Territórios de Exceção

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1 Territórios de Exceção Jorge Borges 1 Primeiras observações O presente trabalho reconhece uma íntima associação entre a dinâmica de dominação do sistema capitalista e os processos histórico-políticos recentes, permitindo-nos inferir que a propalada fragilização do Estado, ou seja, o afastamento das questões sociais por parte do Estado-nacional é parte, ou condiciona fortemente, das estratégias de des-re-territorialização contemporâneas. Para tanto, desenvolve-se um breve ensaio com o objetivo geral de organizar e desenvolver algumas reflexões teóricas dando centralidade ao conceito de território e incorporando certos aspectos da realidade brasileira contemporânea. A partir do conceito-chave de estado de exceção, desenvolvido por Giorgio Agamben, e das duas questões políticas fundamentais daí advindas a conversão da exceção em técnica duradoura de governo e os limites da ação (bio)política dos Estadosnacionais frente ao exercício pleno do direito cabe explorar um pouco mais o sentido de (i)localização imputado ao conceito em relação às estratégias de ordenamento territorial impingidas a diversos segmentos da população. Em termos metodológicos, são levantadas algumas hipóteses acerca das diferentes possibilidades de territorialização do estado de exceção diante do quadro de indeterminação global neste início de século. Tais reflexões vêm sendo trabalhadas no intuito de sustentar uma proposição teórica que colabore para reinscrever a dimensão política na Geografia, sob uma perspectiva crítica-emancipatória, num momento de recuo de tais análises frente às crises estruturais da sociabilidade e do modo de produção capitalista. A referência inicial e estruturante da presente proposta é a obra de Giorgio Agamben (2002, 2004). Entretanto, como parte da tentativa de geografar tais conceitos e idéias, recuperamos parte do debate recente sobre território e territorialidade, a partir da obra de Rogério Haesbaert (2006, 2007A, 2007B). Os objetivos específicos do presente ensaio se refletem, também, na estrutura do texto: 1) Uma síntese dos conceitos trilhados por Agamben e que conformam, segundo o próprio autor, a concepção originária de todo processo político: o poder soberano, o homo sacer e o bando; 2) Uma análise da noção de estado de exceção e do processo jurídico-político e administrativo que deu origem aos campos de concentração; 3) Finalmente, uma análise da noção de territórios de exceção, sugerida nos textos de Rogério Haesbaert como categoria analítica que permitiria alcançar a concretude e as formas de espacialização do estado de exceção na contemporaneidade. Busca-se, com isso, um levantamento dos aspectos que credenciam tais noções para a construção de um conceito abrangente e integralizante, na análise geográfica, de certa coleção de fenômenos da política em tempos de crise de paradigmas teóricos e metodológicos. As hipóteses levantadas acerca das diferentes possibilidades de territorialização do estado de exceção constituem a principal contribuição pretendida neste ensaio. I. O paradoxo da soberania e a vida sacra: a formação política originária Logo na primeira parte do Homo Sacer, Giorgio Agamben perfaz um cuidadoso retrospecto das concepções filosóficas que tentaram relacionar Poder e Direito, a partir daquilo que ele elenca como o paradoxo da soberania: o soberano está, ao mesmo tempo, dentro e fora do ordenamento jurídico (Agamben, 2002, pg. 23). Essa preocupação, segundo ele, resulta da constatação de um dilema ontológico do Poder, qual seja, a dicotomia latente entre o que se convencionou chamar de poder constituinte e de poder constituído. Agamben

2 parte das próprias anotações da filosofia clássica, nos seus constantes diálogos sobre a natureza e a necessidade de reconhecimento das formas elementares do Poder e da própria Vida, mas enfatiza a característica essencial do poder soberano: a sua capacidade de decidir sobre a exceção e, assim, constituir o ato originário de toda política. Na exceção soberana trata-se, na verdade, não tanto de controlar ou neutralizar o excesso, quanto antes de tudo, de criar e definir o próprio espaço no qual a ordem jurídico-política pode ter valor. Ela é, neste sentido, a localização (Ortung) fundamental, que não se limita a distinguir o que está dentro e o que está fora, a situação normal e o caos, mas traça entre eles um limiar (o estado de exceção) a partir do qual interno e externo entram naquelas complexas relações topológicas que tornam possível a validade do ordenamento. (...) A decisão soberana sobre a exceção é, neste sentido, a estrutura político-jurídica originária, a partir da qual somente aquilo que é incluído no ordenamento e aquilo que é excluído dele adquirem seu sentido. (Agamben, 2002, pg. 26 e 27) Como estratégia metodológica e discursiva, o autor recupera princípios e conceitos dos ordenamentos jurídicos da Antigüidade e afirma que não se tratam de meras reminiscências históricas. Tratar-se-iam de elementos fundamentais de toda norma e, como tais, seriam identificáveis mesmo nas constituições contemporâneas dos países mais democráticos. Mais além, ao tratar o paradoxo da soberania como relacionamento jurídico-político originário, o autor permite uma releitura e uma relativização da noção hobbesiana do Estado de Natureza. Ao invés da guerra de todos contra todos, a estrutura de bandos consolidaria o princípio da soberania, o nómos de toda ordem jurídica. A noção de vida sacra aparece, então, como o elo constituinte da estrutura de bando, resultante primeira do Poder Soberano e, ao mesmo tempo, sua forma extrema de enquadramento da vida humana fora de toda ordem, ou seja, empurrada para uma condição de vida meramente biológica. Aquele que vive a vida sacra (ou vida nua), vive uma vida matável (impune occidi) e, ao mesmo tempo, insacrificável. Trata-se de uma condição aparentemente impossível, pelos olhares de nossa modernidade incompleta, onde a vida humana aparece despida dos direitos mais elementares e excluída tanto de suas obrigações para com o Divino como com o Estado. No limite, essa noção supera a idéia de animalização do homem, conforme Foucault, pois o ser pode passar a um limiar existencial onde sua vida biológica (zoé) pode ser rebaixada ao nível dos ciclos fisiológicos mais elementares 2. A expressão Homo Sacer (homem sacro) põe em xeque um princípio jurídico inscrito já nas XII tábuas 3, cuja leitura indicava que um cidadão não podia ser mandado à morte sem processo (indem natus). Segundo o doutrinador Sexto Pompeu Festo, At homo sacer is est, quem populus iudicavit ob maleficium; neque faz est eum immolari, sed qui occidi, parricidi non damnatur; nam lege tribunicia prima cavetur si quis eum, qui eo plebei scito sacer sit, occident, parricida ne sit. Ex quo quivis homo malus atque improbus sacer appellari solet 4. (Agamben, 2002, pg 79). Na seqüência, Agamben monta uma teoria da ambigüidade do sacro, a partir do diálogo com diversos autores da filosofia do direito, e coloca em questão seus próprios limites junto a outros conjuntos disciplinares principalmente a Antropologia (a partir da noção de tabu) e a Ciência da Linguagem. Sua conclusão envereda por 3 teses principais:!! "! "! # $ "! " % & %' (! ) * * % ) +,,- &!! &!. & / " 0! 1! 2! 1 3!.!!! 1 4! %* * 5* *! 6! 1! +,, / -! &!! "! "!! " 1! "! : & !! &! : "!! &! " !!! ;<! ". "!! ; 2

