Aula 1. DIREITO ELEITORAL PC-PE DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Professor: Ricardo Gomes
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- Ian Chaves Leal
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1 Aula 1 DIREITO ELEITORAL PC-PE DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL Professor: Ricardo Gomes
2 1. ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL Composição da Justiça Eleitoral. De todos os assuntos possíveis de serem cobrados na prova, com certeza absoluta, este é o mais frequente e o mais provável de ser exigido com 1 ou mais questões! A organização da Justiça Eleitoral (JE) foi primeiramente regulamentada pelo próprio Código Eleitoral nos seus arts. 12 a 41. Com efeito, a Constituição Federal de 1988, por ser uma constituição analítica, trouxe expressamente em seu texto também a estruturação e organização do Poder Judiciário Eleitoral. A Justiça Eleitoral é uma das Justiças Especializadas da União, juntamente com a Justiça Militar e a Justiça do Trabalho (todas previstas na CF-88).
3 É uma Justiça atípica, pois exerce atividade jurisdicional eleitoral (julga conflitos na seara eleitoral, crimes eleitorais, declaração de inelegibilidade, entre outros) e, de outro lado, atividade tipicamente administrativa, ao organizar todo o processo eleitoral das eleições (voto, apuração, diplomação dos eleitos, alistamento eleitoral, etc). A Justiça Eleitoral NÃO possui Juízes Eleitorais de Carreira e Ministério Público próprio, todos são emprestados da Justiça Federal e Estadual e do Ministério Público Federal e Estadual. Já os serviços administrativos da Justiça Eleitoral são organizados quase que com exclusividade pela União, remanescendo ainda, em alguns TREs, a utilização de estruturas e de servidores estaduais e municipais. Vocês, futuros servidores de Tribunal Eleitoral, serão servidores da União, com todas as prerrogativas asseguradas em lei! Mas, afinal, como é organizada a Justiça Eleitoral? Quais são os órgãos da Justiça Eleitoral? A organização da JE é hoje definida nos 2 diplomas em estudo: Código Eleitoral (arts ) e na CF-88 (arts ). Por isso, faremos um estudo conjugado dos dois regramentos. São órgãos da Justiça Eleitoral:
4 1. TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE); 2. TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS (TREs); 3. JUÍZES ELEITORAIS; 4. JUNTAS ELEITORAIS. As peculiaridades apresentadas pelo Código Eleitoral são as de que o TSE tem sede na Capital da República e jurisdição em todo o país, e de que cada Estado e o DF terão um Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Em tese, quanto aos territórios, faz a ressalva da possibilidade do TSE propor a criação na sua capital. Atenção! Parece patente, mas vale asseverar: o Ministério Público Eleitoral não faz parte da Organização da Justiça Eleitoral! Não está nos rols elencados abaixo. Faço essa ressalva, pois pode o aluno embaralhar os conceitos ao achar que o MP Eleitoral faz parte da Justiça Eleitoral. MP é órgão independente (quase um 4º Poder). Portanto, o Ministério Público Eleitoral não é um dos 4 órgãos da Justiça Eleitoral. Decorar: TSE + TREs + Juízes + Juntas Eleitorais. É importante gravar isso, pois quase sempre cai esta questão: o Ministério Público Eleitoral é um dos órgãos da Justiça Eleitoral, com funções de acusação. Lógico que está errada! Código Eleitoral Art. 12. São órgãos da Justiça Eleitoral: I - O Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capital da República e jurisdição em todo o País; II - Um Tribunal Regional, na Capital de cada Estado, no Distrito Federal e, mediante proposta do Tribunal Superior, na Capital de Território; III - juntas eleitorais; IV - juízes eleitorais. CF-88 Art São órgãos da Justiça Eleitoral: I - o Tribunal Superior Eleitoral; II - os Tribunais Regionais Eleitorais; III - os Juízes Eleitorais; IV - as Juntas Eleitorais.
5 Número de Juízes nos TREs. Segundo o Código Eleitoral, o número de Juízes de cada TRE (leia-se aqui Juízes que atuam na própria Corte Estadual Eleitoral e não os Juízes Eleitorais que atuam nas comarcas estaduais) não poderá ser reduzido, mas poderá ser elevado a 9 (nove) Juízes por proposta e aprovação do TSE. NO ENTANTO, a CF-88 previu apenas a composição fixa de 7 Juízes nos TREs, o que deve ser considerado para fins de concurso. O art. 13 do Código, que prevê a quantidade Juízes dos TREs de até 9 Membros não foi revogado expressamente (apenas tacitamente). Para fins de prova, basta saber que são 7 membros fixos. Número de Juízes nos TREs e no TSE: TREs TSE 7 Membros No mínimo, 7 Membros Periodicidade das Funções dos Juízes Eleitorais. Os Juízes que exercem a função eleitoral (abarca todos os Juízes Eleitorais: os Membros de Tribunais 2º grau - e os Juízes Eleitorais de 1º Grau) servirão obrigatoriamente por 2 ANOS (mínimo de tempo), sendo que estão vedados de cumprirem mais de 4 ANOS consecutivos (máximo de 2 BIÊNIOS consecutivos), salvo exceções justificadas perante o TRE de que faz parte. Código Eleitoral Art. 14. Os juízes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo justificado, servirão obrigatoriamente por dois anos, e nunca por mais de dois biênios consecutivos. CF-88 Art º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios
6 consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. A CF-88 apenas faz 1 uma ressalva ao previsto no Código, ao prelecionar que os Juízes servirão por 2 anos, no mínimo, na função eleitoral, e acrescenta, determinando que a escolha de substitutos dos Juízes seja realizada na mesma ocasião e pelo mesmo processo. Esta limitação para até 2 biênios consecutivos decorre do Princípio da Periodicidade das funções eleitorais, que procura garantir a lisura no trato das questões eleitorais mediante a alternância de Juízes Eleitorais nas respectivas comarcas e funções. A contagem de cada biênio deverá ser ininterrupta, isto é, não será suspensa por qualquer motivo. Ressalva-se a hipótese do Juiz afastar-se em decorrência do impedimento previsto no 3º do art. 14, decorrente de parentesco do Juiz Eleitoral com candidato a cargo eletivo na circunscrição. Neste específico caso a contagem do prazo será suspensa. O Código Eleitoral também