Existência de Soluções Simétricas e Não-Simétricas para uma Classe de Equações de Schrödinger Semilineares

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Existência de Soluções Simétricas e Não-Simétricas para uma Classe de Equações de Schrödinger Semilineares"

Transcrição

1 Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Programa de Pós-Graduação em Matemática Curso de Mestrado em Matemática Existência de Soluções Simétricas e Não-Simétricas para uma Classe de Equações de Schrödinger Semilineares por Edjane Oliveira dos Santos sob a orientação do Prof. Dr. Uberlandio Batista Severo Dissertação apresentada ao Corpo Docente do Programa de Pós-Graduação em Matemática - CCEN - UFPB, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Matemática. Este trabalho contou com o apoio financeiro da Capes

2 Existência de Soluções Simétricas e Não-Simétricas para uma Classe de Equações de Schrödinger Semilineares por Edjane Oliveira dos Santos Dissertação apresentada ao corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Matemática - CCEN - UFPB, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Matemática. Área de Concentração: Análise. Aprovada por: Prof. Dr. Uberlandio Batista Severo - UFPB - Orientador Prof. Dr. Bruno Henrique Carvalho Ribeiro - UFPB - Examinador Prof. Dr. Marcelo Fernandes Furtado - UnB - Examinador Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências Exatas e da Natureza Programa de Pós-Graduação em Matemática Curso de Mestrado em Matemática Maio de 2011 ii

3 "Depois de escalar uma grande montanha, descobrimos apenas que há muitas outras montanhas para escalar." Marianne Williamson iii

4 Agradecimentos - A Deus acima de tudo, pois Ele supriu todas as minhas necessidades e me fez alcançar mais esta vitória. - Ao meu Orientador, Professor Uberlandio Batista Severo, pelos conselhos, incentivo e amizade dedicados durante todo o período em que me orientou.("para carregar peso, é preciso tirar os excessos"). - À minha família, pelo apoio e incentivo, sem os quais seria difícil enfrentar essa jornada e, em especial, a minha mãe, Merceis, pelo incentivo e amor dedicados durante esse período. - Aos professores da pós-graduação, que contribuiram de forma essencial para a minha formação, em especial, ao João Marcos e ao Cleto Brasileiro ("O conhecimento tem que está no sangue"). - Ao Programa de Pós-Graduação em Matemática da UFPB por ter me concedido a oportunidade de participar do mesmo. Agradeço também aos funcionários da Secretaria da PG-Mat pela atenção e cordialidade. - Aos amigos de hoje e sempre, Teófilo, Maité Kulesza ("pra ser matemático tem-se que ter alma de matemático"), Nivaldo, Adriano Régis, Rodrigo Lustosa que sempre me incentivaram a prosseguir academicamente. - Aos colegas de curso e amigos. Em especial, queria agradecer aos meus amigos Marco, Ana Karine (Iso) e Viviane pelos dias de estudo, incentivo e amizade e a Dani, Bruna, Jalman e Lili, pela convivência e paciência durante o mestrado. Sucesso a todos! - A todos aqueles que de forma direta ou indireta contribuiram para a realização deste trabalho e que lamentavelmente não me recordo neste momento. - Enfim, a Capes pelo apoio financeiro. iv

5 Resumo Neste trabalho, estabelecemos a existência de uma solução simétrica positiva, como também uma solução não-simétrica que muda de sinal, para o problema elíptico semilinear u + V (z)u = f(z, u), u H 1 ( ), onde N 4, V : R é um potencial não-negativo e f : R R é uma função contínua. Para obtermos os resultados, usamos o Teorema do Passo da Montanha, o Princípio de Criticalidade e resultados de compacidade. Palavras-Chave: Soluções simétricas e não-simétricas; Princípio de Criticalidade Simétrica; Teorema do Passo da Montanha. v

6 Abstract In this work, we establish the existence of a positive symmetric solution and a nonsymmetric solution which changes sing, for the semilinear elliptic problem u + V (z)u = f(z, u), u H 1 ( ), where N 4, V : R is a non-negative potential and f : R R is a continuous function. To achieve these results, we use the Mountain Pass Theorem, the Principle of Symmetric Criticality and compactness results. Keywords: Symmetric and nonsymmetric solutions; Principle of Symmetric Criticality; Mountain Pass Theorem. vi

7 Sumário Notações 2 Introdução 4 1 Resultados Preliminares Funções Radiais O Espaço Hrad 1 (RN ) Lema de Lions Compacidade nos Espaços de Lebesgue Princípio de Criticalidade Simétrica Potencial Constante e Não Linearidade do Tipo Potência Subcrítica Solução Radial Positiva Solução Não Radial que Muda de Sinal Potencial e Não Linearidade Parcialmente Periódicos e Radiais Resultados Preliminares Resultado Principal A Alguns Resultados Utilizados 40 B Regularidade de Funcionais 43 C Ações de Subgrupos de O(N) sobre H 1 ( ) 46 Referências Bibliográficas 50 1

8 Notações Neste trabalho, faremos uso da seguinte simbologia: B(y, r) denota a bola aberta de centro y e raio r; convergência fraca; indica imersão; f denota a derivada de Gâteaux e derivada de Fréchet da função f; denota a norma euclidiana; Hrad 1 (RN ) é o subespaço das funções radiais de H 1 ( );, denota o produto interno; c, C, C 0, C 1, C 2, C 3,... denotam constantes positivas (possivelmente diferentes); Ω denota a medida de Lebesgue de um subconjunto Ω em ; supp f denota o suporte da função f; O(N) é o grupo das transformações lineares ortogonais de em ; Ω é um domínio de ; p = p/(p 1) denota o expoente conjugado de p ; final da demonstração; q.t.p. quase todo ponto; 2

9 Notações 3 u + = max{u, 0} e u = max{ u, 0}; L p (Ω) é o espaço das funções mensuráveis u sobre Ω tais que 1 p < ; Ω u p dx <, W 1,p (Ω) é o espaço das funções u L p (Ω) tais que existem g 1, g 2,..., g N L p (Ω) satisfazendo u ϕ dx = g i ϕdx, ϕ C0 (Ω), i = 1,..., n com 1 p ; x i Ω Ω u p = ( Ω u p) 1 p denota a norma do espaço de Lebesgue L p (Ω); u p = ( Ω u p) 1 p norma do gradiente em W 1,p 0 (Ω) ; u = ( u u 2 2) 1/2 norma usual do espaço H 1 ( ); C(Ω) denota o espaço das funções contínuas em Ω; C 0 (Ω) são as funções contínuas de suporte compacto em Ω; C k (Ω), k 1 inteiro, denota o espaço das funções k vezes continuamente diferenciáveis sobre Ω; C (Ω) = k 1 Ck (Ω); C 0,α u(x) u(y) ( Ω) = {u C(Ω); sup < + } com 0 < α < 1; x,y Ω x y 2 C 1,α (Ω) = {u C 1 (Ω); D i u C 0,α (Ω) i, i 1}; p é o expoente crítico de Sobolev definido por p = Np N p se 1 p < N, se p N. 3

10 Introdução Nesta dissertação, estudamos a existência de uma solução simétrica positiva, como também de uma solução não-simétrica que muda de sinal, para o problema elíptico semilinear u + V (z)u = f(z, u), u H 1 ( ), (P ) onde N 4, V : R é um potencial contínuo não-negativo e f : R R é uma função contínua. Teremos, ainda, algumas hipóteses adicionais sobre as funçoes V e f ao longo deste trabalho. Ao abordar a Equação (P ), utilizamos métodos variacionais, ou seja, associamos a (P ) o funcional energia ϕ : E R definido por ϕ(u) = 1 ( u 2 + V (z)u 2 )dz F (z, u)dz, (1) 2 onde { } E = u H 1 ( ) : ( u 2 + V (z)u 2 )dz <. e almejamos encontrar pontos críticos para ϕ, os quais serão as soluções fracas de (P ). Equações do tipo (P ) estão relacionadas a muitos problemas da física-matemática. Por exemplo, as soluções de (P ) estão associadas à existência de soluções do tipo onda estacionária para equações de Schrödinger não-lineares da forma i ϕ t = ϕ + W (z)ϕ g( ϕ )ϕ, z RN, onde W : R é um potencial dado e g é uma função real conveniente. Entendemos por uma solução do tipo onda estacionária, uma função ϕ : R C do tipo ϕ(t, z) = e iet u(z) onde E R, u : R e t R (para mais detalhes, confira, por exemplo, Berestycki- Lions [4], Liu-Wang [11], Rabinowitz [15] e Strauss [19]). Se considerarmos o potencial V (z) 1 e f(z, u) = u p 2 u, 2 < p < 2, um resultado de existência para equação (P ) foi obtido por Strauss [19] (para N 2) e Bartsch-Willem [3] (para N = 4 ou N 6). 4

11 Introdução Nosso trabalho é constituído de três capítulos e três apêndices. No Capítulo 1, apresentamos o conceito de função radial sob um enfoque algébrico; introduzimos o espaço Hrad 1 (RN ) das funções radiais de H 1 ( ); apresentamos algumas definições importantes e estabelecemos alguns resultados de compacidade que foram utilizados no Capítulo 2. Por fim, apresentamos e demonstramos o Princípio da Criticalidade Simétrica de Palais. No Capítulo 2, apresentamos os resultados de existência para o problema (P ), segundo Bartsch-Willem [3], quando V (z) 1 e f(z, u) = u p 2 u, 2 < p < 2, ou seja, consideramos o problema: u + u = u p 2 u, u H 1 ( ). (P 1 ) No Capítulo 3, estabelecemos os resultados de existência para a equação (P ) obtidos por Lorca-Ubilla [12]. Mais precisamente, estudamos (P ) com as seguintes hipóteses na não-linearidade f e no potencial V : (V 0 ) inf z V (z) := b 0 > 0; (f 1 ) lim s 0 f(z, s) s = 0 uniformemente para z. (f 2 ) f(z, s) a 1 + a 2 s p para todo z e s R, onde a 1, a 2 > 0 e p ( 1, N+2 N 2). (f 3 ) Existe uma constante µ > 2 tal que 0 < µf (z, s) sf(z, s) para todo z e s 0, onde F (z, s) = s f(z, t)dt. 0 (f 4 ) f(z, s) = f(z, s) para todo s R e z. (f 5 ) Seja = 1 R 2M, onde N 1 0 e M 2. Existe T = (T 1,..., T N1 ) 1 onde T i 0 para i = 1,..., N 1, tal que para z = (x, y) 1 R 2M e para todo g O(2M), temos f(x 1,..., x i + T i,..., x N1, y, u) = f(x, g(y), u), V (x 1,..., x i + T i,..., x N1, y) = V (x, g(y)), com, i = 1,..., N 1, x = (x 1,..., x N1 ) e O(2M) é um grupo ortogonal em R 2M. Com base nas notações da hipótese (f 5 ), o principal resultado deste capítulo é o seguinte: 5

12 Introdução Teorema 0.1 Suponha que as hipóteses (V 0 ) (f 5 ) sejam satisfeitas e considere que N 4. Então, o problema (P ) tem duas soluções não-triviais em H 1 ( ). Uma solução é positiva em e radial na variável y. A outra solução muda de sinal e é não radial na variável y. Para provarmos o Teorema 0.1, associamos à equação (P ) o funcional energia ϕ dado em (1) que está bem definido em E e, mais ainda, é de classe C 1 (veja Apêndice B). Na prova da existência de uma solução não radial que muda de sinal, primeiro consideramos a involução τ definida em = 1 R M R M, com N 1 0, M 2, dada por τ(x, y 1, y 2 ) = (x, y 2, y 1 ). Em seguida, definimos a ação do grupo G 1 = {id, τ} sobre E por { gu(x, y 1, y 2 ) = u(x, y 1, y 2 ), se g = id u(τ 1 (x, y 1, y 2 )), se g = τ. Observamos que u = 0 é a única função em E O(2M) E G1, onde E O(2M) e E G1 representam os espaços dos pontos fixos das ações de O(2M) e G 1 sobre E respectivamente. Então, consideramos a ação do subgrupo G = O(M) O(M) sobre E e Ψ a restrição do funcional ϕ ao espaço de Hilbert W = E G1 E G com a norma de E. A idéia é obter, via Teorema do Passo da Montanha, um ponto crítico não trivial u 0 do funcional Ψ. Em seguida, usando o Princípio de Criticalidade Simétrica de Palais, que por (f 4 ) o funcional energia é invariante, concluimos que u 0 é um ponto crítico não-trivial de ϕ. A fim de obtermos uma solução radial em y e positiva, consideramos f(z, s) = 0 para s < 0 e o funcional ϕ restrito ao espaço E O(2M) ( ). Procedendo analogamente ao caso anterior, estabelecemos a existência de um ponto crítico não-trivial v de ϕ restrito a E O(2M) ( ). Pelo Príncipio de Criticalidade Simétrica, v é um ponto crítico de ϕ, o qual é radial na variável y. Assim, para todo v H 1 ( ), w vdz + V (z)wvdz f(z, w)vdz = 0. Tomando v = w, segue que w = w + 0. Aplicando o Princípio do Máximo Forte, concluímos que w > 0 em. No Apêndice A, temos alguns resultados utilizados ao longo dos Capítulos 1, 2 e 3. Nos Apêndices B e C, apresentamos alguns detalhes técnicos de fatos utilizados nos Capítulos 2 e 3, que estão divididos, respectivamente, por : Regularidade de Funcionais e Ações de Subgrupos de O(N) sobre o H 1 ( ). 6

