mastigação, simetria facial, escape de alimentos líquidos na deglutição, todos com k=0,001 e p<0,001, bem como simetria facial (k= 0,792; p=0,007) e escape de alimentos líquidos na deglutição (k=0,744; p=0,011). Em outros itens, parece haver a necessidade de padronizar parâmetros avaliatórios mais definidos, para que os avaliadores possam discordar menos frequentemente. Observou-se nos itens de escape de alimento na mastigação (k=0,621; p=0,026), mobilidade labial (k=0,481; p<0,001), trituração (k=0,470; p=0,01), mobilidade das bochechas (k=0,45; p<0.001), escape de alimento na deglutição (k=0,421;p=0,087), mobilidade da mandíbula (k=0,377;p<0.001), em que as concordâncias não foram casuais, já que o valor de p alcançou significância, do que deriva se poder afirmar que as discordâncias derivaram da adoção de parâmetros avaliatórios díspares. CONCLUSÕES No protocolo AMIOFE há itens com facilidade de concordância inter avaliadores, no entanto a detecção de parâmetros com baixa correlação e ausência de significância estatística aponta para a necessidade de treinamento dos avaliadores por um terceiro fonoaudiólogo com maior experiência, para auxiliar na definição clara dos parâmetros desviantes. Contudo, essa concomitância de baixos valores de Kappa e p indicam também a possibilidade de ocorrência casual de alteração durante uma avaliação, porém ausência em outra, do que decorre a necessidade de um estudo piloto. REFERÊNCIA
4 Zheng L, Li Y, Liu Y. The individualized rehabilitation interventions for dysphagia : a multidisciplinary case control study of acute stroke patients. International Journal of Clinical and Experimental Medicine.2014, 7(10): Carmo JF, Morelato RL, Pinto HP, Oliveira ERA. Disability after stroke : a systematic review. Fisioterapia e Movimento.2015, 28: Folha FA. Ampliação das escalas numéricas do Protocolo Avaliação Miofuncional Orofacial (AMIOFE), validação e confiabilidade, Universidade de São Paulo. Tabela 1 Comparação dos escores do AMIOFE segundo valor de Kappa e significância estatística Comparação de escores Kappa Erro-padrão Valor categorização assintótico de p Postura de mandíbula 1,000 - Ótima <0,001 Postura de língua 1,000 - Ótima <0,001 Postura de palato duro 1,000 - Ótima <0,001 Respiração 1,000 - Ótima <0,001 Comportamento da língua na deglutição 1,000 - Ótima <0,001 Movimento da cabeça na deglutição 1,000 - Ótima <0,001 Movimentação da cabeça e do corpo na mastigação 1,000 - Ótima <0,001 Alteração de postura na mastigação 1,000 - Ótima <0,001 Mordida na mastigação 0,841 0,147 Forte < 0,001 Simetria facial 0,792 0,184 Forte 0,007 Escape de alimentos líquidos na deglutição 0,744 0,236 Forte 0,011 Escape de alimento na mastigação 0,621 0,335 Moderada 0,026 Mobilidade labial 0,481 0,158 Fraca < 0,001
5 Trituração na mastigação 0,470 0,186 Fraca 0,010 Mobilidade das bochechas 0,450 0,178 Fraca < 0,001 Escape de alimento na deglutição 0,421 0,302 Fraca 0,087 Mobilidade da mandíbula 0,377 0,165 Fraca < 0,001 Aspecto de bochechas 0,377 0,291 Fraca 0,201 Mobilidade da língua 0,276 0,165 Fraca 0,060 Eficiência da deglutição 0,276 0,179 Fraca 0,165 Postura labial 0,241 0,275 Fraca 0,387 Avaliação geral da deglutição 0,222 0,134 Fraca 0,069 Resultado total da mastigação 0,214 0,169 Fraca 0,110 Comportamento dos lábios na deglutição 0,154 0,251 Fraca 0,554 Musculatura na deglutição 0,083 0,312 Fraca 0,782 Escape de alimentos sólidos na deglutição 0,068 0,296 Fraca 0,819
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