preleciona que, na recondução para novo biênio, as formalidades legais de escolha e investidura de Juízes deverão ser as mesmas utilizadas para na primeira. Art. 14 1º Os biênios serão contados, ininterruptamente, sem o desconto de qualquer afastamento nem mesmo o decorrente de licença, férias, ou licença especial, salvo no caso do 3º. 4º No caso de recondução para o segundo biênio observar-seão as mesmas formalidades indispensáveis à primeira investidura. Destaco que os Juízes de Direito que exercem a função eleitoral afastados por motivos de férias e licença das funções principais que exercem na Justiça Comum, serão afastados automaticamente de suas funções perante a Justiça Eleitoral. O Código faz uma exceção: quando estiver em período de férias coletivas e coincidir com o período eleitoral (realização de eleição, apuração ou encerramento de alistamento), o Juiz deverá permanecer com suas funções eleitorais. Ocorre que não mais existe férias coletivas para os Tribunais de 2º grau, apenas nos Tribunais Superiores (ex: TSE, STF, STJ e STM). Nesse
7 sentido, a interpretação que se dá ao dispositivo é a de que, caso o Juiz de Direito que exerça as funções de Juiz Eleitoral esteja de férias individuais e coincida com o período eleitoral, este permanecerá com suas funções eleitorais normalmente. Art. 14 2º Os juízes afastados por motivo de licença férias e licença especial, de suas funções na Justiça comum, ficarão automaticamente afastados da Justiça Eleitoral pelo tempo correspondente exceto quando com períodos de férias coletivas, coincidir a realização de eleição, apuração ou encerramento de alistamento. Como relatado, quando houver algum parente do Juiz Eleitoral ou Desembargador Eleitoral candidato à eleição em cargo na circunscrição em que este exerce suas funções eleitorais, deverá este Juiz ou Desembargador afastar-se. O código delineia os parentes do Juiz candidatos que geram o impedimento (cônjuge, parente consangüíneo ou afim, até o 2º GRAU). O afastamento do Juiz Eleitoral deverá dar-se, pelo menos, desde a homologação da convenção partidária até a DIPLOMAÇÃO (antes era até a apuração final da eleição). Art. 14 3o Da homologação da respectiva convenção partidária até a diplomação e nos feitos decorrentes do processo eleitoral, não poderão servir como juízes nos Tribunais Eleitorais, ou como juiz eleitoral, o cônjuge ou o parente consanguíneo ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição. (Redação dada pela Lei nº , de 2015) Art. 15. Os substitutos dos membros efetivos dos Tribunais Eleitorais serão escolhidos, na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. O TSE já decidiu que o Membro do TRE (Desembargador no TRE 2º grau) deve afastar-se caso parente seu de até 2º grau seja candidato nas eleições federais ou estaduais da circunscrição estadual do respectivo TRE. Exemplo: Membro do TRE/RJ que tenha parente até 2º grau candidato a Deputado Federal ou Deputado Estadual pelo Estado do Rio de Janeiro.
8 Quanto às eleições Municipais o TSE deixou claro que só subsistiria o impedimento para o Membro do TRE apenas em relação às eleições do município no qual o parente for candidato, não abrangendo o restante dos Municípios do Estado. Este mesmo raciocínio aplica-se às eleições presidenciais. O TSE assim exarou entendimento na Resolução nº : Exercício da jurisdição eleitoral. Juiz membro de Tribunal Regional Eleitoral. Existência de candidatura de parente consangüíneo ou afim, até o segundo grau, nas eleições federais ou estaduais. Impedimento absoluto ao exercício das funções eleitorais, no período compreendido entre a homologação da respectiva convenção partidária e a apuração final das eleições (art. 14, 3o, c.c. 86, ambos do Código Eleitoral). Precedentes do Tribunal Superior Eleitoral. TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE)
9 Nova Sede Composição do TSE. Com a nova regulação pela CF-88 da composição do Tribunal Superior Eleitoral, foram derrogados tacitamente os caputs dos arts. 16 e 17 do Código Eleitoral. Segundo a CF-88, a composição mínima do TSE são 7 Ministros. A sua atual composição pode ser assim resumida, conforma CF-88, art. 119: QUANTIDADE DE MEMBROS ORIGEM FORMA DE COMPOSIÇÃO 3 MINISTROS SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF) ELEIÇÃO 2 MINISTROS SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) ELEIÇÃO 2 MINISTROS ADVOGADOS NOMEAÇÃO pelo Presidente da Rep. (entre 6 Advogados). CF-88
10 Art O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos: I - mediante eleição, pelo voto secreto: a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça; II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal. Os Advogados fazem parte de uma lista de 6 nomes, organizada pelo Supremo Tribunal Federal. O notável saber jurídico e a idoneidade moral são os requisitos necessários para a nomeação dos advogados para o TSE. recair: Esta nomeação de Advogados, segundo o Código Eleitoral, NÃO poderá 1. em cidadão que ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum (a qualquer tempo, sob discricionariedade. Ex: cargo em comissão), ou 2. que seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, privilégio, isenção ou favor em virtude de contrato com aa administração pública, ou que exerça qualquer mandato de caráter político (federal, estadual ou municipal): Código Eleitoral Art. 16 2º A nomeação que trata o inciso II deste artigo não poderá recair em cidadão que ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum; que seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, privilégio, isenção ou favor em virtude de contrato com a administração pública; ou que exerça mandato de caráter político, federal, estadual ou municipal. ( 4º renumerado pelo Decreto-lei nº 441, de e alterado pela Lei nº 7.191, de ) A Classe dos Advogados que compõe o TSE e os TREs são denominados no âmbito da Justiça Eleitoral como Classe dos Juristas, classe que não é Juiz de carreira, oriunda originariamente da Magistratura Estadual ou