13 Capítulo 1 Resultados Preliminares Neste capítulo, estabelecemos alguns resultados que são usados nesta dissertação. Mais precisamente, na Seção 1.1, definimos função radial sob um enfoque algébrico, com o objetivo de obtermos compacidade das imersões Hrad 1 (RN ) L p ( ) para 2 < p < 2. Usaremos este fato no Lema 2.5 para provarmos a condição de Palais-Smale para o funcional associado ao problema. Na Seção 1.2, introduzimos o espaço Hrad 1 (RN ) das funções radiais de H 1 ( ). A seguir, nas Seções 1.3 e 1.4, enunciamos e demonstramos um lema devido a Lions (Lema 1.5) e o Corolário de Strauss (Corolário 1.11), respectivamente. Finalmente, na Seção 1.5 apresentamos e demonstramos o Princípio da Criticalidade Simétrica. 1.1 Funções Radiais Antes de definirmos função radial, precisamos saber o conceito de conjunto radialmente simétrico. Um subconjunto Ω é dito radialmente simétrico se é mensurável e satisfaz a propriedade: se x 0 Ω e x = x 0 então x Ω. Uma bola, uma região anular e o são exemplos de conjuntos radialmente simétricos. Relembremos que uma transformação linear S : chama-se ortogonal quando sua representação matricial A com relação a base canônica de é uma matriz ortogonal, isto é, AA t = A t A = I, em que A t denota a matriz transposta de A e I é a matriz identidade de ordem N (veja [5]). Visto isto, definimos função radial sob um enfoque algébrico da seguinte maneira: 7

14 Capítulo O Espaço H 1 rad (RN ) Definição 1.1 (Forma Algébrica) Sejam Ω um conjunto radialmente simétrico e u L 1 loc (Ω). Dizemos que u é uma função radialmente simétrica se, para cada transformação linear ortogonal S :, a igualdade u(sx) = u(x) vale para quase todo x Ω. A forma algébrica pode ser naturalmente generalizada ao conceito de funções invariantes pela ação de um dado subgrupo do grupo O(N) (com operação de composição) de todas as transformações lineares ortogonais de (veja a Seção 1.4). 1.2 O Espaço H 1 rad (RN ) Ao utilizarmos métodos variacionais no estudo de equações diferenciais parciais, geralmente é necessário algum resultado de compacidade. Porém, nos problemas em, há uma perda de compacidade nas imersões de Sobolev e não conseguimos as limitações das sequências de Palais-Smale. A fim de contornarmos esse problema, vamos estudar o subespaço H 1 rad (RN ) de H 1 ( ). Definimos o espaço H 1 rad (RN ) por: H 1 rad( ) = {u H 1 ( ) : u(sx) = u(x), para todo S O(N)}. Mais adiante, trabalharemos com alguns subespaços convenientes de H 1 rad (RN ) e precisaremos de algumas propriedades que as funções destes subespaços herdam das funções H 1 rad (RN ). Sabemos que H 1 ( ), munido do produto interno u, v = ( u v + uv)dz, u, v H 1 ( ), é um espaço de Hilbert, cuja norma correspondente é [ ] 1 u = ( u 2 + u 2 2 )dz, u H 1 ( ). Teorema 1.2 H 1 rad (RN ) é um espaço de Hilbert. Prova. Como H 1 ( ) é Hilbert, basta mostrarmos que H 1 rad (RN ) é um subespaço vetorial fechado de H 1 ( ). Pela Definição 1.1, temos que 0 H 1 rad (RN ). Sejam u 1, u 2 H 1 rad (RN ), α R e S O(N). Temos que (u 1 + αu 2 )(Sx) = u 1 (Sx) + αu 2 (Sx) = u 1 (x) + αu 2 (x) = (u 1 + αu 2 )(x) q.t.p. em, o que mostra que u 1 + αu 2 H 1 rad (RN ). Então, H 1 rad (RN ) com a norma induzida por H 1 ( ) é um espaço vetorial normado. 8

15 Capítulo Lema de Lions Agora, nos resta mostar que H 1 rad (RN ) é fechado. De fato, seja (u n ) uma sequência em H 1 rad (RN ) tal que u n u em H 1 ( ). Basta mostrar que u é radial. Como H 1 ( ) está imerso continuamente em L 2 ( ), temos que (u n ) também converge para u em L 2 ( ). Passando a uma subsequência se necessário, podemos supor que u n (x) u(x) para quase todo x. Portanto, u(sx) = lim n u n (Sx) = lim n u n (x) = u(x) para quase todo x. Logo, u H 1 rad (RN ), o que mostra que H 1 rad (RN ) é fechado e isto finaliza a prova. 1.3 Lema de Lions Nesta seção, apresentamos a prova de um resultado, devido a P. L. Lions [4], que será essencial para estabelecermos a compacidade de algumas imersões de subespaços de H 1 ( ) nos espaços de Lebesgue. Primeiramente, começamos com um resultado técnico (veja também [13]). Lema 1.3 Dado r > 0, existe uma cobertura enumerável de por bolas abertas de raio r tal que cada ponto de está, no máximo, em 4 N bolas da cobertura. Prova. Escrevamos d = r 2 e ponhamos Q = {(k 1 d,..., k N d) : k 1,..., k N Z}. Consideremos a cobertura enumerável de constituída das bolas abertas B(q, r) com q Q. Dado y = (y 1,...y N ), sejam k 1,..., k N Z tais que y [ k 1 d, ( k 1 + 1)d]... [ k N d, ( k N + 1)d]. Dado q = (k 1 d,..., k N d) Q, se k j k j 2 para algum j {1,..., N}, então y q y j k j d y j k j d k j d k j d = ( k j k j )d 2d = r, de modo que, y B(q, r). De maneira análoga, se k j k j + 3, então y B(q, r). Portanto, se y B(q, r), então k j 1 k j k j + 2 para cada j {1,.., N}, de modo que existem, no máximo, 4 N bolas nas quais y possa estar. Na verdade, existe uma cobertura enumerável de por bolas abertas de raio r tal que cada ponto de está, no máximo, em N + 1 bolas da cobertura. Mas, o Lema acima é suficiente para nossos propósitos aqui. Uma cobertura como a do Lema 1.3 induz uma partição de. Vejamos o seguinte lema: 9

16 Capítulo Lema de Lions Lema 1.4 Seja (B(x, r)) x X uma cobertura de por bolas de mesmo raio r > 0 tal que cada ponto de esteja, no máximo, em K bolas da cobertura. Então, existe uma partição enumerável (P z ) z Z de, com Z enumerável, tal que (i) P z B(x, r) = P z ou P z B(x, r) = para cada x X e cada z Z. (ii) Para cada z Z, P z está contido, no máximo, em K bolas da cobertura. Prova. Para cada x X, seja X x = {x X : B x B x }\{x}, onde denotamos B(x, r) = B x para simplificarmos a notação. Para cada z, sejam C z X o subconjunto dos centros das bolas da cobertura as quais z pertence, Z z := X x C z x C z e definamos P z por P z = B x B x. x C z x Z z Agora, dados z 1, z 2, mostremos que P z1 = P z2 ou P z1 P z2 =. De fato, se existe z 0 P z1 P z2, então z 0 P z1 x C z1 B x. Logo C z1 C z0. Suponhamos, ao contrário, que C z0 C z1 e seja x C z0 \C z1. Temos que z 0 B x B x para x C z1, logo x Z z1. Então, z 0 P z1 = B y x C z1 x Z z1 B x, o que é uma contradição. Logo, C z1 = C z0. Consequentemente, Z z1 = Z z0, donde segue que P z1 = P z0. Analogamente, P z2 = P z0. Portanto, P z1 = P z2. Em virtude disso, a relação R definida por: z 1 Rz 2 se, e somente se P z1 P z2 é uma relação de equivalência em. Seja Z um conjunto formado por representantes distintos dois a dois das classes de equivalência determinadas pela relação. Então (P z ) z Z é uma partição de. Note que, pelo Teorema de Lindelof segue que podemos considerar Z enumerável. Observe também que para cada z Z, o conjunto P z é unicamente determinado por 10

17 Capítulo Lema de Lions C z, o conjunto dos centros das bolas da cobertura que contém z, isto é, se z 1, z 2 Z são distintos, então C z1 C z2. Como C z X e (C z ) K ( (C z ) é a quantidade de subconjuntos dos centros das bolas as quais z pertence) para cada z Z, concluímos que Z tem uma quantidade enumerável de elementos. Agora, sejam z Z e x X quaisquer. Como no começo da nossa demonstração, se x C z então P z B z ; em particular, P z B x = P z. Se x C z então P z B x =. De fato, se existisse z 0 P z B x, então teríamos P z = P z0 e C z = C z0, pois z 0 P z, e também teríamos x C z0 = C z, pois z 0 B x, o que é uma contradição. Isto prova (i). Pelo argumento acima, P z está contido em exatamente K bolas da cobertura, o que nos dá (ii) e finaliza a prova. Agora apresentamos e demonstramos um Lema de Lions: Lema 1.5 (P. L. Lions, 1984.) Sejam r > 0, 2 q < 2 e N 2. Se (u n ) é limitada em H 1 ( ) e se então u n 0 em L p ( ) para 2 < p < 2. sup u n q dz 0 quando n, y B(y,r) Prova. Sejam q < s < 2 e N 3 (o caso N = 2 é tratado de forma análoga). Pela desigualdade de Hölder, onde 0 < γ < 1 satisfaz u n L s (B(y,r)) u n 1 γ L q (B(y,r)) u n γ L 2 (B(y,r)), 1 γ q + γ 2 = 1 s. Pela imersão contínua de H 1 (B(y, r)) em L 2 (B(y, r)), obtemos Tomando [ γ/2 u n L s (B(y,r)) C u n 1 γ L q (B(y,r)) ( u n 2 + u n )dz] 2. B(y,r) s = 2 2 (2 q) + q (q, 2 ) temos que, γ = 2 e daí s u n s dz C 1 u n (1 γ)s L q (B(y,r)) B(y,r) B(y,r) ( u n 2 + u n 2 )dz. (1.1) Pelo Lema 1.3, existe uma cobertura enumerável (B(y m, r)) m N de tal que cada ponto de está, no máximo, em 4 N bolas da cobertura. Usando o Lema 1.4, existe uma partição (P k ) k N de tal que 11

18 Capítulo Compacidade nos Espaços de Lebesgue (i) P k B(y m, r) = P k ou P k B(y m, r) = para todos m, k N; (ii) Para cada k N, P k está contido, no máximo, em 4 N das bolas da cobertura. Logo, por (1.1) segue que u n s dz m=1 B(y m,r) u n s dz ( ) C 1 sup u n (1 γ)s L q (B(y,r)) ( u n 2 + u n 2 )dz y m=1 B(y m,r) ( ) = C 1 sup u n (1 γ)s L q (B(y,r)) ( u n 2 + u n 2 )dz y m=1 k=1 B(y m,r) P k ( ) C 1 sup u n (1 γ)s L q (B(y,r)) 4 N ( u n y R P 2 + u n 2 )dz N k = 4 N C 1 ( sup u (1 γ)s L q (B(y,r)) y C 2 sup y u n (1 γ)s L q (B(y,r)). k=1 ) ( u n 2 + u n 2 )dz Assim, u n 0 em L s ( ). Agora, vamos considerar os valores de p em (2, s) e em (s, 2 ). Suponhamos que 2 < p < s. O caso (s, 2 ) é tratado de modo análogo. Pela desigualdade de Hölder e Sobolev, temos que ( ) 1 u n p p dz u n 1 γ 1 2 u n γ 1 s onde ( C 2 u n H 1 ( )) 1 γ1 u n γ 1 s C u n γ 1 s. γ 1 = p 2 s s 2 p. Logo, u n 0 em L p ( ) para 2 < p < s, o que finaliza a prova do lema. 1.4 Compacidade nos Espaços de Lebesgue Nesta seção, nosso objetivo é demonstrar um resultado de compacidade (Teorema 1.9), que garante que a imersão de certos subespaços de H 1 ( ) é compacta nos espaços de Lebesgue. Como consequência, obtemos um lema devido a Strauss [19] (Lema 1.11). Antes disso, precisamos de algumas definições. 12

