Seminário Rumo ao Desenvolvimento Sustentável Campina Grande, 08 de junho de 2017 Luciana Jaccoud IPEA
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1 Igualdade, desenvolvimento e proteção social Seminário Rumo ao Desenvolvimento Sustentável Campina Grande, 08 de junho de 2017 Luciana Jaccoud IPEA
2 Desigualdades em educação Avançamos : Ampliação da escolaridade obrigatória- 4 a 17 anos universalização do ensino fundamental melhoria no fluxo escolar dos estudantes aumento importante do acesso aos segundo grau e ao ensino superior a elevação da média educacional da população. redução da desigualdade entre sistemas de ensino Equalização dos valores custo/aluno por estado Fundef e Fundeb
3 Desigualdades em educação Melhoria na escolaridade dos estudantes brasileiros pouco afetou desigualdades de raça e de renda Diferenças expressivas entre alunos brancos e negros, que não têm diminuído ao longo dos anos: Na media nacional o aluno negro mantém, uma desvantagem equivalente a um ano de aprendizado, emb esteja cursando a mesma série que o aluno branco. Mesmo com condições socioeconômicas e em escolas semelhantes, estudantes brancos e negros têm resultados significativamente distintos. Diferenças expressivas entre alunos de distintas inserções socioeconômicas: Comparando os alunos do 1º quintil e do 5º quintil, as desigualdades no aprendizado pouco alteram as desigualdades de aprendizado entre estes quintis de renda Os quintil de menor renda apresentam médias muito semelhantes em todas as edições da Prova Brasil ao longo de todos estes anos ou seja, a desigualdade face aos mais ricos se ampliou! Fonte: Soares et al (2016), tendo por base edições da Prova Brasil entre 2005 a 2013 para os alunos de 5ª de 9ª serie nas escolas publicas.
4 O Novo Regime Fiscal Com a EC 95, os gastos primários do governo federal foram constitucionalmente congelados, instituindo uma regra que implica na redução do gasto publico face ao PIB e face ao numero de habitantes do Brasil! A EC 95 congela o gasto com a educação; anula a regra constitucional anterior (art 212 da CF) que obrigava de gastar um percentual fixo do da receita liquida de impostos com a educação (o efeito similar sobre a saúde anulando a EC 86 ) As projeções do IPEA são de perda acumulada: A EC 95 vai levar a redução da despesa obrigatória da União 18% da receita líquida de impostos (atual expressando a regra constitucional até 2016) para 13% em dez anos e para 10% em vinte anos.
5 Cobertura e reforma previdenciária Cobertura: 33,7 milhões de benefícios: 19, 7 RGPS urbano 9,4 RGPS rural 4,5 BPC 87% de idosos com 65 anos ou + recebendo benefícios previdenciários ou assistenciais. Alto impacto da previdência geral RGPS urbano e rural- e do BPC na redução da desigualdade de renda. Arranjo institucional casando benefícios contributivos, semi-contributiovos e não contributivos Resposta a três problemas modelo que dialogue com as principais características do MT urbano e do MT rural; presença do Estado para garantir financiamento financiamento suplementar para os segmentos com pouca capacidade contributivo, em especial rurais; Responsabilidade pública prioritária por meio de um regime de contribuição obrigatório operando em regime de solidariedade entre grupos de alta e baixa capacidade contributiva. Desafios trazidos pela atual proposta de reforma previdenciária
6 Proposta de aumento do tempo mínimo de contribuição Cerca de 1/3 (35%) dos trabalhadores que se aposentaram em 2014 não se aposentariam com as regras que estão sendo propostas pelo governo. homens -26,6%. mulheres 56% (44% ainda que trabalhassem.mais 5 anos) Fonte: micro-dados das concessões das aposentadorias no ano de 2014 baixo tempo de contribuição é caracteriristica de segmentos específicos do mercado de trabalho: baixa produtividades, baixa escolaridade, alta rotatividade e tempo de desocupação. A regra de 25 anos será difícil de ser cumprida pelos trabalhadores com trajetória profissional marcada pela precariedade.
7 Proposta de extinção do regime especial de previdência rural Fim da contribuição por percentual da produção. Exigência de contribuição individual do trabalhador rural segurado especial. Previsão de exclusão previdenciária de 60 a 80% do trabalhador rural em economia familiar.
8 Benefícios previdenciários e assistenciais nos municípios, por faixa populacional e tipo de benefício Brasil 2016 Faixa de População Benefícios Previdenciários Benefícios Assistenciais 2 Urbano -qtde % Rural - qtde % Qtde % Qtde total de benefícios Até 20 mil hab ,00 28% ,00 61% ,00 11% De 20 a 50 mil hab ,00 36% ,00 50% ,00 13% De 50 a 100 mil hab ,00 50% ,00 36% ,00 15% De 100 a 500 mil hab ,00 73% ,00 13% ,00 14% Acima de 500 mil hab ,00 83% ,00 3% ,00 14% Total Geral ,00 59% ,00 28% ,00 13% Fonte: SINTESE/DATAPREV para benefícios previdenciários ( extração especial solicitada à Secretaria de Previdência/MF em abril de 2017 (para benefícios assistenciais); STN (transferências constitucionais); IBGE (população). Elaboração: DISOC/IPEA
9 Benefícios previdenciários e assistenciais nos municípios, por faixa populacional e tipo de benefício Nordeste 2016 Faixa de Benefícios Previdenciários Benefícios Assistenciais 2 Qtde total de População Urbano -qtde % Rural - qtde % Qtde % benefícios Até 20 mil hab ,00 12% ,00 75% ,00 13% De 20 a 50 mil hab ,00 16% ,00 69% ,00 15% De 50 a 100 mil hab ,00 26% ,00 56% ,00 18% De 100 a 500 mil hab ,00 45% ,00 30% ,00 25% Acima de 500 mil hab ,00 70% ,00 7% ,00 22% Total Geral ,00 32% ,00 50% ,00 18% Fonte: SINTESE/DATAPREV para benefícios previdenciários ( extração especial solicitada à Secretaria de Previdência/MF em abril de 2017 (para benefícios assistenciais); STN (transferências constitucionais); IBGE (população). Elaboração: DISOC/IPEA 1 Não inclui a previdência do setor público - RPPS.
