Capítulo 1 Introdução 1.1. Apresentação do problema

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Capítulo 1 Introdução 1.1. Apresentação do problema"

Transcrição

1 Capítulo 1 Introdução 1.1. Apresentação do problema O Governo de Angola criou a LBSE - Lei de Bases do Sistema de Educação (Lei nº 13/01 de 31 de Dezembro de 2001) e tomou um conjunto de decisões estratégicas até 2025 para o sistema sócio-cultural, tendo por base quatro incertezas críticas, os valores e comportamentos dominantes na sociedade, a recomposição da sociedade civil, atitudes e comportamentos da juventude, e o papel da mulher na sociedade (Angola 2025, Um País de Futuro). Na expectativa de encontrar soluções para a resolução dos problemas inerentes às incertezas no domínio concreto da educação, neste mesmo documento, afirma que se pretende atingir um conjunto vasto de resultados, nomeadamente, situar a taxa de escolaridade bruta colocando-a acima do nível médio observado nos Países de desenvolvimento humano médio em 10 a 15 pontos percentuais e elevar o número de professores no ensino primário e secundário por forma a que o número de alunos por turma se reduza de 35 para 20. Traçadas as políticas educativas de âmbito estratégico, teve início o consequente processo da reforma educativa em todo o país, perspectivado para ocorrer em cinco fases (fonte: INIDE - Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação, 2009): preparação ( ), experimentação ( ), avaliação e correcção ( ), generalização ( ) e avaliação global (2012). Segundo os propósitos governamentais, a LBSE obriga à realização de uma reforma total, abrangendo todos os aspectos da educação em Angola (INIDE, 2009), principalmente, melhorias ao nível da expansão da rede escolar e da qualidade de ensino, da eficácia do sistema de educação e da sua equidade. A operacionalização de tais propósitos, entre outros aspectos, implica a reformulação dos planos curriculares inadequados, a melhoria de condições necessárias ao processo de ensino-aprendizagem (salas de aula apetrechadas, manuais escolares em qualidade e quantidade, instrumentos de avaliação contínua, etc.), a formação inicial e contínua de professores, gestores e inspectores escolares, a garantia da igualdade de oportunidades a todos os cidadãos mediante um ensino primário de qualidade e gratuito, bem como, a produção de legislação específica sobre educação e de outros mecanismos 1

2 de regulação no sentido de serem criadas condições para que as escolas promovam a gestão curricular e a concepção de projectos educativos contextualizados. No entanto, apesar de se ter criado a LBSE e dos propósitos do Governo realçarem a importância de que a reforma educativa deveria abranger todos os aspectos da educação, a verdade é que, observações empíricas, mostram, por um lado, que o relacionamento das instâncias decisoras (Direcções Provinciais de Educação e Repartições Municipais/Comunais) com as escolas, em particular as primárias, é distante e tem demonstrado que existe apenas colegialidade administrativa e burocrática, havendo muitos obstáculos característicos das estruturas centralizadas, por outro lado, não obstante termos terminado 2009 (6º ano da reforma educativa), parecem persistir sérios problemas ao nível da inovação e qualidade de ensino propostos pela reforma educativa, como por exemplo, a inexistência de professores capacitados para o ensino resultante da extensão do ensino primário de quatro para seis anos, a falta de professores com formação específica para leccionarem as disciplinas de educação laboral, educação física e outras matérias introduzidas no âmbito da reforma, a não generalização dos novos materiais pedagógicos pelo País e a sua gratuitidade, a carência acentuada de instrumentos de avaliação (cadernetas de avaliação contínua dos alunos) e, para citar apenas outro exemplo, a falta de condições para a prática da avaliação contínua dos estudantes por causa da ausência de salas ou, tendo por referencial o plano de reforma educativa (máximo de 30 a 35 alunos por sala), devido ao excesso de alunos por turma. 2

3 1.2. Questão de estudo As considerações anteriores e outras afins podem suscitar várias inquietações relacionadas com os pontos de crise do sistema, em que se destaca na área administrativa a exagerada centralização e burocracia do Governo e das suas Direcções, a ausente democratização na gestão das escolas primárias detectável pelo não envolvimento dos professores, famílias, associações locais e outros agentes educativos na direcção e gestão das escolas (com distinção inequívoca entre funções de direcção e funções de gestão ), mas, também, a carência de directores de escola, de inspectores escolares e de professores com formação adequada numa perspectiva pluridimensional. Partindo destes pressupostos, no âmbito de um estudo sobre a implementação da reforma educativa no País, considera-se pertinente colocar a seguinte questão de estudo: Será que o programa de implementação da reforma educativa em curso resultou de um diagnóstico suficientemente exaustivo para se identificarem os pontos de crise do sistema, a fase de preparação foi suficientemente ajustada e o cronograma estabelecido para as actividades previstas nas diferentes fases da reforma foi o mais adequado no sentido de se garantirem as melhores condições para a execução do programa, nomeadamente, o envolvimento, a formação qualitativa e a quantitativa dos principais actores educativos (professores, directores de escola, inspectores escolares, encarregados de educação e outros agentes da educação), a elaboração de novos currículos e a sua distribuição atempada e em quantidade, a aquisição de meios de ensino e equipamentos, a construção e reabilitação de escolas em todas as Províncias, municípios e comunas do País, correspondendo às expectativas dos profissionais da educação, das famílias e da sociedade em geral? 3

4 1.3. Objectivos Na expectativa de melhor se compreender as inquietações expressas na questão de estudo e identificar alguns dos problemas essenciais do sistema educativo angolano, num contexto de estudo de caso, entendeu-se pertinente definir os seguintes objectivos: Objectivo geral Compreender o processo de implementação da reforma educativa no âmbito do ensino primário, na perspectiva de directores, professores e outros agentes educativos das Províncias de Luanda, Huambo e Huíla, identificando potencialidades, limites e desafios futuros tendo em vista a melhoria significativa da qualidade da educação no País Objectivos específicos a. Reflectir sobre as opiniões de directores, professores, inspectores escolares e outros agentes educativos em relação à problemática da educação em geral e sobre a implementação do programa da reforma educativa no âmbito do ensino primário em particular; b. Analisar os progressos alcançados na melhoria da qualidade de ensino com a implementação da reforma educativa do ensino primário nas Províncias em estudo; c. Identificar os principais constrangimentos do programa; d. Reflectir sobre as condições actualmente existentes para a implementação do programa de reforma educativa. 4

5 1.4. Importância do estudo A importância de um estudo sobre a implementação da reforma educativa no País parece justificada, entre outras, por três razões. Em primeiro lugar, com esta pesquisa pretende-se compreender a percepção dos agentes educativos directamente envolvidos, nomeadamente, directores e professores de escolas primárias. Sem a participação motivada de professores e directores de escola não é possível implementar-se com êxito qualquer reforma educativa, portanto, considerou-se que a auscultação directa dos actores envolvidos na reforma assume uma importância determinante. Um pouco nesta linha de pensamento, eis uma outra razão, acredita-se que o paradigma de investigação que serve de suporte ao estudo, assente principalmente na abordagem qualitativa, porque o objectivo é obter-se a compreensão mais profunda dos problemas, investigar o interior de certos comportamentos, convicções, crenças, atitudes e sentimentos, etc., contribuiu para a importância deste estudo. Efectivamente, salvo melhor opinião, os estudos de avaliação sobre a implementação da reforma educativa executados pelo Governo são pouco divulgados e os resultados mais conhecidos, apesar da sua óbvia utilidade para determinados fins, por vezes denotam a subjugação da vertente pedagógica à perspectiva da abordagem quantitativa, através de tabelas com números, gráficos e estatísticas, portanto, pouco ou nada esclarecedores em relação ao que realmente pensam os actores educativos directamente envolvidos na implementação do programa da reforma educativa, ou seja, ignorando a complexidade da instituição escolar. Finalmente, um outro aspecto não menos importante, o estudo em questão realiza-se no quadro de uma iniciativa da ADRA (Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente), uma instituição externa ao Governo. Esta Associação, sediada em Luanda, tem intervenção em várias Províncias do País, nomeadamente no domínio da educação, através de um projecto de intervenção (Projecto Onjila) que tem como principal linha de força a formação contínua de professores, de directores de escola e de outros agentes educativos na perspectiva da capacitação de quadros sensibilizados para a promoção e a implementação de um modelo pedagógico que privilegie a contextualização e a relação escola-família. Sendo uma instituição virada para a inovação e a mudança qualitativa, acredita-se que através deste e de outros estudos similares pode ter muita utilidade e auxiliar o Governo nas tomadas de decisão em matéria de políticas educativas. 5

6 1.5. A política de bem-estar social delineada pelo Governo no domínio da educação até 2025 No âmbito da política de bem-estar social, na vertente da educação, tendo por base questões fundamentais como o baixo nível educacional da população, a reduzida escolaridade e o elevado analfabetismo; a desarticulação entre os sistemas de educação e de formação e entre estes e as necessidades de desenvolvimento do país; a necessidade de interligar a procura do acesso à educação com a procura de conhecimentos, competências e qualificações; a articulação entre os diferentes subsistemas de ensino; o baixo nível de rendimento e eficiência com elevadas taxas de repetência e abandono (Estratégia Angola, 2025, Um País de Futuro), o Governo delineou vários objectivos estratégicos e específicos, metas e opções estratégicas. Os pontos que se seguem abordam esses aspectos e são importantes como referencial a tomar em consideração no estudo em causa porque é suposto terem por base os resultados da consulta pública sobre o Plano de Acção Nacional de Educação para Todos (PANEPT) e as Recomendações do Colóquio sobre o Ensino em Angola (2004) Objectivos do Governo baseados nos resultados da Consulta Pública sobre o Plano de Acção acional de Educação para Todos (PA EPT) e nas Recomendações do Colóquio sobre o Ensino em Angola (Maio de 2004) O Governo, tendo estabelecido como objectivo global promover o desenvolvimento humano e educacional do povo angolano, com base numa educação e aprendizagem ao longo da vida para todos os angolanos, definiu um conjunto vasto de objectivos específicos, segundo o próprio, baseados nos resultados da Consulta Pública e nas recomendações do Colóquio sobre o Ensino em Angola (2004). Tal como se referiu anteriormente, todos estes aspectos consideram-se fundamentais no âmbito desta pesquisa, porque constituem referenciais úteis na medida em que melhor se percebe se os resultados esperados estão a ser atingidos de forma desejável. Dos objectivos específicos baseados na Consulta Pública sobre o PANEPT e nas Recomendações do Colóquio sobre o Ensino em Angola definidos pelo Governo, destacam-se os seguintes: 6

