RELATÓRIO ANUAL SOBRE O GOVERNO DAS SOCIEDADES COTADAS EM PORTUGAL 2013

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1 RELATÓRIO ANUAL SOBRE O GOVERNO DAS SOCIEDADES COTADAS EM PORTUGAL 2013

2 Índice Capítulo 1 A Situação do Governo das Sociedades... 3 I Estrutura acionista... 3 I.1 Capital Próprio, Capitalização Bolsista e Valor Transacionado... 3 I.2 Estrutura de Capital... 3 I.3 Participações Sociais... 5 II Órgãos Sociais e Comissões... 7 II.1 Assembleia Geral... 7 II.1.1 Convocatórias e Pontos da Agenda... 7 II.1.2 Composição da Mesa da Assembleia Geral... 9 II.1.3 Exercício dos Direitos de Voto II.2 Administração e Supervisão II.2.1 Composição II.2.2 Funcionamento II.2.3 Comissões no Seio do Órgão de Administração ou Supervisão e Administradores Delegados II.3 Fiscalização II.4 Auditoria Externa II.5 Gestão de Risco e Política de Comunicação de Irregularidades III Remuneração dos Membros dos Órgãos Sociais III.1 Remuneração Total III.2 Outros Mecanismos de Remuneração e Indemnizações Capítulo 2 Supervisão do Cumprimento das Obrigações Legais e Regulamentares Relativas ao Governo das Sociedades I. Relatórios de governo societário: análise do cumprimento global ( comply ) das recomendações do Código de Governo das Sociedades da CMVM Caixa 1 - O Papel dos Administradores Não Executivos

3 Caixa 2 Transações com Partes Relacionadas II. Análise do cumprimento do requisito de explicar ( explain ) o incumprimento de recomendações

4 Milhões de Euros CAPÍTULO 1 A SITUAÇÃO DO GOVERNO DAS SOCIEDADES I ESTRUTURA ACIONISTA I.1 Capital Próprio, Capitalização Bolsista e Valor Transacionado As 43 sociedades de direito nacional com ações cotadas na Euronext Lisbon em 31 de dezembro de tinham uma capitalização bolsista média de 1.338,4 milhões de Euros. A capitalização bolsista média diminuiu nas sociedades não integrantes do PSI20 (-50,0%) e nas não financeiras (-36,5%). Nas sociedades que integram o PSI20 e nas financeiras a capitalização bolsista média aumentou 1,8% e 21,1%, respetivamente. O valor transacionado médio foi de 878,5 milhões de Euros, mais 89,9% do que em Enquanto o valor médio transacionado das sociedades que integram o PSI20 mais do que duplicou, as demais sociedades cotadas observaram uma redução na ordem dos 59,4%. As 43 sociedades detinham um capital próprio médio de 1.054,9 milhões de Euros, o que representa uma redução de 2,7% face ao ano anterior. Esta redução foi mais expressiva nas cotadas não integrantes do PSI20 (-29,9%) e nas sociedades financeiras (-7,0%). Capital Próprio, Capitalização Bolsista e Valor Transacionado Capitalização Bolsista Valor Transacionado Capital Próprio Integram o PSI 20 Não Integram o PSI 20 Financeiras Não Financeiras Total I.2 Estrutura de Capital O capital social disperso (free float) representava, no final de 2013, em média, 24,3% do capital das cotadas. O peso do capital disperso era superior nas sociedades do PSI20 e nas financeiras. Se o capital social for ponderado pela capitalização bolsista, o peso do capital disperso aumenta para 35%. 1 No presente relatório não são consideradas as sociedades anónimas desportivas (S.A.D.) admitidas à negociação na Euronext Lisbon. 3

5 Vinte e oito sociedades, das quais três financeiras e 10 pertencentes ao PSI20, detinham alguma fração do seu capital social em carteira própria. O peso das ações em carteira própria, apesar de marginal, era superior no caso das sociedades que não integram o PSI20 e nas não financeiras. Numa sociedade o valor detido em carteira própria ultrapassava o limiar legalmente exigido. As participações qualificadas representavam cerca de três em cada quatro Euros do capital social das cotadas, possuindo um peso superior no caso das sociedades não integrantes do PSI20 e das não financeiras. Considerando a tipologia dos detentores das participações qualificadas, o Estado representava 4,7% do total dessas participações e os titulares de órgãos sociais 18,0%. Estrutura Acionista, para as Sociedades Cotadas Estrutura Acionista, por Grupo de Cotadas Quatro sociedades, três das quais pertencentes ao PSI20, possuíam ações preferenciais com direito a dividendo prioritário. O peso das ações preferenciais no capital social destas sociedades variava entre 0,003% e 69%, correspondendo o valor mais elevado a ações especiais do Banif - Banco Internacional do Funchal, S.A. detidas pelo Estado Português. Quarenta e uma cotadas referiram que as ações representativas do capital social são livremente transmissíveis, não havendo restrições à sua titularidade previstas nos estatutos. As ações subscritas pelo Estado Português estão sujeitas a restrições à sua transmissão, nos termos dos respetivos estatutos, em duas cotadas (na EDP Energias de Portugal, S.A. a norma deixou de ter aplicabilidade em fevereiro de 2013 na sequência da extinção das ações, após a redução para 0% da participação da Parpública Participações Públicas, S.A. no capital da EDP). Sem prejuízo do atrás referido, duas cotadas exigem a autorização prévia da Assembleia Geral para que os acionistas que exerçam, direta ou indiretamente, atividade concorrente com a atividade desenvolvida pelas sociedades participadas da empresa possam ser titulares de ações ordinárias representativas de mais de dez por cento do capital social da sociedade. Uma outra cotada dispõe nos seus estatutos que poderão ser amortizadas, sem consentimento do titular 4

6 respetivo e pelo seu valor nominal ou pelo respetivo valor de mercado (quando seja inferior aquele), as ações da sociedade detidas por acionista que, direta ou indiretamente, exerça atividade concorrente ou similar com a da sociedade. Apenas cinco sociedades referiram a existência de acordos significativos de que são parte e que entrem em vigor, sejam alterados ou cessem em caso de mudança de controlo da sociedade (nos termos da alínea j) do número 1 do Artigo 245.º-A do Código dos Valores Mobiliários). Estes contratos estão relacionados, nomeadamente, com contratos de financiamento que preveem a possibilidade de credores resolverem os contratos ou solicitarem o reembolso antecipado dos montantes utilizados em caso de alteração do controlo acionista. Seis sociedades reportaram a existência de medidas defensivas que preveem a limitação do número de votos suscetíveis de detenção ou de exercício por um único acionista de forma individual ou em concertação com outros acionistas (nos termos da alínea f) do número 1 do Artigo 245.º - A do Código dos Valores Mobiliários). Em cinco sociedades não são contados os votos emitidos por um acionista, isoladamente e em relação com acionistas com ele conexionados (por alguma das relações previstas no número 1 do artigo 20.º do Código dos Valores Mobiliários), que correspondam a uma parcela dos votos entre 10% a 25% do respetivo capital social. Adicionalmente, tal como já referido, num caso o respetivo contrato de sociedade determina que poderão ser amortizadas, sem consentimento do titular respetivo, as ações da sociedade detidas por acionista que direta ou indiretamente exerça atividade concorrente ou similar com a sociedade. Nove sociedades, quatro das quais do PSI20, identificaram acordos parassociais suscetíveis de conduzir a restrições em matéria de transmissão de valores mobiliários ou de direitos de voto. I.3 Participações Sociais Foram identificadas, no final de 2013, 183 participações qualificadas nas 43 sociedades analisadas, 42% das quais correspondentes a uma fração do capital social entre 2 e 5%. Quinze sociedades mantêm relações significativas de natureza comercial com os titulares das participações qualificadas. Em 23 sociedades uma pessoa física ou coletiva exercia domínio nos termos do artigo 21.º do Código dos Valores Mobiliários (i.e., controlava pelo menos 50% dos direitos de voto). As posições de domínio representavam 64,1% do capital social destas 23 sociedades e 62,8% da respetiva capitalização bolsista. As posições de domínio eram mais frequentes em 16 sociedades que não integram o PSI20. 5

7 N.º de Participações Qualificadas Estrutura das Participações Qualificadas [2%;5%[ [5%;10%[ [10%;20%[ [20%;30%[ [30%;40%[ [40%;50%[ 50% ou mais % do capital social Caracterização das Posições de Domínio O Conselho de Administração pode deliberar sobre o aumento de capital em 24 sociedades. O valor médio do aumento autorizado é de 634 milhões de Euros, variando entre 7 milhões de Euros e milhões de Euros. Os valores mínimo e máximo estão associados a uma sociedade não financeira não integrante do PSI20 e a uma sociedade financeira integrante do PSI20, respetivamente. Número de Sociedades em que o Conselho de Administração pode Deliberar sobre o Aumento de Capital Aumento de Capital Máximo Médio que o Conselho de Administração pode Deliberar 6

8 II II.1 ÓRGÃOS SOCIAIS E COMISSÕES Assembleia Geral II.1.1 Convocatórias e Pontos da Agenda As 43 sociedades com ações cotadas na Euronext Lisbon em 31 de dezembro de 2013 em análise no presente relatório realizaram um total de 58 assembleias gerais de acionistas ao longo do ano. Destas, 48 corresponderam à Assembleia Geral Anual ou a Assembleias Gerais Ordinárias (AGA) e 10 a Assembleias Gerais Extraordinárias (AGE). Adicionalmente, foi convocada uma Assembleia Geral de Obrigacionistas (pela Zon Optimus, S.A.) e duas Assembleias de Participantes (pelo Banco BPI, S.A.). Os emitentes do setor financeiro continuaram realizar, em termos relativos, mais assembleias gerais, o que decorreu do facto de o Banif, S.A. ter convocado quatro assembleias gerais no decurso do ano. Em média, as convocatórias das AGA continham sete pontos e as das AGE dois pontos. Em termos globais, foram analisados 318 pontos nas 48 AGA. A maioria das assembleias gerais abordou os tópicos relativos à apreciação geral da administração e da fiscalização da sociedade, à aprovação do relatório de gestão e as contas individuais e consolidadas do exercício, à decisão sobre propostas de aplicação de resultados, à apreciação ou deliberação da política de remuneração dos órgãos de administração, fiscalização e demais dirigentes e à deliberação sobre aquisição e alienação de ações próprias. Os demais temas abordados em pontos da ordem de trabalhos são apresentados na Tabela 1. 2 Número de Pontos na Ordem de Trabalhos por Tipo de Assembleia 2 Quando num ponto da ordem de trabalhos é incluído mais do que um tema, procedeu-se à respetiva ponderação. 7