19 Capítulo Compacidade nos Espaços de Lebesgue Definição 1.6 (i) Sejam G um subgrupo de O(N), y e r > 0. Definimos m(y, r, G) := sup{n N : g 1,..., g n G : j k implica B(g j y, r) B(g k y, r) = } (ii) Um subconjunto Ω de é G-invariante se gω = Ω para todo g G. (iii) Um subconjunto G-invariante Ω de é compatível com G se, para algum r > 0, lim m(y, r, G) =. y dist(y,ω) r Note que, que se Ω = então a condição dist(y, Ω) r é dispensável. Por exemplo, G = O(2) é compatível com o R 2 pois à medida que o raio desta rotação cresce, o número de bolas disjuntas, como em (i), também cresce. Definição 1.7 (i) Uma ação de um grupo topológico 1 G sobre um espaço vetorial normado H é uma aplicação contínua G H H, as seguintes condições: (a) g : H H é linear (b) (gh)(u) = g(hu) (g, u) = gu satisfazendo Se (c) 1u = u. (d) gu = u para todo u H, a ação é dita isométrica. Definição 1.8 (i) Sejam G um subgrupo de O(N) e Ω um conjunto aberto G-invariante de. A ação de G sobre H0(Ω) 1 é definida por gu(x) := u(g 1 x). (1.2) Note que a definição acima faz sentido, pois se x Ω então g 1 x Ω. No Apêndice C, mostramos que, de fato, (1.2) é uma ação conforme a definição anterior. (ii) O subespaço das funções invariantes de H0(Ω) 1 é definido por H0,G(Ω) 1 := {u H0(Ω) 1 : gu = u, g G} Facilmente, temos que H0,G 1 (Ω) é um subespaço fechado de H1 0(Ω)(demonstração análoga ao Teorema 1.2). Logo, também é um espaço de Hilbert. 1 Um grupo topológico é um grupo munido de uma topologia de modo que a multiplicação e a inversão sejam ambas contínuas. 13

20 Capítulo Compacidade nos Espaços de Lebesgue Agora, vamos apresentar e demonstrar alguns resultados de compacidade que serão utilizados no Capítulo 2. Teorema 1.9 Se Ω é compatível com G, então as seguintes imersões são compactas H 1 0,G(Ω) L p (Ω), 2 < p < 2. Prova. Seja (u n ) em H0,G 1 (Ω) uma sequência limitada qualquer. Passando a uma subsequência, se necessário, podemos supor que u n u H0,G 1 (Ω). Note que, v n = u n u 0, logo basta mostrarmos que v n 0 em L p (Ω). Para cada n N, temos, usando o Teorema de Mudança de Variável, B(y,r) v n 2 dz = 1 m(y, r, G) m(y,r,g) j=1 B(g j y,r) v n 2 dz sup n N v n 2 2 m(y, r, G). (1.3) Como G é compatível com Ω, temos que m(y, r, G), quando y. Logo, pela desigualdade (1.3) segue que, para cada ε > 0, existe um R = R(ε) > 0 tal que v n 2 dz ε, para todo n N. (1.4) sup y R B(y,r) Pelo Teorema de Imersão de Rellich-Kondrachov (veja Teorema A.7 no apêndice A), temos também que B(0,R+r) v n 2 dz 0. Em particular, existe n 0 = n 0 (ε) N tal que v n 2 dz v n 2 dz ε, se y R e n n 0. (1.5) B(y,r) B(0,R+r) Combinando (1.4) e (1.5), obtemos v n 2 dz 0, quando n sup y B(y,r) e o resultado segue pelo Lema 1.5 (Lema de Lions). Corolário 1.10 Sejam N j N, N j 2, j = 1,..., k, k N j = N e j=1 Então, as seguintes imersões são compactas G := O(N 1 ) O(N 2 )... O(N k ). H 1 G( ) L p ( ), 2 < p < 2. 14

21 Capítulo Princípio de Criticalidade Simétrica Prova. Primeiramente, vamos mostrar que G = O(2) é compatível com o R 2. De fato, dados n N e r > 0, sejam x j = R ( cos ( j2π n ), sen ( j2π n )), R > 0 e g j : R 2 R 2 uma transformação linear ortogonal, mais precisamente, uma rotação que leva (R, 0) a x j, para j = 0, 1,..., n. Logo, ( x j+1 x j 2 = 2R [1 2 cos(j + 1) 2π ) ( ) ( j2π cos + sen(j + 1) 2π ) ( )] j2π sen n n n n ( )) 2π = 2R (1 2 cos, quando R. n Assim, para R > 0 suficientemente grande, temos que se y R, j 1, j 2 {1,..., n} e j 1 j 2, então x j1 x j2 2r, de modo que B(g j1 y, r) B(g j2 y, r) =. Logo, m(y, r, O(2)) n sempre que y R. De maneira análoga, mostraremos que G = O(M) é compatível com R M. Dado y R M com y R, consideremos uma circunferência de centro em 0 e passando por y. O grupo O(M) contém todas as rotações dessa circunferência. Logo, se R é suficientemente grande, então podemos obter g 1,..., g n O(M) tais que B(g j1 y, r) B(g j2 y, r) = sempre que j 1, j 2 {1,..., n} e j 1 j 2. Portanto, se y R então m(y, r, O(M)) n. No caso geral, dado y = (y 1,..., y k ) 1... k j {1,..., k} tal que y j R N j R. com y R k > 0, existe Pelo paragráfo anterior, temos que m(y j, r, O(N j )) n. Portanto, se y R k então m(y, r, O(N)) m(y j, r, O(N j )) n, o que completa a demonstração. Corolário 1.11 (Strauss, 1977) Seja N 2. Então, as seguintes imersões são compactas Hrad(R 1 N ) L p ( ), 2 < p < 2. Prova. Basta observarmos que, pela definição de função radial, Hrad 1 (RN ) = HO(N) 1 (RN ) e daí aplicamos o Corolário 1.10 com N 1 = N. 15

22 Capítulo Princípio de Criticalidade Simétrica 1.5 Princípio de Criticalidade Simétrica Antes de introduzirmos o Princípio da Criticalidade Simétrica, algumas definições são necessárias. Definição 1.12 Considere a ação de um grupo topológico G sobre um espaço vetorial normado H. (i) O espaço de pontos invariantes desta ação é o subespaço fechado de H definido por F ix(g) = {u H : gu = u, g G} (ii) Um conjunto A H é G-invariante se g(a) = A, g G. (iii) Um funcional J : H R é G-invariante se J g = J, g G. (iv) Uma aplicação f : H H é G-invariante se f g = g f, g G. Teorema 1.13 (Princípio de Criticalidade Simétrica) Assuma que a ação de um grupo topológico G sobre um espaço de Hilbert (H,, ) seja isométrica. Se I C 1 (H, R) é invariante e u é ponto crítico de I restrito a F ix(g), então u é um ponto crítico de I em H. Prova. Note que, para cada g G e u H, I (gu), v = lim t 0 I(gu + tv) I(gu) t I(g(u + tg 1 v)) I(gu) = lim, t 0 t e desde que I é invariante temos que I (gu), v = lim t 0 I(u + tg 1 v) I(u) t = I (u), g 1 v. (1.6) Pelo Teorema da Representação de Riesz, podemos definir I : H H por Portanto, I (u), v = I(u), v e I (u) = I(u) para todo v V. I (gu), v = I(gu), v e I (u), (g 1 v) = I(u), g 1 v para todo v V. Logo, por (1.6), segue que I(gu), v = I(u), g 1 v. (1.7) 16

23 Capítulo Princípio de Criticalidade Simétrica Note que I é invariante com relação a ação de grupo, isto é, g I = I g, g G. De fato, temos que I(u) + g 1 v 2 = I(u) I(u), g 1 v + g 1 v 2 e como a ação é isométrica I(u) + g 1 v 2 = I(u) I(u), g 1 v + v 2. (1.8) Além disso, também temos g I(u) + v 2 = g I(u) g I(u), v + gv 2, = I(u) g I(u), v + v 2. (1.9) Observando que g I(u) + v 2 = g I(u) + g(g 1 v) 2 = g( I(u)) + g 1 v 2 = I(u) + g 1 (v) 2, de (1.8) e (1.9) segue que I(u), g 1 v = g I(u), v. Por (1.7) donde segue que, I(gu), v = g I(u), v para todo v V, I(gu) = g I(u). (1.10) Agora, vamos provar que u é um ponto crítico de I restrito a F ix(g) em H. Como u F ix(g), g(u) = u, g G. Assim, por (1.10), temos que I(u) F ix(g). Como u é ponto crítico de I restrito a F ix(g), temos I(u), v = I (u), v = 0, para todo v F ix(g), o que implica I(u) F ix(g). Portanto, I(u) F ix(g) F ix(g), mostrando que I(u) = 0 em H, donde segue que u é ponto crítico de I em H. 17

24 Capítulo 2 Potencial Constante e Não Linearidade do Tipo Potência Subcrítica Neste capítulo, nosso objetivo é estabelecer a existência de uma solução radial positiva, bem como uma solução não radial que muda de sinal, para o problema elíptico (P ) apresentado na Introdução, quando V (z) 1 e f(z, u) = u p 2 u, 2 < p < 2. Mais precisamente, consideramos o problema u + u = u p 2 u, u H 1 ( ). (P 1 ) Entendemos por uma solução radial ou (radialmente simétrica), uma solução que esteja em Hrad 1 (RN ). Inicialmente, para a obtenção de uma solução radial positiva, podemos considerar N 2. Dizemos que u H 1 ( ) é uma solução fraca de (P 1 ) se ela satisfaz a igualdade ( u v + uv)dz = u p 2 uvdz para todo v H 1 ( ). Em um primeiro momento, como estamos interessados em soluções positivas, o funcional energia associado a (P 1 ) pode ser dado por ϕ(u) = 1 2 u 2 1 (u + ) p dz, (2.1) p o qual está bem definido e é de classe C 1 em H 1 ( ) (veja [21, pág. 9]). Além disso, sua derivada é dada por ϕ (u), v = ( u v + uv)dz (u + ) p 1 vdz para u, v H 1 ( ). (2.2) Observação 2.1 Notemos que se u é um ponto crítico do funcional ϕ, então u é uma solução fraca não negativa de (P 1 ). De fato, tomando v = u H 1 ( ) em (2.2), 18

25 Capítulo Solução Radial Positiva temos que [ (u + u ) ( u ) + (u + u )( u )]dz = (u + ) p 1 ( u )dz, de onde obtemos que u 2 = [ u 2 + (u ) 2 ]dz = 0, ou seja, u = 0. Logo, u = u + 0 e de (2.2) segue que u é uma solução fraca de (P 1 ). 2.1 Solução Radial Positiva Um dos principais resultados deste capítulo é o seguinte: Teorema 2.2 (Strauss [19]) Se N 2 e 2 < p < 2, então o problema (P 1 ) possui uma solução clássica radialmente simétrica e positiva. Para demonstrarmos este teorema, vamos estabelecer alguns lemas. Lema 2.3 Se u é solução fraca de (P 1 ), então u C 2,α loc (RN ), ou seja, toda solução fraca é uma solução clássica. Prova. Suponha que u H 1 ( ) satisfaça u = u p 2 u u em (no sentido fraco). Logo, se escrevermos ψ(x, s) := s p 2 s s segue que ψ(x, s) a(x)(1 + s ) para todo x e s R, onde a(x) := u(x) p 2 1. Agora, se K é um compacto, temos que u(x) p 2 1 N/2 dx C K + u(x) (p 2)N/2 dx <, K pois (p 2)N/2 < 2. Portanto, a(x) está em L N/2 loc (RN ) e aplicando o Teorema de Brézis- Kato (veja Teorema A.7 do Apêndice A), podemos concluir que u L p loc (RN ) para todo p 1. Usando o resultado de regularidade de Agmon, Douglas e Nirenberg (veja Teorema A.8 do Apêndice A), u W 2,p loc (RN ) para todo p 1. Assim, para p suficientemente grande segue, das imersões de Sobolev, que u C 0,α loc (RN ), o que implica que u p 2 u 1 também está em C 0,α loc (RN ). Finalmente, pela teoria de regularidade de Schauder (veja Teorema A.9 do Apêndice A), u C 2,α loc (RN ) e a prova está finalizada. 19 K

26 Capítulo Solução Radial Positiva Definição 2.4 Sejam X um espaço de Banach e J : X R um funcional de classe C 1 em X. Uma sequência (u n ) em X é dita de Palais-Smale no nível c R para J (sequência (P S) c para resumir), se J(u n ) c e J (u n ) 0. Dizemos que o funcional verifica a condição de Palais-Smale no nível c R (condição (P S) c para resumir) se toda sequência (P S) c para J possui uma subsequência convergente em X. O funcional J satisfaz a condição de Palais-Smale (condição (P S)) se satisfaz a condição (P S) c para todo c R. Neste ponto, vamos considerar a ação definida em (1.2) do grupo G = O(N) sobre H 1 ( ) e trabalhar com o funcional ϕ, definido em (2.1), restrito a H 1 rad (RN ). Vamos denotar Ψ = ϕ H 1 rad ( ). Lema 2.5 O funcional Ψ satisfaz a condição (P S). Prova. Sejam c R e (u n ) uma sequência (P S) c para Ψ. Para n suficientemente grande, temos Por outro lado, Ψ(u n ) 1 p Ψ (u n ), u n c u n. Ψ(u n ) 1 p Ψ (u n ), u n = 1 2 u n 2 1 (u + n ) p dz 1 p R p u n p ( N 1 = 2 1 ) u n 2, p de onde segue que c u n ( ) u n 2. p (u + n ) p dz Logo, (u n ) deve ser limitada em H 1 ( ). De fato, suponha que não seja. Então, a menos de subsequência, u n +. Dividindo a desigualdade anterior por u n 2, obtemos p c + 1 u n u n e fazendo n tem-se que 1/2 1/p 0, isto é, p 2, o que é uma contradição. Desde que H 1 rad (RN ) é um espaço de Hilbert, a menos de subsequência, u n u em H 1 rad (RN ). Pelo Corolário 1.11, u n u em L p ( ) para 2 < p < 2. Logo, a menos de subsequência, u n u q.t.p. em e existe h L p ( ) tal que u n h q.t.p. em. Daí, temos que u + n p 1 u n p 1 h p 1 L q ( ), 20