3 A relação política originária é o bando (o estado de exceção como zona de indistinção entre externo e interno, exclusão e inclusão). 1) O rendimento fundamental do poder soberano é a produção da vida nua como elemento político original e como limiar de articulação entre natureza e cultura, zoé e bíos 5. 2) O Campo, e não a Cidade, é hoje o paradigma biopolítico do Ocidente. 3) Ou seja, o bando soberano, como uma referência primeira, per si, uma exceção ao nómos vigente pois trata-se de uma condição de exclusão tanto do ius humanum quanto do ius divinum embasa uma dupla relação de exceção onde poder soberano e homo sacer (aquele que vive a vida nua) conformam dois elementos de um mesmo processo político originário. Ao mesmo tempo, essa perspectiva ajuda a elucidar e evitar confusões com questões restritas ao plano da religiosidade. Nos dois limites extremos do ordenamento, soberano e homo sacer apresentam duas figuras simétricas, que têm a mesma estrutura e são correlatas no sentido de que soberano é aquele em relação ao qual todos os homens são potencialmente homines sacri e homo sacer é aquele em relação ao qual todos os homens agem como soberanos. (...) Sacra a vida é apenas na medida em que está presa à exceção soberana, e ter tomado um fenômeno jurídico-político (...) por um fenômeno genuinamente religioso é a raiz dos equívocos que marcaram no nosso tempo tanto os estudos sobre o sacro, como aqueles sobre a soberania. Sacer esto não é uma fórmula de maldição religiosa (...), isto é, simultaneamente augusto e abjeto, de algo: ela é ao contrário, a formulação política original da imposição do vínculo soberano. (Agamben, 2002, pg. 92, grifos do autor) Agamben intui que uma das fontes da matabilidade, no caso do homo sacer, advinha do conceito da vitae necisque potestas 6, segundo a qual, todo cidadão varão livre encontrava-se imediatamente em uma condição de matabilidade (potencial) em relação ao seu próprio pai. Ou seja, todos seriam sacer em relação ao seu próprio pai. Como exemplo, o autor cita um causo do pai que evocou sua potestas e entregou o filho para que um carrasco o executasse. O filho reagiu e com razão, exigiu que somente o pai poderia exercer esse direito, diretamente (Agamben, 2002, pg. 97). O Poder Soberano seria, então, visto como uma conversão do vitae necisque potestas ou patria potestas, onde aquela soberania do pai sobre os filhos estende-se do soberano para toda a plebe, através do imperium. Fartas são as correspondências do homo sacer da Antigüidade com outros contextos históricos e culturais. O caráter de vida nua dada ao bandido nas culturas germânica e escandinava primitivas é lembrado através das recorrentes correlações entre estes, os bandidos, os fora-da-lei, e os lobos (wargus, vargr). Mais além, o bando medieval também reproduzia/representava estas características, notadamente a da matabilidade. A constante correspondência entre os homens bandidos e os homens-lobo deram origem a um sem-número de fábulas que, sob a fantasia de histórias infantis, também cumprem uma função decisiva na constituição de mecanismos de controle biopolítico. Aquilo que deveria permanecer no inconsciente coletivo como um híbrido monstro entre homem e ferino, dividido entre a selva e a cidade o lobisomem é, portanto, na origem, a figura daquele que foi banido da comunidade (...) ' 89 & = $..! > " 4 " 0!!?!!. - $! " "! " "!.! "! " "!! " &!! A! # B B! "! )! "! "!! "!! >! "! &!!. "!!. ".!! "! "!.!!! "! ;) * * C ( < " 2 +,,/ - &" D - " - "! "!! 3

4 A vida do bandido como aquela do homem sacro não é um pedaço de natureza ferina sem alguma relação com o direito e a cidade, é, em vez disso, um limiar de indiferença e de passagem entre o animal e o homem, a physis e a nómos, a exclusão e a inclusão: loup garou, lobisomem, ou seja, nem homem nem fera, que habita paradoxalmente ambos os mundos sem pertencer a nenhum. (Agamben, 2002, pg. 112) Aqui aparece, inquestionável, a sua crítica à noção hobbesiana de Estado de Natureza e à tese de Rousseau sobre o Contrato Social. Ao invés da guerra de todos contra todos, ou de uma convenção ahistórica essencial, a estrutura de bandos consolidaria o princípio da soberania e conformaria a estrutura tanto da res publica quanto do imperium que, com diferentes gradações, sobrevive e torna-se uma das bases da biopolítica moderna, inclusive nas estruturas constitucionais das democracias burguesas. Para Agamben, o bando é reflexo da própria condição da coletividade que o baniu, de quem o abandona. Nessa condição, ao mesmo tempo excluso e incluso, o bando materializa a capacidade das populações humanas tanto de construírem mecanismos coletivos (as normas, as leis, o Direito) de indiferenciação e de distribuição de bens públicos entre seus próprios elementos, como de desativá-los de modo completo ou parcial sem, necessariamente, destruí-los ou substituí-los. Ora, bando pressupõe banimento e banimento pressupõe o ser colocado para fora de determinada jurisdição. Em quase todos os períodos históricos anteriores, isso significava a eliminação física através da violência (institucionalizada ou não) ou da expulsão propriamente dita. Entretanto, na modernidade, o Estadonacional foi concebido como a instituição territorial (Ordtung) por excelência, o agente legítimo de todo ordenamento (Ordnung). Logo, não é mais possível (é muito mais difícil) pensar o banimento como algo para fora. O Direito Penal e os mecanismos de controle da segurança interna, em praticamente todos os países contemporâneos, são erigidos exatamente sob esse princípio. As leis e tratados internacionais sobre conflitos internacionais, o direito da guerra, também, apesar de extra-territoriais. A exceção soberana, na modernidade, sofisticou-se e tornou-se muito mais complexa. Ao encarnar-se através dos vínculos instituintes do Estado-nacional (Nação/Nascimento, Localização/Território e Ordenamento/Estado), o exercício do poder soberano evidencia-se, cada vez mais, na consolidação de mecanismos de exceção a esses vínculos, cuja característica essencial é exatamente a suspensão da ordem vigente sobre determinadas áreas ou segmentos inteiros da população sem, necessariamente, suspender a vigência da Lei ou da Constituição. Essa reedição da estrutura de bando (da sacralização da vida) pode abarcar qualquer ponto do território nacional e, cada vez mais, até territórios de outros países. Existe aqui, (...), uma bem mais complexa zona de indiscernibilidade entre nómos e physis, na qual o liame estatal, tendo a forma do bando, é também desde sempre não-estatabilidade e pseudonatureza, e a natureza apresenta-se desde sempre como nómos e estado de exceção. Este mal-entendido do mitologema hobbesiano em