CONSTRUÇÃO DE UMA CÂMARA DE UV E A INFLUÊNCIA DA RADIAÇÃO NA COLORAÇÃO DE MORANGOS DA REGIÃO DE BARBACENA, MG
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- Ágatha Amorim Machado
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1 CONSTRUÇÃO DE UMA CÂMARA DE UV E A INFLUÊNCIA DA RADIAÇÃO NA COLORAÇÃO DE MORANGOS DA REGIÃO DE BARBACENA, MG ISABELA NASCIMENTO¹, NATHÁLIA VIOL 2, MARCELO BERTOLIN 3, MARÍLIA SOUZA 4, PATRÍCIA BARRA 5. 1,2,3 Bolsistas - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Campus Barbacena. 4,5 Docentes - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Campus Barbacena. 1. Introdução Devido à sua cor, odor e sabor peculiares, o morango é uma fruta altamente apreciada pela população em geral, porém é considerado extremamente sensível ao clima, e perece facilmente, o que dificulta seu armazenamento em maiores prazos de tempo ( AZEVEDO, 2007, CARVALHO, 2013). Como são frutos sensíveis e perecíveis, os morangos sofrem diretamente com a putrefação, gerando modificações na textura, sabor, cor, massa e até mesmo nas propriedades químicas dos morangos, comprometendo assim a qualidade e tempo de vida do produto, que, muitas vezes, é inferior a uma semana. Portanto, novas descobertas podem possibilitar uma maior durabilidade na vida útil do produto, gerando lucro e incentivando cada vez mais os produtores. A conservação do morango ainda é tida como um desafio a ser vencido. Os métodos de conservação não têm sido eficientes para manter o padrão comercial dos frutos por um período superior a sete dias. Diversas pesquisas que utilizam o método de exposição à radiação UV-C estão sendo realizadas, com a finalidade de esterilizar a superfície de frutas recém-colhidas, sem causar mudanças indesejáveis na qualidade e, ao mesmo tempo, impedindo o crescimento microbiano. Os avanços realizados demonstram que tal tratamento é considerável para expandir a vida útil das frutas. O fator em questão é a dose de UV-C a ser utilizada, para que não ocorram efeitos indesejados. (GUEDES et.al., 2009) A colorimetria (medida da cor) está se tornando um fator essencial em análises laboratoriais e científicas nas indústrias. Na maioria dos casos, a cor é empregada na avaliação das características do produto, sendo um exemplo de sua qualidade. Alterações de cor podem indicar problemas no processo de produção, tais como contaminação ou degradação. Sua análise é feita a partir do sistema L, a*e b*, que
2 possui três dimensões, onde o eixo L corresponde ao brilho, e os eixos a* e b* indicam cromaticidade ou cor. O eixo a* refere-se ao vermelho na direção x positiva e verde na direção x negativa. O eixo b* refere-se ao amarelo na direção y positiva e azul na direção y negativa, e L está no eixo z e varia de 0 (preto) a 100 (branco). Uma vez que tal equipamento utiliza as cores primárias, todas as outras cores são também detectadas e mudanças nas coordenadas das cores correspondem a mudanças perceptíveis visualmente ( RAMSEY, 2016). Palavras chave: Radiação UV-C, Gênero Fragaria, Colorimetria. Categoria: Nível Médio (BIC-Jr), Ciências Agrárias e Ciências Ambientais. 2. Objetivos Geral Estudar a influência da radiação UV no processo de conservação pós-colheita de morangos da região de Barbacena. 2.1 Objetivos Específicos 1- Avaliar a influência da radiação na coloração dos morangos pós-colheita. 2- Construir uma câmara UV para o estudo da radiação UV sobre o perfil de colorimetria dos morangos pós-colheita. 3- Capacitar os alunos no desenvolvimento de pesquisas. 3. Materiais e Métodos O presente trabalho foi realizado nos Laboratórios de Química e de Físico-Química de Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, Campus Barbacena. Na execução do trabalho, utilizou-se de duas etapas. Na primeira etapa, fixou-se o tempo de exposição à radiação, o qual foi de seis horas, variando as cultivares de morangos (San Andreas e Camino Real) em dois sistemas de conservação com refrigeração e sem refrigeração: T1 (Frutos analisados imediatamente depois de colhidos); T2 (frutos mantidos em condições ambientais); T3 (sem radiação e mantidos sob refrigeração);t4 (expostos à radiação ultravioleta, por seis horas, e refrigeração); T5 (expostos à radiação ultravioleta, por seis horas, e mantidos em condições ambientais). Na segunda etapa, variou-se o tempo de exposição à radiação UV (de 0 a 3 horas), utilizando somente um cultivar (San Andreas) e um sistema de refrigeração, em um
3 período de 6 dias. Foram utilizados 8 tratamentos com quatro repetições, de modo que a parcela experimental constitui-se de quinze morangos, acondicionados nas bandejas. Todos os tratamentos foram submetidos à refrigeração, exceto o grupo controle, o tempo de exposição variou da seguinte forma: T3 (30 minutos); T4 (uma hora); T5 (uma hora e 30 minutos); T6 (duas horas); T7(duas horas e 30 minutos); T8 (três horas). Os frutos foram transportados em temperatura ambiente até o Laboratório de Físico- Química de Alimentos. Acondicionaram-se os frutos em bandejas plásticas (tipo PET), distribuindo 15 morangos em cada uma, recobrindo-as com filme plástico de PVC. Em seguida, foram submetidos à exposição de radiação UV. Após o tratamento com UV, as bandejas foram colocadas em dois ambientes: em bancadas sob condição de temperatura ambiental e em BOD, cuja temperatura era de 8ºC, por um período de 7 dias. O tratamento de radiação ultravioleta foi realizado na câmara de fluxo laminar, na