27 Capítulo Solução Radial Positiva onde q = p. Em seguida, notemos que p 1 u n u 2 = u n 2 2 ( u n u + u n u)dz + u 2 = Ψ (u n ), u n u Ψ (u), u n u + [(u + n ) p 1 (u + ) p 1 ](u n u)dz. Pela desigualdade de Hölder e usando o fato que (u + ) p 1 L q ( ), temos [(u + n ) p 1 (u + ) p 1 ](u n u)dz (u+ n ) p 1 (u + ) p 1 q u n u p Agora, desde que Ψ (u n ) 0 e (u n ) é limitada ( h p 1 q + (u + ) p 1 q ) u n u p 0 Ψ (u n ), u n u Ψ (u n ) u n u 0, Ademais, Ψ (u), u n u 0 pela convergência fraca u n u em H 1 rad (RN ). Portanto, u n u 0 e a prova está concluída. Prova do Teorema 2.2. Para obtermos um ponto crítico para Ψ, nosso intuito é aplicar o Teorema do Passo da Montanha (veja Teorema A.3 do Apêndice A). Para isto, falta apenas verificarmos que Ψ satisfaz a geometria do passo da montanha (condições (i) e (ii) do Teorema A.3). Como (u + ) p u p, segue que Ψ(u) = 1 2 u 2 1 p 1 2 u 2 1 p u p p (u + ) p dz Pela desigualdade de Sobolev, existe uma constante C 0 > 0 tal que Assim, de (2.3), obtemos u p C 0 u. (2.3) Ψ(u) 1 2 u 2 Cp 0 p u p = u 2 ( 1 2 C p u p 2 ). Se u = r então Ψ(u) r 2 ( 1 2 C p rp 2 ). 21

28 Capítulo Solução Não Radial que Muda de Sinal Logo, se r é suficientemente pequeno, temos que ρ := r 2 ( 1 2 C p rp 2 ) > 0. Portanto, inf u =r Ψ(u) ρ > 0. Agora, se u H1 rad (RN ), u + 0 e t > 0 então Ψ(tu) = 1 2 tu 2 1 p = t2 2 u 2 tp p u+ p p, (tu + ) p dz o que implica que Ψ(tu) < 0 para t suficientemente grande. Tomando e = tu, concluímos a prova da geometria do passo da montanha. Assim, pelo Teorema do Passo da Montanha, obtemos um ponto crítico não trivial u de Ψ. Como a ação de G = O(N) sobre H 1 ( ) é isométrica (caso análogo ao Exemplo 1 no Apêndice C), pelo Princípio de Criticalidade Simétrica, temos que u é um ponto crítico não trivial de ϕ. Pelo Lema 2.3 e pela Observação 2.1, u é uma solução clássica radial não-trivial e não-negativa de (P 1 ). Agora, mostremos que u(x) > 0 para todo x. Suponha, por contradição, que exista x 0 tal que u(x 0 ) = 0. Considere B(x 0, r) uma bola aberta arbitrária centrada em x 0. Desde que u + u 0 em B(x 0, r), devemos ter, pelo Princípio do Máximo Forte (veja Teorema A.5 do Apêndice A), u 0 em B(x 0, r). Como a bola é arbitrária, então u = 0, o que é um absurdo. Portanto, temos a positividade de u e a prova do teorema está completa. 2.2 Solução Não Radial que Muda de Sinal Nesta seção, vamos demonstrar um resultado (veja Bartsch-Willem [3]) que afirma que o problema (P 1 ) também tem solução não radial para N = 4 ou N 6. Note que, o caso N = 5 não é considerado, pois há uma limitação dos metódos utilizados por estes autores. Mais precisamente, temos o seguinte teorema: Teorema 2.6 (Bartsch-Willem, 1993) Se N = 4 ou N 6 e 2 < p < 2, então o problema (P 1 ) tem uma solução não radial clássica que muda de sinal. Prova. Aqui, vamos considerar o funcional ϕ dado por ϕ(u) = 1 2 u 2 1 u p dz, (2.4) p 22

29 Capítulo Solução Não Radial que Muda de Sinal o qual está bem definido, é de classe C 1 em H 1 ( ) e tem derivada dada por ϕ (u), v = ( u v + uv)dz u p 2 uvdz para u, v H 1 ( ). (2.5) Observemos que um ponto crítico de ϕ corresponde a uma solução fraca de (P 1 ). Se N = 4 ou N 6, então é possível encontrarmos m 2 tal que N 2m = 0 ou N 2m 2. Neste caso, vamos considerar a ação do subgrupo G = O(m) O(m) O(N 2m) sobre H 1 ( ) definida, como antes, por (gu)(x) = u(g 1 x). Se olharmos para como sendo o espaço R m R m 2m, podemos ver G como a classe das transformações ortogonais pelas quais cada uma das três parcelas é um subespaço invariante. As matrizes representando elementos de G são matrizes em que a diagonal principal contém três blocos de tamanho m, m e N 2m, respectivamente, e o restante das entradas é 0. Pelo Corolário 1.10, a imersão H 1 G( ) L p ( ), 2 < p < 2 é compacta. Relembremos que, HG 1 (RN ) é o subespaço de H 1 ( ) constituído pelas funções invariantes pela ação descrita acima. Agora, consideremos a transformação τ O(N), definida sobre = R m R m 2m, por τ(x 1, x 2, x 3 ) = (x 2, x 1, x 3 ) e a ação do subgrupo H = id, τ sobre H 1 G (RN ) definida por { (hu)(x) = u(x), se h = id u(h 1 x), se h = τ. (2.6) Note que esta ação está bem definida e é isométrica (veja o Exemplo 1 no Apêndice C). Observemos que W F ix H 1 G ( )(H) = {u H 1 G( ) : τu = u} {0}. Por exemplo, tomando ψ 1, ψ 2 C 0 ( 2m ) e radiais, e ψ 3 C 0 (R m ), não-negativa e radial, temos que ψ : R m R m 2m R definida por ψ(x 1, x 2, x 3 ) = log 1 + ψ 3(x 1 )ψ 1 (x 3 ) 1 + ψ 3 (x 2 )ψ 2 (x 3 ), (x 1, x 2, x 3 ) R m R m 2m 23

30 Capítulo Solução Não Radial que Muda de Sinal está em W. De fato, τψ(x 1, x 2, x 3 ) = ψ(τ 1 (x 1, x 2, x 3 )) = ψ(τ(x 1, x 2, x 3 )) = ψ(x 2, x 1, x 3 ) = log 1 + ψ 3(x 2 )ψ 2 (x 3 ) 1 + ψ 3 (x 1 )ψ 1 (x 3 ) = log 1 + ψ 3(x 1 )ψ 1 (x 3 ) 1 + ψ 3 (x 2 )ψ 2 (x 3 ) = ψ(x 1, x 2, x 3 ). Além disso, a única função radial em W é a função identicamente nula. Com efeito, se u 0 W é radial, então u 0 (x) = u 0 (τ 1 x) = u 0 (x) para quase todo ponto x, o que mostra que u 0 = 0. Como W é um subespaço fechado de H 1 G (RN ), as imersões W L p (R), 2 < p < 2 são também compactas. Como na prova do Teorema 2.2, o funcional Ψ satifaz a condição (P S) e possui a geometria do passo da montanha. Logo, pelo Teorema do Passo da Montanha, Ψ tem um ponto crítico não-trivial u W. Usando o Princípio de Criticalidade Simétrica, u é um ponto crítico de ϕ e, portanto, uma solução fraca não-trivial de (P 1 ). Do Lema 2.3, segue u é uma solução clássica não nula de (P 1 ) pertencente a W. Assim, u é não radial e, desde que u(x) = u(τ 1 x) temos que u muda de sinal, o que completa a demonstração. 24

31 Capítulo 3 Potencial e Não Linearidade Parcialmente Periódicos e Radiais Neste capítulo, baseados no trabalho de (Lorca-Ubilla [12]), vamos estabelecer a existência de uma solução simétrica positiva, bem como uma solução não simétrica, que muda de sinal, para o problema elíptico semilinear u + V (z)u = f(z, u), u H 1 ( ), (P ) onde N 4, V : R é um potencial contínuo não-negativo e f : R R é uma função contínua. Mais precisamente, as funções V e f satisfazem as seguintes hipóteses: (V 0 ) inf z V (z) := b 0 > 0; (f 1 ) lim s 0 f(z, s) s = 0 uniformemente para z. (f 2 ) Existem constantes a 1, a 2 > 0 tais que para todo z e s R; f(z, s) a 1 + a 2 s p com 1 < p < 2 1, (f 3 ) Existe uma constante µ > 2 tal que 0 < µf (z, s) sf(z, s) para todo z e s 0, onde F (z, s) = s f(z, t)dt. 0 (f 4 ) f(z, s) = f(z, s) para todo s R e z. (f 5 ) Seja = 1 R 2M, onde N 1 0 e M 2. Existe T = (T 1,..., T N1 ) 1 onde T i 0 para i = 1,..., N 1, tal que para z = (x, y) 1 R 2M e para todo g O(2M), temos f(x 1,..., x i + T i,..., x N1, y, u) = f(x, g(y), u), 25

32 Capítulo Resultados Preliminares V (x 1,..., x i + T i,..., x N1, y) = V (x, g(y)), com i = 1,..., N 1, x = (x 1,..., x N1 ) e O(2M) o grupo ortogonal em R 2M. Com base na notação da condição (f 5 ), o principal resultado deste capítulo é enunciado como segue: Teorema 3.1 Suponha que as hipóteses (V 0 ), (f 1 ) (f 5 ) sejam satisfeitas e considere que N 4. Então, o problema (P ) tem duas soluções não-triviais em H 1 ( ). Uma solução é positiva em e radial na variável y. A outra solução muda de sinal e é não-radial na variável y. No Capítulo 2, não pudemos considerar o caso em que a dimensão era N = 5, quando estávamos buscando a existência de solução não radiais. Neste capítulo, mostraremos que é possível encontrarmos soluções não-simétricas para o problema (P ) para todo N 4. O argumento aqui nos permite considerar o caso N = 5, pois buscamos soluções que são não-simétricas na variável y R 2M. 3.1 Resultados Preliminares O funcional de Euler-Lagrange ϕ : E R associado a (P ) pode ser definido por ϕ(u) = 1 ( u 2 + V (z)u 2 )dz F (z, u)dz, 2 onde { } E = u H 1 ( ) : V (z)u 2 dz <. O espaço E acima, munido com o produto interno e a correspondente norma dados, respectivamente, por u, v E = ( u v + V (z)uv)dz e u 2 E = ( u 2 + V (z)u 2 )dz é um espaço de Hilbert (veja teorema abaixo). limitado, temos que E coincide com o H 1 ( ). Teorema 3.2 O espaço (E, E ) é de Banach. Note que quando o potencial V (z) é Prova. É imediato concluir que E é um espaço vetorial normado com a norma E. Vamos verificar que E é completo. Seja (u n ) E uma sequência de Cauchy. Portanto, u n u m 2 E = u n u m (V (z) 1 2 un ) (V (z) 1 2 um ) 2 2 0, m, n. 26

33 Capítulo Resultados Preliminares Assim, (u n ) é de Cauchy em H 1 ( ) e {V (z) 1 2 u n } é de Cauchy em L 2 ( ). Logo, existem u H 1 ( ) e v L 2 ( ) verificando u n u em H 1 ( ) e V (z) 1 2 u n v em L 2 ( ). Como H 1 ( ) L 2 ( ) continuamente, temos que u n u em L 2 ( ) e daí, a menos de subsequência, u n u q.t.p. em. Por outro lado, V (z) 1 2 un v q.t.p. em, e com isso, v = V (z) 1 2 u, mostrando que V (z)u 2 dz <, ou seja, u E. Assim, segue que (u n ) converge para u em E, verificando que E é um espaço de Banach. Observemos que pela hipótese (V 0 ), u 2 = u u 2 2 u V (z) u 2 2 b 0 min{1, 1/b 0 } u 2 E, o que implica que E está imerso continuamente em H 1 ( ) e portanto em L p ( ) para 2 p 2. Além disso, o funcional ϕ está bem definido em E e, mais ainda, é de classe C 1 em E (veja o Apêndice B). Para obtermos uma sequência de Palais-Smale para o funcional ϕ, vamos usar a seguinte versão do Teorema do Passo da Montanha (veja [21]), que não requer a condição de Palais-Smale. Apesar desta versão não garantir ponto crítico, ela garante uma sequência (P S) no nível do passo da montanha. Teorema 3.3 Sejam H um espaço de Hilbert, ψ C 1 (H, R), e H e r > 0 tais que e > r e inf ψ(u) > ψ(0) ψ(e). u =r Então, existe uma sequência (u n ) tal que ψ(u n ) c e ψ (u n ) 0 onde c = inf max Ψ(γ(t)) > 0 e Γ = {γ : [0, 1] H : γ(0) = 0, γ(1) = e}. γ Γ t [0,1] Os lemas a seguir são essenciais para obtermos um resultado de compacidade relacionado ao problema (P ). 27