11 Federal, mas constitui operadores dos Direito na área eleitoral. Importante considerar que não há qualquer proibição aos Advogados membros da Justiça Eleitoral, tanto no TSE quanto nos TREs, de exercitarem a Advocacia, a despeito da previsão do art. 28, II, da Lei nº 8.906/94 (Estatuto da OAB), tendo em vista decisão permissiva do STF na ADINMC nº 1.127/94, que os excluiu da proibição legal. Número de Juízes nos TREs e no TSE: TREs TSE 7 Membros No mínimo, 7 Membros Observem que o art. 119 da CF-88 prevê que a constituição do TSE é de, no mínimo, de 7 Juízes. Registro mais uma vez que a CF-88 não fala em composição mínima para os TREs. A despeito da desatualização e de eventual derrogação tácita operada pela CF-88 sobre alguns dispositivos dos arts. 16 e 17, devemos enfrentá-los, pois, a despeito de referido posicionamento, são ainda cobrados por algumas bancas, a exemplo, a FCC. Vedação de parentesco entre Ministros. É vedada a existência de parentesco de até 4º GRAU entre os Ministros do TSE. Caso venha a ocorrer, será excluído o último que foi escolhido: Art. 16 1º Não podem fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral cidadãos que tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, até o 4º (quarto) grau, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso o que tiver sido escolhido por último. ( 3º renumerado pelo Decreto-lei nº 441, de e alterado pela Lei nº 7.191, de )
12 Presidência, Vice-Presidência e Corregedoria do TSE. O art. 119, parágrafo único, da CF-88 prevê que o Presidente e o Vice-Presidente do TSE devem ser Ministros do STF, enquanto que o Corregedor-Geral é do STJ: CF-88 Art. 119 Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça. Cargos no TSE: Presidente e VICE do TSE Corregedor-Geral Eleitoral ORIGEM: SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF) SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) Na realidade, o Corregedor-Geral é apenas 1 dos 2 Ministros oriundos do STJ que compõem a corte. Assim, o Ministro do STJ também Corregedor-Geral Eleitoral, acumula as funções de Corregedoria com as funções ordinárias de Ministro do TSE (propriamente como Magistrado da Corte). Eleitoral. Nesse aspecto, não se aplica o caput do art. 17 do Código Sobre o Corregedor-Geral Eleitoral, cabem as seguintes considerações: 1. as atribuições do Corregedor serão fixadas por resolução do TSE; 2. poderá se locomover aos Estados por determinação do TSE, a pedido dos TREs, a requerimento de partido ou quando necessário; 3. os provimentos emanados da Corregedoria-Geral vinculam as Corregedorias Regionais.
13 Art. 17 1º As atribuições do Corregedor Geral serão fixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. 2º No desempenho de suas atribuições o Corregedor Geral se locomoverá para os Estados e Territórios nos seguintes casos: I - por determinação do Tribunal Superior Eleitoral; II - a pedido dos Tribunais Regionais Eleitorais; III - a requerimento de Partido deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral; IV - sempre que entender necessário. 3º Os provimentos emanados da Corregedoria Geral vinculam os Corregedores Regionais, que lhes devem dar imediato e preciso cumprimento. Procurador-Geral do TSE As funções de Procurador-Geral do TSE serão exercidas pelo Procurador-Geral da República (PGR), que é o Chefe do Ministério Público da União (MPU). Segundo a Lei Orgânica do MPU, o Procurador-Geral e o VICE- Procurador-Geral poderão designar Membros do Ministério Público Federal (MPF) para oficiarem perante o TSE. No entanto, estes outros membros do MPU designados pelo PGR para auxiliá-lo nas funções eleitorais não poderão ter assento no Plenário do TSE. Ademais, será substituto do Procurador-Geral Eleitoral, nas hipóteses de impedimento e vacância, o VICE-Procurador-Geral Eleitoral, designado entre os Subprocuradores-Gerais da República. Código Eleitoral Art. 18. Exercerá as funções de Procurador Geral, junto ao Tribunal Superior Eleitoral, o Procurador Geral da República, funcionando, em suas faltas e impedimentos, seu substituto legal. Parágrafo único. O Procurador Geral poderá designar outros membros do Ministério Público da União, com exercício no Distrito Federal, e
14 sem prejuízo das respectivas funções, para auxiliá-lo junto ao Tribunal Superior Eleitoral, onde não poderão ter assento. LC nº 75/93 Art. 72. Compete ao Ministério Público Federal exercer, no que couber, junto à Justiça Eleitoral, as funções do Ministério Público, atuando em todas as fases e instâncias do processo eleitoral. Art. 73. O Procurador-Geral Eleitoral é o Procurador-Geral da República. Parágrafo único. O Procurador-Geral Eleitoral designará, dentre os Subprocuradores-Gerais da República, o Vice-Procurador-Geral Eleitoral, que o substituirá em seus impedimentos e exercerá o cargo em caso de vacância, até o provimento definitivo. Art. 74. Compete ao Procurador-Geral Eleitoral exercer as funções do Ministério Público nas causas de competência do Tribunal Superior Eleitoral. Parágrafo único. Além do Vice-Procurador-Geral Eleitoral, o Procurador- Geral poderá designar, por necessidade de serviço, membros do Ministério Público Federal para oficiarem, com sua aprovação, perante o Tribunal Superior Eleitoral. Deliberações do TSE. As deliberações do TSE serão realizadas por maioria de votos, em sessão pública, com presença da maioria de seus membros. Constitui a maioria de seus membros o 1º número inteiro acima da metade dos membros. No caso da Corte, que tem 7 Membros, o 1º nº inteiro acima da metade (3,5) é 4 Membros. Assim, para a Corte efetivamente deliberar sobre alguma matéria eleitoral, deverão estar presentes pelo menos 4 dos Ministros (a metade é 3,5, e o 1º nº inteiro acima da metade é 4). No plano prático, o que o Código Eleitoral exige é que para as deliberações do TSE devem estar presentes a Maioria Absoluta dos seus Membros (quórum mínimo é a maioria absoluta). Após alcançada a maioria absoluta, restará preenchido o quórum mínimo para início da votação, que será tomada pela maioria de votos dos