9 Tabela 1. Temas Abordados em Pontos da Ordem de Trabalhos das Assembleias Gerais Anuais ou Ordinárias Pontos das Assembleias Gerais Anuais ou Ordinárias % do Total de Pontos das AGA AGA que Abordaram o Tópico Nº % Apreciação geral da administração e da fiscalização da sociedade 13,52% 43 90% Aprovação do relatório de gestão e as contas do exercício 8,39% 42 88% Decisão sobre propostas de aplicação de resultados 13,05% 42 88% Apreciação/Deliberação da política de remunerações dos órgãos de administração, fiscalização e demais dirigentes 13,52% 42 88% Aprovação do relatório de gestão e as contas consolidadas do exercício 8,39% 40 83% Deliberar sobre aquisição e alienação de ações próprias 10,06% 33 69% Eleição/cooptação de membro(s) dos órgãos de administração e alterações à sua composição e/ou dimensão 7,42% 23 48% Analisar e/ou deliberar sobre o relatório do governo relativo ao exercício de 2013 e demais deliberações sobre o governo das sociedades 2,41% 13 27% Deliberar sobre aquisição e alienação de obrigações próprias 3,46% 13 27% Nomeação do revisor oficial de contas 2,39% 11 23% Alterações estatutárias 4,56% 10 21% Outros assuntos 2,99% 10 21% Eleição de membro(s) da comissão de fixação de vencimentos 1,76% 10 21% Eleição de membro(s) da mesa da Assembleia Geral 0,82% 7 15% Eleição de membro(s) dos órgãos de fiscalização 0,82% 6 13% Deliberar sobre a aquisição e/ou detenção de ações representativas do capital social desta sociedade por sociedades dela direta ou indiretamente 1,57% 5 10% dependentes Deliberar sobre a proposta de distribuição de reservas 1,10% 4 8% Deliberar sobre aumento de capital efetivo ou potencial (delegação de poder sobre o órgão de administração - inclui alterações estatutárias sobre o 0,94% 3 6% assunto) Atribuição e fixação de remunerações aos membros da Comissão de Remunerações 0,63% 2 4% Deliberar o aumento/redução do capital social de uma sociedade participada 0,94% 2 4% Deliberar sobre a realização de emissões de títulos de dívida (papel comercial, notes, etc.) 0,31% 1 2% Delegação de poderes para formalização e execução de todas as deliberações adotadas em Assembleia Geral de acionistas 0,31% 1 2% Discutir e deliberar sobre a participação da sociedade numa operação de uma sua subsidiária 0,63% 1 2% As 10 Assembleias Gerais Extraordinárias foram convocadas exclusivamente por emitentes do setor não financeiro e continham, em termos globais, 21 pontos nas respetivas ordens de trabalhos. Em cinco AGE foi deliberada a cooptação de membros dos órgãos de administração e em quatro foram debatidas alterações às regras estatutárias. As deliberações relativas ao 8

10 aumento/redução do capital social e as relativas a distribuição de reservas foram discutidas em mais do que uma AGE. Tabela 2. Temas Abordados em Pontos da Ordem de Trabalhos das Assembleias Gerais Extraordinárias Pontos das Assembleias Gerais Extraordinárias % do Total de Pontos das AGE AGE que Abordaram o Tópico Nº % Eleição/cooptação de membro(s) dos órgãos de administração e alterações à sua composição e/ou dimensão 24% 5 50% Alterações estatutárias 16% 4 40% Outros assuntos 16% 4 40% Aprovação do relatório de gestão e as contas do exercício 10% 2 20% Deliberar sobre aumento de capital efetivo ou potencial (delegação de poder sobre o órgão de administração - inclui alterações estatutárias sobre o 6% 2 20% assunto) Deliberar sobre a proposta de distribuição de reservas 7% 2 20% Decisão sobre propostas de aplicação de resultados 2% 1 10% Nomeação do revisor oficial de contas 5% 1 10% Eleição de membro(s) da comissão de fixação de vencimentos 5% 1 10% Deliberar sobre a realização de emissões de títulos de dívida (papel comercial, notes, etc.) 5% 1 10% Delegação de poderes para formalização e execução de todas as deliberações adotadas em Assembleia Geral de acionistas 5% 1 10% II.1.2 Composição da Mesa da Assembleia Geral Identificaram-se 31 presidentes da mesa da Assembleia Geral distintos. Destes, 23 desempenhavam este cargo numa única sociedade e oito acumulavam o cargo em várias sociedades. Foi identificado um presidente da mesa da Assembleia Geral que acumulava o cargo em quatro sociedades. Em quatro sociedades o presidente da mesa da Assembleia Geral apresentou a sua demissão no decurso de O presidente da mesa da Assembleia Geral de cada sociedade recebeu, em média, Euros em Em oito sociedades o presidente não auferiu qualquer remuneração nessa qualidade. Contudo, em um destes casos, o presidente foi remunerado enquanto membro do Conselho Geral e de Supervisão. Nas demais 35 sociedades, a remuneração do presidente da mesa da Assembleia Geral esteve compreendida entre 300 Euros e Euros. Finalmente, existia um presidente que acumulava esta função em duas sociedades, das quais recebeu um total de Euros. 9

11 N.º de Sociedades N.º de Ações Número de Presidentes da Mesa da Assembleia Geral que Desempenham o Mesmo Cargo em Uma ou Mais Sociedades Remuneração Média do Presidente da Mesa da Assembleia Geral II.1.3 Exercício dos Direitos de Voto O número de sociedades onde é necessário dispor de mais de uma ação para participar na Assembleia Geral diminuiu para 11, refletindo o crescente acolhimento do princípio uma ação, um voto. Também o número médio de ações necessárias para votar diminuiu para 119 ações. Número de Sociedades em que é Necessário mais do que uma Ação para Participar na AG e Número Médio de Ações Necessárias para o Exercício do Direito de Voto Nº de sociedades que não adotaram o princípio "uma ação, um voto" Nº médio de ações necessárias para o exercício do direito de voto 0 Entre as sociedades que exigiam mais do que uma ação para participar na Assembleia Geral, a Lisgráfica Impressão e Artes Gráficas, S.A. continuou a ter o critério mais exigente (2.500 ações), seguida da Portucel, S.A. (1.000 ações), Portugal Telecom, S.A. (500 ações) e Semapa, S.A. (385 ações). Por seu turno, Banco Espírito Santo, S.A., Estoril-Sol, S.A., Imobiliária Construtora Grão Pará, S.A., Grupo Media Capital, S.G.P.S., S.A., Toyota Caetano Portugal, S.A., Vista Alegre Atlantis, S.A. e Zon Optimus, S.A. exigiam, à semelhança do ano anterior, pelo menos 100 ações para participação na Assembleia Geral. 10

12 N.º de sociedades Tabela 3. Número Mínimo de Ações para Participar na Assembleia Geral N.º de Ações Nº de Sociedades % de Sociedades % ]1,100] 7 16% ]100,500] 2 5% ]500,1000] 1 2% > % Total % Tal como ocorreu em 2012, eram seis as sociedades com limites ao exercício dos direitos de voto por um único acionista, sendo que cinco destas sociedades integravam o PSI20 e duas eram do setor financeiro. A percentagem máxima média dos direitos de voto por um único acionista situou-se em 18%, variando entre os 10% e os 25% da totalidade dos votos correspondentes ao capital social. Por seu turno, 12 sociedades declararam existir deliberações acionistas que, por imposição estatutária, têm de ser tomadas por maioria qualificada superior à prevista na lei, com as respetivas percentagens situadas entre 50% e 90%. Nas matérias que carecem de aprovação por maioria qualificada mais exigente do que a prevista na lei prevalecem as deliberações sobre a dissolução e sobre a fusão, cisão e transformação da sociedade, seguidas de alterações estatutárias e da eleição do Conselho de Administração. Número de Sociedades em que há Matérias que Exigem Aprovação por Maioria Qualificada Integram o PSI 20 7 Não Integram o PSI Financeiras 9 Não Financeiras 11 2 Modelo Anglo- Saxónico 10 Modelo Latino 12 Cotadas N.º de sociedades Nº de sociedades em que há matérias que exigem aprovação por maioria qualificada 11

13 II.2 II.2.1 Administração e Supervisão Composição No que diz respeito às estruturas de administração e de fiscalização das sociedades previstas no número 1 do artigo 278.º do Código das Sociedades Comerciais, o modelo Latino continua a ser dominante (era adotado por 31 sociedades) seguido do Anglo-Saxónico (11 sociedades). O modelo de governo Dualista apenas era adotado num caso. 3 Modelo de Governo das Sociedades Cotadas Modelo de Governo por Tipo de Sociedade Número Atual de Membros que Integram o Órgão de Administração e Número Estatutário Mínimo e Máximo de Membros, por Sociedade 3 Por este motivo, as representações gráficas e as análises segmentadas por modelo de governo incluem apenas os modelos Latino e Anglo-Saxónico. 12

14 No final de 2013 existiam 434 cargos nos órgãos de administração das sociedades cotadas. O órgão de administração dos emitentes analisados era, em média, composto por 10 membros, com um mínimo de três e um máximo de 25 membros. A média do número mínimo estatutário de membros do órgão de administração era de cinco e o respetivo valor máximo de 19. Em três casos não estavam previstos mínimos estatutários para o número de membros. A média do número máximo estatutário de membros do órgão de administração era de 13, variando entre cinco e 35. A dimensão média do órgão de administração foi mais elevada nos emitentes integrantes do PSI20, do setor financeiro e do modelo Anglo-Saxónico. Número Médio de Membros do Órgão de Administração, por Tipo de Sociedade Em termos globais para as 43 sociedades, o peso dos membros não executivos no órgão de administração (52%) era ligeiramente superior ao dos executivos (48%). Não obstante, em cinco sociedades o respetivo órgão de administração era integralmente constituído por executivos. A ausência de membros não executivos nestas sociedades pode comprometer a efetiva capacidade de acompanhamento, supervisão e avaliação da atividade dos demais membros do órgão de administração. 4 A proporção de não executivos foi mais saliente nas sociedades do PSI20, nas do setor financeiro e nas do modelo anglo-saxónico. De entre os membros não executivos, o peso dos que poderiam ser considerados independentes esteve compreendido entre os 0% e os 75%, com a média a situar-se nos 32%. Em 17 sociedades nenhum dos seus membros não executivos podia ser considerado independente. 5 A representatividade de membros independentes nos membros não executivos foi mais significativa nas sociedades do PSI20 (48%), nas do setor financeiro (41%) e nas que adotaram o modelo Anglo-Saxónico (42%). 4 Cf. Recomendação número II.1.6. do Código de Governo das Sociedades da CMVM de A presença de independentes entre os administradores não executivos consta da recomendação II.1.7 do Código de Governo das Sociedades da CMVM de

15 Peso dos Membros Executivos e Não Executivos no Órgão de Administração Identificaram-se 126 administradores em 32 sociedades que estabeleciam relações familiares, profissionais ou comerciais, habituais e significativas, com acionistas detentores de participações qualificadas superiores a 2% dos direitos de voto da sociedade. Onze sociedades reportaram que nenhum dos seus dirigentes detinha relações deste tipo, e duas declararam que todos os seus administradores estabeleciam relações desta natureza com acionistas detentores de participações qualificadas. No universo das 43 cotadas, o peso dos administradores com relações deste tipo era de 31%, e era superior nas sociedades do PSI20 (33% versus 30%), nas sociedades não financeiras (32% versus 27%) e nas que adotaram o modelo Latino relativamente ao modelo Anglo-Saxónico (33% versus 28%). Dos 434 cargos nos órgãos de administração, apenas 23 eram ocupados por administradores que não exerciam funções em mais nenhuma sociedade. Em 33 cotadas todos os membros do órgão de administração acumulavam cargos noutras sociedades. Considerando as 43 sociedades em análise, a percentagem de administradores que acumulava funções era de 96%. Apenas 38 cargos nos órgãos de administração eram ocupados por mulheres. Em 18 sociedades o órgão de administração era apenas formado por homens. Das 25 sociedades cujo órgão de administração incluía pelo menos uma mulher, 13 integravam o PSI20, quatro pertenciam ao setor financeiro e 18 adotaram o modelo Latino. Nessas 25 sociedades o peso médio das mulheres era de 16% e variava entre 5% e 40%. No decurso de 2013, 55 administradores em 21 sociedades abandonaram o seu cargo. Merece saliência o facto de ser no setor financeiro que a dimensão média do órgão de administração foi maior, sendo também neste setor que o número de renúncias por sociedade foi mais pronunciado. Em um destes casos o número de renúncias ascendeu a seis administradores, o que se deveu primordialmente a medidas de reorganização da estrutura societária no âmbito do respetivo plano de reestruturação. 14