7 a. Criar um sistema educativo equitativo e orientado para a igualdade de oportunidades de acesso à educação e formação para o exercício de uma cidadania activa e plena para todos os angolanos; b. Assegurar a educação pré-escolar; c. Assegurar o ensino primário obrigatório e gratuito para todos; d. Estimular crescentes taxas de escolaridade em todos os níveis de ensino, com redução de diferenciações de género, em particular no ensino básico; e. Reduzir assimetrias sociais e territoriais no acesso ao sistema de ensino; f. Melhorar de forma substancial o desempenho e a eficiência do sistema de ensino, com forte redução da repetência e abandono escolar; g. Promover um abrangente e eficaz sistema de informação e orientação profissional e uma transição adequada entre o sistema escolar e as necessidades do mercado de trabalho; h. Assegurar a formação de recursos humanos qualificados, necessários ao desenvolvimento da economia, inovação e conhecimento, melhorando substancialmente a formação média e superior e a formação avançada; i. Assegurar o cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio na área educativa, até 2015; j. Desenvolver currículos e metodologias de ensino e aprendizagem, em todos os graus de ensino, adaptados às necessidades específicas de Angola; k. Formar professores com perfil adaptado a novos currículos e métodos de ensino e aprendizagem, verdadeiros profissionais do ensino; l. Transformar a Escola em Centro Local de Aprendizagem dotada de autonomia contratualizada, aberta a crianças, jovens e adultos, dotada de recursos e capaz de facilitar o acesso ao conhecimento e à qualificação e ao reconhecimento de competências em contexto de Rede Educativa; m. Criar um sistema educativo aberto à participação de vários agentes públicos, privados e cooperativos, coexistindo diferentes modelos de financiamento e formas de parceria; n. Implementar uma política efectiva de acção social escolar, no sentido de permitir a melhoria das condições de acesso e de diminuição do nível de abandono escolar; o. Reabilitar, construir e apetrechar Escolas Polivalentes e Profissionalizantes; p. Reforçar a capacidade institucional e a cobertura escolar do Ensino Especial; 7

8 q. Criar uma capacidade nacional de produção e edição de manuais escolares e de outros materiais pedagógicos e de ensino Metas do Governo estabelecidas no domínio da educação para 2015 (PA EPT) e no âmbito da Estratégia Angola 2025 As metas estabelecidas pelo Governo são consideradas ambiciosas. No âmbito do ensino primário, o nível de ensino a que se refere este estudo, o Governo pretende que em 2025 o número de alunos do ensino primário se aproxime dos 4,3 milhões (segundo dados do GEPE/MED, em 2008 havia alunos matriculados no ensino primário). Tendo por referência o PANEPT, o Governo pretende que a taxa líquida de escolaridade aumente de 47% em 2004 para 100% em 2015, a taxa de conclusão progrida de 24% para 100%, a taxa de repetência baixe de 25% para 10% e a de abandono de 22% para 5% Opções estratégicas do Governo no quadro da Estratégia Angola 2025 As opções estratégicas do Governo no quadro da Estratégia Angola 2025 foram traçadas com base em determinados objectivos, princípios e acções prioritárias. Dando cumprimento à linha de raciocínio introduzida neste estudo, de seguida apresentam-se algumas dimensões preconizadas pelo Governo no quadro das opções estratégicas e que também servirão de referência para uma melhor compreensão sobre o processo de implementação do programa da reforma educativa. As dimensões consideradas pertinentes para este estudo são sete. (1) o conceito, modelo de organização e evolução do sistema educativo, (2) o desenvolvimento curricular conteúdos e metodologias de ensino-aprendizagem, (3) professores perfil, formação, qualificação e valorização, (4) rede educativa, instituições, espaços, material de ensino e equipamentos, (5) conceito e modelo de organização, gestão e autonomia e avaliação das escolas, (6) modelo de prestação e de financiamento dos serviços educativos e (7) integração das tecnologias de informação e comunicação na educação. Em relação à primeira dimensão, (1) conceito, modelo de organização e evolução do sistema educativo, segundo o documento, o Governo defende um sistema de ensino centralizado na visão e descentralizado na acção, ou seja, a ideia consiste no 8

9 Governo concentrar e decidir sobre as grandes linhas estratégicas de actuação mas com uma gestão descentralizada possibilitando aos actores locais intervir ao nível da regulação operativa. Em relação à LBSE, é reafirmado o empenho na realização da escolarização de todas as crianças em idade escolar, a redução do analfabetismo de jovens e adultos e o aumento da eficácia do sistema educativo e a sua readaptação. Note-se que, internacionalmente, Angola ratificou praticamente as principais Convenções, Declarações e Pactos Internacionais, onde os Estados assumem o compromisso de garantir a todos os seus cidadãos o direito à educação. De entre alguns documentos ratificados destacam-se a Convenção sobre os Direitos da Criança, a Declaração Mundial da Educação para Todos, o Quadro de Acção de Dakar- UNESCO e, no âmbito da SADC, o Protocolo sobre Educação e Formação, ou seja, assumiu um compromisso no sentido de responder aos desafios produzidos pelos diversos organismos regionais e internacionais em matéria de educação. A segunda dimensão (2) desenvolvimento curricular - conteúdos e metodologias de ensino/aprendizagem, refere-se à importância da flexibilização curricular. De acordo com o documento, ao nível do currículo, o Governo, traça vastos princípios e acções prioritárias. Como referencial para este estudo, por exemplo, destaca-se o facto do Governo defender a importância da diversidade económica, social e cultural na concepção do currículo. Nestes termos, preconizam a seguinte combinação: a. Uma componente nacional uniforme (70 a 75% dos tempos lectivos); b. Uma componente territorial específica (currículo local), correspondendo à natureza própria de cada região/província (20 a 25% dos tempos lectivos); c. Uma componente aberta (3 a 5% dos tempos lectivos) à iniciativa de cada escola, visando a afirmação da sua identidade, nomeadamente, em matéria de formação de competências e de atitudes e valores próprios (Op.cit.). A terceira dimensão (3) Professores perfil, formação, qualificação e valorização, tem como objectivo adequar o perfil de competências profissionais dos professores, formadores e educadores em geral, às mudanças de contexto cultural e educativo como condição indispensável e determinante para a redução dos elevados níveis actuais de insucesso escolar, a melhoria da qualidade do ensino e o primado das competências e da aprendizagem (Op.cit.). Segundo o documento deverá atribuir-se importância à 9

10 profissionalização do docente, a ser olhado como professor mediador. Eis alguns dos princípios e acções prioritárias preconizados: a. Recentrar a função do professor na actividade de ensino; b. Transitar do especialista de disciplina para um professor membro de uma equipa responsável pela gestão descentralizada do currículo; c. Integrar nos curricula e programas, as cada vez mais solicitações à escola nos domínios da saúde, educação sexual, educação cívica, educação ética ou educação ambiental, etc.; d. Estruturar a formação de professores numa base interdisciplinar ou multidisciplinar, apontando para a aprendizagem de competências transversais integradas e contínuas ao longo da vida profissional; e. Desenvolver relações de cooperação e parcerias de formação entre os estabelecimentos de ensino superior e as escolas básicas e secundárias; f. Organizar programas especiais de aperfeiçoamento e reciclagem para docentes sem habilitação profissional; g. Estabelecer novas e estimulantes condições de trabalho para os novos tipos de professor (Op.cit.). A quarta dimensão (4) rede educativa, instituições, espaços, material de ensino e equipamentos prende-se com o objectivo de fazer evoluir o conjunto de redes escolares, centros profissionais e ou centros educativos para uma rede educativa (Op.cit.). Neste domínio, segundo o Governo, deve existir um programa de reabilitação e construção de escolas para os vários níveis de ensino não superior e um programa de equipamento e mobiliário essencial, como quadros e carteiras. Também, de acordo com o documento governamental, defende-se a ideia de que cada escola deve ter um programa de abastecimento que possibilite, a nível profissional, aquisições em condições bonificadas. A quinta dimensão (5) conceito e modelo de organização, gestão, autonomia e avaliação das escolas, tem como principal objectivo reforçar a autonomia das escolas envolvendo a devolução e responsabilização das comunidades pela gestão e controlo das escolas públicas ( Op.cit.). É aqui defendido que após 2015 deverá existir de forma generalizada um modelo de escola autónoma, na medida em que irá assegurar a 10

11 gestão curricular e a existência de programas mais contextualizados e adaptados às realidades e necessidades locais (Op.cit.). A grande preocupação, segundo o documento, é que as direcções das escolas passem a ter uma preocupação pedagógica centrada nos resultados de aprendizagem. A sexta dimensão (6) modelo de prestação e de financiamento dos serviços educativos tem dois objectivos. Em primeiro lugar, garantir a universalidade, obrigatoriedade e gratuitidade do ensino básico obrigatório (leia-se: ensino primário), por outro lado, assegurar a diversidade eficiente de modelos de prestação e de financiamento de serviços educativos (Op.cit.). De acordo com o mesmo documento, salientam-se os seguintes princípios e acções prioritárias: a. A escolaridade obrigatória, que tenderá a ser de 6 anos e posteriormente de 9 anos, deverá ser gratuita, havendo isenção de taxa de inscrição e propinas, cedência, por empréstimo do manual escolar e distribuição regular de material didáctico, cadernos, lápis, esferográficas e borrachas; b. Deverá existir um sistema de bolsas de estudo, de acordo com as condições de rendimento das famílias, para suportar outros custos, casos de manuais escolares, materiais didácticos, alimentação e transporte. Segundo o documento governamental, pretende-se garantir a equidade no acesso e progressão no sistema educativo e o combate ao insucesso, absentismo e abandono escolar. A sétima dimensão (6) integração das tecnologias de informação e comunicação na educação, tem como um dos objectivos, a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC s) para a melhoria dos processos de ensino-aprendizagem e a universalização de um conjunto de competências básicas em TIC s para o exercício de uma cidadania activa nas sociedades baseadas no conhecimento. A oitava dimensão (7), no âmbito que interessa a este estudo, o ensino primário, há um objectivo fundamental defendido no documento que reforça a ideia de se assegurar a educação pré-escolar e o ensino primário obrigatório e gratuito para todos e elevar a taxa líquida de escolaridade da educação básica para cerca de 100%). 11

12 1.6. A Reforma educativa na perspectiva do governo: (I) objectivos (II) cronograma e (III) actividades desenvolvidas no âmbito da implementação do novo sistema de educação O governo coordenou e o INIDE (2009) editou uma brochura explicativa do projecto da reforma educativa. Este documento espelha aspectos relacionados com os objectivos preconizados com a reforma educativa, o cronograma e as actividades desenvolvidas no âmbito da sua implementação, desde 2004 (1º ano da reforma educativa) a A avaliação, outra dimensão constante do documento, não é aqui referenciada, por duas razões. Em primeiro lugar, trata-se de uma avaliação da responsabilidade das autoridades centrais, com critérios desconhecidos, pelo que, não faz qualquer sentido proceder a juízos de valor. Em segundo lugar, não se integra na finalidade deste estudo. Assim, na linha de raciocínio seguida até ao momento, com base na brochura do INIDE (2009) intitulada Informação sobre a Implementação do Novo Sistema de Educação Reforma educativa do Ensino Primário e Secundário, passa-se de seguida, com base no documento, a descrever os objectivos, o cronograma e as actividades desenvolvidas na implementação do novo sistema de educação. (I) Objectivos da reforma educativa na óptica do governo Os grandes objectivos da reforma educativa são a expansão da rede escolar, a melhoria da qualidade de ensino, o reforço da eficácia do sistema de educação e a equidade do sistema de educação (INIDE, 2009). Tomando em consideração estes objectivos, no âmbito deste estudo, interessa realçar os seguintes aspectos: No que diz respeito à expansão escolar : a. Universalização da classe de iniciação e do ensino primário de seis classes; b. Introdução e generalização da carta escolar do ensino primário e secundário; c. Integração das crianças com necessidades educativas especiais no sistema nacional de ensino (INIDE, 2009). 12