15 Ministros presentes. Observação: a maioria dos membros não é metade mais 1! Isso pode levar o estudante a erro! Alguns acabam propugnando tal ideia, mas as provas de concursos frequentemente apontam no sentido indicado. Com efeito, existem matérias que exigem Quórum Especialíssimo (a totalidade dos Membros do TSE presentes). São as seguintes: 1. interpretação do Código Eleitoral em face da Constituição; 2. cassação de registro de partidos políticos; 3. análise de recursos que importem anulação geral de eleições; 4. análise de recursos que importem perda de diplomas. Nestes casos excepcionais, caso algum membro do Tribunal falte, será convocado o substituto, porque a deliberação deverá ser com todos os membros presentes na sessão. Código Eleitoral Art. 19. O Tribunal Superior delibera por maioria de votos, em sessão pública, com a presença da maioria de seus membros. Parágrafo único. As decisões do Tribunal Superior, assim na interpretação do Código Eleitoral em face da Constituição e cassação de registro de partidos políticos, como sobre quaisquer recursos que importem anulação geral de eleições ou perda de diplomas, só poderão ser tomadas com a presença de todos os seus membros. Se ocorrer impedimento de algum juiz, será convocado o substituto ou o respectivo suplente. Exceções ao Quórum da totalidade dos Membros do TSE: Admite-se o julgamento com o quórum incompleto (sem a totalidade dos Ministros) em caso de suspeição ou impedimento do Ministro titular da Classe dos Juristas (Advogados) e quando impossível juridicamente a convocação de Juiz substituto; Esta regra NÃO se aplica às deliberações dos TREs (Tribunais Regionais Eleitorais);
16 Para a declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, será necessário o voto da maioria absoluta dos Membros do Tribunal (Cláusula Constitucional de Reserva de Plenário). CF-88 Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. Segundo a Lei nº /2015, as decisões dos TREs sobre quaisquer ações que importem cassação de registro, anulação geral de eleições ou perda de diplomas somente poderão ser tomadas com a presença de TODOS os seus membros. Caso tenha impedimento de algum juiz, será necessariamente convocado o suplente da mesma classe. Suspeição e impedimento de Membros do TSE. A previsão legal de arguição de suspeição ou impedimento de algum Ministro da Corte visa impedir eventuais decisões parciais, em favor ou em desfavor de algum candidato ou partido. O impedimento legal gera a presunção absoluta de parcialidade do Juiz (ex: um Juiz que seria parte no processo que ele mesmo julgaria). Já a simples suspeição gera presunção relativa de parcialidade, dependente de prova concreta da eventual parcialidade do magistrado (ex: amigo íntimo ou inimigo mortal de alguma das partes do processo tem que provar que era amigo íntimo, senão não há suspeição). Segundo a doutrina, o impedimento diferencia-se da suspeição de acordo com o nível de comprometimento do juiz com o processo (nível de comprometimento de sua imparcialidade). No impedimento há presunção absoluta (juris et de jure) de parcialidade do Juiz, isto é, considera-se pelas circunstâncias fáticas que o Juiz realmente será parcial se decidir aquele processo. Por exemplo, ser cônjuge (marido) da autora ou da ré da ação. Com certeza, neste caso, o Juiz prolatará uma decisão parcial, pendendo para o lado da sua esposa, sendo considerado pela lei como presunção absoluta, sequer admitindo prova em contrário.
17 Já na suspeição há apenas presunção relativa (juris tantum) de parcialidade do Juiz. A Lei elenca algumas hipóteses em que se suspeita que o Juiz seja parcial (mas, sem certeza). As causas de impedimento e suspeição são elencadas respectivamente nos arts. 134 e 135 do Código de Processo Civil (CPC), nos seguintes termos: CPC Art É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo contencioso ou voluntário (IMPEDIMENTO): I - de que for parte; II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha; III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão; IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau; V - quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau; VI - quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa. Parágrafo único. No caso do no IV, o impedimento só se verifica quando o advogado já estava exercendo o patrocínio da causa; é, porém, vedado ao advogado pleitear no processo, a fim de criar o impedimento do juiz. Art Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando (SUSPEIÇÃO): I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes; II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau; III - herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes;
18 IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio; V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes. Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo. Tópicos explicativos sobre Presunção Legal: Todas as causas de presunção são previstas em lei. A presunção absoluta é absoluta porque não admite prova em contrário. É um fato previsto em lei que, confirmado ocorrido, não admite juízo retratativo. No exemplo citado, o fato do Juiz ser parte no processo que ele mesmo julgará gera a presunção absoluta de parcialidade do Juiz, pois não é possível, segunda a Lei, que ele julgará contrariamente aos seus próprios interesses. É por isso que as causas de impedimento previstas em lei geram a presunção absoluta de parcialidade do Juiz. Já a presunção relativa é um indicativo de parcialidade do Juiz, dependente de prova do alegado e admite prova em contrário. No exemplo dado, poderemos superar a inicial presunção de parcialidade do Juiz por ser este amigo íntimo ou inimigo mortal de alguma das partes do processo, provando que isto não interferirá diretamente no feito ou que não é verdade (que eles não são amigos íntimos ou inimigos mortais). As hipóteses de suspeição e impedimento estão previstas na Lei Civil e na Lei Penal (especialmente no Código de Processo Civil e no Código de Processo Penal), salvo quanto ao motivo de parcialidade partidária, que é prevista expressamente no Código Eleitoral, em seu art. 20. A Parcialidade Partidária é conceituada pela Jurisprudência como uma forma de favorecimento ou beneficiamento de algum candidato ou partido político, de modo a conduzir os processos e as ações decorrentes do processo eleitoral. Um exemplo de parcialidade partidária seria um determinado Juiz Eleitoral julgar determinada ação eleitoral em favor de determinado candidato a Governador do Estado por ser este do partido preferido pelo Magistrado. A arguição de parcialidade partidária deve ser cabalmente provada, não valendo