16 Tabela 4. Número de Sociedades em que Ocorreram Renúncias de Membros do Órgão de Administração e Número Médio de Renúncias N.º Sociedades % Sociedades N.º Médio de Renúncias N.º de Renúncias/N.º de Membros do Órgão de Administração Não Integram o PSI ,9% 2,4 28,7% Integram o PSI ,9% 2,8 23,3% Não Financeiras 18 41,9% 2,6 25,4% Financeiras 3 7,0% 3,0 26,9% Modelo Anglo-Saxónico 7 16,3% 3,7 29,8% Modelo Latino 14 32,6% 2,1 23,5% Total 21 48,8% 2,6 25,6% A duração estatutária do mandato do órgão de administração era de três anos em 58% das cotadas (25 sociedades) e de quatro anos em 37% (16 sociedades). Nas restantes duas sociedades a duração do mandato era de um e de dois anos, respetivamente. Em todos os emitentes estava prevista, nos respetivos estatutos, a possibilidade de reeleição do órgão de administração por um ou mais mandatos. A antiguidade média dos membros que integravam o órgão de administração a 31 de dezembro de 2013 era de 7,3 anos. Aproximadamente metade dos membros exerciam o respetivo cargo há cinco anos. Foi também identificado um caso em que o Presidente do órgão de administração mantinha o cargo há 45 anos. A duração média dos mandatos era ligeiramente superior nas sociedades que não integram o PSI20 (7,6 versus 7,2 anos), nas do setor financeiro (8,9 versus 7 anos) e naquelas em que vigora o modelo Latino (7,6 versus 6,9 para o Anglo-Saxónico). II.2.2 Funcionamento O órgão de administração das 43 sociedades em análise reuniu em média 13 vezes em Aproximadamente metade das sociedades reuniu 10 ou mais vezes e o número mínimo e máximo de reuniões observado foi de dois e 59, respetivamente. As sociedades que realizaram um maior número de reuniões do órgão de administração não integravam o PSI20 (13 versus 12), eram sociedades não financeiras (13 versus 11) e adotaram o modelo Latino relativamente ao modelo Anglo-Saxónico (13 versus 9). A assiduidade média nas 541 reuniões realizadas do órgão de administração foi de 96%, não existindo diferenças expressivas na assiduidade dos membros executivos e dos não executivos. Não obstante, numa sociedade a assiduidade global foi de apenas 59% (68% para os membros executivos e 52% para os não executivos). Em termos comparativos, a assiduidade foi ligeiramente superior nas sociedades que não integravam o PSI20 (97% versus 94%), nas do setor financeiro (97% versus 96%) e nas que adotaram o modelo Anglo-Saxónico face ao Latino (97% versus 95%). 15

17 Todas as 19 sociedades que integravam o PSI20 no final do ano possuíam regulamentos de funcionamento dos respetivos órgãos de administração e 17 sociedades disponibilizavam este documento no respetivo endereço da Internet a 31 de dezembro de Uma sociedade financeira encontrava-se a rever o seu regulamento sobre o funcionamento do órgão de administração, motivo pelo qual este não se encontrava disponibilizado, e outra sociedade não financeira não disponibilizava ao público os regulamentos de funcionamento internos do órgão de administração por considerar que estes regulamentos vão para além dos aspetos de mero funcionamento dos órgãos, contendo um conteúdo reservado. Das 24 sociedades em análise que não integravam o PSI20, cinco não possuíam regulamentos formais relativos ao funcionamento dos órgãos sociais. Das demais 19 sociedades, 18 disponibilizavam os respetivos documentos no endereço na Internet e uma encontrava-se a desenvolver os esforços necessários para esse efeito. Em termos globais, 38 das 43 sociedades em estudo possuíam regulamentos de funcionamento dos órgãos de administração e 35 divulgavam este documento ao público no endereço da Internet. Tabela 5. Órgãos da Sociedade Competentes para Realizar a Avaliação de Desempenho dos Administradores Executivos Nº de Sociedades Órgãos da Sociedade Integram o PSI20 Não Integram o PSI20 Financeiras Não Financeiras Comissão de Remunerações Comissão de Vencimentos Comissão de Governo da Sociedade Assembleia Geral de Acionistas Comissão de Nomeações e Avaliações Presidente da Comissão Executiva Comissão de Auditoria Conselho de Administração Administrador Não Executivo Comissão de Avaliação do Desempenho dos Administradores Comissão de Nomeações e Remunerações Cotadas Conselho Fiscal As 43 sociedades listaram 63 órgãos da sociedade como competentes para a realização da avaliação do desempenho dos administradores executivos. Vinte e seis sociedades listaram apenas um órgão, 14 listaram dois e três sociedades listaram três órgãos. A Comissão de Vencimentos e a Comissão de Remunerações eram responsáveis por esta função em 16 e 12 cotadas, respetivamente. 16

18 Nove sociedades não aplicavam critérios pré-determinados na avaliação de desempenho dos administradores executivos. Em quatro destas sociedades, a Assembleia Geral era considerada o órgão societário competente para a avaliação dos administradores executivos. Nas demais 34 sociedades os critérios pré-definidos possuíam uma natureza apenas individual em duas sociedades, estando relacionados, nomeadamente, com as qualificações e as competências dos administradores executivos (e.g., incluindo critérios qualitativos como a capacidade de aplicação das competências adquiridas em cargos anteriores ou a orientação para os clientes e/ou públicos-alvo ). Em 15 sociedades eram usados critérios de natureza agregada, aplicados a todos os administradores executivos, e 17 sociedades definiam simultaneamente critérios agregados e critérios relacionados com o contributo de cada administrador para os resultados globais. Dezasseis sociedades utilizavam critérios definidos numa base anual e 18 combinavam critérios anuais com critérios plurianuais. Os indicadores de natureza económica e financeira estavam presentes em 32 sociedades, que eram conjugados com critérios ligados ao marketing (e.g., satisfação dos clientes e imagem do grupo) em três casos e com critérios ligados às qualificações e às competências dos administradores executivos em cinco. Duas sociedades apenas aplicavam critérios ligados às competências na avaliação do desempenho dos seus dirigentes. II.2.3 Comissões no Seio do Órgão de Administração ou Supervisão e Administradores Delegados Cinco sociedades não integrantes do PSI20, não financeiras e do modelo Latino não sentiram necessidade de criar comissões específicas em matéria de administração ou de fiscalização. As demais 38 sociedades criaram, em média, 2,6 comissões. O número de comissões criadas variou entre um e sete. Das 17 sociedades com apenas uma comissão, 11 possuíam Comissão Executiva, quatro possuíam Comissão de Remunerações e duas tinham Comissão de Governo Societário ou Comissão de Governo Corporativo e Remuneração dos Quadros Executivos. Tabela 6. Número de Comissões Criadas do Seio do Órgão de Administração ou Supervisão Sociedades N.º Sociedades Média Mediana N.º de Comissões Desviopadrão Mínimo Integram o PSI ,3 4 1,9 1 7 Não Integram o PSI ,9 1 1,5 1 6 Financeiras 4 4,3 4 0,5 4 5 Não Financeiras 34 2,4 2 1,8 1 7 Modelo Anglo-Saxónico 11 2,8 3 1,9 1 5 Modelo Latino 26 2,4 1 1,5 1 7 Total 38 2,6 2 1,8 1 7 Máximo 17

19 Tabela 7. Número de Comissões Criadas do Seio do Órgão de Administração ou Supervisão, por Tipo de Comissão e Sociedade Comissão Integram o PSI20 Não Integram o PSI20 Financeiras Não Financeiras Comissão Executiva Cotadas Comissão de Governo Societário/ de Avaliação do Governo Societário Comissão de Remunerações Comissão de Nomeações e Avaliações/ de Avaliações Comissão de Auditoria Comissão de Controlo Interno/ de Auditoria e de Controlo/ Auditoria e Controlo Interno Comissão de Ética/de Ética e Deontologia Comissão de Governo Societário e Sustentabilidade/ de Governo Societário e Responsabilidade Social Comissão de Riscos e de Auditoria/ de Avaliação de Riscos/ de Riscos Financeiros Comissão de Nomeações e Remunerações Comissão de Auditoria e Finanças Comissão de Sustentabilidade/ Ambiental/de Responsabilidade Corporativa Comissão de Estratégia Comissão de Vencimentos Comissão de Reflexão da Estratégia Internacional/ de Planeamento Estratégico e Internacional Outras* * A categoria outras inclui as seguintes comissões: Comissão de Avaliação de Riscos, Comissão de Acompanhamento da Fusão, Comissão de Acompanhamento do Fundo de Pensões, Comissão Operacional, Comissão de Avaliação da Atividade do Conselho de Administração, Comissão de Análise de Performance e Competitividade, Comissão de Operações entre Partes Relacionadas, Comissão para as Matérias Financeiras, Comissão de Investimento, Auditoria e Risco, Comissão de Análise de Risco, Sustentabilidade, Controlo Interno e Financeiro, Comissão de Análise e Acompanhamento de Riscos Patrimoniais, Comissão de Governo Corporativo e Remuneração dos Quadros Executivos. Tabela 8. Número de Sociedades com Comissão Executiva e Dimensão Média N.º Sociedades com Comissão Executiva % Dimensão Média da Comissão Executiva Integram o PSI % 5,9 Não Integram o PSI % 3,2 Financeiras 4 100% 8,3 Não Financeiras 24 62% 3,9 Modelo Anglo-Saxónico 8 73% 5,5 Modelo Latino 20 65% 4,2 Total 28 65% 4,5 18

20 Entre as 28 sociedades que possuíam Comissão Executiva, o número de constituintes situou-se entre os dois e os 10 membros. 6 Em média, o número de membros foi 4,5, sendo mais elevado entre as sociedades do PSI20, as financeiras e as do modelo Anglo-Saxónico. Em 10 destas sociedades (36% das que constituíram uma Comissão Executiva) aferiu-se a presença de uma mulher na Comissão Executiva. Em duas sociedades não financeiras integrantes do PSI20 ocorreu a renúncia de um membro da Comissão Executiva. Em seis sociedades (21% das que constituíram uma Comissão Executiva) o Presidente do Conselho de Administração acumulava também o cargo de Presidente da Comissão Executiva. Duas sociedades, ambas não integrantes do PSI20 e não financeiras, nomearam administradores delegados (um e três, respetivamente). II.3 Fiscalização As comissões de auditoria das 11 sociedades que adotaram o modelo Anglo-Saxónico eram compostas, em média, por três membros, 7 tendo-se reunido cerca de 11,1 vezes durante o ano. A assiduidade média global das reuniões das comissões de auditoria foi de 96% (99% em 2012). A remuneração média dos membros da comissão de auditoria foi, em termos médios, de Euros. O valor máximo pago individualmente a um membro desta comissão foi de Euros, e o valor mínimo foi de Euros. Em média, os conselhos fiscais das sociedades do modelo Latino reuniram-se 6,2 vezes durante o ano (6,6 vezes em 2012). A composição dos conselhos fiscais variou entre um mínimo de três e um máximo de quatro elementos. Cerca de 96% dos membros dos conselhos fiscais eram considerados independentes, e apenas três sociedades reportaram a existência de membros não independentes no seu conselho fiscal. A assiduidade média global às reuniões do conselho fiscal foi de 99%. A remuneração média dos membros deste órgão foi de Euros. Três sociedades reportaram a inexistência de qualquer remuneração aos membros deste órgão. II.4 Auditoria Externa Foram dez os auditores externos que forneceram serviços de auditoria às sociedades cotadas em A Deloitte e a PWC foram as auditoras externas selecionadas por um maior número de emitentes, 17 (13 em 2012) e 14 (15 em 2012), respetivamente. Cinco auditores externos auditaram apenas uma sociedade emitente. Uma forma alternativa de avaliar a concentração da atividade de auditoria consiste em medir a representatividade de cada uma das sociedades prestadoras de serviços de auditoria no total da capitalização bolsista das sociedades. Neste caso, a Deloitte e a PWC representam 66% do 6 Excluem-se desta contagem os secretários da Comissão Executiva. 7 Apenas o BCP tinha uma comissão de Auditoria composta por quatro elementos; em todos os demais casos as comissões de Auditoria tinham três membros. 19