34 Capítulo Resultados Preliminares Lema 3.4 Seja {A j } j N uma sequência de conjuntos abertos de 1 (a) 1 = j N Ā j e A i A j = se i j; (b) Existe uma constante C 0 > 0 tal que, para todo j N, tais que u L 2 (A j ) C 0 u H 1 (A j ), para todo u H 1 (A j ). Seja (u n ) uma sequência limitada de H 1 ( ). Se sup u n q dz 0, q [2, 2 ) fixo, j N A j R 2M então u n 0 em L p ( ) para todo 2 < p < 2. Prova. Sejam u H 1 ( ) e q < s < 2, onde s = (1 λ)q + λ2 com 0 < λ < 1. Pela desigualdade de Hölder u n s L s (A j R 2M ) u n q(1 λ) L q (A j R 2M ) u n 2 λ L 2 (A j R 2M ). Agora, usando a desigualdade de Sobolev, obtemos u n s L s (A j R 2M ) C2 λ 0 u n q(1 λ) L q (A j R 2M ) [ A j R 2M (u 2 n + u n 2 )dz Escolhendo λ = 2, temos 2 u n s dz C0 u 2 n 2q N L q (A j (u 2 R 2M ) n + u n 2 )dz. A j R 2M A j R 2M ] 2 λ 2. Desde que j N A j = 1, tomando o supremo, usando o fato que (u n ) é limitada, segue que 1 R 2M u n s dz C 2 0 [ sup j N A j R 2M u n q dz ] 2 N, o que mostra que u n 0 em L s ( 1 R 2M ). Argumentando como na parte final da prova do Lema 1.5, usando a desigualdade de Hölder e as imersões de Sobolev, u n 0 em L p ( ) para todo p (2, 2 ). Agora, vamos fazer algumas definições semelhantes às da Seção 1.4. Definição 3.5 (i) Seja G um subgrupo de O(2M). Dizemos que R 2M é compatível com G se, para algum r > 0, lim y m(y, r, G) = +, onde m(y, r, G) = sup{n N : g 1,..., g n G : j k então B(g j (y), r) B(g k (y), r) = } n N 28

35 Capítulo Resultado Principal e B(g k (y), r) R 2M é uma bola de raio r e centro g k (y). (ii) Se R 2M por é compatível com G, consideramos a ação isométrica de G sobre E dada (gu)(x, y) = u(x, g 1 y), (x, y) 1 R 2M e g G. (iii) Denotamos por E G o subespaço das funções invariantes pela ação definida sobre E, isto é, E G = {u E : gu = u, g G}. Temos o seguinte resultado de compacidade, que será essencial em nossos propósitos: Lema 3.6 Se R 2M é compatível com G, a imersão E G L p (Ω R 2M ) é compacta para todo domínio limitado Ω do 1 e todo p (2, 2 ). Prova. Suponha que u n 0 em E G e seja r um número dado pela Definição 3.5. Para todo n N, m(y, r, G) u 2 ndz = Ω B(y,r) m(y,r,g) i=1 Ω B(g i (y)) u 2 ndz Ω R 2M sup u n 2 2. n u 2 ndz Por esta desigualdade e desde que R 2M é compatível com G, dado ε > 0 existe R > 0 tal que sup u 2 ndz ε y >R Ω B(y,r) Pela imersão compacta de E em L 2 (Ω B(0, r + R)), u 2 ndz 0. Assim, obtemos sup y R Ω B(y,r) sup u 2 ndz 0. y R 2M Ω B(y,r) Pelo Lema 3.4, concluímos que u n 0 em L p (Ω R 2M ) para 2 < p < Resultado Principal Antes de proceder com na demonstração do Teorema 3.1, precisamos do seguinte lema que é uma consequência da condição (f 3 ). 29

36 Capítulo Resultado Principal Lema 3.7 Seja f : R R uma função contínua. Suponha que 0 < µf (x, t) tf(x, t), (3.1) para todo x e t 0, onde F (x, t) = t 0 f(x, s)ds. Se K RN é um compacto, então existe constante C > 0 tal que F (x, t) C t µ C, para todo t R e x K. A condição (3.1) é conhecida como a condição clássica de Ambrosetti-Rabinowitz. Prova. Por (3.1), para t > 1 e x K temos que 0 < µ t f(x, t) F (x, t), e integrando obtemos Logo, t 1 µ t z dz f(x, z) 1 F (x, z) dz. µ ln t ln F (x, t) ln F (x, 1). Assim, obtemos ln t µ ln[f (x, t)/f (x, 1)] e daí F (x, t) F (x, 1)t µ C 1 t µ para t > 1 e x K, (3.2) onde C 1 = min F (x, 1) > 0. Usando novamente (3.1), para t < 1 e x K, temos x K o que implica 1 t f(x, z) 1 F (x, z) dz t Portanto, como anteriormente, segue que f(x, t) F (x, t) µ t, µ dz, t < 1, x K. z F (x, t) F (x, 1) t µ C 2 t µ para t < 1 e x K. (3.3) onde C 2 = min x K F (x, 1) > 0. Agora, para t [ 1, 1] segue que C t µ C. Portanto, para t [ 1, 1] x K, F (x, t) 0 C t µ C. 30

37 Capítulo Resultado Principal Combinando (3.2), (3.3) e a desigualdade anterior, concluímos que para todo t R e x K. Prova do Teorema 3.1. F (x, t) C t µ C, Primeiro, vamos provar a existência de uma solução não radial que muda de sinal. Seja τ a involução definida em = 1 R M R M, com N 1 0, M 2, dada por τ(x, y 1, y 2 ) = (x, y 2, y 1 ). Definimos a ação do grupo G 1 = {id, τ} sobre E por { u(x, y 1, y 2 ), se g = id gu(x, y 1, y 2 ) = u(τ 1 (x, y 1, y 2 )), se g = τ. Note que, u = 0 é a única função em E O(2M) E G1. Com efeito, se u E O(2M) E G1, temos que u(x, y 1, y 2 ) = u(τ 1 (x, y 1, y 2 )) = u(x, y 1, y 2 ), isto é, u = 0. Então, consideremos a ação do subgrupo G = O(M) O(M) sobre E e Ψ a restrição do funcional ϕ, definido na seção anterior, ao espaço de Hilbert W = E G1 E G com a norma de E (note que a ação de G 1 sobre W está bem definida e é isométrica, conforme o Apêndice C). A idéia é obter, via Teorema do Passo da Montanha, um ponto crítico não trivial u 0 do funcional Ψ. Em seguida, usando o Princípio de Criticalidade Simétrica de Palais, poderemos concluir que u 0 é um ponto crítico não-trivial de ϕ. Pelas condições sobre f, vamos verificar que Ψ verifica as hipóteses do Teorema 3.3. Já temos que Ψ é de classe C 1 e mostremos que Ψ possui a geometria do passo da montanha. Primeiramente, por (f 1 ) e (f 2 ) temos que dado ɛ > 0 existe C ɛ > 0 tal que para todo z e s R. Consequentemente, f(z, s) ɛ s + C ɛ s p (3.4) F (z, s) ɛ 2 s 2 + C ɛ p + 1 s p+1 para todo z, s R. Logo, usando a imersão contínua de E em L 2 ( ) e em L p+1 ( ), temos Ψ(u) = 1 ( u 2 + V (z)u 2 )dz F (z, u)dz u 2 E ɛ 2 u 2 2 C ɛ p + 1 u p+1 ( 1 = 2 ɛ ) 2 C 1 u 2 E C 2 u p+1 E = u 2 E(C 3 u p 1 E ), 31

38 Capítulo Resultado Principal onde escolhemos ɛ > 0 de modo que C 3 := 1/2 ɛ/2 > 0. Se u E = ρ então e se ρ é suficientemente pequeno, temos que Portanto, Ψ(u) ρ 2 (C 3 ρ p+1 ) α := ρ 2 (C 3 ρ p+1 ) > 0. inf Ψ(u) α > 0. u =ρ Agora, consideremos ψ C 0 ( )\{0} satisfazendo supp(ψ) = B(1, 0) =: K e 0 ϕ(z) 1 para todo z B 1. Pelo Lema 3.7, existem C > 0 tal que, para todo s R e z K, tem-se F (z, s) C s µ C. Logo, para t > 0, obtemos Ψ(tψ) = 1 2 tψ 2 E F (z, tψ)dz R N = t2 2 ψ 2 E F (z, tψ)dz K t2 2 ψ 2 E Ct µ ψ µ dz + C dz K K = t2 2 ψ 2 E Ct µ ψ µ dz + C K K [ ψ = t 2 2 E Ct µ 2 ψ µ dz + C ] 2 t K, 2 com ψ 0. Portanto, lim t Ψ(tψ) =. Para t suficientemente grande, e := tψ satisfaz Ψ(e) < 0 e e E = t u E > ρ. Assim, usando o Teorema 3.3, existe uma sequência (u n ) em W tal que onde Ψ(u n ) c e Ψ (u n ) 0, c = inf max Ψ(γ(t)) > 0 e Γ = {γ : [0, 1] E : γ(0) = 0, γ(1) = e}. γ Γ t [0,1] Agora, fazemos a seguinte afirmação: Afirmação 1: A sequência (u n ) é limitada em W. 32 K

39 Capítulo Resultado Principal De fato, por (f 3 ) e para n suficientemente grande, temos c u n E Ψ(u n ) 1 µ Ψ (u n ), u n = 1 2 u n 2 E F (z, u n )dz 1 R µ u n 2 E + 1 f(z, u n )u n dz µ N R ( N 1 = 2 1 ) u n 2 E + 1 [f(z, u n )u n µf (z, u n )] dz µ µ R ( N ) u n 2 µ E. Se (u n ) não fosse limitada, a menos de subsequência, teríamos u n E. Dividindo a desigualdade anterior por u n 2 E, obteríamos c + 1 u n 2 E + 1 u n E µ, donde fazendo n chegaríamos a 1 1 0, ou seja, µ 2, o que é uma contradição. 2 µ Note que, toda sequência (P S) para Ψ é limitada. Nosso objetivo agora é mostrarmos que (u n ) não converge para zero em L p+1 ( ). Para isto, pelo fato de (u n ) ser limitada e da igualdade Ψ (u n ), u n = ( u n 2 + V (z)u 2 n)dz f(z, u n )u n dz, (3.5) temos a seguinte estimativa: u n 2 E f(z, u n )u n dz + C Ψ (u n ). Usando (3.4), dado ɛ > 0 obtemos u n 2 E ɛ u 2 n + C ɛ u n p+1 dz + C Ψ (u n ) Daí, ɛc 1 u n 2 E + C ɛ u n p+1 dz + C Ψ (u n ). (1 ɛc 1 ) u n 2 E C ε u n p+1 dz + C Ψ (u n ), o que implica que u n 2 E C 1 u n p+1 dz + C 2 Ψ (u n ). Agora, se (u n ) convergisse para zero L p+1 ( ) teríamos u n 2 E 0 pois Ψ (u n ) 0 e por (3.5) concluiríamos que f(z, u n )u n dz 0 e, consequentemente, por (f 3 ) F (z, u n )dz 0. Portanto, teríamos que Ψ(u n ) 0, o que é um absurdo, pois Ψ(u n ) c > 0. 33

UMA CONDIÇÃO NECESSÁRIA E SUFICIENTE PARA A EXISTÊNCIA DE SOLUÇÃO PARA UM PROBLEMA SEMILINEAR COM EXPOENTE CRÍTICO DE SOBOLEV

UMA CONDIÇÃO NECESSÁRIA E SUFICIENTE PARA A EXISTÊNCIA DE SOLUÇÃO PARA UM PROBLEMA SEMILINEAR COM EXPOENTE CRÍTICO DE SOBOLEV UMA CONDIÇÃO NECESSÁRIA E SUFICIENTE PARA A EXISTÊNCIA DE SOLUÇÃO PARA UM PROBLEMA SEMILINEAR COM EXPOENTE CRÍTICO DE SOBOLEV Alex Jenaro Becker, Mestrando, alexjenaro@gmail.com Bolsista CAPES/FAPERGS

Leia mais

uma classe de sistemas elipticos envolvendo o operador p-laplaciano em dominio nao limitado

uma classe de sistemas elipticos envolvendo o operador p-laplaciano em dominio nao limitado Seminário Brasileiro de Análise - SBA Instituto de Matemática e Estatatística - USP Edição N 0 68 Novembro 2008 uma classe de sistemas elipticos envolvendo o operador p-laplaciano em dominio nao limitado