19 mera alegação sem lastro probatório. Pelo menos a parcialidade partidária é um dos motivos previstos diretamente na lei eleitoral para arguição de impedimento e suspeição. Referido dispositivo prevê, ademais, que qualquer interessado poderá argüir a suspeição e o impedimento, mas não somente dos Juízes Eleitorais! Também poderá ser impugnada a imparcialidade também do Procurador Geral e de Funcionários da Secretaria do Juízo Eleitoral. Ademais, o Código Eleitoral dispõe que será ilegítima a suspeição quando o excipiente a provocar ou, depois de manifestada a causa, praticar ato que importe aceitação do argüido. O que é isso Professor? Não entendi nada! Calma, vamos explicar melhor. Esta hipótese legal abarca-se 2 situações. Será considerada ilegítima a suspeição se: Excipiente a provocar excipiente é o autor da exceção de suspeição (ação que visa declarar a suspeição do Juiz ou Desembargador), é quem propõe a exceção de suspeição, quem alega a suspeição do Juiz. O excipiente pode provocar a suspeição, por exemplo, quando deliberadamente cria uma animosidade com o Juiz para forjar uma eventual inimizada capital (declarada). Esta inimizade poder ser alegada em juízo como suspeição, mas como a lei prevê que se a suspeição for provocada pelo excipiente, esta será ilegítima. Esta é uma espécie de indução da suspeição. Outro exemplo seria a parte promover uma representação administrativa contra o juiz para, em seguida, alegar que, em razão disso, o juiz perdeu a sua parcialidade. Depois de manifestada a causa, praticar ato que importe aceitação do arguido nesta parte a Lei não foi nem um pouco clara. Neste caso, é reputada ilegítima a alegação de suspeição se a parte arguente já houver praticado atos processuais que signifiquem aceitação do órgão jurisdicional (aceitação do Juiz). Se a parte já praticou atos processuais e não apresentou oposição à eventual suspeição, tendo, portanto aceitado o órgão jurisdicional possivelmente suspeito, não poderá em seguida levantar a sua suspeição, posto ter
20 precluído (perdido) seu direito. Código Eleitoral Art. 20. Perante o Tribunal Superior, qualquer interessado poderá argüir a suspeição ou impedimento dos seus membros, do Procurador Geral ou de funcionários de sua Secretaria, nos casos previstos na lei processual civil ou penal e por motivo de parcialidade partidária, mediante o processo previsto em regimento. Parágrafo único. Será ilegítima a suspeição quando o excipiente a provocar ou, depois de manifestada a causa, praticar ato que importe aceitação do argüido. Decisões do TSE e Recursos. Em regra, as decisões do TSE são IRRECORRÍVEIS, não cabe qualquer recurso das decisões do Tribunal, ressalvado somente quando contrariarem a Constituição ou quando forem denegatórias (negarem) de habeas corpus ou mandado de segurança. Então, somente CABERÁ RECURSOS das decisões do TSE caso: 1. contrariarem a Constituição; 2. forem denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança. Esta é uma regra prevista diretamente na Constituição: CF-88 Art º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de "habeas-corpus" ou mandado de segurança. A competência para julgamento de recursos contra decisões do TSE é do STF (recurso ordinário ou recurso extraordinário). CF-8
21 Art Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: II - julgar, em recurso ordinário: a) o "habeas-corpus", o mandado de segurança, o "habeas-data" e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) As decisões e todos os atos normativos e regulamentares do TSE devem ter cumprimento imediato por parte dos TREs e Juízes eleitorais: Código Eleitoral Art. 21 Os Tribunais e juízes inferiores devem dar imediato cumprimento às decisões, mandados, instruções e outros atos emanados do Tribunal Superior Eleitoral.
22 TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS (TREs) Composição dos TREs. Em cada capital de cada Estado da Federação e do Distrito Federal haverá 1 (um) Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Como falei na Aula Demonstrativa, não há Estado que não tenha TRE, logo são muitos concursos de TREs disponíveis, não acham? Os TREs são compostos com 7 Membros, escolhidos mediante eleição ou nomeação do Presidente da República, resumida da forma abaixo. Antes, porém, friso que os TREs têm composição FIXA pela CF-88, pois o art. 120 da Carta não prevê composição mínima para as Cortes Regionais (como o faz para o TSE), apenas elenca a quantidade de juízes que as comporão. Desse modo, os TREs NÃO podem mais aumentar o número de Juízes. Memorização! TSE Composição Mínima de 7 Membros TREs Composição Fixa de 7 Membros QUANTIDADE DE MEMBROS ORIGEM FORMA DE COMPOSIÇÃO 2 JUÍZES 2 JUÍZES 1 JUIZ DESEMBARGADORES DO TJ do Estado JUÍZES DE DIREITO escolhidos pelo TJ JUIZ DO TRF com sede na Capital ou escolhido pelo TRF ELEIÇÃO (eleição no TJ) ELEIÇÃO (eleição no TJ) ESCOLHA do TRF 2 JUÍZES ADVOGADOS NOMEAÇÃO pelo
23 Presidente da República (entre 6 Advogados) indicados pelo TJ (não pela OAB) CF-88 Art Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal. 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão: I - mediante eleição, pelo voto secreto: a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça; b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo; III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. Da mesma forma que os Ministros do TSE escolhidos dentre a lista de 6 Advogados, os Desembargadores dos TREs originariamente Advogados deverão ostentar notável saber jurídico e idoneidade moral. Os 2 Advogados que compõem os TREs são chamados de Classe do Juristas. Todos os 6 Advogados serão indicados pelo TJ local, mas a nomeação dos 2 Advogados para compor o pleno do TRE é feita pelo Presidente da República (Chefe do Poder Executivo Federal). O TJ Estadual organiza os nomes dos Juízes em lista tríplice e encaminha ao TSE, que a divulgará através de Edital. 1 Cuidado! Vale frisar que a indicação dos Advogados não é feita pela OAB! A OAB não tem qualquer relação com a indicação dos Advogados para 1 A Resolução TSE nº /2003 dispõe sobre o encaminhamento de lista tríplice organizada pelo Tribunal de Justiça ao Tribunal Superior Eleitoral.