13 Em relação à melhoria da qualidade de ensino : a. Reformulação, em profundidade, dos objectivos gerais da educação, programas escolares, conteúdos, métodos pedagógicos, estruturas e meios pedagógicos adequados à realidade angolana; b. Melhoria das aprendizagens e enquadramento pedagógico dos alunos; c. Formação inicial e em exercício dos professores; d. Modernização e reforço da inspecção escolar; e. Melhoria da qualidade e quantidade de manuais escolares; f. Melhoria do trabalho metodológico e do processo docente-educativo das escolas; g. Garantia da participação da comunidade nos trabalhos da escola, isto é, da relação entre a escola e a comunidade (INIDE, 2009). Quanto ao reforço da eficácia do sistema de educação : a. Construção de um sistema de monitoria e avaliação dos resultados do processo ensino-aprendizagem; b. Melhoria do sistema de informação para a gestão educativa; c. Formação de gestores escolares; d. Melhoria na circulação de informação dos dados do processo e ensinoaprendizagem (INIDE, 2009). Em relação à equidade do sistema de educação : a. Garantia da igualdade de oportunidades a todos os cidadãos através de um ensino primário de qualidade, atingindo particularmente as classes mais desfavorecidas; b. Redução das disparidades de género, atingindo particularmente os portadores de deficiências psicossomáticas e as assimetrias regionais no acesso à educação (INIDE, 2009). (II) Cronograma de Implementação do ovo Sistema de Educação O Decreto nº2/05 de 14 de Janeiro aprova o plano de implementação progressivo do novo sistema de educação. Conforme expressa o decreto, através do seu artigo 2º, a implementação do novo sistema de educação far-se-á em 5 Fases (1. Preparação, 2. 13

14 Experimentação, 3. Avaliação e Correcção, 4. Generalização e 5. Avaliação Global), podendo as mesmas coexistirem entre elas. 1. Fase de preparação. Com esta etapa pretendeu-se criar condições e realizar actividades para a aplicação do novo sistema de educação, nomeadamente: a. Elaboração de novos planos e programas curriculares; b. Formação do pessoal docente e gestores escolares; c. Aquisição de meios de ensino e de equipamentos escolares; d. Adequação de sistemas de administração e gestão de instituições de ensino; e. Construção e reabilitação de estabelecimentos de ensino (Artigo 3º). 2. Fase de experimentação. Esta fase serviu para aplicar experimentalmente os novos planos e programas curriculares e os materiais pedagógicos em escolas seleccionadas. 3. Fase de Avaliação e Correcção. Esta fase serve para identificar insuficiências e a adequação dos currículos. 4. Fase de Generalização. Esta fase traduz-se na aplicação dos novos currículos (perfis de saída, planos de estudo, programas de ensino e materiais pedagógicos) em todos os estabelecimentos de ensino não superior do País. sistema. 5. Fase de Avaliação Global. Nesta fase procede-se à avaliação de todo o Note-se que, a fase de experimentação teve início em 2004, e obedece a um plano de extinção progressiva das classes. O Governo justifica o faseamento por razões essencialmente financeiras. Tendo em consideração apenas o ensino primário (1ª, 2ª, 3ª,4ª, 5ª e 6ª classes), o plano de extinção progressiva de classes obedece ao seguinte cronograma: a. Em 2004, em regime de experimentação, a 1ª classe; b. Em 2005, em regime de experimentação, a 2ª classe; 14

15 c. Em 2006, em regime de experimentação, a 3ª classe. Em regime de generalização a 1ª classe; d. Em 2007, em regime de experimentação, a 4ª classe. Em regime de generalização a 2ª classe; e. Em 2008, em regime de experimentação, a 5ª classe. Em regime de generalização a 3ª classe; f. Em 2009, em regime de experimentação, a 6ª classe. Em regime de generalização a 4ª classe; g. Em 2010 entra em generalização a 5ª classe; h. Em 2011 entra em generalização a 6ª classe. (III) Actividades desenvolvidas sob coordenação do Governo no âmbito da implementação do novo sistema de educação As informações possíveis de recolher junto das autoridades centrais do Governo, nomeadamente através do INIDE (2009), mostram que ao nível do ensino primário (âmbito deste estudo) terão sido desenvolvidas de forma faseada um conjunto de actividades no âmbito da implementação do novo sistema de educação, como se segue: No 1º ano da reforma educativa (2004), ocorreu a experimentação dos novos materiais pedagógicos da 1ª classe e a formação de professores experimentadores dos novos materiais pedagógicos da 1ª classe (INIDE, 2009); No 2º ano da reforma educativa (2005), ocorreu a experimentação dos novos materiais pedagógicos da 2ª classe, a formação de professores experimentadores dos novos materiais pedagógicos da 3ª classe e a 1ª supervisão nacional da reforma educativa (INIDE, 2009); No 3º ano da reforma educativa (2006), ocorreu a experimentação dos novos materiais pedagógicos da 3ª classe, a avaliação e correcção dos materiais pedagógicos da 2ª classe, a generalização dos materiais pedagógicos da 1ª classe a nível das Províncias e a 2ª supervisão nacional da reforma educativa (INIDE, 2009); No 4º ano da reforma educativa (2007), procedeu-se à experimentação dos novos materiais pedagógicos da 4ª classe, à avaliação e correcção dos materiais pedagógicos da 3ª classe, à generalização dos materiais pedagógicos da 2ª classe, à formação de professores experimentadores dos novos materiais da 2ª classe a nível das 15

16 Províncias e ao diagnóstico da implementação da reforma educativa em 6 Províncias (INIDE, 2009); No 5º ano da reforma educativa (2008), procedeu-se à experimentação dos novos materiais pedagógicos da 5ª classe, à avaliação e correcção dos materiais pedagógicos da 4ª classe, à generalização dos materiais pedagógicos da 3ª classe, à formação de professores experimentadores dos novos materiais pedagógicos da 6ª classe e formação de professores que generalizam os novos materiais da 3ª classe a nível das Províncias e ao diagnóstico da implementação da reforma educativa em 2 Províncias (INIDE, 2009). Segundo os dados do INIDE (2009): A fase de experimentação dos novos materiais pedagógicos no âmbito da reforma educativa está implementada a 95% (faltando, apenas, em 2009, os materiais da 6ª classe); A fase de avaliação dos materiais está implementada a 75% (estão por avaliar os materiais das 5ª e 6ª classes); A fase de generalização dos novos materiais pedagógicos e a implantação do novo sistema educativo no ensino primário está executada a 80% (faltam generalizar as 4ª, 5ª e 6ª classes), no 1º e 2º ciclos do ensino secundário estão generalizados Breves considerações teórico-conceptuais sobre reforma educativa, inovação curricular e reforma curricular Em todo o mundo existem reformas educativas. Nas décadas de 80 e 90, respectivamente no Japão e nos EUA, surgiu um grande debate em torno da reforma educativa, da sua significação, muitas vezes, de forma errada, confundida com reforma curricular e inovação curricular. Fullan (1991), citado por Pacheco (1996), refere que a natureza da mudança educacional é explicada por quatro conceitos: mudança, inovação, reforma e movimento. A inovação é frequentemente utilizada para referir mudanças curriculares específicas enquanto o termo reforma diz respeito a mudanças fundamentais e globais 16

17 (p. 150). Esta diferenciação entre inovação e reforma, desde logo, implica assumir que uma reforma pressupõe alterações ao nível normativo-jurídico dependentes das dimensões ideológicas, políticas, culturais e sociais, ou seja, uma reforma educativa implica uma estratégia planificada para a modificação de certos aspectos do sistema educativo de um país de acordo com um conjunto de necessidades, resultados específicos, meios e métodos adequados (Sack, 1981; González e Muñoz; 1987; citados por Pacheco, 1996), enquanto que inovação deve ser entendida como uma série de mecanismos e processos mais ou menos deliberados e sistemáticos por intermédio dos quais se procura introduzir e proporcionar certas mudanças nas práticas educativas vigentes (González e Muñoz, 1987; citado por Pacheco, 1996). Apesar desta distinção, importa referir que a reforma também pode significar inovação, desde que se verifique uma mudança ao nível mais específico das práticas pedagógicas dos professores, directores de escola e de outros actores educativos. O conceito de reforma aponta para as mudanças estruturais, organizacionais, e o de inovação para a mudança, mais qualitativa, de aspectos funcionais (Pacheco, p. 151), contudo, o problema que se coloca no que diz respeito à inovação curricular prende-se com a escola, isto é, reside em saber se esta tem recursos materiais, humanos e financeiros para protagonizar decisões estratégicas que provoquem a mudança. A reforma curricular, como referiu o antigo ministro da educação de Portugal, Roberto Carneiro (1987), é o vector principal de qualquer reforma educativa porque o currículo é o elemento fundamental de um sistema educativo. Esta convicção, contudo, não deve ser obsessiva, porquanto, uma reforma educativa não pode esgotar-se na reforma curricular, porque a primeira, como se referiu anteriormente, tem implicações a várias dimensões. Salvaguardado este aspecto, importa também referir que uma reforma curricular também tem implicações em termos de mudança e de inovação. Representa mudanças na organização curricular (registe-se no caso de Angola a nova tipologia organizacional para o ensino primário e secundário), mudanças nos planos curriculares (reorganização dos planos para, por exemplo, promover a interdisciplinaridade), programas, materiais pedagógicos e no sistema de avaliação das aprendizagens, mas, também, inovação ao nível do pensamento dos professores e das suas práticas, sem descurar aspectos ligados à motivação e à formação dos mesmos. 17