21 mercado regulamentado português. A KPMG Auditores SL e a KPMG & Associados SROC SA auditaram no seu conjunto 33% da capitalização bolsista portuguesa. As demais seis sociedades de auditoria tinham uma quota inferior a 2%. Quota de Mercado dos Auditores Externos Painel A - Quota medida pelo número de sociedades auditadas KPMG Auditores SL 2% PWC 39% BDO 5% Mariquito, Correia & Associados 2% Patricio,Morei ra,valente e Associados 2% Deloitte 32% E&Y 7% Lampreia & Viçoso 2% Auren 2% KPMG 7% Painel B - Quota medida pela capitalização bolsista das sociedades auditadas KPMG Auditores SL 6% Mariquito, Correia & Associados 0% BDO 0% Patricio,Moreir a,valente e Associados 0% Deloitte 22% PWC 44% KPMG 27% E&Y 1% Lampreia & Viçoso 0% Auren 0% Nota: a BDO, Mariquito, Correia & Associados, Patrício, Moreira, Valente e Associados, Deloitte, KPMG, Auren, Lampreia & Viçoso, E&Y e PWC correspondem, respetivamente, BDO & Associados, SROC; Mariquito, Correia & Associados SROC; Patrício, Moreira, Valente e Associados, SROC; Deloitte & Associados, SROC, S.A.; KPMG & Associados - Sociedade de Revisores e Oficiais de Contas, S.A.; Auren, Auditores e Associados, SROC, SA; Lampreia & Viçoso, SROC; Ernst & Young, Audit And Associados SROC, S.A.; e PricewaterhouseCoopers & Associados - Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda. O índice Herfindahl-Hirschman (HHI) é utilizado frequentemente para avaliar a concentração da oferta em determinados mercados. O HHI foi de 3173,4 pontos medido pela quota calculada em 20

22 BDO Mariquito, Correia & Associados Patricio,Moreira,Vale nte e Associados Deloitte KPMG Auren Lampreia & Viçoso E&Y PWC KPMG Auditores SL termos de capitalização bolsista e de 2644,6 pontos medido pela quota calculada em termos de número de sociedades auditadas. Por comparação com o ano anterior, verificou-se um aumento da concentração desta atividade, porquanto em 2012 o HHI era de 2980,9 pontos e de 2341,8 pontos medido pela capitalização e pelo número de sociedades auditadas, respetivamente. No que se refere aos honorários recebidos pelos trabalhos efetuados pelas empresas de auditoria externa considerou-se o envolvimento global com os respetivos grupos empresariais das cotadas (ou apenas com a própria sociedade quando o conceito de grupo não é aplicável), e foram considerados os serviços de auditoria, de fiabilidade, de fiscalidade e outros serviços prestados. Em relação ao âmbito dos serviços prestados pelo auditor, foram prestados outros serviços à sociedade e/ou respetivo grupo distintos dos de auditoria (incluindo trabalhos em fiabilidade) em 34 emitentes. Os honorários recebidos pelos serviços de auditoria prestados corresponderam a 63% do total da faturação dos auditores externos (82% se incluídos também os trabalhos em fiabilidade). Apenas nove dos emitentes não recorreram a outros serviços da sociedade de auditoria além dos enquadrados no âmbito da auditoria e trabalhos em fiabilidade. Num caso os serviços de fiscalidade e outros serviços prestados corresponderam a mais de 50% da faturação da sociedade de auditoria. As sociedades de auditoria com menor expressão tendem a concentrar a sua atividade no serviço de auditoria. A título exemplificativo, a Mariquito, Correia & Associados, a Auren e a Lampreia & Viçoso tiveram toda a sua atividade focada nos serviços de auditoria, enquanto na Deloite e na Ernst & Young os serviços de auditoria corresponderam a um peso próximo de 50% das respetivas receitas totais. Honorários dos Auditores Externos por Tipo de Serviço Prestado à Sociedade (%) 100% 80% 60% 40% 20% 0% Auditoria ( ) Fiabilidade ( ) Fiscalidade ( ) Outros ( ) Se atendermos ao volume de negócios de cada tipo de serviço prestado, 87% dos honorários recebidos por serviços de auditoria, fiabilidade, fiscalidade e outros serviços estavam concentrados em três sociedades de auditoria (Deloitte, KPMG e PWC), o que atesta o elevado 21

23 BDO Mariquito, Correia & Associados Patricio,Moreira,Va lente e Associados Deloitte KPMG Auren Lampreia & Viçoso E&Y PWC KPMG Auditores SL grau de concentração deste mercado. Quatro das sociedades de auditoria eram responsáveis por menos de 1% do total de receitas geradas por esta atividade. Honorários dos Auditores Externos em (%) das Receitas Totais KPMG Auditores SL 6% E&Y 6% PWC 17% BDO 0% Mariquito, Correia & Associados 1% Patricio,Morei ra,valente e Associados 0% Deloitte 34% Auren 0% Lampreia & Viçoso 0% KPMG 36% Analisando exclusivamente os serviços de auditoria, a Deloitte e a KPMG tinham um peso de 70% dos honorários referentes a esta atividade. Significa isto que estas duas auditoras receberam sete em cada dez Euros do negócio gerado pela prestação de serviços de auditoria. Os honorários provenientes de serviços de fiscalidade estavam concentrados na Deloitte e na KPMG (72% do total), tal como os honorários totais recebidos relativos aos serviços de fiabilidade (79%). Euro de Capitalização Bolsista dos Auditados por cada Euro de Honorários Recebidos Serviços de Auditoria e Fiabilidade

24 Uma medida que permite confrontar os honorários recebidos com a dimensão da empresa auditada é o rácio entre a capitalização bolsista e os honorários cobrados. 8 O valor mais elevado ocorreu na PWC, que auditou Euros por cada Euro de honorários recebidos da atividade de auditoria e fiabilidade, e o mais reduzido na Patrício, Moreira, Valente e Associados (14 Euros). No que concerne aos honorários de serviços de fiscalidade e outros serviços, é de sublinhar novamente a posição da PWC ( Euros de capitalização bolsista por cada Euro despendido nesses serviços). A KPMG, a BDO, a Ernst & Young e a Deloitte registam valores mais baixos que a PWC, conquanto não desprezíveis. O número de anos que, em média, a empresa de auditoria externa prestava consecutivamente serviços ao emitente era de 10,1 anos (9,7 anos em 2012). À semelhança de anos anteriores, a PWC foi a única das quatro maiores auditoras a apresentar um nível de antiguidade inferior à média global (6,9 anos), ao passo que a KMPG (16,3) e a Ernst & Young (15,3) denotam um índice de antiguidade significativamente superior à média. A BDO e a Mariquito, Correia & Associados eram os outros auditores externos com um nível de antiguidade inferior à média. Em contraposição, a Patrício, Moreira, Valente e Associados auditava a Compta há cerca de 34 anos consecutivos. Segundo o código de governo das sociedades da CMVM aprovado em 2013, as sociedades devem promover a rotação do auditor externo ao fim de dois ou três mandatos, conforme sejam, respetivamente, de quatro ou de três anos, e a sua manutenção além desse período deverá ser fundamentada num parecer específico do órgão de fiscalização. A este respeito, três sociedades declararam impor uma limitação ao número de anos em que a empresa de auditoria externa poderá prestar serviços à sociedade: a Soares da Costa (limite de seis anos), a Orey Antunes e a Sonae S.G.P.S (ambas com limite de oito anos). A avaliação da empresa de auditoria externa era, em termos gerais, da responsabilidade do órgão de fiscalização da sociedade (conselho fiscal ou comissão de auditoria), pese embora partilhando competências, em algumas situações, com o órgão de administração. Existia ainda uma sociedade em que a avaliação da empresa de auditoria estava a cargo da Assembleia Geral. II.5 Gestão de Risco e Política de Comunicação de Irregularidades O número de sociedades que reportaram ter um sistema de controlo interno de risco aumentou de 38 (em 2012) para 40. Duas das sociedades do índice PSI20 afirmaram não ter um sistema de controlo interno de risco. Quanto à existência formal de uma unidade orgânica de auditoria interna, constata-se a sua existência em 31 sociedades, das quais 16 integravam o índice PSI20. Trinta e cinco sociedades declararam ter estabelecido nas suas organizações uma política de comunicação de irregularidades. Encontram-se entre essas sociedades a totalidade das que operam no setor financeiro e 17 das que integravam o índice PSI20. 8 Comparações com anos transatos deverão ser feitas com cautela devido à volatilidade exibida pela capitalização bolsista das sociedades cotadas. 23

25 III REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS SOCIAIS III.1 Remuneração Total As remunerações pagas aos membros dos órgãos de administração, no âmbito do perímetro de consolidação das sociedades cotadas (isto é, sociedade-mãe e subsidiárias) atingiram 105,160 milhões de Euros 9, valor que compara com 110,092 milhões de Euros em Os administradores executivos receberam Euros per capita e os não executivos auferiram Euros. Estes montantes não incluem, porém, os valores pagos referentes a planos de reforma e fundos de pensões. Considerando todo o perímetro de consolidação das respetivas sociedades, 25% (75%) daquele montante advém de remunerações variáveis (fixas). Decomposição da Remuneração Recebida no Âmbito do Perímetro de Consolidação das Sociedades Cotadas Painel A Todos os administradores Remunerações Variáveis 25% Remunerações Fixas 75% Painel B Apenas administradores executivos Remunerações Variáveis 26% Remunerações Fixas 74% Treze administradores executivos receberam mais de um milhão de Euros, tendo o valor máximo sido de 2,035 milhões de Euros. A componente variável das remunerações dos executivos representou 26% do total (considerando apenas a remuneração fixa e variável). Os montantes totais recebidos através da sociedade totalizaram 76,3 milhões de Euros, sendo que 85% correspondiam a remunerações fixas e o remanescente a remunerações variáveis. Dos 9 Não inclui valores pagos a administradores da Cimpor pelas subsidiárias por não ter sido disponibilizada a informação. 24

26 Setor Financeiro Setor Não Financeiro Integrantes do PSI20 Não integrantes do PSI20 Modelo Latino Modelo Anglo- Saxónico Setor Financeiro Setor Não Financeiro Integrantes do PSI20 Não integrantes do PSI20 Modelo Latino Modelo Anglo- Saxónico montantes recebidos através das subsidiárias, 63% respeitam a remunerações fixas e o remanescente a remunerações variáveis. 10 Distribuição da Remuneração Por Referência ao Setor de Atividade, à Dimensão e ao Modelo Societário Adotado Painel A Todos os administradores 13% 27% 24% 27% 36% 10% 87% 73% 76% 73% 64% 90% Remuneração Fixa Remuneração Variável Painel B Apenas executivos 7% 30% 24% 33% 38% 9% 93% 70% 76% 67% 62% 91% Remuneração Fixa Remuneração Variável A análise por tipo de empresa (financeira e não financeira) e dimensão/liquidez (usando como proxy o facto de a empresa integrar ou não o índice PSI20) revela que o peso das remunerações fixas nas remunerações totais globais foi superior nas sociedades do setor financeiro o que poderá estar relacionado com as imposições da Comissão Europeia para a aprovação da subscrição de capital por parte do Estado Português em alguns dos bancos cotados no sentido de restringir os prémios aos administradores, e nas sociedades que integram o índice PSI20. No que concerne às especificidades associadas ao modelo societário acolhido, é de sublinhar a maior importância das remunerações fixas nas sociedades que optaram pelo modelo Anglo- 10 Média Capital, Reditus, Semapa e SonaeCom agregaram os valores pagos pelas subsidiárias e não foram consideradas no cálculo desta percentagem. 25

27 Setor Financeiro Setor Não Financeiro Integrantes do PSI20 Não integrantes do PSI20 Modelo Latino Modelo Anglo- Saxónico Saxónico. As sociedades que adotaram o modelo Latino apresentam um maior peso das remunerações variáveis. Se atendermos apenas às remunerações dos administradores executivos, nas empresas não financeiras e naquelas que não integram o índice PSI20 as remunerações variáveis tiveram maior relevância. 77 administradores não foram remunerados diretamente pela sociedade, dos quais 37 são não executivos. Duas emitentes (Altri e F. Ramada) remuneraram os seus administradores exclusivamente através das sociedades participadas. Distribuição da Remuneração Proveniente das Sociedades Emitentes e Respetivas Participadas por Tipo de Administrador Não Executivo 28% Executivo 72% O rácio entre as remunerações dos administradores não executivos e as dos executivos foi mais elevado entre as sociedades que não integram o índice PSI20, as não financeiras e as que acolheram o modelo Latino. Nas sociedades financeiras a remuneração dos executivos representou quatro vezes a dos demais membros do órgão de administração. Rácio Entre a Remuneração Média dos Não-Executivos e a dos Executivos 20% 26% 23% 26% 26% 24% O peso das remunerações pagas diretamente pelo resto do grupo foi superior entre as sociedades não financeiras e as do modelo Latino (25% e 33%, respetivamente). A este respeito releva referir que sempre que os administradores recebem remunerações significativas de outras empresas do grupo que não a sociedade cotada é legítimo que os acionistas avaliem tais 26