termos de contrato em vez de bando condenou a democracia à impotência toda vez que se tratava de enfrentar o poder soberano e, ao mesmo tempo, tornou-a constitutivamente incapaz de pensar verdadeiramente, na modernidade, uma política não-estatal. (Agamben, 2002, pg. 116) Por isso, a noção de Estado não estaria fundada sobre laços sociais primitivos, sobre uma cristalização das relações cotidianas e comunitárias através de um pacto, um consenso subjetivo materializado no contrato. Ao contrário, o Estado funda-se exatamente sobre as exceções impostas nas relações entre soberania e sacralidade. Afinal, se, no nosso tempo, em um sentido particular mas realíssimo, todos os cidadãos apresentam-se virtualmente como homines sacri, isto somente é possível porque a relação de bando constituía desde a origem a estrutura própria do poder soberano (Agamben, 2002, pg. 117). É possível, então, apontar uma premissa metodológica para as próximas fases do trabalho onde o cerne da análise leve em conta a seguinte constatação: o percurso das lutas sociais, na modernidade, parece apontar cada vez mais para uma luta biopolítica. Aquilo que sempre foi entendido, no senso comum, como a diferença básica 4

5 entre Totalitarismo e Democracia luta pela presença, pela sobrevivência em sentido estrito, manter-se vivo, de um lado; e luta por plenos direitos, pela consolidação da cidadania, da qualidade de vida, por outro lado parece cada vez mais indiscernível. Tais lutas refletem e condicionam a estrutura jurídica dos diferentes estados-nacionais, quer pelo seu questionamento ou confronto direto, quer pelo acúmulo de demandas que tais instituições jamais terão condições de atender plenamente. Paralelamente, a tão repetida ausência do Estado em áreas estratégicas para a reprodução social, nos últimos decênios, revela-se apenas um trecho do caminho sem volta que a Humanidade vem trilhando desde as revoluções industriais do Século XIX, pavimentado pelas sanguinárias disputas territoriais ao longo do Século XX. Mesmo o cotidiano, preocupação constante dos geógrafos em tempos de refluxo e esgotamento da política, parece impregnado dessa indeterminação resultante da constatação do bando, cada vez mais, como princípio de sociabilidade e de organização da Cidade. Na modernidade, o princípio da sacralidade da vida se viu assim completamente emancipado da ideologia sacrificial, e o significado do termo sacro na nossa cultura dá continuidade à história semântica do homo sacer e não à do sacrifício (...) o que temos hoje diante dos olhos é, de fato, uma vida exposta como tal a uma violência sem precedentes, mas precisamente nas formas mais profanas e banais. (...) A sacralidade é uma linha de fuga ainda presente na política contemporânea, que, como tal, desloca-se em direção a zonas cada vez mais vastas e obscuras, até coincidir com a própria vida biológica dos cidadãos. (Agamben, 2002, pg. 121) A essa altura, mesmo o leitor mais resistente já estaria a jogar a toalha. Ainda não. Antes, cabe aprofundar um pouco mais o conhecimento sobre como se opera, nessa zona de indiscernibilidade, o jogo político e as relações entre Vida e Direito. O rastreamento de seus pressupostos jurídicos, suas premissas de método, sua trajetória recente e suas lógicas espaciais podem ser um importante passo na busca de elementos mais consistentes para a definição de estratégias de sobrevivência ou de construção de alternativa. Não faz muita diferença. II. Sobre o estado de exceção e sua máxima expressão territorial Insistindo no diálogo com Giorgio Agamben (2002, 2004), ainda que, agora, numa abordagem mais prospectiva, reconhecemos o estado de exceção como um limiar de indistinção entre as democracias burguesas e as várias formas de totalitarismo na modernidade. Tal pressuposto teórico apresenta uma tarefa essencial que, para além do esclarecimento da natureza jurídica do estado de exceção, busca, principalmente, definir o sentido, o lugar e as formas de sua relação com o direito (Agamben, 2004, pg. 80). Pensando um pouco adiante, é possível afirmar que essa tarefa também passa pelo reconhecimento das linhas de força que regem as estratégias territoriais do Estados-nacionais, numa era de indeterminação e de sujeitos históricos cada vez mais difusos e poderosos. A princípio, o que realmente estaria em jogo é o problema do significado jurídico de uma esfera de ação essencialmente extrajurídica ou, melhor dizendo, (bio)política, nos termos do próprio autor. Daí a constatação de que uma das características essenciais do estado de exceção a abolição provisória e não necessariamente formal da distinção entre poder legislativo, executivo e judiciário apresenta, cada vez mais, forte tendência a transformar-se em prática duradoura (técnica) de governo. O totalitarismo moderno pode ser definido, (...), como a instauração, por meio do estado de exceção, de uma guerra civil legal que permite a eliminação física não só dos adversários políticos, mas também de categorias inteiras de cidadãos que, por qualquer razão, pareçam não integráveis ao sistema político. Desde então, a criação voluntária de um estado de emergência permanente (ainda que, eventualmente, não declarado no sentido técnico) tornou-se uma das práticas essenciais dos Estados contemporâneos, inclusive dos chamados democráticos. 5

6 Diante do incessante avanço do que foi definido como uma guerra civil mundial, o estado de exceção tende cada vez mais a se apresentar como o paradigma de governo dominante na política contemporânea. Esse deslocamento de uma medida provisória e excepcional para uma técnica de governo ameaça transformar radicalmente e, de fato, já transformou de modo muito perceptível a estrutura e o sentido da distinção tradicional entre os diversos tipos de constituição. O estado de exceção apresenta-se, nessa perspectiva, como um patamar de indeterminação entre democracia e absolutismo. (Agamben, 2004, pg. 13) A opção pela expressão estado de exceção marca, também, um sentido de engajamento frente ao já aludido clima de guerra civil global, além de um chamamento à análise de certos fenômenos da política contemporânea onde, muitas vezes, aparecem como meras questões de técnica jurídica, administrativa ou de gestão. Transitando entre pólos absolutamente opostos, tais como as obras de Carl Schmitt (reconhecido doutrinador na Alemanha nazista) e as de Walter Benjamin (um dos principais ideólogos da resistência ao fascismo na Europa), o autor convida, tanto no Homo Sacer, quanto no Estado de exceção, a uma reflexão profunda sobre os limites do que concebemos modernamente como Vida, Política e Direito. Se (...) a terminologia é o momento propriamente poético do pensamento, então as escolhas terminológicas nunca podem ser neutras. Nesse sentido, a escolha da expressão estado de exceção implica uma tomada de posição quanto à natureza do fenômeno que se propõe a estudar e quanto à lógica mais adequada à sua compreensão. (...) O estado de exceção não é um direito especial (como o direito da guerra), mas, enquanto suspensão da própria ordem