18 1.8. A avaliação da qualidade das escolas A realização de trabalhos de investigação na área das ciências da educação, nomeadamente sobre avaliação da qualidade das escolas, por envolverem a componente humana, a incerteza e a subjectividade, implicam a tomada de decisões por vezes polémicas e susceptíveis de interpretações ambíguas, pelo que, no âmbito deste estudo, considera-se da maior pertinência explicitar o quadro conceptual relacionado com a informação que se deve recolher relativamente à escola, aos professores, aos alunos e ao trabalho de sala de aula, portanto, em relação ao conjunto variado de dados recolhidos mediante diversos instrumentos sobre quais os factores de escola que mais significativamente se associam aos resultados cognitivos e não cognitivos. Nesta perspectiva, entendeu-se que seria razoável tomar por base a matriz proposta por Mortimore (1988), defendida por Clímaco (2005), uma especialista que desenvolveu larga actividade internacional na OCDE em projectos europeus e foi presidente da Associação Internacional das Inspecções de Educação, e adaptar no âmbito deste estudo. Nessa matriz (Quadro 1) são consideradas categorias de factores, as variáveis de partida / the given variables (pela sua natureza não podem ser controladas ou influenciadas pela escola), e as varáveis de política / the policy variables (correspondem às características do processo em cada escola, sobre os quais se pode agir e introduzir alterações). Através do Quadro 1 é possível visualizar e reflectir sobre as variáveis envolvidas no progresso e desenvolvimento dos alunos, portanto, em diversas áreas, alguns dos principais factores que podem contribuir para aumentar a eficácia das escolas. As variáveis consideradas poderiam ser complementadas com outras de contexto, nomeadamente, os salários dos professores e directores, o tempo para planeamento de aulas, a participação dos professores nas decisões, a formação e idiossincrasia dos professores, os critérios de constituição de turmas, a assiduidade de alunos e professores, o tipo e quantidade das tarefas de casa (TPC), o processo de avaliação de alunos e de professores, etc. 18

19 Quadro 1 Variáveis relacionadas com o progresso e desenvolvimento dos alunos 1. Variáveis de Partida (nível escola) - Edifícios - Estatuto - Recursos - População escolar - Estabilidade 3. Variáveis de Partida (nível turma) - Dimensão da turma - Características da turma (idade, origem social, percursos escolares, composição) - Sala de aula - Recursos - Orientações curriculares - Características dos professores - Mudanças de docentes ao longo do ano 2. Variáveis de política (nível escola) - Estilo de liderança - Motivação dos professores e condições de trabalho profissional - Currículo - Relações com as famílias/participação dos encarregados de educação na vida da escola - Igualdade de oportunidades - Clima de escola 4. Variáveis de política (nível turma) - Objectivos do(s) professor(es) - Planeamento individual por professor - Estratégias de cada professor e organização do currículo - Gestão da sala de aula - Clima de trabalho - Nível e tipo de comunicação entre professor e alunos - Participação dos encarregados de educação - Organização de registos Matriz de Mortimore (1988), defendida por Clímaco (2005) e adaptada pelo autor 1.9. Referencial utilizado no estudo para a avaliação da implementação da reforma educativa No ponto anterior, no âmbito da avaliação da qualidade dos sistemas educativos, destacaram-se algumas das variáveis influenciadoras do progresso e desenvolvimento do aluno, portanto, alguns dos factores que podem contribuir para a eficácia da escola. Para além destes aspectos, de acordo com recomendações internacionais (SICI- The Standing International Conference of Inspectorates, 2007), entende-se que a avaliação da qualidade de uma escola deve tomar por referência as seguintes quatro áreas-chave (adoptadas em termos genéricos neste estudo): Contexto-Input: infra-estruturas, contexto financeiro, características dos novos alunos, exigências legais, estruturas de apoio externas à escola; Processo de ensino-aprendizagem: currículo, orientação dos alunos, qualidade do ensino, avaliação, clima pedagógico; 19

20 Gestão: gestão escolar, liderança, organização, comunicação, gestão do pessoal); Output: sucesso escolar, realização de objectivos, resultados. Esta última área (Output), uma dimensão habitualmente considerada em estudos sobre avaliação de escolas, não foi aqui considerada, em primeiro lugar, porque este tipo de estudos é da competência dos Governos, geralmente mais interessados na procura de estatísticas que possam contribuir para avaliar as políticas educativas delineadas ou para dar satisfação a compromissos com as agências internacionais financiadoras de projectos educativos. De resto, no quadro da reforma educativa em curso, esta perspectiva de análise aqui defendida pode ser demonstrada com algumas estatísticas divulgadas pelo INIDE (2009) sobre o apuramento da quantidade de estudantes matriculados no ensino primário e a evolução dos alunos. Efectivamente, segundo esses estudos, por exemplo, foi possível apurar que: A quantidade de estudantes matriculados no ensino primário em 2004 passa de alunos para alunos (em 2008); A evolução dos alunos (2002 a 2007) nas Províncias respeitantes a este estudo será significativa, já que, na Província de Luanda passam de 392 para 486 mil alunos; Na Província do Huambo de 283 para 359 e na Província da Huíla de 243 para 710 mil alunos. Em segundo lugar, porque se trata de um estudo de caso nas Províncias de Luanda, Huambo e Huíla, com uma abordagem qualitativa, apenas com a finalidade de se conhecerem as opiniões e sugestões dos principais actores envolvidos no processo de implementação da reforma educativa. Finalmente, por força do paradigma investigacional utilizado, apesar do estudo ser bastante útil para a compreensão de outros contextos, o apuramento de resultados baseado num número de participantes reduzido (estudo de caso), nunca daria legitimidade para a generalização dos resultados e fazer inferências sobre o sucesso escolar. 20

21 Capítulo 2 Metodologia Este capítulo refere-se à metodologia, aqui entendida como as directrizes que norteiam qualquer pesquisa tendo sempre presente que a prática metodológica deve ser vista como um espaço onde interagem quatro pólos, o pólo epistemológico, o pólo teórico, o pólo morfológico e o pólo técnico. Efectivamente, tal como referem Hébert, Goyette e Boutin (2008), o modelo que representa o sistema de base de uma investigação articula-se em volta de quatro pólos, ou instâncias, cuja interacção constitui o aspecto dinâmico da investigação. Esta parte do estudo referente a este capítulo vai ter o seu enfoque no pólo técnico, responsável por recolher as informações sobre a realidade que, por sua vez, são depois convertidas para utilidade da problemática realçada na investigação. Concretizando e destacando-se outros aspectos, neste capítulo começa-se por tecer algumas considerações sobre o paradigma utilizado, a abordagem qualitativa, passando-se de seguida a referir aspectos concretos relacionados com as questões de ordem ética, o campo de investigação, as técnicas e instrumentos utilizados na recolha dos dados e, finalmente, algumas considerações sobre o tratamento dos dados Paradigma de investigação utilizado no estudo Abordagem qualitativa Em relação ao paradigma da abordagem, entendeu-se mais apropriado explorar as vantagens das técnicas de recolha de dados de pendor qualitativo. Para melhor se entender a razão desta opção, veja-se a argumentação de Azancot-Menezes (2008): Em educação, como referem Costa e Paixão (2004), a corrente positivista predominou durante muito tempo e a investigação das questões educativas era realizada por meio de um controlo preciso das variáveis em presença e na possibilidade de estabelecimento de relações de causalidade. Neste modelo, a preocupação do investigador assenta na quantificação, critérios de fiabilidade, previsão e replicação. O paradigma quantitativo relaciona-se com o positivismo, isto é, os métodos quantitativos aparecem embebidos em noções como objectividade, precisão, estandardização, e são estas noções que são apresentadas como científicas (Levy, 1997). Considera-se que existe uma realidade objectiva que o investigador tem de ser capaz de interpretar objectivamente; cada fenómeno deverá ter uma e só uma interpretação objectiva (Fernandes, 1991). Um dos aspectos mais marcantes deste tipo de investigação prendese com o facto de se valorizar a importância da generalização dos resultados obtidos, pelo que, os seguidores do método quantitativo recorrem ao uso de técnicas para seleccionar e dimensionar as amostras experimentais (a selecção aleatória é disso 21

22 exemplo), formulam e testam hipóteses (testes estatísticos para a prevenção de erros). Por todas estas razões, a investigação quantitativa tem como principal limitação o facto do investigador, ao lidar com seres humanos (caso das ciências sociais e humanas), não ser capaz de manipular ou controlar certas variáveis. Sem desejar entrar em polémicas filosóficas relativamente às variantes metodológicas (quantitativa, qualitativa ou mista), a verdade é que, apesar do modelo quantitativo ter contribuído e continuar a ter um papel preponderante no avanço da ciência, na área das ciências sociais e no campo específico do ensino e da educação, como referi, parece apresentar algumas limitações porque nos estudos em educação não se considera a existência de uma só interpretação (objectiva) da realidade, pois, as interpretações da realidade dependem do investigador (chave de toda a investigação). Efectivamente, ao invés do que se passa na investigação quantitativa, o grande objectivo da investigação qualitativa é a compreensão mais profunda dos problemas, é investigar o interior de certos comportamentos, convicções, crenças, atitudes, sentimentos, etc. Nesta óptica, o investigador não está preocupado com a dimensão das amostras, nem com a generalização dos resultados. Na metodologia qualitativa o investigador não coloca o problema da validade e da fiabilidade dos instrumentos, pois, o investigador é o instrumento de recolha de dados por excelência; a qualidade (validade e fiabilidade) dos dados depende muito da sua sensibilidade, da sua integridade e do seu conhecimento (Fernandes, 1991). Os dados recolhidos são designados por qualitativos, o que significa serem ricos em pormenores descritivos relativos a pessoas, locais e conversas, ou seja, as questões a investigar não se estabelecem mediante a operacionalização de variáveis, sendo, antes, formuladas com o objectivo de investigar os fenómenos em toda a sua complexidade e em contexto natural (Bodgan & Biklen, 1994), portanto, não faz sentido quantificar dados ou proceder a uma análise quantitativa porque os dados que se obtêm (atitudes, sentimentos, hábitos, expectativas, etc.), por pertencerem a diferentes pessoas, não poderem ser quantificados. Pelo que acabei de expor, com a convicção profunda de que todos os paradigmas têm lugares próprios no campo da investigação, mas, absolutamente convencido da influência crescente dos métodos qualitativos no estudo de várias questões educacionais, basta tomar em consideração os padrões de financiamento dos organismos governamentais, os programas dos congressos de educação, os títulos dos livros da especialidade e os conteúdos das diversas revistas de educação (Popkewitz, 1984), optimista em relação às políticas educativas emergentes, fico na expectativa e faço votos para que as universidades angolanas optem por assumir posturas filosóficas, didáctico-científicas e conceptuais mais flexíveis, adaptadas à sociedade actual, consentâneas com a formação universitária pluridisciplinar e com a necessária inovação dos centros de investigação em educação, condições imprescindíveis para a promoção e o incentivo da produção qualitativa de novos trabalhos de investigação científica sobre os múltiplos domínios inerentes à formação de professores, à organização e gestão escolar, à pedagogia e à psicologia educacional, numa linha de investigação científica de excelência, compatível com as exigências e o pluralismo intelectual defendido pela comunidade científica internacional (artigo publicado no Jornal de Angola) Questões de ordem ética Após estas necessárias explicações relativamente à opção da abordagem metodológica, é fundamental referir as questões de ordem ética tomadas em devida atenção em todas as fases da investigação. Como mais adiante melhor se explicitará, os participantes do estudo foram os principais agentes educativos directamente envolvidos 22