Leia mais

Exp e Log. Roberto Imbuzeiro Oliveira. 21 de Fevereiro de 2014. 1 O que vamos ver 1. 2 Fatos preliminares sobre espaços métricos 2

Exp e Log. Roberto Imbuzeiro Oliveira. 21 de Fevereiro de 2014. 1 O que vamos ver 1. 2 Fatos preliminares sobre espaços métricos 2 Funções contínuas, equações diferenciais ordinárias, Exp e Log Roberto Imbuzeiro Oliveira 21 de Fevereiro de 214 Conteúdo 1 O que vamos ver 1 2 Fatos preliminares sobre espaços métricos 2 3 Existência

Leia mais

O Teorema da Função Inversa e da Função Implícita

O Teorema da Função Inversa e da Função Implícita Universidade Estadual de Maringá - Departamento de Matemática Cálculo Diferencial e Integral: um KIT de Sobrevivência c Publicação eletrônica do KIT http://www.dma.uem.br/kit O Teorema da Função Inversa

Leia mais

Exercícios Teóricos Resolvidos

Exercícios Teóricos Resolvidos Universidade Federal de Minas Gerais Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Exercícios Teóricos Resolvidos O propósito deste texto é tentar mostrar aos alunos várias maneiras de raciocinar

Leia mais

1 Propriedades das Funções Contínuas 2

1 Propriedades das Funções Contínuas 2 Propriedades das Funções Contínuas Prof. Doherty Andrade 2005 Sumário 1 Propriedades das Funções Contínuas 2 2 Continuidade 2 3 Propriedades 3 4 Continuidade Uniforme 9 5 Exercício 10 1 1 PROPRIEDADES

Leia mais

1 Base de um Espaço Vetorial

1 Base de um Espaço Vetorial Disciplina: Anéis e Corpos Professor: Fernando Torres Membros do grupo: Blas Melendez Caraballo (ra143857), Leonardo Soriani Alves (ra115465), Osmar Rogério Reis Severiano (ra134333) Ramon Códamo Braga

Leia mais

Exercícios resolvidos P2

Exercícios resolvidos P2 Exercícios resolvidos P Questão 1 Dena as funções seno hiperbólico e cosseno hiperbólico, respectivamente, por sinh(t) = et e t e cosh(t) = et + e t. (1) 1. Verique que estas funções satisfazem a seguinte

Leia mais

a 1 x 1 +... + a n x n = b,

a 1 x 1 +... + a n x n = b, Sistemas Lineares Equações Lineares Vários problemas nas áreas científica, tecnológica e econômica são modelados por sistemas de equações lineares e requerem a solução destes no menor tempo possível Definição

Leia mais

PARTE 2 FUNÇÕES VETORIAIS DE UMA VARIÁVEL REAL

PARTE 2 FUNÇÕES VETORIAIS DE UMA VARIÁVEL REAL PARTE FUNÇÕES VETORIAIS DE UMA VARIÁVEL REAL.1 Funções Vetoriais de Uma Variável Real Vamos agora tratar de um caso particular de funções vetoriais F : Dom(f R n R m, que são as funções vetoriais de uma

Leia mais

Disciplina: Introdução à Álgebra Linear

Disciplina: Introdução à Álgebra Linear Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte Campus: Mossoró Curso: Licenciatura Plena em Matemática Disciplina: Introdução à Álgebra Linear Prof.: Robson Pereira de Sousa

Leia mais

ESPAÇOS QUOCIENTES DANIEL SMANIA. [x] := {y X t.q. x y}.

ESPAÇOS QUOCIENTES DANIEL SMANIA. [x] := {y X t.q. x y}. ESPAÇOS QUOCIENTES DANIEL SMANIA 1. Relações de equivalência Seja uma relação de equivalência sobre um conjunto X, isto é, uma rel ção binária que satisfaz as seguintes propriedades i. (Prop. Reflexiva.)

Leia mais

Por que o quadrado de terminados em 5 e ta o fa cil? Ex.: 15²=225, 75²=5625,...

Por que o quadrado de terminados em 5 e ta o fa cil? Ex.: 15²=225, 75²=5625,... Por que o quadrado de terminados em 5 e ta o fa cil? Ex.: 15²=225, 75²=5625,... 0) O que veremos na aula de hoje? Um fato interessante Produtos notáveis Equação do 2º grau Como fazer a questão 5 da 3ª

Leia mais

O ESPAÇO NULO DE A: RESOLVENDO AX = 0 3.2

O ESPAÇO NULO DE A: RESOLVENDO AX = 0 3.2 3.2 O Espaço Nulo de A: Resolvendo Ax = 0 11 O ESPAÇO NULO DE A: RESOLVENDO AX = 0 3.2 Esta seção trata do espaço de soluções para Ax = 0. A matriz A pode ser quadrada ou retangular. Uma solução imediata

Leia mais

9. Derivadas de ordem superior

9. Derivadas de ordem superior 9. Derivadas de ordem superior Se uma função f for derivável, então f é chamada a derivada primeira de f (ou de ordem 1). Se a derivada de f eistir, então ela será chamada derivada segunda de f (ou de

Leia mais

Chapter 2. 2.1 Noções Preliminares

Chapter 2. 2.1 Noções Preliminares Chapter 2 Seqüências de Números Reais Na Análise os conceitos e resultados mais importantes se referem a limites, direto ou indiretamente. Daí, num primeiro momento, estudaremos os limites de seqüências

Leia mais

x0 = 1 x n = 3x n 1 x k x k 1 Quantas são as sequências com n letras, cada uma igual a a, b ou c, de modo que não há duas letras a seguidas?

x0 = 1 x n = 3x n 1 x k x k 1 Quantas são as sequências com n letras, cada uma igual a a, b ou c, de modo que não há duas letras a seguidas? Recorrências Muitas vezes não é possível resolver problemas de contagem diretamente combinando os princípios aditivo e multiplicativo. Para resolver esses problemas recorremos a outros recursos: as recursões

Leia mais

Dicas para a 6 a Lista de Álgebra 1 (Conteúdo: Homomorfismos de Grupos e Teorema do Isomorfismo para grupos) Professor: Igor Lima.

Dicas para a 6 a Lista de Álgebra 1 (Conteúdo: Homomorfismos de Grupos e Teorema do Isomorfismo para grupos) Professor: Igor Lima. Dicas para a 6 a Lista de Álgebra 1 (Conteúdo: Homomorfismos de Grupos e Teorema do Isomorfismo para grupos) Professor: Igor Lima. 1 /2013 Para calcular Hom(G 1,G 2 ) ou Aut(G) vocês vão precisar ter em

Leia mais

Matemática - UEL - 2010 - Compilada em 18 de Março de 2010. Prof. Ulysses Sodré Matemática Essencial: http://www.mat.uel.

Matemática - UEL - 2010 - Compilada em 18 de Março de 2010. Prof. Ulysses Sodré Matemática Essencial: http://www.mat.uel. Matemática Essencial Equações do Segundo grau Conteúdo Matemática - UEL - 2010 - Compilada em 18 de Março de 2010. Prof. Ulysses Sodré Matemática Essencial: http://www.mat.uel.br/matessencial/ 1 Introdução

Leia mais

objetivo Exercícios Meta da aula Pré-requisitos Aplicar o formalismo quântico estudado neste módulo à resolução de um conjunto de exercícios.

objetivo Exercícios Meta da aula Pré-requisitos Aplicar o formalismo quântico estudado neste módulo à resolução de um conjunto de exercícios. Exercícios A U L A 10 Meta da aula Aplicar o formalismo quântico estudado neste módulo à resolução de um conjunto de exercícios. objetivo aplicar os conhecimentos adquiridos nas Aulas 4 a 9 por meio da

Leia mais

Álgebra Linear. Mauri C. Nascimento Departamento de Matemática UNESP/Bauru. 19 de fevereiro de 2013

Álgebra Linear. Mauri C. Nascimento Departamento de Matemática UNESP/Bauru. 19 de fevereiro de 2013 Álgebra Linear Mauri C. Nascimento Departamento de Matemática UNESP/Bauru 19 de fevereiro de 2013 Sumário 1 Matrizes e Determinantes 3 1.1 Matrizes............................................ 3 1.2 Determinante

Leia mais

Definição. A expressão M(x,y) dx + N(x,y)dy é chamada de diferencial exata se existe uma função f(x,y) tal que f x (x,y)=m(x,y) e f y (x,y)=n(x,y).

Definição. A expressão M(x,y) dx + N(x,y)dy é chamada de diferencial exata se existe uma função f(x,y) tal que f x (x,y)=m(x,y) e f y (x,y)=n(x,y). PUCRS FACULDADE DE ATEÁTICA EQUAÇÕES DIFERENCIAIS PROF. LUIZ EDUARDO OURIQUE EQUAÇÔES EXATAS E FATOR INTEGRANTE Definição. A diferencial de uma função de duas variáveis f(x,) é definida por df = f x (x,)dx

Leia mais

Recordamos que Q M n n (R) diz-se ortogonal se Q T Q = I.

Recordamos que Q M n n (R) diz-se ortogonal se Q T Q = I. Diagonalização ortogonal de matrizes simétricas Detalhes sobre a Secção.3 dos Apontamentos das Aulas teóricas de Álgebra Linear Cursos: LMAC, MEBiom e MEFT (semestre, 0/0, Prof. Paulo Pinto) Recordamos

Leia mais

Espaços não reversíveis

Espaços não reversíveis {Nome da seção} Notas de aula Espaços não reversíveis Fernando Lucatelli Nunes UnB-UC/UP 1 Se X e Y são espaços topológicos quaisquer, o gráfico de uma função f : X Y é o conjunto G( f )={(x, f (x)) :

Leia mais

Åaxwell Mariano de Barros

Åaxwell Mariano de Barros ÍÒ Ú Ö Ö Ð ÓÅ Ö Ò Ó Ô ÖØ Ñ ÒØÓ Å Ø Ñ Ø ÒØÖÓ Ò Ü Ø Ì ÒÓÐÓ ÆÓØ ÙÐ ¹¼ ÐÙÐÓÎ ØÓÖ Ð ÓÑ ØÖ Ò Ð Ø Åaxwell Mariano de Barros ¾¼½½ ËÓÄÙ ¹ÅA ËÙÑ Ö Ó 1 Vetores no Espaço 2 1.1 Bases.........................................

Leia mais

A ideia de coordenatização (2/2)

A ideia de coordenatização (2/2) 8 a : aula (1h) 12/10/2010 a ideia de coordenatização (2/2) 8-1 Instituto Superior Técnico 2010/11 1 o semestre Álgebra Linear 1 o ano das Lics. em Engenharia Informática e de Computadores A ideia de coordenatização

Leia mais

Material Teórico - Módulo de Divisibilidade. MDC e MMC - Parte 1. Sexto Ano. Prof. Angelo Papa Neto

Material Teórico - Módulo de Divisibilidade. MDC e MMC - Parte 1. Sexto Ano. Prof. Angelo Papa Neto Material Teórico - Módulo de Divisibilidade MDC e MMC - Parte 1 Sexto Ano Prof. Angelo Papa Neto 1 Máximo divisor comum Nesta aula, definiremos e estudaremos métodos para calcular o máximo divisor comum

Leia mais

Somatórias e produtórias

Somatórias e produtórias Capítulo 8 Somatórias e produtórias 8. Introdução Muitas quantidades importantes em matemática são definidas como a soma de uma quantidade variável de parcelas também variáveis, por exemplo a soma + +

Leia mais

O Problema do Troco Principio da Casa dos Pombos. > Princípios de Contagem e Enumeração Computacional 0/48

O Problema do Troco Principio da Casa dos Pombos. > Princípios de Contagem e Enumeração Computacional 0/48 Conteúdo 1 Princípios de Contagem e Enumeração Computacional Permutações com Repetições Combinações com Repetições O Problema do Troco Principio da Casa dos Pombos > Princípios de Contagem e Enumeração

Leia mais

Notas de aula número 1: Otimização *

Notas de aula número 1: Otimização * UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL UFRGS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS DISCIPLINA: TEORIA MICROECONÔMICA II Primeiro Semestre/2001 Professor: Sabino da Silva Porto Júnior

Leia mais

5 Equacionando os problemas

5 Equacionando os problemas A UA UL LA Equacionando os problemas Introdução Nossa aula começará com um quebra- cabeça de mesa de bar - para você tentar resolver agora. Observe esta figura feita com palitos de fósforo. Mova de lugar

Leia mais

Universidade Estadual de Santa Cruz. Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas. Especialização em Matemática. Disciplina: Estruturas Algébricas

Universidade Estadual de Santa Cruz. Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas. Especialização em Matemática. Disciplina: Estruturas Algébricas 1 Universidade Estadual de Santa Cruz Departamento de Ciências Exatas e Tecnológicas Especialização em Matemática Disciplina: Estruturas Algébricas Profs.: Elisangela S. Farias e Sérgio Motta Operações

Leia mais

UM TEOREMA QUE PODE SER USADO NA

UM TEOREMA QUE PODE SER USADO NA UM TEOREMA QUE PODE SER USADO NA PERCOLAÇÃO Hemílio Fernandes Campos Coêlho Andrei Toom PIBIC-UFPE-CNPq A percolação é uma parte importante da teoria da probabilidade moderna que tem atraído muita atenção