jurídica, define seu patamar ou seu conceito limite. (Agamben, 2004, pg. 15) A transformação do estado de exceção em técnica de governo, no capitalismo moderno, é demonstrada através de um esquema analítico cujo desenvolvimento contempla as medidas implementadas, sucessivamente, desde as crises que antecederam a I Guerra Mundial até as dos tempos atuais. Esses momentos de instabilidade política, revelados como estruturais e inerentes à própria crise da noção de Estado-nacional tanto na Europa quanto na periferia do sistema capitalista pós-guerra fria, aparecem como pano de fundo da instauração do estado de exceção enquanto conjunto de formas diferenciadas de exercício do poder soberano perante as várias dimensões e controles da vida. O tratamento propriamente teórico fica circunscrito ao Direito Constitucional e à Filosofia do Direito. Seu universo é composto por remetimentos a princípios do direito romano antigo (iustitium, auctoritas e potestas); às constituições da Europa ocidental, desde os oitocentos (constituições napoleônicas) até os artifícios legais engendrados pelos regimes fascista e nacional-socialista; bem como as medidas tomadas pelo governo federal estadunidense durante sua secessão, sua participação nas grandes guerras e, mais recentemente, nas ações supostamente voltadas para o combate ao terrorismo globalizado. Tais princípios configuram instrumentos inscritos ou subjacentes até hoje nas constituições ocidentais, onde mecanismos de exceção permanecem latentes ou são explicitamente aplicados sem que, com isso, a ordem constitucional seja suspensa. Noções como estado de necessidade, estado de emergência e estado de sítio ; suas origens na doutrina jurídica ocidental e suas potencialidades de uso político aparecem, por suposto, como reminiscências do estado de exceção incluídas nas constituições modernas, mas notadamente voltadas para a manutenção da ordem estabelecida em situações de ameaça externa (ataques de potências estrangeiras) ou interna (insurreições, golpes, tumultos generalizados). Diante da indeterminação verificada em situações-limite, onde o poder instituído, encarnado no Estadonacional, não tem condições de manter as organizações políticas e sociais dentro dos limites da ordem vigente, as doutrinas jurídicas tendem a apontar para uma condição pré-jurídica, ou mesmo pré-estatal, como solução do impasse. O problema é quando essas ações excepcionais tornam-se técnica de governo, incrustram-se na estrutura jurídica de tal forma que não se consegue mais discernir entre um governo democrático e um totalitário. 6

7 Os regimes fascista e nazista tornaram-se um laboratório fértil para a compreensão do estado de exceção, inclusive sob a perspectiva da sua dimensão territorial. Aproveitando o caráter paradigmático que tais realidades político-administrativas chegaram a materializar, demonstrando o estado de exceção em sua plena existência, Agamben (2004) reconstrói todo o percurso que transformou uma república parlamentar, como a Alemanha do início dos anos 1930, num dos regimes mais odiados e devastadores de todos os tempos: Sabe-se que os últimos anos da República de Weimar transcorreram inteiramente em regime de estado de exceção; menos evidente é a constatação de que, provavelmente, Hitler não teria podido tomar o poder se o país não estivesse há quase três anos em regime de ditadura presidencial e se o Parlamento estivesse funcionando. (...) No dia 4 de junho [de 1932], o Reichstag foi dissolvido e não foi mais convocado até o advento do nazismo. (...) O estado de exceção em que a Alemanha se encontrou sob a presidência de Hindenburg foi justificado por Schmitt no plano constitucional a partir da idéia de que o presidente agia como guardião da constituição (Schmitt, 1931); mas o fim da República de Weimar mostra, ao contrário de modo claro, que uma democracia protegida não é uma democracia e que o paradigma da ditadura constitucional funciona sobretudo como uma fase de transição que leva fatalmente à instauração de um regime totalitário. (Agamben, 2004, pg. 29) Em sua trajetória analítica, o autor demonstra como o III Reich conformou um projeto nacional e de governo explicitamente pautado por concepções biopolíticas. O estado de exceção verificou-se, pois, mais que um regime totalitário em sentido amplo, mas um ordenamento jurídico marcado pelo surgimento de espaços vazios de direito, zonas de anomia em que todas as determinações constitucionais e a própria distinção entre público e privado tornaram-se desativadas. Conceitualmente, esse espaço vazio de direito acaba sendo tão essencial à ordem jurídica que surge daí uma relação muito íntima entre ambos, ao ponto que esse vazio ganha um sentido estratégico e originário ao próprio estabelecimento da ordem jurídica. A questão, nesse caso extremo, passaria a ser como enquadrar os atos cometidos durante o estado de exceção, uma vez que o direito, em seu sentido mais elementar, fica em suspenso. Longe de responder a uma lacuna normativa, o estado de exceção apresenta-se como a abertura de uma lacuna fictícia[virtual] 7 no ordenamento, com o objetivo de salvaguardar a existência da norma e sua aplicabilidade à situação normal. A lacuna não é interna à lei, mas diz respeito à sua relação com a realidade, à possibilidade mesma de sua aplicação. É como se o direito contivesse uma fratura essencial entre o estabelecimento da norma e sua aplicação e que, em caso extremo, só pudesse ser preenchida pelo estado de exceção, ou seja, criando-se uma área onde essa aplicação é suspensa, mas onde a lei, enquanto tal, permanece em vigor. (Agamben, 2004, pg. 49, grifo nosso) Essa lacuna (que preferimos classificar de) virtual é uma das chaves para a análise comparada que se pretende a partir desse trabalho. Se, pela análise de Agamben, trata-se de um espaço vazio, mas que não está nem dentro nem fora da ordem jurídica, torna-se necessário um exercício quântico para compreender, de todo, o conceito e situá-lo frente às demais abordagens do direito e da política. Agamben tenta resolver a questão ainda no Homo Sacer, imputando ao estado de exceção um caráter ontológico algo que está na própria instituição do ordenamento jurídico. Daí o sentido de ilocalização frente ao direito e de onipresença frente à política. Na sua forma arquetípica, o estado de exceção é, portanto, o princípio de toda localização jurídica, posto que somente ele abre o espaço em que a fixação de um certo ordenamento e de um determinado território se torna pela primeira vez possível. Como tal, ele mesmo é, porém, essencialmente ilocalizável (ainda que se possa de quando em quando atribuir-lhe limites espaço-temporais definidos). O nexo entre localização (Ortung) e ordenamento (Ordnung), (...) contém em seu interior uma ambigüidade fundamental, uma zona ilocalizável de indiferença ou de exceção que, em última análise, acaba necessariamente por agir contra ele como um princípio de deslocamento infinito. (Agamben, 2002, pg. 27) E 0. 8 & ;! " >! 1.! - 0!!! &!! $ B.!!! " > ! ;! &! F G < H! - I 1 1 " > 8" ; " >. >!! B - " 2! &!