23 na implementação do projecto da reforma educativa, nomeadamente, directores de escola, subdirectores pedagógicos, professores, inspectores escolares, funcionários das repartições municipais de educação e encarregados de educação. Para dar cumprimento aos objectivos estabelecidos na pesquisa, respeitando as questões de ordem ética, a principal preocupação do investigador foi auscultar a opinião desses agentes educativos de forma honesta, espontânea, na expectativa de se garantirem depoimentos reais e, portanto, para se proceder a um conjunto de recomendações com utilidade para os responsáveis das políticas educativas do país. Nestes termos, foi prometido a todos os participantes do estudo a garantia de anonimato total durante a fase de inquérito (entrevistas e questionários) e no momento da elaboração do relatório, quer em relação aos nomes dos inquiridos, quer em relação à identificação das instituições, pois, na opinião do consultor, o relevante sob o ponto de vista da investigação é apenas a opinião dos inquiridos e aspectos ligados à contextualização. Esta opinião é defendida por Hébert, Goyette e Boutin (2008) ao afirmarem que quando o investigador se dirige aos intervenientes na investigação «é norteado por certos princípios éticos quando inicia o seu trabalho de campo e quando efectua a recolha de dados», devendo «redigir o seu relatório mantendo uma preocupação ética face ao impacto possível deste na reputação quer dos indivíduos, quer da instituição em causa» (p. 133). De resto, as garantias de ordem ética foram um factor fundamental para a obtenção de respostas livres, determinantes para o sucesso das entrevistas. 23

24 2.3. Campo de investigação e participantes do estudo Conforme se referiu de início, está-se perante um estudo de caso efectuado durante os meses de Novembro e de Dezembro de 2009 em alguns Municípios das Províncias de Luanda, Huambo e Huíla. O investigador começou por manter encontros com um responsável do Governo no dia 03 de Novembro de 2009 (Vice-ministro da Educação para a reforma educativa) e com um técnico superior do INIDE e só depois iniciou o estudo junto de outros agentes educativos. Em relação à Província de Luanda, durante uma semana, visitaram-se várias instituições, realizaram-se entrevistas a um chefe de Gabinete de Repartição Municipal - Ensino Geral, um chefe de secretaria, dois directores, dois subdirectores pedagógicos, cinco encarregados de educação e distribuíram-se 9 questionários com perguntas abertas dirigidas a professores, como se segue (Quadro 2): Quadro 2 Província de Luanda - Instituições visitadas e participantes inquiridos Instituição visitada Participante do estudo Instrumento de recolha de dados Repartição Municipal de Chefe de Gabinete do Ensino Entrevista Educação R1 Geral Escola Primária nº L1 Director Entrevista Escola Primária nº L2 Subdirector pedagógico Entrevista Escola Primária nº L3 Subdirector pedagógico Entrevista Escola Primária nº L3 Chefe de Secretaria Entrevista Escola Primária nº L4 Director Entrevista Província de Luanda Encarregados de Educação (5) Entrevista Província de Luanda Professores (9) Questionário Na Província do Huambo, também durante uma semana, visitaram-se instituições em zonas urbanas e rurais. Foram inquiridos 53 agentes educativos (Quadro 3), nomeadamente, um chefe de repartição municipal de educação, uma subdirectora pedagógica, quatro directores, um inspector escolar municipal, um administrador comunal, um inspector escolar comunal e 44 professores (38 por questionário e 6 por entrevista). 24

Um olhar sobre a implementação da Reforma Educativa em Angola. Estudo de caso nas províncias de Luanda, Huambo e Huíla. M. Azancot de Menezes

Um olhar sobre a implementação da Reforma Educativa em Angola. Estudo de caso nas províncias de Luanda, Huambo e Huíla. M. Azancot de Menezes Um olhar sobre a implementação da Reforma Educativa em Angola Estudo de caso nas províncias de Luanda, Huambo e Huíla M. Azancot de Menezes Luanda, Janeiro de 2010 AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer

Leia mais

O Que São os Serviços de Psicologia e Orientação (SPO)?

O Que São os Serviços de Psicologia e Orientação (SPO)? O Que São os Serviços de Psicologia e Orientação (SPO)? São unidades especializadas de apoio educativo multidisciplinares que asseguram o acompanhamento do aluno, individualmente ou em grupo, ao longo

Leia mais

ÍNDICE ENQUADRAMENTO... 3 1- CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO... 4

ÍNDICE ENQUADRAMENTO... 3 1- CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO... 4 ÍNDICE ENQUADRAMENTO... 3 1- CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO... 4 1.1- DOCENTES:... 4 1.2- NÃO DOCENTES:... 5 1.2.1- TÉCNICAS SUPERIORES EM EXERCÍCIO DE FUNÇÕES... 5 1.2.2- ASSISTENTES OPERACIONAIS EM EXERCÍCIO

Leia mais

Sistema de Monitorização e Avaliação da Rede Social de Alcochete. Sistema de Monitorização e Avaliação - REDE SOCIAL DE ALCOCHETE

Sistema de Monitorização e Avaliação da Rede Social de Alcochete. Sistema de Monitorização e Avaliação - REDE SOCIAL DE ALCOCHETE 3. Sistema de Monitorização e Avaliação da Rede Social de Alcochete 65 66 3.1 Objectivos e Princípios Orientadores O sistema de Monitorização e Avaliação da Rede Social de Alcochete, adiante designado

Leia mais

Caracterização dos cursos de licenciatura

Caracterização dos cursos de licenciatura Caracterização dos cursos de licenciatura 1. Identificação do ciclo de estudos em funcionamento Os cursos de 1º ciclo actualmente em funcionamento de cuja reorganização resultam os novos cursos submetidos

Leia mais

ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade Fundamentos e Vocabulário. As Normas da família ISO 9000. As Normas da família ISO 9000

ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade Fundamentos e Vocabulário. As Normas da família ISO 9000. As Normas da família ISO 9000 ISO 9000:2000 Sistemas de Gestão da Qualidade Fundamentos e Vocabulário Gestão da Qualidade 2005 1 As Normas da família ISO 9000 ISO 9000 descreve os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade e especifica

Leia mais

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA Alteração ao Regime Jurídico da Avaliação do Ensino Superior Num momento em que termina o ciclo preliminar de avaliação aos ciclos de estudo em funcionamento por parte da Agência de Avaliação e Acreditação

Leia mais

A Gestão, os Sistemas de Informação e a Informação nas Organizações

A Gestão, os Sistemas de Informação e a Informação nas Organizações Introdução: Os Sistemas de Informação (SI) enquanto assunto de gestão têm cerca de 30 anos de idade e a sua evolução ao longo destes últimos anos tem sido tão dramática como irregular. A importância dos

Leia mais

Indicadores Gerais para a Avaliação Inclusiva

Indicadores Gerais para a Avaliação Inclusiva PROCESSO DE AVALIAÇÃO EM CONTEXTOS INCLUSIVOS PT Preâmbulo Indicadores Gerais para a Avaliação Inclusiva A avaliação inclusiva é uma abordagem à avaliação em ambientes inclusivos em que as políticas e

Leia mais

REDE TEMÁTICA DE ACTIVIDADE FÍSICA ADAPTADA

REDE TEMÁTICA DE ACTIVIDADE FÍSICA ADAPTADA REDE TEMÁTICA DE ACTIVIDADE FÍSICA ADAPTADA Patrocinada e reconhecida pela Comissão Europeia no âmbito dos programas Sócrates. Integração social e educacional de pessoas com deficiência através da actividade

Leia mais

Capítulo III Aspectos metodológicos da investigação

Capítulo III Aspectos metodológicos da investigação Capítulo III Aspectos metodológicos da investigação 3.1) Definição do problema Tendo como ponto de partida os considerandos enumerados na Introdução, concretamente: Os motivos de ordem pessoal: Experiência

Leia mais

!"#$% #!$%&'()(*!#'+,&'(-.%'(.*!/'0.',1!,)2-(34%5! 6,-'%0%7.(!,!#'%8(34%! &#'(%)*%+,-.%

!#$% #!$%&'()(*!#'+,&'(-.%'(.*!/'0.',1!,)2-(34%5! 6,-'%0%7.(!,!#'%8(34%! &#'(%)*%+,-.% !"#$% #!$%&'()(*!#'+,&'(-.%'(.*!/'0.',1!,)2-(34%5! 6,-'%0%7.(!,!#'%8(34%! &#'(%)*%+,-.%! https://sites.google.com/site/grupouabpeti/ ISBN: 978-972-674-744-4! "! DIRETORES DE CURSO: PERSPETIVAS E CARACTERIZAÇÃO

Leia mais

. evolução do conceito. Inspecção 3. Controlo da qualidade 4. Controlo da Qualidade Aula 05. Gestão da qualidade:

. evolução do conceito. Inspecção 3. Controlo da qualidade 4. Controlo da Qualidade Aula 05. Gestão da qualidade: Evolução do conceito 2 Controlo da Qualidade Aula 05 Gestão da :. evolução do conceito. gestão pela total (tqm). introdução às normas iso 9000. norma iso 9000:2000 gestão pela total garantia da controlo

Leia mais

Estratégia Nacional de Educação para o Desenvolvimento. (2010-2015) ENED Plano de Acção

Estratégia Nacional de Educação para o Desenvolvimento. (2010-2015) ENED Plano de Acção Estratégia Nacional de Educação para o Desenvolvimento (2010-2015) ENED Plano de Acção Estratégia Nacional de Educação para o Desenvolvimento (2010-2015) ENED Plano de Acção 02 Estratégia Nacional de

Leia mais

O modelo de balanced scorecard

O modelo de balanced scorecard O modelo de balanced scorecard Existe um modelo chamado balanced scorecard que pode ser útil para medir o grau de cumprimento da nossa missão. Trata-se de um conjunto de medidas quantificáveis, cuidadosamente

Leia mais

Educação para a Cidadania linhas orientadoras

Educação para a Cidadania linhas orientadoras Educação para a Cidadania linhas orientadoras A prática da cidadania constitui um processo participado, individual e coletivo, que apela à reflexão e à ação sobre os problemas sentidos por cada um e pela

Leia mais

a) Caracterização do Externato e meio envolvente; b) Concepção de educação e valores a defender;

a) Caracterização do Externato e meio envolvente; b) Concepção de educação e valores a defender; Projecto Educativo - Projecto síntese de actividades/concepções e linha orientadora da acção educativa nas suas vertentes didáctico/pedagógica, ética e cultural documento destinado a assegurar a coerência

Leia mais

PLANO DE AÇÃO E MELHORIA DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ALPENDORADA 1. INTRODUÇÃO

PLANO DE AÇÃO E MELHORIA DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE ALPENDORADA 1. INTRODUÇÃO 1. INTRODUÇÃO A Lei nº 31/2012, de 20 de Dezembro, veio aprovar o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações para a autoavaliação

Leia mais

ESCOLA SECUNDÁRIA MARIA AMÁLIA VAZ DE CARVALHO PLANO DE MELHORIA

ESCOLA SECUNDÁRIA MARIA AMÁLIA VAZ DE CARVALHO PLANO DE MELHORIA ESCOLA SECUNDÁRIA MARIA AMÁLIA VAZ DE CARVALHO PLANO DE MELHORIA 2012-2015 PLANO DE MELHORIA (2012-2015) 1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROCESSO Decorreu em finais de 2011 o novo processo de Avaliação Externa