28 Setor Financeiro Setor Não Financeiro Integrantes do PSI20 Não integrantes do PSI20 Modelo Latino Modelo Anglo- Saxónico situações com redobrada cautela. De facto, estes não só suportam (indiretamente) essas remunerações, como poderão não ter qualquer controlo sobre a fixação do seu valor. Proporção do Total de Remunerações Pagas aos Membros dos Órgãos de Administração por Origem 13% 25% 23% 24% 33% 10% 87% 75% 77% 76% 67% 90% Sociedade Participadas III.2 Outros Mecanismos de Remuneração e Indemnizações Sete sociedades referem a possibilidade de virem a ser atribuídas ações ou opções em função do desempenho dos seus administradores. São várias as emitentes que preveem a atribuição de ações aos membros do Conselho de Administração ou a ligação da remuneração variável de médio prazo ao desempenho das ações em mercado secundário. Entre essas sociedades encontram-se o BES, a Zon, a Sonae SGPS, a Sonae Capital, a Sonae Indústria e a SonaeCom, que preveem a atribuição de ações aos membros do Conselho de Administração como parte integrante da sua componente de remuneração variável de médio prazo. À semelhança de anos anteriores, a Novabase contempla a atribuição de opções aos seus administradores. Por outro lado, 14 sociedades constituíam planos de poupança reforma ou subscreviam fundos de pensões em nome dos seus membros do Conselho de Administração. A título ilustrativo, na Mota-Engil somente os administradores acionistas fundadores são beneficiários de um plano de pensões de benefícios definidos. Na Imobiliária Grão Pará apenas os administradores com pelo menos 40 anos de funções de administração terão direito a uma pensão vitalícia de reforma por velhice ou invalidez a cargo da sociedade. Noutras sociedades, como são os casos do Banif e do Banco BPI, aplica-se o acordo de empresa que é extensível aos demais colaboradores. Na Portucel é definido um complemento de velhice ou invalidez. Por fim, no caso da Galp existe um reforço de um plano de poupança reforma em nome dos membros do Conselho de Administração. 27

29 A generalidade das sociedades refere não existirem limitações contratuais previstas para a compensação a pagar por destituição sem justa causa de um administrador, nem acordos entre a sociedade e os titulares do órgão de administração e dirigentes, na aceção do n.º 3 do artigo 248.º-B do Código dos Valores Mobiliários, que prevejam indemnizações em caso de demissão, despedimento sem justa causa ou cessação da relação de trabalho na sequência de uma mudança de controlo da sociedade. A Imprensa constitui a única exceção ao estar prevista uma indeminização na eventualidade de ocorrer a cessação do exercício das funções de um dos administradores devido a destituição ou não recondução por decisão arbitrária dos acionistas. Por fim, foram pagos 2,7 milhões de Euros a título de indeminização na Zon, na sequência da sua fusão com a SonaeCom. 28

30 CAPÍTULO 2 SUPERVISÃO DO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES LEGAIS E REGULAMENTARES RELATIVAS AO GOVERNO DAS SOCIEDADES As sociedades emitentes de ações sujeitas a lei pessoal portuguesa devem publicar anualmente informação sobre as respetivas práticas de governo societário, num capítulo ou num anexo ao relatório de gestão anual, de forma a permitir a compreensão do modelo e das práticas de governo adotadas. A CMVM analisou os relatórios de governo societário relativos a 2013 e desenvolveu os seguintes trabalhos: (a) (b) (c) (d) Foi preparado um modelo de tabela de controlo do cumprimento dos requisitos legais relativos ao relatório do governo societário de cada emitente, com os seguintes elementos: o primeiro, relativo à verificação do cumprimento dos deveres de informação sobre estrutura acionista, organização e governo da sociedade; o segundo, respeitante à verificação do cumprimento das recomendações constantes do Código de Governo das Sociedades da CMVM de 2013; Foi avaliado o cumprimento dos requisitos legais pelos emitentes; Na sequência da análise desenvolvida, foi enviado um ofício a cada um dos emitentes (com exceção do Banco Espírito Santo, S.A.), com as conclusões alcançadas em matéria de informação cuja prestação é obrigatória mas que se encontra em falta e com a apreciação da CMVM quanto à autoavaliação efetuada pelas sociedades do cumprimento das recomendações referentes ao Código de Governo das Sociedades da CMVM; As respostas das sociedades a esses ofícios foram analisadas e foram objeto de resposta fundamentada da CMVM, de modo a esclarecer quaisquer dúvidas que pudessem subsistir e para que possam ser tomadas em consideração na elaboração do relatório de governo da sociedade referente ao exercício de 2014, a apresentar na assembleia geral anual a decorrer em As respostas da CMVM visaram esclarecer as dúvidas e divergências manifestadas, e procuraram incutir nos emitentes a ideia de que os destinatários privilegiados dos relatórios de governo societário são os acionistas e investidores, devendo a principal preocupação ser a qualidade, veracidade, atualidade, correção e completude da informação prestada. Adicionalmente, foi incluída uma advertência nos ofícios remetidos para o facto de o relatório sobre o governo da sociedade respeitar a informação que deve cumprir os critérios do artigo 7.º Código dos Valores Mobiliários (sob pena de poderem ser aplicadas sanções contraordenacionais). No que respeita ao código de governo das sociedades que tenha sido adotado pela sociedade, o dever jurídico é o de demonstrar o cumprimento das recomendações ou de justificar adequadamente a sua não adoção. Algumas situações de desconformidade detetadas foram remetidas ao Departamento de Contencioso para análise de eventual relevância contraordenacional. 29

31 I. RELATÓRIOS DE GOVERNO SOCIETÁRIO: ANÁLISE DO CUMPRIMENTO GLOBAL ( COMPLY ) DAS RECOMENDAÇÕES DO CÓDIGO DE GOVERNO DAS SOCIEDADES DA CMVM 2013 Como antecipado no anterior Relatório, esta edição do Relatório Anual Sobre o Governo das Sociedades Cotadas não apresenta o resultado da análise individual levada a cabo pela CMVM. O facto de não ser divulgado publicamente o resultado da análise individual não significa que tal avaliação não deva ser feita. A CMVM tem um dever de acompanhamento das normas e recomendações por si emitidas e, nesse âmbito, avaliou o cumprimento individual das recomendações sobre governo societário pelos emitentes. Em termos agregados, o incumprimento ou o cumprimento parcial das recomendações do Código de Governo das Sociedades da CMVM está ilustrado no gráfico seguinte. Gráfico 27 - Nível de incumprimento e cumprimento parcial das recomendações da CMVM por ponto do modelo de relatório de governo societário Número de incumprimentos / cumprimentos parciais Cumprida parcialmente Não cumprida I.1. I.4. I.5. II.1.4. II.1.5. II.1.7. II II.2.1. II.2.2. II.2.5. II.3.1. II.3.3. III.1. III.2. III.3. III.4. III.5. III.8. IV.1. IV.3. V.2. (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Recomendação incumprida / cumprida parcialmente Recomendações: (1) I. Votação e controlo da sociedade (2) II. Supervisão, Administração e Fiscalização; II.1. Supervisão e administração (3) II. Supervisão, Administração e Fiscalização; II.2. Fiscalização (4) II. Supervisão, Administração e Fiscalização; II.3. Fixação de remunerações (5) II. Supervisão, Administração e Fiscalização; III. Remunerações (6) II. Supervisão, Administração e Fiscalização; IV. Auditoria (7) II. Supervisão, Administração e Fiscalização; V. Conflitos de interesses e transações com partes relacionadas De entre as recomendações incumpridas ou apenas parcialmente cumpridas, destacam-se: «I.5. Não devem ser adotadas medidas que tenham por efeito exigir pagamentos ou a assunção de encargos pela sociedade em caso de transição de controlo ou de mudança da composição do órgão de administração e que se afigurem suscetíveis de prejudicar a livre transmissibilidade das ações e a livre apreciação pelos acionistas do desempenho dos titulares do órgão de administração». 30

32 Da informação prestada pelas sociedades resulta que, em geral, ou não existia plena consciência do sentido e alcance desta recomendação ou não havia intenção de reconhecer a existência de determinados contratos com cláusulas de alteração de controlo (cláusula que prevê a produção de determinados efeitos jurídicos em caso de transição de controlo ou de mudança na composição do órgão de administração). As sociedades tendem frequentemente a considerar que não são abrangidas pela recomendação as cláusulas que estão inseridas em contratos de financiamento, por exigência da contraparte e de acordo com eventuais práticas de mercado (como medida de salvaguarda da entidade financiadora). Ora, conforme resulta da recomendação, a previsão de quaisquer cláusulas ou disposições que tenham aquele efeito, independentemente da sua natureza ou fonte, não constitui, em princípio, boa prática de governo societário, pelo que a sua existência determina um juízo de não adoção da recomendação. As referidas circunstâncias (exigência da contraparte e práticas de mercado) poderão eventualmente ser invocadas como justificação para a não adoção (segundo o princípio comply or explain), no sentido de explicitar que a sua previsão contratual não tem o sentido imediato de obstar a alterações de controlo mas de criar as condições necessárias à obtenção de financiamento (pelo que correspondem a exigências das entidades financiadoras). Esta questão está relacionada com o problema, mais abrangente, de não estar ainda sedimentada a ideia de que uma adequada justificação para o incumprimento de determinada recomendação pode ser preferível para os acionistas do que a adoção acrítica de uma recomendação, sobretudo quando esse cumprimento não apresente qualquer mais-valia para a sociedade em causa. Este paradigma, que se enraizou essencialmente com a divulgação de rankings de cumprimento de recomendações, não foi ainda invertido, pelo que os emitentes continuam a procurar cumprir mais ou menos acriticamente com o maior número de recomendações possível. Ainda a este propósito deve ser referido que, no passado, a CMVM já considerou recomendações não adotadas mas cujas justificações para o incumprimento eram efetivas como equivalentes a recomendações adotadas. «II.1.4. Salvo por força da reduzida dimensão da sociedade, o Conselho de Administração e o Conselho Geral e de Supervisão, consoante o modelo adotado, devem criar as comissões que se mostrem necessárias para: a) assegurar uma competente e independente avaliação do desempenho dos administradores executivos e do seu próprio desempenho global, bem assim como das diversas comissões existentes; b) refletir sobre sistema estrutura e as práticas de governo adotado, verificar a sua eficácia e propor aos órgãos competentes as medidas a executar tendo em vista a sua melhoria». Alguns emitentes continuam a perspetivar o governo das sociedades essencialmente como um custo, atribuindo-lhe relevo exclusivamente no momento de elaboração do relatório anual, procurando a melhor forma de descrever práticas que suscitam dúvidas quanto à sua efetiva implementação. Salvo algumas exceções, a perceção que resulta é a de que em geral não existe 31