24 compor os TREs. Como já coloquei, é comum colocarem em provas e pegarem muitos desavisados! Nesta lista de Advogados não poderão constar nomes de Magistrados aposentados ou Membros do Ministério Público (agora Advogados). O entendimento atual é que esta regra NÃO se aplica ao TSE. Código Eleitoral Art. 25 1º A lista tríplice organizada pelo Tribunal de Justiça será enviada ao Tribunal Superior Eleitoral. 2º A lista não poderá conter nome de magistrado aposentado ou de membro do Ministério Público. 3º Recebidas as indicações o Tribunal Superior divulgará a lista através de edital, podendo os partidos, no prazo de cinco dias, impugná-la com fundamento em incompatibilidade. 4º Se a impugnação for julgada procedente quanto a qualquer dos indicados, a lista será devolvida ao Tribunal de origem para complementação. 5º Não havendo impugnação, ou desprezada esta, o Tribunal Superior encaminhará a lista ao Poder Executivo para a nomeação. O Código Eleitoral prevê lista tríplice de Advogados. Professor, mas não são 6 (seis) os Advogados indicados pelo TJ para compor o TRE? Sim! Para cada vaga de Membro de TRE, das 2 previstas para Advogados, é elaborada 1 (uma) lista tríplice de nomes de Advogados, por isso que são 6 indicados para escolha de 2 como nomeados. Apesar da CF-88 prelecionar que são 2 Juízes dentre 6 Advogados, no plano fático, a escolha é por listas tríplices (de 3 Advogados) para cada vaga. Desse modo, não é elaborada 1 lista de 6 nomes para cada vaga, mas 1 lista de 3 nomes para cada vaga. Resumo assim: 1. surgiu 1 vaga no TRE: elabora-se 1 lista tríplice; 2. surgiu + 1 vaga: elabora-se mais 1 lista tríplice. Ao seguir este procedimento, assegura-se que as 2 vagas de Juízes oriundos da Advocacia sejam preenchidas da escolha de 6 Advogados. Seguindo à regra prevista para o TSE sobre a nomeação de Advogados para a Corte Superior, segundo o Código Eleitoral, a nomeação da Classe dos Juristas
25 para exercerem a função de Desembargadores nos TREs também não poderá recair em cidadão que ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum (demitido a qualquer tempo, sob discricionariedade. Ex: cargo em comissão), que seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, privilégio, isenção ou favor em virtude de contrato com a administração pública, ou que exerça qualquer mandato de caráter político (federal, estadual ou municipal). Esta regra é prevista no art. 25, 7º, que remonta à aplicação do disposto no art. 16, 2º (antigo parágrafo 4º): Código Eleitoral Art. 25 7º A nomeação de que trata o nº II deste artigo (atual inciso III do art. 120, 3º, I, da CF-88 nomeação de Advogados) não poderá recair em cidadão que tenha qualquer das incompatibilidades mencionadas no art. 16, 4º (atual 2º do art. 16 do Código Eleitoral). Art. 16 2º A nomeação que trata o inciso II deste artigo não poderá recair em cidadão que ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum; que seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, privilégio, isenção ou favor em virtude de contrato com a administração pública; ou que exerça mandato de caráter político, federal, estadual ou municipal. ( 4º renumerado pelo Decreto-lei nº 441, de e alterado pela Lei nº 7.191, de ) CF-88 Art º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão: III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça. A Resolução TSE nº /2003 prevê o requisito específico para os Advogados de pelo menos 10 ANOS de atividade profissional (consecutivos ou não). Resolução TSE nº /2003 Art. 1º Os advogados a que se refere o inciso III do 1º do art. 120 da Constituição Federal, na data em que forem indicados, deverão estar no
26 exercício da advocacia e possuir dez anos consecutivos ou não de prática profissional. Vedação de parentesco entre Desembargadores dos TREs. Igualmente, como previsto para o TSE, é também vedada a existência de parentesco de até 4º GRAU entre os Desembargadores dos TREs. Caso venha a ocorrer, será excluído o último que foi escolhido: Código Eleitoral Art. 25 6º Não podem fazer parte do Tribunal Regional pessoas que tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, até o 4º grau, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso a que tiver sido escolhida por último. Presidência, Vice-Presidência e Corregedoria dos TREs. O Presidente e o Vice do TRE serão eleitos pelo próprio TRE entre os Desembargadores do TJ Estadual. A previsão legal quanto à nomeação do Corregedor Regional é que está desatualizada. O Código Eleitoral, no art. 26, prevê que seria o Corregedor o 3º Desembargador do TJ. Ocorre que, hoje, com o regramento constitucional, são apenas 2 Desembargadores do TJ que compõem o TRE. Desse modo, entende-se que o Corregedor Regional deverá ser eleito entre os 2 (dois) atuais Desembargadores do TRE oriundos do TJ, que são o Presidente ou o Vice-Presidente do TRE. Em regra, é nomeado como Corregedor o Vice-Presidente do TRE. Contudo, temos que ter atenção ao que dispõe o Regimento Interno do TRE, pois alguns preveem que caberá a ao Presidente a função de Corregedoria e, até mesmo, a outro membro do TRE (contrariamente ao previsto na Lei). CF-88 Art. 120
27 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice- Presidente dentre os desembargadores (Leia-se: Desembargadores do TJ). Código Eleitoral Art. 26. O Presidente e o Vice-Presidente do Tribunal Regional serão eleitos por este dentre os três desembargadores do Tribunal de Justiça; o terceiro desembargador será o Corregedor Regional da Justiça Eleitoral. (NÃO APLICÁVEL!) No mesmo sentido da Corregedoria-Geral Eleitoral (do TSE), para o Corregedor Regional, cabem as seguintes considerações: 1. as atribuições do Corregedor serão fixadas pelo TSE (Resolução) ou pelo TRE, em caráter supletivo; 2. poderá se locomover às Zonas Eleitorais por determinação do TSE ou do TRE, a pedido de juízes eleitorais, a requerimento de partido ou quando necessário; 3. os provimentos (regulamentos correcionais) emanados da Corregedoria-Geral vinculam as Corregedorias Regionais. Art. 26 1º As atribuições do Corregedor Regional serão fixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral e, em caráter supletivo ou complementar, pelo Tribunal Regional Eleitoral perante o qual servir. 2º No desempenho de suas atribuições o Corregedor Regional se locomoverá para as zonas eleitorais nos seguintes casos: I - por determinação do Tribunal Superior Eleitoral ou do Tribunal Regional Eleitoral; II - a pedido dos juízes eleitorais; III - a requerimento de Partido, deferido pelo Tribunal Regional; IV - sempre que entender necessário.