Leia mais

QUADRO DE REFERÊNCIA PARA A AVALIAÇÃO DE ESCOLAS E AGRUPAMENTOS

QUADRO DE REFERÊNCIA PARA A AVALIAÇÃO DE ESCOLAS E AGRUPAMENTOS QUADRO DE REFERÊNCIA PARA A AVALIAÇÃO DE ESCOLAS E AGRUPAMENTOS I Os cinco domínios 1. Resultados 2. Prestação do serviço educativo 3. Organização e gestão escolar 4. Liderança 5. Capacidade de auto-regulação

Leia mais

APPDA-Setúbal. Educação

APPDA-Setúbal. Educação APPDA-Setúbal Educação Enquadramento Constitui desígnio do XVII Governo Constitucional promover a igualdade de oportunidades, valorizar a educação e promover a melhoria da qualidade do ensino. Um aspeto

Leia mais

Sinopse das Unidades Curriculares Mestrado em Marketing e Comunicação. 1.º Ano / 1.º Semestre

Sinopse das Unidades Curriculares Mestrado em Marketing e Comunicação. 1.º Ano / 1.º Semestre Sinopse das Unidades Curriculares Mestrado em Marketing e Comunicação 1.º Ano / 1.º Semestre Marketing Estratégico Formar um quadro conceptual abrangente no domínio do marketing. Compreender o conceito

Leia mais

Campanha Nacional de Escolas da Comunidade Mantenedora da Faculdade Cenecista de Campo Largo

Campanha Nacional de Escolas da Comunidade Mantenedora da Faculdade Cenecista de Campo Largo Ementas das Disciplinas 1. Teorias Administrativas e a Gestão Escolar - 30 horas Ementa: Gestão Educacional conceitos, funções e princípios básicos. A função administrativa da unidade escolar e do gestor.

Leia mais

Controlo da Qualidade Aula 05

Controlo da Qualidade Aula 05 Controlo da Qualidade Aula 05 Gestão da qualidade:. evolução do conceito. gestão pela qualidade total (tqm). introdução às normas iso 9000. norma iso 9001:2000 Evolução do conceito 2 gestão pela qualidade

Leia mais

AVALIAÇÃO EFECTUADA PELO COORDENADOR DE DEPARTAMENTO. A - Preparação e organização das actividades N A

AVALIAÇÃO EFECTUADA PELO COORDENADOR DE DEPARTAMENTO. A - Preparação e organização das actividades N A AVALIAÇÃO EFECTUADA PELO COORDENADOR DE DEPARTAMENTO Nome do Docente: Período de Avaliação:200 / 2009 Grupo de Recrutamento: Departamento: A - Preparação e organização das actividades N A A.1 Correcção

Leia mais

NCE/10/00116 Relatório final da CAE - Novo ciclo de estudos

NCE/10/00116 Relatório final da CAE - Novo ciclo de estudos NCE/10/00116 Relatório final da CAE - Novo ciclo de estudos Caracterização do pedido Perguntas A.1 a A.10 A.1. Instituição de ensino superior / Entidade instituidora: Universidade Do Minho A.1.a. Descrição

Leia mais

NCE/10/01121 Relatório preliminar da CAE - Novo ciclo de estudos

NCE/10/01121 Relatório preliminar da CAE - Novo ciclo de estudos NCE/10/01121 Relatório preliminar da CAE - Novo ciclo de estudos Caracterização do pedido Perguntas A.1 a A.10 A.1. Instituição de ensino superior / Entidade instituidora: Universitas, Crl A.1.a. Descrição

Leia mais

Questionário do Pessoal Docente do Pré-escolar

Questionário do Pessoal Docente do Pré-escolar Questionário do Pessoal Docente do Pré-escolar Liderança 1.1 1.2 1.3 1.4 1. As decisões tomadas pelo Conselho Pedagógico, pela Direção e pelo Conselho Geral são disponibilizadas atempadamente. 2. Os vários

Leia mais

PROJECTO MAIS SUCESSO ESCOLAR A MATEMÁTICA

PROJECTO MAIS SUCESSO ESCOLAR A MATEMÁTICA PROJECTO MAIS SUCESSO ESCOLAR A MATEMÁTICA 2010/2011 Coordenadora Elvira Maria Azevedo Mendes Projecto: Mais Sucesso Escolar Grupo de Matemática 500 1 1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJECTO 1.1 Nome do projecto:

Leia mais

Mestrado em Sistemas Integrados de Gestão (Qualidade, Ambiente e Segurança)

Mestrado em Sistemas Integrados de Gestão (Qualidade, Ambiente e Segurança) Mestrado em Sistemas Integrados de Gestão (Qualidade, Ambiente e Segurança) 1 - Apresentação Grau Académico: Mestre Duração do curso: : 2 anos lectivos/ 4 semestres Número de créditos, segundo o Sistema

Leia mais

Ficha Técnica. Título: Educação Pré-Escolar e Avaliação

Ficha Técnica. Título: Educação Pré-Escolar e Avaliação Ficha Técnica Título: Educação Pré-Escolar e Avaliação Edição: Região Autónoma dos Açores Secretaria Regional da Educação e Ciência Direcção Regional da Educação Design e Ilustração: Gonçalo Cabaça Impressão:

Leia mais

Educação Especial. 2. Procedimentos de Referenciação e Avaliação e Elaboração do Programa Educativo Individual

Educação Especial. 2. Procedimentos de Referenciação e Avaliação e Elaboração do Programa Educativo Individual Educação Especial O Grupo da Educação Especial tem como missão fundamental colaborar na gestão da diversidade, na procura de diferentes tipos de estratégias que permitam responder às necessidades educativas

Leia mais

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DA FUNÇÃO PÚBLICA MODELO CONCEPTUAL DO SISTEMA DE GESTÃO DE DESEMPENHO

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DA FUNÇÃO PÚBLICA MODELO CONCEPTUAL DO SISTEMA DE GESTÃO DE DESEMPENHO REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DA FUNÇÃO PÚBLICA MODELO CONCEPTUAL DO SISTEMA DE GESTÃO DE DESEMPENHO 1 CONTEXTUALIZAÇÃO A Reforma do sector público em curso no país enquadra se na estratégia mais

Leia mais

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS JOÃO VILLARET

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS JOÃO VILLARET AGRUPAMENTO DE ESCOLAS JOÃO VILLARET Escola E.B. 2/3 João Villaret Tão importante quanto o que se ensina e se aprende é como se ensina e como se aprende. (César Coll) O Agrupamento de Escolas João Villaret

Leia mais

Estratégia Europeia para o Emprego Promover a melhoria do emprego na Europa

Estratégia Europeia para o Emprego Promover a melhoria do emprego na Europa Estratégia Europeia para o Emprego Promover a melhoria do emprego na Europa Comissão Europeia O que é a Estratégia Europeia para o Emprego? Toda a gente precisa de um emprego. Todos temos necessidade de

Leia mais

Center for Innovation, Technology and Policy Research Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento

Center for Innovation, Technology and Policy Research Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento IN+ Center for Innovation, Technology and Policy Research Centro de Estudos em Inovação, Tecnologia e Políticas de Desenvolvimento REGULAMENTO INTERNO (aprovado pelo Conselho Científico em 12/03/1999)

Leia mais

DESENVOLVER E GERIR COMPETÊNCIAS EM CONTEXTO DE MUDANÇA (Publicado na Revista Hotéis de Portugal Julho/Agosto 2004)

DESENVOLVER E GERIR COMPETÊNCIAS EM CONTEXTO DE MUDANÇA (Publicado na Revista Hotéis de Portugal Julho/Agosto 2004) DESENVOLVER E GERIR COMPETÊNCIAS EM CONTEXTO DE MUDANÇA (Publicado na Revista Hotéis de Portugal Julho/Agosto 2004) por Mónica Montenegro, Coordenadora da área de Recursos Humanos do MBA em Hotelaria e

Leia mais

José Fernandes de Lima Membro da Câmara de Educação Básica do CNE

José Fernandes de Lima Membro da Câmara de Educação Básica do CNE José Fernandes de Lima Membro da Câmara de Educação Básica do CNE Cabe a denominação de novas diretrizes? Qual o significado das DCNGEB nunca terem sido escritas? Educação como direito Fazer com que as

Leia mais

CIRCULAR. Assunto: Avaliação na Educação Pré- Escolar

CIRCULAR. Assunto: Avaliação na Educação Pré- Escolar CIRCULAR Data: 11/04/2011 Circular nº.: 4 /DGIDC/DSDC/2011 Assunto: Avaliação na Educação Pré- Escolar Para: Inspecção-Geral de Educação Direcções Regionais de Educação Secretaria Regional Ed. da Madeira

Leia mais

CEF/0910/28031 Relatório preliminar da CAE (Poli) - Ciclo de estudos em funcionamento

CEF/0910/28031 Relatório preliminar da CAE (Poli) - Ciclo de estudos em funcionamento CEF/0910/28031 Relatório preliminar da CAE (Poli) - Ciclo de estudos em funcionamento Caracterização do ciclo de estudos Perguntas A.1 a A.9 A.1. Instituição de ensino superior / Entidade instituidora:

Leia mais

GABINETE DA MINISTRA DESPACHO

GABINETE DA MINISTRA DESPACHO DESPACHO A concretização do sistema de avaliação do desempenho estabelecido no Estatuto da Carreira dos Educadores de Infância e dos Professores dos Ensinos Básico e Secundário (ECD), recentemente regulamentado,

Leia mais

ARTIGO TÉCNICO. Os objectivos do Projecto passam por:

ARTIGO TÉCNICO. Os objectivos do Projecto passam por: A metodologia do Projecto SMART MED PARKS ARTIGO TÉCNICO O Projecto SMART MED PARKS teve o seu início em Fevereiro de 2013, com o objetivo de facultar uma ferramenta analítica de confiança para apoiar

Leia mais

GRANDES OPÇÕES DO PLANO 2008 PRINCIPAIS ASPECTOS

GRANDES OPÇÕES DO PLANO 2008 PRINCIPAIS ASPECTOS GRANDES OPÇÕES DO PLANO 2008 PRINCIPAIS ASPECTOS I. INTRODUÇÃO O Governo apresentou ao Conselho Económico e Social o Projecto de Grandes Opções do Plano 2008 (GOP 2008) para que este Órgão, de acordo com

Leia mais

OBSERVAÇÃO E ANÁLISE DA RETENÇÃO NO ENSINO BÁSICO NO ANO LECTIVO DE 2006/2007

OBSERVAÇÃO E ANÁLISE DA RETENÇÃO NO ENSINO BÁSICO NO ANO LECTIVO DE 2006/2007 REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES SECRETARIA REGIONAL DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA OBSERVAÇÃO E ANÁLISE DA RETENÇÃO NO ENSINO BÁSICO NO ANO LECTIVO DE 2006/2007 RELATÓRIO FINAL ESCOLA BÁSICA INTEGRADA DE ANGRA DO HEROÍSMO