33 uma verdadeira planificação que, incidindo sobre uma análise crítica do modelo efetivamente adotado e das suas falhas, parta para uma correção consciente e previamente programada. Nessa medida, depreende-se que em muitos casos as funções que deveriam ser cometidas a órgãos ou comissões internas, especificamente criadas para o efeito, acabam por ser delegadas no próprio gabinete de relação com investidores ou em advogados (internos ou externos) da sociedade. «II.1.7. Entre os administradores não executivos deve contar-se uma proporção adequada de independentes, tendo em conta o modelo de governação adotado, a dimensão da sociedade e a sua estrutura acionista e o respetivo free float ( ).» De acordo com os critérios específicos para determinação da independência dos administradores não executivos não se pode considerar independente quem seja titular de participação qualificada ou representante de um acionista titular de participação qualificada. Tomando em consideração a estrutura acionista característica das sociedades cotadas portuguesas, com o capital significativamente concentrado em poucos acionistas ou em acionistas controladores, é prática usual a atribuição de funções de direção a pessoas que mantêm com tais acionistas especiais relações de proximidade. É, assim, a própria estrutura de capital das sociedades cotadas que propicia o significativo incumprimento da recomendação. Merece ainda saliência a frequente e indevida qualificação de determinados administradores como independentes, fenómeno que continua a causar preocupação, desde logo porque tal qualificação é essencial para o cumprimento de determinados requisitos legais, como sejam os relativos à composição da comissão de auditoria (art. 423.º-B/5 do Código das Sociedades Comerciais) nas sociedades com modelo de governo Anglo-Saxónico. Ao longo de 2014, e no âmbito da apreciação de operações de mercado (ofertas públicas e admissão à negociação de valores mobiliários), a CMVM detetou situações de incumprimento dos requisitos legais relativos à composição dos órgãos sociais, tendo determinado a necessidade da sua atempada resolução. CAIXA 1 - O PAPEL DOS ADMINISTRADORES NÃO EXECUTIVOS Historicamente, as normas destinadas a regular a composição, a organização e o funcionamento do órgão de administração da sociedade anónima foram desde cedo acompanhadas do reconhecimento da possibilidade de delegação de poderes. O conselho de administração, enquanto órgão coletivo, via-se impossibilitado de praticar todos os atos exigidos pela gestão diária da sociedade, impondo-se a delegação de poderes mais ou menos vastos num ou mais administradores. Assim o exigia a mais eficiente e eficaz prossecução do interesse da sociedade. 32

34 Atualmente, nos termos do Código das Sociedades Comerciais (CSC) 11 : i) Salvo disposição estatutária em contrário, pode o conselho de administração encarregar algum ou alguns administradores de se ocuparem de certas matérias de administração (art. 407.º/1 e 2 do CSC). ii) Quando autorizado pelos acionistas no contrato de sociedade, pode o conselho de administração delegar num ou mais administradores, ou numa comissão executiva, a gestão corrente da sociedade: neste caso está em causa uma mais ampla delegação de poderes que abrange matérias de planeamento, organização e coordenação (art. 407.º/1 e 3 do CSC). Em qualquer dos casos, o órgão de administração não deixa de ter por missão garantir que a sociedade atua de modo consonante com os seus objetivos. Assim, cabe ao órgão de administração definir a estratégia da empresa; assegurar o cumprimento dessa estratégia; controlar e verificar a evolução dos negócios nas suas diversas componentes; medir e gerir os riscos inerentes à atividade da empresa; tratar de modo igualitário todos os acionistas; garantir a suficiência, fiabilidade e veracidade da informação divulgada; assegurar que a empresa, nas suas diferentes áreas e divisões, funciona de forma eficaz, eficiente e segura; e assegurar que as políticas de remuneração respeitam os princípios do desempenho e do mérito (Silva, et al., 2006). Havendo delegação, «o conselho de administração deve acompanhar e vigiar o desenvolvimento da atividade social pelos delegados e, onde se justifique, deve intervir, sobrepondo a sua própria iniciativa à dos delegados, seja porque esta é inadequada ou simplesmente insuficiente à prossecução dos melhores interesses da sociedade (Ferreira Gomes, 2015). Esta perspetiva do órgão de administração como primeiro responsável pelos destinos da sociedade reflete-se na posição jurídica de cada um dos seus membros. Todos são responsáveis pela realização dessa função. O movimento de corporate governance, porém, há muito realça a especial importância dos administradores sem poderes delegados frequentemente designados administradores não executivos no aconselhamento estratégico e na vigilância dos administradores com poderes delegados frequentemente designados administradores executivos. É atualmente reconhecida como boa prática de governo societário a presença de administradores não executivos no órgão de administração. O Código de Governo das Sociedades da CMVM de 2013 recomenda que o órgão de administração de uma sociedade 11 Toma-se aqui por base as normas aplicáveis ao modelo Latino e ao modelo Anglo-Saxónico. O art. 407.º do CSC não é diretamente aplicável ao modelo Dualista, não havendo previsão expressa da possibilidade de delegação de poderes. Recorde-se, porém, que, no sistema alemão que lhe serviu de base, o silêncio da lei «não impediu que a jurisprudência e a doutrina alemã reconhecessem a possibilidade de repartição de competências ou de pelouros (Ressortverteilung, Geschäftsverteilung) no seio do Vorstand. Contudo, não pode incidir sobre determinadas matérias que, pela sua importância, constituem a competência mínima do pleno (Mindestzuständigkeit des Gesamtvorstands)» (Ferreira Gomes, 2015). 33

35 ( ) deve incluir um número de membros não executivos que garanta efetiva capacidade de acompanhamento, supervisão e avaliação da atividade dos restantes membros do órgão de administração (Recomendação II.1.6). Silva, et al. (2006) vão um pouco mais longe e recomendam que [o]s administradores não executivos devem ser em número claramente superior ao número de membros que integram a Comissão Executiva (Recomendação 8). Entre os Princípios da OCDE sobre o Governo das Sociedades (2004) pode ler-se que [o]s órgãos de administração devem ponderar a possibilidade de designarem um número suficiente de membros não executivos do órgão de administração capazes de exercer um juízo independente para a execução de tarefas susceptíveis de serem afectadas por um conflito de interesses, destacando algumas responsabilidades fundamentais, tais como ( ) garantir a integridade dos relatórios financeiros e não financeiros, a análise de transacções com partes relacionadas, a nomeação de membros do órgão de administração e dos principais executivos e a remuneração dos membros do órgão de administração (Secção VI, Princípio E.1). As razões que fundamentam a inclusão de membros não executivos no órgão de administração de uma sociedade são múltiplas. Em primeiro lugar, direção da sociedade e gestão da sociedade são tarefas diferentes. Nas palavras de Tricker (2009, p. 36), management runs the business; the board ensures that it is being well run and run in the right direction. Ao órgão executivo deve caber a gestão quotidiana da sociedade, enquanto a principal tarefa do board (direção da sociedade) é dirigir a sociedade, isto é, formular a estratégia e os objetivos da sociedade, concretizar a vontade da sociedade (ou seja, a definir as políticas que devem orientar a gestão da sociedade, materializadas no respetivo plano de atividades e orçamento), fiscalizar a gestão executiva e responsabilizar a sociedade perante acionistas e outras partes interessadas. A inclusão de membros não executivos no órgão de administração tem subjacente aquela tarefa, devendo assumir o papel de fiscalizadores, desafiadores, avaliadores e conselheiros da gestão executiva. Assenta também na perceção de que os administradores não executivos são norteados por uma capacidade de julgamento independente e, enquanto catalisadores de uma gestão responsável e prudente, asseguram a prossecução dos melhores interesses dos acionistas e da sociedade. Decorre igualmente da constatação de que a responsabilidade de supervisão da gestão não deve estar exclusivamente depositada nos acionistas, na medida em que os investidores carecem de incentivo para questionar o modelo de governo quando o desempenho financeiro da sociedade é satisfatório (lógica do conform or perform ), tornando necessária a presença permanente de uma figura que monitorize, questione e avalie criticamente as decisões tomadas pela gestão. Em segundo lugar, tendo em conta o conhecimento e a experiência que os administradores não executivos devem trazer para o seio do conselho de administração, com a sua presença este órgão deve ficar melhor posicionado para percecionar riscos e oportunidades. Em particular, os administradores não executivos devem desempenhar um papel importante na identificação de riscos, na avaliação da eficácia da sua gestão, e devem contribuir para evitar que a sociedade assuma riscos excessivos ou injustificados. 34

36 Vários estudos estabelecem uma relação positiva entre o número de administradores não executivos e o desempenho financeiro da sociedade (Kaplan e Reishus, 1990; Ferris et al., 2003). Contudo, a validade deste tipo de análise parece estar condicionada pelas específicas características do mercado no qual se desenvolveu o estudo. Ainda a este respeito, convém assinalar que parece existir um limite aos benefícios decorrentes da presença de administradores não executivos no quadro das empresas. A literatura teórica propõe a existência de um trade-off entre, por um lado, o benefício da independência, do conhecimento e da experiência adicional com que cada administrador não executivo contribui para o órgão de administração e, por outro lado, os custos de coordenação e os problemas de free-riding decorrentes do aumento da dimensão do órgão de administração (Raheja, 2005; Harris e Raviv, 2008). O problema de freeriding emerge da relação negativa entre a influência de cada administrador e a dimensão do órgão de administração. À medida que diminui a influência de cada administrador, menor será o seu incentivo a suportar os custos privados de investir em informação e supervisionar ativamente a atuação da gestão executiva. No plano empírico, Lehn et al. (2009) encontram evidência consistente com a existência de trade-offs desta índole na determinação do número ótimo de administradores não executivos no órgão de administração. A literatura documenta também importantes limitações à eficácia do papel dos administradores não executivos. Estas limitações são analisadas sob as lentes teóricas da teoria da agência (Jensen e Meckling, 1976; Fama, 1980) e da teoria da informação (Stigler, 1961). Implícita na teoria da agência está a assunção de que os administradores não executivos dispõem de livre acesso a toda a informação necessária para desempenhar o seu papel de supervisão e fiscalização. Contudo, a informação tem custos e é, por natureza, incompleta, pelo que a tomada de decisão num contexto empresarial se reveste necessariamente de incerteza. Informação adicional tem o potencial de reduzir a incerteza, mas há um trade-off entre o custo de obter informação adicional e o retorno decorrente da redução da incerteza no processo de tomada de decisão. Além do custo de obtenção da informação, Williamson (1979) sublinha que existem outras características da informação com o potencial de influenciar materialmente o processo de tomada de decisão. Por um lado, a informação pode ser privada, dando origem a assimetria de informação. Neste caso, a informação pode ser utilizada estrategicamente para influenciar a tomada de decisão. Por outro lado, a informação é por vezes complexa, podendo haver limites à capacidade de os envolvidos processarem toda a informação disponível. A literatura assinala ainda que a assimetria de informação que governa a relação entre os administradores executivos e os administradores não executivos pode consubstanciar o denominado paradoxo da independência : por forma a obter informação adequada ao exercício das suas funções, a administração não executiva está por vezes dependente dos membros executivos, que é esperado que avalie e dos quais se espera que seja independente (Nowak e McCabe, 2003; Hooghiemstra e van Manen, 2004). Na prática, a primeira limitação reside no facto de, com frequência, os administradores não executivos apenas se dedicarem aos assuntos da empresa a tempo parcial e reunirem parcas vezes ao longo do ano, o que pode revelar-se insuficiente. Em segundo lugar, os membros não 35