Leia mais

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 6. O trabalho feito pela força para deslocar o corpo de a para b é dado por: = =

IBM1018 Física Básica II FFCLRP USP Prof. Antônio Roque Aula 6. O trabalho feito pela força para deslocar o corpo de a para b é dado por: = = Energia Potencial Elétrica Física I revisitada 1 Seja um corpo de massa m que se move em linha reta sob ação de uma força F que atua ao longo da linha. O trabalho feito pela força para deslocar o corpo

Leia mais

Lista 1 para a P2. Operações com subespaços

Lista 1 para a P2. Operações com subespaços Lista 1 para a P2 Observação 1: Estes exercícios são um complemento àqueles apresentados no livro. Eles foram elaborados com o objetivo de oferecer aos alunos exercícios de cunho mais teórico. Nós sugerimos

Leia mais

Monotonicidade, Simetria e Comportamento Global em EDPs Elípticas Semilineares

Monotonicidade, Simetria e Comportamento Global em EDPs Elípticas Semilineares Universidade Federal de Minas Gerais UFMG Instituto de Ciências Exatas ICEx Departamento de Matemática DMat Monotonicidade, Simetria e Comportamento Global em EDPs Elípticas Semilineares Fabrício Goecking

Leia mais

Sociedade Brasileira de Matemática Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional. n=1

Sociedade Brasileira de Matemática Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional. n=1 Sociedade Brasileira de Matemática Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional MA Números e Funções Reais Avaliação - GABARITO 3 de abril de 203. Determine se as afirmações a seguir são verdadeiras

Leia mais

Conceitos Fundamentais

Conceitos Fundamentais Capítulo 1 Conceitos Fundamentais Objetivos: No final do Capítulo o aluno deve saber: 1. distinguir o uso de vetores na Física e na Matemática; 2. resolver sistema lineares pelo método de Gauss-Jordan;

Leia mais

ESPAÇOS MUNIDOS DE PRODUTO INTERNO

ESPAÇOS MUNIDOS DE PRODUTO INTERNO ESPAÇOS MUNIDOS DE PRODUTO INTERNO Angelo Fernando Fiori 1 Bruna Larissa Cecco 2 Grazielli Vassoler 3 Resumo: O presente trabalho apresenta um estudo sobre os espaços vetoriais munidos de produto interno.

Leia mais

4.2 Produto Vetorial. Orientação sobre uma reta r

4.2 Produto Vetorial. Orientação sobre uma reta r 94 4. Produto Vetorial Dados dois vetores u e v no espaço, vamos definir um novo vetor, ortogonal a u e v, denotado por u v (ou u v, em outros textos) e denominado produto vetorial de u e v. Mas antes,

Leia mais

1 Módulo ou norma de um vetor

1 Módulo ou norma de um vetor Álgebra Linear I - Aula 3-2005.2 Roteiro 1 Módulo ou norma de um vetor A norma ou módulo do vetor ū = (u 1, u 2, u 3 ) de R 3 é ū = u 2 1 + u2 2 + u2 3. Geometricamente a fórmula significa que o módulo

Leia mais

APLICAÇÕES DA DERIVADA

APLICAÇÕES DA DERIVADA Notas de Aula: Aplicações das Derivadas APLICAÇÕES DA DERIVADA Vimos, na seção anterior, que a derivada de uma função pode ser interpretada como o coeficiente angular da reta tangente ao seu gráfico. Nesta,

Leia mais

¹CPTL/UFMS, Três Lagoas, MS,Brasil, oliveiralimarafael@hotmail.com. ²CPTL/UFMS, Três Lagoas, MS, Brasil.

¹CPTL/UFMS, Três Lagoas, MS,Brasil, oliveiralimarafael@hotmail.com. ²CPTL/UFMS, Três Lagoas, MS, Brasil. Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 36 INTRODUÇÃO A CRIPTOGRAFIA RSA Rafael Lima Oliveira¹, Prof. Dr. Fernando Pereira de Souza². ¹CPTL/UFMS, Três Lagoas,

Leia mais

Bases Matemáticas. Aula 2 Métodos de Demonstração. Rodrigo Hausen. v. 2013-7-31 1/15

Bases Matemáticas. Aula 2 Métodos de Demonstração. Rodrigo Hausen. v. 2013-7-31 1/15 Bases Matemáticas Aula 2 Métodos de Demonstração Rodrigo Hausen v. 2013-7-31 1/15 Como o Conhecimento Matemático é Organizado Definições Definição: um enunciado que descreve o significado de um termo.

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL - MATEMÁTICA PROJETO FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA ELEMENTAR

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL - MATEMÁTICA PROJETO FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA ELEMENTAR UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL - MATEMÁTICA PROJETO FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA ELEMENTAR Assuntos: Matrizes; Matrizes Especiais; Operações com Matrizes; Operações Elementares

Leia mais

Números Complexos. Capítulo 1. 1.1 Unidade Imaginária. 1.2 Números complexos. 1.3 O Plano Complexo

Números Complexos. Capítulo 1. 1.1 Unidade Imaginária. 1.2 Números complexos. 1.3 O Plano Complexo Capítulo 1 Números Complexos 11 Unidade Imaginária O fato da equação x 2 + 1 = 0 (11) não ser satisfeita por nenhum número real levou à denição dos números complexos Para solucionar (11) denimos a unidade

Leia mais

Uma lei que associa mais de um valor y a um valor x é uma relação, mas não uma função. O contrário é verdadeiro (isto é, toda função é uma relação).

Uma lei que associa mais de um valor y a um valor x é uma relação, mas não uma função. O contrário é verdadeiro (isto é, toda função é uma relação). 5. FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL 5.1. INTRODUÇÃO Devemos compreender função como uma lei que associa um valor x pertencente a um conjunto A a um único valor y pertencente a um conjunto B, ao que denotamos por

Leia mais

ficha 3 espaços lineares

ficha 3 espaços lineares Exercícios de Álgebra Linear ficha 3 espaços lineares Exercícios coligidos por Jorge Almeida e Lina Oliveira Departamento de Matemática, Instituto Superior Técnico 2 o semestre 2011/12 3 Notação Sendo

Leia mais

Capítulo 1. x > y ou x < y ou x = y

Capítulo 1. x > y ou x < y ou x = y Capítulo Funções, Plano Cartesiano e Gráfico de Função Ao iniciar o estudo de qualquer tipo de matemática não podemos provar tudo. Cada vez que introduzimos um novo conceito precisamos defini-lo em termos

Leia mais

Resolução de sistemas lineares

Resolução de sistemas lineares Resolução de sistemas lineares J M Martínez A Friedlander 1 Alguns exemplos Comecemos mostrando alguns exemplos de sistemas lineares: 3x + 2y = 5 x 2y = 1 (1) 045x 1 2x 2 + 6x 3 x 4 = 10 x 2 x 5 = 0 (2)

Leia mais

Notas sobre a Fórmula de Taylor e o estudo de extremos

Notas sobre a Fórmula de Taylor e o estudo de extremos Notas sobre a Fórmula de Taylor e o estudo de etremos O Teorema de Taylor estabelece que sob certas condições) uma função pode ser aproimada na proimidade de algum ponto dado) por um polinómio, de modo

Leia mais

Potenciação no Conjunto dos Números Inteiros - Z

Potenciação no Conjunto dos Números Inteiros - Z Rua Oto de Alencar nº 5-9, Maracanã/RJ - tel. 04-98/4-98 Potenciação no Conjunto dos Números Inteiros - Z Podemos epressar o produto de quatro fatores iguais a.... por meio de uma potência de base e epoente

Leia mais

Construção de tabelas verdades

Construção de tabelas verdades Construção de tabelas verdades Compreender a Lógica como instrumento da ciência e como estrutura formal do pensamento, conhecendo e compreendendo as operações com os principais conceitos proposicionais

Leia mais

E A D - S I S T E M A S L I N E A R E S INTRODUÇÃO

E A D - S I S T E M A S L I N E A R E S INTRODUÇÃO E A D - S I S T E M A S L I N E A R E S INTRODUÇÃO Dizemos que uma equação é linear, ou de primeiro grau, em certa incógnita, se o maior expoente desta variável for igual a um. Ela será quadrática, ou

Leia mais

Análise e Resolução da prova de Auditor Fiscal da Fazenda Estadual do Piauí Disciplina: Matemática Financeira Professor: Custódio Nascimento

Análise e Resolução da prova de Auditor Fiscal da Fazenda Estadual do Piauí Disciplina: Matemática Financeira Professor: Custódio Nascimento Análise e Resolução da prova de Auditor Fiscal da Fazenda Estadual do Piauí Disciplina: Professor: Custódio Nascimento 1- Análise da prova Neste artigo, faremos a análise das questões de cobradas na prova

Leia mais

Vetores. Definição geométrica de vetores

Vetores. Definição geométrica de vetores Vetores Várias grandezas físicas, tais como por exemplo comprimento, área, olume, tempo, massa e temperatura são completamente descritas uma ez que a magnitude (intensidade) é dada. Tais grandezas são

Leia mais

EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES DE 1º GRAU

EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES DE 1º GRAU 1 EQUAÇÕES E INEQUAÇÕES DE 1º GRAU Equação do 1º grau Chamamos de equação do 1º grau em uma incógnita x, a qualquer expressão matemática que pode ser escrita sob a forma: em que a e b são números reais,

Leia mais

Ondas Eletromagnéticas. E=0, 1 B=0, 2 E= B t, 3 E

Ondas Eletromagnéticas. E=0, 1 B=0, 2 E= B t, 3 E Ondas Eletromagnéticas. (a) Ondas Planas: - Tendo introduzido dinâmica no sistema, podemos nos perguntar se isto converte o campo eletromagnético de Maxwell em uma entidade com existência própria. Em outras

Leia mais

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS Terminologia e Definições Básicas No curso de cálculo você aprendeu que, dada uma função y f ( ), a derivada f '( ) d é também, ela mesma, uma função de e

Leia mais

Tópicos Matriciais Pedro Henrique O. Pantoja Natal / RN

Tópicos Matriciais Pedro Henrique O. Pantoja Natal / RN 1. Traço de Matrizes. Definição 1.1: O traço de uma matriz quadrada A a de ordem n é a soma dos elementos da diagonal principal. Em símbolos, TrA a a a a. Daqui em diante, A denotará uma matriz quadrada

Leia mais

Monografia sobre R ser um Domínio de Fatoração Única implicar que R[x] é um Domínio de Fatoração Única.

Monografia sobre R ser um Domínio de Fatoração Única implicar que R[x] é um Domínio de Fatoração Única. Universidade Estadual de Campinas Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica Departamento de Matemática Monografia sobre R ser um Domínio de Fatoração Única implicar que R[x] é um Domínio

Leia mais

A linguagem matemática

A linguagem matemática A linguagem matemática Ricardo Bianconi 1 o Semestre de 2002 1 Introdução O objetivo deste texto é tentar explicar a linguagem matemática e o raciocínio lógico por trás dos textos matemáticos. Isto não

Leia mais

Qual é Mesmo a Definição de Polígono Convexo?

Qual é Mesmo a Definição de Polígono Convexo? Qual é Mesmo a Definição de Polígono Convexo? Elon Lages Lima IMPA, Rio de Janeiro Quando pensamos num polígono convexo, imaginamos seus vértices todos apontando para fora, ou seja, que ele não possui

Leia mais

Departamento de Matemática - UEL - 2010. Ulysses Sodré. http://www.mat.uel.br/matessencial/ Arquivo: minimaxi.tex - Londrina-PR, 29 de Junho de 2010.

Departamento de Matemática - UEL - 2010. Ulysses Sodré. http://www.mat.uel.br/matessencial/ Arquivo: minimaxi.tex - Londrina-PR, 29 de Junho de 2010. Matemática Essencial Extremos de funções reais Departamento de Matemática - UEL - 2010 Conteúdo Ulysses Sodré http://www.mat.uel.br/matessencial/ Arquivo: minimaxi.tex - Londrina-PR, 29 de Junho de 2010.