Leia mais

Protocolo de Acordo entre o Ministério da Educação e o Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Secundário

Protocolo de Acordo entre o Ministério da Educação e o Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Secundário Protocolo de Acordo entre o Ministério da Educação e o Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Secundário Secundário reconhecem que a melhoria da educação e da qualificação dos Portugueses constitui

Leia mais

Políticas Activas para a Inclusão Educativa

Políticas Activas para a Inclusão Educativa Seminário Internacional Educação Inclusiva Impacto das Referências Internacionais nas Políticas, nas Práticas e na Formação Inovação e Justiça: Políticas Activas para a Inclusão Educativa Lisboa, 05 de

Leia mais

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AOS ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR PORTADORES DE DEFICIÊNCIA

LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AOS ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR PORTADORES DE DEFICIÊNCIA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AOS ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR PORTADORES DE DEFICIÊNCIA PRINCÍPIOS GERAIS APLICÁVEIS: Todos os portugueses têm direito à Educação e à Cultura, nos termos da Constituição Portuguesa

Leia mais

REGULAMENTO INTERNO CENTRO COMUNITÁRIO

REGULAMENTO INTERNO CENTRO COMUNITÁRIO REGULAMENTO INTERNO CENTRO COMUNITÁRIO INTRODUÇÃO A cultura Comunitária é a expressão concreta de tentar proporcionar aqueles que mais precisam a ajuda necessária para começar de novo a viver. O Centro

Leia mais

CURSOS DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS

CURSOS DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS CURSOS DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS Os Cursos de Educação e Formação de Adultos (cursos EFA) são um instrumento fundamental para a qualificação da população adulta. Os Cursos EFA são destinados a

Leia mais

REGULAMENTO DO BANCO LOCAL DE VOLUNTARIADO DE AZAMBUJA

REGULAMENTO DO BANCO LOCAL DE VOLUNTARIADO DE AZAMBUJA MUNICÍPIO DE AZAMBUJA REGULAMENTO DO BANCO LOCAL DE VOLUNTARIADO DE AZAMBUJA Aprovado por deliberação da Assembleia Municipal de 19 de Abril de 2011. Publicado pelo Edital n.º 73/2011. Em vigor desde 27

Leia mais

NCE/11/01851 Relatório final da CAE - Novo ciclo de estudos

NCE/11/01851 Relatório final da CAE - Novo ciclo de estudos NCE/11/01851 Relatório final da CAE - Novo ciclo de estudos Caracterização do pedido Perguntas A.1 a A.10 A.1. Instituição de ensino superior / Entidade instituidora: Fedrave - Fundação Para O Estudo E

Leia mais

PLANO ESTRATÉGICO DE ACÇÃO 2009/2013

PLANO ESTRATÉGICO DE ACÇÃO 2009/2013 ESCOLA SECUNDÁRIA DE VALONGO PLANO ESTRATÉGICO DE ACÇÃO 2009/2013 SALA DE ESTUDO ORIENTADO 2009/2013 ÍNDICE INTRODUÇÃO... 3 PRIORIDADES... 4 OBJECTIVOS DA SALA DE ESTUDO ORIENTADO... 5 Apoio Proposto...

Leia mais

UNIÃO EUROPEIA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA. Fundos Europeus Estruturais e de Investimento

UNIÃO EUROPEIA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA. Fundos Europeus Estruturais e de Investimento UNIÃO EUROPEIA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA Fundos Europeus Estruturais e de Investimento Capital Humano Sara Estudante Relvas Posicionamento da Região Autónoma da Madeira no contexto nacional e europeu

Leia mais

PERFIL PROFISSIONAL TÉCNICO/A DE SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO

PERFIL PROFISSIONAL TÉCNICO/A DE SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO PERFIL PROFISSIONAL TÉCNICO/A DE SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO PERFIL PROFISSIONAL Técnico/a de Segurança e Higiene no Trabalho Nível 3 CATÁLOGO NACIONAL DE QUALIFICAÇÕES 1/7 ÁREA DE ACTIVIDADE OBJECTIVO

Leia mais

DEPARTAMENTO DA QUALIDADE

DEPARTAMENTO DA QUALIDADE DEPARTAMENTO DA QUALIDADE PLANO DE MELHORIA ESA 2013-2016 Objetivos gerais do Plano de Melhoria 1. Promover o sucesso educativo e melhorar a sua qualidade 2. Melhorar os processos e resultados pedagógicos

Leia mais

REPÚBLICA DE ANGOLA Ministério da Administração Pública, Emprego e Segurança Social PROGRAMA DE REFORMA ADMINISTRATIVA PREA

REPÚBLICA DE ANGOLA Ministério da Administração Pública, Emprego e Segurança Social PROGRAMA DE REFORMA ADMINISTRATIVA PREA REPÚBLICA DE ANGOLA Ministério da Administração Pública, Emprego e Segurança Social PROGRAMA DE REFORMA ADMINISTRATIVA PREA INTRODUÇÃO No quadro das tarefas de implementação do Programa de Reforma Administrativa

Leia mais

SISTEMA DE APOIO À MODERNIZAÇÃO E CAPACITAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CRITÉRIOS DE SELEÇÃO (PI 2.3 E 11.1)

SISTEMA DE APOIO À MODERNIZAÇÃO E CAPACITAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CRITÉRIOS DE SELEÇÃO (PI 2.3 E 11.1) SISTEMA DE APOIO À MODERNIZAÇÃO E CAPACITAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CRITÉRIOS DE SELEÇÃO (PI 2.3 E 11.1) CA 9.03.2015 Versão Definitiva Consulta escrita Maio.2015 Página 1 de 13 TIPOLOGIAS DE INVESTIMENTOS

Leia mais

- Reforma do Tesouro Público

- Reforma do Tesouro Público - Reforma do Tesouro Público Em Novembro de 1997 foram definidas as opções estratégicas do Ministério das Finanças para a adopção da moeda Única ao nível da Administração Financeira do Estado. Estas opções,

Leia mais

NORMAS INTERNACIONAIS DO TRABALHO Convenção (n.º 102) relativa à segurança social (norma mínima), 1952

NORMAS INTERNACIONAIS DO TRABALHO Convenção (n.º 102) relativa à segurança social (norma mínima), 1952 NORMAS INTERNACIONAIS DO TRABALHO Convenção (n.º 102) relativa à segurança social (norma mínima), 1952 Bureau Internacional do Trabalho 1 Ratificação Como são utilizadas as Normas Internacionais do Trabalho?

Leia mais

SEMINÁRIO A EMERGÊNCIA O PAPEL DA PREVENÇÃO

SEMINÁRIO A EMERGÊNCIA O PAPEL DA PREVENÇÃO SEMINÁRIO A EMERGÊNCIA O PAPEL DA PREVENÇÃO As coisas importantes nunca devem ficar à mercê das coisas menos importantes Goethe Breve Evolução Histórica e Legislativa da Segurança e Saúde no Trabalho No

Leia mais

Objetivos do Seminário:

Objetivos do Seminário: O Ano Internacional da Estatística -"Statistics2013"- é uma iniciativa à escala mundial que visa o reconhecimento da importância da Estatística nas sociedades. Com este objetivo o Conselho Superior de

Leia mais

CÂMARA MUNICIPAL MONCHIQUE. Preâmbulo

CÂMARA MUNICIPAL MONCHIQUE. Preâmbulo CÂMARA MUNICIPAL MONCHIQUE REGULAMENTO DO BANCO LOCAL DE VOLUNTARIADO DE MONCHIQUE Preâmbulo Considerando que a participação solidária em acções de voluntariado, definido como conjunto de acções de interesse

Leia mais

Linhas de Acção. 1. Planeamento Integrado. Acções a desenvolver: a) Plano de Desenvolvimento Social

Linhas de Acção. 1. Planeamento Integrado. Acções a desenvolver: a) Plano de Desenvolvimento Social PLANO DE ACÇÃO 2007 Introdução O CLASA - Conselho Local de Acção Social de Almada, de acordo com a filosofia do Programa da Rede Social, tem vindo a suportar a sua intervenção em dois eixos estruturantes

Leia mais

ESCOLA PROFISSIONAL DE FELGUEIRAS ESTATUTOS CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

ESCOLA PROFISSIONAL DE FELGUEIRAS ESTATUTOS CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS ESCOLA PROFISSIONAL DE FELGUEIRAS ESTATUTOS CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS ARTIGO 1º Denominação A Escola Profissional adopta a designação de ESCOLA PROFISSIONAL DE FELGUEIRAS e a abreviatura EPF. ARTIGO

Leia mais

Desenvolvimento da Agenda da Educação Pós-2015

Desenvolvimento da Agenda da Educação Pós-2015 Desenvolvimento da Agenda da Educação Pós-2015 Histórico Educação para Todos (Dakar, Senegal, Abril de 2000) Seis objetivos de EPT: Expandir e melhorar a educação e os cuidados na primeira infância Universalizar

Leia mais

Nota: texto da autoria do IAPMEI - UR PME, publicado na revista Ideias & Mercados, da NERSANT edição Setembro/Outubro 2005.

Nota: texto da autoria do IAPMEI - UR PME, publicado na revista Ideias & Mercados, da NERSANT edição Setembro/Outubro 2005. Cooperação empresarial, uma estratégia para o sucesso Nota: texto da autoria do IAPMEI - UR PME, publicado na revista Ideias & Mercados, da NERSANT edição Setembro/Outubro 2005. É reconhecida a fraca predisposição

Leia mais

nossa vida mundo mais vasto

nossa vida mundo mais vasto Mudar o Mundo Mudar o Mundo O mundo começa aqui, na nossa vida, na nossa experiência de vida. Propomos descobrir um mundo mais vasto, Propomos mudar o mundo com um projecto que criou outros projectos,

Leia mais

Relatório sobre o funcionamento da Escola Básica Integrada da Charneca da Caparica

Relatório sobre o funcionamento da Escola Básica Integrada da Charneca da Caparica Relatório sobre o funcionamento da Escola Básica Integrada da Charneca da Caparica Dezembro de 2005 Trabalho realizado por: Joana Alves nº. 16071 Relatório da Escola Básica Integrada da Charneca da Caparica

Leia mais

Auditoria Geral do Mercado de Valores Mobiliários

Auditoria Geral do Mercado de Valores Mobiliários RELATÓRIO FINAL DA CONSULTA PÚBLICA DA AGMVM SOBRE A PROPOSTA DE REFORMA DO CÓDIGO DE MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS 1. Introdução No presente documento procede-se à análise das respostas recebidas no

Leia mais

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMBINADAS

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMBINADAS 24 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS COMBINADAS Os mercados de capitais na Europa e no mundo exigem informações financeiras significativas, confiáveis, relevantes e comparáveis sobre os emitentes de valores mobiliários.