28 Procurador Regional Eleitoral. Quem é? O caput do art. 27 do Código Eleitoral foi revogado pelos arts. 76 e 77 da Lei Complementar nº 75/1993, que dispõe sobre o estatuto do Ministério Público da União (MPU). Por incrível que pareça, o Procurador Regional Eleitoral (PRE) não é o Chefe do Ministério Público Estadual e nem do Federal. É um Procurador Regional da República ou um Procurador da República com exercício no Estado. O Procurador Regional da República e o Procurador da República fazem parte da carreira do Ministério Público Federal (é como se fossem Promotores Federais ). O Procurador Regional da República é o fim de carreira do Procurador da República. Na prática, o Procurador Regional Eleitoral acaba sendo um Procurador da República lotado no Estado (quase nunca é um Procurador Regional da República). O Procurador Regional Eleitoral chefia o MP Eleitoral no Estado, inclusive coordenando e chefiando os Promotores Eleitorais do Estado (Promotores de Justiça da Justiça Estadual de 1º Grau, com funções Eleitorais). pontos: Sobre o Procurador Regional da República destaco os seguintes 1. O caput do art. 27 do Código Eleitoral está revogado, não regulamento mais a matéria; 2. O Procurador Regional Eleitoral pode ser um Procurador Regional da República ou um Procurador da República vitalício, tanto nos Estados quanto no Distrito Federal; LC 75/93 Lei Orgânica do Ministério Público da União (MPU) Art. 76. O Procurador Regional Eleitoral, juntamente com o seu substituto, será designado pelo Procurador-Geral Eleitoral, dentre os Procuradores Regionais da República no Estado e no Distrito Federal, ou, onde não houver, dentre os Procuradores da República vitalícios, para um mandato de dois anos. 1º O Procurador Regional Eleitoral poderá ser reconduzido uma vez.
29 2º O Procurador Regional Eleitoral poderá ser destituído, antes do término do mandato, por iniciativa do Procurador-Geral Eleitoral, anuindo a maioria absoluta do Conselho Superior do Ministério Público Federal. Art. 77. Compete ao Procurador Regional Eleitoral exercer as funções do Ministério Público nas causas de competência do Tribunal Regional Eleitoral respectivo, além de dirigir, no Estado, as atividades do setor. Parágrafo único. O Procurador-Geral Eleitoral poderá designar, por necessidade de serviço, outros membros do Ministério Público Federal para oficiar, sob a coordenação do Procurador Regional, perante os Tribunais Regionais Eleitorais. REVOGADO Código Eleitoral Art. 27. Servirá como Procurador Regional junto a cada Tribunal Regional Eleitoral o Procurador da República no respectivo Estado e, onde houver mais de um, aquele que for designado pelo Procurador Geral da República. Procuradores Eleitorais junto aos Tribunais Eleitorais: No TSE Procurador-Geral da República (PGR) PROCURADOR REGIONAL DA REPÚBLICA ou Nos TREs PROCURADOR DA REPÚBLICA investidos da função de Procurador Regional Eleitoral (PRE) Deliberações dos TREs. As deliberações dos TREs serão realizadas por maioria de votos, em sessão pública, com presença da maioria de seus membros.