37 executivos podem não possuir os conhecimentos técnicos para tomar decisões de forma plenamente informada. Ciente das limitações desta natureza, e tendo em conta que o acesso à informação é crítico para determinar a eficácia do controlo exercido pelos administradores não executivos (Pettigrew e McNulty, 1995; Roberts et al., 2005) e o seu grau de envolvimento na definição estratégica da empresa (McNulty e Pettigrew, 1999), o Livro Branco sobre Corporate Governance em Portugal (Silva, et al., 2006) considera indispensável que a empresa assegure que os administradores não executivos disponham de acesso aos recursos necessários para o exercício das suas funções (Recomendação 24), recomendando também que lhes seja facultada toda a informação por eles solicitada sobre o funcionamento da Comissão Executiva, incluindo as agendas e as actas das respectivas reuniões (Recomendação 25, e que encontra paralelo na Recomendação da CMVM II.1.9). A importância do acesso à informação é também reconhecida nos Princípios da OCDE sobre o Governo das Sociedades (2004), nos quais é assinalado que [p]or forma a desempenharem as suas funções, os membros do órgão de administração devem ter acesso a informações rigorosas, relevantes e oportunas (Secção VI, Princípio F). E a este respeito, Silva, et al. (2006) vão ainda mais além, recomendando que [e]xista um programa de recomendação dos novos administradores não executivos às matérias técnicas e financeiras da empresa, assim como um programa de actualização permanente, visando garantir que os administradores não executivos estejam familiarizados com os assuntos da empresa e disponham de toda a formação e informação necessárias ao adequado desempenho da sua missão (Recomendação 26). A adoção destes mecanismos tem em vista colmatar uma desvantagem informacional que os administradores não executivos possuem face aos executivos. Assim, a inclusão de membros não executivos parece aumentar a independência do quadro em detrimento da informação que o quadro coletivamente dispõe. Todavia, esta perspetiva suscita a seguinte questão: os administradores não executivos procuram ativamente melhorar a informação que possuem? Alguns estudos sugerem que sim. Roberts, et al. (2005) e Rutherford e Buchholtz (2007) concluem que os administradores não executivos diligenciam no sentido de reunir a informação necessária para ultrapassar a assimetria de informação, questionando e promovendo o debate entre a administração não executiva e a executiva, pelo que, no essencial, estes estudos sugerem que os administradores não executivos devem ser proativos (em vez de reativos) na recolha de informação. Porém, como se refere adiante, estas asserções parecem ser postas em causa pelos factos relativos ao funcionamento de conselhos de administração que se tornam do conhecimento público nos sucessivos escândalos societários e financeiros que assolam os mercados nacional e internacional. Em suma, o acesso adequado a informação de qualidade para a monitorização e controlo está subordinado ao conhecimento que o administrador não executivo possui e à determinação deste para colher a informação necessária, mas também à integridade dos administradores executivos na provisão da informação. Sendo certo que ( ) a adequada fiscalização e avaliação dos gestores executivos exige que os administradores não executivos devotem tempo aos assuntos da empresa e tenham conhecimentos suficientes para o efeito (Silva, et al., 2006), cabe 36

38 igualmente aos administradores não executivos a responsabilidade de fazer diligências no sentido de colher a informação necessária ao desempenho das suas funções, sinalizando construtivamente aos membros executivos a informação que consideram necessária quando esta não lhes é prestada e acedendo a informação neutra (não intermediada pelos executivos) quando as concretas circunstâncias do caso o imponham. Um exemplo recente no mercado português reacendeu o debate em torno do papel dos administradores e, em particular, dos administradores não executivos. Enquanto o relatório de governo de uma sociedade afirmava que o seu órgão de administração, composto por membros executivos e não executivos, garantia a efetiva capacidade de supervisão, fiscalização e avaliação da Comissão Executiva, um dos seus administradores não executivos referiu em entrevista nos meios de comunicação social que as reuniões do órgão de administração se resumiam a um mero pró-forma, nas quais os administradores recebiam passivamente a informação que lhe era prestada sem procurar questionar as decisões tomadas pela comissão executiva. A conduta descrita nos meios de comunicação social traduz um incumprimento não só das mais básicas recomendações de bom governo das sociedades, mas do núcleo essencial das obrigações impostas por lei ao órgão de administração e a cada um dos seus membros, incluindo, em particular, os administradores não executivos. Todos deveriam conhecer adequadamente a atividade da sociedade e atuar, em cada caso concreto, em termos informados (artigos 64.º/1, a) e 72.º/2 do CSC). Na medida em que a delegação de poderes pelo órgão de administração num ou mais administradores (ou numa ou mais pessoas integradas na estrutura administrativa ao mesmo subordinada) não prejudica a sua obrigação de vigilância, exige-se uma atitude ativa na salvaguarda dos melhores interesses da sociedade. Com efeito, não obstante a delegação de quaisquer poderes, o órgão de administração (e cada um dos seus membros, chamados a realizar a sua função em modo coletivo) é o primeiro responsável pela administração da sociedade. Além disso, nos termos da lei, os administradores não executivos são responsáveis pela vigilância geral da atuação do administrador delegado ou da comissão executiva (artigo 407º/8 do CSC). Referências Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (2013), Código de Governo das Sociedades da CMVM 2013 (Recomendações). Fama, E. (1980), Agency problems and the theory of the firm, Journal of Political Economy, 88, Ferreira Gomes, J. (2015), Da administração à fiscalização de sociedades: A obrigação de vigilância dos órgãos da sociedade anónima (Tese de doutoramento), Coimbra: Almedina (no prelo). Ferris, S., M. Jagannathan e A. Pritchard (2003), Too busy to mind the business? Monitoring by directors with multiple board appointments, Journal of Finance, 58(3), Harris, M. e A. Raviv (2008), A Theory of board control and size, Review of Financial Studies, 21(4), Hooghiemstra, R. e J. van Manen (2004), The independence paradox: (Im)possibilities facing non-executive directors in the Netherlands, Corporate Governance: An International Review, 12(3),

39 Jensen, M. e W. Meckling (1976), Theory of the firm: Managerial behavior, agency costs, and ownership structure, Journal of Finance, 3, Kaplan, S. e D. Reishus (1990), Outside directorships and corporate performance, Journal of Financial Economics, 27(2), Lehn, K., S. Patro e M. Zhao (2009), "Determinants of the size and composition of US corporate boards: ", Financial Management, 38(4), McNulty, T. e A. Pettigrew (1999), Strategists on the board, Organization Studies, 20, Nowak, M. e M. McCabe (2003), Information costs and the role of the independent corporate director, Corporate Governance: An International Review, 11(4), OCDE (2004), Princípios da OCDE sobre o Governo das Sociedades, Paris: OCDE. Pettigrew, A. e T. McNulty (1995), Power and influence in and around the boardroom, Human Relations, 48, Raheja, C. (2005), The interaction of insiders and outsiders in monitoring: A theory of corporate boards, Journal of Financial and Quantitative Analysis, 40, Roberts, J., T. McNulty e P. Stiles (2005), Beyond agency conceptions of the work of the nonexecutive director: Creating accountability in the boardroom, British Journal of Management, 16, S5 S26. Rutherford, M. e A. K. Buchholtz (2007), Investigating the relationship between board characteristics and board information, Corporate Governance: An International Review, 15(4), Silva, A., A. Vitorino, C. Alves, J. Cunha e M. Monteiro (2006), Livro branco sobre corporate governance em Portugal, Instituto Português de Corporate Governance, Lisboa. Stigler, G. (1961), The economics of information, Journal of Political Economy, 69, Tricker, B. (2009), Corporate governance: Principles, policies and practices, Oxford University Press, Oxford. Williamson, O. (1979), Transaction-cost economics: The governance of contractual relations, Journal of Law and Economics, 22, «II.2.5. A Comissão de Auditoria, o Conselho Geral e de Supervisão e o Conselho Fiscal devem pronunciar-se sobre os planos de trabalho e os recursos afetos aos serviços de auditoria interna e aos serviços que velem pelo cumprimento das normas aplicadas à sociedade (serviços de compliance), e devem ser destinatários dos relatórios realizados por estes serviços pelo menos quando estejam em causa matérias relacionadas com a prestação de contas a identificação ou a resolução de conflitos de interesses e a deteção de potenciais ilegalidades». À semelhança do que sucede com outras, esta recomendação comporta dificuldades de supervisão porquanto a verificação do seu cumprimento implicaria um acompanhamento presencial da atividade dos órgãos de fiscalização das sociedades cotadas. Essa dificuldade, a que os emitentes não podem ser alheios, deve ser percecionada como impondo àqueles um acrescido dever de demonstração de que as práticas efetivamente implementadas permitem a prossecução do propósito subjacente à recomendação. Assim, não pode ser considerada satisfatoriamente cumprida a recomendação relativamente à qual o emitente se limite a afirmar que cumpre ou, em alternativa, a transcrever textualmente a recomendação tomando-a como descrição das práticas por si instituídas. Um tal comportamento incute a perceção de que, na 38

40 verdade, não está ainda integralmente apreendido o papel que a própria lei impõe a estes órgãos na supervisão dos sistemas de informação internos (incluindo a auditoria interna e os serviços de compliance), sendo os poderes-deveres que legalmente lhes são atribuídos entendidos ainda de forma muito circunscrita e limitada. «II.3.1. Todos os membros da Comissão de Remunerações ou equivalente devem ser independentes relativamente aos membros executivos do órgão de administração e incluir pelo menos um membro com conhecimentos e experiência em matérias de política de remuneração». A prestação de informação quanto à composição das comissões de remuneração não é, em alguns casos, completa, não permitindo perceber se os seus membros são efetivamente independentes nem se dispõem de conhecimentos e experiência em matérias de política de remuneração. Nessa medida, transmitiu-se aos emitentes que deveria ser prestada mais informação, associando as funções e os curricula dos membros de tais comissões com a consideração de que as mesmas os dotam de conhecimentos e experiência em matérias de política de remuneração adequados à exigência das funções por eles desempenhadas. «III.3. A componente variável da remuneração deve ser globalmente razoável em relação à componente fixa da remuneração, e devem ser fixados limites máximos para todas as componentes». Em vários casos as sociedades emitentes limitam-se a indicar, de forma nem sempre percetível, qual o rácio entre as componentes fixa e variável da remuneração dos administradores, afirmando que consideram que o mesmo é razoável e adequado, embora sem preocupação de fundamentar ou justificar a afirmada adequação. Para que os destinatários do relatório possam fazer um juízo fundamentado sobre essa adequação, é necessário que lhes seja fornecida informação sobre os critérios que estiveram na base do seu estabelecimento. «IV.3. As sociedades devem promover a rotação do auditor ao fim de dois ou três mandatos, conforme sejam respetivamente de quatro ou três anos. A sua manutenção além deste período deverá ser fundamentada num parecer específico do órgão de fiscalização que pondere expressamente as condições de independência do auditor e as vantagens e os custos da sua substituição». As sociedades têm considerado cumprir a recomendação em apreço nos casos em que, na verdade, estão obrigadas por lei a promover a rotação. Assim, a recomendação apenas se pode considerar cumprida se, além do sócio responsável for também promovida a rotação da sociedade de revisores oficiais de contas. Nos casos em que tal não sucede, ao invés de ser efetivamente promovida a rotação, as sociedades têm indicado que o órgão de fiscalização emite 39

41 parecer específico que, ponderando as vantagens e os custos da substituição do auditor externo, vem propor a sua manutenção em funções. Às duas hipóteses referidas vem juntar-se uma outra, a de a substituição ser efetivamente promovida ocasionalmente, sem que tal corresponda ao culminar de uma reflexão interna ou à definição de uma política de rotação a vigorar para o futuro. Somadas todas estas circunstâncias, serão efetivamente reduzidos os casos em que a recomendação é efetivamente cumprida. A questão da rotação dos auditores foi recentemente regulada a nível europeu pelo Regulamento (UE) n.º 537/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho de 16 de abril de 2014, relativo aos requisitos específicos para a revisão legal de contas das entidades de interesse público e que revoga a Decisão 2005/909/CE da Comissão. O conteúdo deste Regulamento consome o conteúdo útil desta recomendação, transpondo por isso para o plano normativo a rotação de sociedades de auditores que até agora era meramente recomendatória. «V.2. O órgão de supervisão ou de fiscalização deve estabelecer os procedimentos e critérios necessários para a definição do nível relevante de significância dos negócios com acionistas titulares de participação qualificada ou com entidades que com eles estejam em qualquer uma das relações previstas no n.º 1 do art. 20.º do Código dos Valores Mobiliários, ficando a realização de negócios de relevância significativa dependente de parecer prévio daquele órgão». O tema das transações com partes relacionadas, onde se inclui o subtópico das transações com acionistas titulares de participação qualificada, não merece ainda o devido relevo por algumas das sociedades cotadas portuguesas. A informação prestada é, em geral, insuficiente, resulta de remissão para a informação prestada em documentos de prestação de contas e é, frequentemente, dissimulada na justificação de tais negócios serem realizados em condições normais de mercado. De resto, a estrutura acionista tipo das sociedades cotadas portuguesas e as relações cruzadas que entre os seus acionistas se estabelecem constituem motivos consideráveis para o desinteresse na prestação transparente do máximo de informação possível. Nesse âmbito, o papel que se pretendeu atribuir aos membros do órgão de fiscalização estabelecer os procedimentos e critérios necessários para a definição do nível relevante de significância dos negócios com acionistas titulares de participação qualificada sai significativamente prejudicado pela relativa pouca força que os mesmos terão para fazer valer o seu poder-dever de controlo. Como consequência, encontram-se situações em que os valores das transações a submeter a controlo são significativamente elevados (diminuindo a probabilidade de ser necessária a intervenção de tais órgãos) ou em casos de ratificação a 40