8 E é nesse ponto que se torna possível um diálogo de tais reflexões com a perspectiva política da Geografia na contemporaneidade. Em primeiro lugar, o enfoque estritamente jurídico de Agamben deixa claro que se fala dos espaços da política, num universo de normas, leis e diretrizes constitucionais. Estabelece-se aí um limite fundamental: o sentido da sua análise vai do ordenamento jurídico até os limites do espaço vivido, da potência ao ato soberano. Uma reflexão que percorra o caminho inverso pode não apenas desvelar novas potencialidades analíticas do conceito de estado de exceção. Pode-se, também, contribuir para a consolidação de uma cartografia da lutas sociais. Algo que permita fortalecer os esforços de resistência a essa indeterminação global, nos termos de Walter Benjamin: A tradição dos oprimidos nos ensina que o estado de exceção em que vivemos tornou-se a regra. Devemos chegar a um conceito de história que corresponda a esse fato. Teremos então à nossa frente, como nossa tarefa, a produção do estado de exceção efetivo; e isso fortalecerá nossa posição na luta contra o fascismo. (Benjamin, 1942, apud Agamben, 2004, pg. 90) Partindo-se das duas questões políticas fundamentais daí advindas a conversão da exceção em técnica duradoura de governo e os limites da ação (bio)política dos Estados-nacionais frente ao exercício pleno do Direito 8 cabe explorar um pouco mais o sentido de (i)localização do conceito de estado de exceção em relação ao nosso universo de análise. A primeira pista para tal investigação está exatamente na terminologia utilizada para sua construção. O próprio Agamben demonstrou o quanto lhe são caros os termos e noções que utiliza. Curiosamente, para construir um objeto estritamente ilocalizável, sucedem-se metáforas espaciais: espaço vazio de direito, zona de anomia, nem dentro, nem fora, deslocamento infinito. Faz sentido. Está-se falando de um sujeito territorial por excelência: o Estado-nação. Portanto, a princípio, não há que se cuidar de algo fora do ordenamento (Ordnung) instituinte e mantenedor do Estado sem que este algo esteja dentro do seu território. Inversamente, não se pode imaginar, a princípio, um Estado onde suas leis e sua ordem não alcance todos os rincões do seu próprio território; não seja expressa e aplicável em qualquer localização (Ortung). É notável como, desde as disputas imperialistas do século XIX, o que mais se buscou em termos de política internacional foi exatamente a construção de instrumentos jurídicos que permitissem a extensão da soberania dos Estados-nacionais para dentro dos territórios uns dos outros. Alguns (como os países do Eixo durante a II Guerra Mundial) acharam que essa extensão poderia, inclusive, significar a anexação dos próprios territórios dos países vizinhos. Outros, como os signatários e fiadores dos principais tratados e acordos econômicos internacionais do século XX (Bretton Woods, Washington, Davos, áreas de livre comércio etc.), conseguiram tal extensão de suas soberanias através de estratégias mais complexas, com graus variados de interferência, ora atuando mais explicitamente sobre o ordenamento, ora sobre o território dos demais. Mas tratando-se de um enfoque (infra)nacional, como o pretendido a partir deste trabalho, cabe averiguar a questão inversa, ou seja: o que ocorre nos casos onde, por ação ou omissão, um Estado-nacional permite o aparecimento de espaços vazios de direito dentro do seu próprio território? Como se dá essa lacuna virtual na relação entre o ordenamento e a localização em situações que, analisadas simultaneamente bem de perto e em contexto mais amplo, situam-se no limiar entre Política, Direito e Vida? Para essa última pergunta, no Homo Sacer, temos a dura resposta: o campo de concentração. Quando nosso tempo procurou dar uma localização visível permanente a este ilocalizável, o resultado foi o campo de concentração. (...) O campo, como espaço absoluto de exceção, é topologicamente distinto de um simples espaço de reclusão. E é deste espaço de exceção, no qual o nexo entre localização e ordenamento é definitivamente rompido, que determinou a crise do velho nómos da terra. (Agamben, J K!! 0 &!!!!!! 1! K! 0 L # = $ B - " - " 8

9 2002, pg. 27) O campo de concentração, enquanto paradigma territorial da exceção, significou a materialização extrema da ação biopolítica do nazismo sobre a heterogênea composição social e política da Europa ocupada durante o expansionismo do III Reich. Agamben vai aos mínimos detalhes do processo de contenção de cidadãos (mesmo alemães) que, quer por sua origem étnico-cultural (judeus, ciganos), quer por sua posição político-ideológica (liberais, comunistas), perderam sucessiva e exatamente sua condição de cidadãos no limite, até de seres humanos terminando como meros objetos do estado nazista nos campos de extermínio. O campo é o espaço que se abre quando o estado de exceção começa a tornar-se regra. Nele, o estado de exceção, que era essencialmente uma suspensão temporal do ordenamento com base numa situação factícia[fática] de perigo, ora adquire uma disposição espacial permanente que, como tal, permanece, porém, estavelmente fora do ordenamento normal. (Agamben, 2002, pg. 175, grifos do autor) Sua análise vai além e relembra que, se por um lado, o campo de concentração não foi exatamente uma novidade criada por Hitler ou pelos altos oficiais das SS, algumas de suas características mantêm-se atuais nos campos de refugiados, em locais de contenção de migrantes e em diversas outras expressões territoriais. O caráter de indeterminação jurídica aparece, pois, de forma explícita, como o primeiro marco de instauração do campo. Malgrado o multiplicar-se de circulares, instruções e telegramas freqüentemente contraditórios, com os quais, após o decreto de 28 de fevereiro, tanto as autoridades do Reich quanto aquelas dos Länder procuraram manter a atuação da Schutzhaft 9 na mais completa indeterminação possível, a sua absoluta independência de todo controle jurídico normal foi constantemente confirmada. (Agamben, 2002, pg. 176) Logo, o vazio de direito tão repetidamente enfatizado não significa necessariamente uma ausência de regulamentos. Ao contrário, tal condição pode e, freqüentemente, é alcançada muito mais pela superposição de normas, regras, autorizações, pareceres e ordens circulantes; por um sem-número de departamentos, superintendências, chefias ou outras engrenagens da máquina burocrática estatal. Até certo ponto, diríamos que se