10 Relação entre a despesa com benefícios previdenciários e assistenciais e as transferências do FPM nos municípios, por região Brasil 2016 Região Benefícios Previdenciários Benefícios Assistenciais Benefícios Totais (a) / FPM (b) / FPM (c=a+b)/ FPM CENTRO-OESTE 3,79 0,68 4,47 NORDESTE 3,22 0,61 3,83 NORTE 2,36 0,67 3,03 SUDESTE 9,09 0,66 9,75 SUL 5,91 0,36 6,27 Total Geral 5,48 0,59 6,07 Fonte: SINTESE/DATAPREV para benefícios previdenciários ( extração especial solicitada à Secretaria de Previdência/MF em abril de 2017 (para benefícios assistenciais); STN (transferências constitucionais); IBGE (população). Elaboração: DISOC/IPEA 1 Não inclui a previdência do setor público - RPPS.
11 Relação entre a despesa com benefícios previdenciários e assistenciais nos municípios e as transferências do FPM, por UF Nordeste 2016 UF Benefícios Previdenciários / FPM (a) BPC / FPM (b) Benefícios Totais / FPM (c) AL 2,59 0,62 3,22 BA 3,33 0,60 3,94 CE 3,65 0,68 4,33 MA 2,89 0,64 3,53 PB 2,74 0,46 3,19 PE 3,93 0,82 4,75 PI 2,81 0,38 3,18 RN 2,90 0,45 3,35 SE 3,03 0,52 3,55 Total Geral 3,22 0,61 3,83 Fonte: SINTESE/DATAPREV para benefícios previdenciários ( extração especial solicitada à Secretaria de Previdência/MF em abril de 2017 (para benefícios assistenciais); STN (transferências constitucionais); IBGE (população) Elaboração: DISOC/IPEA 1 Não inclui a previdência do setor público - RPPS.
12 Relação entre a despesa com benefícios previdenciários e assistenciais e as transferências do FPM nos municípios, por região Nordeste 2016 Faixa de população Benefícios Previdenciários / FPM (a) RGPS Urbano/FPM RGPS Rural/FPM RGPS Total/FPM Benefícios Assistenciais / FPM (b) Benefícios Totais / FPM (c) Até 20 mil hab. 0,25 1,27 1,53 0,22 1,74 De 20 a 50 mil hab. 0,77 2,47 3,25 0,54 3,79 De 50 a 100 mil hab. 1,68 2,67 4,35 0,89 5,23 De 100 a 500 mil hab. 2,71 1,28 4,00 1,10 5,10 Acima de 500 mil hb. 5,55 0,34 5,88 1,08 6,96 Total Geral 1,59 1,64 3,22 0,61 3,83 Fonte: SINTESE/DATAPREV para benefícios previdenciários ( extração especial solicitada à Secretaria de Previdência/MF em abril de 2017 (para benefícios assistenciais); STN (transferências constitucionais); IBGE (população) Elaboração: DISOC/IPEA 1 Não inclui a previdência do setor público - RPPS. 2 Composição da quantidade de benefícios assistenciais em 2016: 97% correpondem ao BPC (que são todos urbanos) e o restante a RMV. Além disso, os benefícios urbanos correspondem a 98,5% da quantidade total de benefícios assistenciais, não justificando a abertura destes benefícios por clientela (urbana e rural).
13 IMPACTOS SOCIAIS Aumento da desproteção dos homens : estima-se exclusão de 26% dos que se aposentariam (RGPS urbano); Aumento da desproteção das mulheres: estima-se exclusão de 44% das que se aposentariam (RGPS urbano); Aumento da desproteção no campo: estima-se exclusão de 60% a 80% dos que se aposentariam (RGPS rural); Aumento da desproteção de trabalhadores de menor renda e mais baixa escolaridade. Aumento da pobreza. Aumento da desigualdade entre homens e mulheres. Aumento da desigualdade urbana e rural. Aumento da desigualdade regional Impacto no tecido social e na atividade econômica
14 Impactos para o regime de proteção social Enfraquecimento da capacidade protetiva e do impacto distributivo da previdência e da assistência social; Enfraquecimento dos mecanismos de transferências : entre gerações, entre grupos profissionais, entre grupos sociais. Reversão do princípio de solidariedade da previdência social com impactos nos: mecanismos subsidiados de inclusão previdenciária de trabalhadores informais e domésticos. regime especial de previdência para o trabalhador rural; transferencias não contributiva atendendo igualmente pessoas com deficiência e idosos com benefícios vinculado ao SM Aumento das demandas por benefícios não contributivos assistenciais Substituição do regime de seguridade social por um regime com predominância da Assistência Social, com enfraquecimento do potencial redistributivo da proteção social
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