30 Mais uma vez, digo que constitui a maioria de seus membros é o 1º número inteiro acima da metade dos membros. No caso dos TREs que possuem 7 Membros, o 1º nº inteiro acima da metade é 4 Membros. Assim, para o TRE efetivamente deliberar sobre alguma matéria eleitoral, deverão estar presentes pelo menos 4 dos Membros (a metade é 3,5, e o 1º nº inteiro acima da metade é 4). Caso não haja quórum para início dos trabalhos, serão convocados substitutos dos membros. Código Eleitoral Art. 28. Os Tribunais Regionais deliberam por maioria de votos, em sessão pública, com a presença da maioria de seus membros. 1º No caso de impedimento e não existindo quorum, será o membro do Tribunal substituído por outro da mesma categoria, designado na forma prevista na Constituição. Suspeição de Membros dos TREs. Da mesma forma que para o TSE, a previsão legal de arguição de suspeição de algum Desembargador do TRE, do Procurador Regional, ou mesmo dos funcionários de sua secretaria, visa impedir eventuais decisões parciais em favor ou em desfavor de algum candidato ou partido. Atenção! Observem que, diferentemente do TSE, para os TREs o Código Eleitoral somente previu a hipótese de arguição de suspeição, em nada mencionou sobre a arguição de impedimento. O art. 28, 1º, do Código Eleitoral preleciona sobre impedimento para Membro do TRE, porém, diferentemente do previsto para o TSE no art. 20 (faculdade de qualquer interessado arguir a SUSPEIÇÃO e o IMPEDIMENTO dos Membros do TSE, Procurador-Geral e funcionários), o art. 28 previu que somente poderá ser arguida a SUSPEIÇÃO de Membro do TRE, não facultando a possibilidade de arguição de impedimento. Conforme o Código Eleitoral, em caso de impedimento, o membro do TRE será simplesmente substituído, não havendo a necessidade de
31 arguição de impedimento e a mesma proporção jurídica na hipótese do TSE. Já em caso de SUSPEIÇÃO de membro do TRE, cabe ARGUIÇÃO de suspeição e eventual recurso para o TSE. Repito o já relatado linhas atrás: O impedimento legal gera a presunção absoluta de parcialidade do Juiz (ex: um Juiz que seria parte no processo que ele mesmo julgaria). Já a simples suspeição gera presunção relativa de parcialidade, dependente de prova (ex: amigo íntimo ou inimigo mortal de alguma das partes do processo). As hipóteses de suspeição e impedimento estão previstas na Lei Civil e na Lei Penal (especialmente no Código de Processo Civil e no Código de Processo Penal), salvo quanto ao motivo de parcialidade partidária, que é prevista no art. 20 do Código Eleitoral. Então, pelo menos a parcialidade partidária é um dos motivos previstos diretamente na lei eleitoral para arguição de impedimento e suspeição. Ademais, referido dispositivo prevê que qualquer interessado poderá argüir a suspeição no TRE, mas não somente dos Membros do Tribunal, mas também poderá ser impugnada a imparcialidade também do Procurador Regional e de funcionários da Secretaria do Juízo Eleitoral. Ademais, no caso dos TREs, é prevista a hipótese de Recurso voluntário para o TSE em caso de não aceitação pelo TRE da arguição de suspeição do Desembargador, do Procurador Regional, ou de funcionários da sua Secretaria, assim como dos Juízes e escrivães eleitorais. Código Eleitoral Art º No caso de IMPEDIMENTO e não existindo quorum, será o membro do Tribunal substituído por outro da mesma categoria, designado na forma prevista na Constituição. 2º Perante o Tribunal Regional, e com recurso voluntário para o Tribunal Superior qualquer interessado poderá argüir a SUSPEIÇÃO dos seus membros, do Procurador Regional, ou de funcionários da sua Secretaria, assim como dos juízes e escrivães eleitorais, nos casos previstos na lei processual civil e por motivo de parcialidade partidária, mediante o processo previsto em regimento.
32 3º No caso previsto no parágrafo anterior será observado o disposto no parágrafo único do art. 20. Art. 20. Parágrafo único. Será ilegítima a suspeição quando o excipiente (quem propõe a exceção de suspeição) a provocar ou, depois de manifestada a causa, praticar ato que importe aceitação do argüido. Decisões dos TREs e Recursos. Lembrando: das decisões do TSE cabe algum recurso? Segundo o art. 121, 3º, da CF-88, são IRRECORRÍVEIS as decisões do TSE (como regra), salvo as que contrariarem a Constituição e as denegatórias de Habeas Corpus e de Mandando de Segurança. Contudo, em relação às decisões dos TREs, são também irrecorríveis? Igualmente às decisões do TSE, como regra, das decisões dos TREs NÃO cabem recursos! Então, a regra é que, das decisões do TSE e dos TREs NÃO CABEM RECURSOS! Somente caberá recurso de decisão do TRE nos seguintes casos, previstos no art. 121, 4º da CF-88, assim resumidos: 1. decisão proferida contra disposição expressa da Constituição ou de Lei; 2. quando ocorrer divergência na interpretação de lei entre 2 ou mais TREs o TSE funcionará como uniformizador das decisões dos TREs; 3. decisão que verse sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas federais ou estaduais - NÃO CABERÁ RECURSO para o TSE de decisão sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas MUNICIPAL! Pode ser pegadinha de prova! 4. decisão que anular diploma ou decretar a perda de mandatos eletivos federais e estaduais - NÃO CABERÁ RECURSO para o TSE de decisão que anular diploma ou
33 decretar a perda de mandato MUNICIPAL! Pode ser pegadinha de prova! 5. decisão que denegar: a. Habeas Corpus; b. Mandado de Segurança; c. Habeas Data; d. Mandado de Injunção. CF-88 Art º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando: I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei; II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais; III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais; IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais; V - denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeasdata" ou mandado de injunção.
34 Quadrinho para MEMORIZAÇÃO: Decisões dos Tribunais Eleitorais X RECURSOS TRIBUNAIS REGRA EXCEÇÃO (DECISÕES RECORRÍVEIS) TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS (TREs) NÃO CABEM RECURSOS das decisões do TSE (art. 121, 3º, da CF) NÃO CABEM RECURSOS das decisões dos TREs (art. 121, 4º, da CF) a) contrariarem a Constituição; b) denegatórias de HC e de MS. a. decisão proferida contra disposição expressa da Constituição ou de Lei; b. quando ocorrer divergência na interpretação de lei entre 2 ou mais TREs; c. decisão que verse sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas federais ou estaduais; - NÃO MUNICIPAL!; d. decisão que anular diploma ou decretar a perda de mandatos eletivos federais e estaduais - NÃO MUNICIPAL!; e. decisão que denegar: a. Habeas Corpus; b. Mandado de Segurança; c. Habeas Data; d. Mandado de Injunção. Obs: nesta aula estudamos a composição do TSE e dos TREs. Na próxima aula veremos as competências de cada um dos Tribunais Eleitorais. Agora vamos praticar um pouco...
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