trata de uma noção sem grandes novidades para a literatura sociológica e política do nosso tempo, particularmente para marxistas e weberianos. Destes, poderíamos lembrar a noção de Estado enquanto aparelho de dominação de classe ou da burocracia como ordenamento voltado para a eficiência do processo de reprodução social. Talvez, a novidade resida exatamente na constatação de que o campo, como expressão do estado de exceção, remetendo ao étimo capturado fora, instrumentalize um processo física e moralmente violento de eliminação, sem que, apesar de toda burocracia e institucionalidade que o cria, haja qualquer expectativa dos grupos ou segmentos capturados de recorrer formalmente a instâncias ou espaços de mediação minimamente isentos ou confiáveis. Não se trataria mais de um simples domínio, de conquista de hegemonia, mas, voltando ao Homo Sacer, de eliminação física de segmentos inteiros da população que, por qualquer motivo, não seriam integráveis ao sistema político vigente. O nascimento do campo em nosso tempo surge, então, nesta perspectiva, como um evento que marca de modo decisivo o próprio espaço político da modernidade. Ele se produz no ponto em que o sistema político do Estado-Nação moderno, que se fundava sobre o nexo funcional entre uma determinada localização (o território) e um determinado ordenamento (o Estado), mediado por regras automáticas de inscrição da vida (o nascimento ou nação), entra em crise duradoura, e o Estado decide assumir diretamente entre as próprias funções os cuidados da vida biopolítica da nação. (Agamben, 2002, pg. 181) C A! >! J! "! C%%!. " 0 5J! 6 1! M 9!! " "!!! ". 2!! 2!!! $! 2 "!!!! & N K! " 0 "!! &!!,,, O! -!!! 1 3 L P 9

10 O campo surge como um território fechado e relativamente perene, onde a simples presença individual que não esteja qualificada como agente desta nova ordem, ou sob sua estrita e temporária tolerância, significa uma eliminação potencial e imediata 10. Cabe, agora, perguntar o que teríamos a ver com tudo isso... III. Estratégias e ordenamentos territoriais de exceção Rogério Haesbaert tem desenvolvido parte de sua obra a partir de uma interessante associação entre a dinâmica de dominação do sistema capitalista e os processos políticos no espaço, lembrando-nos que as estratégias de des-re-territorialização contemporâneas contam com significativa influência dos processos de privatização e mercantilização. Em intenso diálogo transdisciplinar, suas proposições teóricas têm avançado no sentido de uma recuperação do conceito de território enquanto elemento da Política. Por conseguinte, suas prospecções acerca do papel dos diferentes sujeitos nos processos de territorialização abriram um conjunto de possibilidades analíticas ainda por serem exploradas. Partindo do reconhecimento da crise e/ou da transformação do papel do Estado, da preponderância dos discursos sobre a segurança e, muitas vezes em seu nome, o rechaço do diferente, bem como dos processos crescentes de privatização e mercantilização que transformam os sujeitos econômicos em poderosos agentes des-re-territorializadores, enfatizamos aqui a formação de territorializações de exceção (mas que estão se tornando a norma) forjados lado a lado com os circuitos jurídico-políticos regulares, visando assegurar o domínio dos grupos hegemônicos. (Haesbaert, 2006, pg 46) Torna-se fundamental a ênfase dada a duas dimensões em seus textos: a análise (processual) da territorialização, com suas variantes, e a crítica às tentativas teóricas despolitizantes, onde a complexidade do tecido social, logo, das possibilidades de territorialização, fica embutida em noções vagas e genéricas. Sem esse cuidado, a força do conceito corre o risco de esvair-se em jogos simplistas de tentativa e erro no enquadramento de casos específicos, tomados a partir da topologia e não da gênese e das relações estabelecidas com as demais feições espaciais. Igualmente, o cuidado com a historicidade do território empresta ainda mais consistência à sua abordagem, permitindo uma clara diferenciação entre processos do passado e as condicionantes estruturais advindas da modernidade nos diferentes contextos contemporâneos. Talvez o que seja novo, na atualidade, seja a maior diversidade, a multiplicidade de combinações dos processos de relativo fechamento, bem como sua relação com processos crescentes de precarização social, evidenciando nesta dinâmica a complexidade do papel do espaço e, de maneira mais estrita, do território. Neste sentido, é imprescindível destacar que os processos de relativo fechamento territorial ocorrem paralela, ou melhor, intimamente associados com os processos excludentes que caracterizam a versatilidade e incrível mobilidade do chamado capitalismo de acumulação flexível (Haesbaert, 2007A, pg. 7). O autor propõe, para tanto, algumas categorias preliminares, tais como as noções de contenção e exclusão territorial, cujos conteúdos retratariam não apenas as diversas escalas da exceção, mas também as várias formas da sacralização desenvolvidas nos últimos decênios. A contenção territorial enquadraria as estratégias de territorialização que visam o controle de fluxos diversos em porções do espaço configuradas, no limite, como enclaves à ordem jurídica estabelecida. A noção de exclusão caberia em situações onde porções inteiras do espaço geográfico são submetidas a regimes de cessação de atividades humanizadas, seja pelo estabelecimento de usos exclusivos, seja por uma condição extrema de preservação ou degradação ambiental. Ficam evidentes, portanto, alguns limites das interpretações de Agamben que, por outro lado, deixam uma ampla frente de trabalho para a Geografia. O que Agamben não ressalta como deveria são as múltiplas gradações e formas com que esta lógica dos *!! 8! 1 3 ;.. 10