42 posteriori (em que a alegada necessidade urgente de concretizar o negócio não se coaduna com a intervenção prévia de um órgão de fiscalização). CAIXA 2 TRANSAÇÕES COM PARTES RELACIONADAS Nos últimos anos assistiu-se a um aumento da preocupação de legisladores e autoridades de supervisão em regular conflitos de interesse subjacentes a negócios entre partes relacionadas. Tais conflitos de interesses advêm de problemas de agência, nos termos do qual o órgão de administração e/ou os acionistas maioritários tendem a extrair benefícios privados, prejudicando os demais acionistas. De acordo com o parágrafo 9 da IAS 24, Uma parte relacionada é uma pessoa ou entidade relacionada com a entidade que está a preparar as suas demonstrações financeiras (referida nesta Norma como a «entidade relatora»). (a) uma pessoa ou um membro íntimo da sua família é relacionado com uma entidade relatora se: (i) tiver o controlo ou controlo conjunto da entidade relatora; (ii) tiver uma influência significativa sobre a entidade relatora; ou (iii) for membro do pessoal-chave da gerência da entidade relatora ou de uma empresa-mãe dessa entidade relatora; (b) uma entidade é relacionada com uma entidade relatora se estiver cumprida qualquer uma das seguintes condições: (i) a entidade e a entidade relatora são membros de um mesmo grupo (o que implica que as empresas-mãe, subsidiárias e subsidiárias colegas estão relacionadas entre si); (ii) uma entidade é associada ou constitui um empreendimento comum da outra entidade (ou é associada ou constitui um empreendimento comum de um membro de um grupo a que pertence a outra entidade); (iii) ambas as entidades são empreendimentos comuns da mesma parte terceira; (iv) uma entidade representa um empreendimento comum da entidade terceira e a outra entidade é associada da entidade terceira; (v) a entidade é um plano de benefícios pós-emprego a favor dos empregados da entidade relatora ou de uma entidade relacionada com a entidade relatora. Se uma entidade relatora for ela própria um plano desse tipo, os empregadores promotores são também relacionados com a entidade relatora; (vi) a entidade é controlada ou conjuntamente controlada por uma pessoa identificada na alínea a); (vii) uma pessoa identificada na alínea (a)(i) detém uma influência significativa sobre a entidade ou é membro do pessoal-chave da gerência da entidade (ou de uma empresa-mãe da entidade). Tem sido atribuído um papel de relevo às exigências de divulgação de informação pelas sociedades cotadas, no sentido de promover mecanismos que potenciem o efeito disciplinador e sancionatório do mercado relativamente a abusos oportunistas de agentes. A relevância da prestação de informação sobre negócios com partes relacionadas encontra-se consagrada nos art. 246.º, n. os 3, c) e 5, e) do Código dos Valores Mobiliários. Os emitentes de ações estão obrigados a incluir, no mínimo, «informações sobre as principais transações relevantes entre 41

43 partes relacionadas realizadas nos seis primeiros meses do exercício referindo nomeadamente o montante de tais transações, a natureza da relação relevante e outra informação necessária à compreensão da posição financeira do emitente se tais transações forem relevantes e não tiverem sido concluídas em condições normais de mercado» nas suas contas semestrais. Mais importante ainda é a aplicação da IAS 24 aos emitentes de valores mobiliários admitidos à negociação em mercado regulamentado, ainda que os mesmos não sejam obrigados a apresentar contas consolidadas, ou estejam sujeitos à supervisão do Banco de Portugal ou da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões. O disposto nesta norma pretende assegurar que as demonstrações financeiras de uma sociedade incluam advertências para a possibilidade de os resultados terem sido afetados pela existência de partes relacionadas e por transações e saldos pendentes com tais partes (às sociedades a que não se aplicam as normas internacionais de contabilidade, aplicam-se as regras específicas dos arts. 66.º-A, n.º 2 e 508.º- F, n.º 2 do Código das Sociedades Comerciais). Além da importância da divulgação de informação de negócios com partes relacionadas, a CMVM, através das suas recomendações para o governo das sociedades defende um papel de relevo para o órgão de fiscalização no sentido de estabelecer os procedimentos e critérios necessários para a definição do nível relevante de significância dos negócios com acionistas titulares de participação qualificada ou com entidades que com eles estejam em qualquer uma das relações previstas no n.º 1 do art. 20.º do Código dos Valores Mobiliários. Deste modo, a realização de negócios de relevância significativa deverá ficar dependente de parecer prévio daquele órgão. Vem a este respeito o recente caso da «Portugal Telecom/Grupo Espírito Santo» em que a Portugal Telecom investiu 897 milhões de Euros em papel comercial emitido pela Rio Forte Investments, S.A. ( Rio Forte, uma empresa holding do Grupo Espírito Santo (doravante, GES) com sede no Luxemburgo essencialmente para os seus serviços não financeiros - ver Relatório e Contas do 1º Semestre de 2014). De acordo com o relatório e contas de 2013, a PT considerava o Grupo Espírito Santo como uma parte relacionada (embora a ele se referisse indistintamente como BES, informação que viria a ser clarificada pela PT em 25 de agosto de 2014), não tendo esta classificação sido objeto de reserva pelo auditor externo e pelo Revisor Oficial de Contas. Os Relatórios e Contas de 2013 e anteriores não alertavam para o peso das aplicações de curto prazo da Portugal Telecom no Grupo Espírito Santo, e classificavam a política de tesouraria como prudente no sentido em que o emitente investiria em «aplicações de curto prazo, junto de instituições financeiras diversificadas, tendo em consideração o respetivo rating de crédito» (Relatório e Contas de 2013). É hoje sabido (ver comunicado da PT de 25 de agosto de 2014) que, a 31 de dezembro de 2013, as aplicações na ESI (750 milhões de Euros) representarem aproximadamente: 42

44 82% dos investimentos de curto prazo (99,7% se excluirmos os 161 milhões de euros de debêntures subscritas por subsidiárias brasileiras); 29% das rubricas de caixa, equivalentes de caixa e investimentos de curto prazo; 19% dos ativos correntes; 6% do total do ativo; 40% dos capitais próprios; e 193% dos resultados líquidos do exercício de A aplicação de excedentes de tesouraria em algumas sociedades do GES, e neste particular na Rio Forte, também parece não ser consentânea com a política de investimentos de curto prazo comunicada pela administração da Portugal Telecom nos Relatórios e Contas no que diz respeito aos critérios de investimento em instituições financeiras diversificadas e com reputação no mercado (comunicado de 25 de agosto de 2014). Por outro lado, o Regulamento sobre transações com partes relacionadas da Portugal Telecom postulava que sem prejuízo de determinadas operações nele excecionadas (designadamente, quando realizadas em condições normais de mercado), sempre que estivessem em causa transações da empresa (ou de alguma das suas subsidiárias) com partes relacionadas, incluindo os titulares de participação qualificada ou entidades com eles relacionadas nos termos do artigo 20.º do Código dos Valores Mobiliários, ou respetivas renovações, cujo valor agregado por entidade seja superior a cem mil Euros por trimestre, a sua realização apenas poderia ser aprovada uma vez obtido parecer favorável prévio da Comissão de Auditoria. Tal parecer deveria confirmar que, face à fundamentação apresentada, a transação proposta cumpria as regras relativas a conflitos de interesses e observava o tratamento igualitário dos fornecedores ou prestadores de serviço do Grupo PT, nomeadamente quanto aos termos e condições acordados. Todavia, o anterior procedimento não era aplicável às aplicações bancárias realizadas em condições normais de mercado. Nestes casos, a competência para decidir sobre a aplicação dos excedentes de tesouraria cabia ao Conselho de Administração e foi posteriormente delegada no presidente da Comissão Executiva, no administrador com o pelouro financeiro e no diretor do departamento de finanças, sendo que cada um destes poderia, individualmente, decidir sobre a realização de tais transações. As referidas operações seriam mais tarde apresentadas mensalmente à comissão executiva (ver Relatório do Governo da Sociedade, PT, 2013). Este episódio levanta sérias preocupações ao nível da eficácia do controlo interno das organizações e do próprio governo das sociedades, pese embora os procedimentos declarados pela Portugal Telecom relativamente ao tratamento das suas relações com entidades 43

45 relacionadas fossem na sua generalidade corretos (confirmados pelo elevado grau de cumprimento das Recomendações V.I e V.2 do Código de Governo das Sociedades ao longo dos últimos anos). II. ANÁLISE DO CUMPRIMENTO DO REQUISITO DE EXPLICAR ( EXPLAIN ) O INCUMPRIMENTO DE RECOMENDAÇÕES As situações de ausência de informação cuja prestação é obrigatória e as situações de evidente divergência na apreciação do cumprimento de recomendações merecem naturalmente a melhor atenção da CMVM. A existência de um nível ainda significativo de divergências sugere que, em muitas situações, os emitentes não reconhecem o incumprimento das recomendações, motivo pelo qual não apresentam justificação para o incumprimento. Nos casos em que os emitentes reconhecem incumprir, verifica-se uma de três situações: i) reconhecem não cumprir em plena consciência e com efetiva descrição dos motivos ii) iii) do incumprimento (em alguns casos tratam-se de divergências quanto à apreciação e interpretação do sentido das recomendações); reconhecem não cumprir porque tal conclusão decorre já de anteriores contactos com a CMVM em virtude da identificação de divergências no passado, caso em que as justificações apresentadas se mostram adequadas e em conformidade com a prévia discussão com a CMVM; reconhecem não cumprir mas não apresentam justificação adequada para o 44

46 incumprimento. Estes últimos casos foram identificados, foi comunicado às sociedades que dessem cumprimento ao dever de justificação no relatório de governo da sociedade referente ao exercício subsequente (2014) e foram remetidos para apuramento de merecimento contraordenacional. Gráfico 28 - Nível de justificação das recomendações da CMVM por ponto do modelo de relatório de governo societário Número de Justificações Justificação não adequada Justificação adequada Justificação resulta de comentário da CMVM I.2. I.4 II.1.2. II.1.5. II.1.7. II.2.1. II.2.4. II.3.1. II.3.3. III.1. III.3. III.8. IV.2. V.2. VI.2. (1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) Recomendação incumprida / cumprida parcialmente Recomendações: (1) I. Votação e controlo da sociedade (2) II. Supervisão, Administração e Fiscalização; II.1. Supervisão e administração (3) II. Supervisão, Administração e Fiscalização; II.2. Fiscalização (4) II. Supervisão, Administração e Fiscalização; II.3. Fixação de remunerações (5) II. Supervisão, Administração e Fiscalização; III. Remunerações (6) II. Supervisão, Administração e Fiscalização; IV. Auditoria (7) II. Supervisão, Administração e Fiscalização; V. Conflitos de interesses e transações com partes relacionadas Entre as recomendações em que a justificação foi tida por não adequada destacam-se as seguintes e a respetiva fundamentação de inadequação: «II.1.7. «Entre os administradores não executivos deve contar-se uma proporção adequada de independentes, tendo em conta o modelo de governação adotado, a dimensão da sociedade e a sua estrutura acionista e o respetivo free float ( )». Esta recomendação não foi devidamente justificada por um elevado número de emitentes. Os emitentes não apresentaram, nas suas justificações, as razões pelas quais era melhor para a sociedade não contar no seu conselho de administração com um número adequado de administradores não executivos independentes. 45

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