Leia mais

GESTÃO CURRICULAR LOCAL: FUNDAMENTO PARA A PROMOÇÃO DA LITERACIA CIENTÍFICA. José Luís L. d`orey 1 José Carlos Bravo Nico 2 RESUMO

GESTÃO CURRICULAR LOCAL: FUNDAMENTO PARA A PROMOÇÃO DA LITERACIA CIENTÍFICA. José Luís L. d`orey 1 José Carlos Bravo Nico 2 RESUMO GESTÃO CURRICULAR LOCAL: FUNDAMENTO PARA A PROMOÇÃO DA LITERACIA CIENTÍFICA José Luís L. d`orey 1 José Carlos Bravo Nico 2 RESUMO Resumo A Reorganização Curricular formalmente estabelecida pelo Decreto-lei

Leia mais

Membro da direcção da Revista Intervenção Social Investigadora do CLISSIS Doutoranda em Serviço Social

Membro da direcção da Revista Intervenção Social Investigadora do CLISSIS Doutoranda em Serviço Social A investigação do Serviço Social em Portugal: potencialidades e constrangimentos Jorge M. L. Ferreira Professor Auxiliar Universidade Lusíada Lisboa (ISSSL) Professor Auxiliar Convidado ISCTE IUL Diretor

Leia mais

REGULAMENTO FORMAÇÃO EM CONTEXTO TRABALHO

REGULAMENTO FORMAÇÃO EM CONTEXTO TRABALHO REGULAMENTO FORMAÇÃO EM CONTEXTO TRABALHO FORMAÇÃO EM CONTEXTO DE TRABALHO REGULAMENTO Artigo 1º Âmbito 1. A Formação em Contexto de Trabalho (FCT) faz parte integrante do Plano Curricular de qualquer

Leia mais

Plano de Atividades 2015

Plano de Atividades 2015 Plano de Atividades 2015 ÍNDICE Introdução 1. Princípios orientadores do Plano Plurianual. Desempenho e qualidade da Educação. Aprendizagens, equidade e coesão social. Conhecimento, inovação e cultura

Leia mais

Novos Programas: Outras Práticas Pedagógicas 1

Novos Programas: Outras Práticas Pedagógicas 1 Novos Programas: Outras Práticas Pegógicas 1 Maria Conceição Antunes Num estudo sobre os professores de no Ensino Secundário, em que participei (e que foi apresentado neste mesmo local, em 1996, no I Encontro

Leia mais

REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES SECRETARIA REGIONAL DA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO. Portaria n.º /2010

REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES SECRETARIA REGIONAL DA EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO. Portaria n.º /2010 Portaria n.º /2010 Considerando a experiência obtida pela implementação do Programa Oportunidade, Sub- Programas Integrar e Profissionalizante, enquanto programas específicos de recuperação da escolaridade,

Leia mais

Declaração de Brighton sobre Mulheres e Desporto

Declaração de Brighton sobre Mulheres e Desporto Declaração de Brighton sobre Mulheres e Desporto A I Conferência Mundial sobre Mulheres e Desporto realizou-se em Brighton, no Reino Unido, entre os dias 5 e 8 de Maio de 1994, reunindo à mesma mesa políticos

Leia mais

Declaração de Odense. O ABC para a Equidade Educação e Saúde. 4.ª Conferência Europeia das Escolas Promotoras de Saúde:

Declaração de Odense. O ABC para a Equidade Educação e Saúde. 4.ª Conferência Europeia das Escolas Promotoras de Saúde: Declaração de Odense O ABC para a Equidade Educação e Saúde 4.ª Conferência Europeia das Escolas Promotoras de Saúde: Equidade, Educação e Saúde 7-9 outubro 2013 A 4ª Conferência Europeia sobre escolas

Leia mais

Conclusões do Conselho sobre o critério de referência da mobilidade para a aprendizagem (2011/C 372/08)

Conclusões do Conselho sobre o critério de referência da mobilidade para a aprendizagem (2011/C 372/08) 20.12.2011 Jornal Oficial da União Europeia C 372/31 Conclusões do Conselho sobre o critério de referência da mobilidade para a aprendizagem (2011/C 372/08) O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA, TENDO EM CONTA

Leia mais

PROTOCOLO ENTRE O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E O MINISTÉRIO DA SAÚDE

PROTOCOLO ENTRE O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E O MINISTÉRIO DA SAÚDE PROTOCOLO ENTRE O MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E O MINISTÉRIO DA SAÚDE A promoção da educação para a saúde em meio escolar é um processo em permanente desenvolvimento para o qual concorrem os sectores da Educação

Leia mais

Consultoria Para Mapeamento os Actores e Serviços de Apoio as Mulheres Vitimas de Violência no País 60 dias

Consultoria Para Mapeamento os Actores e Serviços de Apoio as Mulheres Vitimas de Violência no País 60 dias TERMO DE REFERÊNCIA Consultoria Para Mapeamento os Actores e Serviços de Apoio as Mulheres Vitimas de Violência no País 60 dias 1. Contexto e Justificação O Programa conjunto sobre o Empoderamento da Mulher

Leia mais

SISTEMA DE INCENTIVOS À I&DT

SISTEMA DE INCENTIVOS À I&DT SISTEMA DE INCENTIVOS À I&DT PROJECTOS DE CRIAÇÃO E REFORÇO DE COMPETÊNCIAS INTERNAS DE I&DT: NÚCLEOS DE I&DT AVISO N.º 08/SI/2009 REFERENCIAL DE ANÁLISE DO MÉRITO DO PROJECTO Regra geral, o indicador

Leia mais

Competências de Gestão para Dirigentes e Técnicos de Associações Empresariais

Competências de Gestão para Dirigentes e Técnicos de Associações Empresariais Competências de Gestão para Dirigentes e Técnicos de Associações Empresariais Curso de Formação 2011 Índice PROPOSTA FORMATIVA... 3 Introdução... 3 Objectivo geral... 3 Estrutura... 3 Metodologias... 3

Leia mais

PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE QUADROS

PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE QUADROS PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DE QUADROS NOTA INFORMATIVA A. Plano Nacional de Formação de Quadros, Instrumento de Execução da Estratégia Nacional de Formação de Quadros 1. Por Despacho de 16 de Novembro

Leia mais

---------- 23. - Presente à reunião proposta do Vereador José Maria Magalhães do seguinte teor:

---------- 23. - Presente à reunião proposta do Vereador José Maria Magalhães do seguinte teor: - Conselho Municipal de Educação de Vila Real - Proposta de Regulamento ---------- 23. - Presente à reunião proposta do Vereador José Maria Magalhães do seguinte teor: A Lei de Bases do Sistema Educativo

Leia mais

UNIVERSIDADE DO PORTO GLOSSÁRIO DA ÁREA DA EDUCAÇÃO CONTÍNUA

UNIVERSIDADE DO PORTO GLOSSÁRIO DA ÁREA DA EDUCAÇÃO CONTÍNUA UNIVERSIDADE DO PORTO GLOSSÁRIO DA ÁREA DA EDUCAÇÃO CONTÍNUA Acção de formação Módulo, curso, curso livre, curso multidisciplinar ou seminário realizado no âmbito da Educação Contínua ou da Aprendizagem

Leia mais

COMBATE AO TRABALHO INFANTIL Nota de Imprensa

COMBATE AO TRABALHO INFANTIL Nota de Imprensa COMBATE AO TRABALHO INFANTIL Nota de Imprensa No próximo dia 12 de Junho, comemora-se o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil. O PETI e o Escritório da OIT Organização Internacional do Trabalho em

Leia mais

AGRUPAMENTO VERTICAL DE MURÇA EB 2,3/S DE MURÇA

AGRUPAMENTO VERTICAL DE MURÇA EB 2,3/S DE MURÇA AGRUPAMENTO VERTICAL DE MURÇA EB 2,3/S DE MURÇA REGULAMENTO DO FUNCIONAMENTO DAS ACTIVIDADES DE ENRIQUECIMENTO CURRICULAR I. Introdução Nos termos do art.º 22º da Lei nº 30/2002, de 20 de Dezembro, alterada

Leia mais

ROJECTO PEDAGÓGICO E DE ANIMAÇÃO

ROJECTO PEDAGÓGICO E DE ANIMAÇÃO O Capítulo 36 da Agenda 21 decorrente da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992, declara que a educação possui um papel fundamental na promoção do desenvolvimento

Leia mais

24 O uso dos manuais de Matemática pelos alunos de 9.º ano

24 O uso dos manuais de Matemática pelos alunos de 9.º ano 24 O uso dos manuais de Matemática pelos alunos de 9.º ano Mariana Tavares Colégio Camões, Rio Tinto João Pedro da Ponte Departamento de Educação e Centro de Investigação em Educação Faculdade de Ciências

Leia mais

REGULAMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO NOTA JUSTIFICATIVA

REGULAMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO NOTA JUSTIFICATIVA NOTA JUSTIFICATIVA Em conformidade com os poderes regulamentares que lhes são atribuídos pelos artigos 112º n.º 8 e 241º da Lei Constitucional, devem os Municípios aprovar os respectivos regulamentos municipais,

Leia mais

Índice Descrição Valor

Índice Descrição Valor 504448064 Índice Descrição Valor 1 Missão, Objectivos e Princípios Gerais de Actuação 11 Cumprir a missão e os objectivos que lhes tenham sido determinados de forma económica, financeira, social e ambientalmente

Leia mais

6º Congresso Nacional da Administração Pública

6º Congresso Nacional da Administração Pública 6º Congresso Nacional da Administração Pública João Proença 30/10/08 Desenvolvimento e Competitividade: O Papel da Administração Pública A competitividade é um factor-chave para a melhoria das condições

Leia mais

PROJETO DE REGULAMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO NOTA JUSTIFICATIVA

PROJETO DE REGULAMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO NOTA JUSTIFICATIVA PROJETO DE REGULAMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO NOTA JUSTIFICATIVA Em conformidade com os poderes regulamentares que lhes são atribuídos pelo artigo 241.º, da Lei Constitucional, devem os municípios

Leia mais

Proposta para a construção de um Projecto Curricular de Turma*

Proposta para a construção de um Projecto Curricular de Turma* Proposta para a construção de um Projecto Curricular de Turma* Glória Macedo, PQND do 4º Grupo do 2º Ciclo do EB e Formadora do CFAE Calvet de Magalhães, Lisboa A Reorganização Curricular do Ensino Básico

Leia mais

NP EN ISO 9001:2000 LISTA DE COMPROVAÇÃO

NP EN ISO 9001:2000 LISTA DE COMPROVAÇÃO NP EN ISO 9001:2000 LISTA DE COMPROVAÇÃO NIP: Nº DO RELATÓRIO: DENOMINAÇÃO DA EMPRESA: EQUIPA AUDITORA (EA): DATA DA VISITA PRÉVIA: DATA DA AUDITORIA: AUDITORIA DE: CONCESSÃO SEGUIMENTO ACOMPANHAMENTO

Leia mais