11 campos pode ser construída, desde o caso mais radical e típico dos campos de concentração e limpeza étnica até as zonas especiais colocadas à margem dos princípios jurídico-econômicos (e políticotrabalhistas) normais. Ele também não estabelece um elo, ao nosso ver imprescindível, hoje, entre a formação destes territórios-campos da biopolitica foucaultiana, voltada para o controle da vida nua, e a produção de territórios-reserva, ecologicamente vedados à ocupação humana, em outro sentido também biopolíticos (na perspectiva mais ampla de vida ), e que denominamos, na falta de uma expressão mais adequada, processos de exclusão territorial. (Haesbaert, 2007A, pg. 23) Por ora, cabe um adendo nosso: os territórios de exceção são sempre resultantes de estratégias negociais desenroladas entre sujeitos diversos e que conduzem, no limite, à ação heterogênea do Estado-nacional sobre seu próprio território, logo, possuindo objetivos e métodos decodificáveis. Como se pode inferir, no caso dos campos de Agamben, a configuração dessas territorialidades não é dada automaticamente, mas através de complexas redes onde as várias expressões do Poder barganham e disputam entre si, junto às classes dirigentes, desde o nível do discurso até a própria negociação direta nos interstícios da estrutura do Estado. O objetivo fundamental, nessas estratégias territoriais, é assegurar o domínio soberano dessas porções do espaço que, de alguma forma, significam um meio de produção cujos usos outros, a simples presença, por diferentes segmentos sociais, representam ameaça de escassez ou impedância efetiva à sua realização como mercadoria. Muitas vezes travestidos de boas intenções, tais como a preservação ambiental ou a eliminação da pobreza, propostas de limpeza social revelam-se estratégias de contenção ou exclusão territorial de determinados espaços visando sumariamente à garantia de acesso exclusivo a bens naturais por parte das elites ou agentes econômicos modernizados. Trata-se, contudo, nos territórios de exceção, de uma espécie de última tentativa de controle das populações (enquanto vida nua ), que de certa forma já nasce fracassada, pelo simples fato de transformar a exceção em regra e expandi-la a ponto de confundir estado de direito e estado de natureza. Essas novas formas de (des)territorialização são sempre ambivalentes e, como tais, não possuem mais a eficácia de outrora. Os mecanismos de confinamento ou de reclusão territorial, marcas das sociedades disciplinares, tornam-se agora meras simulações de reclusão, e isto não só pelo fracasso das instituições disciplinares (vide o caso emblemático do nosso sistema prisional) mas pelo próprio fato de que o campo enquanto espaço de exceção subverte as noções de dentro e fora, pautado no princípio da exclusão por inclusão. (Haesbaert, 2007B, pg 13) Assim, por suposto, fica claro o porquê da luta dos sem-terra contra o latifúndio não estar mais pautada exclusivamente pelo ataque ao arcaísmo de mega-propriedades rurais, administradas por famílias abastadas e suas respectivas estruturas de poder local ou regional. Cada vez mais, trata-se de uma luta contra a expansão de plantations empresariadas por firmas transnacionais que dominam não apenas as combalidas representações políticas de baixo nível, mas os próprios circuitos do capital financeiro globalizado. As áreas dominadas por tais empreendimentos significam territórios de exceção não pelo fato de serem propriedades privadas no sentido amplo. Representam, de fato, projetos de sociabilidade e de produção cujos efeitos sobre o meio ambiente e sobre a própria distribuição das rendas e dos bens naturais significam a implosão de toda esperança diante de órgãos de Estado e de uma legislação ambiental, trabalhista ou de consumo tão sofisticada quanto ineficiente. Na Cidade, para além das favelas e outros aglomerados sub-normais, o próprio modo de vida suburbano, horizontal, permeado de redes de solidariedade e de subjetividades interpessoais, é ameaçado pelo assombro da falta de segurança e a solução chega através dos muros e veículos blindados cercando as favelas; dos circuitos fechados e centros comerciais herméticos para as classes mais altas; das mercadorias residenciais aramadas e armadas, da atrofia dos espaços do encontro e, até, da circulação. Diken e Laustsen levam essas preocupações para o plano da cultura e, mesmo nos países socialmente mais equilibrados, reconhecem que se torna impossível o encontro com o outro e daí fazer escolhas morais/políticas, porque sua lógica define o outro antes mesmo que este seja encontrado (Diken e Laustsen, 2005, pg. 1). Apesar de sua abordagem intimista, muito circunscrita ao 11

12 plano da subjetividade individual numa sociabilidade em crise, os autores contribuem para uma compreensão da zona de indiscernibilidade inscrita na Cidade, nesses tempos de indeterminação generalizada. O que não se pode generalizar é a afirmação de que a lógica da exceção se projeta sobre todos os espaços indistintamente, como insinua Vera da Silva Telles: Na verdade, esse jogo entre o legal e o ilegal é hoje feito em termos muito diferentes do tão debatido descompasso entre a cidade ilegal e a cidade real. Pois não se trata propriamente de ilegalidades (novas e velhas), mas de uma crescente e ampliada zona de indiferenciação entre o lícito e o ilícito, entre o direito e o não-direito, entre o público e o privado, entre a norma e a exceção, que passa por toda a trama da vida social, pelas práticas e suas mediações, pelos circuitos da vida urbana e pelas conexões que se fazem nas dobraduras da vida social, projetando uma inquietante linha de sombra no conjunto da vida urbana e de suas formas políticas. Zona de indiferenciação que cria situações cada vez mais freqüentes, que desfazem formas de vida e transformam todos e cada um em vida matável (Agamben). (Telles, 2007, pg. 203) No limiar das lutas sociais contemporâneas, é fato que a dimensão territorial torna-se cada vez menos um cenário ou base de recursos que objeto mesmo das disputas. Independente de que aspecto da reprodução ampliada do Capital chamemos a atenção, o território vem retomando importância, tornando-se, novamente, elemento central do próprio modo de produção cada vez mais, o recurso a ser dominado. Seja no plano da geração de energia (biocombustíveis, hidreletricidade e o que resta do petróleo), seja nas novas formas valorização da terra urbana; no genoma das espécies agrícolas ou nos estoques do hidronegócio, evidente a necessidade do controle estrito de porções cada vez mais extensas de terras e águas. E o Brasil é, talvez, o caso mais paradigmático desta nova era do capitalismo. Francisco de Oliveira, ao tratar dos descaminhos da política brasileira em tempos de neoliberalismo e de capitulação de certos projetos históricos da esquerda, situa a condição de indeterminação na contemporaneidade: Chegado a esse ponto, o sistema lançou-se além da hegemonia. Bases classistas em decomposição, populismo emergente pela própria decomposição da classe, burguesia não unificável pela predominância do capital financeiro, nova classe cuja formação é sobretudo processual, tornam quase impossível a formação de