Leia mais

Todos os exercícios sugeridos nesta apostila se referem ao volume 1. MATEMÁTICA I 1 FUNÇÃO DO 1º GRAU

Todos os exercícios sugeridos nesta apostila se referem ao volume 1. MATEMÁTICA I 1 FUNÇÃO DO 1º GRAU FUNÇÃO IDENTIDADE... FUNÇÃO LINEAR... FUNÇÃO AFIM... GRÁFICO DA FUNÇÃO DO º GRAU... IMAGEM... COEFICIENTES DA FUNÇÃO AFIM... ZERO DA FUNÇÃO AFIM... 8 FUNÇÕES CRESCENTES OU DECRESCENTES... 9 SINAL DE UMA

Leia mais

por séries de potências

por séries de potências Seção 23: Resolução de equações diferenciais por séries de potências Até este ponto, quando resolvemos equações diferenciais ordinárias, nosso objetivo foi sempre encontrar as soluções expressas por meio

Leia mais

CAMPOS CONSERVATIVOS NO PLANO

CAMPOS CONSERVATIVOS NO PLANO CAMPOS CONSERVATIVOS NO PLANO Ricardo Bianconi Primeiro Semestre de 2008 Revisado em Fevereiro de 2015 Resumo Relacionamos os conceitos de campos irrotacionais, campos conservativos e forma do domínio

Leia mais

CDI-II. Trabalho. Teorema Fundamental do Cálculo

CDI-II. Trabalho. Teorema Fundamental do Cálculo Instituto Superior Técnico Departamento de Matemática Secção de Álgebra e Análise Prof. Gabriel Pires CDI-II Trabalho. Teorema Fundamental do Cálculo 1 Trabalho. Potencial Escalar Uma das noções mais importantes

Leia mais

TEORIA DOS CONJUNTOS Símbolos

TEORIA DOS CONJUNTOS Símbolos 1 MATERIAL DE APOIO MATEMÁTICA Turmas 1º AS e 1º PD Profº Carlos Roberto da Silva A Matemática apresenta invenções tão sutis que poderão servir não só para satisfazer os curiosos como, também para auxiliar

Leia mais

Só Matemática O seu portal matemático http://www.somatematica.com.br FUNÇÕES

Só Matemática O seu portal matemático http://www.somatematica.com.br FUNÇÕES FUNÇÕES O conceito de função é um dos mais importantes em toda a matemática. O conceito básico de função é o seguinte: toda vez que temos dois conjuntos e algum tipo de associação entre eles, que faça

Leia mais

Métodos de Física Teórica II Prof. Henrique Boschi IF - UFRJ. 1º. semestre de 2010 Aula 2 Ref. Butkov, cap. 8, seção 8.2

Métodos de Física Teórica II Prof. Henrique Boschi IF - UFRJ. 1º. semestre de 2010 Aula 2 Ref. Butkov, cap. 8, seção 8.2 Métodos de Física Teórica II Prof. Henrique Boschi IF - UFRJ 1º. semestre de 2010 Aula 2 Ref. Butkov, cap. 8, seção 8.2 O Método de Separação de Variáveis A ideia central desse método é supor que a solução

Leia mais

Contagem I. Figura 1: Abrindo uma Porta.

Contagem I. Figura 1: Abrindo uma Porta. Polos Olímpicos de Treinamento Curso de Combinatória - Nível 2 Prof. Bruno Holanda Aula 4 Contagem I De quantos modos podemos nos vestir? Quantos números menores que 1000 possuem todos os algarismos pares?

Leia mais

Aplicações de Combinatória e Geometria na Teoria dos Números

Aplicações de Combinatória e Geometria na Teoria dos Números Aplicações de Combinatória e Geometria na Teoria dos Números Nesse artigo vamos discutir algumas abordagens diferentes na Teoria dos Números, no sentido de envolverem também outras grandes áreas, como

Leia mais

Breve referência à Teoria de Anéis. Álgebra (Curso de CC) Ano lectivo 2005/2006 191 / 204

Breve referência à Teoria de Anéis. Álgebra (Curso de CC) Ano lectivo 2005/2006 191 / 204 Breve referência à Teoria de Anéis Álgebra (Curso de CC) Ano lectivo 2005/2006 191 / 204 Anéis Há muitos conjuntos, como é o caso dos inteiros, dos inteiros módulo n ou dos números reais, que consideramos

Leia mais

O caso estacionário em uma dimensão

O caso estacionário em uma dimensão O caso estacionário em uma dimensão A U L A 6 Meta da aula Aplicar o formalismo quântico no caso de o potencial ser independente do tempo. objetivos verificar que, no caso de o potencial ser independente

Leia mais

Ivan Guilhon Mitoso Rocha. As grandezas fundamentais que serão adotadas por nós daqui em frente:

Ivan Guilhon Mitoso Rocha. As grandezas fundamentais que serão adotadas por nós daqui em frente: Rumo ao ITA Física Análise Dimensional Ivan Guilhon Mitoso Rocha A análise dimensional é um assunto básico que estuda as grandezas físicas em geral, com respeito a suas unidades de medida. Como as grandezas

Leia mais

Capítulo 5: Aplicações da Derivada

Capítulo 5: Aplicações da Derivada Instituto de Ciências Exatas - Departamento de Matemática Cálculo I Profª Maria Julieta Ventura Carvalho de Araujo Capítulo 5: Aplicações da Derivada 5- Acréscimos e Diferenciais - Acréscimos Seja y f

Leia mais

Análise de Arredondamento em Ponto Flutuante

Análise de Arredondamento em Ponto Flutuante Capítulo 2 Análise de Arredondamento em Ponto Flutuante 2.1 Introdução Neste capítulo, chamamos atenção para o fato de que o conjunto dos números representáveis em qualquer máquina é finito, e portanto

Leia mais

4. Curvas planas. T = κn, N = κt, B = 0.

4. Curvas planas. T = κn, N = κt, B = 0. 4. CURVAS PLANAS 35 4. Curvas planas Nesta secção veremos que no caso planar é possível refinar a definição de curvatura, de modo a dar-lhe uma interpretação geométrica interessante. Provaremos ainda o

Leia mais

Equações do primeiro grau

Equações do primeiro grau Módulo 1 Unidade 3 Equações do primeiro grau Para início de conversa... Você tem um telefone celular ou conhece alguém que tenha? Você sabia que o telefone celular é um dos meios de comunicação que mais

Leia mais

x 1 f(x) f(a) f (a) = lim x a

x 1 f(x) f(a) f (a) = lim x a Capítulo 27 Regras de L Hôpital 27. Formas indeterminadas Suponha que desejamos traçar o gráfico da função F () = 2. Embora F não esteja definida em =, para traçar o seu gráfico precisamos conhecer o comportamento

Leia mais

Análise Funcional. José Ferreira Alves. Março de 2002. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto Departamento de Matemática Pura

Análise Funcional. José Ferreira Alves. Março de 2002. Faculdade de Ciências da Universidade do Porto Departamento de Matemática Pura Análise Funcional José Ferreira Alves Março de 2002 Faculdade de Ciências da Universidade do Porto Departamento de Matemática Pura ii Introdução Estas notas foram elaboradas para a disciplina de Complementos

Leia mais

Logo, para estar entre os 1% mais caros, o preço do carro deve ser IGUAL OU SUPERIOR A:

Logo, para estar entre os 1% mais caros, o preço do carro deve ser IGUAL OU SUPERIOR A: MQI 00 ESTATÍSTICA PARA METROLOGIA - SEMESTRE 008.0 Teste 6/05/008 GABARITO PROBLEMA O preço de um certo carro usado é uma variável Normal com média R$ 5 mil e desvio padrão R$ 400,00. a) Você está interessado

Leia mais

Faculdade de Engenharia Optimização. Prof. Doutor Engº Jorge Nhambiu

Faculdade de Engenharia Optimização. Prof. Doutor Engº Jorge Nhambiu 1 Programação Não Linear Aula 25: Programação Não-Linear - Funções de Uma única variável Mínimo; Mínimo Global; Mínimo Local; Optimização Irrestrita; Condições Óptimas; Método da Bissecção; Método de Newton.

Leia mais

Aula 9 Plano tangente, diferencial e gradiente

Aula 9 Plano tangente, diferencial e gradiente MÓDULO 1 AULA 9 Aula 9 Plano tangente, diferencial e gradiente Objetivos Aprender o conceito de plano tangente ao gráfico de uma função diferenciável de duas variáveis. Conhecer a notação clássica para

Leia mais

Soluções de Questões de Matemática do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca CEFET/RJ

Soluções de Questões de Matemática do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca CEFET/RJ Soluções de Questões de Matemática do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca CEFET/RJ. Questão Sistemas de Numeração No sistema de numeração de base 2, o numeral mais simples de

Leia mais

Universidade Federal do Rio de Janeiro. As Fronteiras de Shilov e de Bishop

Universidade Federal do Rio de Janeiro. As Fronteiras de Shilov e de Bishop Universidade Federal do Rio de Janeiro Rafael Monteiro dos Santos As Fronteiras de Shilov e de Bishop Rio de Janeiro 2008 Rafael Monteiro dos Santos As Fronteiras de Shilov e de Bishop Dissertação de Mestrado

Leia mais

Aplicação do Método de Galerkin para Equações e Sistemas Elípticos

Aplicação do Método de Galerkin para Equações e Sistemas Elípticos Resumo Neste trabalho estudamos a eficiência do Método de Galerkin na resolução de problemas e sistemas Elípticos lineares, não-lineares, variacionias e não-variacionais. Abstract In this work we study

Leia mais

Bem, produto interno serve para determinar ângulos e distâncias entre vetores e é representado por produto interno de v com w).

Bem, produto interno serve para determinar ângulos e distâncias entre vetores e é representado por produto interno de v com w). Produto Interno INTRODUÇÃO Galera, vamos aprender agora as definições e as aplicações de Produto Interno. Essa matéria não é difícil, mas para ter segurança nela é necessário que o aluno tenha certa bagagem

Leia mais

MATEMÁTICA I AULA 07: TESTES PARA EXTREMOS LOCAIS, CONVEXIDADE, CONCAVIDADE E GRÁFICO TÓPICO 02: CONVEXIDADE, CONCAVIDADE E GRÁFICO Este tópico tem o objetivo de mostrar como a derivada pode ser usada

Leia mais

12. FUNÇÕES INJETORAS. FUNÇÕES SOBREJETORAS 12.1 FUNÇÕES INJETORAS. Definição

12. FUNÇÕES INJETORAS. FUNÇÕES SOBREJETORAS 12.1 FUNÇÕES INJETORAS. Definição 90 1. FUNÇÕES INJETORAS. FUNÇÕES SOBREJETORAS 1.1 FUNÇÕES INJETORAS Definição Dizemos que uma função f: A B é injetora quando para quaisquer elementos x 1 e x de A, f(x 1 ) = f(x ) implica x 1 = x. Em

Leia mais

Estruturas Discretas INF 1631

Estruturas Discretas INF 1631 Estruturas Discretas INF 1631 Thibaut Vidal Departamento de Informática, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Rua Marquês de São Vicente, 225 - Gávea, Rio de Janeiro - RJ, 22451-900, Brazil

Leia mais

Lista de Exercícios 4: Soluções Sequências e Indução Matemática

Lista de Exercícios 4: Soluções Sequências e Indução Matemática UFMG/ICEx/DCC DCC Matemática Discreta Lista de Exercícios : Soluções Sequências e Indução Matemática Ciências Exatas & Engenharias o Semestre de 05 O conjunto dos números racionais Q é enumerável, ou seja,

Leia mais

1. Extremos de uma função

1. Extremos de uma função Máximo e Mínimo de Funções de Várias Variáveis 1. Extremos de uma função Def: Máximo Absoluto, mínimo absoluto Seja f : D R R função (i) Dizemos que f assume um máximo absoluto (ou simplesmente um máximo)

Leia mais

Capítulo 2. Álgebra e imagens binárias. 2.1 Subconjuntos versus funções binárias

Capítulo 2. Álgebra e imagens binárias. 2.1 Subconjuntos versus funções binárias Capítulo 2 Álgebra e imagens binárias Em Análise de Imagens, os objetos mais simples que manipulamos são as imagens binárias. Estas imagens são representadas matematicamente por subconjuntos ou, de maneira

Leia mais

Um jogo de preencher casas

Um jogo de preencher casas Um jogo de preencher casas 12 de Janeiro de 2015 Resumo Objetivos principais da aula de hoje: resolver um jogo com a ajuda de problemas de divisibilidade. Descrevemos nestas notas um jogo que estudamos

Leia mais

QUADRADO MÁGICO - ORDEM 4

QUADRADO MÁGICO - ORDEM 4 CONCEITO Partindo da definição original, os QUADRADOS MÁGICOS devem satisfazer três condições: a) tabela ou matriz quadrada (número de igual ao número de ); b) domínio: com elementos assumindo valores

Leia mais

Polos Olímpicos de Treinamento. Aula 2. Curso de Teoria dos Números - Nível 2. Divisibilidade II. Prof. Samuel Feitosa

Polos Olímpicos de Treinamento. Aula 2. Curso de Teoria dos Números - Nível 2. Divisibilidade II. Prof. Samuel Feitosa Polos Olímpicos de Treinamento Curso de Teoria dos Números - Nível Prof. Samuel Feitosa Aula Divisibilidade II Definição 1. Dados dois inteiros a e b, com a 0, dizemos que a divide b ou que a é um divisor

Leia mais

GAAL - 2013/1 - Simulado - 1 Vetores e Produto Escalar

GAAL - 2013/1 - Simulado - 1 Vetores e Produto Escalar GAAL - 201/1 - Simulado - 1 Vetores e Produto Escalar SOLUÇÕES Exercício 1: Determinar os três vértices de um triângulo sabendo que os pontos médios de seus lados são M = (5, 0, 2), N = (, 1, ) e P = (4,

Leia mais

Notas de Cálculo Numérico

Notas de Cálculo Numérico Notas de Cálculo Numérico Túlio Carvalho 6 de novembro de 2002 2 Cálculo Numérico Capítulo 1 Elementos sobre erros numéricos Neste primeiro capítulo, vamos falar de uma limitação importante do cálculo

Leia mais