Anatomia e Histologia do Limbo
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- Lídia Lobo Sacramento
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1 Anatomia e Histologia do Limbo Introdução: O limbo é a zona intermediária anular com cerca de 1,5mm de largura que fica entre a córnea transparente e a esclera opaca. Sua relativa opacidade se explica pela presença de alças vasculares vistas à macroscopia, pela irregularidade de seu epitélio a nível da basal, a desordem das lamelas de colágeno e ainda pela diferença qualitativa e quantitativa de mucopolissacárides. A membrana de Bowman nesta região vai se adelgaçando até desaparecer. O limbo contém todas as estruturas relacionadas a drenagem do humor aquoso. A membrana de Descemet apresenta nodulações nesta área: são os corpúsculos de Hassal-Henle. No limbo a atividade celular é muito mais intensa do que na córnea central e as células muito mais numerosas: - Mastócitos, dispostos em coroa responsáveis pelo tônus da vascularização corneana; - Histiócitos; - Fibrócitos; - Células inflamatórias que migram e se situam perivascularmente. Profª Drª Márcia Reis Guimarães Pág 1
2 Fisiologia: Funções: A) Nutrição córnea periférica; B) Remoção h. aquoso pelo canal Schlemm e trabeculado mais importante. OBS.: Outros locais para drenagem do h. aquoso são: - Corpo ciliar através da rota uveoescleral; - Íris Pouco significante, porém a íris tem papel importante nas alterações da composição do h. aquoso devido à difusão através de sua superfície. O mecanismo pelo qual o h. aquoso é drenado ainda oferece algumas dúvidas, embora esteja claro que a drenagem ocorra através do Canal de Schlemm via trabeculado. As partículas com diâmetro máximo de 4,4mm seriam as maiores através de uma fina malha do trabeculado. A velocidade de fluxo está em torno de 2 µl/minuto. Trabeculado Schlemm veias coletoras episclerais. Movimentos do músculo ciliar devido às suas conexões com o esporão escleral (mióticos, acomodação, etc.) a compactação das lamelas, facilitando a drenagem. Embriologia: Após a separação entre o ectoderma superficial e o cristalino (que vai se afastando posteriormente) aparece um espaço que vai alargando à medida em que o olho se desenvolve. Este espaço será posteriormente dividido em segmento anterior e posterior. Com exceção do epitélio corneano, a maioria das estruturas desta região se deriva da crista neural em sua primeira onda migratória pelo mesoderma que rodeia a taça óptica. Existem 3 ondas migratórias: na 1ª, as células invadem a porção posterior do ectoderma superficial (futuro epitélio corneano) e se diferenciam para formar o revestimento endotelial do espaço na frente do cristalino e se transformam em endotélio corneano, endotélio trabecular e anel de Schwalbe. Profª Drª Márcia Reis Guimarães Pág 2
3 Na 2ª onda, as células que invadem o espaço na frente da vesícula cristaliniana formam uma fina camada de células (estroma da íris) contínuas. Este estroma delimita os segmentos anterior e posterior do globo ocular. Na 3ª e última onda, as células migram para dentro da córnea, entre o epitélio e o endotélio e se transformam nos ceratócitos do estroma. Como a câmara anterior é definida pelo desenvolvimento da córnea e da íris, o seu crescimento é uma questão de espaço que cresce à medida em que o olho se desenvolve. Como o olho cresce até 12 anos após o nascimento, a c. anterior também se alargará. Ao nascimento, portanto, a estrutura e definição da c. anterior não estará completa, o esporão ainda deverá ganhar volume e a raiz da íris se deslocará mais posteriormente em relação ao esporão. Profª Drª Márcia Reis Guimarães Pág 3
4 A zona de transição entre a córnea e as primeiras fibras do trabeculado constituem o anel de Schwalbe, que embora não seja histologicamente definido, corresponde a um importante referencial na gonioscopia Profª Drª Márcia Reis Guimarães Pág 4
5 Conjuntiva Epitélio: com 8 a 10 camadas de células, não tem as células mucosas presentes na porção bulbar e fornix. O epitélio límbico conjuntival é muito importante nos processos reparativos corneanos porque a sua camada basal contém as células tronco com capacidade de diferenciação e migração para o epitélio corneano substituindo e completando as células germinativas da camada basal. As lesões extensas do limbo podem anular a habilidade de renovação do seu próprio epitélio, requerendo transplante de células do olho contralateral ou de outro doador. Células tronco do limbo repõem o estoque de células basais do espitélio corneano 2) Cápsula de Tenon (fina camada tecido conjuntivo) 3) Episclera (tec. conj. denso menos compacto que a esclera) 4) Estroma e limbo cornescleral 5) Sistema de drenagem trabecular Estroma: que se mescla com a episclera e contém rica rede de vasos recorrentes que correm ao longo e radialmente à córnea formando canais vasculares estromais separados entre si por ilhas de epitélio espessado. Este arranjo, visível à biomicroscopia é conhecido como de Palissadas de Vogt (sem importância clínica ou funcional). Profª Drª Márcia Reis Guimarães Pág 5
6 A conjuntiva é um tecido que tem seu epitélio estratificado como uma continuação do epitélio da borda palpebral, exceto pela interrupção abrupta da ceratinização que ocorre neste último. A conjuntiva palpebral cobre a face posterior das pálpebras com um epitélio fino de duas a três camadas celulares e um estroma muito vascularizado; na região do fórnice, a dobra epitelial se intercala com grande concentração de células caliciformes ou mucosas, principalmente na região média e inferior. Estas células são glândulas apócrinas que liberam sua secreção indefinidamente formando a camada mucosa do filme lacrimal. A estabilidade do filme depende da presença deste muco e de sua aderência às microvilosidades da superfície corneana. Este esquema mostra uma eversão total das pálpebras de tal modo que a conjuntiva é vista em sua totalidade. Cada ponto representa um grupo de células caliciformes, sendo estas mais numerosas no canto medial e em faixa ao longo do fórnice inferior. Os pontos maiores representam as glândulas lacrimais acessórias de Krause, situadas superior e lateralmente. As aberturas dos ductos das glândulas tarsais são vistas nas margens palpebrais, assim como os dois pontos do sistema de drenagem lacrimal. Profª Drª Márcia Reis Guimarães Pág 6
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