As mudanças na política de financiamento da saúde a partir da segunda metade dos anos 90

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Edson Ribas Desconhecida
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1 GRUPO DE PESQUISA EM ECONOMIA POLÍTICA DA SAÚDE EVOLUÇÃO DA DESPESA PÚBLICA MUNICIPAL COM SAÚDE EM PERNAMBUCO DE 2000 A 2007 Antônio Carlos do Espírito Santo - Depto. de Medicina Social da UFPE Virgínia Fernando - Programa Integrado de Bolsas de Iniciação Científica da UFPE Adriana Falangola - Depto. de Medicina Social da UFPE Islândia Carvalho Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães/FIOCRUZ Rogério Gonçalves Universidade de Pernambuco (Campus Petrolina) Keila Brito Programa de Doutorado da Faculdade de Saúde Pública da USP

2 As mudanças na política de financiamento da saúde a partir da segunda metade dos anos 90 implantação do repasse fundo-a-fundo; utilização do critério populacional para cálculo do valor de transferência; promulgação da Emenda Constitucional 29/2000 A maioria dos estudos acerca do impacto dessas medidas no aporte dos recursos e na equidade alocativa trabalhavam com dados agregados a nível de estados e macrorregiões Necessidade de avaliar o possível impacto daquelas medidas a nível de microrregiões e municípios.

3 Objetivo Analisar, no período , a evolução em Pernambuco : da despesa com saúde sob responsabilidade dos municípios; do percentual das transferências da União sobre a despesa total dos municípios com saúde, por microrregiões de saúde do estado de Pernambuco; do percentual dos orçamentos municipais aplicados em saúde, em função do previsto na Emenda Constitucional- 29/2000.

4 Universo da Pesquisa: 184 municípios de Pernambuco, divididos em 11 Gerências Regionais de Saúde (GERES). Fontes de dados:

5 Desenho da pesquisa: Valores absolutos de DPSH Segmento Descritivo Médias Regionais de 2000 a 2007 % de Crescimento de DPSH % de Transferências sobre o gasto total com saúde Municípios de Pernambuco % Orçamento municipal com saúde Segmento analítico Correlação das médias regionais de 2000 a 2007 de DPSH Porte Populacional IDH Porte do Orçamento Municipal

6 RESULTADOS e DISCUSSÃO Inflação acumulada no período de 2000 a 2007: 37,84% Gráfico 1:Evolução da despesa pública com saúde sob responsabilidade dos municípios por habitante (DPSH), em Pernambuco, no período de 2000 a Fonte:SIOPS

7 RESULTADOS e DISCUSSÃO Gráfico 2: Despesa pública com saúde sob responsabilidade dos municípios por habitante do Brasil, região nordeste e estado de Pernambuco, no período de 2000 a Fonte:SIOPS

8 RESULTADOS e DISCUSSÃO Municípios Despesa Pública com saúde em reais per capita Crescimento percentual do período MA 79,93 90,28 119,73 119,3 138,77 172,71 214,16 227,95 PI 74,73 91,16 125,53 120,48 152,84 177,69 201,82 227,73 CE 70,52 89,8 116,84 134,6 154,48 175,91 202,59 226,93 RN 86,24 104,75 133,20 137,91 171,06 196,35 218,84 245,19 PB 29,69 84,54 104,71 123,7 163, ,32 243,59 PE 63,21 77,6 99,26 100,37 122,32 139,58 168,47 183,79 AL 80,37 98,2 123,71 128,25 149,09 171,43 191,28 221,51 SE 44,34 67,08 99,67 119,46 153,72 180,99 208,04 254,34 BA 42,76 62,52 85,19 94,45 121,91 142,95 187,19 210,42 185,19 204,74% 221,80% 184,31 302,26% 190,76% 171,61% 473,61% 332,16% Tabela1: Despesa pública com saúde sob responsabilidade dos municípios por habitante dos estados da região do nordeste brasileiro, Fonte:SIOPS

9 RESULTADOS e DISCUSSÃO Ano Município de menor valor Geres DPSH Município de maior valor Geres DPSH Amplitude de variação 2000 Ibimirim 6 10,9 Itacuruba ,1 232, Santa Filomena 9 30,7 Itacuruba ,86 267, Arcoverde 6 36,04 Belém S. Fco 7 509,59 473, Arcoverde 6 45,8 Camaragibe 1 254,77 208, Santa Cruz 9 40,49 Ipojuca , , Carpina 2 61,38 Itacuruba ,03 416, V. de S. Antão 1 86,69 Itacuruba , V. de S. Antão 1 89,22 Itacuruba ,62 602,4 Tabela 2 Amplitude de variação entre as menores e maiores despesas públicas com saúde sob responsabilidade dos municípios por habitante em Pernambuco, no período de 2000 a Fonte: SIOPS

10 Gráfico 3.- Percentual das transferências da União sob a despesa total com saúde dos municípios por microrregiões de saúde de Pernambuco, nos anos 2000 e 2007.

11 Gráfico 4.- Percentual de recursos próprios aplicado na saúde pelos municípios, por miucrorregiões de saúde de Pernambuco em 2000 e 2007.

12 Tabela 3. Correlações entre o valor da despesa com saúde sob responsabilidade do município por habitante (DPSH-M), o porte populacional (POP), o índice de desenvolvimento humano (IDH) e o valor do orçamento municipal per capita (ORÇ/HAB). Pernambuco, DPSH-M POP IDH ORÇ/HAB DPSH-M Pearson Correlation 1 Sig. (2-tailed) POP Pearson Correlation -0,06 1 Sig. (2-tailed) 0,45 IDH Pearson Correlation 0,00 0,47** 1 Sig. (2-tailed) 0,97 0,00 ORÇ/HAB Pearson Correlation 0,61** 0,02 0,12 1 Sig. (2-tailed) 0,00 0,74 0,10 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).

13 Tabela 4. Correlações entre o valor da despesa com saúde sob responsabilidade do município por habitante (DPSH-M), o porte populacional (POP), o índice de desenvolvimento humano (IDH) e o valor do orçamento municipal per capita (ORÇ/HAB). Pernambuco, DPSH-M Pearson Correlation 1 Sig. (2-tailed) DPSH-M POP IDH POP Pearson Correlation 0,27** 1 Sig. (2-tailed) 0,00 IDH Pearson Correlation 0,08 0,50** 1 Sig. (2-tailed) 0,27 0,00 ORÇ/HAB Pearson Correlation 0,89** 0,00 0,06 1 Sig. (2-tailed) 0,00 0,99 0,39 ** Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed). ORÇ/H AB

14 Evolução da DPSH entre 2000 e 2007 em Pernambuco: Crescente, na ordem de 190,76%, mas ainda ostentando valores inferiores aos do país, das macrorregiões e da maioria dos estados do Nordeste. A redução observada nas diferenças entre os valores municipais de despesa indica uma redução da inequidade alocativa, o que está relacionado com o cumprimento da EC-29. O percentual de transferências reduziu-se ao longo da série, variando em 2007 de 32,29% a 49,2%. A Emenda Constitucional-29/2000 vem sendo cumprida desde o início de sua vigência. Das variáveis independentes testadas, o porte do orçamento municipal é a que demonstrou correlação moderada em 2000 e forte em Os municípios, à exceção dos que possuem ganhos extra (Ipojuca, Itacuruba) parecem ter chegado ao seu limite de investimento em saúde sem alcançar valores de despesa per capita significativos. Sem uma nova redistribuição tributária, uma opção de acréscimo estável de renda que resta aos municípios, situada dentro de sua área de governabilidade, seria o aumento do volume de transferências.

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