primeira etapa, e na câmara UV construída, na segunda etapa. As análises do perfil colorimetria foram realizadas utilizando-se o colorímetro (Minolta CR 400, Minolta Corp., Osaka, Japão), usando-se o iluminante C e obtendose os valores de cor expressa como L, a* e b*, onde L (luminosidade), a* (avermelhamento) e b* (amarelamento). Os valores foram obtidos realizando-se três leituras em cada ponto, frontal e nas laterais. Os dados foram analisados estatisticamente para determinar a ocorrência de diferença relevante nos valores, utilizando-se o teste estatístico Teste Tuckey a nível de 5%. Realizou-se a construção da câmara de UV, feita com material compensado, na oficina do IF Sudeste - Campus Barbacena. As dimensões da caixa são: Largura: 75cm; Altura: 65cm; Profundidade: 50 cm. Na parte superior, foi acoplada uma lâmpada de UV germicida, com comprimento de onda de 254 nm. 4- Resultados e Discussões No experimento 1 para os parâmetros L*, a*e b* na variedade CR, houve diferença significativa a nível de 5% pelo teste de Tuckey entre os tratamentos, sendo expressiva a perda no valor de L em comparação com o tratamento controle, embora os tratamentos 2 e 5 não tenham diferido significativamente, o que pode indicar que, sob condição ambiente, a perda foi menos intensa do que nos tratamentos submetidos à radiação e refrigeração (T3 e T4). A perda de brilho também pôde ser
4 observada na variedade SA, em que todos os tratamentos se diferiram significativamente ao controle. O brilho tende a diminuir a partir do momento da colheita, o que foi verificado no decorrer das análises, em todos os tratamentos. Em relação ao tratamento CR, nos parâmetros a* e b* referente às cores vermelh a e amarela, respectivamente, após sete dias de armazenamento, verificou-se que os morangos submetidos à radiação e refrigeração (T4), bem como o tratamento com somente refrigeração (T3), mantiveram um valor estatisticamente igual em relação aos morangos analisados logo após a colheita (T1), indicando que a radiação e a refrigeração interferiram na manutenção da cor, o que poderia gerar uma possível maior aceitação por parte dos consumidores, uma vez que a cor dos frutos tratados se assemelhou a dos frutos frescos. No cultivar SA, observou-se uma diferença significativa entre todos os tratamentos, porém, ao se comparar o tratamento T1 com os tratamentos 3 e 4, verificou-se que os valores obtidos em ambos foram superiores ao valor do tratamento controle, destacando-se o tratamento com refrigeração. Em relação ao tratamento b*, foi possível observar novamente que os tratamentos 3 e 4 foram superiores aos demais tratamentos, se comparados com o controle. No experimento 2, os morangos analisados apresentavam um maior grau de maturação, se comparados ao tratamento anterior. A segunda parte do projeto se baseou em definir a quantidade ideal de radiação à qual os morangos deveriam ser expostos. Eles foram mantidos sob refrigeração durante sete dias. Analisando-se o parâmetro brilho dos frutos, verificou-se que não houve diferenças significativas em relação ao tratamento controle, o que indica que a radiação auxiliou positivamente na manutenção do brilho. Analisando-se os dados, observou-se que não houve diferenças significativas nos tratamentos, para os parâmetros L, a*e b*. Porém, analisando-se os valores dos tratamentos 2 e 5 (1hs:30min), é possível observar que tais tratamentos se aproximaram do valor encontrado no tratamento 1 (frutos recém-colhidos). Em razão de os morangos apresentarem um grau de maturação considerado superior ao de comercialização, não foi possível obter uma consistência de resultados, em razão ao objetivo, que era a análise do efeito do tempo de radiação, que no experimento se igualou ao tratamento somente com refrigeração, gerando assim uma abertura para novas análises.
5 5. Conclusão A radiação não foi tão efetiva no tratamento da cor. Dessa forma, mais análises serão necessárias, para obtenção de resultados mais consistentes e favoráveis ao objetivo do projeto. A construção da câmara UV possibilitou a realização dos experimentos, comprovando-se a sua utilização pelos produtores com o objetivo de reduzir as perdas pós-colheita. Este projeto capacitou os alunos no ambiente de pesquisa, trazendo novas possibilidades a eles. 6.Referencial Teórico 1. AZEVEDO,S.M.C. Estudo de Taxas de Respiração e de factores de qualidade na conservação de morango fresco(fragaria x ananassa Duch. Curso de Mestrado em Ciências do Consumo Alimentar. Universidade Aberta, Portugal, jan CARVALHO, S. F. de C. Produção, qualidade e conservação pós-colheita de frutas de diferentes cultivares de morangueiro nas condições edafoclimáticas de Pelotas-RS f. Dissertação (mestre em ciências )Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, GUEDES et. al. Andréa Madalena Maciel. Tecnologia de ultravioleta para preservação de alimentos. B.CEPPA, Curitiba v. 27, n. 1, p jan./jun RAMSEY, W. D. Compreensão e Controle de cor: Mantendo a Imagem de seus Produtos. Disponível em: < Acesso em: 23 ago Agradecimentos Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sudeste de Minas Gerais Campus Barbacena, pela oportunidade e a Fapemig, órgão patrocinador. Bolsista(s) ou voluntários(as) Isabela Cássia Maia do Nascimento Nathália Maria Sucasas Viol Marcelo Walgusto da Costa Orientador (a) Marília Maia de Souza C0-ORIENTADOR Patrícia Azevedo
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