consenso, a direção moral da sociedade. E, paradoxo dos paradoxos, no tempo neoliberal, estatização dos partidos e da política, no anverso da privatização da economia e da vida. Essas privatizações têm sentidos opostos: a da vida é o sinal da insegurança, e aparece como subjetividade forjada numa sociabilidade da incerteza. A da economia não se opõe ao Estado; ao contrário, realiza-se pelo Estado como violência da acumulação primitiva não universalizável. Daí a estatização da política e, no limite, sua total militarização [...] se transforme no substituto da hegemonia. (Oliveira, 2007, pg. 285) Torna-se fundamental, contudo, compreender a atual ofensiva do Capital numa perspectiva que integre diferentes escalas espaciais e recortes do real, valorizando, na fragmentação, a potência das várias frentes de denúncia e resistência às arbitrariedades subjacentes ao modelo político-econômico vigente. A proposição de hipóteses preliminares a partir do presente trabalho, portanto, deve ser estabelecida segundo questões de análise comparada dentre as diferentes características estruturais da modernidade; ou seja, da prospecção, no território, dos objetos e ações cujos sentidos e lógicas intrínsecas não apenas aproximem conceitualmente situações específicas, mas explicitem motivações e extrapolem o caráter local de determinadas funções (econômicas ou administrativas) e mediações (jurídicas ou técnicas). Que condicionantes jurídico-políticas em comum podem ser percebidas em casos como os massacres de trabalhadores sem-terra ou os morticínios das ações policiais em favelas? Que aspectos estratégicos compõem os processos de territorialização tanto na expansão do agronegócio sobre os diferentes ecossistemas brasileiros, quanto nas estratégias de revitalização urbana nas grandes cidades? Como analisar conceitualmente os atuais conflitos socioambientais, sob uma perspectiva que integre a relação entre norma, ação governamental e sociedade? Do ponto de vista metodológico, tais hipóteses devem capacitar a análise para perquirir aquelas estratégias negociais que configuram a exceção e dão expressão às suas diferentes territorialidades. Do discurso à ação dos 12

13 sujeitos des-re-territorializantes, da denúncia à resistência dos segmentos assujeitados, é fundamental reconhecer os eventos capazes de ativar ou desativar tanto os mecanismos de violência (física ou moral), quanto o (que restou do) ordenamento. Para além da retórica da in-segurança, bastante enfocada nos textos de Haesbaert, cabe atentar para a abrangência das noções de contenção e exclusão territorial, principalmente no que concerne à sua aplicabilidade a diferentes fenômenos da política contemporânea. Assim, as ações de remoção ou inviabilização de comunidades pobres em grandes cidades ou em áreas de interesse turístico; nas áreas de influência de grandes empreendimentos industriais ou usinas hidrelétricas, por exemplo, nos trazem elementos empíricos diretos para o desenvolvimento analítico e a diversidade das formas de contenção e/ou exclusão territorial. A partir de algumas idéias-força tão inatacáveis quanto genéricas, tais como a ordem urbana ou a preservação ambiental governos e firmas se alternam em ações diretas de desarranjo territorial nos espaços ocupados pelos segmentos mais precarizados da população. Recentemente, no Rio de Janeiro, a Operação Pacificadora e a Operação Choque de Ordem engendradas, respectivamente, pelo Governo do Estado e pela Prefeitura Municipal têm sido caracterizadas pela construção de muros em diversas favelas cariocas, além da demolição de casas e do despejo de prédios ocupados por pessoas sem-teto, sem qualquer processo administrativo. Na Cidade como um todo, verifica-se a proibição sumária de manifestações culturais cotidianas (bailes, festas etc.), da ocupação militar das comunidades mais pobres e do enquadramento de todos os seus moradores indistintamente mulheres e crianças submetidos a revistas e inquirições diárias sem que qualquer manifestação ou resistência consistente de instituições públicas ou privadas, nem de movimentos sociais. A Guarda Municipal simplesmente enquadra vendedores ambulantes e leva as mercadorias e equipamentos sem qualquer auto de apreensão, ou possibilidade de recurso por parte dos atingidos por tais ações. Cercados e cerceados em direitos elementares como o ir e vir, a livre manifestação cultural e política e, no caso do comércio informal, do trabalho, os segmentos mais pauperizados da população na metrópole carioca vêem-se numa situação cada vez mais intensa de assujeitamento e segregação por meio da violência institucionalizada do Estado. Vê-se, desde logo, que a lógica da exceção, apesar de nem sempre estar presa a limites espaciais específicos, é sempre voltada para segmentos específicos da população, que é imediatamente jogada à condição de bando, ao abandono daquilo que se convencionou chamar de Direito. No caso de empreendimentos privados, é notória a grande capacidade de omissão do Estado, no controle das ações das empresas, principalmente no que concerne à sua responsabilidade sobre os efeitos ambientais negativos de suas atividades. Casos como os desastres ambientais causados por derrames de rejeitos industriais, ou as constantes fraudes e incongruências verificadas em processos de licenciamento ambiental perfazem um quadro de indeterminação na capacidade da sociedade contemporânea de implementar e tornar eficaz qualquer controle público sobre os bens naturais. Em tempos de aceleração do crescimento, é clara a contradição de um Governo Federal originado, a princípio, por forças de centro-esquerda formadas historicamente por significativas fileiras das classes trabalhadoras urbanas e rurais. Sua base político-partidária foi forjada numa complexa aliança entre as estruturas mais arcaicas das oligarquias regionais e dos interesses do capitalismo globalizado encarnado, fundamentalmente, no setor financeiro da economia e na indústria de grande porte (estatais privatizadas, complexos minero-siderúrgicos transnacionais, indústria automotiva, entre outros). O que salta aos olhos, entretanto, é a centralidade da questão territorial para esse impulso mais recente do crescimento econômico. O Programa de Aceleração do Crescimento, lançado em 2007, intensifica a uma prática histórica do Estado brasileiro, qual seja, o apoio irrestrito à ampliação e modernização do parque industrial a despeito de quaisquer 13

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